Salário médio líquido dispara 10% para 1.142 euros. É a maior subida da década. Veja as profissões que mais ganham

Ordenado limpo de impostos aumentou 100 euros, no ano passado face a 2023. Militares tiveram o maior incremento à boleia do subsídio de risco. Mas a desigualdade entre homens e mulheres agravou-se.

O salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem, em Portugal, subiu 100 euros para 1.142 euros, o que corresponde a um aumento de 9,6%, em relação ao vencimento médio de 1.042 euros de 2023. É a maior subida da década, segundo as contas do ECO com base nos dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Na comparação com 2011, início da série, o ordenado médio, já limpo de impostos e contribuições, teve uma progressão de 331 euros (41%) face aos 811 euros praticados na altura.

Entre os grupos profissionais com incrementos mais generosos, o destaque vai para os militares das Forças Armadas que tiveram um aumento histórico de 22% (277 euros) à boleia da subida do suplemento de condição militar de 100 para 300 euros. Agricultores e técnicos de nível intermédio completam o pódio do grupo de profissões que sentiram valorizações salariais mais elevadas (ver tabela em baixo).

Analisando a evolução do salário médio líquido desde 2011, o ano mais antigo para o qual o INE disponibiliza dados, verifica-se que 2024 foi o ano no qual as remunerações, depois de descontados impostos e contribuições sociais, mais subiram. O aumento de 9,6% foi histórico, tendo em conta que as variações anuais rondaram sempre os 2% e 3%.

A forte subida do salário mínimo nos últimos anos, de 7,8% em 2023 e de 7,9% em 2024, a par da atualização remuneratória dos trabalhadores do Estado e da maior subida da base remuneratória da Administração Pública (BRAP) deram um especial contributo para a alavancagem do ordenado médio líquido no ano passado.

Para além disso, várias carreiras da Administração Pública como a dos professores, funcionários judiciais, forças de segurança (Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana), guardas prisionais, Forças Armadas e enfermeiros alcançaram, no ano passado, acordos para o descongelamento e valorização dos seus salários, o que também teve um peso especial na variação dos vencimentos médios.

Nunca em anos anteriores o ordenado médio tinha subido tanto. De lembrar que, em 2023, o incremento remuneratório foi de apenas 2,76%, tendo inclusivamente ficado aquém da inflação média registada naquele ano, de 4,3%. Recuando mais no tempo e excluindo a performance salarial de 2024, só se verificaram aumentos mais substantivos em 2020, com uma variação de 4,06%, e, em 2021, com 3,69%.

O período que registou uma evolução dos ordenados menos significativa está concentrado nos anos da governação de Pedro Passos Coelho, entre 2012 e 2014, fortemente marcada pela intervenção da troika. Em 2013, até houve uma contração de 0,62% do salário médio líquido mensal dos trabalhadores por contra de outrem, que caiu de 811 para 808 euros. Para esta evolução, contribuiu, por um lado, os cortes salariais entre 2,5% e 12% na Função Pública, aplicados em 2013, para quem auferisse mais de 600 euros brutos mensais e, por outro, o congelamento da retribuição mínima mensal garantida nos 485 anos, entre 2012 e 2014.

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Desigualdade salarial entre homens e mulher agravou-se para 206 euros

Apesar da evolução positiva das remunerações que, no ano passado, mais do que compensou a inflação média anual, de 2,4%, a desigualdade salarial entre homens e mulheres piorou. O fosso estava nos 178 euros e, agora, agravou-se para 206 euros, segundos os dados do INE. Aliás, esta tendência tem vindo a acentuar-se pelo menos desde 2022. Nesse ano, as trabalhadoras ganhavam menos 166 euros do que os congéneres masculinos.

Os homens também beneficiaram de um aumento mais generoso, de 10,14%, passando a ganhar, no ano passado, 1.249 euros em média, ou seja, mais 115 euros face ao vencimento de 1.134 euros.

O vencimento médio líquido das trabalhadoras, já depois dos descontos para IRS e as contribuições sociais, deu um salto menor, de 9,1% ou de 87 euros, passando de 956 euros para 1.043 euros, segundo os cálculos do ECO com base nas estatísticas do INE.

Maiores aumentos para as Forças Armadas, agricultores e técnicos

Quanto à variação do ordenado médio líquido mensal por conjuntos de profissões, o INE indica que a classe das Forças Armadas foi a que beneficiou da maior subida salarial (21,7%), que ultrapassou largamente a inflação de 2024 (2,4%). Este grupo auferia, em 2023, 1.274 euros por mês e viu o ordenado engordar 277 euros para 1.551 euros, no ano passado, o que traduz um avanço de quase 22%. Trata-se de um incremento recorde que, em grande medida, reflete a subida do suplemento de condição militar de 100 para 300 euros.

No ranking dos maiores aumentos, surge, em segundo lugar, a classe dos agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta, O salário médio destes trabalhadores subiu 75 euros, de 748 para 823 euros, o que corresponde a um aumento de 10%, também acima da variação do índice de preços.

