Chega força votação da venda da TAP no Parlamento
Partido de André Ventura vai pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo de privatização de 49,9% da companhia aérea, revelou ao ECO.
O Chega vai pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que visa a privatização de 49,9% da TAP, revelou o partido ao ECO. Com esta iniciativa, os deputados forçam a votação da venda da companhia aérea na Assembleia da República. A decisão surge depois de André Ventura ter anunciado que solicitou, para esta sexta-feira de manhã, um debate de urgência sobre a alienação da empresa pública.
O pedido de apreciação parlamentar de um decreto-lei só pode ser pedido depois de publicado em Diário da República e por um mínimo de 10 deputados. Ora os 60 parlamentares do Chega são mais do que suficientes para avançar com a iniciativa. Da parte do PS, o grupo parlamentar espera ainda pelo diploma em concreto e só depois decide se se junta ou não ao pedido.
Já PCP e PAN, que não têm os 10 parlamentares para avançarem com iniciativa idêntica, já indicaram ao ECO que irão apoiar um qualquer pedido para forçar a votação a venda da TAP. “O PCP já iniciou diligências com o objetivo de viabilizar um pedido de apreciação parlamentar”, revelou fonte oficial do grupo parlamentar comunista. Na mesma senda, a deputada única e líder do PAN, Inês de Sousa Real sinalizou que irá “acompanhar o pedido caso se reúnam os deputados suficientes para o efeito”.
O pedido do Chega surge depois de André Ventura ter criticado a falta de diálogo por parte do elenco executivo de Luís Montenegro. O próprio Governo já tinha assumido que avançou com a alienação da companhia sem ter conversado com outros partidos, uma postura que já foi duramente criticada pelo líder do Chega, André Ventura. “Não houve consensos prévios. Do ponto de vista formal não houve diálogo, mas fomos ao encontro das suas posições”, afirmou o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
Após o anúncio do Governo na tarde desta quinta-feira, Ventura exigiu “a devolução aos contribuintes do dinheiro que já se investiu na TAP” e que, pelas contas do partido, anda à volta dos 3,5 a 3,6 mil milhões de euros”. No seguimento destas declarações, o líder do Chega anunciou que o partido requereu “para amanhã um debate de urgência no Parlamento logo pela manha em relação a privatização” da companhia área.
“Vamos entrar num negócio da TAP, e muitos deles foram ruinosos para os contribuintes, e o Parlamento tem o direito e o dever de saber como é que este negócio vai ser feito, em que contexto e de que forma”, defendeu Ventura.
O líder do Chega sinalizou ainda que o partido “não será um obstáculo à privatização parcial da TAP”, uma vez que consideram que a companhia aérea deve “deixar de ser um sorvedouro de dinheiro público” e “deve ser mais eficaz do ponto e vista da gestão”.
No entanto, “o Chega opõe-se e continuará a a opor-se a qualquer negócios que leve a uma privatização selvagem, que impeça rotas decisivas como as que ligam a diáspora, aos nossos emigrantes ou aos pontos principais de investimento nacional, como os EUA, Brasil ou Canadá”, assinalou.
“No global, os portugueses já colocaram na TAP entre 3,5 a 3,6 mil milhões de euros e o que está em causa é recuperar 500 milhões de euros com esta alienação. Este valor é um absurdo, é um mau negócio para Portugal. Os contribuintes estão a perder dinheiro e temos de exigir por que razão este negócio acabou por acontecer assim”, atirou.
(Notícia atualizada com mais informação às 12h26 do dia 11/07/2025)
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