João Zilhão: “Todos os dias se fazem negócios. Nas mesas, no jogo, de prato na mão no buffet”

  • ECO
  • 28 Abril 2025

De apanha-bolas a diretor do Estoril Open, João Zilhão construiu uma carreira no ténis com paixão e resiliência. Esta é a história por trás do torneio.

João Zilhão começou a jogar ténis aos três anos, com o pai. “Fomos dez vezes campeões nacionais de pais e filhos, representámos Portugal nos campeonatos do mundo de pais e filhos, onde estavam craques mundiais incríveis”, recorda. Cresceu num campo de ténis improvisado no jardim da avó, em Carcavelos, e foi aí que nasceu a paixão. Em 1990, o Estoril Open aconteceu pela primeira vez no Jamor, e João Zilhão concorreu para ser apanha-bolas. “Foi uma experiência fantástica e única.”

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O percurso foi sendo construído degrau a degrau: “Vários anos de apanha-bolas, depois fui juiz de linha, depois tradutor de conferências de imprensa, depois fui assistente do diretor de torneio do João Lagos.” Na João Lagos Sport foi produtor de grandes eventos como o Tennis Masters Cup. Mais tarde, trabalhou com uma empresa alemã, em golf e padel.

Licenciado em Direito, reconhece que a formação é uma mais-valia no dia a dia. “O meu dia-a-dia é contratos e o direito é-me muito útil.” Mas é no desporto que vibra: “Tenho um saco de raquetes com metade são raquetes de ténis e outra metade são raquetes de padel. Adoro jogar padel. Jogo todas as semanas.

"Nós nunca desistimos. Vem do ténis, de ter jogado competição. Cada bola? Mesmo quando estás match point contra… tens oportunidade”

João Zilhão, diretor do Estoril Open

Hoje, à frente do Estoril Open, garante que o evento vai muito além do desporto. “Não é só ver bons jogadores. É ter música, é ter arte, é ter gastronomia, é ter bons vinhos, é ter bons cocktails.” O objetivo? Criar uma experiência memorável: “A pessoa tem que sair de lá contente, alegre com a experiência.”

Os números confirmam o impacto: o valor global de patrocínios do ano passado chegou aos 108 milhões de euros e o impacto económico em Portugal rondou os 50 milhões. Para João Zilhão, o sucesso do evento também se deve à relação com os media e parceiros: “Temos uma família de sponsors e de media partners importantes que dão relevância ao projeto ao longo de muitos meses.

O networking acontece em todo o lado, até à volta do buffet: “Todos os dias se fazem negócios. Nas mesas, no jogo, de prato na mão no buffet… Já me aconteceu a mim. Apanhar a pessoa A, B, C ou D ali, de repente, a escolher a comida. As pessoas têm que se levantar para ir servir. E a pessoa de repente tem ao lado, ‘ah, estás bom?’, trocas o cartão e de repente lanças ali uma primeira semente de uma relação.

A resiliência vem do ténis. “Nós nunca desistimos. Vem do ténis, de ter jogado competição. Cada bola? Mesmo quando estás match point contra… tens oportunidade.” Essa garra continua a guiá-lo, inclusive nos sonhos por concretizar. “Numa entrevista, perguntaram-me o que é que gostava de ser aos 50. E eu disse: CEO do ATP. Podia ser interessante um dia.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros: as categorias que estão a transformar o poder local

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  • 28 Abril 2025

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros está de volta para destacar projetos transformadores no poder local. As candidaturas já estão abertas e há novas categorias a concurso.

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros volta a reconhecer o que de melhor se faz no poder local em Portugal. Este prémio destaca projetos inovadores e iniciativas que fazem a diferença nas comunidades, valorizando o trabalho das autarquias na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

A sexta edição deste galardão já tem as inscrições abertas. Saiba como se inscrever.

Entre as várias categorias a concurso, há algumas que têm tido um impacto particularmente transformador nos últimos anos.

Uma delas é a categoria Saúde e Bem-estar, que tem distinguido projetos focados na promoção da qualidade de vida da população. Um exemplo de sucesso foi o projeto Cascais Mentalmente, que garantiu mais de 6.699 consultas de saúde mental num ano, através de uma abordagem inovadora que descentralizou o acesso ao apoio psicológico. Iniciativas como esta demonstram a importância do papel das autarquias na criação de programas de saúde preventiva e inclusão social.

Áreas relacionadas com a mobilidade e a sustentabilidade também têm tido destaque. Com a crescente necessidade de soluções ecológicas, várias autarquias têm implementado projetos focados economia circular e na conservação do património. Municípios que investem na mobilidade sustentável, energias renováveis ou reflorestação têm não só um impacto direto na qualidade de vida dos habitantes, como também na construção de um futuro mais verde e responsável.

Já na Educação e Inclusão Social, há cada vez mais projetos voltados para o combate às desigualdades e para a promoção de oportunidades para todos.

A edição deste ano aumentou o leque de subcategorias a concurso, nomeadamente, Desporto Inclusivo (acessibilidade para pessoas com deficiência), ⁠Bem-Estar Mental e Físico (combate ao sedentarismo e apoio psicológico), Programas de educação ambiental, Educação para o Empreendorismo e Inovação, Digitalização das empresas locais, entre outras. Consulte aqui todas as categorias e subcategorias disponíveis.

As autarquias que pretendem ver os seus projetos reconhecidos podem submeter as suas candidaturas até 20 de junho. O prémio não só distingue o trabalho das equipas municipais, como também serve de inspiração para boas práticas em todo o país. Se a sua autarquia tem um projeto que merece destaque, esta é a oportunidade de dar visibilidade ao seu impacto.

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Cada vez mais Líderes apostam na Certificação GPTW

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  • 28 Abril 2025

A Certificação valoriza empresas que fazem a diferença, reforça culturas humanas e positivas, inspira pessoas, fortalece laços e impulsiona resultados com propósito.

A GPTW certificou recentemente 9 empresas em Portugal, com menos de 150 colaboradores. 4 desenvolvem a sua atividade no setor financeiro e dos seguros.

A jornada de Certificação oferece aos líderes e às organizações reconhecimento, dados e ferramentas para criar uma experiência consistente e positiva para os colaboradores – um fator que impulsiona o desempenho financeiro.

As empresas agora certificadas destacam-se por um elevado nível de confiança (85%), 20pp acima do mínimo necessário para obter esta distinção. A liderança nestas organizações caracteriza-se por ser:

  • Próxima e acessível – 92%
  • Honesta e ética – 90%
  • Competente na gestão do negócio – 88%

Das 9 empresas, 5 já tinham, no passado, obtido a Certificação, evidenciando o compromisso por parte da sua liderança com as suas pessoas. A AXCO, Bison Bank, Bolsa de Energia e os Poupadores.pt juntam-se pela primeira vez à comunidade GPTW, mostrando ao mercado que a sua liderança está empenhada na criação de excelente lugar para trabalhar.

Estas 9 empresas demonstram que, independentemente da sua dimensão ou setor, uma liderança intencional e comprometida é capaz de gerar impacto real nas pessoas, nos negócios e na sociedade.

