Miranda Sarmento reuniu-se com presidente do BEI para debater investimentos

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

O ministro das Finanças e a líder da instituição encontraram-se “para aprofundar relações e refletir sobre como o grupo BEI pode reforçar o apoio ao país, através de investimentos estratégicos”.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reuniu-se esta sexta-feira com a presidente do Banco Europeu de Investimento, Nadia Calviño, tendo debatido formas de reforçar o apoio ao país, com investimentos estratégicos, segundo um comunicado. Assim, o governante e a líder da instituição encontraram-se “para aprofundar relações e refletir sobre como o grupo BEI pode reforçar o apoio ao país, através de investimentos estratégicos”.

Segundo a nota, “esta reflexão centrou-se nas prioridades estratégicas do BEI e nas oportunidades de financiamento para fazer avançar a transição ambiental e digital em Portugal”, bem como “promover a coesão, reforçar a competitividade das PME portuguesas e apoiar o desenvolvimento de infraestruturas fundamentais para o país”. O Governo aponta, neste caso, “a habitação a preços acessíveis, as infraestruturas de ensino ou os transportes sustentáveis”.

Para Joaquim Miranda Sarmento, “o Banco Europeu de Investimento tem sido e é um parceiro determinante para o desenvolvimento e promoção do investimento” no país. “O encontro que tive com a presidente Nadia Calviño foi precisamente no sentido de aprofundar esta relação e parceria estratégica, para que possamos potenciar o investimento em Portugal e acelerar a implementação dos fundos europeus, em particular o PT 2030 e o PRR”, disse, citado na mesma nota das Finanças.

Por sua vez, a presidente do BEI referiu que a instituição é “um parceiro muito próximo de Portugal, apoiando investimentos estratégicos em infraestruturas essenciais, nas áreas da saúde, educação e habitação, bem como no âmbito do seu promissor ecossistema empresarial”. A presidente do BEI, que visita Portugal pela primeira vez, reuniu-se ainda com o ministro da Economia, Pedro Reis, esta quinta-feira.

Tivemos a oportunidade de apresentar em detalhe os eixos do programa de crescimento económico sustentável da economia portuguesa para os próximos anos e de refletir sobre potenciais oportunidades comuns com o BEI, nomeadamente através da parceria com o BPF [Banco Português do Fomento], para acelerar o financiamento e a capitalização de projetos de investimento em vários setores, tanto públicos como privados, com uma forte componente de inovação, mobilidade, transição digital e energética”, referiu o Ministro da Economia, Pedro Reis, citado num outro comunicado, do BEI.

Nadia Calviño reuniu-se ainda com os presidentes das Câmaras do Porto e de Lisboa e com o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes. Os investimentos da instituição em Portugal vão desde o apoio às PME “em domínios tão diversos como as startups tecnológicas, a educação, a hotelaria ou os cuidados de saúde” até aos grandes projetos de infraestruturas críticas para o país, “como o sistema de prevenção de inundações de Lisboa, o novo Hospital Oriental de Lisboa, a melhoria do acesso marítimo ao Porto de Leixões ou a habitação a preços acessíveis em Loures”, disse o BEI.

O BEI lembrou ainda que apoiou “a transição para um modelo energético mais sustentável e seguro, através de projetos de energia eólica como o WindFloat Atlantic, de centrais fotovoltaicas ou da modernização da rede elétrica do país”. No ano passado, o grupo BEI “concedeu 2,1 mil milhões de euros em financiamento a projetos em Portugal”, lembrou o Governo, por sua vez, “o que representa um aumento de mais de 25% em relação ao ano anterior”, sendo que “cerca de metade deste financiamento destinou-se a PME”.

O BEI já assegurou mais de 56 mil milhões de euros para financiamento de projetos desde o início da sua atividade em Portugal. Portugal é um dos principais beneficiários do BEI em termos de Produto Interno Bruto (PIB), tendo o financiamento no ano passado representado cerca de 1% do PIB português, recordou a instituição.

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Tribunal de Haia ordena a Israel suspensão imediata de ofensiva

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

A Comissão Europeia disse que as decisões do Tribunal Internacional de Justiça sobre a suspensão da incursão militar israelita em Rafah "são vinculativas" e "todas as partes têm de obedecer".

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ordenou esta sexta-feira a Israel que suspenda de imediato as operações militares em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Israel deve “suspender imediatamente a ofensiva militar, bem como qualquer outra ação” em Rafah “que possa infligir ao grupo palestiniano em Gaza condições de vida suscetíveis de provocar a sua destruição física total ou parcial”, segundo o TIJ.

O tribunal com sede em Haia citou as obrigações que incumbem a Israel “por força da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, e tendo em conta o agravamento das condições de vida dos civis” em Rafah. O TIJ declarou também que Israel deve manter a passagem de Rafah aberta para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza “sem restrições”.

Israel também deve “tomar medidas eficazes para garantir o acesso sem entraves à Faixa de Gaza de qualquer comissão de inquérito, missão de apuramento dos factos ou outro órgão de investigação” mandatado pela ONU “para investigar alegações de genocídio”. O Estado de Israel tem ainda de apresentar um relatório, no prazo de 90 dias, sobre as medidas decididas pelo TIJ.

A decisão foi aprovada por 13 votos a favor e dois contra, anunciou o presidente do TIJ, o libanês Nawaf Salam. A decisão decorre de uma petição da África do Sul apresentada ao TIJ em dezembro, dois meses depois do início da guerra entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas.

