Apagão. Ministras de Espanha e Portugal reúnem-se na sexta-feira

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

O encontro acontece depois de Sara Aagesen, cujo ministério lidera o comité que analisa as causas do apagão, se ter reunido com o presidente da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência de Espanha.

As ministras do Ambiente e Energia de Portugal, Graça Carvalho, e da Transição Ecológica de Espanha, Sara Aagesen, vão reunir-se na sexta-feira para discutir o apagão que afetou os dois países, divulgaram fontes do ministério espanhol.

O encontro acontece depois de Sara Aagesen, cujo ministério lidera o comité que analisa as causas do apagão, se ter reunido com o presidente da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência de Espanha (CNMC), divulgou a agência EFE.

A comissão realizou sua primeira reunião na quarta-feira, no Ministério da Transição Ecológica, e realizará a próxima reunião, no sábado, na sede da empresa espanhola Red Eléctrica.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do ‘apagão’.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou hoje que vai criar um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” que deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade acrescentou que também será feito um relatório que vai apresentar de maneira exaustiva todos os detalhes do incidente.

O comité vai incluir investigadores de vários países da União Europeia e os que estiveram envolvidos no incidente, assim como as entidades nacionais dos países afetados.

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Apagão: Seguros multirriscos podem não cobrir perdas das empresas

Ainda que a cobertura base multirriscos ofereça cobertura de danos materiais, apenas subscrições complementares à padrão poderão cobrir os danos provocados pelo apagão. Mas há condições excluentes.

Máquinas avariadas, bens perecíveis perdidos e portas encerradas. Foi este o cenário com que alguns empresários de hotelaria, restauração e retalho se depararam após a quebra do fornecimento de energia que paralisou Portugal Continental durante várias horas no dia 21 de abril. Perante os prejuízos, impõe-se a dúvida: o seguro contratado cobre estas perdas?

A resposta, para muitos, será negativa. As apólices multirriscos são desenhadas “para indemnizar danos materiais em edifícios ou conteúdos, próprios, decorrentes de causas súbitas, aleatória e imprevistas”, no entanto, isso não significa que todas as situações estejam automaticamente cobertas, explica Luís Costa, Head of Technical Lines & Complex Claims da Verlingue Portugal.

No caso dos danos provocados pela falta de fornecimento de energia, existem exclusões significativas nas coberturas base. “Normalmente, o conjunto de garantias que compreende a cobertura Base, não responde por danos em máquinas, sejam ou não decorrentes de efeitos de energia elétrica, nem por danos em produtos que exigem refrigeração, seja por ausência no fornecimento de energia ou pela avaria na máquina que conserva os bens perecíveis em refrigeração”, sublinha o responsável da Verlingue.

Ou seja, se a empresa tem uma apólice padrão, é pouco provável que os prejuízos com equipamentos danificados ou bens perecíveis sejam ressarcidos, no entanto, importa salientar que “é pouco provável que a falta de fornecimento de energia tenha provocado danos no objeto imóvel”.

Para que exista possibilidade de indemnização, é necessário que a apólice inclua garantias adicionais como Bens Refrigerados (multirriscos industrial /multirrisocs empresas), Avaria de Frigoríficos e Arcas Congeladoras – (Multirriscos Habitação) e Riscos Elétricos.

As soluções de seguro “desenhadas para empresas/industria , associam sempre a garantia de Bens Refrigerados à garantia de Avaria de Máquinas, ou seja, na indústria e nas empresas, só há possibilidade de acionar Bens Refrigerados se suportados por uma garantia de Avaria de Máquinas”, explica o responsável da Verlingue.

Outro aspeto crítico prende-se com a duração da interrupção. Grande parte das seguradoras apenas considera coberturas de danos por falha de energia quando esta ultrapassa 12 horas consecutivas, o que não se verificou no incidente desta segunda-feira. Há no mercado outras coberturas, como para falhas que ultrapassem as 8 horas.

“Analisando estritamente as cláusulas mais comuns do mercado de Bens Refrigerados e de Avaria de Frigoríficos e Arcas Congeladoras, embora com denominações distintas, ambas excluem danos por ausência ou interrupção no fornecimento de energia elétrica da rede pública”, explica o especialista.