A completar o pódio, na terceira posição, estão os técnicos e profissões de nível intermédio que passaram a ganhar 1.225 euros, ou seja, mais 109 euros face ao vencimento médio do ano anterior, de 1.116 euros. Esta variação de 9,8% também suplantou a inflação.

Todos os grupos de profissões registaram variações do salário médio líquido acima do índice de preços. De destacar, por exemplo, o pessoal administrativo: em termos absolutos, o ordenado médio subiu 81 euros, de 889 para 970 euros, o que corresponde a um aumento de 9,1%, mas já abaixo da variação global do vencimento médio líquido para o conjunto do país (9,6%).

No caso do grupo dos especialistas das atividades intelectuais e científicas, onde estão os professores e médicos, o vencimento médio líquido subiu 117 euros, de 1.452 para 1.569 euros, o que corresponde a uma variação de 8,1%.

Entre os grupos profissionais que registaram aumentos mais modestos, o destaque vai para a classe dos trabalhadores não qualificados, dos trabalhadores da montagem e dos gestores de topo de empresas e representantes do poder legislativo, como deputados ou membros do Governo.

No ano passado, o ordenado médio dos trabalhadores não qualificados subiu 40 euros para 697 euros face ao vencimento médio de 657 euros registado em 2023, o que corresponde a um incremento de 6,1%. É a variação mais comedida entre as profissões analisadas pelo INE. De salientar que estes valores estão abaixo do ordenado mínimo que, no ano passado, estava nos 820 euros mensais brutos, porque são já líquidos de impostos e contribuições sociais.

Os operadores e trabalhadores da montagem passaram a ganhar em média, no ano passado, 985 euros por mês, uma subida de 63 euros (6,8%) face ao vencimento anterior, que estava nos 922 euros.

Já os gestores de topo e os representantes do poder legislativa ganharam mais 123 euros, passando de um vencimento médio líquido de 1.763 euros para 1.886 euros. Ainda assim, é preciso sublinhar que esta categoria profissional é a mais bem remunerada, segundo os dados do INE.

O vencimento deste grupo de trabalhadores é mais do dobro do ordenado médio mais baixo, de 697 euros, pago aos trabalhadores não qualificados. A diferença entre o vencimento dos gestores de topo, de 1.886 euros, e o ordenado dos não qualificados é de 1.189 euros, o que corresponde a um fosso de 170,59%, que se tem vindo a agravar. Em 2023, a diferença estava nos 1.109 euros (169%).

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Fusão entre Caixa e Novobanco cria gigante público com quase um terço do mercado

'Nova Caixa' ficaria a gerir mais de 100 mil milhões em depósitos e teria uma carteira de crédito na ordem dos 75 mil milhões, passando a controlar cerca de um terço do mercado da banca em Portugal.

Uma eventual fusão entre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Novobanco daria origem a um gigante público com quase um terço de quota de mercado nos depósitos, mas também no crédito às famílias e empresas em Portugal.

O governador do Banco de Portugal alertou esta quarta-feira para as “consequências sistémicas” que um negócio dessa natureza poderia trazer para o mercado bancário nacional já de si altamente concentrado.

“A Caixa é um banco muito importante, mas isso traz também responsabilidade. É uma decisão de negócio com consequências sistémicas que têm de ser analisadas”, afirmou Mário Centeno em entrevista à agência Reuters, preferindo uma solução para o Novobanco que passe pelo mercado acionista através de um IPO. Seria “um bom resultado para o funcionamento e a competitividade do setor bancário”, admitiu.

O cenário da Caixa avançar para o Novobanco intensificou-se na última semana, com o próprio ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a abrir a porta a esse cenário: “Se a Caixa entender fazer essa avaliação face a situações que possam vir a ocorrer no futuro, o Governo depois tomará decisões com base nessa avaliação”.

O que dizem os números?

A Caixa já detém a liderança de mercado em Portugal. Sobretudo nos depósitos e no crédito à habitação, mercados onde detém atualmente mais de um quinto de quota, de acordo com os dados mais recentes apresentados pelos bancos (setembro de 2024).

Ou seja, a aquisição do Novobanco iria reforçar ainda mais a posição de liderança do banco público nesses segmentos – se a operação passasse sem a imposição de remédios pela Autoridade da Concorrência.

No caso dos depósitos, um ‘super banco público’ iria gerir mais de 100 mil milhões de euros em depósitos, com uma quota de mercado superior a 32%. E a carteira de crédito da casa superaria os 37 mil milhões, correspondendo a uma quota na ordem dos 32%.

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Também no crédito às empresas, onde o Novobanco mantém o ADN que herdou do BES, a ‘super Caixa’ passaria a líder incontestável do mercado, com uma carteira de mais de 37 mil milhões de euros e uma quota acima dos 30%.

Para trás (ou melhor, bem para trás) ficaria o atual líder do mercado, o Santander Totta, que tem uma quota a rondar os 19%, e os restantes bancos.

