Seguros. O que ainda falta conquistar na proteção das empresas?

Portugal ainda está a anos-luz de outros países quando o tema é a proteção nas empresas. Especialistas sublinham que é preciso começar por promover uma "mudança de mentalidade" nos próprios gestores.

Painel sobre “O que ainda falta conquistar na proteção de empresas”, moderado por António Larguesa (editor do ECO) e com a participação de Rui Ferraz (SABSEG), Diogo Oliveira (SegUp Seguros), José Manuel Soares (Seguramos), João Silva (Specialty Risks) e Luís Malcato (Azuaga Seguros)Pedro Granadeiro/ECO

Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer na proteção de empresas, defendem os especialistas do setor dos seguros, para quem é preciso sensibilizar as empresas para se protegerem dos “riscos silenciosos” que ameaçam o negócio e combater o “segurês”, promovendo uma mudança comportamental nas empresas. Do lado da indústria, para responder às necessidades dos clientes, devem ser criadas soluções “à medida”, evitando a padronização das soluções.

“É preciso fazer algum investimento na gestão de risco da própria empresa”, aponta Rui Ferraz, diretor de oferta e projetos especiais da SABSEG. A falar no painel “O que ainda falta conquistar na proteção de empresas”, no segundo dia do 4.º Fórum Nacional de Seguros, na Alfândega do Porto, o responsável reconheceu que “começa a haver essa preocupação”, com as próprias empresas a terem de responder a “um caderno de encargos que lhes exige determinadas condições”, nomeadamente a nível laboral.

Rui Ferraz, diretor de oferta e projetos especiais da SABSEG, durante o Fórum Nacional de Seguros 2025Pedro Granadeiro/ECO

Apesar destas mudanças, o diretor de oferta e projetos especiais da SABSEG nota que ainda há muitos desafios a ultrapassar para reforçar o nível de proteção das empresas. Desde logo, sublinha, há que “traduzir a necessidade do cliente para o segurês“.

Também Diogo Oliveira concorda com a necessidade de melhorar “a parte do segurês”. “A distribuição tem feito um trabalho nesse sentido, mas ainda há muito a fazer”, assume. O diretor comercial da SegUp Seguros defende ainda a especialização de soluções para determinadas indústrias, pois o “mercado está com tendência de padronizar e precisamos, às vezes, de soluções mais à medida de cada cliente“.

Diogo Oliveira, diretor comercial da SegUp Seguros, durante o Fórum Nacional de Seguros 2025Pedro Granadeiro/ECO

“É fundamental para atender às necessidades finais de cada cliente”, argumenta Diogo Oliveira, apontando, a título de exemplo, que atualmente uma metalúrgica pode ser completamente diferente de outra, o que exige soluções diferentes.

Para José Manuel Soares, diretor comercial da Direção Douro Sul da Seguramos, “tem de haver uma mudança comportamental”. “Há um desconhecimento muito grande nos nossos empresários no que lhes podemos oferecer”, completa.

José Manuel Soares, diretor comercial da Direção Douro Sul da Seguramos, durante o Fórum Nacional de Seguros 2025Pedro Granadeiro/ECO

“Portugal tem todo um caminho para evoluir no campo da responsabilidade civil. Tem de haver uma mudança comportamental em termos da cultura empresarial em Portugal”, reforça o mesmo especialista, durante o painel de debate.

No entanto, José Manuel Soares também faz questão de apontar o dedo à indústria, concretizando que “tem de haver uma mudança de mindset na questão da apresentação porque as coisas estão muito padronizadas”. “É tudo muito igual em termos de produtos”, desabafa.

Especializado nos seguros de crédito e de caução, João Silva, diretor na Specialty Risks, chama a atenção para outro risco. “Vender é, de facto, o principal objetivo de uma empresa, mas mais importante do que vender é cobrar“, resumiu.

E é aí que nós entramos. É esse o nosso trabalho e tem sido feito. E aqui é transversal a todos os nossos parceiros de mercado porque aquilo de que falamos, quando falamos de proteger empresas, é em garantir o futuro delas”, explica João Silva.

João Silva, diretor na Specialty Risks, durante o Fórum Nacional de Seguros 2025Pedro Granadeiro/ECO

O responsável reconhece que “cada vez mais o mercado procura estas opções” até para se proteger do que chama de “riscos silenciosos”. Ou seja, “aquilo que não se consegue aferir de uma forma tão simples que é: a quem eu estou a vender, será que me vai pagar aquilo que eu já gastei em impostos, que eu já gastei em produto, que eu já gastei em salários, que eu já gastei em tudo, e, claro, [sacrificar] a minha margem naquela operação?”, questiona.

Para João Silva, o papel de uma seguradora é precisamente ajudar “a identificar quais é que são aqueles [clientes] que podem vir a dar problemas e depois, no caso de não se conseguir identificar isso a tempo, [como será] indemnizado”.

O porta-voz da Specialty Risks lamenta que os empresários ainda não estejam sensibilizados para esta proteção, deixando os negócios vulneráveis. “Parece-me sempre muito estranho ver que tenho um ativo que me vale mais de 30% do balanço da empresa e não procuro garantir de forma nenhuma”, atira.

Luís Malcato, Executive Board Member da Azuaga Seguros, durante o Fórum Nacional de Seguros 2025Pedro Granadeiro/ECO

Luís Malcato, executive board member da Azuaga Seguros, também identifica os mesmos problemas. “Na área de caução ainda há muito para explorar”, refere, notando que Portugal está a “anos-luz de distância do mercado espanhol”. “Mas o mercado existe”, salienta.

Recorrendo aos dados mais recentes da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), relativos a maio, Luís Malacato destaca que o seguro de caução está a crescer 100% em termos homólogos, embora saiba que o ponto de partida seja baixo. Para ajudar a continuar esta progressão, o responsável conclui que “é necessário maior literacia de seguros“.

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Operação Ambrósia: Procuradoria Europeia deteta fraude de 35 milhões de euros com IVA em Portugal

Em causa estão suspeitas da rede ter alegadamente controlado sociedades com sede em Portugal, mas também em Espanha e França. Há 17 pessoas acusadas e 13 empresas.

A Procuradoria Europeia constituiu 17 pessoas e 13 empresas por fraude ao IVA no valor de 35 milhões de euros, relacionada com azeite, óleo e açúcar. Em causa estão suspeitas de a rede ter alegadamente controlado sociedades com sede em Portugal, mas também em Espanha e França.