Em janeiro, o TIJ, tinha ordenado a Israel que fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance para impedir qualquer ato de genocídio e que permitisse a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Face ao agravamento da situação em Rafah, a África do Sul requereu novas medidas ao TIJ, que foram divulgadas hoje na sede do tribunal, nos Países Baixos.

Israel, em reação à decisão do TIJ, disse que a ofensiva em Rafah, não coloca qualquer risco existencial para a “população civil palestiniana”. “Israel não conduziu nem conduzirá operações militares na zona de Rafah que criem condições de vida suscetíveis de implicar a destruição da população civil palestiniana, no total ou em parte”, indica um comunicado comum do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Conselho de Segurança Nacional.

A Comissão Europeia disse, entretanto, que as decisões do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) sobre a suspensão da incursão militar israelita em Rafah “são vinculativas” e “todas as partes têm de obedecer”. “Tomo nota da decisão do TIJ de ordenar a suspensão das operações militares em Rafah e a abertura de um corredor para acesso a apoio humanitário e serviços básicos”, escreveu o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, na rede social X (antigo Twitter).

“As decisões do TIJ são vinculativas e todas as partes têm de obedecer. Espero uma implementação total e imediata”, completou.

Também o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sublinhou que as decisões do TPI “são vinculativas”, após a principal instância judicial da ONU ordenar a Israel que cesse a ofensiva no sul de Gaza. “O secretário-geral recorda que, nos termos da Carta e do Estatuto do Tribunal, as decisões do Tribunal são vinculativas e confia que as partes cumprirão devidamente a ordem do Tribunal”, indicou o gabinete do porta-voz de Guterres em comunicado.

Ao contrário do Tribunal Penal Internacional (TPI), também com sede em Haia, que julga indivíduos por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, o TIJ tenta solucionar disputas legais submetidas por Estados. O TIJ é o principal órgão judiciário das Nações Unidas e começou a funcionar em 1946, sendo composto por 15 juízes.

As decisões do TIJ são juridicamente vinculativas, mas o tribunal não tem meios para as fazer cumprir. Israel declarou ao TIJ que um cessar-fogo imposto permitiria aos combatentes do Hamas reagruparem-se e impossibilitaria a libertação dos reféns ainda nas mãos do movimento islamista palestiniano.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que iria convocar uma reunião dos ministros do seu governo para discutir a decisão do TIJ, segundo a agência francesa AFP.

(notícia atualizada às 17h44 com a reação da Comissão)

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Xelerate.tech vai contratar mais de 60 engenheiros até ao final do ano

Luso-alemã Xelerate.tech prevê contratar mais de 60 engenheiros de software até ao final deste ano. Planeia ainda investir em novos setores de tecnologia e mudar de instalações.

Xelerate.tech
Equipa da Xelerate.tech no Porto.24 maio, 2024

Depois de anunciar o investimento de 40 milhões de euros na contratação de equipas de desenvolvimento de software, nos próximos cinco anos, no Porto, a aceleradora de empresas luso-alemã Xelerate.tech prepara-se para contratar mais de 60 engenheiros de software este ano para trabalharem com tecnológicas estrangeiras. Também planeia investir em novos setores de tecnologia e mudar de instalações para dar resposta ao crescente número de companhias estrangeiras que ajuda a instalar na região, avança Martin Zierheim, CEO da Xelerate.tech, ao ECO/Local Online.

“Esperamos contratar mais de 60 engenheiros em 2024 para as nossas mais recentes joint ventures: a Xelerate Markant Portugal (focada no desenvolvimento de plataformas digitais B2B na cloud) e a Advanced Xelerate Tech (especializada no desenvolvimento de produtos SAP)”, adianta o CEO da Xelerate.tech em declarações ao ECO/Local Online.

A luso-alemã Xelerate.tech já ajudou a instalarem-se no Porto a germânica AVL Software and Function – referência mundial no desenvolvimento, simulação e testes na indústria automóvel –, a alemã Advanced Apllication, que desenvolve produtos de software para diversas indústrias, a dinamarquesa ISS World Services e a suíça Markant Services International, com a qual estabeleceu um novo tech hub na cidade, no âmbito de uma joint-venture.

As quatro empresas tiveram um investimento total de cerca de três milhões de euros em 2023. Para 2024 e anos seguintes o objetivo é sucessivamente dobrar o valor do ano anterior”, calcula Martin Zierheim.

Face ao crescimento que tem tido no mercado ao atrair e ajudar cada vez mais companhias estrangeiras a instalarem centros tecnológicos no Porto, a aceleradora de empresas luso-alemã vai em breve mudar de instalações. “O nosso escritório «Xelerate Launch Base» está localizado na zona industrial, e estamos atualmente à procura de um novo espaço de trabalho para acomodar os nossos planos de crescimento“. Enquanto não muda de instalações, empresa está a implementar “um modelo de trabalho híbrido que garante o equilíbrio certo entre flexibilidade individual e a interação entre as equipas das várias áreas”, explica Martin Zierheim.

Esperamos contratar mais de 60 engenheiros em 2024 para as nossas mais recentes joint ventures: a Xelerate Markant Portugal (focada no desenvolvimento de plataformas digitais B2B na cloud) e a Advanced Xelerate Tech (especializada no desenvolvimento de produtos SAP).

