EUA chegam a acordo com México. Tarifas foram adiadas um mês

Trump e Sheinbaum chegaram a acordo para prolongar as negociações pelo período de um mês, com o México a comprometer-se desde já a reforçar o controlo das fronteiras com 10 mil militares.

O presidente norte-americano chegou a acordo com a presidente mexicana para adiar, por um mês, a implementação de tarifas de 25% sobre bens importados do México, depois de o país se comprometer em reforçar o controlo das suas fronteiras.

“Tivemos uma boa conversa com o Presidente Trump, com grande respeito pela nossa relação e soberania”, começou por informar a presidente do México, Claudia Sheinbaum, num tweet publicado na rede social X.

Sheinbaum adiantou, na mesma publicação, que os dois chegaram a acordo sobre vários pontos. O primeiro é que “o México vai reforçar imediatamente a fronteira com os EUA com 10.000 membros da Guarda Nacional para prevenir o tráfico de drogas do México para os Estados Unidos, especialmente fentanil”.

Já os EUA vão trabalhar no sentido de “prevenir o tráfico de armas de alta potência para o México”, com os dois países a comprometerem-se a trabalhar desde já na “segurança e comércio”.

Minutos depois de Sheinbaum ter avançado com o adiamento da entrada em vigor das novas taxas aduaneiros, cuja implementação tinha sido anunciada para o dia 1 de fevereiro, o passado sábado, foi a vez do presidente norte-americano confirmar o acordo entre os EUA e o México, também através de um tweet na rede social Truth.

“Acabei de falar com a presidente Claudia Sheinbaum do México. Foi uma conversa muito amigável em que ela concordou em fornecer imediatamente 10.000 soldados mexicanos para a fronteira que separa o México dos Estados Unidos”, disse o presidente dos EUA, adiantando que “estes soldados serão especificamente designados para impedir o fluxo de fentanil e de migrantes ilegais” para os EUA.

Concordámos ainda em suspender imediatamente as tarifas previstas por um período de um mês, durante o qual teremos negociações lideradas pelo Secretário de Estado Marco Rubio, pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo Secretário do Comércio, Howard Lutnick, e por representantes de alto nível do México. Estou ansioso por participar nessas negociações, com a Presidente Sheinbaum, enquanto tentamos alcançar um ‘acordo’ entre os nossos dois países”, assegurou Trump.

O novo presidente dos EUA aprovou no dia 1 de fevereiro a implementação de tarifas de 25% sobre os bens importados do Canadá e do México e de 10% da China. Antes das negociações, o México tinha adiantado que iria retaliar estas novas taxas aduaneiras.

Depois destes anúncios são agora esperadas tarifas sobre a Europa, o que, a confirmar-se, também deverá ter resposta. Os líderes da Alemanha e da França garantiram esta segunda-feira que se Washington aumentar as tarifas alfandegárias aos produtos importados da União Europeia (UE), sofrerá retaliações económicas.

“Se for atacada por questões comerciais, a Europa, enquanto potência que mantém a sua posição, teria de ganhar respeito e, por conseguinte, reagir”, referiu o Presidente francês, Emmanuel Macron, em declarações à entrada do retiro de líderes europeus em Bruxelas.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também adiantou que o bloco europeu, “como o espaço económico mais forte [do mundo]” deve poder reagir também aumentando as suas medidas alfandegárias.

Os receios de uma escalada do protecionismo e de uma guerra comercial está a provocar um sell-off nos mercados, com os setores mais expostos às tarifas, como o automóvel, a liderarem as quedas. Já o dólar está a ser beneficiado e segue a negociar em máximos de dois anos face ao euro.

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CMVM vai lançar comparador de produtos financeiros

Ferramenta visa ajudar investidores a tomar decisões de investimento mais informadas. Comparador terá informações sobre o risco, retorno e custos dos diferentes produtos financeiros.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai lançar um comparador de produtos financeiros para ajudar os pequenos investidores a tomarem decisões de investimento mais bem informadas.

A ferramenta irá permitir “avaliar e comparar instrumentos financeiros disponíveis no mercado, com base em critérios como o risco, retorno e custos associados”, segundo prevê o regulador da bolsa no Plano de Atividades para 2025-2028 apresentado esta segunda-feira.

Com este comparador, a CMVM pretende fomentar a transparência e a confiança no mercado e no value for money dos produtos financeiros disponíveis, ajudando o pequeno investidor “na tomada de decisões mais informadas”.

“Não queremos ter uma atitude paternalista, mas queremos proteger os investidores e garantir que a informação que é prestada aos investidores é clara, fidedigna e fácil de interpretar. Não se quer impor requisitos adicionais aos intermediários financeiros, mas dar informação que permita tomar decisões mais bem informadas”, referiu a vice-presidente da CMVM, Inês Drummond, a conferência de imprensa de apresentação do plano, adiantando que a ferramenta está prevista no plano deste ano.

“Este objetivo resulta da convicção de que a confiança é um elemento essencial para manter e expandir a base dos investidores. A confiança não significa a ausência de risco”, disse o presidente do supervisor, Luís Laginha de Sousa.

Para 2025, a entidade reguladora irá desenvolver outras duas iniciativas: alertas rápidos aos investidores sobre os riscos nos mercados e implementar o plano de literacia financeira da CMVM 2024.

Em relação à primeira iniciativa, pretende criar mecanismos que introduzam maior rapidez e abrangência na emissão de alertas aos investidores sobre riscos associados a propostas e informações veiculadas, incluindo por entidades não autorizadas, designadamente através do recurso a ferramentas SupTech.

