OE 2025. PJ terá 40 milhões para aumentos, oficiais de Justiça e guardas prisionais 19 milhões

A titular da pasta da Justiça discute o Orçamento do Estado para a Justiça na especialidade, com os deputados. "Este é um orçamento capaz de resolver os problemas das pessoas", diz Rita Júdice.

Aumentos para os oficiais de justiça, para os guardas prisionais e para trabalhadores da PJ, concretizar a agenda anticorrupção, executar a tão esperada transformação digital (com ajuda dos fundos europeus), revisão dos códigos de processo penal e do administrativo e fiscal, revisão das custas processuais e a atualização da tabela de honorários dos advogados oficiosos.

Estas são as prioridades para 2025 assumidas pela ministra da Justiça, Rita Júdice que, para concretizar esta política, dispõe de um total consolidado de 1994,6 milhões de euros de receita e de despesa, representando, na despesa efetiva, um crescimento de 1,7% face à estimativa de execução para 2024. Este é um orçamento capaz de resolver os problemas das pessoas”, explica a titular da pasta da Justiça, no documento explicativo da discussão do Orçamento do Estado para a Justiça na especialidade, com os deputados da Assembleia da República, que acontece esta quarta-feira.

Em 2025 haverá, assim, um aumento significativo de receitas de Impostos, no valor de 83,2 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 10,3% e dos Fundos Europeus, no montante de 15,9 milhões de euros, representando um crescimento de 9,4%, ambos face ao ano de 2024. Contudo, regista uma diminuição líquida das transferências intra MJ – destinadas aos serviços integrados do sistema de justiça – de 79 milhões de euros (-22,7%), face Orçamento de 2024.

Ou seja, um aumento de 1,7% do valor orçamentado para fazer face à despesa consolidada. Porém, se compararmos com a estimativa de execução prevista para 2024 (1788,0 milhões) constatamos que o financiamento da despesa efetiva consolidada terá um crescimento de 11,6%, correspondendo, em termos absolutos, a um aumento de 206,6 milhões de euros.

Na rubrica “Despesas com pessoal”, no valor de 1.268,4 milhões de euros, encontram-se incluídos os aumentos salariais de 3%. Quer os aumentos resultantes das revisões das carreiras dos Oficiais da Justiça (que custará 5 milhões de euros), do Corpo da Guarda Prisional (14 milhões de euros) e dos Trabalhadores da Polícia Judiciária (PJ), pelo exercício de funções em condições de risco, insalubridade e penosidade (40 milhões de euros).

As “despesas com Pessoal” representam 63,6% do total do orçamento consolidado de 2025, correspondendo a 1268,4 milhões de euros, enquanto as restantes Despesas totalizam 36,4%, equivalendo a 726,1 milhões de euros, conforme se ilustra no gráfico anterior. Como se pode observar, a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) é o serviço com maior verba para as «Despesas com pessoal» (382,2 milhões de euros), seguindo-se a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) com 261,1 milhões de euros.

O que prevê o Orçamento como prioridades?

