Das vinhas velhas para a primeira garrafa de vinho com rótulo em burel

Das vinhas velhas nasce um blend branco feito a seis mãos -- Carlos Raposo, Sara Matos e Ana Sofia Oliveira --, de edição limitada, em garrafas com rótulo feito de burel.

O enólogo Carlos Raposo e as mentoras da Defio, Ana Sofia Oliveira e Sara Matos.11 junho, 2025

Proveniente de uma vinha com mais de 70 anos, situada na sub-região de Terras de Senhorim, na região do Dão, o vinho “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” é apresentado — surpreenda-se — numa garrafa com um rótulo feito de burel, que os mentores do projeto garantem ser a primeira no país manufaturada a partir deste tecido.

O rótulo da garrafa, uma espécie de roseta, do vinho “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” foi feito à mão com tecido burel, criado a partir da lã de ovelhas de raças autóctones da Serra da Estrela, “com um design personalizado pensado pela empresa portuguesa de design Burel Factory”, começa por descrever Ana Sofia Oliveira que, juntamente com Sara Matos, criou em 2000 a marca independente de vinhos portugueses Defio. E que significa “desafio” em Esperanto. Neste propriamente dito, as empresárias contam com a mestria do enólogo Carlos Raposo, que “produz vinhos puros, autênticos, precisos e únicos que querem mostrar o melhor que se faz em Portugal”, sublinham.

Feito a seis mãos, por assim dizer (Carlos Raposo, Sara Matos e Ana Sofia Oliveira), o blend “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” é um vinho branco, feito a partir de uvas brancas de uma vinha com mais de 70 anos. “Este vinho é um lote de mais de 15 castas brancas portuguesas, vinificadas em conjunto, sem desengace“, detalha Sara Matos.

Foi produzida uma edição limitada de 1.200 garrafas de 0,75 litros, a 47 euros cada uma. Este vinho esteve em fermentação e estagiou numa cuba de betão de 1.000 litros da empresa portuguesa WiseShape, durante oito e quatro meses, respetivamente, sem agitação das borras. “O resultado é um vinho delicado, floral e salino, com uma acidez vibrante e fruta concentrada”, assinala, por sua vez, o enólogo Carlos Raposo.

“O objetivo sempre foi fazermos os vinhos que gostamos com as pessoas que gostamos”, salienta Sara Matos. “Além disso, tínhamos esta visão de pertencer ao movimento Nat’Cool, criado pela Niepoort”, nota.

O primeiro vinho da dupla da Defio foi um Clarete de Baga na Quinta de Baixo, na Bairrada, a que se seguiu o Película Branco na região de Lisboa com Rodrigo Martins dos Vinhos Espera.

“Como gostamos de dar atenção aos detalhes, cada vinho que lançamos exige muito tempo, pelo que o processo tem sido gradual. Mas isto também nos permite desfrutar de cada passo do processo criativo, da adega ao embalamento e à comercialização”, frisa Ana Sofia Oliveira.

Sara Rodrigues Matos trabalhou na região da Bairrada com o conceituado produtor Luís Pato e atualmente gere a sua própria escola de vinhos, em Coimbra, a The Wine House (WSET). Já Ana Sofia Oliveira trabalhou, durante muitos anos, para a Wines of Portugal, promovendo os vinhos portugueses em todo o mundo, e atualmente está à frente da sua própria agência de comunicação e marketing de vinhos The Wine Agency.

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Governo dos EUA admite “ir mais longe” contra protestos

  • Lusa
  • 11 Junho 2025

"Não temos medo de ir mais longe. Não temos medo de fazer algo diferente, se necessário", disse a procuradora-geral norte-americana.

A procuradora-geral norte-americana advertiu esta quarta-feira que a administração Trump não receia “ir mais longe” para conter os protestos contra as políticas migratórias, enquanto o governador da Califórnia avisou que o Presidente “não vai parar” neste estado.

“Estamos num bom momento. Não temos medo de ir mais longe. Não temos medo de fazer algo diferente, se necessário”, afirmou Pam Bondi, citada pela CNN, numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou invocar a Lei de Insurreição, que permite o envio de militares para as ruas.

