Banco de Portugal tem seis consultores e “não paga salários fora da tabela”, assegura Centeno

Mário Centeno rejeitou qualquer discricionariedade na política salarial do supervisor. Governador adianta que há seis consultores num universo de 1.700 trabalhadores do Banco de Portugal.

Mário Centeno adiantou esta terça-feira que o Banco de Portugal tem seis consultores, sendo um deles Hélder Rosalino, que está na origem de toda a polémica em relação aos salários praticados no supervisor. O governador rejeitou qualquer discricionariedade na política salarial: “Não há salários fora da tabela”, disse, garantindo que os todos salários seguem o acordo coletivo de trabalho do setor bancário.

“Neste momento existem seis consultores, 0,35% da força de trabalho do Banco de Portugal”, revelou Mário Centeno na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública. Contudo, este número deverá reduzir-se: “Há uma expectativa que esse número venha a evoluir, porque todos estes consultores estão em idade de aposentação. Têm tarefas atribuídas dentro dessa situação e depois o vínculo laboral ao banco cessa”, acrescentou.

O governador explicou que “na última década e meia, o máximo foi em 2004″, quando “foram 13 e eram dois em 2022”, este o número mais baixo “provavelmente desde sempre”. Centeno adiantou ainda que desde que tomou posse nomeou cinco consultores: três devido a fim de mandatos nas funções que estavam a desempenhar e dois por transição de funções dentro do banco. “O número vem sendo reduzido muito significativamente e é sempre um número muitíssimo residual num universo de 1.700 trabalhadores no Banco de Portugal”, sublinhou.

Centeno rejeitou que o Banco de Portugal pague salários “fora da tabela”. “Não há nenhuma discricionariedade nos salários “, frisou aos deputados. O governador explicou que a política salarial do regulador “segue um instrumento de regulação coletiva” e existem essencialmente duas carreiras no supervisor: a carreira técnica e a da direção.

“Estas duas carreiras cobrem mais de 95% dos trabalhadores do BdP. Posso tornar muito claro que consultor da Administração não é uma carreira, é uma função e à qual apenas tem acesso os diretores do BdP“, explicou, frisando que por este motivo não existe qualquer concurso de acesso e a remuneração de um consultor corresponde à que auferia na função de diretor.

O responsável do regulador bancário insistiu que “não existe concurso” e que a função é temporária, embora tenha reconhecido que existem situações mais temporárias do que outras. É o caso de Pedro Duarte Neves, antigo vice-governador do Banco de Portugal, o consultor que está há mais tempo em funções – desde 2017.

“A tabela remunerativa de um consultor é a de um diretor do Banco de Portugal. Há uma diferença muito grande nos [salários dos] consultores, porque há experiências e trajetórias distintas dentro destes consultores. Não está de todo, insisto, ancorada ao salário de administrador”, realçou. Como exemplo apontou o período em que foi consultor da Administração – entre o final de 2013, 2014 e parte de 2015 – e recebeu “o mesmíssimo vencimento que recebia como diretor do departamento de estudos económicos”.

O responsável do supervisor realçou que a nomeação de consultores seguem “regras internas do banco muito restritas”, à qual têm acesso “trabalhadores do banco com carreiras relevantes quer no banco, quer em serviços públicos“, apontando três exemplos do passado: Aníbal Cavaco Silva, Vítor Gaspar e Vítor Constâncio.

Centeno insistiu que a instituição se pauta pela transparência: “A vida do Banco de Portugal é do mais democrático que podemos encontrar em Portugal. Podem igualar, mas não superar“, afirmou, acrescentando que “o Banco de Portugal não é um alçapão e se é um alçapão muito iluminado”.

De acordo com as contas do governador, atualmente há 93 trabalhadores do banco a exercer funções fora da instituição. “Estes trabalhadores por lei quando retornam ao banco são classificados de acordo com aquilo que é a progressão normal”, ou seja, estimando a progressão na carreira que teriam tido.

Reunir comissão de vencimentos é tão “natural” como não reuni-la

O governador do Banco de Portugal defendeu que “a comissão de vencimentos é um órgão que reúne quando é solicitado para tal pelo ministro as Finanças” e considerou que “é tão natural convocá-la como não convocá-la“.

O ministro das Finanças decidiu convocar a comissão, após a polémica em torno do salário de Hélder Rosalino, e considerou recentemente “estranho” que esta não reunisse há mais de uma década.

Mário Centeno realçou que a comissão “não tem nenhuma incidência ou mandato nas remunerações [gerais] do BdP”, incidindo apenas sobre os vencimentos dos membros do Conselho de Administração.

(Notícia atualizada às 13h40)

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China com novo recorde mundial de capacidade instalada em energia renovável

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2025

O país, que está a construir mais capacidade de energia solar e eólica do que o resto do mundo todo junto, investiu mais de 50 mil milhões de dólares, entre 2011 e 2022.