‘Espanholização’ da banca?

A mesma situação de hegemonia de mercado se passaria caso fosse o Santander a avançar para a compra do Novobanco. O Totta passaria a controlar também uma quota de mercado acima de 30% no crédito da casa e às empresas. Nos depósitos, contudo, a Caixa manteria a liderança.

Um cenário (também muito especulado) em que o BPI ficaria com o Novobanco também resultaria num dos grandes bancos em Portugal, mas a competir taco-a-taco com os rivais nos diferentes segmentos de mercado. Por exemplo, nos depósitos, Caixa e BCP continuariam a ser maiores. No crédito à habitação, tirava a liderança ao banco público, mas por uma curta margem.

Certo é que em qualquer dos casos (Santander ou BPI) o mercado bancário assistiria a um aumento significativo da presença espanhola.

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Concentração alivia, mas pode aumentar outra vez

Portugal apresenta um grau de concentração de 71,52%, ou seja, mais de sete euros por cada dez em ativos estão concentrados nos cinco maiores bancos a operar por cá, de acordo com as estatísticas do Banco Central Europeu referentes ao final de 2023.

Estes números situam Portugal no lugar 14 dos mercados bancários mais concentrados dentro da União Europeia, onde o grau médio de concentração dos ativos nos cinco maiores bancos é de 68,6%.

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Desde pelo menos 1999 que o sistema português tem observado uma tendência crescente no grau de concentração. Passou de 44% naquele ano para 73,9% em 2021, quando atingiu o pico. Tem vindo a aliviar nos últimos dois anos, mas caso o Novobanco vá para as mãos de um rival direto, seja Caixa, BCP, Santander ou BPI, o grau de concentração dará um novo salto.

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De Lisboa ao Minho, cinco reitores pedem critérios claros ao Governo sobre classificação das universidades

Reitores de Lisboa, Coimbra, Porto, Minho e Iscte pedem ao Governo que o financiamento às universidades seja "previsível e independente de ciclos eleitorais".

Os reitores das universidades de Lisboa, Coimbra, Porto, Minho e Iscte apelam ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que sejam estabelecidos critérios claros quanto às condições em que as instituições podem manter, ou definir, o seu estatuto de “Universidade”, “Universidade Politécnica” ou “Instituto Politécnico”. E que o financiamento às universidades seja “previsível e independente de ciclos eleitorais”.

Num comunicado conjunto, os cinco reitores – Luís Ferreira (Universidade de Lisboa), António de Sousa Pereira (Porto), Maria de Lurdes Rodrigues (Iscte), Amílcar Falcão (Coimbra) e Rui Vieira de Castro (Minho) – reagem às medidas anunciadas, esta quinta-feira, pelo ministro no âmbito da reforma do regime jurídico do ensino superior que foi aprovado em Conselho de Ministros. E que segue agora para discussão no Parlamento.

É insustentável um sistema em que a classificação das instituições não repouse em critérios de exigência, rigorosos e escrutináveis, ou que ela seja determinada de forma discricionária pelos governos, sujeitando-os a pressões locais e regionais de todo o tipo”, defendem os quatro reitores.

Universidade do PortoEgídio Santos/U.Porto

Os responsáveis sugerem como critérios para classificação de uma instituição como universidade a definição objetiva do número de cursos, de estudantes, de áreas científicas. Acresce, elencam, “a existência de centros de investigação com condições para ministrar ciclos de estudos de doutoramento nas áreas principais em que a instituição oferece formação”.

Apontam a evidência de práticas de investigação e internacionalização consolidadas como outro dos requisitos. “Deverá ser o posicionamento das instituições face a estes critérios a determinar o seu estatuto, não a decisão de um governo”, frisam, na mesma nota.

Numa conferência de imprensa, Fernando Alexandre explicou que o objetivo destas medidas é reforçar a autonomia das instituições, bem como estimular a competição e a qualidade.

Além dos critérios exigentes e objetivos para a classificação das instituições como “Universidade”, “Universidade Politécnica” ou “Instituto Politécnico”, os cinco reitores pedem ao ministro que clarifique “a consagração da autonomia e do financiamento plurianual das instituições, única forma de estas poderem programar estrategicamente os seus investimentos”.

Os reitores das universidades de Lisboa e do Porto, do Iscte, da Universidade de Coimbra e da Universidade do Minho, apelam também a Fernando Alexandre para que este novo regime “regulamente os financiamentos plurianuais das instituições de ensino superior”.

“Como qualquer tipo de investimento estratégico implica a passagem de vários anos entre a tomada de decisão e a sua concretização, é imprescindível que o financiamento seja feito um quadro de estabilidade previsto na lei”, afirmam os reitores. Pedem, por isso, que o financiamento às universidades seja “previsível e independente de ciclos eleitorais”.

