Greve na CP com serviços mínimos de 25% a partir de domingo

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

A CP indicou, no seu 'site', que "foram definidos serviços mínimos, para o período compreendido entre os dias 11 e 14 de maio", tendo publicado as listas dos comboios abrangidos pela decisão. 

O Tribunal Arbitral decidiu definir serviços mínimos para a greve da CP a partir de domingo e até quarta-feira, abrangendo a paralisação marcada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ou seja, dos revisores e bilheteiras.

Estes serviços mínimos, de 25%, irão realizar-se numa altura em que a greve do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) já não será total, como acontece hoje e na quinta-feira, estando apenas prevista para o trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal.

A CP indicou, no seu ‘site’, que “foram definidos serviços mínimos, para o período compreendido entre os dias 11 e 14 de maio”, tendo publicado as listas dos comboios abrangidos pela decisão.

Segundo a decisão do tribunal arbitral, “o motivo para que essa fixação seja feita prende-se com a necessidade de assegurar o transporte ferroviário mínimo quando não existam outras alternativas ou, existindo estas, as mesmas se apresentam excessivamente onerosas”.

Assim, neste âmbito, “considerou adequado fixar serviços mínimos relativos à circulação de composições no montante de 25% do que seria a sua circulação normal, não aceitando assim na totalidade a proposta da CP que propunha uma fixação de 30%“.

Segundo a decisão, “a fixação dos serviços mínimos nesta percentagem justifica-se considerando o facto de esta empresa levar a cabo uma atividade com enorme relevância social, devendo a greve anunciada ser limitada naquilo que se considera ser ‘necessidades sociais impreteríveis’, as quais são aqui representadas por permitir alguma circulação de comboios num nível mínimo que não coloque em causa a segurança dos passageiros, com a acumulação de pessoas nas estações e a sobrelotação dos comboios”.

Por outro lado, referiu, “a percentagem fixada pelo Tribunal Arbitral respeita o núcleo essencial do direito à greve”.

A circulação de comboios da CP tem estado parada devido às greves de vários sindicatos, sendo que no caso das restantes paralisações o tribunal arbitral não fixou serviços mínimos.

O Tribunal Arbitral explicou na quinta-feira que não decretou serviços mínimos nas greves na CP, porque a empresa alertou que uma circulação de 15% não garantia a segurança física dos passageiros.

Este esclarecimento surge após “diversas notícias e controvérsias que têm vindo a público a respeito das várias greves na CP”, explicou o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social em comunicado.

As greves de quarta e quinta-feira foram convocadas pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), a Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), o Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), o Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA), o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria (SINTTI), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindical Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF) e o Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE).

A esta paralisação juntou-se na quinta-feira o Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), o único sindicato que está hoje em greve.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), dos revisores e trabalhadores de bilheteiras convocou, por sua vez, uma greve parcial entre as 05:00 e as 08:30 de domingo a quarta-feira.

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Caso BESA: Ex-braço-direito de Salgado diz que ex-banqueiro quis segurar Sobrinho até ao fim

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

O ex-braço-direito de Salgado disse que o ex-banqueiro quis segurar Álvaro Sobrinho no BESA até ao fim e que este só saiu da instituição por pressão dos acionistas angolanos.

O ex-braço-direito de Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, disse esta sexta-feira que o ex-banqueiro quis segurar Álvaro Sobrinho no Banco Espírito Santo Angola (BESA) até ao fim e que este só saiu da instituição por pressão dos acionistas angolanos.

“Desde sempre que achei que devíamos ser mais radicais na decisão [de afastar Álvaro Sobrinho do BESA] e o Dr. Ricardo [Salgado] não quis esse caminho. O Dr. Ricardo manteve-se sempre ao lado do Dr. Álvaro Sobrinho“, afirmou Amílcar Morais Pires, no segundo dia do julgamento do caso BESA, em Lisboa, em que responde por abuso de confiança e burla.

O banqueiro angolano acabaria por abandonar definitivamente o BESA em 28 de junho de 2013, mais de um ano depois de Amílcar Morais Pires ter assumido o pelouro do subsidiário do BES.

O afastamento, acrescentou, aconteceu depois de os acionistas angolanos do BESA, minoritários, terem decidido acabar com a “guerrilha institucional” que existia entre Álvaro Sobrinho e aquele que, numa solução intermédia encontrada por Ricardo Salgado, tinha sido nomeado seu sucessor na Comissão Executiva do BESA, Rui Guerra.

A medida, tomada num contexto em que o banqueiro angolano se recusaria a reportar a Amílcar Morais Pires, implicou que Álvaro Sobrinho passasse a ser presidente do Conselho de Administração do banco.

“Durante o primeiro trimestre de 2013, o Dr. Rui Guerra já estava em Angola e reportou-me […] que o Dr. Álvaro Sobrinho continuava a fazer despachos enquanto presidente do Conselho de Administração que interferiam na esfera da Comissão Executiva”, contou hoje o economista, de 63 anos.