  • Aposta nas pessoas que trabalham diariamente para servir a justiça e no restabelecimento da confiança com as mesmas, incluindo através da concretização dos acordos alcançados com o Corpo de Guardas Prisionais e Oficiais de Justiça e o arranque da revisão da carreira dos Técnicos de Reinserção Social;
  • Foco na concretização no cumprimento das metas do PRR e, consequentemente na transformação digital;
  • Execução da Agenda Anti Corrupção;
  • Revisão do Códigos de Processo Penal e de Processo nos Tribunais Administrativos e Fiscais, bem como o Regulamento das Custas Processuais e a tabela de honorários do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT);
  • Estratégia nacional relativa aos meios de resolução alternativa de litígios, com o que se concretizará o reforço destes mecanismos, bem como a melhoria de condições que permitam o alargamento das redes de julgados de paz e de centros de arbitragem.
  • Adesão ao processo eletrónico, com tramitação eletrónica em todas as instâncias e fases processuais, incluindo a fase de inquérito.
  • Com recurso ao PRR, prevê-se a modernização dos equipamentos, do parque judiciário e demais infraestruturas tecnológicas, com impacto nas salas de audiência, e a adoção de plataformas eficientes para recolha de áudio e apresentação de prova judicial.
  • Requalificação das estruturas físicas da justiça, designadamente, dos edifícios dos tribunais, dos Estabelecimentos Prisionais e dos Centros Educativos. Neste contexto, pretende-se, por um lado, resolver a degradação verificados nos edifícios, incluindo os referenciados nas condenações, nos últimos anos, do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, bem como a adequação dos edifícios às regras de acessibilidade, sustentabilidade ambiental e tecnológica;
  • Promoção da Propriedade Industrial, com o objetivo de capacitar e sensibilizar as empresas para a importância e valor acrescentado da proteção da inovação;
  • Renovação da frota automóvel das brigadas de investigação criminal da Polícia Judiciária, bem como a aquisição de veículos especiais de segurança prisional e aluguer operacional de veículos de serviços gerais;
  • No âmbito da execução orçamental, para além do acompanhamento mensal com todos os organismos será criado um Comité de Eficiência e Sustentabilidade que procura identificar medidas de poupança para todo o Ministério da Justiça.
  • Remodelação dos Pavilhões Prisionais Tipo (PPT) em Alcoentre, Linhó e Sintra, assim como a construção de um novo Pavilhão, idêntico ao já recuperado (P3), no Estabelecimento Prisional de Tires e a reabilitação do Reduto Norte, em Caxias. Também está prevista a intervenção no atual Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada (Açores), na medida em que será necessário assegurar melhores condições aos reclusos até à efetiva construção do Estabelecimento Prisional de São Miguel, cuja finalização está prevista apenas para 2031.
  • Construção dos Palácios de Justiça de Coimbra, de Santa Maria da Feira e de Guimarães;
  • Até ao final do presente ano, a ampliação do Palácio de Justiça de Braga, na delegação do Norte (Porto) do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, no Departamento de Investigação Criminal de Portimão da Polícia Judiciária e na criação da delegação do Centro de Estudos Judiciários em Vila do Conde.

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Mulher de Pedro Sánchez garante que acusações de que é alvo têm “objetivo político”

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

"Por esta razão, e seguindo o conselho do meu advogado, vou fazer uso do meu direito de não responder às vossas perguntas", disse Begoña Gómez, investigada por corrupção e tráfico de influências.

A mulher do primeiro-ministro espanhol, Begoña Gómez, que está a ser investigada por corrupção e tráfico de influências, defendeu-se esta quarta-feira publicamente pela primeira vez, assegurando que as acusações de que é alvo têm “um objetivo político evidente”.

Begoña Gómez falou brevemente perante uma comissão do parlamento regional de Madrid, dirigida pela oposição de direita, que está a investigar um alegado “tratamento preferencial” de que terá beneficiado por parte da Universidade Complutense, onde foi codiretora de um mestrado.

“Tenho plena consciência de que tanto esta comissão como todas as acusações judiciais (…) têm um objetivo político evidente”, afirmou a mulher do socialista Pedro Sánchez, que também sempre defendeu que não havia nada a censurar-lhe. “Por esta razão, e seguindo o conselho do meu advogado, vou fazer uso do meu direito de não responder às vossas perguntas”, prosseguiu Begoña Gómez perante os conselheiros regionais, asseverando-lhes: “Mais cedo ou mais tarde, a verdade vai corrigir as coisas”.

“Nos últimos 25 anos, trabalhei como consultora e professora, coordenei equipas, geri projetos, aconselhei mais de 50 profissionais do setor privado e do terceiro setor [que em Espanha designa entidades sem fins lucrativos, como as organizações não-governamentais], e há 12 anos iniciei uma colaboração com a Universidade Complutense de Madrid”, recordou.

Begoña Gómez, de 50 anos, está a ser investigada desde abril por corrupção e tráfico de influências, na sequência de queixas apresentadas por duas associações reputadas como próximas da extrema-direita: Manos limpias (Mãos limpas) e Hazte oír (Faz-te ouvir). É suspeita de ter utilizado a posição do marido no âmbito das suas relações profissionais, nomeadamente com Juan Carlos Barrabés, um empresário espanhol.

O juiz Peinado decidiu prosseguir a sua instrução, que há meses embaraça o executivo, apesar de dois relatórios da Guardia Civil terem concluído a inexistência de infrações e apesar de um pedido do Ministério Público, em abril, para arquivar o caso. Em outubro, o Ministério Público alargou mesmo as suas investigações a potenciais novos crimes, na sequência de uma queixa de “apropriação ilícita” de software criado para a universidade onde trabalhava e de “exercício ilegal” de uma profissão.

