Roadshow do Novobanco junto de investidores para IPO está parado

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2025

Ronda iniciada no ano passado junto de investidores institucionais internacionais está neste momento parada. Administração do Novobanco pretender dispersar em bolsa 30% do capital.

A administração do Novobanco pretender dispersar em bolsa 30% do capital, mas o IPO (oferta pública Inicial) ainda não tem data marcada e o roadshow iniciado no ano passado junto de investidores institucionais internacionais está neste momento parado, escreve o Jornal Económico (acesso pago) na edição desta sexta-feira.

Esta semana, o governador do Banco de Portugal considerou que a potencial abertura do capital do Novobanco através de IPO seria “um bom resultado para o funcionamento e a competitividade do setor bancário”. Por outro lado, Mário Centeno aconselhou prudência em processos de fusão e mostrou-se reticente quanto à eventual compra pela Caixa, alertando para as “consequências sistémicas”.

Uma eventual fusão entre a CGD e o Novobanco daria origem a um gigante público com quase um terço de quota de mercado nos depósitos, mas também no crédito às famílias e empresas em Portugal. Esta quinta-feira, o presidente executivo do BCP admitiu avançar para a compra do Novobanco se tiver “um preço adequado” e se “criar valor para os acionistas”, com Miguel Maya a afastar qualquer interesse na participação num eventual IPO. O CaixaBank, dono do BPI, é outros dos interessados.

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Do Douro a Lisboa, experiências para um Dia dos Namorados Fora de Série

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 7 Fevereiro 2025

Entre corações omnipresentes e declarações açucaradas, é fácil desdenhar desta data pelo apelo ao consumismo desenfreado. Mas, na verdade, todos os pretextos são válidos para criar memórias a dois.

Por mais que tentemos escapar, o Dia dos Namorados acaba sempre por nos envolver. Com corações espalhados por toda a parte e uma estética comercial por vezes duvidosa, o São Valentim é muito criticado pelo excesso de romantismo e pelo seu apelo ao consumismo. Mas a verdade é que, no meio da correria do dia-a-dia, qualquer desculpa para dedicar tempo àqueles de quem gostamos é válida. As relações, afinal, constroem-se nos momentos partilhados, nas experiências vividas a dois. E por isso, para assinalar este dia de São Valentim, a Fora de Série sugere experiências diferentes para os que preferem celebrar à mesa.

Passeio de barco vintage no Six Senses Douro Valley

O Six Senses Douro Valley propõe um piquenique a bordo de um barco de madeira vintage, totalmente restaurado, num passeio pelo Douro, para tornar o romance ainda mais especial. Este passeio, com uma duração que pode variar entre uma hora (395 euros, para 4 pessoas) até sete horas (1800 euros, para 4 pessoas), é uma incrível experiência para desfrutar a dois. Por um acréscimo de 55 euros por pessoa, é possível incluir piquenique a bordo, com cestos personalizados com bebidas, sanduíches e saladas nutritivas, petiscos e sobremesas. Durante os passeios de sete horas é possível fazer visitas e provas na Quinta da Covela e de Santa Teresa (preços sob consulta). As reservas podem ser feitas online.

Chá dos Namorados no hotel Valverde Santar

O grupo Valverde convida os mais românticos para um Chá de Namorados que acontece em simultâneo em dois dos destinos hoteleiros do grupo: do ambiente cosmopolita do Valverde Lisboa Hotel & Garden à majestosidade do Valverde à serenidade do Valverde Santar Hotel & Spa. Na sequência do sucesso dos anos anteriores, o Valverde Lisboa repete o Chá dos Namorados – um chá temático acompanhado por uma seleção de scones, mini sanduíches e doces, sendo que tanto as cores como as formas destes elementos como a decoração da mesa remetem para a atmosfera romântica que marca a ocasião. O chá estará disponível entre sexta dia 14 e domingo dia 16 mediante reserva prévia e tem o preço de €25,00 por pessoa.

O Chá dos Namorados é replicado também no Valverde Seteais (€17,50 por pessoa), estando disponível também para não-hóspedes, mediante marcação prévia – e pode ser usufruído entre sexta dia 14 e domingo dia 16, tanto na Sala de Chá como na famosa varanda do hotel, com vista para os jardins da propriedade.

Jantar Love Is in the Air no Mini Bar de José Avillez

O Mini Bar, do chef José Avillez, apresenta o evento Love Is In The Air – com um menu surpresa de oito momentos, DJ e música ao vivo, no ambiente requintado a que este galardoado chef nos habituou. O valor do menu é de 140 euros por pessoa (sem bebidas) e as reservas podem ser feitas aqui.

A proposta de wagyu, no menu Fora da Carta do Rossio Gastrobar

Já o Rossio GastroBar, no rooftop do Altis Avenida Hotel, apresenta uma sugestão “fora da carta”. Nos dias 13, 14 e 15 de fevereiro, o chef João Correia propõe um menu composto por wagyu, salmonete e sobremesa de framboesa, que harmoniza com o cocktail “Amor Perfeito”, com gin Tanqueray, St Germain, Vermouth Dry e ginja. “Este é um cocktail de sabores suaves e florais, que simbolizam o São Valentim. É uma bebida capaz de agradar a muitos paladares, perfeito para unir os casais que nos visitam”, explica Flavi Andrade, bar manager. Para completar, a vista sobre o Castelo de São Jorge e o rio Tejo proporcionam um quadro de cenário romântico.