“No âmbito de uma investigação dirigida pela Procuradoria Europeia (EPPO) em Lisboa (Portugal), com o nome de código ‘Ambrósia’, 30 arguidos, incluindo 17 indivíduos e 13 empresas, foram ontem acusados por formar e operar uma associação criminosa responsável por fraude ao IVA ascendendo a 35 milhões de euros, relacionada com produtos alimentares essenciais”, refere o comunicado divulgado esta quarta-feira.

A acusação foi deduzida perante o Tribunal Central Criminal de Lisboa, sendo que três dos arguidos encontram-se em prisão preventiva e outro em prisão domiciliária.

O gabinete da Procuradoria Europeia no Luxemburgo avança que, nos termos da acusação, suspeita-se que a rede alegadamente usou documentos falsificados, criando um circuito fictício de transações internacionais, “com o propósito de não liquidar e pedir a devolução de IVA em termos indevidos”, bem como que, “contrariamente ao sugerido por tal circuito, considerado fictício, os produtos transacionados nunca terão saído de Portugal“.

“Este esquema terá visado operadores no mercado grossista em Portugal (‘cash and carry’), permitindo o uso da margem fraudulenta de IVA na diminuição dos preços de venda dos bens essenciais, com a distorção da concorrência entre empresas do setor”, detalha.

A Procuradoria adianta que, caso sejam considerados culpados, os principais arguidos poderão enfrentar penas de prisão até 25 anos, enquanto às sociedades “é possível a imposição de multas e a dissolução compulsória judicialmente decretada”.

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FPF vai distribuir 7,5 ME do mecanismo de solidariedade da UEFA a 13 clubes da 1ª Liga

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai distribuir a 13 clubes de I Liga de 2024/25 um total de cerca de 7,5 milhões de euros, relativos ao mecanismo de solidariedade da UEFA.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai distribuir a 13 clubes de I Liga de 2024/25 um total de cerca de 7,5 milhões de euros, relativos ao mecanismo de solidariedade da UEFA, informou o organismo luso. Cada clube vai receber 578.384,62 euros (de um total de 7.519 ME), numa distribuição que abrange os despromovidos Boavista e Farense, e deixa de fora Sporting, Benfica, FC Porto, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães, que participaram nas provas da UEFA.

Santa Clara, Famalicão, Estoril Praia, Casa Pia, Moreirense, Rio Ave, Arouca, Gil Vicente, Nacional, Estrela da Amadora, AVS, Farense e Boavista serão os destinatários desta verba.

Ainda segundo a FPF, esta é a “maior verba de sempre” a receber relativa ao mecanismo de solidariedade, à frente dos Países Baixos (6,8 milhões de euros) e Bélgica (6,4 ME) que são segundo e terceiro nas verbas mais altas a distribuir.

“A este montante acresce a verba já distribuída às 16 Sociedades Desportivas que em 2024/2025 competiram na II Liga, no valor de 6.119.000 euros (Euro382.437 a cada uma), o que eleva o total do valor distribuído pelo mecanismo de solidariedade da UEFA aos clubes portugueses em 2024/2025 a mais de 13 milhões de euros”, acrescentou a FPF.

Os clubes aprovaram por unanimidade, em setembro de 2024, a manutenção de uma distribuição equitativa das verbas de solidariedade provenientes da UEFA aos clubes da II Liga, garantindo um apoio financeiro mais equilibrado.

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Nuno Botelho reeleito presidente da Associação Comercial do Porto. Conheça a direção

Presidente da ACP destaca o "grande desafio" que as autárquicas de outubro representam para a região Norte e promete que a mais antiga associação empresarial vai continuar a defender os empresários.

Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do PortoWikimedia

Há mais de uma década na liderança da Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP), Nuno Botelho foi nesta terça-feira reconduzido no cargo, apontando baterias para a “defesa da região e dos seus empresários“, sobretudo numa altura em que as próximas eleições de 12 de outubro deverão gerar mudanças no “mapa autárquico” nacional e por consequência económico.

O ano de 2025 terminará com um mapa autárquico no país diferente do que conhecemos hoje, representando um grande desafio para a região Norte, em especial nas componentes política, económica e social”, assinala Nuno Botelho, que foi reeleito para o mandato de 2025 durante a assembleia geral ordinária desta terça-feira.

“A Associação Comercial do Porto continuará a ser, como é seu desígnio, uma voz ativa na defesa região e dos seus empresários”, afiança o sucessor de Rui Moreira à frente da instituição. Pretende ainda “criar um ambiente mais colaborativo e eficiente, reforçar o trabalho em rede e ajudar a encontrar soluções para as empresas neste período de instabilidade internacional”.

Prendemos criar um ambiente mais colaborativo e eficiente, reforçar o trabalho em rede e ajudar a encontrar soluções para as empresas neste período de instabilidade internacional.

Nuno Botelho

Presidente da Associação Comercial do Porto - Câmara de Comércio e Indústria (ACP-CCIP)

Desde outubro de 2013 na presidência da direção da ACP — fundada em 1834 e considerada a mais antiga associação empresarial portuguesa –, Nuno Botelho mantém Álvaro Costa como número dois na equipa, além de Filipe Avides Moreira e António Ricca como primeiro e segundo secretários, respetivamente.

Da direção da ACP fazem ainda parte Cristina Passos, Gonçalo Lobo Xavier, Jorge Macedo, Jorge Queiroz Machado, José Manuel Fortunato, Maria José Barros, Miguel Franco, Nuno Lameiras, Ricardo Fonseca, Rosário Gambôa e Vasco Moura Ramos.

Entre as ações realizar neste mandato constam “a elaboração de estudos, conferências e outras atividades de relevo regional e nacional para apoiar as empresas e o Estado, com o objetivo de gerar conhecimento e discutir políticas públicas, melhorar a competitividade das empresas da região e fortalecer a relação entre o setor público e o privado“, refere num comunicado.

Nascido no Porto em 1973, Nuno Luís Cameira de Sousa Botelho é licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto e pós-graduado em Banca, Bolsa e Seguros pela Universidade de Coimbra. Gestor com experiência nos setores do turismo, dos eventos e do vinho foi acionista fundador da Essência do Vinho.

Membro do conselho fiscal da The Fladgate Partnership, grupo que detém várias marcas de vinho e projetos hoteleiros e turísticos como o The Yeatman ou o World of Wine, ambos em Vila Nova de Gaia, é também membro do conselho consultivo da seguradora Sabseg e consultor da produtora de produtos de borracha SPC Jevsa.