Inicialmente agendada para 18 de novembro, a sua audição perante o juiz Peinado sobre esta nova questão judicial foi adiada para 18 de dezembro, uma vez que a mulher de Pedro Sánchez irá acompanhar o marido numa viagem oficial ao Brasil para a cimeira do G20, que decorre a 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.

Quando a investigação foi aberta, em abril, Pedro Sánchez causou espanto ao suspender as suas atividades durante cinco dias e ao afirmar que estava a pensar demitir-se, argumentando que as acusações eram uma manobra política para o desestabilizar.

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Inflação acelera para 2,6% em outubro nos EUA

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

O índice que mede os preços da habitação representou "mais de metade do aumento mensal".

A inflação subiu em outubro nos Estados Unidos, pela primeira vez desde março, ficando em 2,6% em termos homólogos, contra 2,4% em setembro, segundo o índice CPI divulgado esta quarta-feira pelo Departamento do Trabalho. Na comparação mensal, o aumento de preços foi de 0,2%, uma subida idêntica à do mês anterior. A evolução da inflação está em linha com o que era esperado pelos analistas.

O índice que mede os preços da habitação representou “mais de metade do aumento mensal”, afirmou o Departamento do Trabalho no seu comunicado. A inflação subjacente, que exclui os preços da alimentação e da energia devido à sua volatilidade, ficou, como era esperado, em 0,3% (na comparação com o mês anterior) e 3,3% (na comparação com o período homólogo de 2023), sem alterações em relação a setembro.

O aumento de preços foi um dos temas em destaque nas presidenciais norte-americanas que deram a vitória ao republicano Donald Trump. Os preços aumentaram mais de 20% desde a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, num contexto de inflação internacional associada à recuperação económica após a pandemia de covid-19.

No entanto, a inflação recuou bastante, depois de ter atingido um pico de 9,1% em junho de 2022. Donald Trump prometeu resolver este problema, nomeadamente através de cortes de impostos, mas também tem defendido aumentos generalizados de taxas alfandegárias, que podem levar a uma subida da inflação.

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Conquistar e manter confiança nos pagamentos digitais é crucial

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  • 13 Novembro 2024

Massimo Itta, responsável do BANCOMAT, explica que a prioridade é defender o sistema de pagamentos de ameaças cibernéticas e investir na interoperabilidade entre soluções europeias.

Massimo Itta, Chief Comercial Officer (CCO) do BANCOMAT, foi esta quarta-feira um dos oradores convidados no stand da SIBS na Web Summit, onde esteve para refletir sobre o futuro dos pagamentos digitais na Europa. “A digitalização é uma das tendências evidentes. Os dados são muito claros: a transição já está aí e de forma acelerada”, enquadrou o responsável.

A mudança de comportamentos dos consumidores e a alteração das necessidades dos comerciantes leva a que sejam necessárias “novas soluções digitais, nomeadamente em pagamentos móveis”. Por outro lado, as questões regulatórias são também importantes e é preciso que “as instituições europeias promovam a competitividade a nível europeu”.

Mas há algo que é central quando falamos em ferramentas para facilitar os pagamentos e as transferências imediatas: a confiança na segurança. “Em termos de desafios, destaco a questão da confiança. Temos de conquistar e manter a confiança dos consumidores”, alertou. A forma de o concretizar é proteger os sistemas contra ameaças de cibersegurança cada vez mais generalizadas.

Para o BANCOMAT é importante que o seu novo plano estratégico dê prioridade ao estabelecimento de parcerias e à criação “de um novo ecossistema” que precisa de contar com “fintech, retalhistas e produtores de tecnologia”. A segunda área de investimento é a experiência do utilizador, que deve ser aprimorada, em particular no que diz respeito a tornar a adesão ao serviço mais simples e rápida.

Mas a palavra-chave desta edição da Web Summit é, claramente, a interoperabilidade. No dia em que o MB WAY, a Bizum e o BANCOMAT fizeram, perante milhares de pessoas, a primeira transferência imediata entre Portugal, Espanha e Itália, Massimo Itta identifica esta como uma área prioritária não apenas para a sua empresa, mas para a toda a Europa.

“É muito importante que tenhamos A missão real da EuroPA é conectar pessoas de diferentes países. Agora somos três, mas tenho a certeza de que vamos ser cada vez mais”, realçou.