Martin Zierheim

CEO da Xelerate.tech

Especializada no set up e gestão de hubs tecnológicos, a Xelerate.tech está em constante crescimento e tem vindo a estabelecer “parcerias sólidas” no Porto. “Criámos joint-ventures com líderes da indústria em vários setores que estão a investir estrategicamente em tecnologia e a aumentar a suas equipas internas de engenharia de software na Europa“, salienta o CEO.

A colaboração que mantinha com a empresa dinamarquesa ISS World Services no estabelecimento de um centro de tecnologia no Porto terminou recentemente. “Em menos de dois anos, passámos da ideia para um centro de tecnologia em funcionamento com 65 talentosos engenheiros”.

Outro exemplo do trabalho da aceleradora de empresas no Porto é a parceria com a germânciaAVL Software andFunctions, a XelerateDigitalcar, onde “as equipas da Xelerate.tech estão a assumir cada vez mais responsabilidade em tecnologias do ramo automóvel de última geração, como engenharia de sistemas, e-charging e cibersegurança automóvel”, descreve Martin Zierheim.

Para o CEO, “atrair os engenheiros mais talentosos é uma luta constante para muitas empresas”. Na hora destas empresas estrangeiras decidirem instalar-se no Porto pesa a existência de universidades de reconhecimento e o facto de ser um centro tecnológico internacional, ter talento na área tecnológica.

Portugal, em geral, tem uma posição de valor excecional para a indústria da tecnologia. A qualidade e a entrega do software desenvolvido é significativamente superior em comparação com outras regiões do mundo, para o mesmo custo e serviço/produto.

Martin Zierheim

CEO da Xelerate.tech

“O Porto desenvolveu um centro tecnológico global de excelência. A cidade fornece uma capacidade de trabalho talentosa e altamente qualificada, juntamente com um sistema educacional e universitário de classe mundial, com a segunda maior taxa de graduados em tecnologia na Europa”, assinala o CEO.

O responsável considera, aliás, que “Portugal, em geral, tem uma posição de valor excecional para a indústria da tecnologia. A qualidade e a entrega do software desenvolvido é significativamente superior em comparação com outras regiões do mundo, para o mesmo custo e serviço/produto”.

Mesmo assim, nota, “o mercado de engenharia de softwareestá sobrelotado, e precisamos de boas estratégias de recrutamento com conhecimento tecnológico para atrair o talento certo”.

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Ministro das Finanças garante que IRS Jovem não “deixa nenhum jovem de fora”

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

Miranda Sarmento disse que a “isenção do PS dava maior desconto no primeiro ano”, enquanto o regime do Governo “pode vigorar para um jovem 10, 15, 20 anos, porque vai desde os 16 até aos 35".

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, garantiu que o IRS Jovem, aprovado esta quinta-feira, “não deixa nenhum jovem de fora” e assegurou que o regime aprovado pelo Governo é melhor do que o do PS.

Em declarações aos jornalistas, à entrada da comemoração dos 70 anos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, o governante disse esta sexta-feira que a medida vai “beneficiar todos os jovens até aos 35 anos com rendimentos de trabalho, dependente e independente”.

“Não deixa de fora nenhum jovem entre os 16 e os 35 anos que tenha rendimentos de trabalho dependente e independente”, assegurou. O governante disse que a medida representa poupanças para todos os rendimentos, incluindo para quem recebe menos de mil euros, lembrando que “o imposto é progressivo”.

Questionado sobre as críticas do PS, que já ameaçou votar contra o regime, Miranda Sarmento disse que a “isenção do PS dava maior desconto no primeiro ano”, enquanto o regime aprovado pelo Governo “pode vigorar para um jovem 10, 15, 20 anos, porque vai desde os 16 até aos 35”. “A esquerda acha que, primeiro, não se deve baixar impostos e, segundo, a partir dos mil euros as pessoas já são ricas”, ironizou.

O regime aprovado na quinta-feira pelo Governo dirige-se aos rendimentos de trabalho (categorias A e B) dos jovens até aos 35 anos que não ultrapassem os 81.199 euros coletáveis anuais, e distingue-se do anterior por, em vez de conceder uma isenção, reduzir as taxas de IRS aplicáveis para um terço do valor das que atualmente são aplicadas aos oito primeiros escalões do imposto.

Assim, e como explicou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no briefing do Conselho de Ministros, os jovens até aos 35 anos vão passar a pagar uma taxa de IRS entre 4,4% e 15% – sendo esta a taxa máxima aplicável a quem tem rendimentos ao nível do referido 8.º escalão. Para tal, haverá uma tabela com as novas taxas que representam um terço das taxas gerais que estão atualmente no artigo 68.º do código do IRS.

Este modelo distingue-se do anterior em que há um benefício fiscal para os jovens que acabaram de concluir o seu ciclo de estudos e que se traduz num desconto do IRS, prevendo-se uma isenção de 100% do rendimento, até um montante máximo de 40 vezes o indexante de apoios sociais (IAS), no primeiro ano da medida.

No segundo ano, a isenção abrange 75% do rendimento, no terceiro e quarto anos é de 50%, sendo de 25% no quinto e último do benefício – com a redução da isenção a ser acompanhada por uma descida do limite máximo anual de rendimento. O secretário-geral da JS afirmou esta sexta-feira que o PS vai opor-se ao IRS Jovem anunciado pelo Governo caso a proposta não seja alterada e acusou o executivo de pretender enganar a juventude em vésperas de eleições europeias

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Presidente da TotalEnergies diz ser “necessário” pôr em exploração novos campos petrolíferos

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

“A questão não é tanto saber quando é que a procura de petróleo vai começar a baixar, mas quando é que vai baixar mais de 4% ao ano”, afirmou o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.

