Tem Spotify? Prepare-se para o aumento do preço

  • Lusa
  • 26 Abril 2025

A plataforma de música em 'streaming' sueca Spotify vai aumentar os preços das suas subscrições este verão em "dezenas de países em todo o mundo", na Europa e América Latina.

A plataforma de música em ‘streaming’ sueca Spotify vai aumentar os preços das suas subscrições este verão em “dezenas de países em todo o mundo”, na Europa e América Latina, disseram fontes da empresa ao Finacial Times (FT).

De acordo com o diário britânico, o grupo pretende aumentar os preços “em o equivalente a um euro nas subscrições individuais em países da Europa e América Latina”, a partir de junho. Em sentido inverso, o Spotify manterá os preços atuais nos Estados Unidos, o seu maior mercado, uma vez que aumentou as subscrições naquele país.

Nas últimas semanas, a tecnológica já começou a aumentar as taxas em alguns locais, como Países Baixos e o Luxemburgo, mas, segundo o jornal britânico, esta iniciativa “será consideravelmente intensificada” durante o verão.

Fontes citadas pelo FT indicam ainda que o Spotify e outras plataformas de ‘streaming’ estão a considerar cobrar uma taxa adicional — cerca de 6 dólares por mês (5,27 euros) a mais do que a tarifa padrão — para oferecer um serviço “super premium” que permite aos utilizadores o acesso antecipado a novos lançamentos musicais e bilhetes para concertos.

As ações do Spotify duplicaram de valor no ano passado, e a empresa, que vai divulgar os seus resultados anuais na próxima terça-feira, obteve lucros e um aumento do número de subscritores.

Em Portugal, a conta ‘premium’ custa atualmente 7,99 euros por mês, com o valor a descer para 4,49 para estudantes.

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ECO Quiz. Papa Francisco, salários e Mário Centeno

  • Tiago Lopes
  • 26 Abril 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

O Papa Francisco morreu na passada segunda-feira de manhã, dia 21 de abril, avançou fonte oficial do Vaticano. Jorge Mario Bergoglio era o Sumo Pontífice da Igreja Católica há cerca de 12 anos, desde 13 de março de 2013.

A produtividade e os salários médios são mais elevados nas multinacionais a operar em Portugal face às restantes empresas. A conclusão é de um estudo publicado pelo Banco de Portugal, que revela ainda diferenças nestes indicadores entre as multinacionais estrangeiras e portuguesas em alguns dos principais setores económicos.

Mário Centeno e os restantes membros do conselho de administração do Banco de Portugal tiveram um aumento salarial histórico este ano, superior a 7%, beneficiando não só da atualização nos salários da Função Pública, mas sobretudo do fim do corte salarial de 5% que se aplicou a políticos e gestores públicos desde a crise da dívida soberana.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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Pedidos de patentes e invenções sobem 19% até março. Guerra comercial pode mudar mapa da proteção da inovação

Este sábado é o Dia Mundial da Propriedade Intelectual. No primeiro trimestre, os pedidos de invenções nacionais cresceram para 241, mas a agenda 'America First' dos EUA pode mudar o paradigma.

As empresas e universidades estão cada vez mais preocupadas em proteger a inovação em Portugal. No primeiro trimestre deste ano, o número de pedidos de invenções nacionais (patentes, modelos de utilidade e certificados complementares de proteção) aumentou 19,3% para 241, de acordo com os dados provisórios do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Em plena ofensiva protecionista dos Estados Unidos, este segmento económico também se poderá reconfigurar, inclusive com mais patentes chinesas na Europa.

Na data em que se celebra o Dia Mundial da Propriedade Intelectual (PI), especialistas explicam ao ECO que esse crescimento na proteção da inovação se deve à consciência de que são necessários mecanismos legais para salvaguardar ativos intangíveis (marcas ou designs) e de que a custódia das invenções tem valor económico e traz vantagem competitiva.

Por outro lado, o aumento dos pedidos de PI parece traduzir o impulso das empresas para expandirem os seus negócios internacionalmente, sendo a proteção da PI um pilar essencial nos processos de internacionalização, ao assegurar a exclusividade e a valorização dos produtos e serviços nos novos mercados”, diz a coordenadora Jurídica na consultora Inventa, Inês Monteiro Alves.