Esta manhã, Amílcar Morais Pires insistiu ainda que, em junho de 2012, partilhou com os administradores e acionistas a informação então prestada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de que a subsidiária angolana do BES tinha desequilíbrios e constituía um risco para o banco português, apesar de tal não constar das atas das reuniões.

O arguido justificou a ausência com o facto de o memorando na base da informação ter sido “considerado confidencial”, sublinhando que “nem todos os assuntos” tratados pelos órgãos do BES constam das atas.

O alerta visou ainda responder ao entendimento expresso pelo coletivo de juízes de que, numa ata daquela data, Amílcar Morais Pires aparentava estar a tranquilizar os presentes sobre a situação do BESA e não a alertá-los para os problemas do banco angolano.

Em causa neste processo está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BESA em linhas de crédito do Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.

Além de Amílcar Morais Pires, estão a ser julgados Ricardo Salgado, de 80 anos e doente de Alzheimer, Álvaro Sobrinho, de 62, o empresário luso-angolano Helder Bataglia, de 78, e o ex-administrador do BES Rui Silveira.

Em geral, os arguidos respondem por abuso de confiança, branqueamento e burla e negam a prática dos crimes.

O julgamento prossegue esta tarde e no próximo dia 19 de maio com a continuação do interrogatório de Amílcar Morais Pires.

O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.

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“A discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma realidade dinâmica”, diz ministra

A ministra da Justiça assumiu, na conferência do ECO, que a discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma "realidade dinâmica" e que modelo europeu continua a ser a solução.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, assumiu esta sexta-feira, na conferência do ECO “O Futuro da Europa”, realizada em Coimbra, que a discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma “realidade dinâmica” e que, “apesar dos discursos populistas”, o modelo europeu “continua a ser a solução”.

“A discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma realidade dinâmica, está em marcha e o Ministério da Justiça, quer ao nível técnico como político, tem acompanhado de perto esta discussão”, assume a ministra da Justiça no Dia da Europa.

Rita Alarcão Júdice assumiu estar convicta que, “apesar dos discursos populistas e nacionalistas” que se assistem em alguns Estados-membros, o modelo europeu continua a ser a solução.

“Nessa medida, é importante reforçar a coesão e a cooperação entre os Estados, assegurar que os direitos fundamentais não são alvo de erosão e, mais do que negociar novos instrumentos jurídicos na área da Justiça (e Assuntos Internos), concentremo-nos na plena implementação dos que foram aprovados”, assume.

A segunda edição do ECO Local, uma iniciativa do ECO e do Local Online, realizou-se em Coimbra, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra. A abertura da conferência coube a José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra e Rita Júdice, Ministra da Justiça, fez a sessão de encerramento.

Assim, defende que o Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça deve ser uma realidade, que responda às ameaças e desafios, bem como às necessidades dos europeus e, por esta via, assegurar no futuro a plena realização da Justiça na União Europeia.

A titula da pasta da Justiça adiantou ainda que o possível alargamento da lista dos chamados “euro crimes” e a aprovação de normas para prevenir e combater o abuso sexual de crianças estão “em negociações”. Estas medidas surgem das orientações estratégicas da programação legislativa e operacional no espaço de Liberdade, Segurança e Justiça para os próximos anos, aprovadas em dezembro.

“Dessas orientações já há medidas concretizadas como a Diretiva sobre combate à corrupção ou a Diretiva relativa à recuperação e perda de bens. Em Portugal, abrimos esta semana a consulta pública sobre o anteprojeto sobre perda das vantagens resultantes da atividade criminosa, que transpõe esta diretiva“, referiu a ministra em Coimbra.

Rita Alarcão Júdice destacou ainda a medida da Estratégia para a Justiça Eletrónica 2024-2028, dedicada à transformação digital e à utilização da inteligência artificial (IA) na Justiça.

A ministra reforçou que existem outros “temas interessantes” em cima da mesa como o apoio aos Estados-membros na digitalização da Justiça, a utilização da videoconferência transfronteiriça nos processos de direito civil, comercial e criminal, o aumento da eficiência e acesso à justiça, o controlo cruzado de informações judiciais entre os Estados-membros, o papel da IA na investigação criminal, o reforço do papel da Europol, a reforma da governação e processo decisório da EUROJUST, e a revisão do Regulamento que criou a Procuradoria Europeia e possível alargamento das suas competências.

“A criação de um espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a manutenção e reforço do Estado de Direito e a defesa dos Direitos Humanos estão na génese da Europa que somos e que ambicionamos ser”, sublinha.

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Panasonic vai reduzir 10 mil postos de trabalho

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

Está previsto que a redução dos postos de trabalho tenha início no terceiro trimestre do atual exercício fiscal, de outubro a dezembro, prolongando-se até ao terceiro trimestre seguinte.