O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reiterou esta sexta-feira na assembleia-geral de acionistas da petrolífera, na sede localizada em La Défense, Paris, que é “necessário” pôr em exploração “novos campos petrolíferos”, contrariando assim a pressão dos ativistas. “A questão não é tanto saber quando é que a procura de petróleo vai começar a baixar, mas quando é que vai baixar mais de 4% ao ano”, afirmou o gestor, advertindo que, “nesta fase, a procura de petróleo continua a crescer, bem como a população mundial”.

O presidente da TotalEnergies alertou também aqueles que têm uma posição contrária, que levaria a que os preços do petróleo subissem para “níveis excessivamente elevados que se tornariam rapidamente insuportáveis para as populações dos países emergentes, mas também para a população dos países desenvolvidos”.

Recentemente, Patrick Pouyanné, que também é o presidente executivo da TotalEnergies, criticou “a nova bíblia” em relação às recomendações da Agência Internacional de Energia (AIE), que proíbe todos os novos projetos de petróleo e gás. Antes do início da assembleia-geral, ativistas da Greenpeace desenrolaram uma enorme faixa com a imagem de Patrick Pouyanné na qual se lia “procura-se”.

A faixa foi pendurada num edifício a algumas centenas de metros da sede do grupo, no bairro de La Defense, em Paris, procurando mostrar a ligação entre as políticas estratégicas da petrolífera e as alterações climáticas. A polícia está em força no bairro empresarial e financeiro de La Défense, onde a quarta maior empresa petrolífera do mundo e a maior de França em termos de lucros, que celebra este ano o seu centenário, realiza a sua assembleia-geral anual.

Patrick Pouyanné deverá ser eleito nesta assembleia-geral para mais um mandato à frente da ‘gigante’ TotalEnergies. A petrolífera, que tem atividade em Moçambique, informou que escolheu o seu edifício, uma torre de 48 andares, em vez de um outro local em Paris, para evitar “paralisar um bairro de Paris” – como aconteceu durante a tumultuosa assembleia-geral de 2023, que foi marcada por confrontos entre manifestantes e a polícia.

Um ano depois, a pressão não diminuiu. Nas ruas e nos tribunais, o grupo petrolífero continua debaixo de fogo, com os ativistas a acusarem-no de agravar o aquecimento global e prejudicar a biodiversidade e os Direitos Humanos através das suas atividades petrolíferas e na área do gás.

“Denunciamos a estratégia de expansão da TotalEnergies, que continua a ser orientada para o desenvolvimento de combustíveis fósseis, apesar da sua retórica ecológica”, disse à AFP Edina Ifticene, responsável pela luta contra a energia fóssil da Greenpeace. Este argumento foi partilhado por mais de 300 cientistas, incluindo peritos nomeados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que assinaram um artigo de opinião no Le Monde descrevendo a estratégia da TotalEnergies como “climaticamente destrutiva”.

Na ordem de trabalhos da assembleia-geral, consta a votação da estratégia climática da TotalEnergies, sendo que alguns investidores pedem uma transição energética mais ambiciosa.

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Green is the new black

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  • 24 Maio 2024

O “sustentável” é muito mais que moda e incómodo regulatório; é sobretudo uma oportunidade de negócio para as próximas décadas.

Apesar de por vezes “o sustentável” e “o ESG” serem vistos como uma moda e um incómodo regulamentar, a ciência mostra que este é um paradigma que tem de permanecer connosco se queremos assegurar o nosso futuro (mais ou menos) como o conhecemos.

Nesse sentido, a mobilização de Bancos Centrais e instituições supragovernamentais ao longo das últimas décadas tem-se traduzido no acelerar da regulamentação, em particular, climática. Os custos regulatórios são baixos quando comparados com os impactos físicos das alterações climáticas e com o materializar de riscos de transição, cada vez mais inevitáveis e potencialmente mais abruptos à medida que vamos esgotando o nosso orçamento carbónico. Mas estes ainda são desafios considerados longínquos – para já, o foco ainda está nos custos de adaptação regulatória.

Mariana Coelho, Manager EY, Consulting Financial Services

Os bancos têm também sido colocados no papel central em termos de financiamento da transição verde. Este é um caminho que têm percorrido, com hesitação, em particular pelo potencial sacrifício de rentabilidade de curto prazo, pela natureza não vinculativa das expectativas que têm sido emitidas para o setor e pela incerteza na gestão dos riscos climáticos. Além das orientações específicas do setor bancário, também a CSRD levanta inúmeros desafios ao nível da recolha de dados, da avaliação da cadeia de valor ou da análise da dupla materialidade.

Mas… e se escolhermos ver as oportunidades?

Diversos estudos defendem que os millennials (geração nascida entre 1980 e 1996) e os Gen Z (geração nascida desde 1997) são mais sensíveis às alterações climáticas e à componente social dos negócios; estes são os atuais e futuros investidores, empresários e clientes de private banking e de crédito habitação. E são as gerações que ditam a perda da “licença social para operar”.

