Líderes do BCP e BPI trocam ‘galhardetes’ sobre Novobanco

“Não esqueço os tempos da troika. Os bancos que apoiaram o Estado foram Caixa, BCP e BES”, recordou Miguel Maya. Oliveira e Costa ripostou: “Para os acionistas desses bancos correu-lhe muito mal".

Os líderes do BCP e do BPI envolveram-se numa troca de ‘galhardetes’ a propósito do tema do Novobanco e da possibilidade de os espanhóis reforçarem a sua importância no sistema financeiro nacional. “Nunca me esqueço dos tempos da troika e da assistência financeira. Era preciso dar apoio ao Estado português e os bancos que apoiaram chamam-se Caixa, BCP e na altura BES. Os outros [BPI e Santander] mantinham a posição, mas tinham obviamente um enquadramento que era definido lá fora”, recordou Miguel Maya. João Pedro Oliveira e Costa respondeu a seguir: “Para os acionistas desses bancos correu-lhes muito mal”.

Os dois banqueiros falavam na Money Conference, organizada pelo Diário de Notícias. E um dos temas que surgiu foi o processo de venda do Novobanco.

Miguel Maya considerou que é bom um equilíbrio no mercado bancário português e elogiou a presença espanhola por cá: “É ótimo ter bancos de matriz espanhola a operarem em Portugal e têm contribuído muitíssimo para o desenvolvimento da economia portuguesa”.

Mas acrescentou de seguida: “Não sou radical, é bom haver diversidade, mas é muito bom ter banca nacional”.

A resposta de João Pedro Oliveira e Costa, líder do BPI, detido pelos espanhóis do Caixabank e de quem se especula que poderá avançar para a compra do Novobanco, foi dura e longa. “É importante recordar tudo e não apenas parte”, disse.

“Não concordo com ‘Operações Coração'”

“Não foram os três bancos que o banco falou, acho que o sistema português trabalhou na famosa Operação Coração. Não concordo com operações coração. Todos aprendemos uma grande lição e ainda hoje estamos a pagar essa fatura”, começou por referir o gestor.

“Também não acredito que os bancos sejam instrumentos do Estado, para que os políticos que executam mal as suas funções e depois nós tenhamos de ir apagar os fogos e pagar as faturas duas vezes”, acrescentou.

Referindo-se diretamente à afirmação de Miguel Maya, Oliveira e Costa lembrou também que para os acionistas dos três bancos – Caixa, BCP e BES – também não lhes correu bem. “Correu-lhes até muito mal”. “E ainda passamos a vergonha de assistir a uma CPI onde há uma data de gente em que não se lembram de nada”, afirmou ainda.

“Este foi o cenário em que nós passamos e que acho que nos livrámos. Voltar a ele é altamente negativo”, atirou.

O líder do BPI recordou ainda que quando dois bancos estrangeiros decidiram sair de Portugal – o Barclays e o Deutsche Bank – foram dois bancos espanhóis que compraram o negócio (Bankinter e Abanca). “Não há capital nacional privado para ter um papel importante na banca portuguesa”, notou.

João Pedro Oliveira e Costa assegurou ainda que desde que tomou a liderança do BPI há cinco anos sempre tomou as decisões “aqui” e que não precisou de passar a fronteira. “Sempre tive o centro de decisão em Portugal e no dia em que não tiver aqui o centro de decisão vou me embora”, disse.

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Câmara de Lisboa retira cartazes de propaganda política entre Saldanha e Entrecampos

  • + M
  • 26 Maio 2025

Depois de ter "previamente notificado" os partidos para a retirada dos cartazes, a autarquia lisboeta avançou para a sua remoção coerciva. Em causa estão mais de 30 cartazes, de diferentes partidos.

Foto: Câmara Municipal de LisboaCâmara Municipal de Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa avançou com a remoção de cartazes de propaganda política no Eixo Central, entre o Saldanha e Entrecampos.

Os partidos que tinham materiais de propaganda nesta zona foram “previamente notificados” para procederem à remoção voluntária dos mesmos. “Não tendo tal sucedido dentro do prazo estabelecido para o efeito, os serviços da autarquia avançaram com a sua remoção coerciva“, refere o município, avançando que estão em causa mais de 30 cartazes, de diferentes cores políticas.

“Lisboa é a nossa casa comum e não podemos permitir que o espaço público continue a ser ocupado por dezenas de cartazes políticos. É uma poluição visual absolutamente indesejável, que prejudica a cidade e impede que os lisboetas usufruam deste local, além de comprometer a valorização da nossa história e a salvaguarda do nosso património”, diz Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, citado em comunicado.