A China bateu, em 2024, o seu próprio recorde mundial em capacidade instalada de energias renováveis, de acordo com dados oficiais divulgados esta terça-feira, ilustrando o crescente domínio do país asiático naquele setor emergente.

No ano passado, o país instalou cerca de 277 gigawatts (GW) de nova capacidade de energia solar, em comparação com 217 GW em 2023, e 80 GW de nova capacidade de energia eólica, também mais do que no ano anterior, de acordo com os números publicados pela Administração Nacional de Energia (NEA), uma agência do Governo chinês.

A China, que é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, registou o aumento mais meteórico na instalação de capacidade renovável nos últimos anos.

Pequim quer atingir o seu pico de emissões de CO2 em 2030 e tornar-se neutra em termos de carbono até 2060.

A sua capacidade total instalada de energia solar e eólica é atualmente de 887 GW e 521 GW, respetivamente, mais de 15% do que o objetivo de 1.200 GW instalados até 2030, fixado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2020.

O país, que está a construir mais capacidade de energia solar e eólica do que o resto do mundo todo junto, investiu mais de 50 mil milhões de dólares (48 mil milhões de euros) neste domínio, entre 2011 e 2022, de acordo com dados da Agência Internacional da Energia.

A segunda maior economia do mundo continua fortemente dependente do carvão, mas reduziu em 83% o número de autorizações de construção de centrais elétricas alimentadas por aquele combustível fóssil no primeiro semestre de 2024.

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Secretário de Estado recusa ilegalidades em processo investigado

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2025

O secretário de Estado Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade na alegada investigação da Procuradoria Europeia por suspeita de contrapartidas quando foi presidente de Bragança.

O secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias, recusou esta terça-feira ter cometido qualquer ilegalidade na alegada investigação da Procuradoria Europeia por suspeita de contrapartidas quando foi presidente da Câmara de Bragança.

Estou convicto de que agi com total transparência e dentro da legalidade […] e estou de consciência absolutamente tranquila”, afirma o governante, num comunicado enviado à agência Lusa, mostrando-se “ao dispor das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência bancária, conforme contrato”.

As explicações surgem tendo em conta “as várias notícias que têm sido difundidas pelos órgãos de comunicação social relativas a factos ocorridos enquanto exerci funções como Presidente da Câmara Municipal de Bragança”.

A RTP noticiou que Hernâni Dias está a ser investigado pela Procuradoria Europeia e é suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

De acordo com a RTP, a propriedade de um imóvel ocupado no Porto pelo filho de Hernâni Dias pertence ao filho de um dos sócios de uma construtora que ganhou o concurso para a ampliação da zona industrial de Bragança.

Relativamente à empreitada, Hernâni Dias diz que “após algumas dúvidas que surgiram durante a execução” da mesma pediu, a 05 de fevereiro de 2019, ao Procurador da República junto do Ministério Público de Bragança, “uma investigação à obra, no sentido de apurar se tinha existido alguma ilegalidade ou a eventual prática de atos dos quais tivessem resultado prejuízos para o município”.

Por outro lado, o ex-autarca adjudicou ao LNEC “uma auditoria à obra, por forma a averiguar a execução dos trabalhos em conformidade com o projeto, com o contrato […] e em consonância com os requisitos estabelecidos no caderno de encargos”.

Na auditoria, o LNEC “confirmou que, na generalidade, os trabalhos executados que foram objeto de alteração contratual tiveram correspondência com documentos” e que “as soluções executadas em obra, embora diferentes das de projeto, não se revelam desadequadas aos objetivos e função da infraestrutura”.

A obra, segundo o secretário de Estado, “ficou 328.492,86 euros mais barata do que o valor pelo qual tinha sido adjudicada“.

“Tratando-se de uma obra financiada pelo PT 2020 [fundos comunitários], os relatórios da auditoria foram expostos à Autoridade de Gestão, com as correções sugeridas pelo LNEC, expurgados os valores dos artigos objeto de alteração no âmbito da auditoria”, acrescenta.

Hernâni Dias esclarece que o filho “foi estudar para a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto no final de 2016, tendo ficado alojado num apartamento partilhado com outro colega amigo, também de Bragança”.

“Numa fase posterior, o apartamento foi também partilhado com mais outro colega igualmente de Bragança. O valor das rendas foi pago por transferência bancária, conforme contrato. Ao dia de hoje, ainda moram no referido apartamento três jovens de Bragança, dois dos quais moraram com o meu filho”, descreve.

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Presidente da ERSE assume que hidrogénio verde levanta “muitas incertezas”

"Portugal ainda não começou a sério no hidrogénio [verde]" e "não há nada na produção de hidrogénio verde que nos faça sentir confortáveis", afirma, em paralelo, o líder da DGEG.