“Analisando o acontecido pelo lado do restabelecimento no fornecimento de energia, caso os objetos seguros que consomem energia elétrica sofram danos em virtude de efeitos diretos de corrente elétrica, nomeadamente sobretensão e sobreintensidade, poderá haver lugar a obrigação de indemnizar ao abrigo da garantia complementar de Riscos Elétricos, mas sempre limitado à máquina ou ao equipamento que sofre o dano, não cabendo nesta garantia a indemnização por danos em bens refrigerados”, afirma Luís Costa.

É fundamental que cada empresa analise cuidadosamente a apólice que tem em vigor, em conjunto com o mediador ou seguradora. Só assim será possível perceber com exatidão quais os riscos efetivamente cobertos e que medidas poderão ser tomadas para proteger o negócio de futuras situações semelhantes.

Tirando as apólices obrigatórias, de conteúdo uniforme, todos os produtos seguradores gozam de liberdade contratual, ou seja, ainda que denominemos todas de Multirriscos, o seu conteúdo varia em função da qualidade do produto disponibilizado e da apetência do Segurador pelos riscos que aceita subscrever, indica Luís Costa.

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Blackstart. O mecanismo que tirou o país do apagão e vai exigir mais 8 milhões até 2030

O sistema elétrico nacional reanimou, esta segunda-feira, devido ao chamado 'blackstart'. Um mecanismo que vai exigir mais oito milhões até 2030.

Ao dia de hoje, existem apenas duas centrais em Portugal que são capazes de reiniciar o sistema elétrico quando este vai abaixo, a Tapada do Outeiro e Castelo de Bode. Fazem-no através de um sistema chamado blackstart, o qual tem estado no centro da discussão desde que o país ficou sem eletricidade esta segunda-feira, durante mais de dez horas.

No dia do apagão, a primeira central a conseguir arrancar na Península Ibérica foi a de Castelo de Bode, uma central hídrica, o que permitiu que Abrantes fosse a primeira região a receber eletricidade no país. Só foi possível à terceira tentativa. Seguiu-se a Tapada do Outeiro, uma central a gás plantada perto do Grande Porto, que reagiu à terceira tentativa.

Em declarações à Rádio Observador, a ministra do Ambiente explicou que esta não era uma história de insucesso, até porque Espanha, que também tem este tipo de mecanismo, não conseguiu reiniciar as suas centrais — recorreu a eletricidade de França e Marrocos, algo que não está ao alcance de Portugal por falta de interligações, para voltar a pôr o seu sistema de pé. “É mesmo assim. É difícil recomeçar, porque a rede está sem carga. É começar do zero“, indicou Maria da Graça Carvalho.

António Vidigal, consultor na área de energia, corrobora ao ECO que “é extremamente difícil fazer o arranque”, até porque são situações que acontecem tão raramente que os profissionais não estão treinados para fazer o serviço. “Esta geração de pessoas nunca assistiu a um blackout. É uma manobra muito difícil de fazer para os operadores“, afirma. Além disso, concede que a rede é cada vez mais complexa, acrescentando dificuldade à tarefa. É tão complicada que ainda não existe um sistema automático para dar resposta nestas situações. “É um caminho para a inteligência artificial”, diz. Além disso, pode-se apostar em mais treino para estas situações através de simuladores.

Foram dez horas de espera até ao país voltar a ter luz, algo que os especialistas consideram um espaço de tempo muito razoável, sobretudo em comparação com incidentes recentes no estrangeiro — Reino Unido e Itália — que, apesar de terem tido menores dimensões, não foram resolvidos tão rapidamente. Contudo, em termos práticos, dez horas sem luz têm custos significativos, que no caso da Península Ibérica ainda estão por apurar. No entanto, nas declarações ao Observador, a ministra apontou, por exemplo, que o abastecimento de água estaria ameaçado caso a situação se tivesse prolongado por muito mais tempo.

Mais blackstart para um reinício mais rápido

Face ao transtorno, o Governo decidiu alargar o número de centrais com o sistema de blackstart, de duas para quatro. À Tapada do Outeiro e Castelo de Bode vão juntar-se as hídricas de Alqueva e do Baixo Sabor, anunciou o primeiro-ministro, sendo que a primeira vai ter o contrato prolongado até 2030, já que só está ativo até 2026.