Sobre a segunda iniciativa, a CMVM irá dar prioridade à capacitação para a deteção de situações de fraude e burla, aos criptoativos e à sua nova regulamentação (MICA) e também ao papel crescente das redes sociais e dos chamados finfluencers junto dos pequenos investidores.

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CAP exige que Governo altere medida de apoio à língua azul

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

Álvaro Mendonça e Moura defende que o apoio anunciado pelo Governo "não é de todo suficiente" e "deixa de fora praticamente a totalidade dos produtores".

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) exigiu esta segunda-feira que a medida anunciada pelo Governo para compensar os produtores que perderam efetivos por causa do surto de língua azul cubra “a totalidade do prejuízo”.

No final de uma reunião do Conselho Consultivo Regional da CAP, em Vidigueira, no distrito de Beja, o presidente da estrutura, Álvaro Mendonça e Moura, defendeu que o apoio anunciado pelo Governo “não é de todo suficiente” e “deixa de fora praticamente a totalidade dos produtores”.

“A medida está mal desenhada, é preciso revê-la. A ideia do Governo é compensar os produtores, mas têm que ser compensados todos os produtores que, efetivamente, tiveram prejuízos substanciais com a epidemia da língua azul”, afirmou. O Ministério da Agricultura e Pescas anunciou na quinta-feira um apoio de oito milhões de euros, através do Plano de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR2020), aos produtores afetados pela língua azul e pelas tempestades Kirk e Dana em 2024.

São elegíveis para estes apoios as explorações cujo dano sofrido seja superior a 30% do seu potencial produtivo e cujo investimento associado represente um montante entre os mil e os 400 mil euros”, explicou o ministério, em comunicado. Para a CAP, a medida “está mal desenhada”, porque o limite de 30% “exclui praticamente a totalidade dos produtores”, que “não têm só ovinos, têm bovinos ou têm outras produções”.

“É preciso indemnizá-los do prejuízo efetivo que tiveram e essa medida tem que ser corrigida”, argumentou o presidente da CAP. Também em declarações aos jornalistas no final da mesma reunião, o produtor agropecuário Miguel Madeira alertou para o facto de o apoio não contabilizar as perdas sofridas com os abortos e com os animais nascidos e que não sobreviveram.

“A grande quebra da produção reflete-se na perda de borregos, nos animais doentes [e] nos animais que ficaram improdutivos, não se sabe por quanto tempo. Portanto, isso tudo quantificado é, de facto, um grande prejuízo para o produtor. [Por isso], os 30% de quebra de potencial produtivo é uma medida que não se adequa a esta doença”, assegurou.

O presidente da CAP disse já ter transmitido ao Governo as preocupações dos agricultores, esperando agora uma “resposta rápida” do executivo com a correção da medida que estabelece o apoio para a língua azul. “Estamos a falar de milhões de euros de prejuízos com a epidemia da língua azul”, recordou Álvaro Mendonça e Moura.

O presidente da CAP pediu ainda ao Governo que comece “desde já” a pensar “nos serotipos que já se sabe que vão afetar o país”, nesta primavera, e que disponibilize “rapidamente vacinas”, comparticipando o seu valor, para que não seja criada “uma situação de desigualdade em relação aos produtores pecuários espanhóis que estão a ser apoiados”.

A febre catarral ovina ou vírus da língua azul já matou mais de 37.000 ovinos e afetou 1.800 explorações, num total de 118.607 infetados, segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) enviados à agência Lusa em janeiro.

No final da reunião, o presidente da CAP manifestou ainda preocupação sobre a reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) ter sido “feita à custa do investimento” no setor agrícola. “Nós estamos a ficar preocupados, porque nos parece que a reprogramação do PEPAC, que tem aspetos positivos, é feita à custa do investimento e isso não pode acontecer”, afirmou

Segundo o responsável, se o país quer reduzir o défice da balança comercial, é preciso “investir na modernização tecnológica e científica da agricultura”.

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Produção na mina alentejana de Neves-Corvo em 2024 ficou abaixo do previsto

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

A multinacional sueco-canadiana Lundin Mining apontava para uma produção de cobre e zinco entre as 120.000 e as 130.000 toneladas, mas o valor ficou abaixo de 110 mil toneladas em 2024.

A produção de concentrados de cobre e de zinco na mina de Neves-Corvo, no concelho alentejano de Castro Verde, no ano de 2024, ficou abaixo das previsões iniciais da empresa proprietária.

Em comunicado, consultado pela agência Lusa, a multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, ainda proprietária da Somincor, concessionária da mina situada no distrito de Beja, revelou que em 2024 saíram de Neves-Corvo um total de 109.571 toneladas de concentrado de zinco, mais 759 que no ano anterior.

De acordo com a informação da empresa sediada em Toronto (Canadá), este valor acabou por ficar abaixo do inicialmente previsto, que era uma produção entre as 120.000 e as 130.000 toneladas, e também das previsões entretanto revistas, que apontavam para 111.000 a 116.000 toneladas.

No cobre, a produção em Neves-Corvo no ano passado ficou-se pelas 28.228 toneladas, menos 5.595 que no ano anterior. Trata-se de uma quantidade abaixo do que eram as previsões iniciais da empresa para 2024, que apontava para uma produção entre as 30.000 e as 35.000 toneladas.