O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Pedro Verdelho, acredita que o biometano “é que devia ser o gás natural” enquanto, relativamente ao hidrogénio verde, assume que existem “muitas incertezas”. Também o responsável da Direção Geral da Energia e Geologia assinala a falta de projetos estruturantes de hidrogénio verde e acusa desconforto quanto ao desenvolvimento deste gás.

Sobre o hidrogénio verde temos muitas incertezas. O custo das tecnologias é elevado. Há um caminho longo a percorrer“, afirmou Verdelho, que discursou na abertura da conferência Indústria do Futuro, organizada em parceria com a distribuidora Floene. O presidente do regulador indica que o cruzamento entre a produção, consumo e redes “é uma dificuldade”, já que todos estes investimentos devem surgir de forma síncrona, uma vez que “um desalinhamento representa um custo adicional”.

Também na abertura da conferência, o presidente da Direção Geral de Energia e Geologia, Paulo Carmona, afere que “Portugal ainda não começou a sério no hidrogénio [verde]” e “não há nada na produção de hidrogénio verde que nos faça sentir confortáveis”. Existem projetos-piloto, “que dão esperança, mas também frustração. Queríamos mais”, indica, ao mesmo tempo que assinala que “faltam projetos grandes, estruturantes, que consigam ligação com o sistema elétrico, já que são eletrointensivos”.

Em oposição, o biometano vai lançado. A Europa já produz, atualmente, 5 bcm (mil milhões de metros cúbicos) deste gás, o equivalente a todo o consumo de gás em Portugal. “Esse é que devia ser o gás natural, é o metano limpo, enquanto o gás natural é metano fóssil. A molécula é a mesma“, explicou Verdelho.

Neste caso, Paulo Carmona também se revela insatisfeito. “Não temos nada para mostrar” no biometano, enquanto Espanha tem quatro projetos operacionais e sete em pipeline“, aventou. O líder da DGEG desafiou a indústria a dialogar com esta entidade de forma a explicar o que está a travar os projetos. “Digam-nos o que podemos fazer para o biometano ser uma realidade em Portugal”, apelou.

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Grupo Cegid compra tecnológica portuguesa PHC Software

A tecnológica portuguesa PHC Software foi vendida ao grupo Cegid. Donos da Primavera BSS já tinham tentado comprar a PHC em 2022.

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, em entrevista ao Podcast 38,4 - 26MAR24
Ricardo Parreira, CEO da PHC SoftwareHugo Amaral/ECO

A tecnológica portuguesa PHC Software, liderada por Ricardo Parreira e com sede no Taguspark, rendeu-se à segunda investida da Cegid, líder europeu de soluções empresariais na cloud para finanças, recursos humanos, retalho e setores empresariais, depois de uma primeira oferta em 2022, apurou o ECO junto de duas fontes que acompanharam a operação.

A PHC apresentou resultados líquidos de 4,9 milhões em 2023, últimos números oficiais conhecidos, um resultado operacional ajustado (EBITDA) de 5,2 milhões e vendas superiores a 16,5 milhões de euros.

Fundada em 1989, a PHC Software é um dos principais players no mercado português de PMEs, e desenvolve soluções de gestão, que são especificamente concebidas para otimizar a gestão das empresas e responder às principais necessidades das empresas de mid-market, em vários setores de atividade. Não foi divulgado o valor da aquisição da PHC, que foi assessorada pela consultora de M&A independente Clearwater, mas outra fonte de mercado garante que terá sido com base num múltiplo de dois dígitos sobre o EBITDA.

No âmbito deste acordo, Ricardo Parreira decidiu deixar a liderança da PHC Software para se focar noutros projetos, e João Sampaio, que até então era diretor da unidade de negócios internacionais da empresa, foi nomeado diretor geral. A nomeação tem efeitos imediatos.

Na rede social Linkedin, João Sampaio reagiu a este momento, dizendo que “representa mais do que uma transição” e também “o início de uma nova etapa, onde ambição e inovação se alinham“. “Agradeço ao Ricardo Parreira, Miguel Capelão e Francisco Caselli, cuja visão, dedicação e trabalho incansável deram vida a uma empresa incrível. O legado que construíram é uma inspiração e o alicerce sobre o qual iremos construir um futuro ambicioso e transformador”, recordou. E deu também a entender que a escolha do seu nome foi da responsabilidade de Pascal Houillon, CEO da Cegid, e Javier Torres, responsável pelo grupo gaulês em Portugal, Espanha, América Latina e África.

A PHC Business Software, com os seus 262 colaboradores e equipa de gestão, alinha-se perfeitamente com a Cegid. Iremos fortalecer os ativos principais da PHC e dar suporte ao seu crescimento impressionante com tecnologias de valor acrescentado como a Inteligência Artificial [IA] generativa, para melhor servir o nosso mercado. O nosso Centro de Excelência em IA, localizado em Braga, será, naturalmente, mobilizado para o efeito”, comentou o empresário francês Pascal Houillon, CEO da Cegid, mais tarde, em comunicado.