Conheça as empresas certificadas recentemente

Agilidade| Financeiro & Seguros | 32 colaboradores

Empresa portuguesa focada na gestão e divulgação de serviços de saúde a nível nacional.

AXCO| Financeiro & Seguros | 33 colaboradores

Consultora focada no outsourcing de talentos na área financeira. Oferecem serviços em finanças, contabilidade, gestão de risco e gestão de projetos.

Bison Bank| Financeiro & Seguros | 85 colaboradores

Fornece uma ampla e especializada gama de serviços de Wealth Management, Banco Depositário e Custódia e Banca de Investimento para clientes individuais e institucionais

Bolsa de Energia| Serviços profissionais| 12 colaboradores

Dedica-se à gestão de energia para clientes empresariais e domésticos. É especializada no fornecimento de eletricidade e gás natural.

Captrain| Transporte| 108 colaboradores

É o primeiro operador privado português dedicado ao transporte ferroviário de mercadorias.

Ocean Network Express | Transporte| 40 colaboradores

Operadora de referência, a nível global, no transporte marítimo de contentores. Oferece um portfólio de serviços de rede de transportes marítimos que abrange mais de 100 países.

NXTSynergies |Marketing & Publicidade | 134 colaboradores

Foca-se no desenvolvimento de soluções de marketing e gestão de clientes, para vários prestadores de serviços e marcas de consumo.

Poupadores | Financeiro & Seguros | 10 colaboradores

Plataforma portuguesa que oferece serviço de intermediação de crédito gratuito. São especializados em crédito à habitação, renegociação de crédito e seguros.

Servier | Farmacêutico | 144 colaboradores

Em Portugal desde 1964. O seu crescimento é impulsionado pela inovação nas áreas das doenças cardiovasculares, imunoinflamatórias e neuropsiquiátricas, cancro e diabetes.

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Nos recruta profissionais neurodivergentes. “Não é por pena. É um programa de talento”, afirma diretor de diversidade

Depois de ter contratado três neurodivergentes no último ano, Nos pretende agora recrutar mais seis, avança ao ECO diretor de diversidade. Equipas receberam formação para facilitar integração.

Pelo segundo ano consecutivo, a Nos está aberta a recrutar profissionais neurodivergentes. Depois de ter contratado três no último ano, está a contar integrar mais seis este ano, avança o diretor de diversidade, André Cruz Alves, em conversa com o ECO. O responsável sublinha que a cotada não está a recrutar por pena, sendo este, antes, um programa de talentos tal como tantos outros dinamizados pela Nos.

“Sabemos que, e está estudado cientificamente, estes perfis são mais aptos e, à vezes, até mais propensos para determinado tipo de funções. Uma grande parte dessas funções é de cariz tecnológico. Sendo a Nos uma empresa de tecnologia, este casamento pareceu-nos fazer muito sentido“, salienta André Cruz Alves.

O programa de neurodiversidade teve a sua primeira edição em 2021 com a tecnológica Critical Software, tendo a Nos se juntado em 2024 (isto é, na quarta edição). O objetivo, explicou na altura a diretora de pessoas, Isabel Borgas, ao ECO, era “demonstrar a forma como estas pessoas, pelas suas valências muito específicas e empenho, podem ser uma mais-valia“.

No mesmo sentido, o diretor de diversidade, André Alves sublinha agora, em conversa com o ECO, que não está em causa um processo de recrutamento por pena, mas um programa de talento, como existe, por exemplo, para os jovens, no caso dos estágios. “Queremos pessoas especiais que provavelmente até tem condições para ter uma performance acima da média“, realça o responsável.

Contratámos três pessoas. Este ano, vamos querer duplicar este número. Já estamos num caminho de crescendo.

André Alves

Diretor de diversidade da Nos

“Contratámos três pessoas. Este ano, vamos querer duplicar este número. Já estamos num caminho de crescendo“, acrescenta o mesmo diretor, que explica que a Nos está à procura de perfis tecnológicos. A experiência exigida depende da vaga em concreto, indica André Alves. Ou seja, mesmo quem não tem experiência poderá ser recrutado, em função das oportunidades que estiverem disponíveis.

No fim de março, houve já um dia aberto para dar a conhecer este programa aos potenciais candidatos. Apesar dos neurodivergentes contratados pela Nos serem, regra geral, jovens, André Alves conta que, no dia aberto, aparecem igualmente pessoas com idades mais avançadas, algumas das quais acompanhadas por familiares e sem experiência alguma no mercado de trabalho. O responsável entende que tal mostra a dificuldade ainda sentida na integração destas pessoas nas vagas de emprego e, consequentemente, a importância de programas como este.

De notar que, no âmbito deste programa, os interessados não se candidatam a uma empresa em particular, mas às três que fazem parte da iniciativa (Nos, Critical Software e Critical Techworks). Depois, a Specialisterne (especialista na integração de profissionais no espetro autista) trata da filtragem e do match entre os candidatos e os empregadores.

Além deste processo de recrutamento diferente do típico, André Alves adianta que o acolhimento de profissionais neurodivergentes implicou também dar formação às equipas, chefias e buddies.

Além disso, há maior tolerância, em termos de modelo de trabalho. “Já temos um formato de trabalho híbrido, mas para estas pessoas somos ainda um bocadinho mais tolerantes nos modelos de trabalho“, detalha o diretor de diversidade.

A Nos tem estado atenta à diversidade há vários anos, mas foi em 2023 que decidiu criar uma área específica, alocando um profissional a 100% a estes temas. “Tudo isto no seguimento de uma estratégia que visa posicionar a Nos como uma empresa mais inclusiva e mais diversa”, observa André Cruz Alves.

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Rendimentos obtidos no estrangeiro têm de ser declarados no IRS. Saiba como

Salários, pensões, rendas, contas bancárias ou dividendos têm de ser reportados no anexo J da Modelo 3. Para evitar a dupla tributação, o Fisco abate o imposto pago lá fora.

Todos os rendimentos obtidos no estrangeiro pelos contribuintes residentes em Portugal assim como contas bancárias têm de ser declarados no anexo J da declaração de IRS e pagam imposto. Mas, para evitar a dupla tributação internacional, o Fisco abate os valores que foram pagos lá fora, segundo esclarecimentos da Autoridade Tributária (AT) publicados sob a forma de um conjunto de perguntas e respostas e vários fiscalistas consultados pelo ECO.

“A lei estabelece a obrigatoriedade de declarar em Portugal todos os rendimentos, obtidos tanto no nosso país como no estrangeiro”, de acordo com a AT. Assim, e relativamente aos ganhos provenientes do exterior, seja de salários, pensões, rendas ou dividendos de contas sediadas lá fora, o Fisco explica que o contribuinte “deve incluir o anexo J, indicando:

  • os rendimentos brutos, ou seja, ilíquidos de imposto pago no estrangeiro;
  • as contribuições obrigatórias para regimes de Segurança Social que tenham eventualmente incidido sobre os rendimentos obtidos e declarados:
  • o imposto eventualmente pago no país da fonte dos rendimentos, que irá ser tido em conta a título de crédito de imposto por dupla tributação internacional no apuramento final do imposto, em Portugal, de acordo com as normas legais em vigor. Desta forma não é tributado duplamente sobre o mesmo rendimento”.