Nas últimas horas, o Presidente Trump afirmou que está disposto a invocar esta legislação, o que não acontece desde 1807, e classificou como “insurrectos” financiados para protestar contra as rusgas e detenções levadas a cabo pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

“Faremos tudo o que estiver dentro da nossa autoridade legal para proteger os nossos agentes da lei e todo o povo da Califórnia neste momento”, insistiu Bondi, que confia que o recente recolher obrigatório decretado no centro de Los Angeles sirva para conter a violência dos protestos nos últimos dias e que levaram Trump a enviar a Guarda Nacional para a cidade, à revelia do governador democrata da Califórnia.

O governador, Gavin Newsom, acusou o Presidente dos Estados Unidos de colocar em risco a democracia. Diante da possibilidade de distúrbios dessa magnitude, outro estado com um alto índice de população migrante, como o Texas, governado pelo republicano Greg Abbott, ordenou o destacamento da Guarda Nacional.

Gavin Newsom, o influente governador democrata da Califórnia, já advertiu contra a intervenção de Donald Trump, considerando que poderia muito bem espalhar-se por todo o país. Considerado um dos favoritos para a candidatura democrata nas próximas eleições presidenciais, em 2028, Gavin Newsom acredita que o presidente republicano excedeu amplamente a sua autoridade ao enviar o exército para enfrentar os manifestantes em Los Angeles.

“A Califórnia pode ser a primeira, mas está claro que não vai parar por aí”, alertou Gavin Newsom na terça-feira, num discurso transmitido pela televisão. Donald Trump, acrescentou, é um “Presidente que não quer ser limitado por nenhuma lei ou Constituição, perpetuando um ataque à tradição americana”.

O líder democrata mostrou-se preocupado com as detenções realizadas pela polícia de imigração, que acusa de ter detido uma cidadã norte-americana grávida e a filha de 4 anos. “Se alguns de nós podem ser arrancados da rua sem mandado, apenas com base em suspeitas ou na cor da pele, então nenhum de nós está seguro”, afirmou.

“Os regimes autoritários começam por visar as pessoas menos capazes de se defender. Mas não vão parar por aí”, acrescentou Gavin Newsom. Diante da falta de contrapoder ao Presidente e de um “Congresso inexistente”, Gavin Newsom exortou os norte-americanos a “se defenderem e exigirem responsabilidades”, ao mesmo tempo que convidou os manifestantes a fazê-lo de forma pacífica.

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Plataforma de investigadores da UMinho, que junta microrganismos e IA, vence prémio internacional

A plataforma de Raul Machado e de Ricardo Franco-Duarte junta microrganismos e IA para melhorar a saúde do solo e aumentar a produtividade agrícola.

Os investigadores Raul Machado e Ricardo Franco-Duarte, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UMinho), venceram o concurso de ideias “Nodal Award Shark Tank” da International Mentoring Foundation for the Advancement of Higher Education (IMFAHE). Competiram 92 candidatos de 27 instituições de dez países.

A dupla foi distinguida pela inovação da sua plataforma “AI4Microbes”, que usa inteligência artificial (IA) para prever e formular combinações microbianas personalizadas. Segundo a UMinho, “esta aplicação visa melhorar a saúde do solo, aumentar a produtividade agrícola e reduzir a dependência de fertilizantes e pesticidas sintéticos, contribuindo assim para uma agricultura mais sustentável e eficiente”.

Vencedores prémio internacional11 junho, 2026

Segundo Ricardo Franco-Duarte, doutorado em Biologia pela UMinho, este “projeto nasceu da vontade de aliar o conhecimento em microbiologia com a IA, para se poder enfrentar o grande desafio atual da sustentabilidade dos solos”.

Ricardo Franco-Duarte conta no currículo com reconhecido trabalho em genética molecular, leveduras e biobancos e coordena o grupo PhD Pursuit da Aliança Europeia Arqus. Já Raul Machado é doutorado em Biologia – ramo Ciência e Engenharia de Materiais pela UMinho, vice-coordenador do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S) e cofundou a spin-off euPa.

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Ministra do Ambiente anuncia nova área marinha protegida do Banco de Gorringe

  • Lusa
  • 11 Junho 2025

O Banco de Gorringe, a cerca de 200 quilómetros a sudoeste do Cabo de S. Vicente, Algarve, "irá projetar [o país] para uma percentagem muito perto dos 30%" de área marinha protegida.

A ministra do Ambiente anunciou esta quarta-feira a criação da área marinha protegida (AMP) do Banco de Gorringe, a sudoeste do Algarve, que fará com que Portugal se aproxime do objetivo de ter 30% de oceano protegido até 2030.