O ECO sabe que a operação foi assinada ontem. Já na semana passada, a Cegid, que desenvolve soluções de gestão empresarial na cloud para profissionais das áreas financeira (tesouraria, fiscalidade e ERP), Recursos Humanos (processamento salarial e gestão de talento), contabilidade, retalho e empreendedorismo, anunciou a expansão da sua oferta de soluções de faturação eletrónica em Espanha com a aquisição da Microdata. É um grupo, já há alguns anos, com uma visão compradora para agregar recursos que não possui ou pretende explorar.

Em 2021, a Oakley Capital Investments chegou a acordo para a aquisição da empresa portuguesa de tecnologia Primavera BSS, que se juntou a outras seis empresas espanholas adquiridas nos dois anos anteriores. Posteriormente, em fevereiro de 2023, o Grupo Primavera desapareceu enquanto marca e passou a operar sob o nome Cegid.

“O poder de uma só marca é incomparável e era evidente para nós a importância de dar este passo o quanto antes. O fundamental é manter a nossa proximidade com os nossos clientes, parceiros e ecossistema, aumentar a nossa capacidade de acrescentar valor e inovação, assim como expandir as possibilidades de crescermos juntos”, justificou, então, em em nota de imprensa Santiago Solanas, CEO da Cegid Ibéria, Latam e África Portuguesa.

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Euribor sobem a três e a 12 meses e desce a seis meses

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2025

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa tiveram comportamentos diferentes. Subiram no prazo a três meses e 12 meses e desceram a seis meses.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, subiram a três e a 12 meses e desceu a seis meses em relação a segunda-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses baixou para 2,606%, menos 0,013 pontos do que na segunda-feira.
  • Já no prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou para 2,489%, mais 0,006 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu para 2,681%, mais 0,004 pontos do que na sessão anterior.

Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Nórdicos dos data centers ‘ligam’ mais 500 empregos em Portugal

Com presença em Lisboa, Leiria, Porto e Barcelos, o CTS Group vai duplicar a equipa em Portugal para “responder à procura internacional e às necessidades do mercado doméstico” nos data centers.

O CTS Group, um dos maiores grupos europeus no desenho e construção de data centers na Europa, prevê criar 500 postos de trabalho em Portugal no “futuro próximo” com a expansão das suas atividades no país para “responder à procura internacional e às necessidades do mercado doméstico”, duplicando desta forma o número de trabalhadores.

Foi no ano passado que a CTS Europe estabeleceu uma base em Lisboa, onde mais de 50 profissionais trabalham em projetos de engenharia, enquanto em Leiria lançou a Velox Electro, onde tem mais de 200 pessoas dedicadas à construção de data centers. Tem também uma joint venture com a Mecwide em Barcelos, onde soma outras duas centenas de trabalhadores neste setor, e através da CTS Nordics comprou uma participação maioritária na portuense BIMMS, com perto de 100 engenheiros.

Num comunicado em que destaca ainda a “forte presença” da parceria com a Mecwide em Sines, onde já desenvolvem em conjunto projetos para vários clientes e diz ter “capacidade de resposta para os novos projetos previstos para a região”, o grupo que em 2024 faturou cerca de 900 milhões de euros refere que, além da criação de emprego, pretende “reforçar a presença em Portugal com investimentos e parcerias estratégicas” com empresas nacionais das áreas de arquitetura, engenharia, eletricidade, construção mecânica e software.

“Estamos comprometidos em investir e crescer em Portugal, um mercado que se tornou vital para nossas operações. As parcerias que estabelecemos estão a criar empregos e a contribuir significativamente para a economia portuguesa, fomentando as exportações nacionais e a internacionalização das empresas. Estamos também empenhados em colocar as nossas competências e conhecimentos ao serviço de Portugal, nomeadamente na área dos data centers onde somos uma referência a nível mundial”, refere Filip Schelfhout, CEO do CTS Group.

Em junho do ano passado, o braço norueguês CTS Nordics, a americana Victaulic e a barcelense Mecwide inauguraram em Vila Nova de Cerveira uma fábrica dedicada ao pré-fabrico de tubagens para a construção de data centers. Com perto de 60 trabalhadores no arranque, a unidade industrial no Alto Minho representou um investimento de oito milhões de euros, com os sócios da DC Piping, como foi batizada esta nova estrutura, a estimarem um volume de negócios de 40 milhões ao fim do primeiro ano de atividade.

E foi também com a colaboração da empresa liderada por Carlos Palhares que o CTS Group desenhou e construiu um complexo de data centers para a Green Mountain, “destinado exclusivamente ao TikTok”. Concluído recentemente, o projeto com uma área de construção de 18 mil metros quadrados está localizado em Hamar, na Noruega, e diz ser o maior data center da Europa a funcionar com energias renováveis.