Ainda assim, e de acordo com o comunicado da Lundin Mining, a produção de cobre em Neves-Corvo em 2024 acabou por ficar dentro dos valores entretanto revistos pela empresa, que variavam entre as 27.000 e as 30.000 toneladas. Apesar destes resultados na mina alentejana de Neves-Corvo, a Lundin Mining terminou o ano de 2024 com um recorde na sua produção anual de cobre e zinco, com um total de 369.067 e 191.704 toneladas, respetivamente.

No caso do zinco, a mina de Neves-Corvo acaba por ser responsável por mais de metade da produção total de concentrado deste metal no ‘universo’ da Lundin Mining. Citado no comunicado, o CEO da multinacional sueco-canadiana, Jack Lundin, considerou que 2024 acabou por ser “um ano transformador para a empresa”.

O gestor acrescentou ainda que a venda de Neves-Corvo e da mina de Zinkgruvan, na Suécia, à empresa mineira Boliden AB deverá estar “concluída a meio do ano”. Constituída em 24 de julho de 1980, a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo, que produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo, e onde trabalham cerca de 2.000 pessoas.

A empresa está ligada ao grupo sueco-canadiano Lundin Mining há cerca de duas décadas, sendo a maior mina de zinco na Europa e a sexta maior de cobre também no continente europeu, assim como a maior empregadora da região. Além de Neves-Corvo, a Lundin Mining é detentora das minas de Candelária e Caserones (ambas no Chile), Chapada (Brasil), Filo del Sol e Josemaria (Argentina), Eagle (Estados Unidos) e Zinkgruvan (Suécia).

 

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Suecos descartam sabotagem em rutura de cabo submarino de fibra ótica

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

Uma "combinação de condições climatéricas, falhas de equipamento e erros de navegação contribuíram” para os danos no cabo, segundo a justiça sueca.

O procurador sueco que investiga a rutura de um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, ocorrida a 26 de janeiro, descartou esta segunda-feira tratar-se de um ato de sabotagem, pelo que levantou a apreensão do navio suspeito.

Foi estabelecido que uma combinação de condições climatéricas, falhas de equipamento e erros de navegação contribuíram” para os danos, afirmou Mats Ljungqvist em comunicado. A Suécia tinha abordado um navio búlgaro, o “Vezhen”, no âmbito da investigação de “sabotagem agravada”.

O diretor executivo da empresa de navegação búlgara NaviBulgar negou qualquer irregularidade. “A investigação mostra agora claramente que não se tratou de sabotagem”, graças ‘aos interrogatórios, às apreensões efetuadas e analisadas e aos exames do local do incidente’, acrescentou Ljungqvist.

O navio apreendido foi, no entanto, a causa dos danos no cabo, segundo o procurador. A investigação prossegue para determinar se foram cometidas outras infrações relacionadas com este incidente. Na madrugada de 26 de janeiro, foi danificado um cabo de fibra ótica pertencente ao Centro Nacional de Rádio e Televisão da Letónia (LVRTC), que liga a ilha sueca de Gotland à cidade letã de Ventspils.

O LVRTC afirmou que as avaliações preliminares sugeriam “fatores externos”. Num contexto de vigilância reforçada face às ameaças de “guerra híbrida”, a Noruega abordou brevemente, entre quinta e sexta-feira, um navio norueguês com tripulação russa por suspeita de envolvimento nos danos, antes de o deixar regressar ao mar por falta de provas.

Vários cabos submarinos foram danificados ou quebrados nos últimos meses no Mar Báltico. Em resposta à natureza repetida destes acontecimentos, a organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) anunciou em janeiro o lançamento de uma missão de patrulha para proteger esta infraestrutura submarina sensível.

Aeronaves, navios e drones estão agora a ser destacados de forma mais frequente e regular para o Mar Báltico, no âmbito de uma nova operação designada “Baltic Sentinel” (“Sentinela do Báltico”).

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Iberdrola vai vender energia eólica do Tâmega à Amazon

A aliança que a Amazon e a Iberdrola já tinham no campo das energias renováveis ganhou mais capacidade e estendeu-se a cinco novas geografias.

A tecnológica Amazon e a energética Iberdrola adicionaram 476 megawatts (MW) de contratos de compra de energia (PPA) à sua parceria global em energias renováveis, e expandiram a sua presença a cinco novos países. Os novos contratos incluem o primeiro PPA da Amazon em Portugal, para 219 MW, com origem no Complexo Eólico do Tâmega, que passará a ser o maior parque eólico de Portugal, e cuja construção está prevista para 2025.

A parceria entre as duas empresas também se expandiu para Espanha, com dois PPA de escala industrial fechados para um total de 257 MW de energia solar e eólica. Os três projetos equivalem a 1.093 GWh de eletricidade livre de carbono por ano, o suficiente para abastecer o equivalente a cerca de 300.000 casas por ano.

No total, desde o primeiro PPA assinado, a Amazon já contratou – em todo o mundo – mais de 66.000 GWh de energia renovável à Iberdrola.

Em paralelo, em agosto de 2024 a Iberdrola selecionou globalmente a AWS como o fornecedor de cloud preferencial para fluxos de trabalho de inteligência artificial (IA) generativa. Utilizando as funcionalidades de inteligência artificial da AWS, a área de distribuição da Iberdrola está agora a inovar no processo de ligação à rede para novos pontos de fornecimento.