Interessa, e muito, capturar as oportunidades de negócio que as suas preferências representam para ganhar o negócio para o futuro e garantir a reputação – até porque estas preferências, felizmente, colocam os bancos no bom caminho para capturar as macrotendências e para corresponder ao atual e futuro quadro regulatório (passando por stress tests, Green Asset Ratios, eventuais Green Supporting Factors, entre outros).

A nível mundial, o investimento sustentável teve um crescimento de 20% entre 2020 e 20221. Há mercado para comercializar e emitir ativos sustentáveis, e a procura tem-se mantido considerável, mesmo num contexto de contração do investimento. À medida que os millennials e Gen Z obtêm património, aumentam as oportunidades.

O financiamento da transição e adaptação, um investimento anual mundial que a ONU estima de 1 bilião de dólares2, representa oportunidades inigualáveis de negócio. Um estudo da UE identifica que apenas 35% das PMEs europeias que investiram em projetos de sustentabilidade foram financiadas por bancos3. Também os apoios públicos ao financiamento da transição energética representam oportunidades; por exemplo, a Diretiva Desempenho Energético dos Edifícios, em discussão ao nível do Conselho e do Parlamento Europeu, prevê a necessidade de investimento na eficiência energética de praticamente todos os edifícios, e será previsivelmente acompanhada de apoios europeus.

Há um mundo de oportunidades. Não estamos (só) na moda – green is the new black.

Resumo
Apesar de por vezes o “sustentável” ser visto como pouco mais que uma moda e um incómodo regulamentar, a ciência demonstra que é o novo paradigma que tem de permanecer connosco. As empresas e os bancos têm incerteza sobre como navegar nesta nova realidade. Mas, olhando para além da regulamentação climática, social e de governo, há um mundo de oportunidades de negócio ESG para ganhar as próximas décadas – e os clientes do futuro valorizam a sustentabilidade e vão selecionar as empresas e bancos que correspondem às suas expectativas.

Mariana Coelho, Manager EY, Consulting Financial Services

1 Excluindo USA. GSIA-Report-2022.pdf (gsi-alliance.org)
2 The trillion dollar climate finance challenge (and opportunity) | UN News
3 Platform on Sustainable Finance report on a compendium of market practices (europa.eu)

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Responsáveis de agências noticiosas europeias falam em “transformação” para resistir a mudança

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

"Estamos a fugir um pouco dos clientes de media tradicionais", afirmou o presidente da Lusa, assinalando que tem havido interesse em vender conteúdos a grandes plataformas.

Vários responsáveis de agências noticiosas europeias apontaram sexta-feira, em Lisboa, que está a haver uma transformação na forma de operar destas agências para resistir a mudanças tecnológicas e de recursos humanos.

As agências de notícias estão realmente orientadas para o futuro neste momento. Estão a diversificar, estão a prestar agora muito mais atenção à tecnologia“, disse à Lusa o secretário-geral da Aliança Europeia das Agências de Notícias (EANA), Alexandru Ion Giboi, à margem da conferência europeia da organização.

No segundo e último dia da conferência, que decorreu na sede da Lusa, em Lisboa, Ion Giboi apontou que há diferenças no desenvolvimento entre as várias agências noticiosas, mas “não há uma diferença assim tão grande” nas metas para o futuro.

Entre os principais desafios para o futuro das agências de notícias, o secretário-geral da EANA apontou que o ritmo das mudanças no panorama noticioso tem sido elevado, pelo que estas se têm de adaptar.

“Creio que um sentimento de flexibilidade e orientação para o futuro nas políticas das agências noticiosas deve ser a base para a evolução destas”, defendeu, à margem do debate “O papel das agências noticiosas no panorama mediático contemporâneo”.

A iniciativa contou também com o presidente da EANA e da agência France-Presse (AFP), Fabrice Fries, com o presidente da Lusa, Joaquim Carreira, e com a diretora-geral da agência noticiosa croata HINA, Branka-Gabriela Vojvodic.

No entender de Fabrice Fries, as agências noticiosas “já não estão num ambiente fechado em que apenas dependem de si”.

“A nossa estratégia e estar em locais onde a comunicação social já não vai e investir, especialmente nesses países. Acreditamos que é muito difícil para um órgão de comunicação social cobrir, por exemplo, África, sem subscrever o serviço da AFP. A nossa estratégia não é muito tecnológica, é jornalismo no local”, afirmou o presidente da EANA e da AFP.

Branka-Gabriela Vojvodic assinalou que uma das dificuldades para a agência noticiosa que lidera está relacionada com os recursos humanos. “A nossa média de idades é 54 anos e estamos com algumas dificuldades com jornalistas mais novos. É quase impossível – não encontrar, isso é fácil, porque o jornalismo é ‘sexy’ –, mantê-los”, começou por dizer a diretora-geral da HINA.

A responsável da agência noticiosa croata apontou que além da questão salário, há carreiras no setor da comunicação, como marketing ou relações públicas, com incentivos superiores ao do jornalismo. “Estamos a tentar adaptar-nos”, acrescentou.

Joaquim Carreira apontou que tem havido uma alteração do modelo de clientes. “Estamos a fugir um pouco dos clientes de media tradicionais”, afirmou, assinalando que tem havido interesse em vender conteúdos a grandes plataformas.