As concessões de direitos também aumentaram a dois dígitos de um ano para o outro, tal como os pedidos. Em três meses, foram concedidas 73 invenções nacionais, o que representa uma subida de 55,3%. Por sua vez, as marcas nacionais e OSDC (Outros Sinais Distintivos do Comércio) – formas de distinguir a marca, como logótipos – contabilizaram 6.193 pedidos de registo entre janeiro e março, mais 4,5% do que no mesmo período do ano passado.

Para Márcia Martinho da Rosa, advogada e agente oficial de PI, este acréscimo, “apesar de relevante, ainda é bastante incipiente” pelo peso das marcas em detrimento das patentes. “As marcas continuam a ser o direito mais solicitado, quando, idealmente, as patentes deveriam apresentar um crescimento mais expressivo. Tal evolução seria um verdadeiro indicador do progresso nacional em matéria de inovação e competitividade, algo que, infelizmente, ainda não se verifica de forma significativa”, alerta.

E dá como exemplo desta “fragilidade” a ausência de instrumentos eficazes de proteção de segredos comerciais. “Persistem ideias erradas, como acreditar que uma simples cláusula de confidencialidade no contrato de trabalho é suficiente. Isso está longe de garantir a segurança da informação estratégica”, garante Márcia Martinho da Rosa.

Pedidos de Patente, Modelo de Utilidade, Certificado Complementar de Proteção e Pedido Internacional em fase nacional. Fonte: INPI

Enquanto uma patente é um contrato entre o Estado e a instituição “inventora” e dá o direito exclusivo de produzir e comercializar uma invenção, que em contrapartida é divulgada publicamente, os modelos de utilidade têm um procedimento administrativo mais simples e célere, mas também dão direitos de fabrico/venda sobre essa nova ferramenta, tecnologia, entre outros.

Patentes europeias tradicionais caem 23%

Apesar do crescimento generalizado nos pedidos e concessões de invenções nacionais, o número de validações de patente europeia apresentadas em Portugal teve um decréscimo de 23,5%, em termos homólogos, para 731 no primeiro trimestre de 2025. Segundo as peritas, ainda é prematuro analisar as estatísticas, por serem provisórias e apenas referentes aos primeiros três meses do ano, mas a queda deverá estar sobretudo relacionada com o sistema de patente unitária europeia, que está em vigor deste o verão de 2023 e permite proteção em 18 países. Há requerentes que têm escolhido este modelo vez do tradicional, embora envolva custos superiores (taxas oficiais e honorários de representantes e traduções).

Fonte: INPI

 

Para mitigar o obstáculo financeiro, a coordenadora jurídica da Inventa refere que as pequenas e médias empresas (PME) têm recorrido ao Fundo PME da União Europeia (UE) gerido pelo EUIPO (European Union Intellectual Property Office), que oferece vouchers de reembolso às empresas para proteção dos direitos de PI. Como? Para marcas e desenhos, recebem até 75% de reembolso em taxas de pedido a nível nacional, regional e da UE. No caso das patentes, até 75% de reembolso em taxas de pré-concessão a nível nacional e até 50% nas taxas de exame e concessão de patentes europeias. Há também cheques para assessoria estratégica e reembolso parcial de taxas cobradas pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) para registos internacionais.

Mapa das invenções em mudança

A jurista Patrícia Akester, especialista em PI e Inteligência Artificial (IA), afirma ao ECO que a agenda America First do presidente norte-americano alterou o ambiente estratégico em que as empresas decidem proteger as suas invenções e vai reorganizar o mapa das patentes. Na sua opinião, se a instabilidade que tem caracterizado o mandato de Donald Trump na Casa Branca se mantiver, haverá uma redistribuição geográfica das patentes. “A hostilidade comercial norte-americana tenderá a desviar uma fração crescente das reivindicações de patentes feitas pela China – solicitações que outrora desembocavam no sistema americano – para a UE”, exemplifica investigadora na Universidade de Cambridge.

“É natural que se verifique também a redução da qualidade média das patentes. A incerteza e a volatilidade em torno da política comercial e o aumento de custos em sede de importação tenderão a espoletar a aposta frenética na reivindicação de patentes – ainda que carentes de conteúdo verdadeiramente inventivo – à laia de mecanismo de defesa, bem como a cortes ou adiamentos no que toca ao investimento em investigação e desenvolvimento”, antevê.

A política protecionista da maior economia do mundo pode também encarecer o acesso à inovação, porque as tarifas elevam o preço de componentes/equipamentos importados, e aumentar os litígios por disputas transfronteiriças sobre violação de direitos de PI e à importação/revenda (fora dos canais autorizados) de bens abrangidos por esses direitos, assinala Patrícia Akester.