A decisão da autarquia tem também por base o facto de esta área da capital estar abrangida pelo Plano das Avenidas Novas, da responsabilidade de Ressano Garcia, e de nela se localizarem “vários edifícios classificados ou com interesse patrimonial muito relevante, referenciados na Carta Municipal do Património do PDM de Lisboa”, refere-se em nota de imprensa.

Em 2022, o executivo lisboeta, já presidido por Carlos Moedas, retirou os cartazes de propaganda política da Praça Marquês de Pombal, medida que foi alargada à Alameda Dom Afonso Henriques em dezembro do ano passado.

“Depois de termos proibido a colocação de cartazes no Marquês de Pombal e na Alameda, alargámos esta medida ao Eixo Central. Estamos a retirar os cartazes políticos existentes entre o Saldanha e Entrecampos, um espaço nobre da cidade que não pode continuar a ser tratado como um painel político permanente. Esta não é uma medida contra os partidos, mas sim uma iniciativa a favor da cidade, a favor dos lisboetas“, refere Carlos Moedas.

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Advogados apelam ao Governo que crie sala para mega julgamentos em Lisboa

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

O presidente do Conselho Regional de Lisboa da OA apelou ao Ministério da Justiça que crie uma sala para megajulgamentos em Lisboa, alegando que o Tribunal de Monsanto, na capital, não é solução.

O presidente do Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados (OA) apelou ao Ministério da Justiça que crie uma sala para megajulgamentos em Lisboa, alegando que o Tribunal de Monsanto, na capital, não é solução.

Telmo Semião falava aos jornalistas após uma visita às instalações deste tribunal, onde está a decorrer o julgamento de um processo com 124 acusados de associação criminosa e burla informática, entre outros crimes, por um esquema de ‘phishing’ (fraude online) que, entre junho de 2021 e maio de 2022, terá lesado as vítimas em mais de um milhão de euros.

“Se são feitas acusações, megaprocessos com centenas de arguidos, depois deveriam existir condições para se fazer um julgamento em condições e, de facto, não existe essa sala de tribunal atualmente em Lisboa, nem sequer no resto do país”, afirmou o presidente do CRL da OA.

Questionado sobre se a solução poderia passar por obras no Tribunal de Monsanto, o advogado sustentou que o edifício teria de ser alvo de “remodelações profundas”, sendo preferível que o Governo construa de raiz ou arrende e adapte um edifício para megajulgamentos.

“A arquitetura deste espaço e as condições que tem atualmente não me parece que sejam as ideais para transformá-lo numa sala de megajulgamento. Eventualmente será mais fácil encontrar um outro espaço que seja possível adaptar para esse efeito. É um trabalho que vai ter de ser realizado pelo Ministério da Justiça”, disse.

Segundo o presidente do CRL da OA, da primeira para a segunda sessão do julgamento que decorre atualmente no Tribunal de Monsanto os advogados passaram a dispor de cadeiras, mesas e tomadas, e deixaram de estar distribuídos por várias salas.

O Tribunal de Monsanto foi construído na década de 1980 e é composto por duas salas de dimensões diferentes, cada uma composta por três partes, separadas por vidros: uma para juízes, procuradores, funcionários judiciais e advogados, outra para os arguidos e uma terceira para o público.

No julgamento que decorre atualmente na sala de maior dimensão do tribunal, os advogados sentam-se nas duas primeiras partes, que deixaram agora de estar separadas por vidros, os arguidos na terceira, e o público na segunda sala, mais pequena, assistindo às diligências por videoconferência, constatou a Lusa no local. “Há o mínimo de condições. […] Não são as condições ideais”, resumiu Telmo Semião.

O presidente do CRL da OA acrescentou que o órgão que lidera pretende abrir “canais de comunicação, nomeadamente com o Ministério da Justiça, para que sejam criadas condições” em todos os tribunais para que “todos os advogados possam exercer dignamente as suas funções”.

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Só 19% dos votos dos emigrantes chegaram a Portugal. Contagem começa na terça-feira

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Até sexta-feira tinham chegado a Portugal 296.283 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, o que representa 18,77% dos eleitores inscritos.

Perto de 19% dos votos dos emigrantes portugueses chegaram a Portugal até sexta-feira, estando marcada para terça-feira o início da sua contagem, que decorrerá até ao dia seguinte, em Lisboa.

Segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até sexta-feira tinham chegado a Portugal 296.283 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, o que representa 18,77% dos eleitores inscritos para as legislativas do passado dia 18.