Por fim, os reitores querem ver esclarecidas as garantias de democraticidade e colegialidade na gestão das universidades. E apelam, por isso, a Fernando Alexandre para que a revisão deste regime permita que as “universidades se tornem verdadeiramente competitivas no espaço europeu de ensino”.

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Costa garante apoio da UE ao “papel essencial” do Tribunal Penal Internacional

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O encontro de Costa com a presidente do TPI ocorreu no dia em que o Donald Trump anunciou sanções contra o TPI "pelas suas ações contra os Estados Unidos e os seus aliados".

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, recebeu esta quinta-feira em Bruxelas a presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), a quem garantiu o apoio da União Europeia (UE) perante o “papel essencial na justiça” deste organismo.

Hoje encontrei-me com a juíza Tomoko Akane, presidente do Tribunal Penal Internacional. O TPI desempenha um papel essencial na justiça a favor das vítimas de alguns dos crimes mais horríveis do mundo”, afirmou António Costa, numa mensagem publicada na rede social X, acompanhada por fotografias do encontro.

No dia em que foi avançada a informação de que o Presidente norte-americano, Donald Trump, planeia sancionar o TPI “pelas suas ações contra os Estados Unidos e os seus aliados”, nomeadamente Israel (um reconhecido aliado de Washington), o antigo primeiro-ministro português vincou na mensagem, sem nunca mencionar esta possível medida norte-americana, que “a independência e a imparcialidade são características essenciais da atividade do tribunal”.

“A UE continua empenhada em pôr termo à impunidade e em garantir a responsabilização por todas as violações do direito internacional”, adiantou António Costa. Fontes europeias ouvidas pela Lusa indicaram que, neste encontro que decorreu na sede do Conselho Europeu em Bruxelas, foram analisadas estas potenciais sanções dos Estados Unidos e como estas poderão afetar a instituição.

Perante tal cenário, o Conselho Europeu reafirmou o apoio da União Europeia ao TPI, de acordo com as mesmas fontes, que apontaram que Costa e Akane discutiram possíveis formas de o bloco europeu reforçar o seu apoio a esta instituição regida pelo direito internacional.

O TPI foi criado com base no Estatuto de Roma, que entrou em vigor em 2002, e é uma instituição independente (não integrante das Nações Unidas) para julgar sujeitos individuais pela prática dos mais graves crimes internacionais, como genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Em novembro passado, o TPI emitiu mandados de prisão contra líderes de Israel e do Hamas, acusando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o então ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, de usarem a fome como método de guerra, perseguição, assassinato e atos desumanos, enquanto os líderes do grupo extremista palestiniano foram responsabilizados por crimes contra a humanidade (alguns dos acusados já foram declarados como mortos).

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Basílio Horta pressiona Governo a abrir novo hospital de Sintra

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O novo Hospital de Sintra servirá 400 mil utentes, já está totalmente equipado e pronto a abrir portas. Autarca admite "tomar medidas que não são as mais agradáveis" se não abrir em breve.

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta (PS), manifestou-se esta quinta-feira “bastante preocupado” com a demissão do Conselho de Administração do Hospital Amadora/Sintra, temendo que isso implique atrasos na abertura da futura unidade hospitalar do concelho.

“Com esta demissão há duas perguntas que se colocam. O que se vai passar a seguir? Quando se demite a administração do Amadora/Sintra está-se a afetar a própria ULS (Unidade Local de Saúde). A ULS significa não só a gestão do Amadora/Sintra, mas a gestão do Hospital de Sintra e dos centros de Saúde”, referiu o autarca, em declarações à agência Lusa.

Basílio Horta falava esta tarde, depois de os membros do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Amadora/Sintra terem apresentado a sua demissão à ministra da Saúde e ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde.

Estava à beira de abrir o Hospital e a pergunta é esta. Vai manter o calendário de abertura? Porque, se não vai, o problema é gravíssimo. Porque nós estamos a prejudicar 600 mil pessoas”, sublinhou o autarca, referindo-se à futura unidade hospitalar do concelho, que estava prevista abrir portas no início de abril deste ano.

Segundo Basílio Horta, o novo Hospital de Sintra, orçado em 65 milhões de euros, e que servirá 400 mil utentes, já está totalmente equipado e pronto para abrir portas.

“O que nos resta fazer neste momento é apelar ao primeiro-ministro que veja o que está a acontecer. Não pode ignorar que fomos a única câmara que fez um hospital e que investiu dinheiro. Posso garantir-lhe que, se o Hospital não abre em tempo útil, como foi prometido, nós vamos ter que tomar medidas que não são as mais agradáveis”, assegurou.

Segundo explicou, a Câmara de Sintra, no distrito de Lisboa, poderá exigir ser ressarcida pelo Governo, caso se verifiquem atrasos na abertura do futuro Hospital. “Terá que nos pagar os 64 milhões que investimos, com juros, e ficar com o hospital e então abri-lo quando quiser”, apontou.

