Arquivada averiguação preventiva a Pedro Nuno Santos. Recusada “atuação intencional” ou “contornos criminais”

Em abril, o então secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi alvo de uma averiguação preventiva por parte do DCIAP.

A averiguação preventiva aberta pelo DCIAP contra Pedro Nuno Santos foi arquivada. O despacho de arquivamento, a que o ECO teve acesso, sublinha que “não se vê como concluir pela existência de uma atuação intencional e muito menos com contornos criminais”. Em conformidade, lê-se, “considerando que das averiguações realizadas não se logrou apurar notícia de ilícito criminal e porque não se vislumbra a realização de outras diligências com vista à recolha de outros elementos, determina-se o arquivamento da presente averiguação preventiva”.

“Mostram-se devidamente esclarecidas todas as alegações controvertidas divulgadas publicamente por via da comunicação social e reproduzidas em denúncias endereçadas ao Ministério Público”, refere o despacho. Segundo a magistrada do Ministério Público, “os montantes pagos pela aquisição e alienação de imóveis decorrem, com exatidão, da documentação contratual e os respetivos fluxos financeiros mostram-se clarificados na documentação bancária junta”. Documentos, esses, entregues ao MP pelo próprio Pedro Nuno Santos a 23 de maio, quando foi ouvido no DCIAP.

Na justificação de rendimentos para a compra dos dois imóveis no valor total de 1,3 milhões de euros, a procuradora entendeu que a aquisição das casas foi realizada de forma lícita. “Inexistem quaisquer suspeitas de que os fundos utilizados tenham origem diversa, que não a de rendimentos de trabalho ou o património dos pais, tanto de Pedro Nuno Santos como de Ana Catarina Gamboa”, sua mulher.

“Os montantes pagos pela aquisição e alienação de imóveis decorrem, com exatidão, da documentação contratual e os respetivos fluxos financeiros mostram-se clarificados na documentação bancária junta. (…) Inexistem quaisquer suspeitas de que os fundos utilizados tenham origem diversa, que não a de rendimentos de trabalho ou o património dos pais, tanto de Pedro Nuno Santos como de Ana Catarina Gamboa”.

Em abril, o então secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi alvo de uma averiguação preventiva por parte do DCIAP “na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos”, disse fonte da PGR.

Agora, no despacho final de arquivamento, o objeto desta averiguação foi circunscrito à averiguação de alegações, publicamente divulgadas pela comunicação social e reproduzidas em denúncias remetidas ao Ministério Público, relativas aos imóveis sitos em
Lisboa e em Montemor-o-Novo, adquiridos, respetivamente, pelo valor de 740 mil euros e 570 mil euros, em 2018 e 2022, por Pedro Nuno Santos em compropriedade.

 

A notícia falava num imóvel adquirido em 2018, em regime de co-propriedade com a sua mulher no valor de 740 mil euros. Uma parte do valor terá sido pago a pronto pela mulher de Pedro Nuno Santos. Enquanto que o valor de 450 mil euros que faltava foi financiado por crédito bancário. A revista Sábado falava numa incongruência nas declarações feitas por Pedro Nuno Santos: começou por dizer que o crédito tinha sido amortizado com a ajuda do pai e, mais tarde, retificou a informação por escrito com a informação de que foi amortizado com o produto da venda da primeira casa.

O que ficou de fora da investigação do DCIAP?

Ajudas de custo

De acordo com notícias publicadas na imprensa, entre 2005 e 2015, o ex-secretário geral do PS terá recebido 203 mil euros em subsídios de deslocação no exercício de funções como deputado da Assembleia da República, apesar de ter casa em Lisboa.

Ora, pelo Estatuto dos Deputados, diz o DCIAP, resulta que, “para efeitos de determinação do cálculo de abonos de ajudas de
custos por deslocação, o que releva é a residência definida no cartão de cidadão, ainda que o deputado possua casa própria em Lisboa, o que afasta a prática deste ilícito, uma vez que a sua residência, no período em casa, se situava em S. J oão da Madeira.
A circunstância da residência se localizar em S. João da Madeira até ao final de 2015 mostra-se confirmada por via
documental”.

Empresa do pai de Pedro Nuno Santos

Américo Augusto dos Santos, pai de Pedro Nuno Santos, é o acionista maioritário da sociedade Tecmacal. Até ao dia 24 de fevereiro de 2023, este deteve uma participação nessa sociedade composta por 1.000 ações, correspondentes a
0,5% do respetivo capital social. Por causa dessa participação societária e da circunstância de Pedro Nuno desde 2015 até à atualidade exercer funções políticas, além de ter sido divulgado na comunicação social, exclusivamente com base nessas
notícias, foram denunciadas “suspeitas de favorecimento na obtenção de 2,8 milhões de euros de fundos da EU, por parte da empresa familiar de PNS, quando foi ministro e ao mesmo tempo sócio da referida empresa familiar” e que deveria ser realizada uma auditoria para averiguação de tais factos.