Para evitar a dupla tributação internacional, o fiscalista Ricardo Reis, da Deloitte, salienta que “é possível deduzir o imposto pago no estrangeiro ao IRS a liquidar, atendendo aos limites aplicáveis”. Francisco Furtado, da Broseta, exemplifica: “Um contribuinte residente em Portugal que tem um imóvel arrendado em França, será tributado nos dois Estados. Todavia, Portugal conceder-lhe-á um crédito de imposto pelo valor do imposto pago em França ou pelo valor que seria pago em Portugal, de forma a anular a dupla tributação”.

O anexo J “inclui diferentes quadros e abrange todas as tipologias de rendimento, desde trabalho dependente e independente, pensões, prediais, de capitais ou mais-valias”, sublinham Maria Inês Assis e Joana Monteiro de Oliveira, da Abreu Advogados. Assim, e caso o contribuinte aufira ganhos de diferentes origens, é preciso identificá-los no campo correto. A AT indica que “o anexo J é composto por vários quadros para preenchimento de acordo com as diferentes categorias de rendimentos:

  • Quadro 4: rendimentos do trabalho por conta de outrem;
  • Quadro 5: rendimentos de pensões;
  • Quadro 6: rendimentos empresariais e profissionais;
  • Quadro 7: rendimentos prediais;
  • Quadro 8: rendimentos de capitais;
  • Quadro 9: incrementos patrimoniais;
  • Quadro 10: a ser preenchido caso existam rendimentos obtidos referentes a anos anteriores;
  • Quadro 11: devem ser identificadas todas as contas de depósito ou de títulos abertas em entidades financeiras localizadas fora de Portugal, ainda que as mesmas não tenham gerado qualquer rendimento.

Em cada quadro, deve indicar o imposto pago correspondente aos rendimentos declarado e, sendo caso disso, também as respetivas contribuições obrigatórias suportadas para regimes de segurança social”.

As fiscalistas da Abreu Advogados reforçam que “têm de ser identificadas, através da indicação do IBAN/swift, todas as contas de depósito ou de títulos abertas em instituição financeira não residente em território português ou em sucursal localizada fora do território português de instituição financeira residente, de que o contribuinte seja beneficiário ou esteja autorizado a movimentar”, mesmo que não obtenha rendimentos dessas fontes.

A este respeito, a “Revolut esclarece”, em comunicado “que todas as contas Revolut são consideradas estrangeiras em Portugal”. Como tal devem ser igualmente declaradas no anexo J.

A Autoridade Tributária chama a atenção que “o anexo J à declaração de rendimentos Modelo 3 do IRS é individual”. Isto significa que “se os rendimentos forem provenientes de contas ou títulos em cotitularidade, que pertençam em comum a várias pessoas, cada titular deverá declarar o valor do rendimento proporcional à percentagem da quota parte que detém”, esclarece.

Assim, “contribuintes casados ou em união de facto que optem pela tributação conjunta devem preencher dois anexos J desde que a conta financeira pertença a ambos, indicando cada um e no respetivo anexo o valor do rendimento correspondente à percentagem da quota parte que detém”, determina a AT.

“De igual modo, existindo no agregado familiar dependentes com rendimentos de fonte estrangeira, também deve ser apresentado um anexo J para cada um deles e igualmente preenchido com a proporção da sua quota parte nos rendimentos comuns”, acrescenta.

Caso os contribuintes não declarem estes rendimentos, a AT alerta que, no âmbito da cooperação internacional no domínio da fiscalidade têm vindo a ser implementados mecanismos de troca automática de informação fiscal”, pelo que o Fisco poderá ter conhecimento dos ganhos obtidos no estrangeiro.

“As autoridades fiscais dos mais variados países do mundo comunicam à AT as informações disponíveis relativas aos rendimentos obtidos nesse país por pessoas singulares ou coletivas que detenham o estatuto de residentes em Portugal no ano a que respeitam os rendimentos. De igual modo, também a AT comunica aos respetivos países da residência os rendimentos obtidos em Portugal por pessoas que são consideradas como não residentes para efeitos fiscais no nosso país”, vinca.

É possível pedir o adiamento da entrega da declaração até ao final do ano

Se não declarar os rendimentos obtidos no estrangeiro, através do anexo J, a AT fará uma primeira comunicação a avisar o contribuinte de que tem de cumprir com aquela obrigação fiscal. Caso regularize a situação nesta fase, “tem direito a uma importante redução da coima a aplicar pela falta declarativa ou até mesmo a não pagar qualquer coima”, sublinha o Fisco.

Pelo contrário, se o contribuinte não entregar voluntariamente o anexo J, a AT dará um prazo para “regularizar a situação através da entrega duma declaração de substituição, contemplando todos os rendimentos obtidos no ano em questão, ou seja, incluindo também os de fonte estrangeira e que devem constar no anexo J dessa declaração”, de acordo com o documento de perguntas e respostas, elaborado pelo Fisco.

“Findo o prazo concedido, caso não seja exercido o direito de participação e a situação não se encontre regularizada, a AT procede à alteração dos rendimentos declarados com base nos elementos que conhece, entre os quais os resultantes da troca internacional automática de informações fiscais e apurando-se, então, o montante de imposto em falta”, assinala.

Mas agora imagine que não vai conseguir submeter a declaração no portal das Finanças até à data-limite, de 30 de junho, porque ainda não tem a liquidação final do imposto emitido pela administração fiscal do país onde obteve o rendimento. Ou seja, não sabe qual o valor da tributação suportado lá fora que tem de inscrever no anexo J. Como é que deve então proceder para não ser penalizado por entregar a Modelo 3 fora do prazo?

A AT começa por esclarecer que “cabe ao contribuinte apurar o valor do rendimento bruto de fonte estrangeira que obteve no ano e é esse que terá de ser inscrito no anexo J da declaração Modelo 3 de IRS, bem como o imposto eventualmente suportado assim como descontos para a Segurança Social”.

“O imposto suportado no Estado da fonte terá de ser o valor que foi lá efetivamente suportado e não o meramente retido na fonte. Assim, caso se tratem de rendimentos que lhe darão o direito a beneficiar em Portugal de um crédito de imposto por dupla tributação internacional e não seja emitida a liquidação final do imposto pela administração fiscal do país ou jurisdição onde obteve os rendimentos até ao termo do prazo de entrega da declaração Modelo 3 de IRS pode, até essa mesma data, entregar a declaração Modelo 49 e, assim, fica prorrogada até final deste ano a entrega da sua declaração de IRS, sem qualquer penalização”, indica a AT.

Casas, jatos e ações em offshores têm de ser declarados mas não pagam imposto

A partir deste ano, também têm de ser reportados, no anexo J, ativos detidos em offshores como jatos privados, casas, carros e ações. Além disso, estes contribuintes estão obrigados a entregar a declaração, mesmo que apresentem rendimentos anuais inferiores a 8.500 euros, e não estão abrangidos pelo IRS automático.