No âmbito associativo, Botelho é atualmente vice-presidente do Conselho Geral da CIP – Confederação Empresarial do Portugal e presidente da Assembleia Geral da Associação de Turismo do Porto, entre outros cargos de administração ou de aconselhamento em instituições como a Escola de Comércio do Porto, a Universidade Europeia ou Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP).

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“Se a pergunta for idiota posso dizer isso e não responder?”, questiona Sócrates

José Sócrates, que está acusado de 22 crimes – três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal, vai voltar falar na sessão de julgamento desta quarta-feira.

No terceiro dia de julgamento da Operação Marquês, o principal arguido José Sócrates manteve a mesma postura e voltou a recorrer à ironia e a perguntas retóricas, levando a que a magistrada Susana Seca considerasse que o ex-primeiro ministro está a “desrespeitar” o coletivo de juízes. Logo no início da sessão, a magistrada fez questão de dizer que os trabalhos devem correr “com a maior serenidade possível” e as regras do tribunal devem “ser respeitadas”.

“Tendo em consideração o que se passou nas últimas sessões, espero que possamos fazer o possível para que isto corra com a maior normalidade”, diz Susana Seca. Não contente com a advertência, Sócrates pergunta: “eu não tenho o direito de contestar, nem classificar as perguntas?”. A juíza diz que Sócrates tem apenas a hipótese de recusar-se a responder. “Não posso dizer a ‘pergunta é idiota não respondo?’ Digo apenas ‘não respondo’?”. Perante a questão, a juíza deixa claro: “Não. Se disser isso, está a desrespeitar o tribunal.” Ainda assim, durante o intervalo da sessão, Sócrates afirmou que pretendia moderar a postura, não deixando de dizer, porém, que a hostilidade vem apenas e só do lado da juíza.

Passado este momento mais tenso, Sócrates decidiu referir o atual primeiro-ministro Luís Montenegro, e sublinhar que se oferece para trazer a lista de empresas que o contactou após sair do Governo, referindo-se ao caso da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva. “Eu não quero invocar o princípio do atual primeiro-ministro, que se recusou a dar o nome das empresas com as quais trabalhava. Se o Ministério Público, à falta de melhor, se quiser dedicar a isto, eu trago na próxima sessão a lista das empresas”, disse. “Se a senhora juíza achar pertinente”, acrescentando que teria de pedir autorização às empresas.

“Entre 2011 e 2014 houve várias empresas que me pediram coisas, para falar com empresas estrangeiras. Coisa que sempre fiz, porque achava que era importante. E uma dessas empresas que me pediu foi o grupo Lena (por causa de negócios na Argélia e Angola). Carlos Santos Silva estava com Joaquim Barroca e pediu-me expressamente – que estavam a fazer uma estrada em Angola e que havia dificuldades de pagamento – e se eu podia dar uma palavra ao Governo de Angola. Coisa que disse que fazia com muito gosto e então falei com o senhor vice-presidente de Angola [Manuel Vicente], que conhecia”, afirmou.

A vida sexual de Salazar

À saída do tribunal, sem deixar de fazer as habituais críticas ao trabalho dos jornalistas, José Sócrates lamentou a reprodução da escuta que continha uma conversa com o arguido e com Granadeiro, em que falavam da vida sexual de Salazar. “Foi um ato absolutamente indigno por parte do Ministério Público. Estamos aqui há duas horas para que o MP apresente uma prova, que se concentre em provar o que afirma, há dez anos que me insulta, e o que faz o MP? Produz uma conversa telefónica entre mim e o Henrique Granadeiro para fazer o espetáculo mais indigno de voyeurismo político e pessoal, e para que eu fosse exposto a falar do Mário Soares e do Almeida Santos, uma coisa horrível”.

A magistrada perguntou igualmente se os administradores da Sonae transmitiram a intenção de avançar com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) à operadora PT.

“Recordo-me de uma reunião porque fiquei muito surpreendido por Belmiro Azevedo me dizer que tinha a solução para o problema da PT. Sempre que abria a boca, o engenheiro Belmiro de Azevedo achava que tinha uma solução para o país”, referiu Sócrates. “A posição do Governo era no sentido de não considerar a OPA hostil. A existência da OPA era uma oportunidade para o Governo: o de cumprirmos um ponto no programa do Governo — a separação das redes de cobre e cabo”, referiu.

Na sessão, Sócrates disse que era “estratégico” a separação da PT Multimédia, uma vez que era necessário haver mais concorrência. “Quem, no fundo, estabeleceu essa separação foi a ANACOM, que definiu a separação entre o cobre e cabo, mas isso aconteceu por pressão pública do Governo”, disse.

Após ter referido o documento na sessão de terça-feira, o antigo primeiro-ministro voltou a levar a tribunal a “smoking gun”. Isto após a juíza questionar sobre a possibilidade ter manipulado o voto para conseguir travar a OPA da Sonae. “A acusação é falsa e está demonstrada que é falsa”, disse, garantindo que o documento “contraria tudo o que foi dito”. “Eu provei a minha inocência com prova documental e com prova testemunhal”, acrescenta.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, à chegada ao Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, na segunda sessão do julgamento do processo Operação Marques, mais de uma década depois de ter vindo a público o caso que acusa o ex-primeiro-ministro de corrupção.Hugo Amaral/ECO

 

Neste processo, José Sócrates, inicialmente acusado de 31 crimes, vai responder por 22, entre os quais três de corrupção passiva de titular de cargo político, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal qualificada.

O amigo do antigo primeiro-ministro e empresário Carlos Santos Silva é o arguido com mais crimes imputados pela acusação do Ministério Público, respondendo por 23 crimes, contra os 33 iniciais, entre eles um crime de corrupção passiva de titular de cargo político, um de corrupção ativa, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal qualificada.

Em julgamento vão também estar Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, acusado de 23 crimes; Joaquim Barroca, ex-administrador da construtora do Grupo LENA, acusado de 15 crimes; José Pinto de Sousa, empresário e primo de José Sócrates, acusado de dois crimes; Hélder Bataglia, empresário, acusado de cinco crimes; Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates, acusada de um crime.

