Universalis Acrisure lança cartão de saúde com a RNA Medical

  • ECO Seguros
  • 2 Fevereiro 2025

A corretora quer inovar em colaboração com seguradoras ou com apoio do grupo a nível internacional disponibilizando produtos com pouca ou nenhuma oferta no mercado.

A Universalis Acrisure anunciou o lançamento do Cartão de Saúde Universalis, que não é um seguro de saúde, em parceria com a RNA Medical, marca da RNA Rede Nacional de Assistência especialista na prestação de cuidados de saúde. A iniciativa surge no âmbito da estratégia de crescimento da corretora no mercado português.

O novo cartão foi desenvolvido pela Direção Técnica de Desenvolvimento de Produtos da Universalis. O objetivo é suprir lacunas na oferta de saúde – disponibilizando soluções em áreas onde a oferta em saúde não é “tão abrangente” ou que “não exista mesmo no mercado” – tornando o acesso a serviços médicos mais fácil e eficiente para os clientes, indica a empresa em comunicado.

Pedro Jota, Chief Underwrinting & Internacional Products Officer da Universalis, indicou que o objetivo da empresa é continuar a inovar criando produtos e soluções em colaboração com seguradoras ou com o apoio do grupo a nível internacional. Essa inovação passa por dar resposta onde a oferta seja mais diminuta ou não exista no mercado.

O Cartão de Saúde Universalis apresenta benefícios para diferentes perfis de clientes. As famílias terão acesso a consultas de especialidades e medicina geral e familiares, ilimitadas e com copagamentos reduzidos. Para os jovens adultos, estão disponíveis consultas médicas online – as duas primeiras gratuitas. Os séniores poderão contar com cobertura alargada, sem períodos de carência, idade limite de adesão e permanência ou exclusão por doenças pré-existentes, além de serviços de enfermagem ao domicílio. As empresas que aderirem ao cartão poderão proporcionar aos seus colaboradores um pacote de saúde que inclui médico ao domicílio e acesso a clínicas, hospitais, ópticas e farmácias.

O cartão custa 8 euros por mês e, para além das condições de oferta de adesão, permite descontos de até 40% em 36 mil prestadores em Portugal.

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UE vai retaliar se for alvo de “tarifas injustas” de Trump

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A União Europeia lamentou o aumento das taxas aduaneiras pelos EUA sobre produtos do Canadá, México e China, e disse que retaliará fortemente se também for alvo de tarifas injustas.

A União Europeia lamentou o aumento das taxas aduaneiras pelos Estados Unidos da América sobre produtos do Canadá, México e China, e disse que retaliará fortemente se também for alvo de tarifas injustas. “A UE acredita firmemente que direitos aduaneiros baixos promovem o crescimento e a estabilidade económica“, disse a Comissão Europeia em comunicado, através do qual considerou a imposição de mais tarifas pelos EUA como “nocivas para todas as partes”. Já se o bloco europeu for também alvo dessas medidas “injustas”, o executivo comunitário vai “retaliará fortemente”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China.

A assinatura, que oficializa a decisão que já tinha sido anunciada, determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.

Os três países retaliados prometem tomar medidas.

Já no caso da União Europeia ainda não foi tomada uma decisão, mas a preocupação é geral e a França defendeu uma “reposta mordaz” da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano.

Trump admitiu hoje que as novas tarifas podem causar sofrimento ao povo norte-americano, mas garantiu que “tudo valerá a pena” porque vai “tornar a América grande de novo”.

“Haverá sofrimento? Sim, talvez (e talvez não). Mas vamos tornar a América grande de novo, e tudo valerá a pena”, escreveu Donald Trump, em letras maiúsculas, no seu perfil da rede social que fundou, a Truth Social, citado pela agência de notícias AFP.

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Mariana Leitão é candidata liberal às presidenciais

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, vai apresentar-se às eleições presidenciais de 2026, apoiada pelo partido, anunciou Rui Rocha, reeleito presidente na IX Convenção Nacional.

A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, vai apresentar-se às eleições presidenciais de 2026, apoiada pelo partido, anunciou Rui Rocha, reeleito presidente na IX Convenção Nacional. O anúncio foi feito no final do discurso com que encerrou a convenção: “Portugal precisa da Mariana Leitão“, disse, suscitando aplausos no pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

A “defesa da liberdade”, do rigor e a credibilidade são “aspetos essenciais” para o perfil que a IL considera que um candidato presidencial deve ter, disse Rui Rocha. “Mas o desafio que o país tem pela frente é ainda maior”, disse, afirmando que Portugal “precisa de esperança, coragem e ambição”.

Mariana Leitão, 42 anos, gestora, é líder parlamentar da IL, eleita deputada pela primeira vez em 2024, enquanto “número dois” pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Foi chefe de gabinete do Grupo Parlamentar entre 2022 e 2024 e, entre 2020 e 2022, presidente do Conselho Nacional. É licenciada em Relações Internacionais e aderiu à IL em 2019, já tendo sido igualmente deputada municipal em Oeiras.