Assim, os contribuintes devem mencionar, na declaração de IRS, os seguintes ativos por si detidos em países, territórios ou regiões com regime fiscal claramente mais favorável:

  • Direitos de propriedade ou figuras parcelares desses direitos sobre bens imóveis aí situados;
  • Automóveis, embarcações ou aeronaves aí registados;
  • Valores detidos em contas de depósito ou de títulos em entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições ou em sucursais aí situadas;
  • Ações, quotas e partes de capital em entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições;
  • Unidades de participação e títulos análogos em organismos de investimento coletivo, organismos de investimento alternativo ou organismos de investimento em capital de risco geridos ou administrados por entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições ou por sucursais aí situadas;
  • Obrigações e outros valores mobiliários emitidos por entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições;
    Suprimentos e outros empréstimos concedidos a entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições ou a sucursais aí situadas;
  • Contratos de seguro ou de renda com entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições ou por sucursais aí situadas;
  • Ativos ou valores detidos por intermédio de sociedades de pessoas e estruturas fiduciárias, de que seja beneficiário, aí registadas ou geridas ou administradas por entidades com sede ou domicílio nessas jurisdições ou por sucursais aí situadas.

No entanto, “o reporte dos referidos ativos não têm implicações no apuramento do IRS devido”, salienta Ricardo Reis, da Deloitte. Ou seja, estes bens “não implicam qualquer tributação”, sinaliza Francisco Furtado, da Broseta. Maria Inês Assis e Joana Monteiro de Oliveira, da Abreu Advogados, reforçam que “a declaração destes bens não terá qualquer impacto no valor de IRS a pagar, sendo apenas uma obrigação de reporte”. “Exceto se implicar uma manifestação de fortuna e outros acréscimos patrimoniais não justificados, como determina o artigo 89.º A da Lei Geral Tributária“, alerta Furtado.

A campanha de IRS arrancou a 1 de abril e termina a 30 de junho. O Fisco não reembolsa montantes inferiores a 25 euros e prescinde do pagamento de valores abaixo de 10 euros.

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Oito em cada dez empresas esperam mais vendas por investir em cibersegurança

Mais de metade das organizações mundiais vão aumentar orçamentos para esta área nos próximos 12 a 24 meses, conclui Deloitte. Sócio Frederico Macias garante que atraso na lei NIS2 não é preocupante.

A maioria das empresas mundiais associa o investimento em programas de cibersegurança a melhores resultados comerciais vendas. Mais de oito em cada dez (85%) organizações globais esperam alcançar os resultados comerciais que desejam por aumentar as iniciativas de segurança informática e cerca de metade (57%) planeia aumentar os orçamentos para esta área nos próximos 12 a 24 meses, concluiu a consultora Deloitte.

Portugal acompanha a tendência internacional, que consta no relatório Global Future of Cyber Survey 2024, enviado ao ECO, até porque 51% das empresas inquiridas na Península Ibérica reportaram entre seis e 10 ciberataques no último ano e 24% admitiram ter sofrido entre um e cinco.

Os incidentes informáticos continuam a ter impacto significativo na gestão, como se denota pelo facto de a perda de confiança na integridade tecnológica ter sido identificada como a principal preocupação dos líderes, subindo do sexto lugar onde se encontrava na edição anterior da análise da Deloitte. Seguem-se as perturbações operacionais, as perdas reputacionais, os efeitos negativos na retenção e recrutamento de talento e a perdas de receitas.

Para evitar os hackers, 39% das empresas estão a recorrer à inteligência artificial em larga escala, de acordo com o relatório. Frederico Macias, um dos sócios responsáveis pela área de Cibersegurança na Deloitte Portugal, diz ao ECO que esta nova edição do Global Future of Cyber Survey permitiu perceber que a cibersegurança saiu mesmo das “raízes tradicionais” do departamento informático das empresas para uma “área funcional distinta”, capaz de puxar pelos resultados operacionais das organizações.

Há um crescimento assinalável de um C-Level com conhecimento em matéria de cibersegurança, indicando que os executivos seniores estão a tornar-se mais conhecedores e proativos em torno de temas relacionados com a cibersegurança.

Frederico Macias

Partner da Deloitte

Questionado sobre se nas empresas portuguesas o cargo de CISO (Chief Information Security Officer) também tem adquirido importância, como se denota no universo de inquiridos internacionais, o partner da Deloitte responde que sim, embora sem tanta expressão – e influência nas decisões – quanto noutros países, onde um terço confirmou que o envolvimento deste executivo em conversas estratégicas aumentou significativamente no último ano.

Queda do Governo atrasa transposição da NIS2

A nova legislação da cibersegurança ficou atravancada com a dissolução da Assembleia da República após a queda do Governo de Luís Montenegro em março, cerca de um mês depois de o regime jurídico que transpõe a diretiva europeia NIS2 ter sido aprovado em Conselho de Ministros. Em causa estão as regras que vão ditar a segurança das redes e dos sistemas de informação dos Estados-membros nos próximos anos.

Os países da UE deviam ter publicado as medidas necessárias para estar em conformidade com a lei té meados de outubro. Na perspetiva do sócio da Deloitte, o resultado da adoção dessas normas “será seguramente positivo”, apesar de o “caminho ser mais lento” devido ao atraso causado pela situação política. “As empresas estão a fazer o seu caminho. De uma forma geral, tem-se verificado uma melhor adaptação por parte do setor industrial, de uma forma geral, sobretudo pelos temas de segurança em tecnologias operacionais e a sua integração com os temas de segurança em TI”, assinala Frederico Macias.

O especialista em tecnologia dá ainda o exemplo dos setores financeiros e energético, onde se verifica um grau de maturidade mais elevado de cibersegurança, dado o impacto direto que uma brecha de segurança digital pode ter nos consumidores. “No tecido empresarial de dimensão menor, o foco ainda reside muito no custo sem retorno e, de alguma forma, tal tem funcionado como ‘tampão’ para progredir para estágios de maturidade mais elevados em matéria de cibersegurança”, afirma.

Bruxelas vai rever Lei da Cibersegurança da UE

A Comissão Europeia está a recolher contributos para reavaliar e reformar o EU Cybersecurity Act (Lei da Cibersegurança da UE) de 2019. Bruxelas pretende desburocratizar e vai começar pelo mandato da ENISA – Agência Europeia para a Segurança das Redes e da Informação, Quadro Europeu de Certificação da Cibersegurança e desafios de segurança da cadeia de abastecimento das TIC.

Esta lei é do período pré-pandemia e, seis anos volvidos, a Comissão Europeia considera a “oportunidade” certa para simplificar as regras de cibersegurança. “Ao racionalizar as obrigações de comunicação de informações, a Comissão pretende facilitar a implementação, reduzir a burocracia e promover um ambiente favorável às empresas”, garante a instituição liderada por Ursula von der Leyen.

As partes interessadas podem enviar os seus contributos para a mudança até 20 de junho. Desafiado a propor alterações, o partner da Deloitte referiu que o regulamento poderia indicar os setores prioritários e de que forma as entidades tirariam partido dessa certificação. “Porque em alguns custos e no final isso ir-se-á refletir seguramente nos consumidores, ainda que o intuito não seja esse. Os diferentes graus de maturidade da certificação obtida poderiam também ter frameworks e prazos distintos”, sugere.