Os órgãos locais são pequenos e muito fragmentados. Temos cerca de 4% das empresas que reúnem 90% da faturação e 88% dos lucros. Há empresas muito grandes e muitas, muitas muito pequenas”, referiu, dizendo que há um processo que Portugal tem de fazer para que as empresas mais pequenas também cresçam.

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PS vai pedir documentos à CP e AMT sobre indemnização a atual secretária de Estado

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

Em causa está a saída da CP da então administradora e atual secretária de Estado, Cristina Dias, com uma indemnização de cerca de 80.000 euros, para assumir funções como administradora da AMT.

O PS vai pedir à CP – Comboios de Portugal e à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) que envie ao parlamento documentos sobre a saída com indemnização de 80.000 euros da secretária de Estado Cristina Dias.

No documento enviado à Lusa e que vai dar entrada esta sexta no parlamento, o grupo parlamentar socialista pede que seja fornecida aos deputados a cópia do acordo de cessação do contrato de trabalho por acordo mútuo celebrado entre Cristina Dias e a CP, em julho de 2015, bem como a “cópia do excerto da ata do Conselho de Administração da CP onde consta a deliberação da referida cessação de contrato” e onde “consta a deliberação sobre os critérios para elegibilidade de cessação de funções com direito a indemnização”.

Em causa está a saída da CP da então administradora e atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, com uma indemnização de cerca de 80.000 euros, para assumir funções como administradora da AMT, por convite do governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.

Na quarta-feira, o ex-diretor da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) Francisco Fortunato, que denunciou o caso em 2015, disse no parlamento que “nenhuma norma foi cumprida” naquele processo e que a indemnização paga pela CP foi um “ato de má gestão, lesivo do interesse público e feito à total revelia dos normativos existentes e da política de austeridade então aplicada pelo Governo à generalidade dos trabalhadores”.

Francisco Fortunato garantiu ainda aos deputados que o tema ficará esclarecido quando receberem a ata da reunião em que foi decidido o pagamento da indemnização. “Os senhores vão ficar surpreendidos”, assegurou.

No pedido de documentação que vai dar entrada no parlamento, o PS pede ainda o parecer dos órgãos internos da CP que foram responsáveis pela apresentação da proposta que foi endereçada ao Conselho de Administração relativa ao pedido de Cristina Dias para a cessação do contrato de trabalho por acordo mútuo, a lista com o número de trabalhadores que rescindiram por mútuo acordo com direito a indemnização, entre 2013 e 2015, bem como o motivo de saída e a indicação do número de pedidos efetuados que não foram aceites pela empresa, por categoria profissional, e o motivo de recusa.

O grupo parlamentar socialista quer ainda conhecer o normativo interno para rescisão por mútuo acordo em vigor naquele ano, documentação onde conste todo o processo de pedido de rescisão por mútuo acordo da secretária de Estado da Mobilidade, a lista com os trabalhadores que saíram da CP sem indemnização entre 2010 e 2015, a lista com os efetivos em excesso na estrutura e a lista com o motivo de rescisão de todos os trabalhadores que saíram com menos de 55 anos, entre 2010 e 2015.

Cristina Pinto Dias

 

Na audição de quarta-feira, Francisco Fortunato lembrou que na altura da saída de Cristina Dias da CP, no âmbito das políticas de austeridade, as rescisões por mútuo acordo nas empresas públicas eram possíveis apenas em casos muito especiais, para pessoas com idade mínima de 55 anos, ou com incapacidade física definitiva para o exercício da atividade profissional, ou nos casos de extinção do posto de trabalho sem possibilidade de reconversão noutras funções.

O PS pede também o envio de detalhes sobre o processo de nomeação de Cristina Dias para o Conselho de Administração da AMT, “incluindo qualquer documentação relevante que justifique esta escolha frente às normas de incompatibilidade vigentes”. “É necessário esclarecer se a Sra. Cristina Dias foi beneficiada em relação a outros funcionários em situações semelhantes, tanto em termos da rapidez do processo quanto do montante da indemnização”, justifica o PS no documento, sublinhando que “este esclarecimento é vital para garantir que não houve tratamento preferencial, salvaguardando a equidade e a justiça administrativa”.

Em 19 de abril, o Correio da Manhã noticiou o caso, após Cristina Dias ter sido anunciada como secretária de Estado da Mobilidade e, no mesmo dia, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu que a governante recebeu a sua indemnização com base em 18 anos de trabalho na CP e que até se lhe aplicou “o mais baixo dos dois salários que poderia ser ponderado”, como técnica superior e não como administradora, cargo que exercia quando deixou a empresa.

Leitão Amaro referiu também que se trata de uma indemnização “igual a perto de 400 trabalhadores e dentro de um programa aberto durante quatro anos com regras aplicáveis a todos”.

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Governo avança com simplificação da PAC e estende candidaturas ao Pedido Único

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

O diploma, assinado pelo ministro da Agricultura e Pescas, promove ainda a simplificação para explorações com até 10 hectares de superfície agrícola declarada.

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, assinou a portaria que vai simplificar a Política Agrícola Comum (PAC) e decidiu estender as candidaturas ao Pedido Único até 14 de junho, foi anunciado.

“A simplificação vai flexibilizar o cumprimento das medidas da condicionalidade – boas condições agrícolas e ambientais – nomeadamente na cobertura mínima dos solos, na rotação das culturas através da diversificação e no fim de obrigação de deixar uma parte da área agrícola a superfícies não produtivas, como as terras em pousio”, detalhou, em comunicado, o executivo.