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Ex-deputado do PSD Álvaro Santos Almeida será o novo diretor executivo do SNS

Se receber ‘luz verde’ da CReSAP, será a terceira pessoa a ocupar o cargo desde que foi criada a direção executiva do SNS em 2022. O Presidente da República diz que é uma "solução defensiva".

Álvaro Santos Almeida foi deputado do PSD entre 2019 e 2022Bruno Barbosa

Álvaro Santos Almeida, ex-deputado do PSD, é a escolha do Governo para substituir António Gandra d’Almeida no cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A informação foi avançada na manhã desta terça-feira pelo Observador e entretanto confirmada pela ministra da tutela, Ana Paula Martins.

“É uma das personalidades que, no país, tem um grande conhecimento da área da Saúde. Tem um vasto currículo, [com] um perfil mais de gestão, mas muito articulado com os nossos dirigentes e profissionais de saúde“, afirmou a governante, em declarações aos jornalistas após uma visita a um centro de saúde em Loures.

A nomeação de Álvaro Santos Almeida ainda tem de passar pelo crivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). Mas, esperando ver a escolha confirmada, o objetivo é, segundo a ministra da Saúde, “concretizar a transformação da organização da direção executiva do SNS”.

Entretanto, o Presidente da República, já reagiu à indicação de Álvaro Almeida para a direção executiva do SNS. “Não sendo profissional da saúde, mas sendo ligado à gestão de saúde, já com alguma idade, já com alguma experiência, é nitidamente uma solução defensiva para garantir uma estabilização e uma transição para o problema seguinte, que é decidir o que fazer ao instituto, que foi concebido para a ministra ficar protegida“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa a partir dos EUA.

Para o Chefe de Estado, Álvaro Almeida “tem todas as condições políticas de confiança do Governo e dos partidos do Governo para cumprir a missão“. No entanto, alerta para a necessidade de se vir a “definir a fronteira entre o que fica para a ministra e o novo presidente”. “Se correr bem, não é preciso rever a estrutura que está montada. Mas correu mal e, até aqui, foi uma ideia que demorou um ano e tal, entrou um novo Governo, saiu a figura do presidente para o qual foi concebido e foi substituído por uma solução de necessidade e agora o que se espera é que se estabilize”, conclui Marcelo. O Presidente da República espera agora pela conclusão da investigação à acumulação ilegal de funções do agora exonerado diretor executivo do SNS, Gandra d’Almeida.

O nome escolhido para liderar a direção executiva do SNS foi candidato à Câmara Municipal do Porto nas eleições autárquicas de 2017 e liderou a Entidade Reguladora da Saúde entre 2005 e 2010. Atualmente, é professor na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), possuindo um doutoramento em Economia pela London School of Economics and Science.

Álvaro Santos Almeida deverá, assim, suceder a António Gandra d’Almeida, que apresentou a demissão do cargo na passada sexta-feira, na sequência de uma investigação da SIC que revelou uma alegada acumulação ilegal de funções, ao ter prestado serviços em pelo menos cinco hospitais diferentes enquanto era diretor da delegação Norte do INEM.

Gandra d´Almeida disse à CReSAP não ter incompatibilidades mas omitiu serviços no Algarve

O diretor executivo do SNS demissionário, Gandra d´Almeida, garantiu à CReSAP não ter omitido informações relevantes nem ter impedimentos e incompatibilidades, mas não referiu os serviços prestados em Faro e Portimão enquanto dirigia o INEM do Norte.

No relatório que validou Gandra d’Almeida para o cargo, a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) diz que a avaliação realizada e o parecer emitido têm como base “a informação produzida pela personalidade indigitada, inteiramente da sua responsabilidade,” bem como os resultados do questionário de Análise de Perfil Pessoal e os dados consolidados através da realização de entrevista individual.

Contudo, apesar de ter dito à CReSAP não ter “omitido informações relevantes, nem possuir quaisquer impedimentos e incompatibilidades para o exercício do cargo”, Gandra d´Almeida nada revelou sobre os serviços prestados aos hospitais de Faro e Portimão na altura em que era ainda responsável pela delegação regional Norte do INEM, cargo que ocupou entre 2021 e 2024.

Segundo o documento da CReSAP, enquanto ainda era diretor da delegação Norte do INEM, apenas revelou ter exercido funções de médico de cirurgia geral no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia, Espinho de 2015 a 2022.

Na informação publicada esta terça-feira, o Correio da Manhã escreve que o currículo enviado à CReSAP já mencionava turnos alegadamente ilegais feitos no Hospital de Gaia por Gandra d´Almeida.

Segundo escreve o jornal Público, citando as Unidades Locais de Saúde (ULS) de Matosinhos e Guarda, Gandra d´Almeida também prestou serviços a estas instituições durante o período em que dirigia a delegação Norte do INEM.