A área de renováveis da Iberdrola está a otimizar o seu processo de design de parques eólicos – ao aproveitar o poder de computação da cloud da AWS – para simular efeitos de esteira (quando o vento ao passar pela turbina perde velocidade e se torna instável), e, assim, melhorar ainda mais o layout e a eficiência das turbinas eólicas.

A Iberdrola também está a recorrer a modelos computacionais da AWS para melhorar o desempenho das simulações de previsão meteorológica em todos os seus 400 parques eólicos por todo o mundo.

Para 2025, estão planeadas iniciativas que incluem a construção de uma plataforma de Desktop Virtual as a Service na AWS, com serviços como o Amazon WorkSpaces, e a implementação de uma AWS Landing Zone para apoiar a migração de processos de trabalho críticos para a Região AWS em Espanha.

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Ramalho Eanes diz que “mundo mudou para pior”

"O mundo mudou para pior. E aquilo que julgávamos que era sagrado, soberania, o direito dos povos, o direito das gentes, tudo isso acabou", diz antigo Presidente da República Ramalho Eanes.

O mundo mudou para pior. E aquilo que julgávamos que era sagrado, soberania, o direito dos povos, o direito das gentes, tudo isso acabou“. O alerta é do antigo Presidente da República, o general Ramalho Eanes.

Aos 90 anos, o antigo Chefe de Estado foi esta segunda-feira, no Porto, distinguido com o Grande Prémio Ilídio Pinho, no âmbito da terceira edição deste galardão organizado pela Câmara do Porto e pela Fundação Ilídio Pinho. Considerando tratar-se de “uma atribuição excessivamente generosa“, Ramalho Eanes explicou que inicialmente recusou o prémio, mas depois acabou por aceitar para evitar que os membros do júri interpretassem a sua atitude como “uma manifestação de menos respeito ou consideração”.

Emocionado e perante uma plateia, com personalidades dos vários quadrantes políticos até ao empresarial, Eanes começou por sublinhar que “não merecia homenagens”, argumentando que “a pátria não deve nada a ninguém, não deve nada a nenhum dos seus filhos”.

Aceitou a medalha, mas não o valor pecuniário no valor de 100 mil euros, argumentando a decisão: “Desde muito cedo vi morrer homens em combate pelo país e como a pátria financeiramente pobre tratava os seus descendentes. Prometi a mim mesmo que nunca receberia mais proventos dos que me eram devidos pela minha função“.

O mundo mudou para pior. E aquilo que julgávamos que era sagrado, soberania, o direito dos povos, o direito das gentes, tudo isso acabou.

Ramalho Eanes

Ex-Presidente da República

À margem da cerimónia, Ramalho Eanes frisou que vê neste reconhecimento uma homenagem ao que a sua “geração tentou fazer” — “acabar com a ditadura e estabelecer uma democracia crua e partidária em que o povo, e só ele, escolhe o seu futuro e organiza o seu destino”.

Já durante o seu discurso, o antigo Chefe de Estado apelou à “vontade” para “um futuro com sentido, que possa trazer felicidade à maioria dos portugueses”. “Para além de instrumentos e meios, é absolutamente dominante o querer. Como diz Miguel Torga, somos nós que fazemos o destino“, reiterou.

Ramalho Eanes deixou ainda um recado à esfera política: “O país tem de olhar para determinados aspetos que são fundamentais para que tenha futuro. E não se percebe que em relação a esses aspetos fundamentais — que são indispensáveis para a realidade –, não haja entendimento partidário, entendimento social, entendimento cultural“.

Durante o seu discurso, Ramalho Eanes chamou ainda a atenção para a necessidade de “um novo rumo estratégico para Portugal”, com “um programa de reforma económica, política e social”, apesar de não ser fácil no contexto mundial “em que a guerra se tornou uma realidade ameaçadora”.

O atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa foi a grande ausência da cerimónia, no Salão Nobre da câmara portuense. Ficou retido em Oslo, na Noruega, após uma avaria no Falcon da Força Aérea Portuguesa. A sessão contou com a participação do presidente da Assembleia da República. José Pedro Aguiar-Branco enalteceu Ramalho Eanes como “um herói consensual” a quem o país que hoje se conhece “deve muito”.

O general Ramalho Eanes lembra-nos que a nossa democracia, como hoje a conhecemos, não nos foi oferecida, não estava escrita nas estrelas. Teve de ser conquistada com risco pessoal por tantos, militares e civis, teve e tem de ser construída todos os dias com o empenho e a criatividade cívica de todos, encontrando equilíbrios difíceis, reconciliando diferenças, debatendo caminhos de futuro”, assinalou o presidente da Assembleia da República.

Já o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, em representação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que está em Bruxelas, referiu que tudo o que se possa “dizer sobre o Ramalho Eanes nunca pecará por ser excessivo”, enaltecendo as suas qualidades, como “a conduta ética, serviço cívico e sua missão e a sua causa ao país”.

Já o presidente da Fundação Ilídio Pinho, Ilídio Pinho, notou, por sua vez, que Ramalho Eanes é “um ativo de Portugal e da portugalidade, grande merecedor deste prémio.

Já antes o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tinha destacado “a vida [de Ramalho Eanes] dedicada a servir o país e a defender os valores da liberdade, do pluralismo e da tolerância”. Reconheceu ainda “a firmeza e determinação [do antigo Chefe de Estado] em momentos decisivos para o fortalecimento do atual sistema político”.

Ramalho Eanes venceu as primeiras eleições presidenciais pós-25 de Abril com 62% dos votos e cinco anos depois foi reeleito à primeira volta.