O diploma em causa, assinado pelo ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, promove ainda a simplificação para explorações com até 10 hectares de superfície agrícola declarada. Estas explorações ficam isentas de controlo e de sanções administrativas a título da condicionalidade.

Por outro lado, segundo o mesmo documento, as explorações que estão situadas em áreas abrangidas por fenómenos climáticos adversos que, “pela sua gravidade e duração, impeçam o cumprimento de norma ou de parte de norma das boas condições agrícolas e ambientais vão beneficiar de uma derrogação temporária por condições meteorológicas”.

O Ministério da Agricultura assinalou que o primeiro ano de aplicação da PAC “demonstrou a necessidade de serem feitos ajustamentos”, de modo a garantir a implementação dos Planos Estratégicos da Política Agrícola Comum (PEPAC). O Conselho de Ministros da Agricultura e o Parlamento aprovaram a proposta de regulamento para a simplificação da PAC, sendo agora necessário adaptar as normas nacionais. O prazo de candidaturas ao Pedido Único (PU) 2024 foi também alargado até 14 de junho. Inicialmente, as candidaturas poderiam ser submetidas entre 1 de março e 31 de maio.

“Para darmos previsibilidade aos agricultores, para que eles possam utilizar estas novas regras de simplificação, vamos alargar o Pedido Único até 14 de junho do corrente ano, sem alterarmos o calendário previsto”, assinalou, citado na mesma nota, o ministro da Agricultura. Na quarta-feira, a Confagri (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal) mostrou-se preocupada com a evolução do número de candidaturas ao PU, “tendo em conta as dificuldades e os problemas que voltam, repetidamente, a acontecer com os sistemas de informação”.

O secretário-geral da Confagri, Nuno Serra, lamentou a “burocracia excessiva” associada a este processo. O PU é um pedido de pagamento direto das ajudas que fazem parte dos regimes sujeitos ao SIGC – Sistema Integrado de Gestão e Controlo. Este pedido abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

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Montenegro promete cumprir de investimento de 2% em defesa até 203

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

“O nosso compromisso com a NATO, com os nossos parceiros, com a Aliança Atlântica é total", disse o primeiro-ministro de Portugal.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira, em Berlim, que o cumprimento do calendário para atingir os 2% do valor do PIB em investimentos na defesa “é ambicioso”, mas será cumprido até 2030.

O líder do governo português deslocou-se à Alemanha, naquela que foi a sua segunda visita oficial ao estrangeiro. Ao lado do chanceler Olaf Scholz, na Chancelaria Federal, onde foi recebido com honras militares, respondeu às perguntas dos jornalistas.

O nosso propósito, no Governo, é cumprirmos o calendário de atingir os 2% do valor do nosso orçamento em percentagem do PIB para a área da defesa até 2030. É um calendário ambicioso visto que teremos de recuperar o atraso que, entretanto, se acumulou ao longo dos últimos anos”, revelou o líder do governo português.

“O nosso compromisso com a NATO, com os nossos parceiros, com a Aliança Atlântica é total. Desse ponto de vista, nós compreendemos que não se pode ficar apenas pelas palavras, este compromisso também tem de se materializar em atos”, sublinhou.

Berlim já tinha anunciado que vai cumprir a meta dos gastos com a defesa de pelo menos 2% do PIB ainda este ano. O chanceler Olaf Scholz prometeu continuar a executar este objetivo daqui para frente.

Luís Montenegro realçou o apoio que a Alemanha tem dado à Ucrânia, estando na “linha da frente da ajuda” para que Kiev possa defender-se de uma agressão que “não traz futuro, nem boas expectativas à Europa e ao mundo”.

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“Nas 40 horas semanais de trabalho deveria estar previsto tempo dedicado a aprender”, diz CEO da Lisbon Digital School

A assinalar o 6º aniversário, a Lisbon Digital School aposta na formação prática e de proximidade com as empresas. Adquirir conhecimentos para se relacionarem com as agências é uma das necessidades.

A Lisbon Digital School vai arrancar com uma série de eventos em formato hibrido sobre temas de marketing digital e inovação. O primeiro desta série “Update & Connect”, o Innovation Ignite”, decorre este sábado, 25 de Maio, no IDEA Spaces Palácio, em Lisboa, e conta com nomes como Glauco Madeira, chief transformation officer da escola, António Cancela de Abreu, head of product strategy and design na Bliss Applications, Pedro Janela, chairman & founder do WYgroup, ou Raquel Araújo, innovation manager no Hospital da Luz Learning Health.

No ano em que a Lisbon Digital School comemora o sexto aniversário, decidimos retomar os nossos eventos presenciais. A Inovação é uma área que queremos explorar por se tratar do motor impulsionador para o futuro das empresas, o desenvolvimento de produto digital, onde já temos muitas empresas portuguesas a dar cartas”, explica ao +M Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School.

Ainda este ano, conta a responsável, vai decorrer também a quarta edição do evento O Teu Futuro é Digital, formação gratuita de marketing digital e Inovação dirigida a jovens recém-licenciados. “O objetivo é dar-lhes ferramentas no digital para que fiquem melhor preparados para integrar o mercado de trabalho“, explica, acrescentando que pela primeira vez esta iniciativa está aberta a todas as áreas de formação, não estando fechado às áreas de Marketing, Comunicação, Gestão e Design, como nos anos anteriores.