Em entrevista à CMTV, a ministra explicou que “a probabilidade de uma recomeçar mais rapidamente é maior com as quatro, espalhadas geograficamente“. Desta forma, haverá uma no Norte, outra no Centro, mais uma no Alentejo e outra no Algarve. A ideia é que as “ilhas” de eletricidade que vão crescendo à volta destas centrais, depois do reinício, se unam mais rapidamente permitindo chegar a todo o país com maior celeridade.

Em termos relativos [face a Espanha], Portugal está mais limitado — tanto em número de unidades como em cobertura geográfica”, considera a Selectra. Esta empresa especializada no mercado energético estima que a capacidade disponível para blackstart em Portugal ronde os 300 a 500 megawatts (MW), embora esse valor possa variar consoante a manutenção e o estado operacional das unidades. Em Espanha, aponta uma capacidade instalada para arranque autónomo superior a 1.000 MW.

“Ter mais centrais black start (ou adaptar infraestruturas existentes com essa capacidade) aumentaria a resiliência do sistema elétrico nacional e reduziria o tempo de recuperação em caso de apagão generalizado”, atesta a Selectra.

[As quatro centrais com capacidade de blackstart devem manter-se] enquanto não existem todos os meios para diminuir probabilidade blackout. À medida que haja mais resiliência, até podemos voltar a ter duas.

Maria da Graça Carvalho

Ministra do Ambiente e Energia

Confrontada com a questão de se a existência de apenas duas centrais com capacidade de blackstart foi imprudente, a ministra considerou que não, em declarações ao ECO/Capital Verde. Isto porque a recomendação, inscrita no decreto-lei 15 de 2022, aponta precisamente para a existência de duas centrais nestes termos. As centrais do Baixo Sabor e do Alqueva haviam sido propostas pela REN como alternativa “há alguns meses”, indicou, mas em substituição das primeiras duas. Na sequência do apagão, retirou-se a “lição” que fez o Governo decidir pela coexistência de quatro sistemas de blackstart.

Esta situação, de ter quatro centrais com este sistema, deve prolongar-se “enquanto não temos todos os meios para diminuir probabilidade blackout. À medida que haja mais resiliência, até podemos voltar a ter duas”, admite Maria da Graça Carvalho.

Custos do blackstart sobem 1,7 milhões por ano e passam os 22 milhões

De acordo com a ministra, a central de Castelo de Bode recebe 2,4 milhões de euros a cada ano pelo sistema de blackstart. Já no caso da Tapada do Outeiro, a mesma não dispõe de um valor discriminado: contam-se 20,4 milhões de euros anuais entregues a esta central, que incluem tanto o blackstart como o serviço de garantia de potência, que dita que a central está disposta a ligar-se sempre que solicitada, se o sistema assim o necessitar.

As novas centrais a juntar-se ao grupo do blackstart exigem 578 mil euros anuais, no caso de Baixo Sabor, e 1,1 milhões de euros, no caso de Alqueva. A diferença de valores tem a ver com a capacidade“, explicou a ministra ao ECO/Capital Verde.

Isto significa que, anualmente, as novas centrais vão acrescentar 1,7 milhões de euros aos custos com blackstart, 8,4 milhões até 2030. Contabilizando o valor dado para a Tapada de Outeiro, apesar de não dizer exclusivamente respeito ao Blackstart, vão acarretar-se custos de 22,3 milhões anualmente e de 112 milhões no horizonte até 2030, no conjunto das quatro centrais.

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Portugal contribuiu com 1,6 milhões para os lucros da Mapfre no primeiro trimestre

  • ECO Seguros
  • 1 Maio 2025

A seguradora indica que o volume de prémios emitidos em Portugal subiu 6,1%, em termos homólogos, para 134 milhões de euros. Somados os números de Espanha, a Mapfre faturou nesta região 3.450 milhões.

O negócio da Mapfre para a Ibéria registou lucros de 121 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, representando um crescimento de 65,6% face ao período homólogo. Portugal contribuiu com 1,6 milhões de euros para este resultado, enquanto Espanha atingiu 119,4 milhões de euros de lucro. A significativa recuperação do ramo automóvel permitiu alcançar um rácio combinado de 95,6%, uma melhoria de 4,1 pontos percentuais (p.p).