O Dia Mundial da Propriedade Intelectual, que se celebra todos os anos a 26 de abril, foi estabelecido em 2000 como referência à data em que a Convenção da OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual entrou em vigor (em 1970) para aumentar a consciencialização sobre a importância da PI. O tema escolhido para 2025 é a música, que está ligada aos direitos de autor, mas em constante revolução de consumo e produção com as plataformas de ‘streaming’, como Spotify, Apple Music, Deezer ou YouTube, e a IA.

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Apritel quer mecanismos mais eficazes no combate à pirataria

  • Lusa
  • 26 Abril 2025

O secretário-geral da Apritel afirma que a pirataria "é uma situação grave em Portugal", representando uma perda potencial económica de 250 milhões de euros.

O secretário-geral da Apritel afirma que a pirataria “é uma situação grave em Portugal”, uma perda potencial económica de 250 milhões de euros, e defende a existência de mecanismos eficazes de combate a este fenómeno, como já fazem outros países europeus.

Pedro Mota Soares, que falava à Lusa no dia Dia Mundial da Propriedade Intelectual, salienta que a pirataria “é uma situação grave em Portugal”, apontando que, de acordo com dados internacionais, no mercado português “cerca de 288 mil lares acedem por mês indevidamente a serviços digitais, a serviços audiovisuais que deviam ser pagos e IPTV ilegais, especialmente com uma maior incidência no caso dos jovens”.

E detalha: “cerca de 35% das pessoas entre os 15 e os 24 anos ou transmitem ou consomem pirataria, o que é uma das taxas mais elevadas na União Europeia, a quarta mais elevada”. Esta situação tem uma consequência que Pedro Mota Soares classifica de “alarmante”.

Ou seja, “a pirataria representa uma perda potencial de 250 milhões de euros para a economia nacional, de acordo com dados do Governo atualizados ao valor da inflação” e destrói valor em Portugal. “Quando nós olhamos para o que está a acontecer lá fora, percebemos que hoje muitos países estão a tomar medidas para poderem combater este fenómeno”, prossegue, referindo que “é preciso sensibilizar os utilizadores”, o que a Apritel, associação que representa os operadores, tem vindo a fazer.

“É preciso penalizar a difusão, os grandes piratas, mas também é preciso dar um passo que está a ser feito lá fora e ainda não está a ser feito em Portugal, nomeadamente fazendo uma advertência aos consumidores e até admitindo a aplicação de sanções”, salienta o secretário-geral da Apritel.

Vários países a nível europeu, Alemanha, Espanha, França, Grécia, Dinamarca e Itália, “já têm hoje sistemas eficazes, sistemas que têm exatamente também esta advertência e esta sanção, o que se chama muitas vezes sistemas de ‘cease and desist’ [parar e desistir]”.

Portugal “ainda não os tem e está comprovado que os países que já têm estes mecanismos estão a ser mais capazes de permitir que este dinheiro não fuja da economia” e que não se percam postos de trabalho por causa da pirataria.

“Por isso mesmo penso que este dia 26 é um dia interessante também para podermos fazer uma reflexão e perguntarmos porque é que em Portugal também não se avança com estes mesmos mecanismos que devem estar sempre no controlo do Estado, no controlo das entidades do próprio Estado, das inspeções gerais, dos serviços que têm esta capacidade de o fazer”, aponta.

Em suma, “é um bom dia para fazermos uma reflexão sobre o que falta fazer em Portugal”.

Pedro Mota Soares salienta que a pirataria “retira valor da economia portuguesa, destrói empregos, diminui a capacidade de produção cultural, a capacidade de produção desportiva, diminui o pluralismo do jornalismo, o pluralismo político, destrói muitos empregos de pessoas concretas, de portugueses concretos”.

Além disso, alerta, “é importante também realçar que muitas pessoas que consomem esta pirataria estão a pôr os seus equipamentos em risco”. Para se ter a noção “bastam 71 segundos, pouco mais do que um minuto, para que alguém que utilize, vá a um ‘site’ ilegal, que utilize um ‘streaming’ ilegal, possa estar a contaminar o seu computador, o seu telemóvel com ‘malware’ que depois se pode virar contra as próprias pessoas”. Por isso, a pirataria é igualmente um tema de cibersegurança, que também é um facto “muito relevante”.