Be My Wild Card é a proposta do Palácio Chiado

O Palácio Chiado desafia os casais a serem espontâneos com Be My Wild Card. Neste evento, as cartas estão lançadas para um forrobodó que promete ser inesquecível, com um serviço especial de jantar, onde a carta habitual (embora também disponível) dará lugar a um menu exclusivo de degustação com cinco pratos, que apela a todos os sentidos e que começa com um welcome drink, um kir royal. Como amuse-bouche, o espaço sugere a ostra portuguesa em infusão de algas e cebolinho, com ovas Tobiko e yuzo. De entrada chega-nos um tártaro de novilho com gema de ovo curada e cebolo, acompanhado de arroz japonês crocante e maionese com togarashi. Como prato de peixe, a proposta vai para o pargo com lingueirão à bulhão de pato, acompanhado de romanesco, raiz de aipo, pak choy e coentros; na carne, wellington de pato com pistácio e cogumelos, acompanhado de risotto de camembert e pinhão torrado, molho de carne e foie-gras. A experiência termina com um coulant de chocolate com frutos vermelhos, gelado de framboesa e champanhe. A experiência tem o valor de 80 euros por pessoa e pode ser reservada através deste e-mail.

Para quem procura uma experiência mais exótica e diferente, o The Lingerie Restaurant de Lisboa, que acaba de celebrar oito anos de vida, traz uma experiência ousada. Além do menu especialmente concebido para despertar os sentidos, os casais serão recebidos com um cocktail de boas-vindas, música ao vivo e performances burlescas que remetem para um imaginário de fantasia. As vagas são limitadas e sujeitas a reserva antecipada através deste contacto.

Independentemente da escolha, o importante é celebrar o amor – não apenas neste dia, mas sempre.

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Departamento de Justiça dos EUA limita acesso de Musk a dados sensíveis do Tesouro

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2025

Sindicatos alegam que Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo dona da Tesla, acedeu ilegalmente a informações confidenciais de milhões de americanos sem justificação ou processo legal.

O Departamento de Justiça dos EUA concordou em limitar o acesso do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE na sigla inglesa), dirigido pelo empresário Elon Musk, a informações financeiras sensíveis do Departamento do Tesouro.

O acordo, estabelecido num documento apresentado na quarta-feira à noite pelos advogados do Departamento de Justiça, permitirá que dois funcionários do Departamento do Tesouro associados ao DOGE acedam à informação apenas numa base de “leitura”.

Esta restrição garante que, embora os dois indivíduos possam rever a informação, não poderão alterá-la, aprovar transações ou fazer mudanças.

A proposta tem de ser aprovada pelo juiz Collen Kollar-Kotelly, responsável pelo processo iniciado quando três sindicatos solicitaram aos tribunais que suspendessem temporariamente o acesso dos funcionários da DOGE à informação do Tesouro.

Os sindicatos alegam que o DOGE acedeu ilegalmente a informações confidenciais de milhões de americanos sem justificação ou processo legal.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, encarregou o controverso empresário Elon Musk de gerir o DOGE para reduzir a dimensão do governo federal e poupar, em teoria, milhares de milhões de dólares ao erário público.

Para o efeito, Trump concedeu a Musk acesso a dados confidenciais do Tesouro.

A revista Wired revelou que, para cumprir a sua missão, Musk contratou seis engenheiros com idades compreendidas entre os 19 e os 25 anos, sem currículos extensos e com pouca ou nenhuma experiência em instituições governamentais.

Como resultado do seu trabalho, Musk encerrou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a maior agência humanitária estatal do mundo, e cancelou os contratos dos trabalhadores dos programas de equidade, diversidade e inclusão.

Durante várias manifestações que ocorreram na quarta-feira, manifestantes questionaram a legitimidade do departamento liderado por Musk, exibindo cartazes em que se lia: “o DOGE não é legítimo”.

Os membros do Congresso expressaram a preocupação de que o envolvimento do DOGE com o sistema de pagamentos do Governo norte-americano poderia levar a riscos de segurança ou à perda de pagamentos para programas como a Segurança Social e o Medicare.

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Hoje nas notícias: ponte, rendas e Novobanco

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A nova travessia sobre o rio Tejo, que vai ser construída entre a zona de Chelas, em Lisboa, e o Barreiro, em Setúbal, vai permitir a circulação de comboios e de carros. Mais de 46 mil famílias que cumprem os critérios para receber o apoio extraordinário à renda não conseguem aceder a este subsídio. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Nova ponte de Lisboa vai ter carros e comboios

A nova ponte que vai ser construída sobre o rio Tejo vai permitir a circulação de carros e comboios, segundo defendeu a Infraestruturas de Portugal (IP) no estudo que entregou ao Governo no final do ano passado. O Executivo chegou a admitir a possibilidade de a terceira travessia do Tejo, entre a zona de Chelas, em Lisboa, e o Barreiro, em Setúbal, servir apenas para transporte ferroviário, mas vai acolher a solução sugerida pela IP. Não obstante, ter carros a atravessar a ponte vai custar mais 600 milhões de euros do que ter somente comboios. O concurso para a infraestrutura, orçada em 2,2 mil milhões de euros, é considerado prioritário pelo Governo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Mais de 46 mil famílias sem apoio à renda por falhas nas declarações ao fisco

Há mais de 46 mil famílias sem acesso ao apoio à renda, apesar de cumprirem os critérios para receber este subsídio. Entre os motivos, apontados pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), estão “incongruências” identificadas nas declarações entregues pelos senhorios e na comunicação dos contratos de arrendamento, dúvidas quanto às suas próprias declarações fiscais e o facto de auferirem rendimentos inferiores aos das rendas que pagam. Desde que foi criado, este apoio tem vindo a ser concedido a um universo de famílias cada vez menor: no final de 2023 chegava a mais de 258 mil beneficiários, enquanto em janeiro deste ano contabilizavam-se 145.870 beneficiários.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Roadshow do Novobanco junto de investidores para IPO está parado

O roadshow que a administração do Novobanco iniciou no ano passado para realizar a IPO (Oferta Pública Inicial) está interrompida. Ainda que o IPO seja a operação mais desejada pela gestão da instituição financeira, as visitas a investidores institucionais internacionais estão paradas. Por outro lado, a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o CaixaBank (dono do BPI) continuam a trabalhar na potencial compra do Novobanco, mas até agora sem bancos de investimento externos na assessoria.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Preço do café vai ter forte subida nos próximos meses