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Lloyd’s lança seguro para proteger famosos e executivos da cultura do cancelamento

  • ECO Seguros
  • 6 Fevereiro 2025

A cobertura não é acionada se a pessoa em questão tiver infringido a lei, dirige-se a quem se preocupa que as suas ações ou palavras sejam mal-interpretadas.

Onde há riscos tende a haver seguros para cobrir os danos, caso se verifiquem, e o “cancelamento” na internet não é exceção. Uma agência apoiada pela Lloyd’s of London, a Samphire Risk, está a criar uma apólice juntamente com o grupo de comunicação Borkowski PR para cobrir os danos que o “cancelamento” provoca, avançou o Financial Times (acesso pago).

A oferta inclui a gestão da comunicação durante a crise, serviços desenhados especificamente para proteger os beneficiários contra a cultura do cancelamento e também para mitigar danos reputacionais provocados por cobertura negativas feita pelos media e redes sociais sobre o beneficiário.

Como o próprio nome indica, as redes sociais são palcos de partilha e de consumo de informação, o que também possibilita reações instantâneas de boicote quando se considera que celebridades e executivos agiram ou disseram alguma coisa considerada, por parte dos utilizadores, inaceitável. Tal pode provocar danos reputacionais duradouros e custos financeiros.

De notar que a cobertura Preempt não é acionada se as pessoas em causa infringirem a lei ou se forem culpadas de irregularidades. É desenhada para quem se preocupa que as suas palavras ou ações sejam mal-interpretadas.

“As redes sociais potenciam qualquer reação e espalham-na pelo mundo em segundos”, afirmou Mark Borkowski, diretor de relações públicas que desenhou os termos da apólice em conjunto com RepuTitan. Acrescentou ainda que “numa época em que um único tweet pode apagar a credibilidade de uma vida inteira (…) [este] é o seguro contra a volatilidade digital”.

Ainda que já existam produtos de seguro que cobrem os riscos de crise de reputação, o responsável garante que este “colmatará a lacuna” nas apólices feitas para empresas por se concentrar na proteção pessoal de celebridades, executivos, atletas e indivíduos com elevado património líquido.

O produto também inclui medidas preventivas como investigação, análise, monitorização e formação para prevenir antecipadamente potenciais problemas de reputação. Também inclui uma linha direta 24 horas por dia, 7 dias por semana e 60 dias de trabalho de comunicação para gerir e responder à cobertura negativa dos meios de comunicação social e das redes sociais.

A apólice abrange também a gestão de riscos modernos, como a desinformação e os deepfakes (técnica de produção de conteúdos multimédia falsos, ainda que de aparência autêntica, ao manipular imagens e sons preexistentes). O seguro também cobre os riscos associados com o cancelamento, como a extorsão, a chantagem e as preocupações relacionadas com a família.

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Concorrente francês do ChatGPT lança Le Chat para telemóveis

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O Le Chat, que é comparável ao ChatGPT, já pode ser transferido nos sistemas operativos Android e Apple e é anunciado em vésperas da cimeira de Paris sobre esta tecnologia.

Mistral, startup de inteligência artificial (IA) e concorrente da norte-americana OpenAI, disponibilizou esta quinta-feira o seu agente de conversação em versão de aplicação móvel denominado Le Chat, designação que em português significa gato.

O Le Chat, que é comparável ao ChatGPT (da OpenAI), já pode ser transferido nos sistemas operativos Android e Apple e é anunciado em vésperas da cimeira de Paris sobre esta tecnologia, que decorre na segunda e terça-feira. “O seu melhor amigo de IA para a vida e o trabalho”, é assim que a Mistral designa a nova ferramenta numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), acompanhada de um vídeo.

“Este é um passo adicional e importante na nossa jornada de uma equipa científica nos seus primórdios para uma equipa que produz um produto”, declarou Arthur Mensch, cofundador da Mistral, em entrevista ao Le Figaro. A empresa assinou recentemente uma parceria com a AFP que lhe permite integrar as notícias da agência noticiosa francesa nas respostas às perguntas feitas ao seu ‘chatbot’.

O lançamento da Mistral ocorre depois de em 20 de janeiro a chinesa DeepSeek ter apresentado o seu novo modelo de IA que abalou o setor de tecnologia, ao afirmar ter conseguido criar uma ferramenta de conversação com desempenho comparável aos modelos mais avançados com um investimento mínimo de 5,6 milhões de dólares (cerca de 5,4 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Fundada por vários investigadores franceses que trabalharam em laboratórios de investigação de gigantes norte-americanos, a Mistral entrou no cenário da IA em maio de 2023, antes de lançar o Le Chat. A empresa revela ao mesmo tempo uma parceria com a Microsoft, que traz um investimento de 15 milhões de euros.

Na cimeira de Davos, em janeiro, a empresa indicou que estava a considerar uma entrada em bolsa (IPO).

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Países da Europa, Ásia, América e Oceânia condiciona acesso ao DeepSeek

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

Na Europa, Itália, Países Baixos e Irlanda já tomaram medidas para condicionar o acesso à chinesa DeepSeek nas instituições públicas. EUA, Taiwan e Coreia do Sul também colocaram entraves.

Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um modelo mais bararo de código aberto.

Quando menos se esperava, em 20 de janeiro a DeepSeek divulgou o seu último modelo de IA, o R1, que disse ser comparável ao o1 da OpenAI, criadora do ChatGPT, no que respeita à resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem.

Lançada em 2023 pelo fundo chinês High-Flyer Quant, a DeepSeek oferece serviços 95% mais baratos que o modelo o1 da OpenAI, mas tem suscitado dúvidas relativamente a questões de segurança, nomeadamente em termos de gestão de informação por parte de Pequim, e suspeitas de ter infringido patentes tecnológicas norte-americanas para criar a sua própria concorrência.

Este novo modelo agitou as bolsas mundiais, mas também aumentou o estado de alerta sobre a segurança dos dados. E 11 dias depois, em 31 de janeiro, o Congresso norte-americano proibiu os seus funcionários de usar a DeepSeek, advertindo que há evidências da existência de “atores” que “já estão a usar DeepSeek para distribuir software malicioso e infetar dispositivos”.

Foram ainda tomadas medidas de segurança para restringir a funcionalidade da IA chinesa em todos os dispositivos do Congresso e proibida a sua instalação em qualquer telemóvel, computador ou tablet oficial.

Na Europa, a Itália foi um dos primeiros países a avançar com a proibição, em 30 de janeiro, medida tomada pela entidade responsável pela proteção de dados, que ordenou a proibição “urgente e imediata” da DeepSeek ao não ter recebido a informação pedida um dia antes à tecnológica chinesa. A mesma entidade abriu uma investigação à DeepSeek.

O governo dos Países Baixos proibiu esta quinta os funcionários de usarem a plataforma de IA chinesa por esta ser “sensível à espionagem” e depois da Autoridade de Proteção de Dados do país instar os cidadãos a serem prudentes no uso desta plataforma.

Da Irlanda, a Comissão de Proteção de Dados (DPC), um dos principais reguladores da União Europeia (UE), solicitou na semana passada à DeepSeek informações sobre a gestão de dados privados dos utilizadores neste país, preocupada com a possibilidade de a informação privada dos clientes ser armazenada em servidores localizados na China.

“Escrevemos à DeepSeek solicitando informações sobre o processamento de dados realizado em relação a assuntos na Irlanda”, disse o vice-comissário da DPC, Graham Doyle. Noutro continente, vários ministérios sul-coreanos decidiram suspender o acesso destes aos seus computadores, pelas mesmas suspeitas, uma medida que foi igualmente tomada pelo governo australiano.

Também Taiwan tomou a mesma decisão de bloquear a DeepSeek, pelo “risco para a segurança”.

Depois da chinesa Huawei, que foi banida das redes 5G em muitos países, entre os quais Portugal, por questões de cibersegurança, e com a proibição do TikTok nos Estados Unidos suspensa para já, a DeepSeek é a empresa que se segue nos receios acerca da segurança de dados e de espionagem.

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Propostas para a Agenda Nacional de Inteligência Artificial até dia 28

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2025

O plano de ação para 2025-2026 será anunciado até ao final do primeiro trimestre de 2025. A Agenda Nacional quer "garantir que Portugal desenvolve um ecossistema sólido de inteligência artificial".

Os interessados em dar o seu contributo para a Agenda Nacional de Inteligência Artificial (IA) têm até 28 de fevereiro para o fazer, de acordo com informação disponível site “Participa.gov”.

A Agenda Nacional de Inteligência Artificial será materializada através de um plano de ação para 2025-2026, anunciado no final do primeiro trimestre de 2025, como garantiu em declarações à agência Lusa em dezembro de 2024, a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

A iniciativa é complementar ao que já foi publicado para a Estratégia Digital Nacional e pretende “garantir que Portugal desenvolve um ecossistema sólido de inteligência artificial, alinhado com o contexto regulatório europeu”. Segundo a informação avançada, a Agenda Nacional de Inteligência Artificial segue três eixos base: talento, infraestrutura e inovação e investigação.

Em primeiro lugar, “capacitar a atrair talento para liderar a inovação, promover a literacia em inteligência artificial, formar e requalificar a população ativa garantindo que todos estão preparados para os desafios desta tecnologia”.

Em segundo lugar, “assegurar os recursos tecnológicos necessários para impulsionar o desenvolvimento e a implementação de soluções de inteligência artificial”.

Em terceiro lugar, “fomentar a colaboração entre o setor privado, a academia e a administração pública para criar soluções com recurso a inteligência artificial que beneficiem a economia e os cidadãos.”

As propostas devem ser submetidas em https://participa.gov.pt/base/initiatives/SpdcYOwUAf/regulation, sendo que qualquer cidadão pode participar desde que previamente autenticado com chave móvel digital ou cartão de cidadão.