O cardeal D. José Tolentino de Mendonça e o arquiteto Álvaro Siza Vieira já foram reconhecidos com este prémio que foi criado em 2022 e atribui 100 mil euros a cidadãs e cidadãos nacionais.

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Dona da Paladin cria Fundação Casa Mendes Gonçalves

Fundação é para o "desenvolvimento dos três pilares: o nutrir a educação e regeneração, para o desenvolvimento da terra e da região", adianta Carlos Gonçalves, fundador, ao ECO. A ler no ECO magazine.

Carlos Mendes Gonçalves, CEO da Casa Mendes GonçalvesHugo Amaral/ECO

A dona da Paladin criou a Fundação Casa Mendes Gonçalves, avançando a partir de abril para um novo modelo de governança.

Vou doar as minhas ações à Fundação e, portanto, a Fundação passará a dona da empresa [Casa Mendes Gonçalves] e daí retirará também, numa primeira fase, a totalidade, mas queremos que seja uma parte, do seu financiamento, porque a sua própria atividade deverá encontrar outras fontes de financiamento”, adiantou Carlos Gonçalves, fundador e CEO da Casa Mendes Gonçalves ao ECO, durante uma reportagem na fábrica da empresa na Golegã que poderá ser lida na próxima edição do ECO magazine, esta terça-feira nas bancas.

“A Fundação, que vamos apresentar em abril, é completamente separada da empresa. Não tem nada a ver com a atividade da empresa, não é para resolver nenhuma questão da empresa”, assinala o fundador.

“A nossa Fundação é para o desenvolvimento dos três pilares: o nutrir a educação e regeneração, para o desenvolvimento da terra e da região”, reforça. A escola, que vai ser construída nos terrenos da Casa Mendes Gonçalves, na Golegã — um projeto do atelier japonês Tezuka Architects, fundado por Takaharu e Yui Tezuka — faz parte dos projetos sob a alçada da futura Fundação.

“As empresas familiares têm sempre um estigma que, infelizmente é uma realidade em 98% delas: nascer, crescer e morrer. Sempre achamos que aqui não deveria ser assim. Portanto, escolhemos aqui um modelo diferente e também de responsabilização, de autoresponsabilização com esta comunidade. A partir dos 60 e tal pessoas a empresa deixa de ser nossa, passamos a ter uma responsabilidade, numa terra que é pequena, muito grande”, comenta. A vila da Golegã, onde a fábrica está instalada, tem cerca de 3.000 habitantes, o concelho tem cerca de 5.000. “Nós somos 420”, detalha o fundador.

As empresas familiares têm sempre um estigma que, infelizmente é uma realidade em 98% delas: nascer, crescer e morrer. Sempre achamos que aqui não deveria ser assim. Portanto, escolhemos aqui um modelo diferente e também de responsabilização, de autoresponsabilização com esta comunidade.

Carlos Gonçalves

CEO da Casa Mendes Gonçalves

Com a Fundação, a empresa avança assim para um novo modelo de governação para a empresa familiar. “Não estou criticando, cada um escolhe o caminho que quiser, mas sempre achei muito injusto que os pais projetassem nos filhos uma vontade — que depois se desiludam com os filhos —, que os filhos fiquem obrigados a um cargo que não escolheram, que não querem e que, eventualmente, não terão condições — e não terem condições, não quer dizer que não sejam inteligentes ou capacidade — [de executar]”, comenta. “Se calhar têm capacidade extraordinária para outra coisa. Portanto, perdem duas vezes: não fazem o que gostam e, muitas vezes, ficam com a desgraça de ser nas mãos deles que a coisa acaba”, diz.

A Fundação “dá seguimento à empresa”, afirma. “A empresa não pode sair daqui, tem que continuar a ter a sua atividade, passará a ter uma governance ligeiramente diferente. Continuará a querer ter resultados e lucro, uma coisa que em Portugal é mais ou menos pecado, mas a empresa precisa ter resultados e ter lucro. O resultado não vai para nenhum fundo, para nenhuma família, vai para a Fundação, para as suas atividades e está claríssimo onde é que a Fundação usa esse rendimento”, descreve.

Tiago Pereira, até recentemente membro executivo da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), assumiu a função de CEO da Fundação Mendes Gonçalves.

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João Bento e o futuro dos CTT. ECO magazine nas bancas

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2025

O ECO magazine de fevereiro chega às bancas, com destaque para uma grande entrevista a João Bento, uma reportagem na empresa dona da Paladin e uma análise sobre o setor da aeronáutica em Portugal.

“Somos muito ágeis. Quem não tem cão caça com lebre”. À entrada para o último ano deste mandato à frente dos CTT, João Bento diz que a empresa já não é uma companhia postal em transformação e sim um operador logístico de comércio eletrónico. “É um ciclo novo”, garante o CEO dos CTT em entrevista nesta nova edição do ECO magazine, esta terça-feira nas bancas de todo o país.

Depois de uma transformação “para sobreviver” à queda do correio, os CTT aceleram à boleia das vendas das grandes plataformas chinesas e com aquisições e parcerias que reforçam a sua atividade de entregas expresso.

“Nestes meus primeiros anos de liderança o foco era transformar a empresa para sobreviver e hoje já não é. Eu fui bastante pressionado, quando cheguei, para vender Espanha. No limite, fechar, se não encontrássemos saída. Isso teria sido um erro”, refere ainda o CEO dos CTT. Em Espanha, fechou no final do ano passado a compra da empresa espanhola de desalfandegamento Casesa por 104 milhões, reforçando o músculo logístico ibérico dos CTT.