Nas eleições de 2024, e no período homólogo, tinham chegado a Portugal 19,42% das cartas enviadas a estes cidadãos.

Foram devolvidas 154.094 cartas, ou seja, 9,76% das expedidas a partir de Portugal para estes eleitores no estrangeiro.

As cartas começaram a ser enviadas a 12 de abril, para 192 destinos, tendo a última expedição acontecido a 21 de abril.

As escolhas dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro vão continuar a chegar a Portugal até quarta-feira, dia em que se conhecerá o seu resultado e qual o partido que ficará em segundo lugar: PS ou Chega.

Nos últimos 20 anos, o PS e o PSD dividiram os mandatos pela Europa e Fora da Europa, mas este bipartidarismo terminou em 2024, quando o Chega elegeu um deputado por cada um destes dois círculos.

Às eleições do dia 18 concorreram 36 candidaturas aos dois círculos, 18 para cada um.

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Presidente do BPI garante que “não tem em curso nenhum estudo” para comprar o Novobanco

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

João Pedro Oliveira e Costa diz que o acionista CaixaBank não falou consigo sobre uma possível operação e que até agora toda a informação que tem é que o BPI se mantém focado no crescimento orgânico.

O presidente do BPI disse esta segunda-feira que não tem conhecimento de qualquer operação do CaixaBank (acionista do BPI) sobre o Novobanco e que as ordens do acionista espanhol continuam a ser de crescimento orgânico.

“O BPI não tem, e eu não tenho, conhecimento de nenhuma operação que esteja em curso e a estratégia do CaixaBank compete ao acionista, por isso compete a ele próprio defini-la. O BPI não está envolvido em nenhuma operação, nós não temos em curso nenhum estudo sobre a operação do Novobanco”, disse João Pedro Oliveira e Costa à Lusa, à margem da Money Conference, que decorre em Lisboa.

O gestor afirmou que o acionista não falou com o BPI sobre essa operação, que até agora toda a informação é que o BPI se mantém focado no crescimento orgânico (aumento do negócio sem aquisições) e reforçou que “qualquer decisão estratégica do acionista compete ao acionista”.

“A estratégia que tem sido afirmada pelo CaixaBank tem sido sempre de crescimento orgânico. Claro que se oportunamente houver algo semelhante conto que estejamos envolvidos, mas neste momento aquilo que me é dito pelo meu acionista é crescimento orgânico e é nisso que estou focado”, disse.

Sobre o risco de maior dominância de Espanha na banca portuguesa, considerou que num contexto europeu não interessa a origem do capital e disse ficar incomodado com o tema da ‘espanholização’ da banca portuguesa.

“Num contexto europeu o que nós queremos são instituições fortes, europeias, que suportem as nossas economias e que haja cada vez mais capacidade de nós termos uma voz internacional. Se nós continuarmos, ainda para mais sendo um pequeno país e uma pequena economia, a fecharmo-nos sobre nós próprios vai ser muito complicado”, afirmou.

João Pedro Oliveira e Costa disse que o BPI é detido na totalidade pelo grupo espanhol Caixabank, mas que o centro de decisão é em Portugal e decide em Portugal todas as operações de crédito.

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse a semana passada em entrevista à RTP que seria bom “para o mercado bancário português que a presença espanhola não aumentasse”.

O Novobanco foi criado em agosto de 2014 para ficar com parte da atividade bancária do BES, no âmbito da resolução deste.

O principal acionista do Novobanco, Lone Star (tem 75% do banco), anunciou para este ano a venda de parte do banco. A imprensa tem noticiado o interesse do espanhol CaixaBank, que não comenta oficialmente o tema.

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Trump diz que Putin “ficou completamente louco”. Rússia responde que está a “garantir a segurança do país”

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Presidente dos EUA disse também que a tentativa de conquistar toda a Ucrânia "levará à queda da Rússia”. Moscovo já respondeu a Trump, alegando que Vladimir Putin está a "garantir a segurança do país”

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que o homólogo russo, Vladimir Putin, “ficou completamente louco” e avisou que qualquer tentativa de conquistar todo o território ucraniano vai levar “à queda” da Rússia.

“Sempre tive muito boas relações com o Presidente russo, Vladimir Putin, mas algo aconteceu com ele. Ficou completamente LOUCO!”, escreveu Trump, no domingo, na sua rede social, Truth Social, fazendo uso das habituais letras maiúsculas.

Sempre disse que ele quer TODA a Ucrânia, não apenas parte dela, e talvez isso esteja a revelar-se verdade, mas, se ele o fizer, isso levará à queda da Rússia!“, acrescentou.