Maria da Graça Carvalho afirmou em conferência de imprensa em Nice, França, onde decorre a terceira Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC3), que “há uma decisão já consensual entre as várias partes envolvidas nas questões do mar de avançar com uma nova área marinha oceânica (…) que vai dar um outro salto importante nas nossas áreas marinhas protegidas e que é o Banco Gorringe”.

A ministra disse que o Banco de Gorringe, cerca de 200 quilómetros a sudoeste do Cabo de S. Vicente, Algarve, é zona com dimensão considerável – 180 quilómetros de comprimento – e que “irá projetar [o país] para uma percentagem muito perto dos 30%” de área marinha protegida.

Um dos temas da UNOC3 é a proteção dos oceanos de modo a serem sustentáveis e uma das metas das Nações Unidas é que até 2030 os países tenham 30% da sua área marítima com estatuto de proteção.

A ministra recordou que o “grande salto” de Portugal nesta área “foi dado pela proteção de 30% do mar dos Açores”, que possibilitou ao país estar nos atuais 19% de áreas marinhas protegidas.

A governante adiantou que o decreto-lei para a nova AMP está pronto e que agora segue-se a realização do modelo de gestão. Considerado com elevado valor ecológico, o banco de Gorringe integra desde 2015 a Rede Natura 2000 como Zona Especial de Conservação.

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Penacova ganha laboratório experimental de ideias na área da economia circular

Decorreu esta quarta-feira, em Penacova, a primeira reunião dos parceiros do projeto Utopize, liderado pela CIM da Região de Coimbra com quatro milhões de euros de financiamento.

Reunião dos parceiros europeus do projeto Utopize11 junho, 2025

O concelho de Penacova vai ter um laboratório experimental de ideias na área da sustentabilidade, economia circular e da participação da comunidade para intervenção no espaço urbano, no âmbito do projeto Utopize, que é financiado pela Comissão Europeia em quatro milhões de euros e liderado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

Para o presidente da Câmara Municipal de Penacova, Álvaro Coimbra, “o concelho de Penacova é o laboratório perfeito para este projeto”, considerando tratar-se de “uma oportunidade para dar um passo para um futuro mais sustentável, bonito e inclusivo, que respeite a natureza e celebre a diversidade”.

A primeira reunião de trabalho do Utopize – Urban Transformation Through Open Participation And Inclusivity For Citizen Empowerment aconteceu esta quarta-feira, na Casa das Artes, em Penacova, com os parceiros deste projeto provenientes de Itália, Suécia, Polónia e Finlândia.

Segundo a CIM da Região de Coimbra, este é o único projeto português aprovado pelo Programa Horizonte Europa no âmbito do New European Bahaus, com um orçamento de quatro milhões de euros e que tem uma duração de 36 meses. O projeto visa “criar espaços públicos resilientes, sustentáveis e culturalmente relevantes, que fortaleçam a coesão social e reflitam a identidade e história locais de cada bairro”, detalha.

Queremos criar esses espaços, envolvendo ativamente os cidadãos e utilizando tecnologias inovadoras como a realidade aumentada e os sistemas de informação geográfica.

Emílio Torrão

Presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra

Esta iniciativa contempla igualmente Soluções Baseadas na Natureza (NBS), e materiais sustentáveis no design e transformação dos espaços públicos, de modo a contribuir para a neutralidade climática.

Queremos criar esses espaços, envolvendo ativamente os cidadãos e utilizando tecnologias inovadoras como a realidade aumentada e os sistemas de informação geográfica”, sustenta, por sua vez, Emílio Torrão, presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra.

Sob liderança da CIM Região de Coimbra, o consórcio do projeto é constituído por 13 parceiros, entre eles a Universidade de Coimbra, o município de Penacova, o PolitecnicodiMilano (Itália) e AaltoUniversity (Finlândia).

Acresce a Orebro University (Suécia), Comune di Milano (Itália), Karlskoga kommun (Suécia), Volcano A/S (Dinamarca), Zentrum für Soziale Innovation GmbH (Áustria), Association Européenne pour l’Innovation dans l (Bélgica), a INOVA+ – Innovation Services, SA (Portugal), INNCREASE SP ZOO (Polónia).

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PRA anuncia a nomeação de Diogo Freitas como novo sócio

O advogado integra a equipa desde 2023 e tem vindo a assumir "um papel relevante na consolidação da presença da PRA na Madeira".

A PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados acaba de nomear Diogo Freitas como novo sócio da sociedade. O advogado integra a equipa desde 2023 e tem vindo a assumir “um papel relevante na consolidação da presença da PRA na Madeira”, segundo comunicado do escritório. “Ao longo dos últimos dois anos, Diogo Freitas distinguiu-se pelo profissionalismo, competência técnica e alinhamento com os valores da sociedade, contribuindo para o crescimento e afirmação da PRA na região”.

“A nomeação do Diogo Freitas como Sócio é um passo natural, fruto do trabalho consistente que tem desenvolvido e do impacto positivo que tem tido na nossa estrutura, particularmente na Madeira. Representa também o compromisso da PRA com uma cultura de crescimento sustentado e de promoção interna”, sublinha Pedro Raposo, Chairman da PRA.

A sua integração como sócio reflete “o reconhecimento do percurso desenvolvido e reforça a aposta da sociedade na valorização da equipa, com vista à continuidade de uma prática jurídica sólida, próxima dos clientes e atenta às especificidades locais”.

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Relação de Coimbra confirma condenação de ex-eurodeputado do PSD Álvaro Amaro

  • Lusa
  • 11 Junho 2025

A Relação de Coimbra confirmou a condenação a penas de prisão suspensas ao ex-eurodeputado do PSD Álvaro Amaro e ao atual presidente da Câmara de Gouveia, Luís Tadeu.

A Relação de Coimbra confirmou a condenação a penas de prisão suspensas ao ex-eurodeputado do PSD Álvaro Amaro e ao atual presidente da Câmara de Gouveia, Luís Tadeu, entre outros arguidos envolvidos num caso de parcerias público-privadas.

No dispositivo consultado pela agência Lusa, o Tribunal da Relação de Coimbra julgou improcedentes todos os recursos apresentados, que contestavam o acórdão do Tribunal da Guarda, determinado em abril de 2023, revogando apenas a sentença numa parte relacionada com o pedido de indemnização civil feito pela Câmara de Trancoso.

Em 2023, o ex-eurodeputado e antigo presidente das Câmaras da Guarda e de Gouveia, Álvaro Amaro, foi condenado por prevaricação de titular de cargo político a três anos e meio de prisão, com pena suspensa, condicionada ao pagamento de 25 mil euros, pena igualmente aplicada a Luís Tadeu, atual presidente do município de Gouveia.

Além destes dois autarcas, foi ainda condenado o ex-presidente da Câmara de Trancoso, Júlio Sarmento, a uma pena de prisão efetiva de sete anos, pelos crimes de prevaricação, corrupção e branqueamento de capitais, confirmada agora pela Relação de Coimbra.

Também o empresário Fernando Gouveia mantém a pena única de seis anos e seis meses de prisão, o consultor Marco Carreiro a de cinco anos de prisão suspensa (condicionada ao pagamento de 25 mil euros) e a empresária Josefina Araújo a uma pena suspensa de dois anos e meio por branqueamento de capitais.

A Relação de Coimbra julgou “totalmente improcedentes” os recursos apresentados pelos seis arguidos condenados em primeira instância, confirmando “integralmente o acórdão recorrido” relativamente à parte criminal, esclarece-se no dispositivo consultado pela Lusa. Após a condenação na primeira instância, Álvaro Amaro optou por renunciar ao mandato de eurodeputado.

Os juízes da Relação julgaram também improcedente o recurso apresentado pelo Ministério Público.

Já na parte civil, a Relação de Coimbra revogou o acórdão da primeira instância, face a recursos de Júlio Sarmento e Fernando Gouveia, no que toca ao pedido de indemnização civil deduzido pela Câmara de Trancoso, absolvendo os dois arguidos “das custas de tal pedido”.

O caso está associado a um processo de parcerias público-privadas (PPP) realizadas pelos municípios de Trancoso, Gouveia (distrito da Guarda) e Alcobaça (distrito de Leiria), entre 2007 e 2011.

Os nove arguidos do processo (três foram absolvidos na primeira instância) eram suspeitos da prática de crimes de corrupção, prevaricação de titular de cargo político, branqueamento de capitais e participação económica em negócio, entre outros, num esquema de PPP alegadamente lesivo para as contas dos municípios.

O Tribunal da Guarda tinha absolvido o presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, bem como a empresa MRG – Engineering & Solutions, S.A. e o arguido Eduardo Nogueira.