O jornal escreve que a ULS de Matosinhos confirma a realização de um contrato de prestação de serviços de 2022 a 2024 com a empresa Tarefas Métricas, para a VMER [Viatura Médica de Emergência e Reanimação] do Hospital Pedro Hispano, e a ULS da Guarda confirma que o médico ali prestou serviço através da entidade Raiz Binária, Lda., desde maio do ano 2019 até junho de 2024.

A CReSAP escreve ainda que as informações contidas no curriculum vitae e no questionário de autoavaliação, bem como os resultados do questionário de competências pessoais e os dados obtidos através da entrevista individual, “evidenciam competências técnicas e comportamentais que sustentam uma apreciação positiva para o desempenho do cargo em causa”.

Diz ainda que, no que se refere ao perfil comportamental, trata-se de “uma pessoa empática, determinada, leal, empenhada e com um elevado sentido de serviço público”.

(Notícia atualizada às 11h42 com a confirmação da ministra da Saúde, Ana Paula Martins e com a reação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa)

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Marcelo convoca Conselho de Estado com Mario Draghi para 29 de janeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Janeiro 2025

O segundo encontro de 2025 do órgão consultivo do Presidente da República vai contar com a presença do antigo primeiro-ministro italiano e ex-presidente do BCE para discutir o futuro da UE.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para a quarta-feira da próxima semana, 29 de janeiro, pelas 16 horas, com um convidado especial.

De acordo com uma nota publicada esta terça-feira manhã no portal da Presidência, o segundo encontro deste ano do órgão consultivo do Chefe de Estado vai abordar “as perspetivas e os desafios sobre o futuro da União Europeia”, contando, para tal, com a participação de Mario Draghi.

Marcelo já tinha anunciado na conferência CNN International Summit, em novembro passado, que o antigo primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) iria marcar presença numa reunião do Conselho de Estado em janeiro.

“Uma palavra especial para alguém que está a chegar, Mario Draghi, que virá, aliás, convidado em janeiro, uma vez mais, ao Conselho de Estado, para falar do seu relatório e da sua visão da Europa e do mundo”, dissera, então, o Presidente da República.

O próprio Mario Draghi foi um dos convidados de honra do jantar da conferência da CNN Portugal, que serviu para assinalar os três anos de transmissão do canal, e no qual discursou sobre o futuro da Europa e o relatório sobre a competitividade do bloco comunitário, apresentado à Comissão Europeia em setembro de 2024.

O Conselho de Estado agendado para 29 de janeiro será o segundo de 2025, depois de Marcelo ter reunido os membros que compõem este órgão consultivo na passada sexta-feira para decidir sobre a dissolução da Assembleia Regional da Madeira.

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Floene fecha primeiros sete contratos de injeção de gás renovável na rede

Dois dos contratos são para a injeção de hidrogénio verde e os restantes cinco preveem a injeção de biometano, avançou o CEO da maior distribuidora de gás do país.

O CEO da Floene, Gabriel Sousa, avançou esta terça-feira que a empresa, que é a maior distribuidora de gás do país, fechou em 2024 os primeiros sete contratos de injeção de gás renovável na rede nacional. Dois dos contratos são para a injeção de hidrogénio verde e os restantes cinco preveem a injeção de biometano.

São passos pioneiros de uma realidade que temos de acelerar para satisfazer as necessidades da indústria aqui presente“, rematou Gabriel Sousa. O responsável falava na conferência Indústria do Futuro, que decorre esta terça-feira no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

Do piloto que decorria no Seixal, passará agora a ter “projetos reais, à escala real”. Em Rio Maior, exemplificou, vai ser injetado hidrogénio verde para o abastecimento de 14.000 consumidores, numa mistura com gás natural.

Sobre o biometano, Gabriel Sousa assinalou que existe em Portugal um “potencial de produção muito relevante”, mas que “é necessária uma maior agilidade e celeridade na definição de políticas e regulamentos, para que [o biometano] seja uma realidade tangível“. Isto também tendo em conta que “Portugal está na cauda da Europa” na área dos resíduos, que podem ser aproveitados para a produção de biometano.

“Não haverá transição energética sem um sistema de gás competitivo e gases renováveis”, concluiu Gabriel Sousa, apontando que “Portugal tem um atraso significativo no desenvolvimento de gases renováveis”, o que “pode condicionar a competitividade nacional e o desempenho da nossa economia”.

A Floene opera nove das 11 distribuidoras de gás existentes no país. 80% do volume de gás que distribui tem como destino a indústria nacional. “Tenho dificuldade em compreender que famílias fiquem privadas da opção pelo sistema de gás. É um risco para o sistema e para a competitividade das tarifas do gás para a indústria”, alertou ainda o responsável, numa altura em que há legislação que permite que novos edifícios sejam construídos sem rede de gás.