“Relativamente às imputações descritas, constata-se que não são narrados quaisquer factos e condutas concretas, nomeadamente, qual teria sido a intervenção concreta do ex-ministro, não sendo atribuição da justiça penal a realização de sindicâncias à conformidade legal da vida de pessoa singular ou coletiva. A investigação tem de assentar numa descrição minimamente concreta de factos, suscetível de ser averiguada ou que constitua notícia de crime e não em alegações genéricas, sem nenhuma sustentabilidade, que não a mera ilação. Deste modo, também nesta parte não poderia haver lugar à abertura de
Averiguação Preventiva e, muito menos, de Inquérito.

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Instituto Superior Técnico está a contratar técnicos superiores. Tem 25 vagas

Os postos de trabalho são na modalidade de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado e os candidatos devem ser licenciados. Candidaturas decorrem até 26 de junho.

O Instituto Superior Técnico (IST) está à procura de 25 profissionais para a carreira e categoria de técnico superior em diversas áreas. As candidaturas decorrem até 26 de junho.

Gestão Geral, Assessoria à Gestão, Secretariado de Apoio ao Ensino e Investigação, Gestão Académica, Gestão Financeira e de Projetos, Gestão de Recursos Humanos, Relações com o Exterior, Apoio Geral e Apoio Social e a Estudantes são as áreas para as quais o IST procura profissionais.

Os postos de trabalho são na modalidade de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado e os candidatos devem ser licenciados”, refere em nota de imprensa. “A remuneração oferecida é de 1.442,57 euros ou, no caso de trabalhadores titulares do grau académico de doutor, 1.972,04 euros. Os candidatos selecionados terão um plano de formação específico”, detalha ainda.

Será ainda “constituída uma reserva de recrutamento com os candidatos que, apesar de aprovados, não fiquem colocados nos 25 primeiros lugares”.

Os candidatos podem obter mais informação sobre o processo de recrutamento na página do Técnico e na Bolsa do Emprego Público, com o código da oferta OE202506/0325.

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Freguesia de Benfica inicia 68 apartamentos para habitação municipal e promete conclusão em 12 meses

Uma das obras tem orçamento em aberto. Apesar da inclusão dos fogos na estratégia municipal de habitação de Lisboa, junta poderá ter de pagar 1,8 milhões pelo terreno à Câmara.

O novo edifício de habitação municipal no Calhariz de Benfica com 50 apartamentos será construído no prazo de 12 meses, junto à estação da CP e à residência universitária, também esta promovida pela Junta de Freguesia, com fundos PRRHugo Amaral/ECO

A freguesia de Benfica, em Lisboa, vai ter dois edifícios de habitação municipal com um total de 68 apartamentos erguidos em construção modular, uma iniciativa da Junta de Freguesia com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do programa 1.º Direito. Nesta quinta-feira é feita pela Junta a adjudicação do contrato do primeiro edifício, com 50 fogos, no Calhariz, e no dia 26 será tempo do lançamento da primeira pedra de um edifício com 18 apartamentos nas traseiras da Avenida Gomes Pereira. Já o início da obra do prédio no Calhariz ocorrerá em julho.

Ambos os edifícios serão introduzidos na estratégia municipal de habitação do município de Lisboa, a quem caberá o concurso para atribuição das casas a renda acessível. Contudo, no caso do Calhariz, a junta de freguesia poderá ser obrigada a pagar cerca de 1,8 milhões de euros à câmara pelo terreno municipal, o que o presidente da junta de Benfica critica, em declarações ao ECO/Local Online durante a visita ao sítio da obra. Ao lado desta encontra-se uma residência universitária igualmente construída pela junta com valores do PRR e também em construção modular.

Reportagem sobre habitação e construção modular na freguesia de Benfica - 16JUN25
A residência universitária foi o primeiro edifício em construção modular com verbas do PRR erguido na freguesia de BenficaHugo Amaral/ECO

O valor total do investimento no edifício de 50 apartamentos não está ainda fechado, podendo atingir os 7,38 milhões de euros, mediante o montante que venha a ter de ser pago pelo terreno. Contudo, se tiver vencimento a interpretação da junta de freguesia e a autarquia não for ressarcida pelo valor do terreno, este projeto de habitação municipal com apartamentos T1 e T2 terá um custo de 5,77 milhões de euros, o que representa um custo médio na ordem dos 115 mil euros por fogo.