A Panasonic, gigante japonesa de eletrónica, anunciou esta sexta-feira que vai reduzir 10 mil postos de trabalho, no âmbito de uma reestruturação que envolve a liquidação de empresas deficitárias, para enfrentar o agravamento da situação económica.

Estas medidas visam a redução de cinco mil postos de trabalho no Japão e outros cinco mil no estrangeiro, o que representa 4% da sua força de trabalho total, e têm como objetivo “aumentar a produtividade”, segundo a empresa.

O grupo refere em comunicado que irá examinar “em profundidade a eficácia operacional” de cada sucursal e filial, reavaliar o número de organizações e pessoal necessário, incentivar a cessão das atividades deficitárias “sem perspetivas de melhoria de lucros” e integrar e encerrar instalações.

As reduções dos postos de trabalho vão ser implementadas segundo as leis, regras e regulamentos laborais de cada país e região, e a maioria respeita aos departamentos de vendas e à administração das empresas do grupo, de acordo com a informação avançada pela EFE.

Está previsto que a redução dos postos de trabalho tenha início no terceiro trimestre do atual exercício fiscal, de outubro a dezembro, prolongando-se até ao terceiro trimestre seguinte.

A Panasonic anunciou esta sexta-feira uma redução de 17,5% no seu resultado líquido, para 366.205 milhões de ienes (cerca de 2.240 milhões de euros) no exercício terminado em 31 de março, comportamento que atribuiu principalmente à liquidação da sua filial de fabrico de LCD.

A faturação do grupo também registou uma descida, de 0,5%, para 8,46 mil milhões de ienes (51.750 milhões de euros).

O grupo tornou-se um gigante mundial dos eletrodomésticos na segunda metade do século XX, tendo estendido a sua atividade às baterias.

Graças aos esforços de reestruturação, a Panasonic pretende melhorar os seus lucros em, pelo menos, 150 mil milhões de ienes (918 milhões de euros), 70 mil milhões dos quais vão ser obtidos através da “otimização da força de trabalho”, segundo refere.

Estes valores não têm em conta o impacto das tarifas aduaneiras americanas.

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Padaria Portuguesa vai entrar noutros países e manter gestão nacional, diz novo dono de Espanha

Grupo espanhol Rodilla disse ao ECO que o negócio, o primeiro além-fronteiras da empresa, demorou o tempo “habitual nestes casos” por partilharem valores de artesanato e qualidade.

A Padaria Portuguesa vai entrar noutros países, após ser comprada pelo grupo espanhol Rodilla, e manter a gestão nacional. A garantia foi dada pela empresa de María Carceller Arce ao ECO, embora sem detalhes sobre as geografias — além de Espanha — para onde irão os pães de Deus e os croissants brioche criados por Nuno Carvalho (fundador e CEO) e pelo chef pasteleiro Paulo Cardoso.

“Gostamos do país e da proximidade e adoramos a qualidade do produto e a dedicação ao serviço ao cliente. A Rodilla valoriza o artesanato, a qualidade dos produtos, o atendimento e a proximidade, sendo que estes mesmos valores são representados pela Padaria Portuguesa”, disse fonte oficial da Rodilla, em declarações enviadas ao ECO.

Questionado sobre se planeia manter o plano de expansão da marca até 2028 — que prevê a abertura de, pelo menos, mais 40 lojas até 2028 — o grupo confirma que essa estratégia de crescimento vai continuar “com o mesmo ritmo de expansão, incluindo um plano de expansão internacional”, embora não apresente mais detalhes sobre os países e o número de futuras padarias.

Em relação ao processo de aquisição, a Rodilla diz ao ECO que se prolongou durante o tempo “habitual nestes casos” de empresas europeias de média dimensão. “Não demorou mais do que o esperado, porque partilhámos os mesmos valores e visão sobre a importância da qualidade do produto, do artesanato e da vocação para o serviço ao cliente”, reiterou.

Assim que o negócio receber a aprovação da Autoridade da Concorrência, o grupo Rodilla irá concentrar-se no período de transição, garantindo que será um procedimento “cuidado” e focado na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa.

Continuaremos a contar com a gestão portuguesa que tem levado esta marca tão querida pelo mercado português ao sucesso. O Nuno continuará a apoiar-nos para que a transição e a colaboração entre as duas equipas sejam o mais tranquilas possível”, afirmou a empresa espanhola, deixando em aberto a hipótese de o fundador e CEO sair após a fase de transição.

O grupo Rodilla é composto pelas marcas Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica e nasceu em 1939 em Madrid. Por detrás desta holding de restauração está a cervejeira Damm desde 2015. A Damm é uma empresa com histórico de investimentos em Portugal, porque além de ter uma das maiores empresas do distrito de Santarém — antiga Font Salem, onde foi produzida a cerveja Cintra –, em 2012 comprou à Sumol+Compal a marca de cerveja Tagus por cerca de 2,6 milhões de euros.