Recorde-se que o serviço disponibilizado pelas três empresas deverá estar acessível já em 2025, estando previsto um alargamento a outros mercados europeus em breve.

Continue a acompanhar no ECO a presença e atividade da SIBS na Web Summit Lisboa 2024.

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Envelhecimento ativo e fixação de talento são temas para conferência gratuita no Palácio da Bolsa

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  • 13 Novembro 2024

O Palácio da Bolsa vai receber, no próximo dia 26 de novembro, uma conferência gratuita, organizada pela ACP-CCIP e pela FEP, na qual será discutido o envelhecimento ativo e a fixação de talento.

A Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP), com o apoio da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), promove uma grande conferência, no dia 26 de novembro, dedicada a refletir sobre questões demográficas emergentes no nosso país e que assumiram especial relevância social e económica nas últimas décadas.

“O Futuro da Demografia: desafios de uma sociedade em mudança” aborda, no primeiro painel (9h45), o tema do envelhecimento ativo, no país que tem o segundo maior índice de envelhecimento populacional da União Europeia e que é o quarto, a nível mundial, com maior proporção de idosos a residir no seu território.

Esta realidade, que impacta mais de 2,5 milhões de pessoas em Portugal, traduz-se num conjunto de desafios diversos ao nível do prolongamento da vida ativa, dos cuidados de saúde, da mobilidade e da inclusão social, que vão ser o enfoque da intervenção de Vincenzo Bassi, presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas na Europa e keynote speaker da conferência. No mesmo painel, seguir-se-á o testemunho de Eduardo Oliveira, membro do Conselho Executivo da FEP, docente e investigador principal do grupo Organizations & Management do cef.up.

No segundo painel da conferência (11h00), as atenções dirigem-se para outro aspeto crítico da estrutura demográfica no nosso país: a perda de jovens qualificados para a emigração. “Desafios da juventude, captação e retenção de talento” é o tema deste segmento, que irá refletir sobre as opções, em termos de políticas públicas e iniciativa privada, necessárias para que Portugal consiga estimular os jovens em idade ativa a seguirem o seu percurso profissional no país. Sandra Carvalho, diretora executiva da Egor Norte; e Sara Rodrigues, people associate director na Deloitte Portugal, são as convidadas deste painel, que antecede as conclusões e o encerramento deste evento.

Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, salienta a oportunidade desta conferência em trazer “dois temas fundamentais para o desenvolvimento social e económico do país”. “Somos um país cada vez cada vez mais envelhecido, que tem de encontrar soluções de integração, valorização e ocupação para a sua população idosa. Ao mesmo tempo, temos este paradoxo de não conseguir fixar os jovens mais qualificados no nosso território, permitido que o seu conhecimento e massa crítica sejam aproveitados noutros países”, acrescenta o dirigente, que olha para a crise demográfica “como uma das questões mais estruturantes para o futuro de Portugal”, lamentando que seja um “tema pouco debatido pela opinião pública e pouco aprofundado pela academia”.

A conferência “O Futuro da Demografia: desafios de uma sociedade em mudança” terá lugar no Palácio da Bolsa, na manhã de 26 de novembro, e tem entrada livre. O programa e as inscrições estão disponíveis para consulta em cciporto.com.

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Católica é a universidade portuguesa mais empreendedora

O número de antigos alunos de universidades que fundaram startups subiu 42%. Montante gerado, até ao momento, por startups fundadas por alumni das universidades do Top 10, supera os 11 mil milhões.

A Universidade Católica Portuguesa, a Universidade de Lisboa e a Universidade do Porto são as três instituições de ensino superior em Portugal com mais empreendedores entre os seus antigos alunos, revela o “Portugal’s Entrepreneurial University Ranking”, da Startup Portugal.

“Lançámos este ranking com o intuito de divulgar o empreendedorismo universitário e incentivar uma crescente adoção de projetos inovadores nos seus programas curriculares”, explica António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, citado em comunicado, sobre a análise que já vai na sua terceira edição.

 

Em relação ao ranking do ano passado, a Universidade Católica Portuguesa sobe um lugar e a Universidade de Lisboa dois, ocupando o primeiro e segundo lugares, respetivamente. A Universidade do Porto, que desce duas posições em relação à edição do ano passado, fecha o top 3. Universidade NOVA de Lisboa (desce uma posição) e o ISCTE (mantém posição) completam o Top 5.