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China desmente Trump sobre negociações de tarifas com Estados Unidos

  • Lusa
  • 26 Abril 2025

A China voltou a negar estar em negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas, desmentindo os comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira.

A China voltou este sábado a negar estar em negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas, desmentindo os comentários feitos pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira.

“Não houve consultas ou negociações entre a China e os Estados Unidos sobre questões tarifárias, muito menos um acordo“, disse a embaixada chinesa em Washington, num comunicado publicado na plataforma de mensagens WeChat.

As afirmações norte-americanas de que está em curso um diálogo sobre as tarifas “são enganadoras”, acrescentou a representação diplomática chinesa.

“Se os Estados Unidos querem realmente resolver o problema através do diálogo, devem primeiro corrigir os seus erros, deixar de ameaçar e pressionar os outros e abolir completamente todas as medidas tarifárias unilaterais tomadas contra a China“, lê-se no comunicado.

Numa entrevista publicada na sexta-feira pela revista Time, o Presidente norte-americano disse que estavam em curso discussões entre os dois países para tentar chegar a um acordo e sugeriu que o processo poderia estar concluído nas próximas semanas.

Referiu, além disso, ter falado ao telefone com o homólogo chinês, Xi Jinping, sem no entanto especificar quando ou qual o conteúdo da conversa. “Ele telefonou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza”, disse o dirigente norte-americano.

O Ministério do Comércio chinês já tinha negado na quinta-feira que estivesse a levar a cabo negociações económicas ou comerciais com Washington.

O Presidente norte-americano decidiu impor sobretaxas de 145% a certos produtos importados da China. Em resposta, Pequim impôs sobretaxas de 125% sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos.

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Microsoft Portugal perde poder de decisão e deixa de ser unidade autónoma

Em nome de uma maior eficiência, a Microsoft vai retirar autonomia e poder de decisão à operação em Portugal, que passará a integrar um cluster de operações que se estende aos Balcãs.

A Microsoft prepara-se para uma profunda reorganização da sua estrutura operacional na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) que terá impacto direto na subsidiária portuguesa.

Segundo um email interno a que o ECO teve acesso, a partir de 1 de julho, a Microsoft Portugal deixará de funcionar como entidade autónoma e passará a integrar um amplo cluster denominado “South MCC” na área da “Europa do Sul, que incluirá também países como Turquia, Grécia, Chipre, Malta, Albânia, Bósnia, Eslovénia, Sérvia, Macedónia do Norte, Montenegro, Kosovo, Croácia e Bulgária.

Segundo indicações da Microsoft, esta reorganização enquadra-se numa estratégia global da tecnológica para o ano fiscal de 2026. No documento interno, a empresa destaca que tem três grandes pilares organizacionais para apoiar a sua estratégia de crescimento: “Evolução das nossas Áreas de Solução, Aceleração da Competência Regional em Escala e Alinhamento das nossas equipas SME e de Canal”.

A nova estrutura da Microsoft na região EMEA passará assim a contemplar três modelos distintos:

  • Três subsidiárias autónomas: França, Países Baixos e Suíça
  • Duas áreas de subsidiárias duplas: Alemanha/Áustria e Reino Unido/Irlanda
  • Três áreas multi-subsidiárias: Europa Norte, Europa Sul (onde a operação nacional está incluída) e Médio Oriente & África

A Microsoft justifica estas alterações com o foco na aceleração do crescimento num momento de forte adoção da inteligência artificial. “Em tempos de incerteza e desafio que a nossa região enfrenta, clientes e parceiros procuram-nos para liderança – não apenas sobre como adotar IA, mas sobre como isso pode remodelar a forma como compram, constroem e crescem de maneira responsável”, refere Samer Abu-Ltaif, presidente da Microsoft para a Europa, Médio Oriente e África desde janeiro deste ano, na referida comunicação.

A empresa defende que, para responder às exigências atuais, precisa reduzir a complexidade do próprio negócio, “criando mais agilidade na forma como planeamos, colaboramos e executamos”.

A operação portuguesa, sob a liderança de Andres Ortolá desde janeiro de 2022, ficará sob a alçada de Charles Calestroupat, que liderará toda a área da Europa Sul.

O executivo francês tem um currículo de 25 anos de experiência na área tecnológica, “incluindo vários anos como empreendedor desenvolvendo empresas industriais na Europa e mercados emergentes”, refere a Microsoft no email. Calestroupat está na Microsoft há sete anos, tendo servido como responsável pelas operações para o setor público e como líder comercial no setor empresarial em França.