O plano de crescimento anunciado pel’A Padaria Portuguesa em outubro prevê mais lojas na Grande Lisboa e no Porto para atingir os 120 espaços nos próximos três anos. O investimento da panificadora, no valor total de 16 milhões de euros, envolve a criação de até 600 postos de trabalho para atingir os 1.600 colaboradores. O objetivo é que a faturação supere os 80 milhões de euros, praticamente o dobro dos cerca de 44 milhões de euros de volume de negócio registado em 2024.

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Pedro Nuno Santos garante Governo de “estabilidade” a Marcelo. Montenegro recusa cenários

  • Lusa e ECO
  • 9 Maio 2025

Presidente da República avisou que só nomeia um Executivo se tiver a "certeza" que passa no Parlamento. Pedro Nuno Santos assegura solução estável. Montenegro recusa cenários.

PS, IL e Livre já reagiram aos alertas do Presidente da República e garantem que tudo farão para ter um Governo de estabilidade e diálogo. Já a AD recusa fazer cenários. Marcelo Rebelo de Sousa avisou esta quinta-feira que só iria nomear um Executivo se tivesse a “certeza” que passa no Parlamento, porque “o que é de evitar é um Governo que logo à partida não tem condições nenhumas para ser viabilizado”.

“O Presidente da República pode ficar descansado porque um Governo liderado pelo PS será um Governo de diálogo e de estabilidade. Eu, quando estive nos Assuntos Parlamentares a coordenar negociações com quatro partidos ninguém acreditava que se conseguisse aprovar um, que fará quatro, conseguimos aprovar quatro”, afirmou o secretário-geral do PS, esta sexta-feira, no início de uma visita à feira semanal de Trancoso, distrito da Guarda, onde arrancou o sexto de campanha oficial. Pedro Nuno Santos lembrava como o primeiro Governo de António Costa sobreviveu graças à geringonça, sustentada pelos grupos parlamentares do PS, PCP/PEV e BE.

E acrescentou: “Aquilo que vai acontecer também na próxima legislatura é que um Governo liderado pelo PS vai garantir estabilidade política ao país e diálogo entre todas as forças políticas”. Pedro Nuno Santos defendeu ainda que “só há uma forma” de haver estabilidade política em Portugal “que é com uma vitória do PS”, reforçando já ter dado mostras de ser capaz de dialogar para uma solução de estabilidade para os próximos quatro anos.

Já o presidente do PSD e líder da AD – coligação PSD/CDS, Luís Montenegro, recusou fazer cenários nem esclareceu se viabilizaria um programa de um Governo PS minoritário, defendendo que o está em causa é um líder fiável e estável.

“Logo quando há a mínima confrontação democrática, política, há uns que apresentam a sua visão, a sua opinião, a sua convicção, mas há outros que optam pelo insulto fácil e gratuito. Os portugueses também têm a fazer uma opção entre quem está mais habilitado para ser primeiro-ministro, liderar um Governo num tempo que é desafiante dos pontos de vista interno e externo”, afirmou aos jornalistas a meio de uma ação de rua em Porto de Mós, no distrito de Leiria.

Ainda de acordo com o líder do PSD, os portugueses devem olhar para uma liderança do Governo e escolher alguém que esteja à altura de poder representar Portugal na Europa e que possa ser uma “imagem de estabilidade, de confiança, de fiabilidade”.

“Quem muda de opinião muitas vezes, quem ao mínimo contacto com a discussão pública e política resvala para o insulto, é porque não tem capacidade de liderança, não tem capacidade para poder representar Portugal ao mais alto nível”, acentuou. Neste ponto, ainda visando de forma indireta o secretário-geral do PS, o presidente do PSD considerou que a estabilidade de um Governo “também depende da estabilidade do seu líder”.

Questionado se os portugueses merecem ou não saber o que lhes vai acontecer no dia seguinte às eleições legislativas perante a ausência de uma maioria clara à direita ou à esquerda no Parlamento, o presidente do PSD respondeu: “Merecem saber – e da minha parte já sabem todo o comportamento que sou capaz de ter mesmo em circunstâncias de uma vitória pouco expressiva, como aconteceu há um ano”.

“As pessoas têm de optar e, dentro dessa opção, garantir a estabilidade. Está nas mãos delas”, avisou, mas sempre sem esclarecer se aceita o princípio da reciprocidade com o PS, ou seja, se admite viabilizar um executivo minoritário socialista.

Já a IL quis mostrar que o partido está disponível para uma “solução estável”, mas “de centro-direita” e “reformista”, destacou o líder dos liberais. “O nosso compromisso com os portugueses é, primeiro, mudança, reformas, exigência e, segundo, contribuir para uma solução de centro-direita, reformista e estável do ponto de vista político”, afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas numa loja de ovos moles, em Aveiro, onde vestiu o avental e cozinhou o tradicional doce aveirense.