“A estrutura de missão acha obsceno, tal como eu acho, a junta ter de comprar um terreno ao município para fazer estratégia municipal. O terreno é municipal, a estratégia é municipal, a junta é que executa e gere, mas querem vender o terreno a 1,8 milhões”, pormenoriza o autarca do Partido Socialista. “Não é por aí, pagamos o terreno, pomos na candidatura. A estrutura de missão e o IHRU acham estranho, é um duplo ganho para o município, porque faz a estratégia municipal e ganha com a venda do terreno. Estamos à espera do parecer definitivo, mas acho que vai mais na linha do que eu sempre disse, que é absurdo a câmara vender o terreno a uma junta”.

Com uma área total de 484,5 metros quadrados, o edifício de cinco pisos terá apartamentos de tipologias T1 e T2. A data de conclusão prevista é o dia 30 de junho de 2026.

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Uzina e Ikea ganham dois ouros em Cannes

O trabalho da Uzina para a Ikea soma dois ouros, uma prata e um bronze. A Dentsu Creative, a ST&G e a Judas também trazem prémios de Cannes.

O trabalho “HiddenTags”, da Uzina para a Ikea, chegou a ouro nas categorias de Direct e de Creative Media. A agência de António Roquette, com a criatividade liderada por Susana Albuquerque, conquistou assim dois ouros no Festival de Criatividade de Cannes, com o trabalho para a Ikea. A este junta-se uma prata em Direct e ainda um bronze em Creative Data.

A campanha foi lançada pela Ikea para celebrar os seus 20 anos em Portugal, tendo a marca desafiado os clientes a procurarem as etiquetas dos seus produtos, com o objetivo de encontrar o móvel mais antigo da marca sueca em Portugal. Quem tivesse a peça de imobiliário com maior idade ganhava um voucher de 2.000 euros.

Para comunicar a ação, a marca apostou na altura numa campanha presente com um filme em televisão e digital, mas também com imagens em mupis, redes sociais e site. Contou ainda com conteúdo de uma influenciadora para mostrar aos consumidores como ler as etiquetas.

A campanha gerou um aumento de 14% nas vendas (em relação ao ano passado), com 31% das vendas registadas provenientes de novos membros Ikea Family e 42% de crescimento de novos membros no programa de fidelização (+95,5 mil novos membros).

As histórias recebidas com esta ação deram ainda origem a uma nova campanha de posicionamento da marca em Portugal. “Foi incrível, recebemos mais de 4.500 histórias e quando fomos analisar demos conta que as pessoas tinham histórias incríveis com móveis da marca que as acompanham por muito mais tempo do que o que estávamos à espera”, referia em abril a diretora de marketing, Mónica Sousa, ao +M.

Estas histórias serviram assim de mote para o novo posicionamento da marca uma vez que, analisando as histórias, muitas pessoas diziam que os seus móveis duraram muito mais do que as relações que tinham quando os compraram.

Recorde-se que a Uzina e a Ikea, com o mesmo trabalho, também levaram para casa o Grande Prémio da 27.ª edição do Festival do CCP. A campanha recebeu também o Grande Prémio Jornalistas, tendo a Uzina e a Ikea ainda subido a palco como Melhor Agência do Ano e Melhor Anunciante do Ano.

Recorde a entrevista publicada no início de junho a Mónica Sousa, diretora de marketing da Ikea:

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Fed vai manter juros congelados até (pelo menos) setembro

Analistas e investidores são unânimes: a Fed vai manter as taxas de juro inalteradas esta quarta-feira. A grande dúvida é sobre até quando o banco central vai prolongar a pausa.

O Verão está prestes a chegar, com as temperaturas já elevadas por guerras no Médio Oriente e no comércio global, mas a Reserva Federal dos Estados Unidos vai por optar por manter o refrescante gelato — na forma de um corte no custo do dólar — no congelador até setembro, senão mesmo até dezembro.

Os analistas e investidores dão como certo que as Federal Funds Rates vão permanecer no intervalo 4,25-4,50% no final da reunião de dois dias do FOMC (Federal Open Market Commission, comité de política monetária) esta quarta-feira.

“Acreditamos que é quase certo que o Fed manterá as taxas inalteradas na quarta-feira, com os mercados atribuindo praticamente nenhuma chance de um corte”, referiu Matthew Ryan, head of market strategy na Ebury, uma plataforma de sistemas de pagamento e gestão de risco cambial.