Cada submissão deverá conter a identificação de uma ou mais ações, sendo que para cada proposta de ação deve ser identificado o eixo para o qual pretende contribuir, uma breve descrição e a identificação dos objetivos da ação.

As sugestões serão posteriormente avaliadas pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), podendo a vir ser incluídas no diploma de aprovação do projeto, que entrará em consulta pública no mês de março em “consultalex.gov.pt”.

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Planicare cresce 25% e descola para ambições nacionais

A seguradora de saúde está a aumentar a rede de mediadores, já tem rede hospitalar alargada, mas quer mais ramos e produtos. Lucros e vontade dos acionistas empurram para aquisições.

A seguradora de saúde Planicare aumentou 25% o volume de prémios emitidos em 2024, atingindo 14,8 milhões de euros e um resultado líquido de 4,5 milhões de euros, mais 60% que no ano anterior. O rácio combinado baixou para 59% – quanto menor este rácio, maior a rentabilidade técnica – devido, segundo Gonçalo Carvalho, administrador, a “uma carteira nova com carência que ajudou na melhoria da sinistralidade, mas também houve o facto de os custos com sinistros não terem aumentado na proporção dos prémios”.

Rui Dinis, CEO da Planicare, está com objetivos ambiciosos de três anos seguidos a crescer negócios acima dos 20%.

Os lucros voltarão a ser reinvestidos afirmou a ECOseguros o CEO Rui Dinis, que aponta aquisições para lançar novos produtos e aposta numa notoriedade nacional que vai começar com uma grande campanha em rádio e redes sociais em março próximo.

O crescimento da seguradora foi nos últimos três anos sempre superior a 20% e para 2025 o objetivo é 28%. Será possível, considera a administração, por que já estará em pleno a rede de mediadores e uma oferta mais completa de serviços médicos, após a Planicare ter estabelecido um acordo com a AdvanceCare, aumentando em 50 mil o número de prestadores da rede.

Embora a taxa de renovação de contratos tenha sido positiva, “superior à de um ano antes”, segundo Rui Dinis, o facto é que as mais de 90 mil pessoas seguras foram captadas essencialmente por uma rede de balcões localizados nas unidades do grupo Trofa Saúde, pretendendo agora a seguradora estender a sua captação de novos segurados a todo o país.

A ligação da Planicare à Trofa Saúde foi essencial para o lançamento da seguradora, mas agora os acionistas António Martins Carneiro, Beatriz Vilanova e António Vilanova estão a procurar desenvolver a seguradora por si, procurando o crescimento do negócio para além da Trofa Saúde.

“Com a AdvanceCare chegamos agora das grandes unidades hospitalares às pequenas clínicas em locais remotos”, explica Rui Dinis. Agora procuram novos produtos – Acidentes Pessoais poderá ser a primeira novidade dado a sua estrutura semelhante ao de um seguro de saúde. Para esse objetivo, os administradores da Planicare afirmam que gostavam de adquirir seguradoras com esses novos ramos licenciados junto da ASF, a supervisora do setor.

Ainda quanto a aquisições, Rui Dinis afirma-se atento a oportunidades: “Há dois tipos de vendedores, os que querem vender e são fáceis de detetar e os que precisam de ser motivados para vender”, concluindo que fusões não estão nos planos da seguradora, mas sim a aquisição.

Outro dos vetores de expansão será um ataque às pequenas e médias empresas (PME), principalmente para “as muitas que ainda não têm seguro de saúde para os colaboradores em que a majoração de 20% nos custos em sede de IRC pode ser muito estimulante”, diz o CEO.

2025 à procura de notoriedade nacional

Já conhecida na zona norte do país, a Planicare prepara este ano para uma projeção nacional importante. Neste momento pretende-se atingir 20% da carteira captada através de agentes e de futuro chegar aos 30%.

Para esse objetivo, a Planicare vai continuar a investir em tecnologia própria: “O software é nosso e liga bem com o da AdvanceCare, estamos preparados para a inovação e para um time to market rápido com adaptação para lançar produtos para diferentes idades, com coberturas apropriadas aos segmentos”, reafirma o CEO, salientando o aperfeiçoamento da ligação por app, quer a mediadores quer a clientes finais, como uma das apostas.

Considerando-se preparada para gerir um crescimento acelerado, e depois de um rebranding da marca em 2024, a Planicare vai lançar uma campanha de comunicação e publicidade em março próximo, com o objetivo de aumentar a notoriedade da marca a nível nacional enquanto espera um impulso imediato com dos contratos realizados no final de 2024, com efeitos visíveis ao longo deste ano.

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Marques Mendes lança-se a Belém porque “não é tempo de aventuras”. E entregou o cartão de militante do PSD

Candidato à Presidência da República defende que é preciso experiência política para o cargo. Marques Mendes considera que o Chefe de Estado deve ter causas e intervir ativamente.