(Notícia atualizada às 10h50 com mais informação)

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Governo quer reduzir gás russo e focar aposta nos EUA e Nigéria

Num painel no Fórum Económico Mundial, a ministra do Ambiente, Maria Graça Carvalho, disse querer reduzir ainda mais as compras de gás à Rússia. Em 2024, chegaram quatro navios a Sines.

O Governo quer focar as compras de gás natural liquefeito (GNL) nos Estados Unidos e à Nigéria, de forma a acabar de vez com o abastecimento proveniente da Rússia, o terceiro maior fornecedor deste combustível a Portugal, ainda que com expressão reduzida. A informação foi partilhada pela ministra da tutela em Davos.

“Já somos bastante independentes do gás russo. Em 2021, tivemos 15% de importações deste gás e no ano passado passámos a importar 5%. Esperamos diminuir ainda mais essa percentagem, importando sobretudo gás da Nigéria e dos Estados Unidos“, reforçou a ministra do Ambiente, Maria Graça Carvalho durante a sua intervenção num debate no Fórum Económico Mundial esta terça-feira.

O aprovisionamento do mercado nacional de gás natural é assegurado a partir das interligações com Espanha, através dos gasodutos de alta pressão, e do terminal de GNL de Sines, onde o gás é descarregado de navios metaneiros. Em 2024, o aprovisionamento de gás natural foi de 49.141 GWh (gigawatts-hora), sendo que, desse valor, cerca de 96% era de GNL.

Desse total, 51% dos navios que atracaram no Porto de Sines partiram da Nigéria e quase 40% dos Estados Unidos. Por sua vez, o gás natural russo representou cerca de 4,4% desse total devido a três navios russos recebidos no Porto de Sines, em maio, setembro e dezembro. Em 2023, Portugal recebeu quatro descargas de gás russo, em fevereiro, abril, agosto e outubro.

O objetivo de Portugal de reduzir as importações de gás russo apostando no recurso norte-americano está em linha com o da União Europeia, que, embora tenha vindo a reduzir de forma consistente as importações deste combustível por gasoduto, desde 2022, aumentou as importações de GNL russo em 2024 antes da entrada em vigor das novas sanções. França, Espanha e os Países Baixos, são os maiores importadores deste combustível na União Europeia.

Surge ainda numa altura em que, após ter tomado posse como Presidente dos EUA, Donald Trump ameaçou a União Europeia com tarifas se os países não incrementarem as compras de energia aos EUA.

Quanto às interconexões com o resto da Europa, a governante defendeu que Espanha e Portugal “ainda são uma ilha” e admite que tem “sido difícil construir interconexões com França”, apesar dos apelos. Assim, e numa altura em que se discute a independência e segurança energética no bloco europeu, Maria da Graça Carvalho defendeu que os 27 “juntos são mais fortes” e que deve haver cooperação entre os países.

Enquanto procura mitigar as importações de gás russo, Portugal quer também reforçar a transição energética apostando em mais energias renováveis para que, em 2030, 93% do total de energia produzida em Portugal provenha de fontes renováveis, tal como prevê o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC-2030), superando os 80% anteriormente projetados. Embora esteja confiante de que este objetivo seja concretizável, Maria da Graça Carvalho frisa que os transportes são, neste momento, “o maior desafio”.

O foco do Governo é agora reforçar a aposta nas redes elétricas e armazenamento, ao mesmo tempo que procura atrair investimento para a produção de hidrogénio verde, ambicionando reforçar a competitividade de Portugal face a outros países.

Na semana passada, o Governo lançou um concurso de quase 100 milhões de euros destinado a reforçar a flexibilidade e a sustentabilidade do sistema elétrico nacional. No âmbito deste concurso, foram aprovados 43 projetos que receberão financiamento para a instalação de pelo menos 500 megawatts (MW) de capacidade de armazenamento de energia na rede elétrica pública.

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Cinco tendências que vão marcar o marketing B2B em 2025, segundo a Martech Digital

  • + M
  • 21 Janeiro 2025

Apostar em personalização, em iniciativas de ESG, em colaborações com influenciadores e na exploração de funcionalidades interativas são algumas das tendências previsíveis para o presente ano.

Com um ambiente empresarial em constante evolução, desde logo impulsionado por contínuos avanços tecnológicos, mudanças de comportamento dos clientes e crescente valorização de práticas éticas e sustentáveis, as empresas estão também a redefinir a forma como interagem com os seus mercados. E as empresas B2B (business-to-business) não fogem a este paradigma, pelo que a Martech Digital destaca algumas das principais tendências que vão marcar as estratégias de marketing destas empresas em 2025.

“Acompanhar as tendências não é apenas uma questão de escolha, é um requisito para manter a relevância num mercado tão volátil. As empresas que investem em inovação e se adaptam às transformações, tendem a liderar em reconhecimento e resultados. Acredito que os avanços tecnológicos, aliados a abordagens mais humanas, vão continuar a moldar o futuro do marketing no B2B”, refere Ana Barros, CEO da Martech Digital, citada em comunicado.