Rocha reeleito com 73,4%

Rui Rocha foi reeleito para um segundo mandato de dois anos à frente da Iniciativa Liberal, após a lista com que se apresentou a eleições ter obtido 73,4% dos votos.

Já a lista do seu adversário na disputa pela liderança, o conselheiro nacional Rui Malheiro, obteve 26,6% dos votos dos membros que participaram na IX Convenção Nacional, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

Quando a vitória de Rui Rocha foi anunciada, a maioria dos membros da IL presentes na sala levantaram-se, aplaudiram e gritaram “Rocha, Rocha”, empunhando as bandeiras azuis com a designação do partido. Pouco depois, os membros da nova Comissão Executiva da IL subiram ao palco, onde Rui Rocha discursa agora na qualidade de novo presidente eleito.

Rui Rocha é reeleito para um segundo mandato de dois anos à frente do partido, depois de ter sido eleito pela primeira vez em janeiro de 2023. Na altura, tinha obtido 51,7% dos votos, derrotando Carla Castro (44%) e José Cardoso (4,3%).

Na lista à Comissão Executiva com que se apresentou a estas eleições, Rui Rocha propõe uma renovação de perto de um terço dos membros efetivos (36%) da direção do partido, com nove entradas e igual número de saídas. O número de membros que a compõem mantém-se, no entanto, exatamente igual (25), assim como a proporção de mulheres (24%).

Entre as personalidades que entram na Comissão Executiva de Rui Rocha está a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, até agora conselheira nacional do partido, que sobe ao cargo de vice-presidente.

O coordenador do núcleo territorial da IL em Vila Nova de Gaia, Rui Ribeiro, passa também a integrar a vice-presidência da IL (era até agora vogal), na qual se mantêm Angélique da Teresa e Ricardo Pais de Oliveira.

Os deputados Mário Amorim Lopes e Joana Cordeiro continuam como vogais da direção, cargo que ocupam desde a última convenção eletiva do partido, em janeiro de 2023, assim como o representante da IL no parlamento regional dos Açores, Nuno Barata.

De saída, está o deputado Bernardo Blanco, até agora vice-presidente do partido, que já tinha afirmado que pretendia deixar a direção (que integrava desde 2019), invocando motivos pessoais, tendo apresentado nesta convenção uma lista ao Conselho Nacional da IL.

O deputado no parlamento regional da Madeira Nuno Morna também sai da direção da Iniciativa Liberal, depois de, em junho, ter decidido renunciar ao cargo de coordenador do núcleo do partido no arquipélago. É substituído precisamente pelo novo coordenador, Gonçalo Maia Camelo, que entrou em confronto com Nuno Morna.

De acordo com o regimento da IX Convenção Nacional é aprovada “a moção de estratégia global que obtiver a maioria simples dos votos dos presidentes na Convenção, sendo eleita a Comissão Executiva candidata pela lista proponente da moção de estratégia global mais votada”.

Esta foi apenas a segunda vez na história da IL em que houve uma disputa interna pela liderança do partido.

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Europa tem bases para disciplinar tecnológicas

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A União está numa fase de "sobrerregulação" no digital, mas tem condições para disciplinar as condutas das tecnológicas, afirma o advogado da CMS Portugal, João Leitão Figueiredo.

O advogado da CMS Portugal, João Leitão Figueiredo, afirma que a Europa tem bases para disciplinar as condutas das tecnológicas, estando numa fase de sobrerregulação, e que a questão das redes sociais é essencialmente política. “Eu acho, e esta é a minha opinião e já tenho vindo a expressá-la de há uns anos para cá, que a União Europeia tem sobrerregulado“, afirma o jurista quando questionado sobre as incertezas que se colocam face às redes sociais, depois de a Meta ter anunciado que deixaria de fazer ‘fact-cheking’ nos Estados Unidos.

“Atualmente temos legislação específica para praticamente todas as matérias relacionadas com a tecnologia”, desde a informação, acesso à informação, tratamento da mesma, salienta o jurista. “Diria que já temos pelo menos as bases para disciplinar aquilo que são as condutas das empresas de ‘big tech‘” e “faz-me pouco sentido hiperregular, sendo que já estamos numa fase de sobrerregulação”, pelo que “acho que o que está aqui em causa é acima de tudo uma questão política”, argumenta o jurista.

João Leitão Figueiredo salienta que, pela primeira vez, a União Europeia (UE), ou os países europeus, estão “muito longe dos centros de decisão”.

O centro do mundo “já há muitos anos não é a Europa, mas neste momento já ignora muito o que é a Europa. O único ativo que nós temos são os dados pessoais dos europeus, continuamos a ser um bloco de primeiro mundo com muita informação que é apetitosa para entidades americanas e entidades chinesas”, diz.

O que vemos aqui, que foi iniciado pelo Trump no seu primeiro mandato – houve uma abordagem jurídica, metodológica, política diferente com o Biden e voltamos atrás -” e “foi uma das primeiras coisas que ele anunciou“, diz respeito à “estratégia de controlar as redes sociais”, aponta.