Neste processo, o Ministério Público reclama aos arguidos um total de 58 milhões de euros, tendo arrestado vários bens. Segundo as contas da acusação, José Sócrates teria dado cerca de 21 milhões de euros de prejuízo ao Estado, Zeinal Bava cerca de 16 milhões, Henrique Granadeiro cerca de 14 milhões, Carlos Santos Silva três milhões e 300 mil euros, Ricardo Salgado três milhões de euros e Armando Vara 1,4 milhões de euros.

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Sporting cria nova empresa para potenciar receitas do estádio e do museu

A Sporting Entertainment nasce com um capital social de 50 mil euros e 147 milhões de euros em ativos, e com a missão de transformar o estádio do bicampeão nacional num complexo de entretenimento.

A SAD do Sporting deu mais um passo na reorganização do seu universo empresarial com a criação da Sporting Entertainment, uma nova sociedade anónima constituída para assumir a gestão e exploração comercial do Estádio José Alvalade e todo o seu ecossistema.

A empresa, constituída a 17 de junho e registada esta semana, nasce com um capital social de 50 mil euros e com uma carteira de ativos avaliada em 146,97 milhões de euros, transferidos por uma operação de cisão-fusão com a Sporting SAD.

A liderança da Sporting Entertainment ficará a cargo de Frederico Varandas, presidente do clube e da SAD, que é acompanhado no conselho de administração pelos dois vice-presidentes da sociedade anónima desportiva leonina: Francisco Salgado Zenha e André Bernardo.

O trio, que tem mandato até 2028, assume assim a responsabilidade de transformar o estádio de Alvalade numa “máquina” de entretenimento, seguindo tendências internacionais, tal como foi anunciado pela administração do clube em setembro do ano passado no âmbito da apresentação do plano estratégico 2024-2034 sob o slogan “Every day be better” (Todos os dias ser melhor).

“Os mercados altamente competitivos do merchandising de clubes desportivos, especialmente nas modalidades de maior popularidade como o futebol profissional, estão intimamente ligados ao licenciamento de direitos de propriedade industrial e, simultaneamente, à gestão e exploração integrada e sustentável – tanto do ponto de vista económico como ambiental — de grandes estádios e outros complexos desportivos multifuncionais”, refere o projeto de cisão-fusão entre a Sporting SAD e a Sporting Enternainment, a que o ECO teve acesso.

Entre os ativos mais valiosos transferidos para a nova empresa está o direito de superfície do Estádio José Alvalade, avaliado em mais de 117 milhões de euros, que representa a fatia mais significativa dos 146,97 milhões de euros em ativos que a Sporting Entertainment herda.

A nova empresa assume um âmbito de atuação muito alargado, que vai desde “a administração, gestão, exploração e promoção, comercial e económica, do Estádio José Alvalade, suas instalações, todos e quaisquer espaços, nomeadamente, zonas comerciais, de lazer, áreas VIP, o Museu Sporting”, até à “realização, promoção e organização de eventos de todo o tipo, nomeadamente, culturais, musicais, recreativos, educacionais e de entretenimento, incluindo a gestão do catering e o fornecimento de alimentos e bebidas”.

Esta operação de cisão-fusão permite ao Sporting separar duas áreas de negócio distintas: por um lado, a SAD concentra-se exclusivamente na gestão do futebol profissional; por outro, a Sporting Entertainment assume toda a vertente comercial e de entretenimento associada ao estádio.

Esta separação visa, segundo o documento, “uma melhor perceção pelo mercado do contributo de cada área de negócio para a valorização das respetivas ações”, ao mesmo tempo que promove a intenção de potenciar “o desenvolvimento de outras receitas associadas a patrocínios, merchandising, museu, que devem ser exploradas de forma profissional e carecem de fortes investimentos para poderem desenvolver estas fontes de receitas em benefício das SAD e dos grupos que estas integram”.

Entre os ativos mais valiosos transferidos para a nova empresa está o direito de superfície do Estádio José Alvalade, avaliado em mais de 117 milhões de euros, que representa a fatia mais significativa dos 146,97 milhões de euros em ativos que a Sporting Entertainment herda, e que atualmente tem a decorrer obras no sentido de eliminar o fosso que separava as bancadas do relvado, com o intuito de ganhar mais 2 mil lugares.

Para os acionistas da Sporting SAD, a operação é neutra, uma vez que a SAD continuará a deter a totalidade do capital social da Sporting Entertainment. Não haverá, por isso, “qualquer atribuição ou troca de participações sociais”, mantendo-se a estrutura acionista inalterada.

A nova empresa assume também a gestão de contratos de patrocínio, publicidade, parcerias e naming rights, além de toda a operação das Lojas Verde e do merchandising oficial do clube.

A constituição da Sporting Entertainment segue uma tendência observada noutros clubes, como é o caso do FC Porto, que há um ano criou uma empresa para gerir o naming e a bilhética do Estádio do Dragão, numa parceria com a empresa espanhola Ithaka Infra, que envolve um investimento de 65 milhões de euros ao longo de 25 anos.

Esta movimentação reflete a crescente importância das receitas comerciais no futebol moderno, numa altura em que os direitos televisivos atingiram um patamar de estabilização e os clubes procuram diversificar as suas fontes de rendimento. A Sporting Entertainment representa assim um passo importante na modernização da estrutura empresarial do Sporting, permitindo uma gestão mais especializada e profissional dos ativos comerciais do clube, com especial foco na maximização do potencial do Estádio José Alvalade.

O processo de cisão-fusão produzirá efeitos contabilísticos a partir de 1 de setembro e beneficia do regime especial de neutralidade fiscal previsto no Código do IRC, não havendo assim tributação da operação. O documento especifica que “a transmissão dos ativos e passivos da SAD ocorrerá pelos valores pelos quais estes se acham inscritos ou reconhecidos para efeitos fiscais”.

Frederico Varandas e a sua equipa consideram ainda que a nova estrutura organizacional procura também responder às exigências de um mercado cada vez mais competitivo e especializado. O documento sublinha que “particularmente no que diz respeito à exploração comercial dos grandes estádios desportivos, tem-se verificado, a nível internacional, uma evolução notável nos modelos de negócio e na rentabilização destas infraestruturas”.

Um dos objetivos declarados com esta reestruturação é permitir “obter outros meios de financiamento, designadamente nos mercados internacionais, com vantagem relativamente aos termos desses meios financeiros adicionais que se pretende captar para reforçar a capacidade de investimento” na unidade de negócio transferida.