Sem querer pronunciar-se sobre as sondagens que indicam que a AD e a IL estão longe de, juntas, obter uma maioria absoluta, Rui Rocha disse que o importante é transmitir aos portugueses que “há uma oportunidade única de ter uma solução de centro-direita” a governar o país. “Mas uma solução de centro-direita que não é para fazer a mesma coisa. É para fazer muito mais: uma solução reformista, ambiciosa para o país e isso para reforçar a votação na IL”, disse.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, reviu-se nos alertas de Marcelo Rebelo de Sousa e voltou a defender uma solução de estabilidade, mas à esquerda. “Eu tenho andado a falar disso há muito tempo e, finalmente, até da viva voz do Presidente da República temos esta realidade. Toda a discussão acerca de quem é que fica em primeiro é uma discussão completamente espúria, a discussão essencial é, e o senhor Presidente da República agora diz-nos isso, a governabilidade, quem é que assegura condições de governabilidade”, disse, no final de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal.

Para o dirigente do Livre, tem que haver uma responsabilização para o funcionamento da democracia que implica ver quem é que tem mais deputados e quem é que pode ter a maioria mais coerente e mais consistente e, quem não o tiver, deixar governar em funções plenas um novo Governo.

Rui Tavares considerou que o que o Presidente da República tenta evitar é uma situação em que é indigitado o primeiro-ministro do partido mais votado mas, no Parlamento, o seu programa é rejeitado, ficando o Governo em gestão até março do ano seguinte.

E acrescentou: “Mais do que isso, tem que vir o próximo ou a próxima Presidente da República e, depois, tem que se marcar as eleições e ficamos um ano a marcar passo com muita coisa importante a acontecer no mundo e Portugal a não conseguir implementar políticas”.

Por isso, “o alerta do senhor Presidente da República é essencial”, reforçou. “O que estamos aqui a discutir não é quem é que sai em primeiro. Isso é o que vamos discutir no sábado e, depois, no outro fim de semana no campeonato nacional de futebol, mas isto não é a super liga, chama-se parlamentarismo”, continuou.

Para haver condições de governabilidade, “os partidos têm de pôr os olhos na atual realidade política e, neste momento, há três blocos que assumem poder governar em conjunto, um à esquerda, outro à direta democrática e, por fim, a extrema-direita com quem toda a gente diz que não governa”, salientou. “Se não governa com ela, a extrema-direita só governará se tiver uma maioria absoluta”, frisou. Sobra, desta forma, o bloco da esquerda e o bloco da direta democrática, apontou.

Em sentido inverso, a líder do PAN aconselhou Presidente da República a “remeter-se ao silêncio”, afirmando esperar que não esteja indiretamente a apelar ao voto útil, porque “votar nos grandes partidos, como é o caso do PSD ou do PS, é demonstrado absolutamente inútil e não tem contribuído para a estabilidade do país”, afirmou Inês de Sousa Real à margem de uma ação de campanha na estação de metro Casa da Música, no Porto.

Para a porta-voz do PAN, é importante que Marcelo Rebelo de Sousa “se recorde que é o Presidente de todos os portugueses” e que as eleições antecipadas são “por culpa única e exclusivamente de Luís Montenegro, que não acautelou de separar a sua vida privada da sua vida empresarial”.

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Comissão Europeia pede “grande investimento” em redes e armazenamento energético

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

A presidente da Comissão Europeia apelou a um "grande investimento" em redes energéticas, interconectores e nas capacidades de armazenamento.

A presidente da Comissão Europeia apelou a um “grande investimento” em redes energéticas, interconectores e nas capacidades de armazenamento de eletricidade para tentar contrariar os preços de energia “estruturalmente elevados” na União Europeia (UE).

“Conversámos sobre a questão complicada de resolver que é preço da energia. Os preços da energia [na UE] são estruturalmente elevados”, disse Ursula von der Leyen, durante uma conferência de imprensa conjunta com o novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em Bruxelas, na Bélgica.

“Um grande investimento em interconectores, nas redes [elétricas] e no armazenamento [de energia]” pediu a presidente do executivo comunitário, considerando que é “preciso baixar” os preços que os cidadãos pagam pela energia.

Reconhecendo que os países do bloco comunitário têm um problema energético, na sequência do ‘corte’ no abastecimento de energia russa por causa da invasão ao território ucraniano, Ursula von der Leyen considerou que há outras maneiras de obtê-la.

E apontou as renováveis como o caminho, sustentando que são “baixas [nas emissões] em carbono]” — alinhando esta ideia com os objetivos da transição ecológica.

No entanto, completou a presidente da Comissão Europeia, nada é possível sem “capacidade para armazená-la” e uma rede que seja capaz de abastecer os países do bloco comunitário.

 

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Primark abre loja de 7 milhões de euros com 100 empregos em Guimarães

A retalhista de origem irlandesa, que emprega 1.800 pessoas em Portugal, passa a ter 12 lojas no país, prevendo inaugurar uma nova Primark em Viseu já no verão e outra na Covilhã em 2026.