Segundo o site CME FedWatch Tool, que monitoriza a negociação dos futuros das taxas de juro, esta terça-feira a probabilidade de a Fed manter as Federal Funds Rates no intervalo atual de 4,25-4,50% era de 99,9%.

Matthew Ryan sublinhou que os membros do FOMC “vão acolher favoravelmente o resultado abaixo do esperado do relatório da inflação dos EUA de maio, mas também estarão cientes de que as tarifas representam pressões ascendentes sobre a inflação e o desemprego, e provavelmente voltarão a afirmar que os riscos para ambos são ascendentes”.

Adiantou ainda que como as últimas previsões da Reserva Federal foram divulgadas antes do chamado Dia da Libertação “é razoável presumir que poderemos assistir a revisões em alta das projeções para a inflação e o desemprego em 2025 esta semana”.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Pausa até setembro ou dezembro?

Com a manutenção das taxas de juro dada como certa esta quarta-feira a atenção vai estar centrada no sinais que a Fed poderá dar através do dotplot — gráfico que representa as avaliações dos membros do comité sobre o rumo das federal funds rates — e da conferência de imprensa de Jerome Powell, o presidente do banco central.

“O ponto-chave a ser observado será a atualização das previsões do Fed e se elas continuarão a apontar para cortes de 50 pontos base nas taxas tanto neste ano quanto no próximo“, afirmaram os analistas do banco de investimento neerlandês ING. “Como isso continua em linha com os preços de mercado, acreditamos que eles optarão por mantê-las, mas o risco é que haja uma mudança para 25 pontos base neste ano e 75 pontos base no próximo, dada a incerteza sobre a rapidez com que a inflação desacelerará após a aplicação das tarifas”.

Recordaram que, no Livro Bege, a Fed comentou que houve relatos generalizados de contactos que esperavam que os custos e os preços subissem a um ritmo mais rápido no futuro. Alguns distritos descreveram esses aumentos de custos esperados como fortes, significativos ou substanciais.

“Portanto, embora os recentes índices de inflação benignos sejam bem-vindos, acreditamos que os investidores devem estar preparados para que as taxas de inflação mensais subam para 0,4% ou até 0,5% a partir de julho“, explicaram os analistas do ING.

“Por isso, pensamos que setembro é demasiado cedo para o Fed se sentir confortável em reduzir as taxas de juro“, sublinharam. “Nessa altura, só teremos dados relativos a julho e agosto e não pensamos que haverá provas suficientes de tensão no mercado de trabalho para compensar os receios de que os valores elevados da inflação a curto prazo possam persistir”, apontando para dezembro como a data mais provável para a Fed recomeçar a cortar as taxas de juro.

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Câmara de Lisboa abre inquérito interno depois de sorteio de 133 habitações ter de ser anulado

  • Lusa
  • 18 Junho 2025

A vereadora da Habitação na Câmara de Lisboa determinou a abertura de um inquérito interno sobre o sorteio de 133 habitações realizado prematuramente na segunda-feira e que, por isso, foi anulado.

Filipa Roseta, vereadora da Habitação e das Obras Municipais da Câmara Municipal de Lisboa, em entrevista ao ECO - 11OUT24
Filipa Roseta, vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, determinou a abertura de um inquérito interno para apuramento dos factos que levaram a um concurso de habitação antes do tempo e de eventuais responsabilidades internas na autarquiaHugo Amaral/ECO

A vereadora da Habitação na Câmara de Lisboa determinou a abertura de um inquérito interno sobre o sorteio de 133 habitações no concurso do Programa Renda Acessível, realizado prematuramente na segunda-feira e que, por isso, foi anulado.

“Foi anulado em virtude de não terem sido cumpridas as formalidades regulamentares exigidas de transmissão pública, bem como de data e hora previamente anunciados”, esclareceu a câmara, referindo-se ao sorteio do 29.º concurso do Programa Renda Acessível (PRA), que foi realizado na segunda-feira, quando o estipulado era que se realizasse na terça-feira.

Consequentemente, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta, determinou a abertura de “um inquérito interno para apuramento dos factos e de eventuais responsabilidades”, indicando que as conclusões dessa averiguação serão públicas, “assegurando-se, assim, a transparência de todo o processo, enquanto fator de credibilização da prática seguida até ao momento”.

Na sequência da anulação do sorteio realizado inadvertidamente na segunda-feira, “por razões técnicas”, segundo a informação prestada pela câmara aos candidatos do 29.º concurso do PRA, “será realizado um novo procedimento, cujo sorteio público ocorrerá no próximo dia 27 de junho, pelas 15h30, abrangendo o mesmo universo de concorrentes”.