Fundada há seis anos por Virgínia Coutinho, que morreu três anos depois, a Lisbon Digital School integrou de seguida o WYgroup – “pela mão do nosso cuidador, Pedro Janela” –, com o objetivo de prosseguir o legado da fundadora. Os formadores profissionais estão no mercado e os cursos têm um pendor prático. A CEO da escola de marketing digital conta que as áreas mais procuradas são marketing digital de forma mais holística, IA, social media, customer journey e experience.

As formações corporate tailor made permitem-nos conhecer muitas empresas e as suas necessidades, sendo a formação desenhada de raiz e adaptada à realidade da empresa”, acrescenta a responsável.

Destinada então a particulares e a empresas, quando questionada sobre as maiores necessidades sentidas pelas empresa em termos de formação, Natacha Gama Pereira responde que a maior necessidade “começa mesmo por priorizar o acesso à formação nas empresas e ser assumido como parte da cultura de todas as empresas”.

“Nas 40 horas semanais de trabalho deveria estar previsto tempo dedicado a aprender. Ouvir um podcast, participação numa conferência, um curso online, tempo que seja de imersão em conhecimento enquanto desenvolvimento pessoal“, acredita.

Depois, necessidades mais concretas, depende muito da empresa, e do seu estado de maturidade e audiência, passando por temas como o mapeamento da jornada dos clientes, ferramentas de IA, redes sociais, desde a estratégia, criação de conteúdos, a métricas, performance, a leitura de dados, descreve

Há uma necessidade transversal a muitas empresas e marcas, de poderem adquirir conhecimentos para se sentirem mais confiantes para se relacionarem com as agências com quem trabalham. Agências de comunicação, media, performance“, nota ainda Natacha Gama Pereira.

Outro desafio das empresas, prossegue, é formar equipas comerciais com um conhecimento que lhes permita olhar para os canais digitais como um meio para amplificar a sua rede de vendas. “Explicar o conceito de omnicanalidade e desconstruirmos a falsa ideia de que ainda existe o físico versus digital”.

Com o objetivo de ser uma referência no ensino do marketing digital e inovação, para particulares e empresas, e serem “agentes na democratização da literacia digital”, Natacha Gama Pereira aponta a expansão internacional como um dos objetivos para a Lisbon Digital School. “Há um mercado PALOPs que queremos explorar”, avança.

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Portugal é um “aliado fiável”, diz Scholz a Montenegro

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

"Estamos ambos empenhados em dar ainda mais intensidade a uma relação que, do ponto de vista comercial, faz da Alemanha o segundo parceiro mais importante", disse o líder do governo português.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinhou esta sexta-feira que os governos de Portugal e da Alemanha estão empenhados em “dar ainda mais intensidade” a uma relação bilateral que faz de Berlim o segundo parceiro comercial mais importante. Na segunda visita oficial ao estrangeiro depois da tomada de posse, a primeira à Alemanha, Luís Montenegro revelou que os dois países estão “muito próximos em vários desafios que se colocam à Europa”.

Temos todas as razões para confiar no reforço das ligações nas relações culturais, económicas e políticas entre Portugal e a Alemanha (…) Estamos ambos empenhados em dar ainda mais intensidade a uma relação que, do ponto de vista comercial, faz da Alemanha o segundo parceiro mais importante”, revelou o líder do governo português.

O primeiro-ministro português chegou à Chancelaria Federal às 11:30 (menos uma hora em Portugal continental) e foi recebido pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, com honras militares. A integrar a comitiva portuguesa esteve também Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros português.

Luís Montenegro e Olaf ScholzLusa

“Combinámos ambos participar num fórum empresarial que decorrerá aqui em Berlim no fim do ano, ou princípio de 2025, que juntará empresários alemães e que será uma oportunidade para aprofundar os investimentos que as empresas alemãs fazem em Portugal e para dar nota daquilo que as empresas portuguesas aportam à economia alemã”, revelou Montenegro em conferência de imprensa conjunta. “Daremos prioridade aos investimentos na área digital, na área da transição ecológica, na área da inovação”, detalhou.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, sublinhou que Portugal é um “aliado fiável”, “bom amigo da União Europeia”, agradecendo o apoio que tem sido dado na ajuda à Ucrânia, um dos pontos que também foi discutido durante a reunião entre os dois líderes.

A poucos dias das eleições europeias, marcadas para 9 de junho, Scholz e Montenegro aproveitaram para apelar ao voto “expressivo e claro” como um instrumento de combate aos extremismos.

Felizmente os extremismos, quer de direita, quer de esquerda, não são ainda prevalecentes na União Europeia e, muito menos, em Portugal (…) Há efetivamente um deposito de frustração que os eleitores têm evidenciado nas sucessivas eleições, internas e, neste caso também, europeias relativamente a expectativas que não são cumpridas (…) É preciso governar bem, responder aos problemas das pessoas”, sustentou o primeiro-ministro português.

“Passámos grande parte do tempo do nosso encontro a olhar para a competitividade europeia, para a reformulação do mercado interno, para os mecanismos de financiamento e de investimento para criar mais riqueza. Termos mais pujança económica para garantirmos maior bem-estar social. E é isso que combate os extremismos, sejam eles de direita ou de esquerda”, concluiu.

A primeira visita oficial de Luís Montenegro ao estrangeiro foi a Madrid, para um encontro com o presidente do executivo espanhol, Pedro Sánchez.

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