Para já “não vejo que a Europa necessite” de mais legislação, tendo em conta que existe o regulamento dos serviços digitais (DSA), “que já nos permite responsabilizar estas plataformas”, salienta o jurista.

“Estamos à procura de outras plataformas alternativas. Eu acho que aqui a questão também é a guerra (…) pela ocupação do espaço que é atualmente ocupado pelo TikTok, será que vai continuar a ser chinês e sair por inteiro do mercado americano”, questiona.

Será que a Europa vai seguir o caminho, um pouco à semelhança do que fez com a Huawei? Com argumentos maioritariamente políticos, mais até do que técnicos ou jurídicos, eu acho que é acima de tudo essa dúvida“, prossegue o advogado especialista nesta área.

Aliás, a Huawei “foi qualificada pelos Estados Unidos como a empresa mais perigosa quando, depois de tudo aquilo que foi falado, discutido e investigado, que seja do meu conhecimento, nunca foi identificado nenhum elemento, o ‘silver bullet’ nunca foi identificado, o que nos leva a concluir que isto é mais uma guerra” comercial, explicou.

Nos Estados Unidos “temos um momento de grande imprevisibilidade. Eu não vejo, nesta postura mais comercial das negociações políticas do Presidente dos Estados Unidos grande fundamento jurídico para muitas das coisas que estão a ser feitas”. Aliás, “esta mera suspensão dos 75 dias [sobre o TikTok]” de que “veria com bons olhos” a sua compra nos Estados Unidos “pelo Elon Musk ou pelo Larry Ellison, o dono da Oracle, demonstra bem ao que ele vem”, considera.

É um ativo importante, valioso, que lhes permite trabalhar de forma mais adequada determinado tipo de informação“, acrescenta o jurista, referindo que há quem aponte que o algoritmo do TikTok “é mais eficiente” do que os das entidades norte-americanas e que “pode ser uma vantagem competitiva afastá-lo” do alegado controlo chinês.

Apesar da ‘mudança de planos’ da Meta nos Estados Unidos, as redes sociais vão ter de cumprir a legislação europeia. “O que muda é o lado lá do Atlântico, não tanto o lado cá, que poderá é ser pressionado a seguir uma linha mais próxima ao dos Estados Unidos”, diz o jurista. João Leitão Figueiredo não vê grande preocupação do ponto de vista da legislação europeia.

Em Portugal, considera que há “fragilidades” ao nível “da inspeção e validação daquilo que é suposto fazer cumprir nos termos da legislação europeia”.

Agora, “será que temos também a capacidade técnica para ir tão longe? Porque a maior parte das questões que são invocadas têm a ver com a possibilidade de controlo de cidadãos europeus, a possibilidade de partilhar informações de cariz pessoal com o governo chinês, ou, como em tempos se discutiu, mesmo com as empresas americanas, a partilha dessa informação com as autoridades americanas”, refere.

“Acho que nós já temos a informação e temos algumas instituições europeias a trabalhar para combater práticas que não são lícitas” e existe “um conjunto significativo de sanções aplicadas a algumas empresas pela violação da legislação da União Europeia”, diz. O que não quer dizer “que não possamos fazer muito mais e muito melhor, ainda que exista, segundo me parece, uma certa inércia das entidades portuguesas neste aspeto“, considera.

Outros países com outro tipo de entidades “têm sido bastante mais enérgicos e intensos no combate a determinado tipo de práticas que são qualificadas como ilícitas”.

Defende “coragem política para implementar determinado tipo de políticas que sejam (…) mais efetivas no combate aos desvios comportamentais ou comerciais destas entidades”, dando o exemplo de Portugal no âmbito da proteção de dados.

“A nossa autoridade continua bastante frágil, quer seja no aspeto da inspeção, monitorização e aplicação de sanções. Quando contrapomos, por exemplo, com a Espanha, a diferença é gritante”, aponta.

Portugal “acaba por ser um bocadinho, ou poder se transformar como um porto seguro para as entidades que não cumprem, por contraponto a países como a Irlanda, França e, em particular, a Espanha, em que existe, objetivamente, a capacidade de investigar e aplicar sanções”, em que “tivemos dois, três processos” por violação de dados.

“É conhecido publicamente que existem inúmeras situações de violação de dados, mas não há, aparentemente, decisões finais no âmbito desses processos, ao passo que em Espanha muito rapidamente temos acesso à decisão final”, sublinha.

Portanto, “cada vez que nós legislamos e tentamos criar um quadro regulatório que garanta os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos europeus e dos residentes da União Europeia, mas depois não temos entidades devidamente capacitadas – quando digo isto não tem a ver com a falta de capacidade técnica -, mas muitas vezes é falta de meios humanos e de meios financeiros para exercer condignamente as suas funções”, adverte.

Isto “prejudica o cidadão europeu, em particular o cidadão português, porque salvo raras honrosas exceções, todos estes ‘players’ do mercado internacional, nenhum deles é europeu”, mas dos Estados Unidos e da China, remata.

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Revolut quer sucursal em Portugal este ano

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A Revolut quer ser concorrente direto dos bancos em Portugal e para isso quer ter uma sucursal e um IBAN nacional. E mantém objetivo de dois milhões de clientes.