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Marcelo condena ataque a ator da Barraca. “Não queremos voltar a viver em ditadura”

  • ECO e Lusa
  • 11 Junho 2025

Em reação ao ataque a um ator da Barraca, o Presidente da República lembra que em "Democracia há e tem de haver liberdade de pensar e exprimir o pensamento, de forma plural e sem censuras".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quarta-feira que os “portugueses não querem voltar a viver em ditadura”, em reação ao ataque a um ator da companhia Barraca perpetrado por um grupo de extrema-direita.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que em “Democracia há e tem de haver liberdade de pensar e exprimir o pensamento, de forma plural e sem censuras. E que essa liberdade e esse pluralismo não podem ser calados, nem sovados, por quem discorda”, lê-se no site da Presidência da República.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes considerou “absolutamente inadmissível” o ataque de terça-feira contra um ator do teatro “A Barraca”, defendendo uma punição exemplar dos responsáveis. Marques Mendes defendeu que toda a “violência tem de ser condenada e sancionada pelos tribunais”.

Também a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, repudiou a agressão contra a companhia teatral A Barraca, classificando-a de “atentado contra a liberdade de expressão, contra o direito à criação, contra os valores democráticos”.

A atriz e diretora da companhia Maria do Céu Guerra contou que a agressão ocorreu na terça-feira, por volta das 20:00, quando os atores estavam a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, em Lisboa.

Junto à porta, cruzaram-se “com um grupo de neonazis com cartazes, programas”, com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes.

“Entretanto, os outros atores estavam a chegar. Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara”, afirmou a também encenadora, de 82 anos, que disse que o ator em causa teve de receber tratamento hospitalar.

(Notícia atualizada às 17h26 com mais informação)

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Trabalhadores do setor vidreiro da Marinha Grande conseguem aumento de 70 euros

  • Lusa
  • 11 Junho 2025

As empresas da Marinha Grande “já tinham aplicado valores mais baixos, que os trabalhadores nunca aceitaram, por isso é que foram para a greve, e agora vão ter de aplicar o resto".

Trabalhadores da Santos Barosa e da Gallo Vidro, na Marinha Grande, vão ter um aumento salarial de 70 euros, retroativo a janeiro, após várias greves, anunciou esta quarta-feira a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da FEVICCOM, Fátima Messias, explicou que as empresas “já tinham aplicado valores mais baixos, que os trabalhadores nunca aceitaram, por isso é que foram para a greve, e agora vão ter de aplicar o resto”, no âmbito do acordo de revisão salarial e pecuniária para 2025/2026/2027 conquistado.

Segundo a responsável, ao aumento salarial de 70 euros (mais 10 euros) acrescem “melhorias no subsídio de turno, que também contam e bastante”, no subsídio de alimentação e complementos de Natal e de Ano Novo. “Para quem trabalha por turnos, em termos médios mensais, sem contar com o Natal e o Ano Novo, são valores brutos próximos dos 100 euros”, sublinhou.

Ficaram também já definidos os referenciais para 2026 e 2027, sobre as tabelas deste ano. “Os aumentos serão, no mínimo, de 70 euros para 2026 e para 2027. A negociação foi com base na inflação, acrescida de 0,5%. Se a aplicação dessa percentagem não chegar aos 70 euros, aplicam-se os 70 euros como mínimo”, referiu.

O subsídio de alimentação será de 9,20 euros este ano, de 10,20 euros no próximo e, em 2027, o valor máximo de isenção pago em cartão até ao limite de 11 euros. Fátima Messias explicou que o acordo agora alcançado aplica-se, para já, apenas “à Santos Barosa e à Gallo Vidro, que têm acordo de empresa próprio”, mas o objetivo é que o mesmo aconteça relativamente à Vidrala Logistics.

Ainda não é de aplicação direta para essa terceira, porque ainda não tem acordo de empresa, mas vamos tentar igualizar dentro do grupo Vidrala”, acrescentou. Na sua opinião, ficou provado que vale a pena lutar: “se não fosse a persistência dos trabalhadores, não se tinha chegado a este resultado”.

“A empresa foi dizendo sempre que não, até agora, porque estava preparado um novo pré-aviso de greve para junho e outro para julho e a empresa soube disso”, contou a responsável, acrescentando que “havia um descontentamento muito grande” da parte dos trabalhadores.