Mesmo depois de dois anos em alta, os preços do café, em ambas as variedades, iniciaram 2025 a negociarem em máximos históricos: enquanto o arábica atingiu, nesta quinta-feira, os 4,07 dólares por libra-peso no mercado de Nova Iorque, o robusta, negociado em Londres, alcançou um máximo de 5.840 dólares por tonelada no último dia de janeiro. Esta subida dos preços pode levar a um maior aumento dos custos para os torrefatores e consumidores de café, não se prevendo que o panorama alivie em breve.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Desde 2011 que não havia tantos pobres a receber apoios

O número de pessoas a beneficiar do Rendimento Social de Inserção (RSI), do Complemento Solidário para Idosos (CSI) ou da Prestação Social para a Inclusão (PSI) totalizava 544.064 no ano passado, aproximando-se dos 552.322 beneficiários de 2011, ano marcado pela chegada da troika a Portugal. Se se tiver em conta apenas o CSI e o RSI, havia 384.229 pessoas a receberem estes dois apoios sociais em 2024, o número mais alto desde 2018 (384.348), segundo os dados do Instituto da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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Mais de metade das farmácias reportaram faltas de medicamentos em 2024

  • Lusa e ECO
  • 7 Fevereiro 2025

No top 20 dos medicamentos que mais falharam no ano passado estão os antidiabéticos e os usados nos casos de hiperatividade e défice de atenção, mostra relatório anual.

Mais de metade das farmácias reportaram no ano passado ao Infarmed falhas de medicamentos e no top 20 dos que mais falharam estão os antidiabéticos e os usados nos casos de hiperatividade e défice de atenção, segundo dados oficiais.

Os dados do Relatório Anual da Gestão da Disponibilidade de Medicamentos relativos a 2024 indicam que foram 1.545 as farmácias que notificaram faltas de medicamentos, uma situação que acontece quando não é possível satisfazer a prescrição médica num período inferior a 12 horas.

Quanto aos medicamentos com ruturas notificadas, apenas 14 (menos três do que em 2023) não tinham substituto no mercado, mas ainda assim o Infarmed aplicou medidas de mitigação que impediram o efeito no doente.

No total, o documento diz que das 12.436 apresentações comercializadas, 80% (9.899) nunca esteve em rutura, 17% (2.141) esteve, mas sem qualquer impacto no doente, 3% (377) teve um impacto médio e em 19 (0,2%) o impacto da rutura foi elevado, pois não há substituto no mercado, mas o Infarmed encontrou soluções de mitigação.

Entre os medicamentos cuja rutura teve um impacto considerado elevado estão anti-infecciosos, fármacos para o sistema nervoso central, para o aparelho cardiovascular, hormonas e medicamentos usados no tratamento das doenças endócrinas, medicação antialérgica e fármacos para tratamento de cancro (antineoplásicos e imunomoduladores).

Segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional para o Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), para impedir o impacto no utente, o Infarmed aplicou diversas medidas, entre elas a Autorização de Utilização Excecional — ao hospital ou ao distribuidor -, a monitorização das necessidades dos utentes para se fazer uma distribuição limitada.

O relatório refere ainda que no ano passado a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica emitiu 58 pareceres sobre alternativas terapêuticas, uma opção para quando falta um medicamento.

Em 2024, 72% das ruturas (3.160 ruturas notificadas)foram efetivas, enquanto 28% não chegaram a ocorrer porque o risco foi mitigado com as diversas medidas adotadas.

Em declarações aos jornalistas, o diretor da Unidade de Projectos Interinstituicionais e para o Sistema de Saúde do Infarned, Nuno Simões, sublinhou que as roturas não são apenas um problema português, pois acontecem em toda a Europa, e sublinhou que há a nível europeu grupos de trabalho que visam analisar o problema e que tudo está a ser discutido a nível europeu para harmonizar “medidas para garantir maior disponibilidade de medicamentos a nível nacional, de cada país, e salvaguardar melhor os direitos dos doentes”.

Sempre que o titular de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) prevê uma interrupção do abastecimento deve notificá-la ao Infarmed, com dois meses de antecedência. Contudo, em mais de metade dos casos esse prazo não foi cumprido.

Aliás, o relatório diz mesmo que se tem verificado “um aumento do incumprimento dos dois meses da notificação antecipada por parte dos titulares de AIM”.

Quanto ao tempo de duração das ruturas, metade apresentou uma duração inferior a dois meses, 23% uma duração entre dois e quatro meses, 11% entre quatro e seis meses e apenas 16% com uma duração superior a seis meses.

Já quanto aos motivos das ruturas, na maior parte dos casos (57,44%) foram atrasos no fabrico ou incumprimento das condições contratualizadas, em 21,17% dos casos deveram-se ao aumento da procura (prescrição ou aquisição) e em 6,01% foi por problemas logísticos como atrasos na entrega devido ao transporte, armazenamento ou distribuição.

Relativamente à situação de escassez de medicamentos prolongada no tempo, o Infarmed tem monitorização os casos de alguns antidiabéticos, medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção, para tratamento da insuficiência pancreática, para a erradicação da bactéria Helicobacter pylori, tratar ulceras gástricas e para a hipertensão.

Quanto aos antidiabéticos, sobretudo o semaglutido (nas três dosagens), dulaglutido e liraglutido, que têm escasseado no mercado pois a procura aumentou desde que começaram a ser também usados para perder peso, o Infarmed diz que a escassez se deverá manter durante o ano de 2025.

A escassez destes medicamentos e os dados recolhidos de consumo no mercado levou a autoridade do medicamento a iniciar um processo de auditorias, que deverá estar concluído no final de fevereiro ou início de março, segundo disse o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, na sessão de apresentação do relatório, depois de dois anos sem terem sido apresentados estes dados de gestão de disponibilidade.