Estes dados constam no comunicado enviado pela seguradora que revelam que em Espanha o volume de prémios emitidos aumentou 2,7% em termos homólogos para 3.316,3 milhões de euros. Em Portugal, a subida foi de 6,1% para cerca de 134 milhões de euros. Somados os valores dos dois países, a Mapfre faturou nesta região mais 2,9% dos prémios face ao ano anterior para 3.450,6 milhões de euros.

Luis Anula, CEO da Mapfre Portugal: “Os resultados trimestrais da Mapfre em Portugal acompanham os bons resultados na Ibéria. Estamos seguros de que o caminho da eficiência e das boas práticas de gestão é o caminho certo para conseguir resultados positivos numa época imprevisível como a que vivemos”.

Note-se que há disparidades entre ramos. Enquanto os prémios Não Vida cresceram 5,2%, os Vida registaram uma queda de 2,9%. O crescimento dos seguros Não Vida foi impulsionado por um aumento de 8% nos seguros gerais, com destaque para o crescimento do ramo Empresas e o bom desempenho do ramo Automóvel.

Por outro lado, a queda dos prémios vida foi influenciada “pela emissão excecional de apólices de Poupança de Grupo em anos anteriores”. Já os prémios de Vida Risco registaram um crescimento de 3,2%. Não obstante, ramo Vida contribuiu de forma positiva para o resultado da seguradora na região, quer no segmento Poupança, quer no segmento Risco, este último com um rácio combinado de 64,5% (uma melhoria de 2,9 pontos percentuais). Até um rácio combinado (RC) de 100% as empresas registam lucro, assim, os resultados do grupo foram melhores em termos homólogos porque quanto mais essa percentagem cai significa que mais recebe do que paga

O rácio combinado Não Vida diminui 4,1 pontos percentuais para os 95,6%. No ramo Automóvel, o rácio combinado melhorou para 98,3% (-7,4 p.p.), refletindo as “medidas técnicas implementadas”. Já nos ramos Saúde e Acidentes, o RC registou uma redução de 13,9 pontos percentuais, atingindo 90,4%. Por sua vez, os Seguros Gerais apresentaram um rácio combinado de 96,7%, o que representa um aumento de 2,9 pontos percentuais.

“Os resultados trimestrais da Mapfre em Portugal acompanham os bons resultados na Ibéria. Estamos seguros de que o caminho da eficiência e das boas práticas de gestão é o caminho certo para conseguir resultados positivos numa época imprevisível como a que vivemos”, assinalou Luis Anula, CEO da Mapfre Portugal.

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Deputado socialista acede a dados de Montenegro horas antes do debate

  • ECO
  • 1 Maio 2025

Deputado Pedro Delgado Alves assumiu ter tido acesso ao processo de Luís Montenegro, segundo avança o "Observador". PS garante, porém, que não divulgou dados à comunicação social.

O deputado socialista Pedro Delgado Alves assumiu ter acedido aos dados de Luís Montenegro horas antes do debate do líder social-democrata com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. A notícia é avançada pelo Observador, que indica que o deputado em causa admitiu ter tido acesso ao processo numa reunião no Parlamento, depois de Hugo Carneiro ter pedido os registos de quem acedeu aos dados do primeiro-ministro no Parlamento.

O PSD ficou indignado com o facto de o documento enviado por Luís Montenegro à Entidade para a Transparência, que devia estar sob sigilo, ter sido divulgado, pelo que Hugo Carneiro pediu que fossem solicitados os acessos ao processo. Ora, segundo o Observador, nessa reunião, o vice-presidente da bancada do PS, Pedro Delgado Alves, assumiu de imediato ter acesso aos dados em causa e ter partilhado informação com o bloquista Fabian Figueiredo.

Ainda assim, o deputado garante ao Observador que “tudo isto é o procedimento habitual, pelo que naturalmente” deu “logo nota ao Grupo de Trabalho quando o deputado Hugo Carneiro colocou a questão sobre quem tinha acedido, não tem nada de secreto ou de invulgar”. “Mais do que atacar terceiros ou fazer insinuações, o PSD poderia pedir desculpa aos portugueses pelo padrão de falta de transparência revelado pelo Primeiro-ministro, cuja conduta devia ser exemplar”, atira o mesmo.