Para os acionistas da Sporting SAD, a operação é neutra, uma vez que a SAD continuará a deter a totalidade do capital social da Sporting Entertainment. Não haverá, por isso, “qualquer atribuição ou troca de participações sociais”, mantendo-se a estrutura acionista inalterada.

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Fórum Nacional de Seguros 2025 com mais de 2600 inscritos

  • ECO Seguros
  • 9 Julho 2025

Foram mais de 2600 os inscritos no Fórum Nacional de Seguros 2025. O evento juntou vários players do setor esta terça-feira, no Porto, e contou com mais de 50 stands e 55 marcas associadas.

A quarta edição do Fórum Nacional de Seguros, que decorreu esta terça-feira e quarta-feira, atingiu o número recorde de inscritos no evento, com mais de 2600 inscrições. Além disso, marcaram presença na exposição mais de 50 stands e 55 marcas que representam os vários players do setor segurador.

O primeiro dia ficou também marcado pelos nove painéis de debate, que contaram com a presença de vários especialistas para discutirem temas como a proteção das famílias, os desafios e oportunidades nos seguros de saúde, o papel dos seguros na inclusão financeira, a nova legislatura para os seguros, a redução dos protection gaps, a poupança e o risco, a cibersegurança e o papel da IA na mediação de seguros.

Além da relevância dos temas em debate, a proximidade com os vários profissionais do mercado, bem como a possibilidade de dar a conhecer e atualizar produtos e soluções, são algumas das razões que justificam o crescimento do Fórum Nacional de Seguros de ano para ano e os números recorde de 2025.

O fórum tem ganho cada vez mais adeptos profissionais de seguros, é uma referência e mantém-nos a par das atualidades do mercado segurador. Não podemos deixar de marcar presença”, começou por dizer Pedro Valadas, Coordenador Comercial Sul e Ilhas da Asisa. A mesma opinião foi partilhada por Elsa Canelas, Gerente na MBL Seguros, que ainda acrescentou: “Este evento envolve todas as companhias de seguros a nível nacional, portanto temos aqui toda a amplitude do setor em Portugal“.

Trata-se, por isso, de um evento “comercialmente relevante”, já que, de acordo com Pedro Oliveira, Diretor Comercial da Mgen, permite a “troca de conhecimentos, impressões, e de contacto porque todas as seguradoras e brokers estão aqui representadas”. Juan Carlos Munoz, CEO da Arag, foi ainda mais longe e afirmou mesmo que o Fórum Nacional de Seguros (FNS) “é o único que une tantos stakeholders no mercado português”.

“A relevância do FNS é podermos captar novos agentes nas diversas modalidades que temos para oferecer. E, por outro lado, rever os nossos agentes que, muitas vezes, vêm aqui visitar o fórum”, reforçou Nuno Santos, Administrador e Diretor Geral da Diagonal Corretor de Seguros. Este encontro com agentes foi também mencionado por Mário Francisco, Administrador da Milenia, que confessou nem sempre ser fácil visitar os clientes que têm em todos os distritos do país: “O fórum é uma forma de encontrarmos pessoas que não temos conseguido visitar”.

Networking, pessoas e proximidade são as palavras-chave do FNS

Por reunir os vários players do setor no mesmo local, o Fórum Nacional de Seguros tornou-se, segundo João Silva, Diretor da SpecialtyRisks, “no único e no maior palco do setor“. “Esta capacidade de agregar todo o setor é o que nos faz pensar que isto é distintivo e que vale a pena estar aqui“, corroborou Helena Leite, COO da Cleva.

Para Emérico Gonçalves, Diretor Comercial da Hiscox, esta iniciativa ajuda a “diminuir o gap de proteção que ainda existe em Portugal“, já que é um espaço relevante “do ponto de vista segurador, mas essencialmente da mediação e da corretagem”. “São aqueles que de facto têm de levar a mensagem da proteção aos clientes, sejam particulares ou empresas“, afirmou. Esta exploração do setor como um só também foi destacada por Jorge Pinto, Diretor de Vendas de Distribuição da Zurich Portugal, que considera essencial para a “mitigação do risco”, principalmente nesta “fase de uma nova legislatura” para o setor.

Eu distinguiria as pessoas como o elemento-chave do fórum. Este é um momento, por excelência, para juntar as pessoas. Estão aqui representadas diversas entidades que contribuem e que apoiam todo o processo de venda e de distribuição”, disse ainda Rui Ferreira, Diretor Comercial da Lusitânia. Por essa razão, Diogo Oliveira, Diretor Comercial da SEGUP, acabou por apelidar o evento como um “meeting point do setor”, já que se tornou no “ponto de encontro dos principais players que operam no mercado nacional“.

Nesse sentido, Fernando Lopes, Diretor Comercial da ART, destacou a proximidade que o Fórum Nacional de Seguros proporciona como uma oportunidade para chegarem “aos mediadores, principalmente os de menor dimensão” e promoverem a “afirmação da própria marca”. Jéssica Lourenço, Diretora de Marketing e Desenvolvimento de Negócio da Glassdrive, provou este ponto e admitiu que o FNS “é uma mais-valia para reforçar parcerias que já estão implementadas e estabelecer novas”.

Acaba por ser um meio de concentração de profissionais de renome, onde conseguimos capitalizar e captar pessoas“, reconheceu André Gil, Diretor do Produto da Rede de Seguros do Doutor Finanças. “É, de facto, o grande acontecimento dos seguros em Portugal. Está cá o mercado todo, as pessoas vêm aqui para conhecer as novidades, para aprender, para saber tudo aquilo que há para saber no setor”, garantiu, por sua vez, Rodrigo Esteves, Diretor da MDS Partners. E este reconhecimento associado ao evento faz com que cada vez mais marcas se queiram associar, já que, de acordo com Ana Matos, Diretora de Distribuição Sul da VCS, “é o melhor sítio” para promover a “notoriedade da marca”.

Paulo Machado, Representante em Portugal da SeguroPorDias, destacou, por isso, outro elemento-chave do Fórum Nacional de Seguros: “É sobretudo o networking, uma vez que estamos todos os anos com todos os responsáveis dedicados a seguros. Em 2025, não há outro fórum que se compare”. Esta rede de contactos criada neste espaço acaba, segundo António Castro, Co-founder da Frank, “consolidar as visões diferentes do setor”, o que se torna “interessante para quem vende produtos aplicáveis a diferentes necessidades”.