Infarmed autorizou 17.486 pedidos de exportação de medicamentos

O Infarmed autorizou no ano passado 17.486 pedidos de exportação de medicamentos e proibiu 9.559, quase mais 2.000 do que no ano anterior. A informação enviada à Lusa indica que os pedidos de exportação de medicamentos mais do que duplicaram de 2022 (7.888) para 2023 (16.045), subindo ligeiramente para 17.486 no ano passado, um comportamento idêntico ao que aconteceu com os pedidos rejeitados. Se em 2022 o Infarmed rejeitou 4.278 pedidos, em 2023 esse número subiu para 7.247. No ano passado foram negados 9.559.

O Relatório Anual da Gestão da Disponibilidade de Medicamentos relativo a 2024 refere que o maior destino de exportação foi a Alemanha (39%), seguida do Reino Unido (12%), República Checa (10%), Holanda (8%) e Angola (7%). Itália, França e Dinamarca, com 4% cada, foram outros dos países de destino das exportações de medicamentos, assim como a Polónia (3%), Hungria (2%), entre outros (7%).

No top dos medicamentos mais exportados estão cremes para eczema atópico, pílulas contracetivas, pomadas para inflamação associada a doenças de pele sensíveis aos corticoides e medicamentos para tratamento da diabetes mellitus tipo 2 em crianças e adultos.

No âmbito do controlo da disponibilidade de medicamentos, uma das medidas adotadas para garantir o equilíbrio entre o abastecimento regular do mercado e o comércio paralelo e exportação de medicamentos é um regulamento que prevê a elaboração de uma lista de notificação prévia de exportação (atualizada trimestralmente) e outra, atualizada todos os meses, que elenca os medicamentos cuja exportação está temporariamente suspensa.

Nesta última, atualizada no início do mês, constam 68 medicamentos de várias categorias, entre os quais fármacos usado no tratamento do cancro de mama, transtorno do défice de atenção e hiperatividade e antibióticos.

Antes da apresentação do relatório, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, em declarações aos jornalistas, falou da revisão da legislação farmacêutica, cuja área objeto revisão é a disponibilidade e escassez de medicamentos e destacou o “reforço da articulação europeia” em situações de maior vulnerabilidade.

Questionado sobre a possibilidade de compras conjuntas, como aconteceu com as vacinas da Covid-19, para obviar ruturas de medicamentos, o responsável afirmou “não esta excluída”, mas lembrou que é uma decisão mais morosa pois trata-se de “um conjunto de Estados que tem determinado tipo de regras”.

“Essa questão das compras conjuntas não creio que esteja excluída essa possibilidade, mas vamos agora aguardar que, no âmbito daquela análise que está a ser feita das vulnerabilidades das cadeias de distribuição, das áreas em que há maior risco de escassez, (…) que há de dar origem a nova legislação, o tal ‘Critical Medicines Act’”, afirmou, acrescentando: “esse instrumento há de identificar linhas de ação e uma delas poderá ser essa.

Rui Santos Ivo apontou ainda o trabalho a nível europeu que está a ser desenvolvido na área das reservas estratégicas, exemplificando com a iniciativa rescEU: “e uma iniciativa de reservas conjuntas dos vários países para que cada um possa dar um contributo para essa grande reserva da União Europeia”. “Portugal está também nesse processo. Temos um conjunto de medicamentos (…) que nós estamos também a incluir nessa reserva”, acrescentou.

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Chinesa Xiaomi acelera produção de veículos elétricos após sucesso do SU7

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2025

A Xiaomi lançou o SU7 em março de 2024 e as vendas excederam até as previsões internas da empresa, ultrapassando as 135 mil unidades até ao final do ano passado.

O fundador da empresa chinesa de tecnologia Xiaomi disse esta sexta-feira que está à procura de formas de acelerar a produção de veículos, após o sucesso da primeira incursão no segmento elétrico, com o modelo SU7.

“Vou trabalhar com a equipa para procurar formas de acelerar a produção sem comprometer a qualidade ou a segurança”, disse Lei Jun, na rede social X, onde já tinha revelado que estava na fábrica de carros elétricos da empresa.

A Xiaomi lançou o SU7 em março de 2024, e as vendas excederam até as previsões internas da empresa, ultrapassando as 135 mil unidades até ao final do ano passado.

Agora, com o lançamento do SUV elétrico YU7 – um potencial rival do Model Y da norte-americana Tesla – previsto para meados deste ano, Lei anunciou nas redes sociais que o objetivo é vender 300 mil veículos em 2025.

Após o anúncio, as ações da Xiaomi subiram 4,69% durante a sessão de hoje na Bolsa de Valores de Hong Kong.

A cotação das ações da empresa tecnológica está em máximos históricos depois de terem mais do que triplicado (+234%) nos últimos 12 meses, encorajadas não só pelo sucesso do SU7, mas também pelas previsões de uma recuperação da procura por produtos eletrónicos, tendo em conta o “plano de renovação” multibilionário anunciado pelo Governo da China, para apoiar a troca de artigos antigos por novos.

O programa, avaliado inicialmente em cerca de 700 mil milhões de dólares (674 mil milhões de euros), visa incentivar a entrega de bens de consumo – por exemplo, eletrodomésticos – como parte do pagamento de novos bens, estimulando assim a procura interna.

Em janeiro, as autoridades anunciaram que vão incluir telemóveis, computadores e dispositivos inteligentes entre os produtos subsidiados.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de fevereiro

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2025

Ao longo desta sexta-feira, 7 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Bahrain Victorious torna-se o parceiro de nome do estádio de Córdoba e patrocinador oficial do clube

  • Servimedia
  • 7 Fevereiro 2025

O Córdoba Club de Fútbol anunciou uma aliança estratégica com o Bahrain Victorious, que passa a ser o patrocinador principal do clube e o novo naming partner do Estádio Nuevo Arcángel.