Tendo em vista ajudar as empresas a manterem-se relevantes num “mercado em transformação constante”, a agência Martech Digital partilha assim cinco tendências que vão marcar o marketing B2B em 2025.

1. Um modeo go-to-market em redefinição

O modelo go-to-market (GTM) está a evoluir para uma “abordagem mais dinâmica e centrada no cliente”, com a integração entre vendas, marketing e apoio ao cliente a serem essenciais para oferecer “experiências consistentes e personalizadas através de estratégias de marketing de conteúdo”.

Se antes este modelo era “como uma linha reta: produto, cliente, fim”, agora tornou-se num “circuito dinâmico”, pelo que as empresas devem apostar na personalização, na utilização de dados em tempo real e no alinhamento das equipas para uma “comunicação coesa e eficaz”, aponta a agência.

Tão importante quanto atrair novos clientes é reter os já existentes“, explica ainda Ana Barros, CEO da Martech Digital, acrescentando que “este modelo prioriza a extração do máximo potencial da base atual de clientes, promovendo um crescimento sustentável e garantindo resultados consistentes ao longo do tempo”.

2. Entretenimento como estratégia de venda

O conceito de shoppertainment — que une entretenimento e comércio — permite que as empresas eduquem, interajam e convertam públicos através de vídeos criativos e dinâmicos, permitindo alcançar resultados comerciais concretos, começa por explicar a agência.

Referindo que o shoppertainment não é só para B2C, a Martech Digital aconselha inclusive ao uso do TikTok, uma vez que vídeos curtos e criativos — como demonstrações de produtos ou insights rápidos — “têm um grande impacto”. A agência aconselha ainda colaborações com influenciadores da indústria e a exploração de funcionalidades interativas, como lives ou quizzes.

Neste sentido, até o CEO, mais do que um líder estratégico, tem também de se tornar num “influenciador” e “personificar os valores e a visão da empresa”. Criar “conteúdos autênticos que ressoem com as suas comunidades” é um caminho para fortalecer relações e construir autoridade, aconselha a agência de marketing e comunicação focada no mercado B2B.

3. Redefinição do e-commerce B2B

Também o comércio eletrónico no setor B2B está em transformação, neste caso para plataformas integradas que facilitam as transações. Mas, além disso, assiste-se também à criação de “ecossistemas completos de interação entre fornecedores, distribuidores e clientes”.

Com dados personalizados e experiências simplificadas, estas soluções geram sinergias e agregam valor em toda a cadeia. Neste sentido, o marketing “irá desempenhar um papel central, atuando como um maestro que orquestra estas conexões”, sendo objetivo dos marketers “garantir o crescimento sustentável de todos os envolvidos, promover a inovação e a eficiência”.

Assim, as empresas devem apostar em plataformas intuitivas, em oferecer personalização – como sugestões baseadas no histórico de compras, que são capazes de aumentar as vendas cruzadas – ou disponibilizar suporte imediato, como seja através de chatbots.

4. Ascensão do zero click marketing

Entre as tendências apontadas pela Martech Digital, uma das maiores mudanças previstas passa pela ascensão do zero click marketing. “Ao otimizarem os conteúdos para aparecerem diretamente nos resultados de pesquisa, esta abordagem maximiza a presença online das empresas que não dependem que o utilizador clique no link dos artigos“, explica a agência.

De forma a otimizar os websites e lidar com o impacto do zero-click search, as empresas devem assim ajustar as suas estratégias de SEO e a otimização de conteúdo. “A visibilidade nos motores de pesquisa é fundamental para reforçar a credibilidade e manter as empresas no top of mind das suas personas. Estar presente onde o cliente procura respostas, é hoje mais valioso do que nunca”, aponta Ana Barros.

5. ESG enquanto necessidade estratégica

Para o presente ano, a sustentabilidade e a responsabilidade social continuam a ser bastante importantes, deixando de ser apenas conceitos para se tornarem “práticas empresariais indispensáveis”. A Martech Digital acredita, inclusive, que iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG), serão “determinantes para construir reputação e conquistar a confiança de parceiros e clientes”.

Mostrar resultados concretos (com a partilha de métricas claras e ações comprovadas), envolver a comunidade (provando que se está a gerar impacto real, local e global) e tornar o ESG verdadeiramente parte do DNA da empresa são alguns dos conselhos avançados pela Martech Digital.

A autenticidade deve ser o grande diferencial das empresas. Apesar de trabalharmos no B2B, as empresas são H2H (human to human), e as pessoas querem conectar-se com histórias reais e propósitos alinhados. A autenticidade não é só uma estratégia, é a base para construir relacionamentos credíveis. A transparência passou a ser obrigatória e os profissionais de marketing que apostarem nisto, estarão na frente“, acrescenta Ana Barros.

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