A entrada em novos mercados e uma redução da participação no banco são caminhos para o futuro, admite o gestor.

 

Num momento em que Portugal está atrair investimentos do setor de aeronáutica, falamos com empresas e especialistas para avaliar o peso que a indústria já tem (e pode vir a ter) na economia nacional. Poderá ter a mesma dimensão e dinamismo que o setor automóvel? A ler no Capital: “Aeronáutica. A indústria que dá asas à nossa economia”.

Na opinião, ouvimos Elisa Ferreira (antiga comissária europeia) e José Manuel Fernandes (AEP) sobre os desafios que antecipam para a economia e para o país.

Fomos à Golegã conhecer a Casa Mendes Gonçalves que está em processo de transformação para se afirmar como uma ‘casa de marcas’. A dona da Paladin e do piripíri Sacana acaba de comprar a Diese, marca de alimentação saudável, a última das aquisições para reforçar o seu portefólio. A reportagem pode ser lida (e vista) no Chão de Fábrica: “Na Golegã há uma Casa com muito piripíri”.

Investir com base em convicções religiosas é bom para sua carteira de investimentos? A análise em Portefólio Perfeito ajuda na resposta: “Investimentos que unem a Fé à carteira”. Em Saber Fazer mergulhamos no ecossistema de empreendedorismo e fomos ouvir os planos de investimento dos fundos nacionais, recém-criados ou com dotações reforçadas: “Executar. A palavra de ordem dos fundos”.

O ECO magazine traz também os contributos das diversas marcas que fazem parte do universo ECO.

Outsourcing, banco de hora e até teletrabalho. Lei do Trabalho vai voltar a mudar? é o tema desta edição do Trabalho by ECO; enquanto no Local Online ouvimos os autarcas “De Norte a Sul, o ‘significativo’ impacto dos imigrantes na economia local”.

“Seguros empresariais. O que as empresas querem e não têm” é a análise proposta no ECO Seguros; e na Advocatus falamos com responsáveis de sociedades de advogados sobre se “Pode a IA julgar com justiça? Os dilemas de um futuro automatizado”

Em Capital Verde ouvimos os especialistas sobre o que esperam da nova Agência do Clima que, sob a sua alçada tem mais de 2 mil milhões de euros de fundos para investir. “Setor quer Agência do Clima focada no PRR, mobilidade e indústria”.

“O futuro da Política de Coesão após 2027” é o tema em Fundos Europeus e “Influenciadores. Os benefícios e desafios dos novos embaixadores das marcas” o assunto em análise no +M.

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A marca Fora de Série volta a marcar presença nesta nova edição em banca com propostas que fazem sonhar. Fomos conhecer os hotéis de ultra luxo em “Hotéis dentro de Hotéis. Entramos num novo patamar de exclusividade”.

Falamos com Mário Rocha, o CEO da Antarte, sobre a marca criada há 25 anos, os seus planos de internacionalização e o novo museu de marcenaria que fundou. O resultado pode ser lido em “O meu sonho é tornar a Antarte numa marca global de que os portugueses se orgulhem”.

Mergulhamos no mundo da Longchamp, marca considerada pelo Estado francês uma “Entreprise du Patrimoine Vivant”, e conhecer os segredos da Le Roseau, uma das suas carteiras mais icónicas em “Roseau. O expoente máximo do savoir-faire Longchamp”. E depois seguimos para a Cartier para conhecer as ‘novas formas’ da linha Trinity: “Aos 100 anos, a Santíssima Trindade da Cartier ganha
novas formas”.

Entramos numa “Viagem sensorial” por entre as fragrâncias e frascos de vidro impecavelmente desenhados da Ormaie, marca criada por Baptiste Bouygues, mais do que um perfumista, um contador de histórias olfativas.

Enchemos de aroma (e sabor) os sentidos e fomos conhecer a arte do chef Luís Gaspar e o seu Brilhante. O resultado pode ser saboreado em “A boémia ainda brilha no Cais do Sodré”.

E viajamos na estrada com o Hyundai Santa Fe e pode ler o diário de bordo em “Quando o tamanho importa (e impressiona)”. Para os mais ativos e fãs da neve, ficam as sugestões de moda e acessórios para brilhar nas pistas.

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Editorial

Cuidado com as distrações

Entramos no novo ano, necessariamente, na sombra de Donald Trump. Goste-se ou não, esta é a figura que vai marcar parte do ritmo dos próximos anos, a nível geopolítico, certamente, e também a nível económico, e não apenas pelas questões comerciais e por uma política mais ou menos protecionista.

Não é possível ignorar Trump, pelo peso dos Estados Unidos. Mas mais complexa que a sua política — que não nos é favorável — é a sua imprevisibilidade, provocando uma permanente necessidade de adaptação e de resposta, que claramente não é uma característica forte da pesada e burocrática União Europeia.

Por cá, a economia vai andando a ritmo razoável, suportada parcialmente pelo efeito PRR que está, para já, a ser mais um importante amortecedor de um ciclo económico pouco entusiasmante do que aquilo que nos foi vendido, que seria uma alavanca para um crescimento estrutural mais robusto e, sobretudo, uma oportunidade para a transformação do país. O facto de o Estado ter concentrado tantos recursos do programa também não ajuda, como foi salientado por muitos logo na altura do seu desenho inicial.