O clube explicou que este acordo representa um “marco histórico” para o clube e afirmou que reforça o perfil internacional tanto do clube como da cidade e província de Córdoba. O clube indicou que a aliança com o Bahrain Victorious permitirá ao clube continuar o seu crescimento desportivo e económico, reforçando simultaneamente a sua presença no panorama futebolístico mundial.

O clube de Córdoba sublinhou que o Bahrain Victorious é um símbolo do desempenho desportivo do Bahrein, “refletindo o seu compromisso com a excelência e a inovação”. Os promotores do acordo declararam que, “com uma visão clara para elevar o perfil do Bahrein a nível internacional, o Bahrain Victorious procura mostrar os êxitos desportivos do Reino, ao mesmo tempo que promove uma cultura de determinação e sucesso. Através da sua presença estratégica no mundo do desporto, o Bahrain Victorious pretende apoiar os atletas e representar as aspirações do Bahrein na busca da excelência, inspirando as gerações futuras e unindo as culturas através do poder do desporto”.

O clube cordobês considera ainda que a assinatura desta parceria com o Bahrain Victorious é um passo decisivo na consolidação do Córdoba CF no futebol profissional, com o apoio de um parceiro internacional “de prestígio” que “contribuirá para escrever um novo capítulo na história do Clube”.

Como parte deste acordo, o Estádio Municipal Nuevo Arcángel passará a chamar-se “Estádio Bahrain Victorious Nuevo Arcángel de Córdoba”, juntando-se à lista de estádios com patrocínio global. Além disso, o logótipo do Bahrain Victorious aparecerá de forma destacada na parte frontal dos equipamentos da equipa principal, bem como em diferentes plataformas e materiais promocionais do clube.

Será realizado um evento de lançamento oficial nos próximos dias para fornecer mais pormenores sobre a parceria. O clube expressou a sua “mais profunda gratidão ao Bahrain Victorious pela sua confiança e compromisso com o projeto Córdoba CF. Esta aliança reforça o apoio inabalável da Infinity ao clube, mantendo o seu firme compromisso desde o início para construir um futuro brilhante para o Cordoba Football Club”.

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O Diriyah Festival, o Hay Festival e o Festival Internacional de Poesia de Medellín: forças motrizes da literatura em todo o mundo

  • Servimedia
  • 7 Fevereiro 2025

O Festival de Diriyah dá início à temporada internacional, traçando a extensa tradição literária da Arábia Saudita e a sua evolução ao longo dos anos.

A literatura é uma ponte que liga culturas, tempos e ideias, e a sua celebração em festivais internacionais é um ponto de encontro para escritores, leitores e amantes da literatura. Entre os eventos mais proeminentes do mundo literário contam-se o Hay Festival, no Reino Unido, o Diriyah Festival, na Arábia Saudita, e o Festival Internacional de Poesia de Medellín, na Colômbia.

Estes festivais exemplificam a diversidade e a riqueza da cultura literária mundial, oferecendo espaços de encontro e reflexão aos amantes da literatura de todo o mundo. O Festival de Diriyah é uma celebração cultural que destaca o rico património literário e oral da Arábia Saudita. Localizado na cidade histórica de Diriyah, o evento procura revitalizar e promover as tradições de narração de histórias do país, proporcionando uma plataforma para contadores de histórias, poetas e escritores contemporâneos.

A edição de 2025, que se realiza esta semana, inclui sessões de narração de histórias, oficinas literárias, exposições que traçam a evolução da literatura saudita ao longo dos séculos e sessões de leitura bilingue destinadas a promover a literacia na primeira infância. Os escritores e contadores de histórias locais que participam no evento estão a explorar a ligação entre a narração de histórias populares e a literatura moderna.

O Hay Festival do Reino Unido foi fundado em 1988 em Hay-on-Wye, no País de Gales, e estabeleceu-se como um dos mais prestigiados encontros literários do mundo. Este evento anual reúne um leque diversificado de vozes dos domínios da literatura, arte, ciência, política, música e comédia, incentivando o diálogo entre comunidades. Para além do seu evento emblemático no País de Gales, o Hay Festival expandiu o seu alcance a nível mundial, organizando eventos em diferentes países e adaptando-se a diferentes culturas.

Em 2025, o festival realizar-se-á de 22 de maio a 1 de junho em Hay-on-Wye. Todos os anos, a cidade atrai milhares de visitantes que têm a oportunidade de participar em workshops, palestras e apresentações. Durante mais de duas décadas, o Hay Festival contou com a presença de artistas como Salman Rushdie, Margaret Atwood e Stephen Fry, entre muitos outros.

Por último, o Festival Internacional de Poesia de Medellín tornou-se, desde a sua criação em 1991, uma referência mundial para os amantes da poesia. Este evento anual, organizado pela Corporación de Arte y Poesía Prometeo, reúne poetas de diferentes gerações, tendências e regiões do mundo, oferecendo leituras em mais de 40 línguas.

A 35.ª edição do festival está agendada para 5-12 de julho de 2025, sob o tema “A vida emergirá liberta do ferro”, um apelo ao renascimento do instinto natural e poético. Espera-se que cerca de 80 poetas de 40 países e 90 artistas locais participem em numerosas atividades em toda a cidade.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2025

O Santander Totta apresenta os resultados do ano passado e a Anacom faz o balanço anual do 5G no país. Governo deve anunciar o sucessor de Hernâni Dias.

A fechar esta semana é esperado que o Governo anuncie o sucessor de Hernâni Dias, que se demitiu depois de criar duas empresas na área de imobiliário. O banco Santander Totta também vai mostrar os resultados do ano passado e o INE divulga como evoluíram os custos da construção de habitação nova no país.

Santander Totta presta contas do ano de 2024

O banco liderado por Pedro Castro e Almeida revela, durante a manhã desta quinta-feira, os resultados do ano passado. Nos primeiros nove meses do ano passado, o Santander Totta registou lucros de 778,1 milhões de euros, mais 25,1% que no mesmo período do ano anterior. Os créditos subiram 6,6% nesse período e os depósitos cresceram mais de 4%.