Consultada pela agência Lusa, a plataforma ‘online’ Habitar Lisboa, que permite o registo do interesse dos munícipes no acesso aos programas de habitação do município, a submissão e gestão das suas candidaturas e a comunicação com os serviços onde decorrem as candidaturas, refere que o 29.º concurso do PRA, com 133 habitações, registou um total de 7.362 candidaturas.

Apesar de a situação do sorteio anulado, a plataforma ‘online’ Habitar Lisboa está operacional, inclusive foi realizado nesta quarta-feira o sorteio do 30.º concurso do PRA, com 17 habitações destinadas a pessoas com mobilidade condicionada.

Quanto ao 29.º concurso do PRA, o processo de candidaturas decorreu entre as 15h00 de 21 de maio e as 17h00 de 16 de junho, com 133 habitações, de tipologias T0 a T3, a maioria localizada na freguesia de Marvila, mas também em Arroios, Olivais, Carnide e Alvalade.

As candidaturas ao concurso decorreram através da plataforma ‘online’ Habitar Lisboa, onde os interessados poderão consultar informação detalhada sobre os imóveis, incluindo a localização, plantas e existência ou não de barreiras arquitetónicas, indicou a câmara.

Das 133 habitações a concurso, 121 localizam-se na freguesia de Marvila, “em edifícios cuja construção foi iniciada no atual mandato [2021-2025], na Rua Dr. José Espírito Santo e Rua João José Cochofel”, revelou a câmara.

As restantes 12 casas situam-se “em edifícios pertencentes ao património municipal disperso pela cidade”, nomeadamente em Arroios, Olivais, Carnide e Alvalade.

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Repsol prevê arrancar produção de biometano e hidrogénio em Sines no próximo ano

  • Lusa
  • 18 Junho 2025

A Repsol quer arrancar em 2026 com a produção de biometano e hidrogénio em Sines, como parte da estratégia de transição energética e reconversão das suas unidades industriais.

A Repsol quer arrancar em 2026 com a produção de biometano e hidrogénio em Sines, como parte da estratégia de transição energética e reconversão das suas unidades industriais.

O administrador-delegado da Repsol em Portugal, Armando Oliveira, disse à agência Lusa que “já está tudo preparado” para o novo projeto de biometano, gás renovável, quimicamente semelhante ao gás natural, mas produzido a partir de resíduos orgânicos — como estrume, restos agrícolas ou alimentares.

No entanto, ainda não arrancou porque há outros investimentos em curso, nomeadamente a nova fábrica de reutilização de polímeros e a instalação de painéis solares, que condicionaram a concretização do calendário, explicou à margem da apresentação da nova imagem da empresa.

“Há um conjunto de investimentos que, por vezes, ganham prioridade sobre outros”, afirmou, antecipando, no entanto, o arranque da produção para 2026.

No que toca ao hidrogénio, avançou que também têm em curso um projeto e estão a analisar “a possibilidade da extensão do serviço a Torres Novas”.

“Estamos a estudar quase a arte da NASA porque é tudo novo”, observou, explicando que se trata de um processo de inovação gradual. “É tudo uma aprendizagem passo a passo”, reforçou. Ainda assim, está confiante que haja novidades concretas também no próximo ano.

A produção em Sines integra a aposta da empresa na reconversão das refinarias para combustíveis 100% renováveis, como o HVO (óleo vegetal hidrotratado), obtido a partir de resíduos agrícolas e orgânicos combinados com hidrogénio verde produzido por eletrólise com energia solar.

“O que estamos habituados a ver como uma refinaria vai transformar-se radicalmente”, assinalou.

A Repsol, que se apresenta como o maior produtor ibérico de combustíveis renováveis, diz estar focada numa transição tecnológica “justa e inclusiva”, que combine várias soluções.

“O puzzle final da energia vai ser feito de várias peças”, defendeu, referindo-se à coexistência dos carros elétricos, do diesel renovável, do hidrogénio e de outras alternativas.

Questionado sobre o aumento da concorrência dos postos de serviços ‘low cost’ em Portugal, o gestor reconheceu que o segmento tem o seu espaço, mas destacou que mais de 35% dos clientes da Repsol optam pelos produtos de maior qualidade.

Segundo Armando Oliveira, os combustíveis aditivados ou 100% renováveis têm custos de produção mais elevados, refletidos no preço final.