A primeira fase de greves começou no final de março, em três empresas do Grupo Vidrala (Santos Barosa, Gallo Vidro e Vidrala Logistics), na Marinha Grande, distrito de Leiria. A segunda fase de paralisações ocorreu entre 11 e 15 de abril, na Santos Barosa e Gallo Vidro (Grupo Vidrala), face à “inflexibilidade e indisponibilidade negocial da administração do grupo”. Estas unidades têm cerca de 900 trabalhadores.

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Sócrates e Santos Silva vão a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais

Sócrates e Santos Silva vão a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais, no processo separado da Operação Marquês. Juíza defendeu que os factos sejam julgados em conjunto o principal.

José Sócrates e Santos Silva vão a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais. O Tribunal Central de Instrução Criminal decidiu, esta quarta-feira, que o ex-primeiro ministro vai a julgamento no processo secundário da Operação Marquês. Tal como o empresário Carlos Santos Silva. Juíza defendeu que os factos sejam julgados em conjunto com o processo principal da Operação Marquês.

Para o tribunal, “há consistentes indícios de que José Sócrates é o homem do fundo” e esses indícios “demonstram que Carlos Santos Silva é a pessoa nomeada por José Sócrates” para movimentar o dinheiro entre 2011 e 2014 para as contas do antigo primeiro-ministro.

No final da leitura da decisão instrutória, o advogado de José Sócrates, Pedro Delille anunciou que vai avançar com um recurso nos próximos dias para pedir a “nulidade por alteração substancial de factos”.

Para a defesa do antigo primeiro-ministro, que não esteve presente nesta sessão, a instrução do processo “foi feita com base numa acusação da qual os arguidos nunca foram notificados” e, também por isso, deve ser considerada nula. “Esta decisão foi feita sob tutela do Conselho Superior da Magistratura e é por isso também inválida”, acrescentou.

Em causa está um processo que acabou por ser separado da Operação Marquês e no âmbito do qual o juiz Ivo Rosa mandou para julgamento, em abril de 2021, José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva pela alegada prática, em coautoria, de três crimes de branqueamento de capitais e outros tantos de falsificação de documento.

A 3 de julho está marcado o arranque do julgamento da Operação Marquês. Neste processo, o antigo primeiro-ministro será julgado por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude.

Recorde-se que o Ministério Público (MP) reconheceu recentemente que prescreveram os três crimes de falsificação de documento atribuídos, em coautoria, ao antigo primeiro-ministro José Sócrates e ao empresário Carlos Santos Silva, neste processo autónomo.

De acordo com o procurador Rosário Teixeira, os indícios da prática dos crimes persistem, mas o “procedimento criminal se encontra extinto” por força da prescrição. As declarações foram proferidas no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, durante o debate instrutório de uma das vertentes do megaprocesso, que regressou a esta fase por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.

Os crimes agora considerados prescritos relacionam-se com a alegada falsificação de documentos ligados a um contrato de arrendamento de um apartamento em Paris, onde José Sócrates residiu, e a dois contratos de prestação de serviços com empresas que terão sido utilizados para encobrir a origem ilícita de fundos que terão beneficiado o antigo chefe do Governo, que liderou o Executivo entre 2005 e 2011.

Apesar da prescrição dos crimes de falsificação, continuam em apreciação três alegados crimes de branqueamento de capitais também imputados a Sócrates e a Carlos Santos Silva. Estes terão envolvido não só os contratos de prestação de serviços e o arrendamento em Paris, mas também a utilização de contas bancárias de terceiros, cujos nomes não foram divulgados, para ocultar fundos de origem ilícita.

 

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Olá desafia consumidores a “desibernar” e a acordar para o Verão em nova campanha

  • + M
  • 11 Junho 2025

Um urso, uma praia, uns óculos de sol e gelados são os "ingredientes" da nova campanha da Olá, assinada pela WYCreative. A produção é da Playground e o trabalho de pós-produção e 3D da Glimpse.

A Olá lançou uma nova campanha onde dá as boas-vindas ao verão e desafia os portugueses a “desibernar” e a sair da “toca”. Para isso, a marca recorre a um urso, a uma praia, a uns óculos de sol e, claro, aos seus gelados.

Sob o conceito “Desiberna-te. Acorda para o Verão” e com a criatividade da Wycreative, a campanha mostra um urso ainda meio “hibernado”, a caminhar pela praia ao som de “All Star”, dos Smash Mouth, que “rapidamente se contagia pela energia do verão, transformando-se ao desfrutar de um gelado Olá”.