Como evoluíram os custos de construção de habitação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o índice de custos de construção de habitação nova em dezembro do ano passado. Até novembro, estes custos aumentaram 3,4% em termos homólogos e 4,1% face ao mês anterior. Já o preço dos materiais baixou 0,3% face ao mesmo período do ano anterior e o custo da mão de obra subiu 8,1%.

Eurostat divulga produção do setor dos serviços

O gabinete europeu de estatísticas (Eurostat) também vai publicar um conjunto de indicadores, entre os quais a evolução do setor dos serviços na União Europeia e na zona euro em novembro de 2024. Até outubro do ano passado, a produção neste setor cresceu 1,7% na zona euro e 1,5% na UE em termos homólogos.

Anacom faz balanço do 5G

O regulador das telecomunicações tem previsto fazer, esta quinta-feira, o balanço trimestral e anual do desenvolvimento do 5G em Portugal. Até setembro de 2024, o número de estações instaladas no país tinha aumentado 2%, face ao trimestre anterior, e as antenas chegavam a 2.217 freguesias, cerca de 72% do total.

Montenegro deve anunciar sucessor de Hernâni Dias

Para hoje é ainda esperado que Luís Montenegro indique o nome do próximo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território. Hernâni Dias demitiu-se a 28 de janeiro depois de ser conhecido que estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e também porque criou, depois de entrar no executivo, duas empresas no setor do imobiliário e construção, num potencial conflito de interesses com a área que tutelava.

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Autarquias estão a demorar mais tempo a pagar aos fornecedores

As câmaras que mais agravaram o tempo que demoram a pagar aos seus fornecedores são Santa Comba Dão (+93 dias) e, em ex aequo, Nelas e Setúbal, com mais 81 dias. Tábua contesta dados da DGAL.

As autarquias estão a demorar mais tempo a pagar aos seus fornecedores. No final do ano passado, num universo de 221 municípios para os quais existem dados, 20 demoravam mais de 60 dias a cumprir as suas obrigações e quase todos registam um agravamento face ao terceiro trimestre de 2024.

Das 20 câmaras incumpridoras da lei, dez demoram mais de 90 dias a pagar as faturas a fornecedores, mais três do que no trimestre anterior. Os dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) revelam que uma manteve o desempenho (Figueiró dos Vinhos, com 63 dias) e só uma melhorou os prazos de pagamento – Alfândega da Fé, que reduziu os seus prazos de pagamento em 27 dias para 91 dias.

O fecho das contas das autarquias no final do ano, o acerto de faturas característico do período e a demora no lançamento das faturas no sistema podem justificar este agravamento. Ao que o ECO apurou, a questão está inclusivamente a ser acompanhada pela Associação Nacional de Municípios, que está em diálogo com o Governo para que sejam adotadas medidas para resolver o problema.

O ECO questionou o Ministério da Coesão sobre este tema, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Este agravamento surge num contexto de aprofundamento do processo de descentralização de competências para os municípios, que aumentou a pressão nas contas das autarquias. A própria ANMP, no parecer à proposta de Orçamento do Estado para 2025, sublinhava que a descentralização trouxe “custos gerais e administrativos acrescidos não compensados pelo Fundo de Financiamento da Descentralização”; “novas obrigações ao nível dos transportes públicos de passageiros, onde nem sempre é assegurada a sustentabilidade financeira do serviço”; obrigatoriedade de intervir ao nível do direito à habitação, “sem o adequado e atempado financiamento”; “crescentes e subfinanciadas exigências ao nível da água, dos resíduos e da proteção civil”. As valorizações salariais dos funcionários públicos, o aumento da inflação e dos juros também pesam nos orçamentos que em termos genéricos reduziram o excedente de 353 milhões para 24 milhões, em 2023, de acordo com o Conselho de Finanças Públicas.

Tábua contesta números

De acordo com a DGAL, Tábua é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores, mas a câmara já contestou por escrito a informação. Nos últimos três meses de 2024, teria precisado de 253 dias para pagar as suas faturas, um forte agravamento face aos 120 dias registados no terceiro trimestre. No entanto, segundo a autarquia houve uma melhoria de desempenho, ao levar 109 dias a pagar.

O presidente da Câmara de Tábua denuncia ao ECO que os dados da DGAL estão errados, porque a autarquia reduziu as dívidas aos fornecedores em mais de um milhão de euros no final do ano passado. Ricardo Cruz revelou que o ROC da câmara enviou para a DGAL a contestação dos cálculos que segundo a autarquia revelam menos de metade dos valores apontados.

Já não é a primeira vez que a DGAL se engana a compilar os dados das autarquias. No final de 2023, Tábua surgia com um prazo médio de pagamento de 219 dias, quando afinal eram 123 dias. Uma revisão que o presidente da câmara justificou, ao ECO, com o facto de só “em abril as contas estarem fechadas e os dados estabilizados”. Uma revisão em baixa de 96 dias “é considerável”, desabafou na altura. Agora está em causa uma revisão muito maior – 144 dias.

Tábua tentou aderir a um saneamento financeiro voluntário, porque o nível de dívidas da autarquia não era suficiente para recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), nem tão pouco para um saneamento obrigatório. O edil socialista explicou que para isso foi necessário deixar acumular algumas dívidas para poder “encaixar” nos critérios do saneamento voluntário. Em causa estava a contração de um empréstimo de seis milhões de euros junto da banca para pagar aos fornecedores. No entanto, as “taxas de juros de 5,5%” que lhe foram pedidas “eram incomportáveis para municípios pequenos como Tábua”, por isso, não se avançou com esta opção, que estava a ser negociada com os ministérios das Finanças e da Coesão.