“Este regulamento, não sendo obrigatório, contrário da NIS 2, deverá ter mecanismos de incentivo que levem as organizações a aumentar o seu ‘apetite’ por estas certificações, já que o ajuste efetuado não modifica o carácter voluntário do processo de certificação. Um exemplo seria dar algum grau de equivalência com as ISOS que estão na sua base, 15408 e 18045, poupando no investimento das organizações”, propõe ainda

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Tarifas de Trump aliviam preços na Europa, dizem economistas

Economistas e responsáveis do BCE apontam para uma descida da inflação na Zona Euro. Correção do dólar e dos preços da energia deverão ajudar a baixar os preços. Mas impacto das tarifas é um risco.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca veio abalar as relações comerciais com a maior economia do mundo, com o republicano a impor novas taxas aduaneiras sobre as importações de todos os países. Ainda que parte das tarifas estejam “congeladas” para dar tempo às negociações, é certo que o aumento dos impostos cobrados aos produtos que chegam aos EUA vai ser pago pelos consumidores, colocando pressão na inflação, que vinha a descer. E na Europa? Ainda que haja dúvidas sobre o impacto das tarifas nos preços no Velho Continente, a expectativa é que a tendência na região seja a inversa, com a taxa de inflação a continuar a caminhar para o objetivo de 2% do Banco Central Europeu (BCE).

Depois da escalada após a pandemia da covid-19, os preços na Zona Euro têm traçado uma trajetória descendente, com a taxa de inflação no euro a abrandar para 2,2% em março. Em Portugal, o índice de preços no consumidor caiu para 1,9% no mesmo mês. Um movimento que tem suportado o ciclo de descida de taxas de juro iniciado pelo BCE em junho do ano passado. A entidade já cortou juros por sete vezes, trazendo a taxa de referência para 2,25%.

À semelhança do que acontecia na Europa, também nos EUA o processo de desinflação vinha a revelar-se bem-sucedido, o que permitiu à Reserva Federal dos EUA inverter o ciclo de taxas de juro na região. Contudo, a imposição de tarifas veio abalar esta evolução positiva, com o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, a resistir à pressão de Trump para cortar juros, argumentando que as tarifas anunciadas pelos EUA são “significativamente maiores do que o esperado” e que irão acelerar a inflação e travar a economia, criando incerteza sobre o rumo das taxas de juro

Os receios de uma escala das tensões comerciais têm criado, contudo, dúvidas em relação ao impacto na evolução dos preços. Se nos EUA, a expectativa é de um aumento, na Europa, o caso é diferente. “Desde o início desta ‘guerra comercial’ que sou cético em relação às previsões de subida da inflação, que me parece ser uma análise muito centrada nos EUA. Isso poderá acontecer nos EUA, mas é improvável que suceda na Europa“, defende Filipe Garcia. O economista da IMF aponta vários motivos para que tal não aconteça.

Por um lado, “uma eventual desaceleração económica implicará uma diminuição da procura agregada e, por essa via, menores pressões inflacionistas“. Por outro lado, “a maior dificuldade em colocar produtos nos EUA deverá levar a uma maior entrada de produtos na Europa, sejam de fabricação europeia sejam de outras origens, sendo a China um fornecedor evidente“.

Desde o início desta ‘guerra comercial’ que sou cético em relação às previsões de subida da inflação, que me parece ser uma análise muito centrada nos EUA. Isso poderá acontecer nos EUA, mas é improvável que suceda na Europa.

Filipe Garcia

Economista da IMF

Por fim, “a descida do dólar e moedas conexas bem como do petróleo são desinflacionistas; estamos também numa fase do ano em que os custos com o gás tendem a descer, tornando a eletricidade menos cara”, remata.

O economista reconhece que esta “guerra comercial” poderia ter implicações em alta nos preços, “nomeadamente se a Europa retaliar de forma abrangente, o que não parece ser o cenário mais provável, ou se estivermos perante fenómenos de escassez em alguns produtos ou pressão em cadeias logísticas”. “Mas, como se pode ver pelas decisões recentes, o BCE também não parece preocupado com uma eventual subida dos preços”, acrescenta.

Tiago Correia, economista do Banco BPI, concorda que “a expectativa de aumento da inflação centra-se sobretudo nos EUA, dada a imposição de tarifas aduaneiras expressivas e quase generalizadas (embora parte delas estejam suspensas até final de julho)”.

Os preços da energia (petróleo e gás) têm retrocedido face às perspetivas de deterioração do crescimento económico global o que, em conjunto com a apreciação do euro, contribui para minorar as pressões inflacionistas.

Tiago Correia

Economista do BPI/CaixaBank

As estimativas do BPI/CaixaBank são que, “ao encarecer o preço dos produtos importados de uma forma geral, dada a dependência da economia dos EUA de bens importados, estima-se que a inflação possa vir a superar já em 2025 os 4%; mesmo que as designadas tarifas recíprocas não venham a ser reativadas”. Quanto à Zona Euro, onde o banco antecipa uma inflação de 2,4% este ano e de 1,9% em 2026, o especialista refere que “por ora não temos praticamente retaliação ou esta é pelo menos bastante mais contida”.

Além disso, “os preços da energia (petróleo e gás) têm retrocedido face às perspetivas de deterioração do crescimento económico global o que, em conjunto com a apreciação do euro, contribui para minorar as pressões inflacionistas”, explica o economista. “Por isso, a nossa previsão para a inflação, apesar desta conjuntura não deverá afastar-se muito dos 2,4%, eventualmente poderá mesmo vir a ser ajustada ligeiramente em baixa“.

O Fórum para a Competitividade também estima um abrandamento da inflação nacional, de 2,4% em 2024 para entre 2% a 2,3% em 2025 e para entre 1,9% e 2,2% em 2026.

Tarifas pressionam dólar e petróleo

As declarações de Donald Trump sobre uma eventual demissão de Jerome Powell — caso o pudesse fazer legalmente — e as sucessivas críticas à atuação do presidente da Fed acelerou nos últimos dias um sell-off dos mercados e fragilizou ainda mais o dólar, que negoceia atualmente em mínimos de três anos e meio face ao euro, em torno de 1,15 dólares.

Por outro lado, o receio que as tarifas prejudiquem o crescimento global tem-se refletido negativamente nas cotações do petróleo. O barril de Brent, negociado em Londres, está atualmente a ser transacionado em torno de 66 dólares.

Para já, os potenciais efeitos relacionados com um abrandamento económico (influenciado pela diminuição de confiança dos agentes) e preços de energia mais baixos parecem sobrepor-se aos riscos de uma escalada nos preços.

Tiago Correia

Economista do BPI/CaixaBank

“Para já, os potenciais efeitos relacionados com um abrandamento económico (influenciado pela diminuição de confiança dos agentes) e preços de energia mais baixos parecem sobrepor-se aos riscos de uma escalada nos preços”, considera Tiago Correia.

O economista destaca ainda que, por ora, a retaliação da União Europeia às tarifas de Trump ficou circunscrita a um conjunto restrito de bens e ficou em pausa por 90 dias, “dando margem para a negociação, pelo que o contexto de incerteza é elevado”.