Para a operação portuguesa, esta reorganização representa uma significativa perda de autonomia. Se até agora a Microsoft Portugal tem funcionado como subsidiária independente com liderança local, passará a ser apenas uma parte de um cluster multinacional que engloba mercados bastante diversos, desde a Turquia até aos Balcãs.

Esta reestruturação enquadra-se no que a empresa descreve como uma otimização para “garantir um aumento dos recursos no terreno, ter a cobertura de contas adequada, criar responsabilização e gerar captura incremental de TAM [Mercado Total Endereçável]”, justifica Samer Abu-Ltaif no email.

Segundo o email interno, a nova estrutura também “garantirá uma tomada de decisão mais rápida com execução mais consistente em toda a região EMEA, alinhada às necessidades de cada mercado”.

A Microsoft sublinha que “esta mudança visa colocar o suporte adequado para capacitar os nossos vendedores e dar-lhes as ferramentas e recursos necessários para se concentrarem no envolvimento com os clientes e na procura de novas oportunidades”.

Embora a empresa apresente a reorganização como uma estratégia para promover crescimento e agilidade, fica por esclarecer se haverá implicações ao nível dos recursos humanos ou investimentos na operação portuguesa, bem como alterações na abordagem ao mercado nacional.

Contactada, fonte oficial da Microsoft Portugal confirmou esta informação ao ECO: “Recentemente, anunciámos uma mudança na estrutura da nossa área EMEA da Microsoft. A Microsoft Portugal, que atualmente reporta à nossa área da Europa Ocidental, passará – a partir de 1 de julho – a fazer parte de uma nova estrutura de área, denominada Europa do Sul, liderada por Charles Calestroupat. Portugal continua a ser liderado por Andrés Ortolá.”

(Notícia atualizada às 14h40 com declarações da Microsoft)

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Baidu desafia DeepSeek e promete agitar o mercado da inteligência artificial

  • Lusa
  • 25 Abril 2025

A gigante Baidu acelera a corrida da IA com modelos gratuitos e potentes, apostando em raciocínio avançado e custos mínimos para enfrentar DeepSeek e os gigantes americanos.

A chinesa Baidu anunciou hoje o lançamento de dois novos modelos de inteligência artificial (IA), Ernie 4.5 Turno e Ernie X1 Turbo, numa conjuntura de intensa concorrência desta tecnologia depois do impulso dado pela DeepSeek ao setor.

Num evento para programadores da empresa chinesa, o presidente executivo (CEO), Robin Li, detalhou as melhorias introduzidas no Ernie 4.5 Turnbo, considerado o modelo base da tecnológica, e a série X1 Turbo, plataforma apresentada em março, informou o jornal oficial Diário do Povo.

Segundo Li, foi ampliada a capacidade de memória ao modelo e otimizado o seu motor de inferência para reforçar as capacidades de ‘raciocínio’ e reduzir a frequência de ‘alucinações‘ ou respostas fora do contexto, um dos problemas do setor.

Além disso, a Baidu salientou a capacidade de ambos os sistemas de criar e gerir agentes digitais, programas autónomos que podem ser utilizados em aplicações como o atendimento ao cliente, a análise de dados ou processos automatizados de revisão de informação.

Esta iniciativa responde ao plano da tecnológica chinesa em acelerar o desenvolvimento das suas tecnologias de IA, num contexto de crescente concorrência local de empresas como a DeepSeek, Alibaba, Tencent e ByteDance.

Recentes modelos de linguagem como a DeepSeek e outros apresentados pelas chinesas Tencent, Alibaba ou ByteDance provocaram uma aceleração da tecnologia nos últimos meses por serem capazes de concorrer nas suas capacidades com as soluções tecnológicas norte-americanas de IA a um preço mais baixo.

A China regulou em 2023 os serviços de IA para respeitarem “os valores fundamentais socialistas”, proibindo estas plataformas de “gerar conteúdos que ameacem a segurança nacional, a unidade territorial e a estabilidade social”.

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Extrema-direita transforma celebração de Abril em confronto

O 25 de Abril em Lisboa foi palco de celebrações e caos. Enquanto milhares festejaram, um grupo de apoiantes da extrema-direita desafiou a ordem pública, provocando confrontos na zona do Rossio.