Para este estudo foram utilizados os dados da plataforma Dealroom, que indicam, pelo menos, 2.333 alumni founders distribuídos pelas 10 melhores instituições de ensino superior em Portugal, uma subida média de 42% face ao ano passado. Foram analisadas mais de 60 instituições de ensino.

Ao nível de investimento, o montante gerado até ao momento por startups fundadas por alumni das universidades do Top 10, supera os 11 mil milhões de euros. A Universidade de Lisboa lidera com cerca de 3 mil milhões, seguida pela NOVA Lisboa, com cerca de 2 mil milhões, e pela Universidade do Porto, a rondar os 1,5 mil milhões de euros.

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Universidade do Minho cria rede para monitorização de pescas através de ADN

  • ECO
  • 13 Novembro 2024

Cientistas da Universidade do Minho, no âmbito do projeto Fish-DNA-Monitor, monitorizam pescas através de códigos de barras de ADN. Projeto internacional tem financiamento de 212 mil euros.

Uma equipa do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da Universidade do Minho criou uma rede atlântica que permite a monitorização de pescas baseada em “códigos de barras de ADN”.

Com a recolha de água do mar, podemos identificar espécies através do ADN que estas libertam, conhecido por ADN ambiental”, explica o biólogo Luís Machado, em comunicado.

A rede atlântica, através dos dados genéticos, permite identificar espécies de forma mais rápida e objetiva na fase de larvar. Esta tecnologia está inserida no projeto Fish-DNA-Monitor, que tem um financiamento de 212 mil euros da Aga Khan Development Network e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O projeto junta 15 investigadores da Universidade do Minho, do Instituto Nacional de Investigação em Pescas e Oceanografia da Guiné-Bissau e do Instituto Espanhol de Oceanografia. O projeto ajuda também, de acordo com o comunicado, a gerir os recursos pesqueiros e a formar técnicos no Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

No âmbito do projeto, os cientistas portugueses deslocaram-se à Guiné-Bissau a dar formação sobre o uso de código de barras de ADN para catalogar espécies com o objetivo de proteger a biodiversidade.

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Magistrados do MP com atrasos de dois anos e meio no pagamento da acumulação de serviço

Os magistrados do Ministério Público que têm trabalhado (por falta de recursos humanos) em regime de acumulação de serviço têm vindo a ser pagos apenas dois anos e meio depois.

Os magistrados do Ministério Público que têm trabalhado (por falta de recursos humanos) em regime de acumulação de serviço têm vindo a ser pagos apenas dois anos e meio depois. A denúncia parte do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) em nota enviada ao PGR, Conselho Superior do Ministério Público e Ministério da Justiça. Foi ainda pedida uma audiência à Ministra da Justiça especificamente sobre este assunto.

“Apesar da excecionalidade conferida pela Lei, o certo é que, por todo o país, com maior incidência no Porto e Lisboa, tem-se recorrido a este instrumento para se suprir necessidades reais e efetivas de serviço. Contudo, os colegas não têm vindo a ser pagos pelo trabalho desempenhado”, diz a nota enviada. Na verdade, na sequência do inquérito realizado junto do Ministério Público, ao qual responderam 75 magistrados, apurou-se que: o tempo médio entre a ordem de serviço do Superior Hierárquico e a deliberação/acórdão do CSMP que determina a acumulação de funções é de 196 dias, o tempo médio entre a emissão do parecer CSMP que fixa a proporção mensal da remuneração e o despacho do Ministério da Justiça de fixação do pagamento pela acumulação de funções é de 216 dias e o tempo médio entre o despacho do Ministério da Justiça de fixação do pagamento e o efetivo pagamento pela DGAJ é de 479 dias”. Feitas as contas, em conclusão, desde o tempo em que o magistrado começa a acumular funções até ao pagamento pela DGAJ passam 891 dias. Ou seja, dois anos, cinco meses e 11 dias.

Paulo Lona, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.Hugo Amaral/ECO

O artigo 136.º do Estatuto do Ministério Público estabelece que pelo exercício de funções em regime de acumulação ou de substituição que se prolongue por período superior a 30 dias seguidos ou 90 dias interpolados no mesmo ano judicial, é devida remuneração em montante a fixar pelo membro do Governo responsável pela área da justiça, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público. A remuneração prevista no número anterior é fixada tendo como limites um quinto e a totalidade da remuneração correspondente ao exercício de funções no juízo, tribunal ou departamento em causa, em função do grau de
concretização dos objetivos estabelecidos para cada acumulação.