“Acresce que a possibilidade de redirecionamento da produção asiática num contexto de escala das tensões com os EUA poderá mesmo vir a induzir pressões deflacionistas a médio prazo. Mas, por ora, mantemos o cenário central que é de aproximação da inflação à fasquia dos 2%”, complementa.

Com a valorização do euro face ao dólar, o custo das importações pagas em dólares deverá diminuir, o que, juntamente com a descida dos preços da energia, constitui um fator positivo para os esforços de controlo da inflação. No entanto, o clima de maior protecionismo e as quase certas disrupções nas cadeias logísticas globais poderão ter um impacto negativo nos preços ao consumidor.

Ricardo Evangelista

CEO da ActivTrades

Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, refere que “com a valorização do euro face ao dólar, o custo das importações pagas em dólares deverá diminuir, o que, juntamente com a descida dos preços da energia, constitui um fator positivo para os esforços de controlo da inflação”. “No entanto, o clima de maior protecionismo e as quase certas disrupções nas cadeias logísticas globais poderão ter um impacto negativo nos preços ao consumidor”, alerta o mesmo responsável.

O CEO da ActivTrades considera que “é provável que os preços aumentem na Europa”. Contudo, “ainda é cedo para saber se se tratará apenas de subidas transitórias ou de aumentos estruturais, com tendência para serem mais duradouros”.

FMI e BCE veem inflação nos 2% ainda este ano

Os membros do Banco Central Europeu também se têm mostrado otimistas em relação ao processo de desinflação na Europa, estimando que a taxa recue para o objetivo de 2% nos próximos meses, apesar das tarifas anunciadas por Trump. Em entrevista esta semana à CNBC, Lagarde reforçou que o processo de desinflação na região está quase completo, antecipando que a taxa de inflação se situe em 2,1%, em 2025.

Quanto ao impacto das tarifas, “podemos prever que terá algum impacto no crescimento, mas o impacto líquido na inflação só se tornará mais claro com o passar do tempo”, assumiu após a última reunião do BCE.

Também o Fundo Monetário Internacional (FMI), que reviu em baixa as estimativas para o crescimento no euro, está convicto que o índice de preços vai continuar a baixar. “Temos uma recomendação muito clara para o BCE, o que vimos até agora é um enorme sucesso no esforço de desinflação e a política monetária funcionou… então esperamos atingir de forma sustentável a meta de inflação de 2% no segundo semestre de 2025″, adiantou Alfred Kammer, diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), também à CNBC.

A nossa recomendação é que há espaço para mais um corte de 25 pontos base, no verão, e depois o BCE mantenha essa taxa de juro de 2%, a menos que ocorram grandes choques e haja necessidade de recalibrar a política monetária”, defendeu Alfred Kammer.

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Lã portuguesa ‘desenrola’ exportações para a China ao fim de cinco anos

Acordo assinado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária permite aos produtores nacionais de ovinos reabrir canal de vendas de lã suja para a China, que concentra 90% dos lavadouros no mundo.

Quase cinco anos depois de as autoridades de Pequim terem suspendido unilateralmente a possibilidade de exportação de lã portuguesa para a China, os produtores nacionais de ovinos veem finalmente reaberto o canal comercial para este produto no gigante mercado asiático, onde são lavadas cerca de 90% das lãs a nível mundial.

O Ministério da Agricultura confirma ao ECO este “avanço significativo para o setor agropecuário nacional, ao permitir a valorização de um recurso anteriormente classificado como subproduto de origem animal de categoria 3”, destacando que “não só contribui para a diversificação dos mercados de escoamento, como também gera uma nova fonte de rendimento para os produtores”.

O protocolo que “reduz os encargos associados à eliminação deste subproduto” e promove uma “abordagem mais sustentável e economicamente viável para o setor” foi assinado no final do ano passado entre a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China (GACC), responsável pelo controlo das importações chinesas.

Portugal passa a dispor de um novo canal comercial para este produto, garantindo que todas as exigências sanitárias e regulamentares sejam devidamente cumpridas.

Fonte oficial do Ministério da Agricultura

Desde julho de 2020 que a exportação de lã portuguesa para a China se encontrava suspensa por decisão unilateral das autoridades chinesas. Uma restrição que, contextualiza a tutela, resultou então de uma “reavaliação das condições sanitárias e regulamentares impostas pelo governo chinês, o que levou a um período de negociação e adaptação dos procedimentos nacionais para garantir o cumprimento dos requisitos exigidos”.

Garantido com este acordo o cumprimento de “todas as exigências sanitárias e regulamentares”, o Ministério tutelado por José Manuel Fernandes perspetiva que “o acesso ao mercado chinês venha a reforçar a dinâmica [do setor] e a criar oportunidades comerciais” para os potenciais beneficiários deste protocolo.

As estimativas oficiais apontam para a existência de perto de 42.600 explorações de ovinos em Portugal – dois terços situadas a sul do Tejo –, com um efetivo de 1,8 milhões de animais. Dependendo das raças (merinas, bordaleiras ou churras), geram lãs finas que são destinadas sobretudo à produção de vestuário, ou lãs grosseiras que podem ser usadas em artigos como tapeçarias, feltros ou isolamentos.

A proibição da entrada de lãs no mercado chinês provocou uma acumulação deste produto nos armazéns e nas explorações pecuárias, mas também o abandono de lã em locais inadequados, como lixeiras e caixotes do lixo, com riscos ambientais e sanitários.

O Governo reconhece que estes episódios têm sido “reportados”, mas garante que “sempre que tais situações são identificadas, a DGAV ativa mecanismos de averiguação para identificar os responsáveis pelo descarte inadequado e proceder à remoção e destruição da lã, garantindo o cumprimento das normas de saúde pública e segurança ambiental”.

“Retaliação” pela Huawei e contacto com embaixada

Para os criadores de ovinos, o “sustento” é a produção de carne, cujo mercado está “neste momento num momento extraordinário”. Embora a lã sempre tenha sido um produto de mais baixo valor comercial, Tiago Perloiro atesta ao ECO que nos últimos anos “pura e simplesmente deixou de ser transacionada” e passou a ter “um saldo negativo na conta de exploração porque não se consegue vender” depois da tosquia.

Tal como a maior parte dos operadores, tenho a lã aqui num armazém em Évora porque nos últimos anos o mercado esteve completamente parado, à espera que a China voltasse a abrir.

Tiago Perloiro

Diretor-geral da Ancorme

“Tal como a maior parte dos operadores, tenho a lã aqui num armazém em Évora porque nos últimos anos o mercado esteve completamente parado – o que me oferecem é completamente ridículo – e à espera que este mercado da China voltasse a abrir”, relata o diretor-geral da Ancorme, a associação nacional dos criadores de ovinos da raça merina, associando a demora no restabelecimento deste canal de exportação a uma “retaliação” pela exclusão da chinesa Huawei do 5G em Portugal.