A solução foi retomar os pagamentos que tinham sido suspensos para fazer volume e tendo sido saldados mais de um milhão de euros em dívidas que agora ascendem a cerca de 3,4 milhões de euros, revelou o autarca. Ricardo Cruz queixa-se da injustiça de autarquias que recorrem ao FAM pagarem apenas juros de 0,9%, quando as “mais bem-comportadas” tem de suportar os juros de mercado.

Perante a “situação frágil de tesouraria” de alguns municípios, a ANMP no parecer à proposta do OE2025 sugeria que o OE2025 viabilizasse “a criação de um empréstimo extraordinário junto do FAM destinado à liquidação de pagamentos em atraso”. Em 2022, o OE previa a criação deste tipo de empréstimos, para financiar despesa corrente, por contrapartida de uma diminuição das transferências.

“Estão em causa municípios muito dependentes das transferências do OE que, na conjuntura atual de aumento de preços e valorizações remuneratórias, viram todas as despesas correntes aumentar, o que, perante a incapacidade de gerar receitas próprias, trouxe como consequência o aumento muito significativo da dívida de curto prazo (a fornecedores) e o aumento do prazo médio de pagamentos e dos pagamentos em atraso, bloqueando a capacidade de assunção de nova despesa, por inexistência de fundos disponíveis e criando constrangimentos graves nas próprias economias locais”, justificava a ANMP no parecer, recordando que “a taxa de juro comercial de mora atinge o valor elevadíssimo de 12,5%”.

A proposta da ANMP era criar um empréstimo junto do FAM, com caráter excecional, destinado aos municípios que, no final de 2024, apresentassem um volume de pagamentos em atraso superior a um milhão de euros e que ainda não tinham aderido ao FAM, com uma taxa de juro “largamente mais favorável do que as taxas de mercado e a taxa de juro de mora e com um prazo máximo de 14 anos.

Santa Comba Dão Nelas e Setúbal agravam mais atrasos

No universo de 221 municípios para os quais existem dados (menos 39 do que no trimestre anterior) na DGAL, 20 demoravam mais de 60 dias a pagar aos fornecedores, sendo que as autarquias que mais tempo demoram a pagar são Tábua (253 dias, valor contestado e que a retira do TOP10), seguida de Santa Comba Dão (224 dias) e Setúbal (155 dias). Mas as câmaras que mais agravaram o seu desempenho foram Santa Comba Dão (+93 dias) e em ex aequo Nelas e Setúbal com mais 81 dias.

“As transferências de competências para os municípios sem os adequados envelopes financeiros será uma das principais causas”, explicou ao ECO o gabinete da presidência da Câmara de Setúbal. “Tal como acontece com diversas autarquias portuguesas, a situação financeira do município de Setúbal tem vindo a ter uma evolução que não é isenta de problemas, com dificuldades em fazer face, atempadamente, aos compromissos assumidos”, acrescenta.

A autarquia liderada por André Valente Martins dá dois exemplos de pressão: a educação e a saúde. No “caso da educação, desde abril de 2022 a Câmara Municipal de Setúbal já acumulou um défice superior a três milhões de euros” e a autarquia “assumiu, em contrato-programa, a construção do novo centro de saúde de Azeitão”, sendo que “até à data, os valores da responsabilidade do Ministério da Saúde ainda não foram pagos”. “Estamos a falar de mais de 1,3 milhões de euros”, frisa o gabinete do edil comunista.

Valente Martins critica a “crescente desresponsabilização do Estado e dos sucessivos governos no que diz respeito ao necessário investimento na saúde”, e a “recusa da Administração Central em construir novos centros de saúde”. “Mesmo nos casos em que a câmara obteve financiamento comunitário, estas empreitadas representaram um acréscimo de pressão na tesouraria do município”, acrescenta, sublinhando que “os sucessivos cortes, de forma irresponsável, nas receitas municipais impostos pelos partidos da oposição – PS e PSD” se traduzem no seu mandato na perda estimada “de mais de 20 milhões de euros através da imposição da redução das taxas do IMI e da participação variável do IRS”.

Nelas, que teve o mesmo agravamento na demora dos pagamentos a fornecedores (+81 dias), aponta outras razões para este desempenho, nomeadamente ao nível das utilities. As faturas da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão, que recolhe e trata os resíduos de 19 municípios da região, estavam pré-registadas, mas só tiveram cabimento no final do ano. A E-redes procedeu no final do ano aos habituais acertos e estavam por isso 300 mil euros em falta em janeiro, avançou ao ECO o vereador Artur Ferreira. Além disso, Nelas compra água a Mangualde, fruto de um protocolo de 1995, que tem por hábito fazer “acertos de contas, com a emissão de notas de crédito que beneficiam os seus saldos mas prejudicam os nossos e isso voltou a acontecer”, acrescentou o responsável.

Nos atrasos pesam ainda as faturas em dívida dos transportes escolares e das refeições escolares. Sem contar com as dívidas a Mangualde que “ainda estão em negociação, a câmara tem cerca de 1,4 milhões de euros por liquidar aos fornecedores, revelou Artur Ferreira.

O ECO contactou também a câmara municipal de Santa Comba Dão, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta.

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Tarifas e política energética de Trump ameaçam resultados da Galp, dizem analistas

Os resultados da Galp podem ser penalizados se Trump agravar as taxas aduaneiras à União Europeia. Descida da cotação do petróleo devido a um aumento de produção nos EUA também terá impacto.

As margens de lucro da Galp podem sofrer na sequência da imposição de tarifas aduaneiras que o presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu aplicar a produtos europeus, indicam os analistas consultados pelo ECO/Capital Verde. O impacto tanto pode ser direto, caso as taxas incidam sobre combustíveis fósseis, como indireto, tendo em conta o eventual efeito negativo na economia europeia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou este domingo que a União Europeia não irá escapar à imposição de tarifas aduaneiras, por parte da maior economia do mundo, sobre os seus produtos. Isto, depois de ter anunciado tarifas de 25% sobre os seus maiores parceiros comerciais, México e Canadá, embora acabasse por adiar a entrada em vigor desta ação por um mês, até 1 de março. No caso do Canadá, o petróleo exportado para os Estados Unidos é uma exceção, e só será taxado em 10%. A China também não escapou a novas tarifas, de 10%.