E, acompanhando o nosso cenário político-mediático, há dois temas que têm concentrado as atenções do país. Por um lado, a questão da segurança, que de tanto se falar se transforma em algo que se alimenta, o tal sentimento de insegurança, como se vivêssemos num cenário de guerra que é muito mais fabricado do que real. Por outro lado, as eleições presidenciais, que estão a um ano de distância e cujo naipe de candidatos é ainda demasiado amplo e que pouco nos diz sobre algo de fundamental para a vida das pessoas e das empresas.

No meio desta cacofonia chamativa mas essencialmente inconsequente, os desafios continuam lá. Pior, quanto mais tempo estivermos distraídos, mais difíceis eles ficam, porque mais tarde começaremos o caminho, duro mas essencial, para os atacarmos.

Voltamos, por isso, a falar do Relatório Draghi, apresentado em setembro, o que é uma enormidade em tempo mediático mas muito pouco para justificar já o termos, praticamente, esquecido. O diagnóstico aí vertido provocou um ligeiro arrepio ao invés do sobressalto que exigia, pelo seu conteúdo.

Entre Ucrânia, Trump, as tropelias tóxicas de Elon Musk e Mark Zuckerberg e a anemia dos maiores países da União Europeia, seria preciso ter nervos de aço e uma concentração a toda a prova para fazer o que tem de ser feito e que é apontado por Draghi. Não é fácil, sobretudo nestes tempos de comunicação acelerada em que tudo nos chama a atenção e parece reclamar uma reação, mas é preciso resistir a esses impulsos e avançar.

A transformação da economia europeia é o grande desafio geracional. Conseguiremos estar focados e ignorar a espuma dos dias?

Tiago Freire

Subdiretor

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Bruxelas ouve setor para propor União da Poupança e Investimento no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

O objetivo da Comissão é recolher "recolher opiniões, factos e elementos" e "identificar os desafios significativos que a União da Poupança e dos Investimentos deve enfrentar".

A Comissão Europeia lançou esta segunda-feira uma consulta para ouvir consumidores, empresas, sociedade civil e as autoridades dos Estados-membros da União Europeia (UE) para avançar, no primeiro trimestre deste ano, com uma proposta para União da Poupança e Investimento.

“A Comissão lançou um convite à apresentação de provas para recolher contributos sobre a sua abordagem global da União da Poupança e do Investimento. O objetivo é recolher opiniões, factos e elementos de prova dos consumidores e das partes interessadas sobre os progressos realizados na União dos Mercados de Capitais, bem como identificar os desafios significativos que a União da Poupança e dos Investimentos deve enfrentar“, indica a instituição em comunicado.

Citada na nota, a comissária europeia responsável pela tutela dos Serviços Financeiros e pela União da Poupança e do Investimentos, a portuguesa Maria Luís Albuquerque, vinca que “a escala de investimento necessária para garantir a competitividade da UE e, ao mesmo tempo, fazer face às transições limpa e digital é enorme”.

“Para sermos bem-sucedidos, precisamos de um mercado de capitais e de um setor bancário que funcionem bem, sejam eficientes e profundamente integrados e que reúnam aforradores, investidores institucionais e empresas. A minha visão é simples: quero que os aforradores europeus obtenham um rendimento justo face às suas poupanças e quero que as empresas e os inovadores europeus tenham acesso ao financiamento de que necessitam para fazer avançar a nossa economia”, adiantou Maria Luís Albuquerque.

A consulta às partes interessadas decorre no portal “Dê a sua opinião” da Comissão Europeia.

O anúncio surge depois de, na passada quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter considerado que a comissária europeia portuguesa, Maria Luís Albuquerque, será “a principal interveniente” e “a pessoa certa” para a criação de União da Poupança e do Investimento, para aumentar a competitividade europeia.

Esta União da Poupança e do Investimento é uma das iniciativas da “Bússola para a Competitividade”, estratégia apresentada na passada quarta-feira e que prevê um foco na inovação, descarbonização e segurança, prioridades que vão orientar estes cinco anos do segundo mandato de Ursula von der Leyen à frente da instituição.

Num contexto de tensões geopolíticas e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer apostar na competitividade económica comunitária, razão pela qual já chamou a esta uma Comissão de Investimento e incumbiu a comissária europeia portuguesa de mobilizar um montante substancial de capital na UE, nomeadamente privado.

Isso mesmo está expresso na “Bússola para a Competitividade”, que indica que a Comissão Europeia apresentará, no primeiro trimestre deste ano, “uma estratégia para uma União da Poupança e do Investimento, seguida de um conjunto de propostas específicas, para permitir a criação de riqueza para os cidadãos da UE e mobilizar capital para projetos realizados na Europa”.

“A UE deve integrar e dispor de mercados de capitais mais profundos e mais líquidos, como medida necessária para mobilizar os recursos do setor privado e orientá-los para setores de crescimento orientados para o futuro”, argumenta-se.

Além disso, “é igualmente necessário estimular uma maior apetência para a assunção de riscos por parte dos investidores privados, utilizando os fundos públicos como âncora”, lê-se ainda.

A presidente da Comissão Europeia propôs, na estratégia da “Bússola para a competitividade”, a simplificação administrativa, a eliminação de barreiras de acesso ao mercado e dar financiamento para a UE ‘ganhar’ aos Estados Unidos e China.