Tiago Perloiro refere que a reabertura do mercado chinês é “muito positiva” e espera que “comece a surtir efeito”, estando já a “fazer diligências para tentar encontrar operadores na China para este produto que [tem] em armazém”, inclusive através do contacto com a embaixada em Lisboa. Ainda assim, adverte que não sabe quanto tempo vai ser preciso para a situação “normalizar”, lembrando a “muita lã armazenada na casa dos agricultores” portugueses.

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Luís Montenegro vs Pedro Nuno Santos: os argumentos do debate para convencer os indecisos

  • Luis Claro
  • 28 Abril 2025

É a segunda vez que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos vão debater nas televisões, mas os temas principais serão outros. AD está confiante nos "resultados" da governação e PS quer recuperar terreno.

O debate mais importante destas eleições legislativas antecipadas acontece esta segunda-feira, a partir das 21 horas e será transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI. É a segunda vez que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos se enfrentam nas televisões, embora as circunstâncias sejam diferentes do debate que aconteceu há pouco mais de um ano. Montenegro passou a ser primeiro-ministro e o PS está na oposição.

O politólogo José Palmeira prevê que seja um debate “equilibrado”, porque estamos a falar de dois políticos com “muita experiência política e que são bons comunicadores“.

O atual primeiro-ministro e o líder socialista têm pontos fortes e pontos fracos, mas uma das preocupações das equipas dos candidatos é prepará-los para não cometerem nenhum erro grave. “Os debates são muito preparados pelas equipas dos candidatos e as falhas dificilmente acontecem”, diz o professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade do Minho.

“No caso de Montenegro as maiores fragilidade são a questão pessoal”, na sequência do caso com a empresa familiar que acabou por conduzir à realização de eleições antecipadas, e os “problemas na área da saúde”, afirma José Palmeira. Pedro Nuno Santos tem como desvantagem “o facto de ir debater com o primeiro-ministro na medida em que quem está no governo tem mais conhecimento dos dossiês“. E pode também ser prejudicado por Montenegro ter “alguns trunfos em função dos resultados da governação”.

Os debates são muito preparados pelas equipas dos candidatos e as falhas dificilmente acontecem.

José Palmeira

Politólogo

Para o politólogo, Pedro Nuno Santos está mais pressionado a vencer, porque a AD está à frente nas sondagens, e, apesar da “vasta de informação que hoje existe”, este debate pode “servir para alguns eleitores confirmarem o seu voto ou para retirar da abstenção pessoas que estavam inclinadas a não votar”. Palmeira realça ainda que os debates “influenciam os apoiantes e se correrem bem fazem com que os partidos vão para a campanha com mais ânimo”.

O último debate entre Montenegro e Pedro Nuno foi há pouco mais de um ano, mas os principais temas do frente-a-frente desta segunda-feira deverão ser outros. Nas últimas legislativas, o confronto ficou marcado pela manifestação dos polícias que ficou conhecida como cerco ao Capitólio e, além das reivindicações das forças de segurança, destacaram-se temas como a recuperação do tempo congelado aos professores, o caos na saúde, a descida dos impostos, a habitação e a estabilidade governativa.

Montenegro pode argumentar que resolveu alguns destes problemas que se arrastavam há alguns anos. Pedro Nuno Santos estará mais interessado em destacar áreas como a saúde em que os planos do Governo não conseguiram travar as falhas no SNS.

A empresa familiar de Luís Montenegro e a comissão de inquérito ao primeiro-ministro, que conduziram à realização de eleições antecipadas, bem como a investigação preventiva a dois imóveis de Pedro Nuno Santos são temas obrigatórios no último frente-a-frente destas legislativas antecipadas. Defesa, Saúde, habitação, salários, impostos e governabilidade são outros dos assuntos que os dois candidatos querem colocar em cima da mesa.

“Há um ano os dois líderes estavam quase em pé de igualdade, mas agora temos um primeiro-ministro em funções e vamos puxar por esses galões”, diz Duarte Pacheco. O ex-deputado social-democrata não tem dúvidas de que Montenegro vai realçar “os resultados positivos” em algumas áreas da governação e lembrar que só não foi mais longe porque o impediram.

O social-democrata considera que “o debate será muito relevante, porque pode marcar uma diferença de estilo e de opção política e levar a um apelo ao voto útil”. E espera que sirva para deixar claro que a AD e os socialistas propõem “caminhos diferentes para áreas como a economia, a saúde ou a educação”.

Há um ano os dois líderes estavam quase em pé de igualdade, mas agora temos um primeiro-ministro em funções e vamos puxar por esses galões.

Duarte Pacheco

Ex-deputado do PSD

Do lado do PS este frente-a-frente é encarado como “um momento decisivo” para conquistar os indecisos. “O desempenho de Pedro Nuno tem sido bom nestes debates”, diz um deputado socialista, convicto de que, mais do que “falar sobre a Spinumviva”, o líder socialista deve apostar em convencer os eleitores de que as suas propostas são mais ambiciosas e mais realistas para dar qualidade de vida às pessoas. “Há muitos indecisos e este debate vai ser visto por muita gente. É um momento crucial para olhar para os indecisos”, remata.

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Lucro da Galp cai 41% no primeiro trimestre para 192 milhões de euros

A petrolífera portuguesa justifica a quebra nos resultados com as paragens para manutenção em unidades de produção no Brasil e com a queda nas margens de refinação no arranque do ano.

A Galp Energia arrancou o ano com lucros de 192 milhões de euros, o que representa uma descida de 41% face aos primeiros três meses do ano passado. Segundo a empresa, reflete o aumento das paragens programadas para manutenção em unidades de produção no Brasil e a diminuição das margens de refinação internacionais.

Há duas semanas, no tradicional trading update, o grupo já tinha reportado uma queda de 53% da margem de refinação para 5,6 dólares por barril (vs. 12 dólares no período homólogo), refletindo o impacto da conjuntura internacional sobre o setor energético.

De acordo com a informação enviada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o lucro da petrolífera antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 669 milhões de euros entre janeiro e março, 29% abaixo do que tinha registado no mesmo período do ano passado.

A descida neste indicador ficou “em linha” com a diminuição nos resultados das duas principais áreas de negócios da Galp: a exploração e produção de petróleo (upstream) no Brasil – cujo Ebitda caiu 32% para 385 milhões -; e o industrial & midstream (onde se inclui a refinação), que teve uma queda de 28% para 218 milhões.

O negócio comercial, que inclui a venda de combustível nas bombas, registou um “trimestre positivo nas vendas”, tanto de produtos petrolíferos como de gás natural e eletricidade, beneficiando do aumento do número de clientes e da expansão da rede de carregamento de veículos elétricos. O Ebitda desta área cifrou-se em 61 milhões, equivalente a uma ligeira redução de 2%.

Já a unidade de negócios das renováveis diminuiu ligeiramente a produção, o que, assinala, seria “previsível num dos trimestres mais chuvosos de que há registo nos últimos anos”. No entanto, frisa que “uma gestão mais ativa da produção, com uma forte aposta no mercado dos serviços de sistema, permitiu sustentar o preço médio de venda”, o que resultou numa melhoria de 12% no Ebitda da área para um total de 10 milhões de euros.