Por sua vez, o artigo 29.º do Estatuto do Magistrados Judiciais dispõe que pelo exercício de funções em regime de acumulação ou de substituição que se prolongue por período superior a 30 dias seguidos ou 90 dias interpolados no mesmo ano judicial, é devida remuneração, em montante a fixar pelo Conselho Superior da Magistratura, em função do grau de concretização dos objetivos estabelecidos para cada acumulação, tendo como limites um quinto e a totalidade da remuneração devida a magistrado judicial colocado no juízo ou tribunal em causa.

“Apesar do paralelismo das magistraturas e da aparente similitude de redação das normas dos respetivos estatutos, a circunstância de o Conselho Superior da Magistratura dispor de autonomia financeira, permite-lhe decidir o pagamento imediato, pelo mínimo legal, aos juízes mal comecem a exercer funções. Na prática, um juiz e um procurador que iniciam acumulação de serviço ao mesmo tempo, são pagos com cerca de 2 anos de diferença”, concluiu a mesma nota.

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H/Advisors CV&A e Acento estabelecem parceria ibérica para assuntos públicos. Diogo Belford representa a CVA

  • + M
  • 13 Novembro 2024

O acordo inclui a coordenação de "áreas de especialização para reforçar a inovação e o desenvolvimento de equipas comuns". A representação é liderada por Diogo Belford.

A H/Advisors CV&A e a Acento uniram-se numa aliança estratégica ibérica para “gerir os assuntos públicos de alto nível”. As duas agências vão coordenar as suas capacidades e dos seus escritórios nos dois países, em Lisboa, Porto, Madrid e Barcelona.

Esta aliança será liderada por Diogo Belford, em representação da CVA, e por David Álvaro, em representação da Acento. Enquanto o representante português considera, conforme citado em comunicado, que esta é “uma oportunidade importante de oferecer uma solução nos dois países ibéricos”, David Álvaro refere “a crescente necessidade de operar em Portugal para clientes espanhóis”.

As duas sociedades contam com uma equipa conjunta de 100 profissionais, com áreas de especialização que vão desde a tecnologia à energia, financeiro, ambiente, saúde, turismo, defesa a fusões e aquisições. O acordo estratégico inclui a coordenação de “áreas de especialização para reforçar a inovação e o desenvolvimento de equipas comuns”, refere-se em nota de imprensa.

A definição dos serviços tem por base a atual carteira de clientes de projetos conjuntos, que tem estado informalmente ativa e em crescimento no último ano e que está agora a consolidar, alargando uma oferta mais estruturada“, lê-se na mesma informação.

A ambição conjunta passa por “fazer avançar os assuntos públicos ibéricos de forma relevante, e ser a primeira a responder a uma necessidade emergente a nível empresarial, nomeadamente de empresas IBEX35, PSI-20, e Fortune 500 com implantação ibérica”, acrescenta-se.

No início deste mês, e um ano após a Cunha Vaz & Associados ter integrado o grupo Havas, passando a H/Advisors CV&A, o fundador da agência, António Cunha Vaz, foi designado para liderar a área de public affairs do grupo, num novo escritório do grupo em Bruxelas.

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Alargar licença parental pode aumentar desemprego

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

Governo prevê que o alargamento da licença parental "pode ter efeitos adversos na ligação dos progenitores ao mercado de trabalho".

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) calcula que o alargamento do período da licença parental inicial possa custar mais 404 milhões de euros e tenha “efeitos adversos na ligação ao mercado de trabalho“.

No documento que o MTSSS enviou à Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, sobre as prestações de parentalidade, e a que a Lusa teve acesso, são apresentados dois cenários sobre o impacto do alargamento da licença parental inicial, que pressupõe o pagamento do respetivo subsídio, de 120 ou 150 dias para 180 ou 210 dias.

Este alargamento foi aprovado em 27 de setembro no Parlamento, com os votos contra do PSD e do CDS e será discutido na generalidade na Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, antes de ser novamente discutido e votado em plenário.