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Sindicato dos Jornalistas repudia despedimentos na direção da revista Sábado

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

O SJ repudiou o despedimento de Nuno Tiago Pinto e António José Vilela, defendendo que o fim do desempenho de uma função de direção "não é - nem nunca poderia ser - sinónimo de despedimento".

O Sindicato dos Jornalistas repudiou esta segunda-feira o despedimento do diretor e do diretor adjunto da revista Sábado, depois de em 15 de janeiro a Medialivre ter anunciado que Carlos Rodrigues assumia a direção editorial do título.

“A direção do Sindicato dos Jornalistas repudia o anunciado despedimento do diretor e do diretor adjunto da revista Sábado, Nuno Tiago Pinto e António José Vilela, respetivamente”, refere o SJ, em comunicado, considerando que “a cessação do contrato dos dois jornalistas coloca em causa a independência e a liberdade de quem exerce cargos de direção e chefia e é inaceitável“.

E acrescenta: “o pretexto de extinção do posto de trabalho afigura-se, no mínimo, estranho, já que nenhuma publicação funciona sem direção, motivo pelo qual, aliás, outra pessoa ocupou imediatamente o cargo de diretor”.

No mês passado, a Medialivre anunciou que Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial do grupo, iria assumir a direção da revista Sábado.

“O jornalista Nuno Tiago Pinto, até aqui diretor da publicação, cessa hoje [15 de janeiro] as suas funções, após um período de consolidação do título, durante o qual manteve sempre vivo o jornalismo do projeto Sábado”, lê-se no comunicado da Medialivre, que “agradece todo o profissionalismo e entusiasmo dedicado ao longo dos últimos anos a este título de referência”.

A Sábado “é a newsmagazine líder no mercado nacional, com uma ampla cobertura de temas e assuntos de interesse para a sociedade portuguesa. Ocupa, desde a sua fundação, um lugar de relevo no panorama dos media nacionais, levando diariamente, no digital, e todas as quintas-feiras, em versão impressa, bem como no Canal NOW, informação assertiva, pertinente e audaz aos seus leitores e espetadores”, referia ainda o grupo.

“A Sábado é uma marca fortíssima e prestigiada, que vai encontrar o seu espaço multiplataforma. Esse é o desafio e o grande objetivo dos próximos tempos”, afirmou, por sua vez, Carlos Rodrigues, citado no comunicado.

Na altura, a Medialivre referiu que iria iniciar uma nova fase de afirmação do projeto Sábado: “Uma fase que passará pelo desenvolvimento mais célere da sua vertente multiplataforma, em papel, no digital e na televisão, assente numa equipa com provas dadas na relevância e pertinência da informação, com o espírito de liberdade e independência que caracteriza o grupo”.

Já hoje, o Sindicado dos Jornalistas (SJ) “relembra que, enquanto ocupam cargos de chefia, os jornalistas estão diretores, mas regressam ao seu lugar quando essa comissão de serviço/nomeação termina”.

O fim do desempenho de uma função de direção ou chefia “não é — nem nunca poderia ser — sinónimo de despedimento: permiti-lo constituiria um atentado à liberdade editorial e à independência que deve nortear qualquer jornalista, cuja única obrigação, a este respeito, deve ser, sempre, obedecer apenas à sua consciência, balizada no respeito pela legislação, nomeadamente a Lei de Imprensa e o Estatuto do Jornalista”, aponta o SJ.

Nesse sentido, o SJ defende que “Nuno Tiago Pinto e António José Vilela têm o direito de regressar ao posto de trabalho para desempenhar as funções de jornalistas para as quais foram contratados, em ambos os casos, há cerca de 20 anos” e “aceitar o contrário é permitir que as comissões de serviço ou as nomeações para este tipo de cargo sejam outra — mais uma! — porta aberta a despedimentos ilícitos”.

O SJ “não aceita que haja diretores, ou jornalistas, despedidos por delito de opinião ou delito editorial, muito menos por alguma decisão editorial que desagrade a quem manda. O exercício do jornalismo deve ser feito em total liberdade e não pode ser tolerado qualquer ataque a este princípio basilar da nossa profissão” e “repudia este tipo de práticas laborais”.

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ASF instaurou cinco processos de contraordenação no último trimestre

  • ECO Seguros
  • 3 Fevereiro 2025

Foram ainda proferidas três decisões de condenação em processo sumaríssimo. Os processos resultaram na condenação de seis pessoas coletivas: quatro empresas de seguros, um mediador e um corretor.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) instaurou cinco novos processos de contraordenação e concluiu sete no quarto trimestre de 2024. No período em análise, foram ainda proferidas três decisões de condenação em processo sumaríssimo.

Dos sete processos concluídos, quatro estavam relacionados com infrações ao Regime de Reparação de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais. Os restantes três processos diziam respeito à violação de normas constantes do diploma do Livro de Reclamações.

As três decisões proferidas em processo sumaríssimo tiveram como alvo infrações ao Regime Jurídico do Acesso e Exercício da Atividade Seguradora e Resseguradora e ao Regime Jurídico da Distribuição de Seguros e Resseguros, sendo que duas dessas decisões foram aceites.

Os processos resultaram na condenação de seis pessoas coletivas, entre as quais quatro empresas de seguros, um mediador de seguros e um corretor de seguros. As coimas aplicadas totalizaram 171.180 euros.

Adicionalmente, durante o mesmo período, foram arquivados seis processos de averiguações, sem que tivessem resultado em condenações ou sanções adicionais.

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