Sobre o impacto dos conflitos geopolíticos na evolução dos preços dos combustíveis, “vivemos tempos tão perturbados que fazer futurologia é um erro”, considerou, lembrando que os combustíveis são ‘commodities’ cotadas internacionalmente e, por isso, fortemente expostas a fatores externos.

“Já demonstrámos que conseguimos sobreviver até nas circunstâncias mais complicadas”, acrescentou, apontando a pandemia.

“Com o covid, aprendemos a gerir ao dia, não sabíamos o dia de amanhã. Este setor chegou a estar parado, chegámos a ter as vendas que caíram 60% a 70% com as lojas fechadas. Ainda assim, o setor sobreviveu”, apontou.

Apagão? “Ninguém estava preparado, mas temos de estar”

Relativamente ao apagão elétrico que afetou a Península Ibérica no dia 28 abril, Armando Oliveira defendeu que é essencial preparar o país para a eventual repetição de situações semelhantes. “Foi a primeira vez, ninguém estava preparado, mas temos de estar”, alertou, destacando a importância da logística e da capacidade de comunicação em contexto de crise.

O responsável salientou ainda que o gás natural continuará a desempenhar um papel relevante na matriz energética, embora defenda a necessidade de reduzir a dependência externa e apostar na eficiência.

“O consumo de energia também depende do comportamento de todos nós. Se formos mais eficientes, seremos menos dependentes”, concluiu.

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Médis promove novo posicionamento com campanha assinada pela Stream and Tough Guy

  • + M
  • 18 Junho 2025

Com a campanha, presente em televisão, exterior, rádio e digital, a Médis procura romper com a ideia de que "é apenas um seguro" e "abrir a saúde a todos os portugueses".

A Médis está a dar a conhecer um novo posicionamento através de uma campanha multimeios assinada pela Stream and Tough Guy (S&TG). O principal objetivo passa por “conseguir romper com a ideia de que a Médis é apenas um seguro e abrir a saúde a todos os portugueses“.

Num tom “humorístico e surpreendente”, a campanha explora a ideia de uma pessoa que não quis esperar mais e decidiu tratar da sua própria saúde em casa. “Contudo, é surpreendida com a nova proposta de valor da Médis e percebe que já não precisa de tentar tratar-se sozinha, pois a Médis é, agora, um sistema de saúde para todos”, descreve-se em nota de imprensa.

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Com estratégia e criatividade da Stream and Tough Guy e realização de Nuno Alberto e João Marques, da 78 Films, a campanha está presente em televisão, exterior, rádio e digital. O planeamento de meios ficou a cargo da Arena Media.

Com esta campanha a Médis procura assim mostrar que “mudou” e que “deixou de ser apenas um seguro de saúde para passar a ser uma marca de saúde, aberta a todas as pessoas, com ou sem seguro de saúde, às quais disponibiliza diversos serviços de saúde físicos e digitais”.

A empresa do Grupo Ageas Portugal pretende, portanto, reposicionar-se no mercado. “De sinónima de seguros de saúde (transação financeira) para um ecossistema de saúde (prestador de serviços) com uma oferta integrada e única no mercado, a Médis afirma-se, agora, como um sistema de saúde para todos, aberto, inclusivo, preocupado com a promoção da saúde”, lê-se ainda em nota de imprensa.

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Uzina e Ikea ganham prata em Cannes. Judas e Super Bock trazem um bronze

À prata e bonze da Uzina juntam-se um bronze da Judas, dois da Dentsu Creative e um da Stream and Tough Guy. Portugal ainda está em jogo.

É a primeira prata do ano no Festival de Criatividade de Cannes. A Uzina, com o trabalho “HiddenTags”, para a Ikea, ganhou prata em Direct. O trabalho, vencedor do Grande Prémio no Festival do CCP e também do Grande Prémio Jornalistas, recebeu ainda um bronze em Creative Data.

O dia segue com boas notícias para a Judas e para a Super Bock, com o trabalho “Drinkable Anthem” a ganhar também bronze em Direct.

Com os ouros nestas categorias ainda por revelar, mantém-se em aberto a possibilidade de as agências continuarem a somar na edição deste ano do mais importante festival de criatividade, que termina no dia 20.

Aos três prémios agora conhecidos, recorde-se, à que juntar a Dentsu Creative, com a campanha “Outnumbered”, para o canal História, ganhou um bronze em Outdoor, ao qual se somou outro em Print.

Também a Stream and Tough Guy, com “Save Us From The USA”, para a Change the Ref, ganhou bronze em Outdoor.