O urso é a “personificação perfeita para o convite que a marca faz a todos os Portugueses: deixarem para trás o modo inverno e despertarem para os dias de felicidade, alegria, e partilha que o verão proporciona”, descreve-se em nota de imprensa.

“Quando recebemos o briefing percebemos imediatamente que queríamos fugir do óbvio. Mas sabíamos que a comunicação, para estar verdadeiramente à altura da marca, tinha de ser mais do que uma campanha de verão — tinha de ser um momento memorável, pois o verão e a Olá já são sinónimos de felicidade. Tínhamos de fazer algo tão memorável quanto o próprio ato de comer um gelado Olá. A palavra ‘Desiberna-te’ foi inventada — e essa invenção deu-nos o tom e a liberdade certos para um conceito e um universo visual inesperado, fun e absolutamente Olá”, dizem Sérgio Lobo e Tiago Varino, diretores criativos da WYcreative, citados em comunicado.

Já Bernardo Mello, general manager da Olá em Portugal, refere que a Olá é “sinónimo de verão e felicidade em Portugal”, o que dá à marca a “responsabilidade de surpreender todos os anos“.

“‘Desiberna-te’ é sobre voltar a sentir o verão com tudo o que ele traz: sol, energia, sorrisos — e, claro, os gelados Olá. Porque não há melhor altura do ano para sermos felizes”, acrescenta.

Presente em televisão, digital e outdoor, a campanha, contou com a produção da Playground, que uniu “criatividade nacional e tecnologia 3D para dar vida a uma história inesperada, divertida e muito refrescante”. O trabalho de pós-produção e 3D é da Glimpse.

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CMVM quer auditoras com modelos de governação sólidos

O regulador liderado por Luís Laginha de Sousa publicou um conjunto de recomendações para que as empresas de auditoria reforcem a sua estrutura de governo.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quer que as empresas de auditoria tenham um modelo de governo robusto, capaz de garantir a tomada de decisões informadas e, dessa forma, a qualidade dos serviços prestados. O regulador lançou, por isso, um conjunto de recomendações neste sentido.

“A estrutura de governação das firmas de auditoria constitui um fator relevante para o cumprimento das suas responsabilidades associadas às funções de interesse público”, começa por referir o regulador liderado por Luís Laginha de Sousa numa circular publicada esta quarta-feira com orientações para o governo das firmas de auditoria.

“Decorrente da ação de supervisão temática realizada pela CMVM, centrada nas práticas de governação de uma amostra de firmas de auditoria que auditam entidades de interesse público, identificaram-se oportunidades de melhoria“, conclui, com base numa análise à composição e funcionamento dos órgãos de gestão, separação de funções de fiscalização e gestão operacional, mas também aos mecanismos formais de deliberação e registo de decisões.

A CMVM lança, assim, um conjunto de orientações, apelando para a “necessidade de as firmas de auditoria assegurarem um modelo de governo robusto, ajustado à sua dimensão e complexidade, capaz de assegurar a tomada de decisões informadas e o controlo da atividade, em benefício da qualidade de auditoria”.

Entre as recomendações, o regulador indica que a “estrutura de governo das firmas de auditoria deve ser robusta e adequada, nomeadamente, em função da atividade de interesse público que prosseguem; da dimensão do seu negócio, da sua estrutura acionista ou societária e da natureza, dimensão e complexidade da atividade das entidades auditadas”.

As “firmas de auditoria que auditem entidades de interesse público reforçam o seu modelo de governo quando adotam a natureza de sociedades comerciais e observam, na falta de disposições especiais, o regime jurídico estabelecido na lei comercial“, aponta ainda.

Por outro lado, recomenda que a “integração de membros independentes no órgão de gestão deve ser avaliada para efeito do robustecimento do governo das sociedades de auditoria” e que a “gestão estratégica e operacional da firma de auditoria compete ao respetivo órgão de gestão. Consequentemente, o órgão de gestão deve pronunciar-se sobre as políticas e orientações globais da rede de que eventualmente faça parte e que possam ter impacto na atividade da firma de auditoria”.

“As decisões de gestão devem ser devidamente registadas, designadamente em ata”, refere ainda a CMVM, sendo que o “órgão de gestão deve reunir com uma regularidade compatível com os elementos caraterizadores da firma de auditoria”.

O regulador salienta também que a “estrutura de governação das firmas de auditoria deve ser transparente para os seus stakeholders, devendo ser prestada informação completa, verdadeira, clara e objetiva”.

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