O MTSSS admite que “o custo da medida para 2025 é esperado que esteja num intervalo entre os 228 milhões de euros e os 404 milhões de euros” e apresenta as contas para os dois cenários, um que tem em conta respostas comportamentais, efeitos de segunda ordem e evolução moderada de salários e beneficiários, e outro que não tem em conta estes fatores.

Em relação ao cenário que considera as respostas comportamentais, o MTSSS refere que aqui teve em conta “a maior prevalência de licenças parentais iniciais partilhadas entre os progenitores”.

“Com o aumento do período da licença parental inicial de quatro para seis meses, haverá uma maior tendência a partilha por ambos os progenitores de dois períodos de 15 dias consecutivos, ou de um período de 30 dias”, refere o ministério.

Por outro lado, refere, o alargamento da licença parental “pode ter efeitos adversos na ligação dos progenitores ao mercado de trabalho, especialmente aqueles que detêm contratos ou situações laborais menos estáveis”.

No entender do MTSSS, isto poderá acontecer “mesmo que o sistema de vigilância contra a discriminação dos progenitores seja atuante e atento”. “Esse tem sido, infelizmente, o registo histórico não apenas em Portugal, como também noutros países desenvolvidos”, refere.

Neste cenário, o ministério estima que a evolução do número de beneficiários possa ser mais elevada, “em resultado de todas as políticas de apoio à família e conciliação da vida familiar e profissional que têm vindo a ser adotadas”. Neste caso, aponta que venham a haver 36.408 beneficiários, a receber uma prestação mensal médio de 1.120, 64 euros.

Neste cenário, o impacto da medida pode oscilar entre mais cerca de 367 milhões de euros e quase 404 milhões de euros.

Já no cenário que não considera respostas comportamentais, e considerando um aumento de 3,5% no número de beneficiários e de 4,4% no valor da prestação média, o ministério calcula que a aplicação da medida leve a “um crescimento da despesa adicional de 50%, ou seja, 228,3 milhões de euros”.

O MTSSS já esclareceu, entretanto, que o alargamento da licença parental inicial não está contemplado no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) porque a medida ainda não foi objeto de aprovação final.

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Operação Babel: Julgamento arranca a 6 de janeiro em Vila Nova de Gaia

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

O julgamento da Operação Babel, relacionada com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, arranca a 6 de janeiro no Tribunal de Vila Nova de Gaia.

O julgamento da Operação Babel, relacionada com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, arranca a 6 de janeiro no Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Segundo um despacho judicial, a que a agência Lusa teve acesso esta quarta-feira, o julgamento realizar-se-á “todas as segundas, terças e quartas-feiras (de manhã e de tarde) de cada uma das semanas a partir do dia 6 de janeiro de 2025 (inclusive)”.

A 13 de setembro, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu levar a julgamento os 16 arguidos (seis pessoas e 10 sociedades) nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP), incluindo o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, por dezenas de crimes económicos, nomeadamente corrupção e tráfico de influências.

Em causa está a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em Vila Nova de Gaia em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, pelo menos até 2022, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Vão também ser julgados o advogado João Lopes, Luísa Aparício, que à data dos factos dirigia a Direção Municipal de Urbanismo e Ambiente da autarquia de Gaia, um economista espanhol e 10 sociedades, a maioria pertencente ao Grupo Fortera, com capitais israelitas e ligado aos negócios e à promoção imobiliária.

A investigação sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia, promotor imobiliário, “combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul”, contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais, como relógios.

O despacho judicial diz que a primeira semana de julgamento (dias 6,7 e 8) “fica reservada para as exposições introdutórias (caso não sejam prescindidas), a identificação dos arguidos e a audição dos mesmos (caso pretendam prestar declarações)”.

O Tribunal de Vila Nova de Gaia enumera várias razões para agendar o início do julgamento, quando ainda decorre prazo para contestação dos arguidos.

A presidente do coletivo de juízes diz que, além de ter sido decretada a especial complexidade, “o processo assume, ainda, natureza urgente em virtude de três dos arguidos se encontrarem privados da liberdade”.

Desde maio de 2023 que Patrocínio Azevedo e Paulo Malafaia estão em prisão preventiva, enquanto o advogado João Lopes está com obrigação de permanência na habitação com pulseira eletrónica (OPHVE).