A Revolut mantém o objetivo de abrir uma sucursal e obter um IBAN nacional, tendo ainda como meta atingir os dois milhões de utilizadores este ano, disse à Lusa Rúben Germano, diretor-geral da sucursal em Portugal.

O objetivo [de abrir a sucursal] mantém-se, é o objetivo deste ano”, referiu, admitindo que este projeto, que anunciou no ano passado, se atrasou um pouco, mas que já está a trabalhar com a equipa central da Revolut para avançar em 2025. “Queremos lançar uma conta de depósitos com o IBAN português associado à nossa conta. É um dos focos, depois de lançada a sucursal”, destacou. A Revolut opera com um IBAN da Lituânia neste momento.

A Revolut quer ser “conta principal do cliente”, destacou Rúben Germano, apontando a domiciliação de salários e débitos diretos como serviços a prestar com a conta com IBAN nacional, um alargamento da atividade da aplicação financeira, especialista no segmento de viagens.

No futuro, a entidade pretende avançar para segmentos como o crédito à habitação, um serviço que vai começar na Lituânia e que poderá avançar depois para a Irlanda.

O responsável explicou que o objetivo é iniciar esta estratégia em mercados mais maduros e depois alargar aos restantes países, incluindo Portugal.

A Revolut lançou, entretanto, o crédito pessoal e quer ainda apostar nos cartões de crédito este ano, revelou.

Quanto à operação, a Revolut captou meio milhão de clientes num ano, e conta agora com 1,6 milhões em Portugal. Para este ano, indicou Rúben Germano, o objetivo é chegar aos dois milhões de utilizadores.

Neste momento, a empresa conta com 1.300 trabalhadores em Portugal e continua a crescer em contratações. A nível global contabiliza cerca de 10 mil trabalhadores, indicou. “O mercado português é muito atrativo a nível de competências”, explicou o responsável.

Rúben Germano apontou ainda a crescente concorrência no universo de ‘fintech’, ou seja, tecnológicas financeiras, em Portugal. “Isso é bom para todos nós. Somos mais rápidos e exigentes connosco próprios, mais rápidos para o mercado e mais rápidos para o consumidor, que normalmente tenta baixar os preços”, destacou.

Cada vez mais estamos a entrar no mercado do banco tradicional e esse é o nosso objetivo”, referiu, apontando que a Revolut quer ser “o banco principal do cliente” e uma “concorrência direta aos bancos tradicionais”. Ainda assim, a empresa não quer abrir agências, mas está a testar máquinas ATM em Espanha, referiu. Paralelamente, instalou máquinas de venda automática de cartões, com três a operar no aeroporto do Porto, segundo Rúben Germano.

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França defende “resposta mordaz” da UE à ameaça de novas taxas aduaneiras dos EUA

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A França defendeuma "reposta mordaz" da Europa face às ameaças de novas tarifas dos EUA, enquanto o Japão disse estar "profundamente preocupado" com as repercussões para a economia mundial.

A França defende uma “reposta mordaz” da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano, enquanto o Japão disse estar “profundamente preocupado” com as repercussões para a economia mundial. O ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, declarou que as negociações comerciais da Europa com Donald Trump “devem assumir uma forma de equilíbrio de poder“, um dia depois de os Estados Unidos terem imposto direitos aduaneiros de 25% sobre os produtos provenientes do Canadá e do México, e 10% adicionais aos já em vigor sobre os produtos chineses.

Numa altura em que Donald Trump ameaçou impor sanções também à União Europeia, “é evidente que temos de reagir“, afirmou Marc Ferracci, quando a Europa ainda aguarda as decisões da administração norte-americana. “Para ser eficaz, a resposta deve centrar-se nos produtos que são importantes para o seu homólogo e para o país com o qual está a negociar” e tem de “ter um impacto na economia norte-americana, de forma a constituir uma ameaça credível nas negociações”, defendeu Ferracci.

O ministro francês apelou a uma “melhor proteção” da indústria na União Europeia, através da introdução de uma “lei europeia de compra”, que dê preferência aos produtos fabricados na Europa. “O nosso desafio é mantermo-nos unidos e tirar partido da força que esta união nos dá, ou seja, um mercado comum de que os Estados Unidos não podem prescindir“, acrescentou, numa altura em que os 27 ainda estão divididos entre uma abordagem simplesmente “defensiva” – comprando produtos norte-americanos como gás natural liquefeito ou armas para tentar evitar um conflito comercial com Trump – ou uma abordagem mais “ofensiva” com possíveis medidas de retaliação.

Já o ministro das Finanças japonês, Kastunobu Kato, afirmou, na Fuji TV, que o Japão está “profundamente preocupado” com as potenciais repercussões na economia global das novas taxas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos à China, ao Canadá e ao México.

Kato sublinhou ainda a necessidade de “avaliar cuidadosamente” as possíveis consequências dos anúncios de Donald Trump no mercado cambial, afirmando que o Japão deve tomar “medidas adequadas”.