Em reação a esta notícia, o primeiro-ministro declarou: “quanto à divulgação da informação que eu disponibilizei por solicitação da própria à Entidade para a Transparência, não promovi nenhuma publicitação e não tive nenhuma atitude que pudesse condicionar, de que forma fosse, o debate. Fui até acusado do líder do PS, quando, afinal de contas, parece — não tenho a certeza — que o PS tem muito mais que ver com isso do que eu“.

PS garante que não divulgou lista dos clientes de Montenegro

Em conferência de imprensa, Marcos Perestrello, porta-voz da candidatura do PS, garantiu esta tarde que não foi o Partido Socialista que divulgou a lista de empresas clientes da Spinumviva à comunicação social, mas acrescentou que, de seu ponto de vista, isso nem é “um facto essencial”.

“O deputado do PS já afirmou perentoriamente que não divulgou. Informou que consultou, porque foi notificado assim que a informação foi entregue. Essa informação é entregue para ser conhecida pelos deputados e, depois, pelo público“, assegurou o responsável.

E acrescentou: “continuamos sem saber se é a lista completa, o valor dos contratos e as datas em que esses contratos foram celebrados“.

Na visão de Marcos Perestrello, em causa está “um padrão de opacidade e falta de transparência“. “Para o PSD, parece haver um problema pelo facto de a lista de clientes da empresa do primeiro-ministro ter sido tornada pública, mas não vê problema algum no facto dessa lista ter estado escondida durante um ano”, atirou Marcos Perestrello, que exige que o primeiro-ministro explique também os picos de faturação dos clientes da Spinumviva ao Estado registados no último ano.

(Notícia atualizada às 17h58 com reações do primeiro-ministro e do PS)

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“Trabalho deve ser sinónimo de dignidade, segurança e realização pessoal”, insta secretário-geral da UGT

Nas celebrações do Dia do Trabalhador, Mário Mourão apelou ao combate à precariedade, aos horários desregulados, ao desemprego jovem e aos baixos salários.

O secretário-geral da UGT afirmou esta quinta-feira que “o trabalho deve ser sinónimo de dignidade, segurança e realização pessoal“. No tradicional discurso do Dia do Trabalhador, Mário Mourão argumentou que é preciso combater a precariedade, os horários desregulados, o desemprego jovem e os baixos salários.

“Precisamos de manter o combate ao trabalho precário, à contratação a prazo sem regras, aos recibos verdes sem proteção, aos horários desregulados, ao desemprego jovem. Precisamos de combater os salários mínimos de uma geração altamente qualificada e ter uma política de habitação que lhes permita realizar os seus planos futuro”, afirmou o dirigente sindical.

Nas celebrações do Dia do Trabalhador, Mário Mourão sublinhou que a luta “continua viva e profundamente necessária“, sendo esta data também “um ato de resistência“. “Os tempos que vivemos exigem de nós a mesma coragem que outros tiveram no passado. Não podemos baixar os braços, nem deixar adormecer as novas reivindicações“, enfatizou o líder da UGT.

Mário Mourão salientou também que esse caminho tem de ser feito a pensar nos jovens, que “têm vistos adiados e destruídos planos de uma vida no nosso país“. “Temos de ter um país onde todos, incluindo os jovens, consigam viver do rendimento do trabalho”.

O secretário-geral deixou claro ainda que o trabalho digno “tem de ser a regra, não a exceção”, que a democracia “também se constrói nos locais de trabalho” e que a valorização dos trabalhadores “não é um custos” para as empresas, “mas um investimento estratégico”.

Já a pensar no próximo Governo, o dirigente sindical deixou o recado de que os acordos assinados nos últimos anos na Concertação Social para a valorização dos salários são mesmo para cumprir, ainda que a atual legislatura tenha terminado de forma antecipada. A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, também já assumiu uma posição idêntica.

(Notícia atualizada às 16h18)

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Ryanair ameaça cancelar encomenda à Boeing se preços aumentarem devido a tarifas

CEO da Ryanair ameaça cancelar encomenda à Boeing e avaliar outros fornecedores (incluindo, chineses), caso tarifas de Donald Trump resultem num aumento significativo dos preços.

A transportadora aérea Ryanair ameaçou, esta quinta-feira, cancelar a encomenda de centenas de aviões à Boeing, caso a guerra comercial promovida pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, leve a aumentos significativos dos preços. A notícia é avançada pela Reuters, que indica que a Ryanair admite optar por fornecedores chineses.