As celebrações do 25 de Abril estão a ser marcadas por um ambiente tenso em Lisboa, com milhares de pessoas a descerem a Avenida da Liberdade para celebrar o 51.º aniversário da Revolução dos Cravos, enquanto, a escassas centenas de metros, confrontos entre manifestantes de extrema-direita e a polícia resultaram na detenção de Rui Fonseca e Castro, líder do partido Ergue-te, e de Mário Machado, figura conhecida da extrema-direita nacional.

Desde as 15 horas, uma multidão respondeu ao apelo da Associação 25 de Abril e de diversos partidos de esquerda para participar no tradicional desfile comemorativo, que este ano decorre sob o peso do luto nacional pela morte do Papa Francisco.

A Avenida da Liberdade encheu-se de cravos vermelhos, bandeiras de Portugal, palavras de ordem e um ambiente de festa, com o desfile a avançar lentamente desde o Marquês de Pombal até ao Rossio, mantendo viva a memória da conquista da democracia em 1974.

Em paralelo, a zona do Rossio tornou-se palco de tensão. Apesar da proibição da manifestação nacionalista convocada pelo Ergue-te e outros grupos de extrema-direita para o Martim Moniz — decisão tomada pela PSP e seguida pela Câmara de Lisboa devido ao risco de perturbação da ordem pública — os organizadores insistiram em sair à rua.

A concentração acabou por se deslocar para o Largo de São Domingos, onde a polícia interveio para impedir a realização do protesto. A recusa em abandonar o local levou à detenção de Rui Fonseca e Castro, que, perante o aviso das autoridades de que incorria num crime de desobediência, afirmou: “Só saio daqui algemado”.

A sua detenção, assim como a de Mário Machado, gerou momentos de forte tensão, com cargas policiais e gritos de protesto dos apoiantes dos grupos de extrema-direita, obrigando à criação de um perímetro de segurança para evitar confrontos diretos com os restantes manifestantes.

O 25 de Abril de 2025 fica assim marcado por uma forte adesão popular às celebrações da democracia, mas também pela evidência de clivagens políticas e sociais que continuam a atravessar o país.

Enquanto milhares celebram a liberdade conquistada em 1974, as autoridades são chamadas a gerir o equilíbrio delicado entre o direito à manifestação e a manutenção da ordem pública, num dia que, mais do que nunca, coloca à prova os valores da democracia portuguesa.

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IA nos seguros. Torna as indemnizações menos justas?<span class='tag--premium'>premium</span>

Lá fora já se fala em enviesamento nos algoritmos de Inteligência Artificial utilizados pelas seguradoras para cobrir os sinistros dos pacientes, as empresas negam.

Este artigo integra a 14.ª edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Clientes de seguradoras de saúde nos EUA avançaram com ações judiciais alegando que as empresas usam Inteligência Artificial (IA) para negar cobertura, sobrepondo-se a decisões médicas. A UnitedHealth, uma das visadas, nega as alegações e afirma que as decisões são tomadas exclusivamente por diretores médicos. E em Portugal, onde ficamos? O ECOseguros consultou seguradoras, o regulador e a DECO Proteste e a resposta é unânime: a IA ainda não representa uma ameaça imediata, mas já estão a ser adotadas medidas preventivas para mitigar riscos.Por agora, tem trazido redução de fraudes, melhorias na eficiência e na experiência do cliente. Não há evidências de que o uso de IA pelas seguradoras em Portugal esteja a

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Trump diz que falou ao telefone com Xi Jiping sobre tarifas aduaneiras

  • ECO
  • 25 Abril 2025

O líder americano desafia Pequim, recusa baixar tarifas e assegura que a América está a ganhar como nunca. Sobre a volatilidade dos mercados, Donald Trump garante que as bolsas “vão estabilizar".

Num momento em que a tensão comercial entre os EUA e a China volta a marcar a agenda internacional, Donald Trump, presidente dos EUA, revelou numa entrevista à revista Time que manteve recentemente uma conversa telefónica com Xi Jinping, presidente da China, centrada na questão das tarifas aduaneiras. “Ele ligou-me. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, afirmou Trump, sublinhando a centralidade das negociações bilaterais no seu mandato.

Ao longo da entrevista, Trump defendeu a sua política de tarifas como pilar da estratégia económica norte-americana, garantindo que “estamos a receber milhares de milhões de dólares de outros países que nunca recebemos antes. E isto é só o início”.