A perspetiva de quem volta

Desde a primeira iniciativa que escolhemos estar presentes“, começou por dizer Carla Azevedo Gomes, Sócia da SPS Advogados, explicando que esta parceria se mantém devido à dimensão do evento e ao que lhe proporciona: “O fórum é enorme, o mercado está todo presente aqui. Os painéis também são interessantes porque tratam temas do dia-a-dia. Acaba por ser aqui uma partilha de experiências super interessante, que nos ajuda a saber o que está a acontecer fora do nosso escritório”.

Também David Sousa, Diretor Geral da SEMPER, que tem marcado presença em todas as edições destacou o crescimento do evento e explicou como isso se reflete no proveito do mesmo. “Estamos aqui desde a primeira edição e gosto de saber que cresceu bastante em termos de comparência de outras mediações. É um fórum essencialmente para quem trabalha dentro do setor, o que é uma oportunidade“, reconheceu.

O Fórum Nacional de Seguros é uma marca que todos os anos recolhe aqui milhares de pessoas da área dos seguros. Hoje ainda não tinham as portas abertas e já estava cheio, portanto, para nós é importantíssimo estar cá”, partilhou Nádia Simões, Coordenadora Regional da DS Seguros. A repetir a presença estava também Luís Malcato, Administrador da Azuaga Seguros, que caracterizou o evento como uma “oportunidade gigantesca” para estarem presentes no mercado, “em particular com a área da distribuição”.

A LLuni é outra marca parceira do FNS desde a primeira edição e, para Miguel Pinheiro, Sales Manager da Lluni, continua a ser importante estarem presentes porque “têm uma rede bastante alargada de clientes” que justifica não faltarem ao evento que tem “o peso maior no mercado e na atividade seguradora”. Já para Luiz Ferraz, CEO da Prévoir, repetir a presença no fórum, além de lhes permitir dialogar com a concorrência, também tem o objetivo de “confirmar que aquilo que estamos a fazer é o correto”.

É esta junção de todos os mediadores e esta colaboração que tem de existir porque não estamos sozinhos no mundo“, acrescentou Bárbara Santos, Team Leader da Equipa de Gestão de Rede da Innovarisk. A importância desta “reunião do setor” foi também mencionada por Cláudio Gonçalves, Diretor Geral da NacionalGest, que concluiu: “É importantíssimo que o setor se reúna e evolua porque é fundamental para entregar a partilha de conhecimento. Deviam aparecer mais eventos do género“.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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TTR: VdA lidera valor de operações de M&A com 490 milhões de euros

A Vieira de Almeida lidera por valor total das operações, cerca de 490 milhões de euros. Já a Cuatrecasas lidera o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 20.

No primeiro semestre de 2025 a Vieira de Almeida (VdA) foi o escritório de advogados que liderou as principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition por valor total, cerca de 490 milhões de euros, revela dados da TTR Data. Já a Cuatrecasas lidera o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 20.

Segundo o relatório da TTR Data, nos primeiros seis meses do ano foram realizadas 244 transações que se traduziram num valor total de 4.041 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 99 transações (954 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 61 transações (1.890 milhões de euros), Venture Capital com 52 transações (329 milhões de euros), e Private Equity com 32 transações (868 milhões de euros).

Estes números representam uma queda de 23% no número de transações em comparação ao mesmo período de 2024. Também o capital mobilizado registou uma diminuição de 38%. O setor de Real Estate foi o mais ativo, com 44 transações, seguido de Internet, Software & IT Services, com 29. Já o setor de Travel, Hospitality & Leisure registou um aumento de 32%.

A TTR selecionou como transação do primeiro semestre a conclusão da aquisição da Somincor pela Lundin Mining. Uma operação que contou com a assessoria jurídica da Uría Menéndez e da Morais Leitão.

Veja aqui todos os rankings.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a VdA, com um valor de 490 milhões de euros, seguida pela PLEN Advogados, com 490 milhões, e a fechar o top 3 a Morais Leitão com um valor total de 257,97 milhões de euros.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a Cuatrecasas, com 20 transações, seguida da CCA Law Firm, com 18, e da Morais Leitão, com 15.

Já relativamente aos “dealmakers“, advogados que centram a sua prática na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, oito sociedades de advogados estão representadas na tabela, face ao valor de transações. O sócio da Morais Leitão Jorge Simões Cortez ocupa o lugar cimeiro da tabela com três transações que se traduzem em 172 milhões de euros.

O advogado dealmaker que somou um maior número de transações nestas áreas foi Domingos Cruz, managing partner da CCA Law Firm, com 11. No top 3 ficou ainda Paulo Bandeira, sócio da SRS Legal, e André Matias de Almeida, sócio da Proença de Carvalho.

Os “rising star dealmakers” na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, por valor de transações, pertencem a oito firmas: Morais Leitão, Uría Menéndez e Garrigues, com três destacados cada; PLMJ, e CCA Law Firm, com dois cada; e DLA Piper ABBC, Linklaters e SRS, com um cada. José de Seabra Marcão, associado sénior da Garrigues, ocupa o primeiro lugar com um valor total de transações de 166,07 milhões de euros.

Constatando o número de transações, o advogado rising star pertence à CCA Law Firm: Joana Bugia, associada principal, com 11 transações.

Private Equity

Na área de Private Equity as sociedades em destaque são a VdA, PLEN Advogados e Garrigues, sendo que a primeira destaca-se com três operações que se traduziu no valor de 490 milhões de euros.

No que concerne ao número de transações, o lugar cimeiro da tabela é ocupado pela PLMJ e CS’Associados, com cinco cada, seguida pela Morais Leitão, com quatro operações.

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a SRS Legal, com um valor de 112,11 milhões de euros, a CCA Law Firm, com 51,51 milhões, e a Morais Leitão, com 47,97 milhões.

Já relativamente ao número de transações, o lugar cimeiro da tabela é ocupado pela CCA Law Firm, com 15 transações.

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Novo player jurídico: Teresa Arriaga e Cunha cria a TACLE para Corporate, Imobiliário e Imigração

A TACLE apresenta-se como uma boutique jurídica para acompanhar clientes nacionais e internacionais com foco em Pessoas – Imigração, Imobiliário e Património - e no lado corporate.

Teresa Arriaga e Cunha cria a TACLE para oferecer uma gestão jurídica em Corporate, Imobiliário e Imigração. A TACLE apresenta-se como uma boutique jurídica para acompanhar clientes nacionais e internacionais com foco em Pessoas – Imigração, Imobiliário e Património – e no lado corporate, nas PMEs e setor do empreendedorismo e inovação.