“Se o Governo dos Estados Unidos prosseguir com o seu plano imprudente de impor tarifas, e se estas tarifas afetarem de modo significativo os preços dos aviões exportados pela Boeing para a Europa, então certamente que reavaliaremos tanto as encomendas atuais, como a possibilidade de fazer encomendas a outros fornecedores“, avisou o CEO, Michael O’Leary, numa carta enviada às autoridades norte-americanas.

A Reuters destaca que a Ryanair é um dos maiores clientes da Boeing, sendo esta ameaça o sinal mais recente de uma potencial reorganização da indústria aeroespacial mundial, face às tarifas anunciadas por Donald Trump. Até ao momento, a Boeing ainda não reagiu.

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Rede europeia que gere redes elétricas cria comité para investigar apagão

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai "investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final" sobre o apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai criar um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” que deixou Portugal e Espanha às escuras na segunda-feira, foi hoje anunciado.

A organização disse que vai “investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final” sobre o incidente de segunda-feira que deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade acrescentou que também será feito um relatório que vai apresentar de maneira exaustiva todos os detalhes do incidente.

O comité vai incluir investigadores de vários países da União Europeia e os que estiveram envolvidos no incidente, assim como as entidades nacionais dos países afetados.

Nas redes sociais, o comissário europeu para a Energia, Dan Jørgensen, saudou “o anúncio da Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade de criar um painel de especialistas para investigar o ‘apagão’ em Espanha e Portugal, que vai atualizar regularmente a Comissão Europeia”.

O membro do executivo comunitário acrescentou que “é necessário apurar as causas do incidente”, depois de estar reestabelecida a eletricidade nos dois países: “São necessárias medidas para melhorar, com base na informação que seja disponibilizada”.

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Brent desce do nível dos 60 dólares após dados negativos sobre atividade na China

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

Atividade industrial da China desacelerou em abril, um mês em que as tensões comerciais com os Estados Unidos aumentaram. Em reação, o preço do petróleo Brent já está abaixo dos 60 dólares por barril.

O preço do petróleo Brent, a referência na Europa, caiu hoje e já está abaixo dos 60 dólares por barril, pela primeira vez desde 09 de abril e influenciado pela guerra comercial e com dados menos positivos sobre a China.

O Brent está a ser pressionado por dados dececionantes sobre a atividade na China, tendo descido a até 59,3 dólares por barril, contra 58,4 dólares por barril em 09 de abril, segundo dados da Bloomberg.

Excluindo o valor de 09 de abril, o nível atual é o mais baixo desde o início de 2021.

A atividade industrial da China desacelerou em abril, um mês em que as tensões comerciais com os Estados Unidos aumentaram, de acordo com o índice de compras (PMI) divulgado na quarta-feira pelo National Bureau of Statistics (NSO).

O PMI situou-se em 49 pontos em abril, 1,5 pontos abaixo dos 50,5 pontos do mês anterior, segundo a agência Efe.

Os sinais de fraqueza da economia chinesa coincidem com os planos da OPEP+ (organização que reúne os parceiros da OPEP e outras potências petrolíferas, como a Rússia) para aumentar a produção.

A reunião da OPEP+ está prevista para segunda-feira para discutir a situação.

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Wall Street abre no “verde” com subida dos lucros da Meta e Microsoft

S&P 500, Dow Jones e Nasdaq abriram penúltima sessão da semana em terreno positivo, com tecnológicas Meta e Microsoft em destaque.

Os principais índices dos mercados norte-americanos arrancaram a penúltima sessão da semana em “terreno positivo“, depois de a Meta e a Microsoft terem apresentado resultados fortes quanto ao primeiro trimestre do ano.

Na abertura da sessão de quinta-feira, o índice de referência em Wall Street, o S&P 500, está a valorizar 1,01% para 5.625,14 pontos. Também no “verde”, o tecnológico Nasdaq sobe 1,99% para 17,793.136 pontos e o industrial Dow Jones avança 0,61% para 40,918.04 pontos.

Em destaque na sessão desta tarde estão as tecnológicas Meta e Microsoft.