O presidente norte-americano reiterou que não hesitará em manter tarifas elevadas sobre importações, considerando-as “uma vitória total” para os EUA “porque o país vai estar a fazer uma fortuna. Olhe para a China — cobravam-nos 100%. É assim que sobreviveram. Agora, se produzirem aqui, não há tarifas. Isto é um sucesso tremendo, só ainda não se aperceberam disso”.

Questionado sobre a abordagem negocial com a China, Trump revela que já falou com o chefe de Estado chinês. Questionado sobre o conteúdo da conversa, Trump preferiu apenas dizer que “toda a gente quer vir cá comprar, mas eu defino os preços. Quem quiser comprar, tem de pagar”.

Confrontado com as críticas de que as tarifas penalizam as pequenas empresas, Trump referiu que “as pequenas empresas vão beneficiar ainda mais do que as grandes. Mas todos vão beneficiar”.

O presidente norte-americano revelou que, para os EUA, “não é sustentável deixar a China ganhar um bilião de dólares connosco. Quando temos um défice comercial de dois biliões, considero isso uma perda”.

Trump afirmou ainda ter “feito 200 acordos” com vários países, embora sem anunciar detalhes, prometendo novidades “nas próximas três a quatro semanas”. O presidente dos EUA destacou o impacto das tarifas na atração de investimento industrial, referindo que “as empresas estão a voltar”, salientando que os EUA têm “7 biliões de dólares de novas fábricas e outros investimentos a entrar nos Estados Unidos” em “apenas três meses”.

Confrontado com as críticas de que as tarifas penalizam as pequenas empresas, Trump referiu que “as pequenas empresas vão beneficiar ainda mais do que as grandes. Mas todos vão beneficiar”. O presidente garantiu que está disposto a analisar isenções caso a caso, mas insistiu que a prioridade é “tornar o país muito rico num curto espaço de tempo”.

Sobre a volatilidade dos mercados, desvalorizou os riscos. “O mercado oscila, mas vai estabilizar. O importante é que estamos a tomar medidas que nunca foram tomadas antes”.

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Protecionismo é caminho perigoso para famílias e empresas, alerta Lagarde

A presidente do BCE desafia os líderes mundiais a não cederem ao protecionismo, lembrando que as tensões comerciais só trazem mais custos e incerteza para todos.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), deixou um aviso esta sexta-feira na 51.ª reunião do Comité Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional: a escalada das tensões comerciais está a lançar uma nuvem de incerteza sobre as perspetivas de inflação a nível mundial.

No decorrer da sua intervenção, Lagarde sublinhou que “o aumento das barreiras comerciais pode comprometer os esforços globais para controlar a inflação e estabilizar as economias”.

Num contexto em que os mercados financeiros respiram algum alívio após vários dias de turbulência, Lagarde fez questão de recordar que “a estabilidade de preços não pode ser dada como garantida num ambiente de crescente fragmentação económica”.

Para a líder do BCE, as recentes disputas comerciais entre grandes blocos económicos “têm o potencial de perturbar cadeias de abastecimento, encarecer matérias-primas e aumentar os custos para famílias e empresas”.

É fundamental que as principais economias resistam à tentação de erigir novas barreiras e trabalhem em conjunto para garantir a resiliência do sistema financeiro internacional.

Christine Lagarde

Presidente do BCE

Lagarde foi taxativa ao afirmar que “a intensificação das tensões comerciais está a complicar o trabalho dos bancos centrais”, sublinhando que “as perturbações nas cadeias de valor globais podem traduzir-se em choques de preços inesperados”.

O alerta de Lagarde ganha particular relevância numa altura em que a inflação, apesar de ter recuado dos máximos históricos, permanece acima dos objetivos em várias economias desenvolvidas.

A presidente do BCE apelou ainda a uma resposta coordenada entre países, defendendo que “num mundo cada vez mais interligado, o protecionismo é um jogo de soma negativa”.

Para Lagarde, “é fundamental que as principais economias resistam à tentação de erigir novas barreiras e trabalhem em conjunto para garantir a resiliência do sistema financeiro internacional”.

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Parlamento dividido entre cravos, luto e pré-campanha eleitoral

Entre elogios ao Papa Francisco e críticas ferozes ao Governo, a sessão solene do 25 de Abril expôs uma classe política em "guerra aberta" a um mês das legislativas.

No dia em que se assinalaram 51 anos da Revolução dos Cravos e 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal, a sessão solene no Parlamento foi marcada por fortes contrastes, que contou ainda com a aprovação por unânime de um voto de pesar pelo falecimento do Papa Francisco.