Luís Marques, comentador político e ex-dirigente social-democrata, oficializou esta quinta-feira a candidatura à Presidência da República, defendendo que é preciso experiência política para o cargo e que “não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro”. Num discurso a partir de Fafe, de onde é natural e onde iniciou a vida profissional, revelou ainda que entregou o cartão de militante do PSD como ato simbólico da sua independência.

O cargo do Presidente da República é um cargo eminentemente político e, assim, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro“, afirmou, naquilo que pode ser interpretado como uma farpa a Henrique Gouveia e Melo, o protocandidato mais bem posicionado nas sondagens, sem experiência política e que fez carreira na Marinha.

Ao longo de um discurso no qual procurou salientar o seu curriculum político, Marques Mendes argumentou que “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança, certeza e previsibilidade” num contexto de “parlamento nacional mais dividido e fragmentado” e uma “Europa economicamente estagnada”.

“Sinto que devo reafirmar a minha historia política e sinto-me confortado como a forma como sempre fiz política em Portugal”, disse, garantindo que a sua candidatura assenta em “valores”, é fundada em “desafios” e orientada para “compromissos”.

O agora candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém revelou que “não por renegar” as suas origens partidárias mas “num ato simbólico”, para reafirmar a sua “candidatura de independência e imparcialidade”, entregou o cartão de militante do PSD.

Quero ser o Presidente de todos os portugueses“, afirmou.

O candidato à Presidência da República, Luís Marques Mendes, intervém durante a sessão de apresentação da sua candidatura presidencial, no auditório do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, 6 de fevereiro de 2025. O candidato, que já foi deputado, autarca, ministro de quatro governos e líder do PSD, fez questão de destacar a sua experiência política como uma mais-valia para o cargo de Presidente da República.JOSÉ COELHO/LUSA

Reavaliação das leis eleitorais

Luís Marques Mendes assumiu o “compromisso com a ética política” e defendeu que é preciso “reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados“. No entanto, não se ficou por aqui. De acordo com o candidato presidencial o país deve “rever o funcionamento dos partidos, que estão muito fechados, para que criem dentro de si órgãos de natureza ética“.

Para o advogado natural de Fafe, é necessário que o Parlamento “disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes, chocantes e eticamente censuráveis“, considerando que “é preciso mais cuidado e exigência na escolha de titulares de cargos públicos”.

A degradação política que há anos se vive em Portugal não é aceitável“, vincou. Defendeu ainda que o Presidente da República deve ser um “construtor de pontes” para “evitar crises políticas” – que “não são modo de vida” –, “mediando consensos” e “estimulando entendimentos”.

Para Marques Mendes, “o Presidente da República não é uma entidade meramente simbólica”. Ou seja, “deve ter causas e intervir ativamente na sua defesa“, apontou. Neste sentido, apontou a “pobreza empregada” – em alusão à população que mesmo empregada sofre de pobreza –, considerando que “o trabalho digno deve dar lugar a uma vida digna”, mas também a criação de riqueza.

“Sem um país mais rico dificilmente seremos uma sociedade mais justa”, salientou, prometendo defender “o Estado Social”. Ademais, aludiu à justiça e ao combate à corrupção, ao apoio à imigração regulada e ao incentivo à natalidade, ao combate à violência doméstica, mas também à segurança.

(Notícia atualizada às 19h11)

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Seguradoras reduzem custos com pessoal e aumentam faturação na Madeira

Segundo os últimos dados divulgados pela DREM, quase todas (10) as seguradoras estão estabelecidas no Funchal, apenas uma está no município Santa Cruz.

As seguradoras na Região Autónoma da Madeira reduziram os custos com o pessoal mas aumentaram o valor de faturação em prémios emitidos.

Maria José Fortes, João Welsh e Miguel Santa Clara lideram a CBK que é um símbolo dos seguros na Madeira.

Segundo os dados avançados esta quinta-feira pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), existiam 11 empresas de seguros na região, o mesmo número que no ano anterior. Também o número de pessoas ao serviço foi igual a 2022, 43.

Já os custos com pessoas situaram-se nos 1.896 milhares de euros, registando “uma redução de 0,8%” em termos homólogos. Enquanto os os prémios brutos emitidos pelos estabelecimentos de empresas de seguros “subiram para os 72,8 milhões de euros” em 2023, mais 27,5% que no ano anterior.

Quase todas (10) as seguradoras estão estabelecidas no Funchal, apenas uma está no município de Santa Cruz.

Entre as seguradoras com estabelecimentos no arquipélago atualmente encontra-se a Fidelidade e a Mapfre, como indicam no respetivo sítio da internet.

Quanto ao ramo da distribuição dos seguros, que não está contabilizado nos dados divulgados nesta quinta-feira, as principais empresas também atuam na região. Entre eles está a maior corretora em volume de negócios em Portugal em 2023, a MDS, que no ano passado comprou a mediadora madeirense Bónus e já estava presente na região através da MDS Winbroker. A segunda maior corretora, Sabseg, também tem um escritório no Funchal, enquanto a CBK continua a ser um símbolo dos seguros na região.

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