Apesar deste ter sido o primeiro trimestre com a maior queda nos lucros dos últimos três exercícios, citados em comunicado, Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, que vão continuar como co-CEO até ao final do mandato em 2026, descrevem “um início de 2025 sólido para a Galp, revelando resiliência operacional num ambiente de mercado cada vez mais volátil”.

“Os sólidos desempenhos em todos os negócios e a conclusão bem-sucedida do desinvestimento na participação na Área 4, em Moçambique, colocaram a Galp numa posição privilegiada para reforçar ainda mais a sua posição ao longo do ano. O nosso foco na execução manteve-se forte, progredindo com os nossos projetos de crescimento e transformação, incluindo a conclusão bem-sucedida de mais um poço na Namíbia“, apontam os gestores.

É um início de 2025 sólido para a Galp, revelando resiliência operacional num ambiente de mercado cada vez mais volátil.

Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva

Co-CEO da Galp

Em termos operacionais, a produção total de petróleo e gás da Galp no Brasil diminuiu 3% para 104 mil barris diários. Apesar disso, a Galp mantém as metas de produção média até ao final do ano, sublinhando que em três meses foram concluídas 40% das operações de manutenção previstas para o total do ano.

Em Portugal, a refinaria de Sines exportou 31% dos volumes produzidos e a rede
de carregamento de veículos elétricos cresceu para 6.900 pontos. No gás e eletricidade diz ter atingido pela primeira vez a marca de 430 mil clientes no país, enquanto na divisão das renováveis assinalou entrada em operação da sua primeira bateria de grande escala no parque fotovoltaico de Alcoutim.

A empresa, que no final de março contabilizava a estabilização da dívida em 1.200 milhões de euros, espera efetuar durante o segundo trimestre deste ano um segundo pagamento interino de dividendo relativo aos resultados de 2024, no valor de 34 cêntimos por ação, que ainda depende da aprovação dos acionistas na assembleia geral agendada para 9 de maio.

Entre janeiro e março deste ano, a Galp investiu um total de 295 milhões de euros, o equivalente a 1,5 vezes do resultado líquido. A maior parte desse valor foi para a avaliação das reservas de petróleo na Namíbia, para o projeto Bacalhau (Brasil) e para a construção das unidades de produção de hidrogénio verde e de biocombustíveis avançados em Sines, que deverão começar a operar já no próximo ano.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 28 Abril 2025

Galp marca arranque da época de resultados trimestrais das cotadas do PSI. Dia ficará marcado pelo debate entre Montenegro e Pedro Nuno Santos. Benfica divulga resultados do empréstimo obrigacionista.

O arranque da época de resultados trimestrais das cotadas do PSI está marcado para esta segunda-feira, com a Galp Energia a divulgar os resultados. O INE divulga a procura turística dos residentes e o Benfica os resultados do empréstimo obrigacionista. O dia ficará ainda marcado pelo debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.

Galp divulga resultados do primeiro trimestre

A Galp divulga os resultados do primeiro trimestre, depois de ter fechado 2024 com lucros de 961 milhões de euros, menos 4% do que em 2023, ano em que tinha alcançado um resultado líquido recorde superior a mil milhões de euros. Ainda assim, o lucro anual do ano passado foi o segundo mais elevado de sempre.

INE publica procura turística dos residentes

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga a procura turística dos residentes do quarto trimestre do ano passado. No terceiro trimestre, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal cresceram 2,6%, após terem caído 13,4% nos três meses precedentes, totalizando 8,2 milhões. As viagens em território nacional inverteram a trajetória descendente dos dois trimestres anteriores e aumentaram 1,4%, atingindo 6,9 milhões, enquanto as viagens com destino ao estrangeiro registaram uma subida de 9,8%, totalizando 1,3 milhões de deslocações.

Debate Legislativas: AD vs PS

A AD – Coligação PSD/CDS-PP e o PS têm hoje o grande frente-a-frente sobre as eleições legislativas de 18 de maio, encerrando o calendário de debates a dois. O encontro que opõe Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos está marcado para as 21h, tem a duração de 75 minutos e transmissão simultânea nos três canais generalistas (RTP, SIC e CNN). Na quarta-feira será a vez do debate com todos os partidos com assento parlamentar.

Benfica anuncia resultados do empréstimo obrigacionista

A SAD do Benfica e a Euronext anunciam os resultados do empréstimo obrigacionista de 55 milhões de euros. A sessão especial da bolsa está marcada para as 16h30 e contará com a presença de Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisbon, e de Nuno Catarino, vice-presidente do conselho de administração da SAD das águias.

Governo prevê enviar a Bruxelas relatório anual de progressos do Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo

O Ministério das Finanças prevê remeter à Comissão Europeia o relatório anual de progressos do Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo a 28 de abril, de acordo com a informação remetida ao Parlamento na primeira quinze de abril. No entanto, a data é indicativa, já que o prazo termina apenas na quarta-feira. O plano orçamental substituiu, no âmbito das novas regras europeias, o Programa Nacional de Reformas (PNR) e o Programa de Estabilidade (PE), tendo sido remetido pelo Governo português à Comissão Europeia em outubro e aprovado pelo Conselho da União Europeia em janeiro.

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Mini-Maratona Madrid-Nebrija reúne 4.000 jovens em Madrid para promover o desporto e combater a solidão indesejada

  • Servimedia
  • 28 Abril 2025

A iniciativa, organizada pela Fundação Nebrija, tem como objetivo promover o desporto, a saúde e valores como o esforço, o respeito e a superação pessoal.

Um total de 4.000 jovens entre o 5º ano do Ensino Básico e o 2º ano do Ensino Secundário, bem como estudantes universitários, participaram esta sexta-feira na 6ª edição da Mini-Maratona Madrid-Nebrija, realizada no Parque El Retiro, numa distância de 4,2 quilómetros.

“É uma iniciativa extraordinária que tem a ver com o desporto, a saúde e valores como o respeito pelos adversários, a boa competição, o esforço e a vontade de fazer bem as coisas”, afirmou o presidente do Consejo Superior de Deportes, José Manuel Rodríguez Uribes, segundo a Fundação Nebrija.

Este ano, a corrida também se centrou na luta contra a solidão indesejada entre os jovens, com o apoio da Fundação Social Padre Ángel. “Esta Mini-Maratona é uma ferramenta muito poderosa para sensibilizar e combater a solidão entre os jovens, uma questão sobre a qual não há muita informação”, disse Gadea Gómez Vega, diretora da fundação.

Além disso, como novidade, foram atribuídas duas bolsas Nebrija Excellence MiniMaratón Madrid-Nebrija de 50% aos corredores mais rápidos do 2º ano do Bachillerato. As bolsas cobrem 50% das despesas de ensino e podem ser renovadas anualmente se forem cumpridos os requisitos estabelecidos.

No total, participaram estudantes de 54 escolas e institutos e 16 universidades. A Escola de San Saturio foi a escola com o maior número de participantes, com 400 corredores.

O evento contou com o apoio da Câmara Municipal de Madrid, da Fundação Deporte Joven del CSD e da Fundação Social Padre Ángel, bem como com o patrocínio e a colaboração de entidades privadas como Acciona, Generali, El Corte Inglés, Cadena Ser, Magisterio, Sapos y Princesas e Voluntarios por Madrid.

 

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