A primeira viu os seus lucros crescerem 35% para 16,6 mil milhões de euros, nos primeiros três meses do ano face ao registado há um ano, sendo que estes resultados estão agora a animar os investidores. Os títulos da tecnológica de Mark Zuckerberg avançam 5,38% para 578,56 dólares, na sessão desta quinta-feira.

a Microsoft apresentou lucros trimestrais de 25,8 mil milhões de dólares, o que corresponde a um aumento homólogo de 18%. Esse salto foi explicado, sobretudo, pelo crescimento da informática à distância e da inteligência artificial. Nesta sessão, as ações desta gigante disparam 9,52% para 432,89 dólares.

Por outro lado, numa nota menos positiva, os pedidos de subsídio de desemprego nos EUA aumentaram para 241 mil na semana passada, anunciou hoje o Departamento do Trabalho (DOL) norte-americano.

A taxa de desemprego antecipada (sazonalmente ajustada) foi de 1,3% para a semana que terminou a 19 de abril, um aumento de 0,1 pontos percentuais em relação à taxa não revista da semana anterior, indicou. Na mesma semana, o número de desempregados (ajustado sazonalmente) foi de 1.916.000, um aumento de 83.000 em relação ao nível revisto da semana anterior. Este é o nível mais alto de desemprego desde 13 de novembro de 2021, quando era de 1.970.000, adiantou ainda o DOL.

(Notícia atualizada às 14h58)

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Apagão. Ministro Castro Almeida não se arrepende de ter admitido ciberataque

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

Questionado sobre se se arrepende de ter admitido que o apagão poderia ter sido provocado por um ciberataque, Castro Almeida respondeu: "claro que não".

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, disse hoje que não se arrepende de ter admitido que o apagão energético que afetou Portugal na segunda-feira pudesse dever-se a um ciberataque.

“Só vim celebrar o 25 de Abril e o 1º. de Maio. Tudo o que disse está dito, está bem dito“, afirmou Manuel Castro Almeida em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro.

Questionado sobre se se arrepende de ter admitido que o apagão poderia ter sido provocado por um ciberataque, respondeu: “claro que não”.

Na segunda-feira, em declarações à RTP 3, minutos depois do apagão, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu que esta falha de energia pudesse dever-se a um ciberataque.

“Há essa possibilidade, de facto”, referiu o ministro, salientando que tinha ainda pouca informação e que a que dispunha não era confirmada.

Manuel Castro Almeida considerou que, “pela dimensão” que teve, poderia ser “compatível com um ciberataque”.

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Tarifas: General Motors desce previsões para o exercício de 2025

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

General Motors anunciou que baixava as suas previsões para todo o exercício de 2025 devido às tarifas introduzidas pela administração Trump.

A General Motors (GM) anunciou hoje que baixou as suas previsões quanto aos resultados deste ano, devido às tarifas introduzidas por Donald Trump e que estão a gerar uma guerra comercial.

Num comunicado de imprensa divulgado hoje, a General Motors anunciou que baixava as suas previsões para todo o exercício de 2025 devido às tarifas introduzidas pela administração Trump.

Para estas novas previsões, o grupo estimou o impacto bruto das sobretaxas em cerca de quatro a cinco mil milhões de dólares para o ano, um montante que deverá poder compensar em 30%, acrescentou.

Numa carta aos acionistas, hoje divulgada, a empresa disse que tem “mantido discussões contínuas com o Presidente e a sua equipa desde antes da tomada de posse“.

“Quase um milhão de pessoas neste país dependem da GM para a sua subsistência, incluindo os nossos empregados, fornecedores e concessionários”, destacou, salientando que o grupo conta com “uma rede de 50 fábricas e instalações de peças nos EUA em 19 estados, que inclui 11 fábricas de montagem de veículos”, tendo investido “60 mil milhões de dólares nos últimos cinco anos”.

“O nosso negócio está a crescer e continuaremos a aumentar os nossos investimentos à medida que avançamos”, salientou.

“Esperamos manter o nosso forte diálogo com a Administração sobre comércio e outras políticas à medida que estas continuam a evoluir”, salientou, lembrando que “estão a decorrer discussões com os principais parceiros comerciais que também podem ter impacto”.

Desde 03 de abril, os veículos importados são tributados a 25%, mas os provenientes do Canadá e do México – com os quais os EUA têm um acordo de comércio livre – podem ser tributados a uma taxa inferior em determinadas condições. Prevê-se que as peças sobressalentes sejam afetadas, o mais tardar, até 03 de maio.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um alívio temporário na terça-feira à noite.

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