Este conceito tem como base a oferta e visão de Legal Housekeeping – gestão organizacional jurídica corrente – e diz respeito às práticas de manter documentos, processos e compliance legal de empresas e indivíduos organizados, atualizados e em conformidade. “A abordagem adotada pela TACLE, representa uma tendência emergente em Portugal e já consolidada em mercados como o norte-americano ou britânico. Trata-se de um modelo que encara a gestão jurídica como um serviço contínuo, proativo, ágil e integrado. Em Portugal, embora esta prática seja reconhecida em contextos corporativos, a TACLE aposta em expandi-la, adaptando-a à realidade jurídica de famílias, pessoas singulares, PMEs e start-ups, conferindo-lhe forma e conteúdo alinhados com as suas necessidades específicas”, segundo comunicado.

Teresa Arriaga e Cunha, fundadora da TACLE, assinala que “A TACLE nasce da convicção de que o Direito deve ser um facilitador e não um entrave, e de que a advocacia pode e deve evoluir para outro perfil de oferta, com modelos mais próximos, transparentes e adaptáveis. A criação da TACLE representa a materialização dessa visão, sendo uma proposta contemporânea, centrada nas pessoas e preparada para os desafios de um mundo em constante mudança”

Licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa, completou na mesma instituição o Mestrado em Direito e Gestão, bem como uma pós-graduação em Sociedades Comerciais. Prosseguiu os estudos com um LL.M. (Master of Laws) na Washington University em St. Louis, nos EUA.

Antes de fundar a TACLE, construiu um percurso em várias sociedades de advogados nacionais e internacionais, com prática focada em Direito Imobiliário, Direito Societário e Direito da Imigração em sociedades como Ferreira Pinto & Associados, Garrigues e LVP Advogados. Foi ainda Legal Counsel nas áreas societária e de desenvolvimento estratégico no departamento jurídico dos CTT – Correios de Portugal.

Para além dos vetores Corporate, Património e Imobiliário e Imigração, a TACLE aposta numa metodologia de relação com quatro passos para quem investe, vive ou empreende em Portugal: Check-up Jurídico, Diagnóstico Legal, Plano de Ação Personalizado, e Acompanhamento Contínuo. “Tal como o acompanhamento prestado por um médico de família ou um gestor de ativos, a TACLE tem como objetivo ‘arrumar a casa jurídica’ de uma pessoa ou empresa, com clareza e segurança”, conclui Teresa Arriaga e Cunha.

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Greve dos procuradores paralisa tribunais e cancela julgamentos em todo o país

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

A greve dos procuradores está a cancelar julgamentos e a paralisar vários tribunais do país, com 75 a 100% de adesão nas comarcas do Norte.

A greve dos procuradores está a cancelar julgamentos e a paralisar vários tribunais do país, com 75 a 100% de adesão nas comarcas do Norte, indicou esta quarta-feira fonte do Sindicato Magistrados do Ministério Público (SMMP).

Há comarcas em que se verifica 100% da adesão (…). Isto significa que os julgamentos sumários, ou julgamentos que estejam agendados para hoje, não se enquadrando nos serviços mínimos, não vão ser realizados”, disse a presidente da Direção Regional do Norte do sindicato, Rosário Barbosa, num ponto de situação aos jornalistas realizado à porta do Palácio da Justiça, no Porto.

Socorrendo-se de números do Norte, um cenário que, disse, “se repete no país todo”, a presidente da direção-regional do Norte do SMMP apontou que a adesão é de 100% em Bragança, Braga, Barcelos e Esposende, bem como nos juízos locais criminais do Porto.

Vila Real regista 80% de adesão à greve nacional de dois dias, Porto Oeste 95%, Viana de Castelo 75%, Vila Nova de Famalicão 85%. Guimarães 86%.

Segundo a responsável no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (Diap) e no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto a adesão ronda os 75%.

“O julgamento denominado ‘Babel’, que é um julgamento que corre termos nos juízos centrais criminais de Vila Nova de Gaia, um julgamento mediático, foi adiado porque os dois procuradores que estavam a assegurar a representação do Ministério Público em julgamento fizeram greve”, exemplificou.

Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, publicado em 4 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo.

A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de “otimizar os recursos existentes”, num “contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos”.

Não há magistrados no Ministério Público. Esse é o grande problema. Já desde 2014 que não se consegue cumprir todas as vagas e isto tem piorado. Chegamos a um ponto de rutura completa. Nós já não aguentamos. Esta luta é pelas nossas condições de trabalho e também pelo serviço prestado ao cidadão, porque nós não conseguimos prestar um bom serviço, estando a correr de um lado para o outro, estando cheios de trabalho”, disse Rosário Barbosa.

Para a dirigente sindical, “além de todas as ilegalidades de violação de princípios estatutários, esta deliberação veio também pôr em causa, quer o princípio da igualdade, quer a proteção da parentalidade”.

Determinados lugares a concurso que seriam atrativos, até porque são próximos dos grandes centros, não podem ser preenchidos por colegas que previsivelmente se encontrem em situação de baixa superior a 60 dias. Ora, quer dizer, eu quando concorro em junho tenho que saber durante o próximo ano, de setembro a julho, se vou estar de baixa durante 60 dias. Isto obviamente prejudica quem quer ser mãe, quem quer ser pai, quem quer exercer a parentalidade”, afirmou.

Questionada sobre quantos mais magistrados seriam precisos para assegurar o trabalho, Rosário Barbosa disse que entre 120 e 200 “daria algum alento e alguma capacidade de poder respirar outra vez e colmatar falhas”.

“Mas não vamos ter sorte. Já tivemos reunião com a senhora ministra da Justiça na segunda-feira, e não nos pareceu recetiva. Agora está nas mãos do Conselho Superior que reúne hoje. Nós não temos interesse nenhum em continuar a greve, nós queremos é que a nossa situação seja ouvida e percebida”, disse.

Este protesto, convocado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, prevê ainda a realização de paralisações regionais a 11, 14 e 15 de julho, o último dia antes das férias judiciais de verão.

Estão assegurados serviços mínimos como atos processuais necessários à garantia da liberdade, ou seja, arguidos presos, bem como menores que estejam detidos, situações de terrorismo, detenções, tratamentos ao abrigo da lei de saúde mental, todos os procedimentos referidos na lei de proteção de crianças e jovens em perigo, interrogatórios de cidadãos estrangeiros detidos em situação também ilegal para aplicação de medidas com ação e habeas corpus.