O julgamento antevê-se bastante demorado tendo em conta, designadamente, o número de arguidos e de testemunhas (só na acusação estão arroladas 51 testemunhas) a ouvir, a complexidade das matérias em discussão e o vastíssimo acervo probatório documental e pericial já junto aos autos“, sublinha a juíza.

A magistrada frisa que, atentos os prazos máximos previstos de prisão preventiva e de OPHVE, “urge imprimir celeridade processual aos presentes autos em ordem à conclusão do julgamento e prolação da decisão no mais curto espaço de tempo possível”.

“Em face das razões expostas, entende este Tribunal designar, desde já, as datas de realização da audiência de julgamento, sem prejuízo, naturalmente, de os arguidos continuarem a beneficiar do prazo em curso (50 dias) para apresentação das suas contestações e sendo certo que o julgamento se prevê iniciar findo aquele prazo. Dessa forma, não se coartarão — parece-nos — quaisquer direitos de defesa dos aqui arguidos”, justifica.

O julgamento será realizado numa sala que “oportunamente” será indicada, estando a “decorrer diligências com vista a dotar as instalações do tribunal dos equipamentos necessários para o efeito, que se prevê estejam concluídas brevemente”.

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Caso EDP. Juíza que decide recurso de Pinho foi casada com o procurador do julgamento

Defesa de Pinho pede o afastamento da juíza desembargadora: "situação que, em tese, é adequada a poder gerar desconfiança sobre a imparcialidade do magistrado que se encontre nessa situação”.

A magistrada designada para julgar o recurso da condenação de Manuel Pinho e Ricardo Salgado – no âmbito do caso EDP – foi casada com o procurador do Ministério Público (MP) do julgamento realizado em primeira instância. Por esse facto, numa exposição enviada ao Tribunal da Relação de Lisboa, a que o ECO teve acesso, a defesa de Manuel e Alexandra Pinho pede o afastamento da mesma.

“Não pondo em causa nem a honorabilidade, nem a competência, nem a isenção da senhora juíza”, as defesas alegam que o problema está na aparência de objetividade que deve ser salvaguardada”, pode ler-se na exposição de poucas páginas. “Uma situação que, em tese, é adequada a poder gerar desconfiança sobre a imparcialidade do magistrado que se encontre nessa situação”. A desembargadora Alexandra Veiga, que aceitou os recursos na Relação do antigo ministro da Economia e da mulher, não se declarou impedida.

“O casamento, mesmo que dissolvido, é particularmente valorado em sede do regime de impedimentos previsto no artigo 39.º do Código de Processo Penal (CPP)”, diz a exposição assinada por Ricardo Sá Fernandes e Manuel Magalhães e Silva. Segundo esse artigo, nenhum juiz pode exercer a sua função num processo penal nas seguintes circunstâncias: “Quando for, ou tiver sido, cônjuge ou representante legal do arguido, do ofendido ou de pessoa com a faculdade de se constituir assistente ou parte civil ou quando com qualquer dessas pessoas viver ou tiver vivido em condições análogas às dos cônjuges; quando ele, ou o seu cônjuge, ou a pessoa que com ele viver em condições análogas às dos cônjuges, for ascendente, descendente, parente até ao 3.º grau, tutor ou curador, adotante ou adotado do arguido, do ofendido ou de pessoa com a faculdade de se constituir assistente ou parte civil ou for afim destes até àquele grau; quando tiver intervindo no processo como representante do Ministério Público, órgão de polícia criminal, defensor, advogado do assistente ou da parte civil ou perito; ou quando, no processo, tiver sido ouvido ou dever sê-lo como testemunha.”

Manuel Pinho foi condenado a 10 anos de prisão efetiva por corrupção, fraude fiscal e branqueamento. Ricardo Salgado condenado a seis anos e três meses por corrupção e branqueamento. E Alexandra Pinho condenada a quatro anos e oito meses de prisão. A magistrada decidiu penas superiores às pedidas pelo Ministério Público (9 anos para Pinho e seis anos para Salgado) numa decisão que já ficou marcada por ser a primeira em que um ex-governante é condenado pelo crime de corrupção.

“Circunstâncias em que ocorreram pagamentos, atuação do arguido no Ministério, a criação de estruturas financeiras com manifesto objetivo de ocultar o dinheiro, provam a existência de pacto corruptivo entre Ricardo Salgado e Manuel Pinho para que este continuasse ao serviço do BES/GES”, disse a juíza.

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