O presidente norte-americano justificou as suas medidas com o desejo de punir os países que não controlam a imigração ilegal e são passivos em relação ao tráfico, em solo norte-americano, do opioide fentanil.

Os três países visados prometeram retaliar com as suas próprias medidas, ou já começaram a revelá-las: o Canadá, cujos recursos energéticos serão parcialmente isentos, vai impor tarifas de retaliação de 25% sobre 30 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos a partir de terça-feira.

Sem entrar em pormenores, Pequim disse que está a preparar uma resposta para defender os “direitos e interesses” chineses e que irá apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, referiu-se a “medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México”, como retaliação aos EUA.

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China promete responder a novas tarifas de Trump

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A China promete retaliar contra as novas tarifas dos EUA sobre os produtos chineses, impostas pelo Presidente norte-americano Donald Trump, e reafirmou que as guerras comerciais "não têm vencedores".

A China promete retaliar contra as novas tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses, impostas pelo novo Presidente norte-americano Donald Trump, e reafirmou que as guerras comerciais “não têm vencedores”. Horas antes, Trump assinou uma ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China, a partir de 4 de fevereiro.

O comércio entre os Estados Unidos e a China representou cerca de 500 mil milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2024, mas o balanço é amplamente desfavorável aos Estados Unidos, com um défice de cerca de 260 mil milhões de euros, segundo dados de Washington.

“A China está fortemente insatisfeita e firmemente contra” as tarifas, disse o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, anunciando “medidas correspondentes para proteger resolutamente os direitos e interesses” chineses. “Não há vencedores numa guerra comercial ou tarifária“, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, noutro comunicado.

Pequim anunciou que vai apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que chamou de “imposição unilateral de taxas alfandegárias em grave violação das regras da OMC“. Estes impostos “não só são inúteis para resolver os problemas dos Estados Unidos, como também prejudicam a cooperação económica e comercial normal”, denunciou o Ministério do Comércio.

O decreto presidencial de Trump determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.

O documento não só acusa a China de passividade no tráfico de droga para os Estados Unidos, mas vai mais longe e disse que o país asiático “apoia e expande ativamente o negócio da droga “para envenenar” os norte-americanos. “A China espera que os Estados Unidos analisem e lidem com problemas como o fentanil de forma objetiva e racional, em vez de ameaçar constantemente outros países com tarifas“, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pouco antes, também a Presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciaram, em retaliação, a imposição de taxas aduaneiras aos produtos vindos dos Estados Unidos.

De acordo com a Casa Branca, a ordem também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação do México, Canadá ou China — os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.

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ECO Quiz. DeepSeek, Hernâni Dias e salário mínimo

  • Tiago Lopes
  • 2 Fevereiro 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

A semana que agora termina ficou marcada pelo aparecimento da DeepSeek, uma empresa chinesa de inteligência artificial, que causou um forte impacto no mercado ao desafiar o domínio das maiores tecnológicas do setor. Com avanços significativos nos seus modelos de IA e uma estratégia agressiva de inovação, a empresa conquistou a atenção de investidores e analistas, alterando a dinâmica competitiva global. O movimento reflete a crescente influência da China no desenvolvimento de inteligência artificial e a capacidade das novas empresas de desafiar os líderes estabelecidos com soluções inovadoras e acessíveis.

Hernâni Dias, ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, e antigo presidente da Câmara Municipal de Bragança está a ser investigado pela Procuradoria Europeia por suspeitas de ter recebido contrapartidas durante o seu percurso como autarca. Paralelamente, é alvo de suspeitas que o ligam à criação de empresas familiares enquanto o Governo preparava a lei dos solos, com o objetivo de tirar vantagem, através dessas imobiliárias, da passagem de terrenos rústicos para urbanos. Demitiu-se esta semana no seguimento da notícia que dava conta da investigação da Procuradoria Europeia.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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IL elege o próximo líder e anuncia candidato presidencial

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A Iniciativa Liberal elege na IX Convenção Nacional o próximo presidente do partido e, caso Rui Rocha confirme a reeleição, anuncia o candidato que o partido apoiará às presidenciais de 2026.

A Iniciativa Liberal elege este domingo na IX Convenção Nacional o próximo presidente do partido e, caso Rui Rocha confirme a reeleição, anuncia o candidato que o partido apoiará às presidenciais de 2026. A eleição será feita ‘online’ e começa às 09h00, mas os resultados só serão anunciados por volta das 13h00 no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, onde termina hoje a IX Convenção Nacional da IL.

Depois do anúncio dos resultados, a convenção encerra com o discurso do novo presidente. Rui Rocha já afirmou que, caso seja reeleito, irá anunciar nessa ocasião o candidato que a IL vai apoiar nas eleições presidenciais de 2026.

Além da próxima Comissão Executiva (e respetivo presidente), os membros irão também votar na composição de todos os órgãos nacionais da IL para os próximos dois anos: Conselho Nacional, Conselho de Fiscalização e Conselho de Jurisdição.

A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, tem sido apontada como possível candidata mas as eleições presidenciais de 2026 não foi tema no primeiro dia da convenção.