Com oito trabalhos, Portugal somou 18 entradas em shortlist, pela mão das agências Dentsu Creative (12), Uzina (quatro), Stream and Tough Guy (um) e Judas (um), e conquistou cinco bronzes e uma prata.

São, recorde-se, 137 os trabalhos que estão a representar Portugal na 72ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, que decorre de 16 a 20 de junho.

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Rangel prefere “contas justas” em vez de “contas certas” à António Costa

Ministro dos Negócios Estrangeiro cunhou o novo termo face às dificuldades externas, mas criticou a "maneira enviesada" como governos anteriores do PS defenderam o equilíbrio das finanças públicas.

Em vez de “contas certas”, expressão cunhada pelos governos socialistas de António Costa ou Fernando Medina, o Governo prefere agora defender “contas justas” face às “dificuldades na frente externa”. O termo foi usado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, esta quarta-feira, no encerramento do debate do programa do Executivo, no Parlamento.

“Não vamos chamar-lhe, à maneira enviesada dos nossos antecessores, contas certas. Vamos chamar-lhes contas justas! Porque elas são certas, mas não são cegas”, justificou, dirigindo-se ao candidato único à liderança do PS, José Luís Carneiro.

Para Rangel, as contas são “justas”, porque “estão de olhos abertos para as necessidades concretas das pessoas e do Estado social”. Resta saber se em vista não estará uma eventual derrapagem orçamental. Apesar de o Governo manter o cenário de excedente de 0,3% do PIB para este ano, o Banco de Portugal já antecipa um défice de 0,1% e o Conselho das Finanças Públicas (CFP) projeta um saldo nulo (0,0% do PIB). Para 2026, as previsões são mais pessimistas. Para o próximo ano, o regulador da banca espera agora um défice de 1,3% e o CFP um saldo negativo de 1%, mas o Executivo antecipa ainda um excedente de 0,1% do PIB.

O super-ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, já tinha chamado a atenção para as dificuldades que se avizinham. “A economia é feita de ciclos e o ciclo que estamos a viver não é particularmente esperançoso à escala global. Portugal não ficará imune às consequências das guerras nem aos sobressaltos do regime tarifário americano”, admitiu esta terça-feira, durante o debate do programa do Executivo, na Assembleia da República.

Não vamos chamar-lhe, à maneira enviesada dos nossos antecessores, contas certas. Vamos chamar-lhes contas justas! Porque elas são certas, mas não são cegas.

Paulo Rangel

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros

Paulo Rangel também reconheceu os sinais negativos. “É por sabermos que há sérias dificuldades e incertezas na frente externa, que temos de reforçar e redobrar o nosso esforço e nosso empenho na frente interna”. Mas mantém-se otimista. “O Governo demonstrou que é possível ter boas contas sem descuidar e destruir o Estado social, na saúde, educação, justiça e na Segurança Social. É possível, é viável, valorizar os profissionais dos serviços públicos e manter boas contas”, defendeu. E insistiu: “As nossas contas são certas, mas não são certas, são muito mais do que certas, são justas”.

De resto, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já tinha afastado a necessidade de um Orçamento retificativo face ao conjunto de medidas que quer tomar já este ano, desde logo a redução do IRS em 500 milhões de euros.

Na sua intervenção, o número dois de Luís Montenegro no elenco governativo defendeu ainda o ímpeto reformista do Estado. “Em vez de um Estado flácido e gordo, queremos um Estado forte e elegante, atlético”. E pediu maior responsabilidade a Chega e PS nas condições de governabilidade.

A encerrar o debate do programa do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, começou por usar a alegoria do apagão elétrico para fazer uma comparação com o “apagão político” provocado pelo chumbo da moção de confiança ao primeiro Executivo de Luís Montenegro. Mas as eleições legislativas de 18 de maio foram um “reset” que deram uma “maioria maior”, mas são necessárias pontes com outros partidos da oposição para dar condições de governabilidade.

“Vimos, ouvimos e sentimos no Chega, no PS, na IL, no PAN e no JPP, quiçá até levemente no Livre, uma disponibilidade para cooperarem na construção da estabilidade e no desenvolvimento de políticas da agenda transformadora”, indicou.

No entanto, exigiu mais dos “dois maiores partidos da oposição”, Chega e PS, sem distinção entre quem ficou em segundo ou terceiro lugar nas legislativas. “Ninguém compreenderá que a disposição de abertura dos dois maiores partidos da oposição desague ou venha a desaguar num comportamento irresponsável de votos pios ou votos vazios”, sublinhou. E, concluiu que, na atual reconfiguração do sistema partidária, “a AD é o movimento político do meio e esse é um dado incontornável”.