Nova loja da Primark em Guimarães

A Primark inaugurou esta sexta-feira uma nova loja em Guimarães, num investimento de sete milhões de euros que vai permitir a criação de 100 novos postos de trabalho, aumentando para 1.800 o número de colaboradores em Portugal. Com esta abertura, a cadeia de vestuário irlandesa passa a ter 12 lojas em Portugal, prevendo inaugurar ainda este ano um novo espaço em Viseu e outro na Covilhã em 2026.

“Esta é a 12ª loja da marca em Portugal e a segunda, das quatro novas lojas anunciadas no primeiro semestre de 2024 a ser inaugurada, representando um investimento total de 40 milhões de euros no mercado nacional“, explicou Nelson Ribeiro, head of sales da Primark Portugal e Espanha, em respostas escritas ao ECO.

Portugal é um mercado em crescimento e o nosso empenho é visível no investimento contínuo no país

Nelson Ribeiro

Head of sales da Primark Portugal

A conhecida marca de roupa, que assinalou a 7 de maio o 16º aniversário em Portugal, identifica “um grande potencial de crescimento no mercado português”. “Estamos entusiasmados com a abertura das quatro novas lojas [Guimarães, Viseu, Covilhã e Montijo] que anunciámos no ano passado para chegar às 14 lojas no mercado nacional”, explica Nelson Ribeiro, referindo que a próxima loja da marca, em Viseu, será inaugurada “ainda este verão”.

Segundo o mesmo responsável, no próximo ano irá inaugurar a última das 4 lojas anunciadas, na Covilhã. “As aberturas de loja serão partilhadas à medida que vamos avançando com o plano de expansão e se aproximam as datas de abertura”, acrescentou.

A nova Primark Guimarães foi inaugurada esta sexta-feira.

Portugal é um mercado em crescimento e o nosso empenho é visível no investimento contínuo no país”, realça o responsável, mostrando-se “muito otimista quanto à expansão do negócio em Portugal”. “Acreditamos que o nosso sucesso continua a ser impulsionado pelo facto de conhecermos e respondermos ao que os nossos clientes procuram e adoram na Primark: artigos essenciais para o dia-a-dia e as últimas tendências da moda em todas as categorias a preços acessíveis, o que está alinhado com a nossa estratégia de sustentabilidade, a que chamamos Primark Cares”, explica Nelson Ribeiro.

Quando concluir o atual plano de expansão no país, com a abertura das duas lojas que faltam inaugurar, a Primark vai passar a empregar 2.200 pessoas. “No total, as novas lojas, anunciadas no ano passado, vão criar cerca de 500 novos postos de trabalho, aumentando o número total de colaboradores da Primark Portugal para mais de 2.200“, sintetiza o head of sales.

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Capital de risco investiu mais 126 mil milhões na Europa. É uma subida de 24%

O volume de capital captado pelos venture capital para se financiar também subiu 43%, para 22 mil milhões, aponta o relatório da Invest Europe.

O investimento da indústria de capital de risco na Europa aumentou 24% para 126 mil milhões de euros no ano passado, representando o terceiro maior resultado anual. Num ano, o volume de capital captado pelos venture capital para se financiar também subiu 43%, para 22 mil milhões, indica o relatório “Investing in Europe: Private Equity Activity”, da Invest Europe.

“Os gestores europeus estão a angariar capital com êxito, a investir em empresas para promover a inovação e o crescimento e a sair das empresas para distribuir capital aos investidores, apesar da incerteza económica global e da volatilidade do mercado”, diz Eric de Montgolfier, CEO da Invest Europe, na apresentação do relatório.

Globalmente, o total investido pela indústria de capital de risco aumentou num ano 24%, para 126 mil milhões de euros, valor 9% acima da média dos últimos cinco anos.

Ao todo 8.353 empresas foram investidas, 2% abaixo do ano anterior, das quais 83% são PME. O setor TIC recebeu cerca de 40 mil milhões de euros e, combinado com negócios de produtos e serviços, representa mais de 54% do investimento alocado.

“O investimento de venture capital atingiu 18 mil milhões em 2024. Isto é 19% mais do que a média dos últimos cinco anos. 4.639 empresas receberam investimento VC em 2024 — 98% das quais são PME — representando 56% do total de empresas investidas ao longo do ano”, informa o relatório. O setor TIC recebeu 46% do investimento, seguido de biotech e saúde (27%) e produtos e serviços (9%).

“O desempenho do capital de risco na Europa vem provar que este é um setor decisivo para promover a reindustrialização deste espaço económico, promovendo a autonomia económica da União Europeia face à China e aos Estados Unidos da América”, diz Stephan Morais. “As empresas investidas por esta indústria têm desempenhos muito acima dos respetivos setores e criam mais e melhores empregos”, afirma o presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), citado em comunicado.