Apenas o deputado da IL Rodrigo Saraiva, cujo nome também tem sido falado para as presidenciais, se referiu ao assunto para afastar essa possibilidade. “O meu nome até apareceu em sondagens pela primeira vez. Vocês, como sabem, eu gosto muito de Belém, mas gosto mais do Estádio de Belém do que do Palácio de Belém“, ironizou Rodrigo Saraiva, por ser adepto do clube de futebol Belenenses, que joga no Restelo, em Belém.

No sábado, primeiro dia da IX Convenção Nacional, Rui Rocha interveio duas vezes, deixando em ambas as ocasiões várias críticas ao Governo da Aliança Democrática (AD), que acusou de “publicidade enganosa” e de apresentar um plano que “não está a funcionar”.

Prometendo que a norma da IL será apresentar-se a eleições sozinha, Rui Rocha desafiou os membros da IL a “combater o populismo” também internamente, deixando críticas implícitas a Rui Malheiro, que o tinha previamente acusado de nepotismo.

Já Rui Malheiro, no único discurso que fez, apelou a uma renovação do partido que promova a valorização das bases, respeite a diversidade de opiniões e não veja na pluralidade um obstáculo, mas uma força.

Esta será apenas a segunda vez na história da IL em que haverá uma disputa interna pela liderança do partido, depois de, em 2023, Rui Rocha ter ganho as eleições internas com 51,7% dos votos, derrotando Carla Castro e José Cardoso.

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Brasil e Portugal preparam 20 acordos durante cimeira de líderes

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

Defesa, segurança, justiça, ciência, saúde, comércio, energia e cultura serão temas da cimeira luso-brasileira de 19 de fevereiro, que reunirá os mais altos governantes dos dois países.

Portugal e Brasil podem assinar cerca de 20 acordos em áreas como defesa, segurança, justiça, ciência, saúde, comércio, energia e cultura na cimeira luso-brasileira de 19 de fevereiro, que reunirá as figuras mais altas dos dois países.

Fonte da diplomacia brasileira próxima das negociações entre os dois países disse à Lusa que os acordos incluem ainda áreas como proteção de informação, mobilidade académica, cooperação policial, transição energética, crimes ambientais, saúde pública, entre outros.

A 14.ª Cimeira Luso-Brasileira decorrerá a 19 de fevereiro, em Brasília, e será precedida, no dia 18, por uma visita de Estado do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Brasil, incluindo uma passagem pelo Recife, onde receberá um título ‘honoris causa’.

O evento seguirá o modelo da edição anterior, realizada em Lisboa, em 2023 (na qual foram assinados 13 acordos), com um encontro bilateral entre o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente brasileiro, Lula da Silva, seguido por reuniões ministeriais setoriais e pela assinatura de vários acordos no Palácio do Planalto.

Ainda em Brasília, no Palácio do Planalto, será entregue o Prémio Camões à escritora Adélia Prado.

Os acordos praticamente fechados entre Portugal e Brasil abrangem defesa, saúde e cultura. Destaca-se o Acordo para a Proteção de Informação Classificada, visto como essencial para as trocas comerciais na defesa.

No setor da saúde, deverá será assinado um memorando de entendimento entre a Fundação Oswaldo Cruz e organizações portuguesas. Na cultura, praticamente concluído está um memorando de entendimento entre a Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e a Biblioteca Nacional de Portugal que promoverá intercâmbio na gestão de arquivos e bibliotecas.

Em negociação, no setor académico e científico, está um acordo entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil e a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal para a mobilidade de investigadores e estudantes.

Ainda em negociação estão acordos em setores como ambiente, transportes e economia digital, como o memorando de entendimento sobre crimes ambientais internacionais, um memorando de entendimento sobre cooperação portuária e ainda acordos na área digital, vinícola, troca de informação relativa ao registo criminal e antecedentes criminais, combate ao terrorismo e segurança rodoviária.

Um acordo no âmbito da investigação e do combate ao terrorismo e financiamento da criminalidade organizada transnacional é visto pela diplomacia brasileira como muito importante e no qual vão trabalhar “muito próximo de Portugal nessa área de cooperação”.

Para além disso, estão a ser negociados ainda acordos entre a Agência Nacional de Energia Elétrica do Brasil e a Entidade Reguladora de Serviços Energéticos de Portugal para regulação do mercado e a cooperação no âmbito da transição energética e ainda um memorando de entendimento sobre alimentação saudável e prevenção da obesidade.

Está prevista a criação de uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Lisboa.

Outro dos temas que preocupa o Governo brasileiro e que será abordado durante a cimeira são as crescentes denúncias de xenofobia sentida pelos brasileiros em Portugal.

Temos uma preocupação com o crescimento da discriminação e da xenofobia também em Portugal. E mesmo com os brasileiros, ou talvez principalmente com os brasileiros”, disse a diplomacia brasileira.

“Isso é algo em que nós sempre expressamos a nossa preocupação”, frisou.