De um lado, as homenagens ao recém-falecido Papa Francisco uniram diversos quadrantes políticos e, do outro, as críticas ao adiamento das celebrações festivas pelo Governo transformaram a sessão num palco de tensão pré-eleitoral, com acusações mútuas a menos de um mês das legislativas de 18 de maio.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encerrou o seu último discurso como chefe de Estado nas comemorações do 25 de Abril traçando um paralelo entre o legado do Papa Francisco e os valores da Revolução dos Cravos. “O que é que têm a ver os factos, os problemas e o modo de Francisco de com eles lidar com o 25 de Abril? Tudo, tudo!”, afirmou, sublinhando que ambos partilham princípios fundamentais.

A sessão revelou uma classe política dividida não só pela ideologia, mas também pela forma de homenagear simultaneamente o 25 de Abril e o Papa Francisco, num contexto pré-eleitoral.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a necessidade de “radical humildade”, evocando o exemplo do Papa: “25 de Abril sempre? Sim, se com incessante busca dos valores. O pleno e descomplexado abraço a todas as pessoas e a atenção a todas as coisas. E na radical humildade com que Francisco viveu e nos ensinou a viver”.

José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, recordou o Papa Francisco como um “amigo de Portugal”, lembrando as duas visitas ao país e a nomeação de quatro cardeais portugueses. O presidente do Parlamento destacou que o Papa “apoiou os pobres entre os mais pobres” e foi um símbolo da “amizade social, fraternidade universal e ecologia integral”.

No plano político, Aguiar-Branco apelou à superação das divisões, defendendo que “o povo deseja estabilidade política” e que “os políticos não podem ser meros comentadores da realidade, como se não tivessem o poder para alterar o estado de coisas”, num momento em que Portugal se prepara para as terceiras eleições legislativas em quatro anos.

Críticas ao Governo à esquerda e à direita

Os partidos de esquerda convergiram nas críticas ao Governo pela decisão de adiar algumas celebrações do 25 de Abril devido ao luto nacional pela morte do Papa Francisco. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, foi contundente: “Não podemos aceitar que um Governo decida que o 25 de Abril é uma data descartável que se pode celebrar noutra data qualquer”.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, acusou o Executivo de ter cometido um “erro grosseiro” ao adiar as celebrações, afirmando que “hoje o povo sai à rua enquanto o Governo fica à janela”, numa clara crítica à ausência do Governo nas festividades públicas.

Isabel Mendes Lopes, do Livre, reforçou a mesma ideia, notando que “a celebração do 25 de Abril não se cancela, não se adia. A liberdade não se festeja com reservas”, evocou a deputada. O PCP, pela voz de António Filipe, reconheceu o papel do Papa no “diálogo pela tolerância e a favor da paz”, mas não deixou de reafirmar a importância de celebrar as conquistas de Abril.

Nos partidos que apoiam o Governo, Teresa Morais, do PSD, centrou-se nas imperfeições da democracia, afirmando que “a democracia que temos é imperfeita” e defendendo que “temos de conseguir fazer melhor e vamos fazer melhor” em áreas como a igualdade de género e o combate à violência doméstica.

Paulo Núncio, do CDS, evocou não só o 25 de Abril, mas também o 25 de Novembro, afirmando que “em abril ganhámos a Liberdade, em novembro evitámos perdê-la”, apelando ainda à estabilidade num momento pré-eleitoral.

André Ventura, do Chega, manteve o tom crítico habitual, afirmando que “mostramos às pessoas que estamos em festa, mas às pessoas a vida não permite que estejam em festa”, lamentando que Portugal viva hoje “um dos piores momentos de acesso à habitação”.

Rui Rocha, do Iniciativa Liberal, reconheceu os avanços dos últimos 50 anos, mas salientou que “também é verdade que ainda temos um longo caminho a percorrer”, apontando desafios na saúde, habitação e educação.

Inês Sousa Real, do PAN, resumiu o sentimento de muitos portugueses: “Os portugueses estão cansados da instabilidade política”, mas insistiu que “é urgente celebrar Abril e a esperança da democracia”.

A sessão revelou uma classe política dividida não só pela ideologia, mas também pela forma de homenagear simultaneamente o 25 de Abril e o Papa Francisco, num contexto pré-eleitoral que amplificou as divergências e transformou a celebração da liberdade num prelúdio da campanha que se avizinha.

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