O investimento em aquisições aumentou 42% para 87 mil milhões de euros, 20% acima da média dos últimos cinco anos.

As alienações cresceram 45% para 46 mil milhões de euros (ao custo de investimento inicial) e 10% em termos de volume de transações, com um total de 3.517 empresas a terem um exit. Com a venda a um outro private equity a representar 43% do total, informa o relatório.

Financiamento dos fundos

Globalmente, financiamento da indústria na Europa atingiu 120 mil milhões de euros, menos 12% do que no ano anterior e uma descida de 16% face à média dos últimos cinco anos. “Um total 817 fundos levantaram capital ao longo do ano, uma descida de 3% face ao ano anterior. Em linha com a média os últimos cinco anos, 835”, aponta o relatório. “Os fundos de pensões representam 19% dos fundos levantados, seguido de fundos de fundos (16%) e outros gestores de ativos (11%)”, detalha.

Um terço (32%) dos investido foi obtido através de investidores estrangeiros, dos quais 19% da América do Norte e 12% da Ásia e Austrália.

Já o capital levantado pelos VC atingiu 22 mil milhões, uma subida anual de 43% e de 18% face à média dos últimos cinco anos. “Um total de 328 fundos levantaram capital no ano passado, 92 deles era novos fundos.”

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Tribunal rejeita pedido de Montenegro para retirar cartaz do Chega

Os cartazes espalhados pelo país associam o atual primeiro-ministro a José Sócrates como rostos da corrupção em Portugal nos últimos 50 anos. 

O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa rejeitou a retirada dos cartazes do Chega, pedida por Luís Montenegro, que associam o atual primeiro-ministro a José Sócrates como rostos da corrupção em Portugal nos últimos 50 anos.

A providência cautelar do primeiro-ministro contra os cartazes do Chega foi apresentada no dia 14 e a juíza recusou que a ação fosse decidida sem contraditório, como pretendia o autor, e notificou o partido no dia 20. Agora, decidiu que está em causa a liberdade de expressão e decidiu que os cartazes espalhados pelo país são para manter.

“Perante este contexto de disputa política e de discussão pública” e em que está em causa “a escolha de decisores políticos”, figurando Luís Montenegro como candidato e líder de um partido político e o Chega como partido político concorrente impõe-se concluir, “por estar em causa o exercício do direito à liberdade de expressão, pela inexistência de ilicitude e pela não prevalência dos direitos invocados” por Luís Montenegro, refere a decisão.

O tribunal considera também que os cartazes não associam diretamente Luís Montenegro, que é também candidatado pela AD (PSD/CDS) às legislativas, à “prática de qualquer facto suscetível de integrar o crime de corrupção”, “nem se afirma que é corrupto”, apesar de constar a imagem “de um ex-primeiro-ministro que, não obstante ser arguido em processo crime, beneficia da presunção de inocência”.

“A frase que consta dos cartazes – 50 anos de corrupção” -, seguida de “é tempo de dizer chega” e “Vota Chega”, também não autoriza a conclusão de que o requerido imputa diretamente ao requerente a prática de qualquer facto ilícito, sendo que, naturalmente, nenhum dos retratados, pelo tempo de exercício que têm de funções políticas, poderia ser responsável pela associação que se faz da corrupção aos anos de vigência da democracia”, lê-se na decisão.

O tribunal entende igualmente que nos cartazes o Chega associa Luís Montenegro, enquanto líder de um partido, “à corrupção”, mas esta associação, embora desagrade ao primeiro-ministro, “não contém qualquer imputação de factos criminais, mas sim um juízo de valor relativamente à responsabilidade política de quem chefiou um governo, em democracia”.

André VenturaLusa

“A mensagem expressa nos cartazes – e o juízo de valor que aquela contém – surge na sequência de um partido político, em contexto de disputa política e controvérsia pública, tem uma clara intenção política, pois que visa a ação de outros partidos políticos e a imagem do requerente, ‘actor da vida pública’, aparece enquanto líder de um partido e candidato a eleições”, refere ainda o tribunal.

Em declarações aos jornalistas no arranque de uma arruada em Viana do Castelo, o líder do Chega fez questão de falar no assunto, considerando que a decisão do tribunal constituiu uma “vitória para o Chega” e para a liberdade de expressão, e “uma derrota” para o primeiro-ministro.

“Espero que Luís Montenegro retire desta decisão do tribunal, em plena campanha eleitoral, as consequências também de que a liberdade tem que ser para garantir, os direitos têm que ser para garantir, e não pode tentar silenciar os adversários”, defendeu, afirmando que “a luta contra a corrupção também ficou salvaguardada”.

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Não é para fechar mas “tem de se fazer algo” sobre a RTP3, diz Nicolau Santos

O presidente da RTP defende a necessidade de o serviço público de media ter um canal de informação mas entende que é necessário "fazer algo" em relação à RTP3, que está atrás de todos os concorrentes.