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Trump avança com tarifas sobre o Canadá, México e China

  • ECO
  • 1 Fevereiro 2025

O presidente americano assinou decretos executivos com tarifas sobre as importações do Canadá e México. As importações da China passam a ter uma tarifa adicional de 10%.

Donald Trump cumpriu o que tinha prometido e avançou este sábado com tarifas sobre as importações do Canadá, México e a China, o que vai abrir uma nova fase de guerra comercial com alguns dos principais parceiros comerciais do país. O presidente americano assinou um decreto executivo em que define tarifas adicionais de 25% relativas a todas as importações do Canadá e México com a exceção do petróleo e produtos de energia, que passam a ter uma taxa de 10%, enquanto a China passa a ter um adicional de 10% nas exportações para os Estados Unidos.

De acordo com uma publicação da Casa Branca na rede social X, as novas tarifas justificam-se por causa da entrada de drogas e de imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos através das fronteiras com os seus vizinhos.

 

 

De acordo com informações de fontes de Administração Trump, cada uma das três ordens executivas assinadas pelo Presidente americano têm cláusulas de retaliação, caso algum dos países responda ao aumento de tarifas, e passará pelo agravamento destas taxas.

As reações aos decretos executivos de Trump sucedem-se, em tom negativo.

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Doenças no pomar causam prejuízos de 35 milhões aos produtores de pera rocha

Só nas últimas duas colheitas, o fogo bacteriano originou uma redução de 700 hectares na área de pomar e 35 milhões de euros de prejuízo na região do Oeste. Produtores pedem intervenção do Governo.

A produção de pera rocha está a ser fustigada por fungos e bactérias, o que está a provocar um grande impacto económico na zona do Oeste. A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) estima ao ECO que, só nas colheitas de 2023 e 2024, o fogo bacteriano originou uma redução de 700 hectares na área de pomar e 35 milhões de euros de prejuízo.

“O impacto económico decorrente do fogo bacteriano reflete-se na perda de capacidade produtiva e no aumento dos custos de produção, uma vez que a limpeza é manual e traduz-se numa maior necessidade de mão-de-obra”, explica a associação, referindo que a única forma de controlar o fogo bacteriano é arrancar as partes infetadas.

O cultivo de pera rocha tem apresentado um declínio os últimos anos face a condições climáticas adversas e a questões fitossanitárias, como o fogo bacteriano e a estenfiliose. Dados da ANP partilhados com o ECO mostram que a colheita de pera dos associados caiu de 216 mil toneladas em 2021 para 115 mil toneladas em 2024.

Apesar de a última colheita até ter representado um crescimento de 5,7% relativamente à de 2023, a associação recorda que esta foi a “segunda pior colheita da última década e o terceiro ano consecutivo com menos 50% de peras, muito abaixo do potencial produtivo”.

“Este fogo bacteriano já se regista desde 2011, mas teve mais impacto nos últimos três anos, que está muito relacionado com as condições meteorológicas propícias à proliferação da doença”, explica Filipe Ribeiro, líder da associação que representa cerca de 90% dos produtores e da produção de pera rocha em Portugal.

Localizada em Vale Canada, no concelho do Bombarral, a Casa Agrícola da Gafa, que fatura 2,5 milhões de euros e emprega cerca de 30 pessoas, é uma das empresas afetadas pelo fogo bacteriano. O acionista contabiliza no ano passado 17 toneladas de pera por hectare, quando devia ter produzido 35 toneladas. “Isto não dá para os custos, estamos em défice”, desabafa Vítor Fonseca, antecipando que este ano o cenário será igual. Os pomares de pera rocha da Casa Agrícola da Gafa estendem-se por cerca de 120 hectares.

No ano passado produzimos 17 toneladas de pera por hectare, quando devíamos ter produzido 35 toneladas. Isto não dá para os custos, estamos em défice.

Vítor Fonseca

Acionista da Casa Agrícola da Gafa

Também Luís Ferreira, associado da Cooperfrutas, uma organização que agrega 72 produtores, atesta que “de ano para ano o fogo bacteriano está a piorar, tendo em conta que a a incidência é maior”. “Ao arrancar as árvores infetadas estamos a perder património e produção”, lamenta.

Não tem dúvidas de que “os produtores de pera rocha estão a perder dinheiro” e acabam mesmo “por abandonar as terras”. “As pessoas vão ao supermercado e ficam chocadas com o preço da pera rocha rondar os 2,5 euros por quilo, mas esquecem-se de que este valor não chega sequer para pagar os elevados custos“, calcula Luís Ferreira.

A associação do setor associa as quebras na produção ao arranque de pomares, às alterações climáticas e à retirada de produtos fitossanitários que protegiam a produção de pragas e doenças. “Os produtos que usávamos para proteger os pomares foram retirados porque supostamente fazem mal ao ser humano — foram retirados em Portugal, mas não no Canadá, EUA e China”, lamenta o acionista da Casa Agrícola da Gafa. “Pelos vistos só faz mal aos seres humanos europeus”, ironiza Vítor Fonseca.