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Clan procura mais de 300 trabalhadores para a transformação do tomate

  • Trabalho
  • 18 Junho 2025

Grupo HIT procura trabalhadores sazonais, que estejam disponíveis entre julho e agosto. Há mais de 300 vagas em abertos, para Castanheira do Ribatejo e Marateca.

O Grupo HIT tem abertas, neste momento, mais de 300 vagas de emprego para a transformação do tomate, em Castanheira do Ribatejo e Marateca. O recrutamento está a cargo da empresa de recursos humanos Clan, que esclarece que os candidatos devem ter disponibilidade a partir de julho.

“As vagas dizem respeito a funções de operadores de produção, operadores de armazém, operadores de classificação, operadores de controlo de qualidade, analistas de qualidade e assistentes administrativos“, é detalhado na nota enviada às redações.

Segundo esse comunicado, os selecionados irão integrar a Kagome Foods Portugal e a FIT (fábricas do Grupo HIT), “para dar resposta às necessidades sazonais“. Daí que os candidatos devem estar disponíveis entre julho e outubro.

“O Grupo HIT garante o transporte gratuito de todos os colaboradores em laboração contínua, a partir de várias zonas do Montijo, Águas de Moura e Setúbal, e também desde o Carregado e da paragem Continente Modelo, na EN10 Alverca, até à Castanheira do Ribatejo”, é ainda esclarecido.

As candidaturas podem ser feitas pela via digital ou presencialmente (na fábrica da Kagome Foods Portugal ou na Fomento da Indústria do Tomate).

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IAPMEI requer devolução de financiamento do PRR atribuído em situação de conflito de interesses

  • Lusa
  • 18 Junho 2025

No relatório anual de 2024, o OLAF "revela que uma investigação feita à atribuição de fundos europeus a Portugal encontrou um conflito de interesses, num projeto de 'Digital Innovation Hubs' do PRR.

O IAPMEI requereu à entidade financiada a devolução de mais de 360.000 mil euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) recebidos para um projeto em que foi detetado um conflito de interesses pelo organismo europeu antifraude.

Segundo avançou à Lusa fonte oficial do IAPMEI — a quem compete a gestão intermédia dos projetos da medida Polos de Inovação Digital (Digital Innovation Hubs) do PRR — o inquérito desencadeado pelo organismo europeu de luta antifraude (OLAF) foi encerrado em dezembro de 2024, tendo resultado numa “recomendação financeira e administrativa de recuperação de fundos, processo que se encontra atualmente em curso”.

Garantindo que o instituto “colaborou plenamente com o inquérito do OLAF relativo à identificação de um potencial conflito de interesses na avaliação dos projetos” da medida em causa, o IAPMEI salienta o seu “compromisso com os princípios de transparência e boa gestão dos fundos europeus, assegurando o cumprimento rigoroso de todas as obrigações decorrentes da execução do PRR”.

O Jornal de Negócios noticiou esta quarta-feira que o OLAF detetou o primeiro caso de conflito de interesses na implementação do PRR em Portugal, envolvendo um projeto de inovação digital que “foi avaliado por um perito com ligações a uma universidade que integra um dos consórcios selecionados para receber apoios do PRR”.

De acordo com o jornal, no seu relatório anual referente a 2024, o OLAF “revela que uma investigação feita à atribuição de fundos europeus a Portugal encontrou um conflito de interesses, ‘nas fases iniciais do processo de seleção’ de candidaturas a apoios do PRR”.

O relatório indica ainda que a situação terá sido comunicada ao organismo responsável pela implementação desse financiamento, mas, de acordo com a investigação realizada, não terá sido resolvida.

“Apesar da divulgação do conflito de interesses, o organismo competente não solicitou a suspensão da atividade corresponde”, escreve o Jornal Negócios, citando o OLAF, segundo o qual “o organismo competente não preveniu ou não resolveu adequadamente o conflito de interesses em causa, o que constitui uma clara violação das regras do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) e do Regulamento Financeiro”.

Embora o relatório do OLAF não refira qual o projeto nem a entidade competente em causa, o jornal avançou tratar-se de um projeto de ‘Digital Innovation Hubs’, cuja gestão intermédia compete ao IAPMEI. Segundo o OLAF, o projeto em causa terá recebido financiamento do PRR no valor total de 362.104 euros.

Os ‘Digital Innovation Hubs’ são redes colaborativas que incluem universidades e centros de competências digitais, visando apoiar as pequenas e médias empresas (PME) e a administração pública no “desenvolvimento, teste e experimentação” de soluções digitais para a sua atividade diária.

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