A ideia foi defendida no 10º Encontro de Produtores Independentes de Televisão, num painel com Pedro Morais Leitão (Media Capital), Francisco Pedro Balsemão (Impresa), Nicolau Santos (RTP) e Carla Borges Ferreira (+M/ ECO)

Embora descarte um eventual fecho do canal, a não ser que “surja uma indicação superior”, Nicolau Santos, presidente do conselho de administração da RTP, defende que é necessário “fazer algo” em relação à RTP3, canal que apresenta audiências inferiores a todos os concorrentes. A ideia foi defendida no painel “Posicionamento dos Media no Futuro Global”, durante o 10º Encontro de Produtores Independentes de Televisão, organizado pela APIT, que decorreu esta quinta-feira, em Lisboa.

“Nós temos de olhar com muita atenção para a RTP3, porque está em concorrência com outros operadores desta área e oferece um produto semelhante na área da informação”, embora apresente audiências abaixo das desses concorrentes. “Temos de fazer algo sobre isto”, admitiu Nicolau Santos.

O presidente do conselho de administração da RTP reforçou, depois, que esse “algo” não passa por fechar o canal. “Acho que um serviço público de media tem de ter um canal de informação. A informação é o centro do serviço público de media em Portugal e nós temos obviamente um papel decisivo em matéria de informação. Não estamos a pensar, a não ser que surja uma indicação superior nesse sentido — que nunca houve até agora — que a RTP deixe de ter um canal de informação“, disse.

“Mas é preciso fazer coisas. Todas as pessoas perceberão que um canal que estará com audiências abaixo de todos os outros canais concorrentes não se pode manter nessa situação“, concedeu.

Nicolau Santos sublinhou depois que o conselho de administração da RTP “não tem nenhum poder” para intervir na programação e informação dos seus canais mas que pode, sim, “chamar os diretores para lhes dizer que não se está num bom caminho e que é preciso mudar“.

Ainda no Encontro de Produtores Independentes de Televisão — onde os líderes dos três canais televisivos em sinal aberto acederam a apontar o seu “caderno de encargos” para o próximo Governo — Nicolau Santos disse que o atual Governo conseguiu avançar com a celebração de um novo contrato de concessão da RTP, além de estar a trabalhar na revisão da lei da rádio e televisão. “Penso que estávamos num bom caminho, veremos o que acontece nas eleições, mas acho que faz todo o sentido manter aquilo que estava planeado“, afirmou.

Sobre o novo contrato de concessão, Nicolau Santos explicou ainda que este veio, “de algum modo”, enquadrar o plano estratégico já previsto pela RTP e responder ao pedido de “uma maior flexibilidade” por parte da empresa, para a gestão dos seus conteúdos.

Esta necessidade de flexibilidade surgiu também tendo em conta que a RTP se encontra a “fazer o seu maior investimento deste século“, apontou o presidente da empresa, num montante de cerca de 20 milhões de euros e que compreende o rejuvenescimento humano da empresa, bem como a sua transição tecnológica.

Nicolau Santos esclareceu ainda que esta transição digital que se está a desenvolver não implica que os canais tradicionais desapareçam e, questionado sobre eventuais encerramentos, ou lançamentos, de canais não adiantou novidades, defendendo apenas a manutenção da RTP2, apesar das audiências de nicho, e a reformulação da RTP3.

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Mais de 333 mil eleitores inscreveram-se para votar antecipadamente. É o número mais elevado de sempre

Mais de 333 mil eleitores inscreveram-se para votar antecipadamente em mobilidade este domingo. Inscrições decorreram entre os dia 4 e 8 de maio.

Mais de 333 mil eleitores inscreveram-se para depositar antecipadamente o seu voto para as legislativas, um máximo de sempre, divulgou esta sexta-feira o Ministério da Administração Interna. As inscrições decorreram entre domingo e quinta-feira e irão permitir o voto em mobilidade este domingo, dia 11 de maio.

Um total de 333.347 eleitores recenseados em território nacional inscreveram-se para exercer o seu direito de voto antecipado em mobilidade até às 23h59 do dia 8 de maio, no âmbito das eleições legislativas de 18 de maio de 2025“, adiantou o Ministério tutelado por Margarida Blasco, em comunicado.

O Ministério assinala que “este é o valor mais elevado de sempre, desde que foi alargada a possibilidade de voto antecipado a todos os eleitores“.

O voto em mobilidade realiza-se no domingo, 11 de maio, uma semana antes das eleições, em qualquer município do Continente ou das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Por sua vez, os cidadãos que irão votar no dia 18 de maio, em caso de dúvidas sobre a freguesia onde está recenseado, poderão fazer uma consulta através de três meios:

  • Na Internet: www.recenseamento.pt
  • Através de SMS (gratuito) para 3838, com mensagem RE (espaço) número de BI/CC (espaço) data de nascimento=aaaammdd
    Ex:RE72386718 19820803
  • Na junta de freguesia do seu local de residência.

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