Os Estados Unidos importaram, em 2023, 9,7 milhões de barris de petróleo e produtos derivados a partir de Portugal, de acordo com dados da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês).

A Galp reconhece os Estados Unidos como um dos seus principais mercados de exportação. “Os EUA, particularmente a Costa Leste, continuaram a ser um dos destinos mais significativos para a exportação de componentes pesados da gasolina, aproveitando a sua posição do outro lado do Atlântico”, lê-se no Relatório e Contas relativo a 2023. No mesmo, a empresa afirma que “o fuelóleo, a gasolina e o gasóleo foram os principais produtos exportados, representando 31%, 22% e 12% das exportações totais, respetivamente, maioritariamente para os EUA, Espanha e Gibraltar“.

Em 2023, a venda de produtos petrolíferos resultantes das atividades de refinação e comercialização da Galp totalizou 14,8 milhões de toneladas (mton). Deste volume, 7,1 mton foram vendidas à área Comercial da Galp, 3,4 mton a outros operadores e 3,7 mton foram exportadas, aponta o relatório. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a Galp (através da empresa Petrogal) é a segunda maior exportadora portuguesa para os Estados Unidos, em valor exportado.

Já na última atualização com dados comerciais partilhados pela Galp, publicada no início desta semana e que diz respeito ao quarto trimestre do ano passado, a petrolífera nota uma quebra de 15% nas margens de refinação.

O analista da XTB, Vítor Madeira, observa que “de momento, não parece existir grande reação no preço das ações da empresa” às ameaças de tarifas por parte dos Estados Unidos. “Embora as ações estejam a cair, estas quedas podem ser associadas às quedas no preço das matérias-primas energéticas”, completa.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

No entanto, “tarifas sobre produtos energéticos podem aumentar os custos operacionais, reduzindo as margens de lucro da Galp“, afirma Henrique Valente, representante de Contas da ActivTrades. Na ótica deste analista, o impacto direto na Galp dependerá da natureza específica das tarifas e dos produtos visados. “Se as tarifas incidirem sobre produtos energéticos ou relacionados, a Galp poderá enfrentar desafios adicionais, como aumento de custos ou restrições comerciais”, sustenta.

Desaceleração económica na Europa pode pesar

A guerra comercial pode contribuir para a desaceleração do crescimento europeu, reduzindo a procura por combustíveis e afetando as receitas da Galp“, aponta, por outro lado, Henrique Valente, acrescentando que a imposição de tarifas por parte da UE, em retaliação, pode ainda “distorcer o mercado energético e impactar negativamente a competitividade da empresa”.

O economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa, corrobora que “a imposição de tarifas adicionais pelos EUA sobre produtos europeus poderá afetar a economia da União Europeia, incluindo Portugal” e que “uma redução na atividade económica europeia pode levar a uma menor procura por combustíveis e outros produtos energéticos, pressionando as margens de lucro da Galp“.

Já a favor da empresa está a sua expansão geográfica. “A Galp tem expandido as suas atividades, apostando em novas geografias, como a Namíbia. Essa estratégia de diversificação pode ajudar a reduzir os efeitos negativos resultantes das políticas comerciais dos EUA“, entende Paulo Rosa.

O economista do Banco Carregosa indica que, de acordo com o economista-chefe para a Europa do Goldman Sachs, Sven Jari Stehn, uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos EUA vindas da União Europeia poderia eliminar um ponto percentual do crescimento da zona do euro. Numa abordagem mais cautelosa, Paulo Rosa sublinha que o impacto real da imposição de tarifas na economia europeia dependerá de vários fatores, incluindo as respostas políticas e económicas da União Europeia e dos seus Estados-membros.

Por fim, a “incerteza gerada por uma guerra comercial pode dificultar o planeamento estratégico da empresa e afetar a confiança dos investidores“, afere Henrique Valente.

Mais oferta de petróleo e gás pressiona preços

Além da ameaça de tarifas, Donald Trump avançou com uma política energética que fomenta a exploração e produção de petróleo, o que pode também pressionar a empresa. “Caso o plano do presidente Donald Trump com o drill baby drill’ [aposta na exploração e produção de energias fósseis] aumente exponencialmente a produção de petróleo e gás, isto pode provocar uma pressão descendente sobre os preços“, assume também Vítor Madeira, somando a este fator a “pressão” que Trump tem exercido junto da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para que estes aumentem a produção, e desta forma os preços baixem. A desaceleração económica de mercados-chave, como a China, também pode exercer pressão sobre os preços da energia, acrescenta ainda Henrique Valente.

Olhando ao efeito na petrolífera portuguesa, caso o preço das matérias-primas caia nos mercados internacionais, “surge a possibilidade de provocar quedas nas margens da Galp, e assim, obter piores resultados“, afirma o analista da XTB. Paulo Rosa concorda que “para a Galp, preços mais baixos do petróleo podem resultar em margens de lucro reduzidas nas suas operações de exploração e produção (upstream)”.

Ainda assim, o economista sénior do Banco Carregosa observa que, como empresa integrada, a Galp também atua na refinação e distribuição (downstream), “áreas que podem beneficiar de custos mais baixos do petróleo bruto“. A diversificação da petrolífera no campo das energias renováveis constitui também novas fontes de receita menos expostas à volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis.

Numa nota positiva, apesar das intenções de Trump “de aumentar a produção de petróleo e gás através da desregulamentação ambiental”, as grandes empresas petrolíferas “preferem adotar uma postura cautelosa, apostando na estabilidade financeira, em vez de expandir a produção de forma agressiva”, ressalva Henrique Valente. Um fator que contraria eventuais futuras quedas significativas da matéria-prima, apesar das políticas da Casa Branca.

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