“E decidimos incluir as autópsias médico-legais para não deixar as famílias sem esse conforto. Nós podíamos ter optado, de facto, por não assegurar serviços mínimos, mas não queríamos prejudicar o cidadão e quisemos evitar que houvesse presos por mais tempo”, concluiu.

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Comissão de Acompanhamento do PRR pede sanções para fraudes

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

"Temos de ser extremamente rigorosos e exigentes com a aplicação dos fundos europeus e nacionais. As sanções têm de ser aplicadas e não pode existir qualquer desvio", disse Pedro Dominguinhos.

A Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) esclareceu esta quarta-feira não ser sua competência analisar contratos dos beneficiários, um dia após serem noticiadas suspeitas de fraude nos fundos, e pediu que “as sanções sejam aplicadas”.

“A Comissão Nacional de Acompanhamento tem, desde 2021, nas suas competências o acompanhamento da execução física dos projetos. Não é competência da comissão de acompanhamento a análise dos contratos”, esclareceu o presidente desta comissão, Pedro Dominguinhos, em resposta aos deputados, na comissão parlamentar de Economia e Coesão Territorial.

Conforme apontou, cabe, por exemplo, à Inspeção-Geral das Finanças, à Comissão de Auditoria e Controlo ou ao Tribunal de Contas essa responsabilidade.

Pedro Dominguinhos alertou ainda para o facto de a Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR ser composta apenas por uma equipa permanente de três pessoas — ele próprio, um chefe de gabinete e um técnico superior.

Desta equipa faziam parte mais duas pessoas, que deixaram o cargo por mobilidade e ainda não foram substituídas.

Ainda assim, o presidente desta comissão disse que quando tem conhecimento de situações irregulares, por denúncias ou idas ao terreno, reporta aos organismos competentes.

“Temos de ser extremamente rigorosos e exigentes com a aplicação dos fundos europeus e nacionais […]. As sanções têm de ser aplicadas e não pode existir qualquer desvio”, rematou.

Temos de ser extremamente rigorosos e exigentes com a aplicação dos fundos europeus e nacionais […]. As sanções têm de ser aplicadas e não pode existir qualquer desvio.

Pedro Dominguinhos

Presidente da CNA

Seis pessoas foram, esta terça-feira, detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de corrupção e fraude na aquisição de sistemas informáticos por universidades e escolas públicas financiada pelo PRR, anunciaram as autoridades.

A operação foi a primeira a ser dirigida em Portugal pela Procuradoria Europeia, em coordenação com o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto. Segundo a PJ, os detidos são um administrador e três funcionários de uma empresa tecnológica, um funcionário de uma empresa concessionária e um funcionário público.

Os arguidos são suspeitos de terem integrado um “esquema criminoso, de caráter organizado e sistémico, para obtenção ilegal de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada, através de entrega de vantagens patrimoniais e não patrimoniais a funcionários das entidades contratantes”, subvertendo as regras do mercado e a boa administração de fundos.

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Benfica quer suspensão imediata do processo de centralização dos direitos televisivos

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

O Benfica solicitou a suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, numa carta enviada à Liga Portuguesa.

O Benfica solicitou a suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, numa carta enviada à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a que a Lusa teve acesso.

Na missiva dirigida ao presidente da LPFP, o clube recorda a “ambição clara e legítima de reforçar a competitividade, garantir a valorização global do futebol português e promover uma maior equidade entre os clubes”, lamentando que, “passados mais de quatro anos, os pressupostos que deveriam fundamentar essa transição permanecem por cumprir”.

Segundo o Benfica, ainda na carta assinada por Rui Costa e enviada na terça-feira a Reinaldo Teixeira, “o atual processo de centralização está atrasado, em risco de falhar os objetivos e já desatualizado face ao contexto internacional”, realçando que “o impacto que o futebol tem como setor estruturante da economia portuguesa exige uma visão estratégica clara e uma gestão responsável”.

“O Sport Lisboa e Benfica será sempre solidário com a missão coletiva, mas realista relativamente ao seu valor no mercado e ao potencial do projeto nos atuais moldes”, assegura o clube lisboeta, que detalha ainda a sua posição, sobre o modelo de comercialização centralizada dos direitos televisivos dos jogos da I e II Ligas de futebol a partir da época 2028/29, promulgados em 19 de março de 2021, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O Benfica refere que a aspiração de o montante global dos direitos das competições profissionais portuguesas ascender a 300 milhões de euros por época “carece de fundamentação credível à luz da realidade atual do mercado nacional e do próprio mercado internacional”, defendendo o “início de uma reflexão profunda e abrangente para a definição de um novo modelo de direitos televisivos a adotar para um futuro de sucesso do futebol português”.

“Na realidade atual do mercado audiovisual, é provável que o valor da centralização não atinja sequer os 150-200 milhões de euros, o que representaria uma perda de receita irreparável para todos os clubes portugueses — grandes, médios e pequenos. Esse cenário comprometeria o equilíbrio competitivo, a sustentabilidade financeira e a qualidade global do futebol nacional”, lê-se na carta de Rui Costa.

Esta carta concretiza ainda algumas das posições tomadas pelo emblema das ‘águias’ na sequência da arbitragem de Luís Godinho na final da Taça de Portugal, perdida frente ao Sporting, após prolongamento, por 3-1, em 25 de maio.

Assim, o Benfica suspende o seu lugar na gerência da Liga Centralização, a empresa dedicada a este processo, solicita audiências urgentes com o Governo e grupos parlamentares da Assembleia da República, e pede à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), LPFP e à Procuradoria-Geral da República que seja investigado e definido o exercício de funções de ex-árbitros em estruturas dirigentes.

Para “acordar uma posição comum sobre requisitos mínimos e um plano alternativo para uma centralização responsável e vantajosa para todos”, o clube pretende que a Liga apresente os valores envolvidos esperados, mas também modelos de distribuição com base no mérito desportivo, o valor mediático e das audiências, assim como, entre outras, um plano de combate à pirataria e propostas de revisão fiscal e do regime de seguros desportivos.

O modelo promulgado em março de 2021 resultou do memorando de entendimento assinado em 19 de janeiro do mesmo ano por FPF e LPFP, para a concretização da centralização dos direitos televisivos até 2027/28, dentro de duas temporadas.

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