“A União Europeia importa produtos de outras origens que não têm a mesma exigência ao nível da produção que têm no mercado europeu, o que nos coloca numa grande desigualdade”, constata Filipe Ribeiro, líder da ANP. “Defendemos um mercado global, mas as regras têm de ser as mesmas, caso contrário é como estarmos a jogar contra uma equipa que não tem regras”, completa.

As pessoas vão ao supermercado e ficam chocadas com o preço da pera rocha rondar os 2,5 euros por quilo, mas esquecem-se de que este valor não chega sequer para pagar os elevados custos.

Luís Ferreira

Associado da Cooperfrutas

A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha atesta que Portugal é o maior produtor de pera rocha na Europa, com 2.518 produtores e uma área de 11.297 hectares. O que significa que que a fileira da pera rocha tem uma forte componente económica e social na região Oeste, dando emprego direto a cerca de 40 mil trabalhadores.

Em 2024, os produtores nacionais de pera rocha exportaram cerca de 58 mil toneladas para 23 países, o que correspondeu a 85 milhões de euros. Brasil, Alemanha, Marrocos, Reino Unido, França e Espanha absorveram perto de 90% da produção.

Agricultores pedem intervenção do Governo

O fogo bacteriano tornou-se endémico e o controlo eficaz requer vigilância exaustiva e a deteção precoce de árvores doentes e a sua eliminação. Os agricultores queixam-se de que não existe fiscalização e pedem a intervenção do Executivo liderado por Luís Montenegro.

O presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, Filipe Ribeiro, destaca que existe uma lei que “obriga” os produtores a fazerem intervenções no sentido da não propagação da doença, mas para isso “[é preciso[ que o Governo faça cumprir a lei”.

Vítor Fonseca, acionista da Casa Agrícola da Gafa, corrobora a ideia e pede que a lei seja cumprida, o que “passa por controlar os pomares em caso de fogo bacteriano”. “Isto está cada vez pior porque o Governo não faz nada. Já fomos à Assembleia da República, já tivemos reuniões com o Ministério da Agricultura, que mande para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Uns empurram para os outros e está tudo igual”, lamenta o agricultor.

“O Governo devia ser mais proativo no caso dos vizinhos que não limpam os pomares em caso de fogo bacteriano”, acrescenta Luís Ferreira, sócio da Cooperfrutas, acrescentando que o Governo é a única instituição que tem o poder de obrigar os proprietários a intervir.

Vítor Fonseca, acionista da Casa Agrícola da Gafa, que pertence à empresa Ferreira da Silva, culpa também os vizinhos pelos estragos, uma vez que não existe controlo nos pomares afetados. “Estamos a ser afetados pelo fogo bacteriano e por vizinhos que estão a abandonar as terras porque não têm dinheiro para as tratar porque as produções têm sido baixas e acabam por afetar os terrenos ao lado”, lamenta. “Os grandes produtores cuidam das suas plantações, o problema são os vizinhos”, garante.

O acionista da Casa Agrícola da Gafa, que exporta 60% da produção essencialmente para Brasil, Alemanha, Inglaterra e Marrocos, exemplifica que “teve de alugar as terras do vizinho e arrancar as árvores todas que estavam infetadas pelo fogo bacteriano”. “Só assim consegui controlar o meu pomar, que estava a ser afetado. Se não for erradicado, vai alastrar-se para os pomares vizinhos”, conclui.

Oposição pressiona linha de crédito e taxas à importação

Em dezembro de 2021 foi publicada uma portaria que estabelecia medidas adicionais de proteção fitossanitária destinadas ao controlo, no território nacional, da bactéria Erwinia amylovora (que afeta uma grande variedade de espécies agrícolas entre elas as pereiras e as macieiras), e que contemplava medidas de contenção aplicáveis nas zonas contaminadas. No entanto, o Partido Socialista alega que “a aplicação prática, por motivos diversos, entre os quais a falta de capacidade de fiscalização pelos serviços oficiais, não tem tido a devida eficácia”.

Posto isto, 11 deputados do PS já apresentaram um projeto de resolução em que recomendam ao Executivo a adoção de medidas de combate ao fogo bacteriano e estenfiliose e de apoio financeiro aos produtores afetados por estas doenças, assim como um reforço dos meios da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para ajudar no controlo da doença.

Os parlamentares pedem ainda que seja avaliada a “utilização de substâncias ativas, até agora não homologadas em Portugal, eficazes no combate ao fogo bacteriano; a criação de uma linha de crédito específica para apoiar a replantação em todo o território nacional dos pomares afetados; sistemas de monitorização fitossanitária rigorosos para a deteção precoce; e a promoção da formação técnica contínua para produtores e técnicos agrícolas.

Já o Chega, em perguntas enviadas ao Ministério da Agricultura em outubro, ainda sem resposta, questionou sobre os apoios que os agricultores podem esperar face às quebras de produção da pera do Oeste, “em alguns casos na ordem dos 50%”. O partido de André Ventura quer saber ainda porque não estabeleceu medidas que protejam a produção nacional, sugerindo aumentar as taxas de importação.

O ECO questionou igualmente o Ministério da Agricultura sobre esta matéria, mas não obteve resposta até à data da publicação deste artigo.

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