De acordo com a força aérea da Ucrânia, o país foi atingido, na madrugada de domingo, por um ataque de 367 projéteis, incluindo 69 mísseis e 298 drones, após outros ataques maciços na noite anterior. As autoridades ucranianas registaram 13 mortos.

[Putin] está a matar desnecessariamente muitas pessoas, e não estou a falar apenas de soldados. Mísseis e drones estão a ser disparados contra cidades ucranianas sem qualquer motivo”, denunciou Trump.

O líder norte-americano também criticou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por “não fazer nenhum favor ao seu país ao falar da forma como fala”. “Tudo o que sai da sua boca cria problemas. Não gosto disso e é melhor que pare“, avisou.

Volodymyr Zelensky pediu no domingo que se faça pressão sobre a Rússia, para a obrigar a cessar os ataques. O líder ucraniano afirmou que “o silêncio dos Estados Unidos e de outros países apenas encoraja Putin”.

Desde meados de fevereiro, Washington tem feito repetidos apelos a um cessar-fogo e tem abordado Moscovo para esse fim, sem resultados concretos até à data.

Trump reuniu-se há uma semana com o homólogo russo durante quase duas horas. Na altura, mostrou-se positivo, e excluiu qualquer pressão adicional sobre Moscovo.

Rússia responde a Trump. Putin está a “garantir a segurança do país”

A presidência russa afirmou, entretanto, que Vladimir Putin toma as decisões necessárias para garantir a segurança do país em resposta às críticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, aos recentes ataques contra a Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, a sede da presidência russa, Dmitri Peskov, desvalorizou a reação de Trump na conferência de imprensa telefónica de hoje, qualificando-a como emocional.

“Este é um momento muito importante que está ligado, naturalmente, à carga emocional de absolutamente toda a gente e a reações emocionais”, disse Peskov.

Sobre os ataques, disse que Putin “toma as decisões que são necessárias para garantir a segurança do país”, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

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CEO da americana Cloudflare diz que Portugal “não é um país sério” e ameaça cortar investimento

Líder da Cloudflare ameaça cortar investimento no país devido às dificuldades burocráticas não resolvidas. Em outubro, a gigante americana tinha anunciado mais 500 empregos no país.

Portugal não é um “país sério”, tendo as condições para o investimento piorado nos últimos seis anos de presença da Cloudflare em Portugal. “Todas as promessa que o Governo fez para reduzir a burocracia, tornando mais fácil a operar como negócio para tentar contratar, foram quebradas”, acusa Matthew Prince, CEO da gigante norte-americana, numa publicação na X (antigo Twitter).

“Portugal tem piorado de forma significativa desde que começamos a investir no país. Se esta tendência continua, deixaremos de investir. E se estás a considerar, enquanto tecnológica, serias louco em fazê-lo sem algumas fortes garantias do Governo”, escreveu na rede social.

“Prometeram-nos muito para contratar muitas pessoas em Portugal. Contratámos muita gente e o Governo português não cumpriu com nenhuma das suas promessas”, acusou ainda o gestor, classificando o processo como um “#clownshow” [circo].

Colômbia, Chile, e talvez agora a Argentina. Todos países mais sérios do que Portugal.

Matthew Prince

CEO da Cloudflare

As condições para investir têm piorado em vários aspetos, mas “sobretudo [na] imigração”, bem como no que toca aos vistos e ao que diz ser uma burocracia “sufocante”. “Estou sobretudo cansado de me dizerem que as coisas vão melhorar se investirmos mais, para apenas as tendências continuarem a piorar”, acrescentou.

E na comparação com outros mercados emergentes do continente americano, Portugal também não sai bem na fotografia. “Colômbia, Chile, e talvez agora a Argentina. Todos países mais sérios do que Portugal”, disse o gestor. Em resposta a outro comentário, face ao Médio Oriente, assinalou igualmente que “Portugal promete mais e entrega muito, muito menos”.

Em outubro do ano passado, a Cloudflare mudou-se para novos escritórios em Lisboa e anunciou a intenção de contratar, nos próximos quatro anos, entre 400 a 500 pessoas. Um projeto que, a concretizar-se, faria com que o hub da empresa em Portugal atingisse as 800 pessoas, a mesma dimensão da delegação em Austin, nos EUA.

As queixas do CEO da Cloudflare sobre as dificuldades de contratação de profissionais fora do país, assim como sobre as longas filas no aeroporto não são de agora. Já em 2018, aquando da visita a Portugal para analisar a abertura de escritório no país, recorreu à rede social para dar conta do seu descontentamento.

“[Aterrei] em Lisboa para investigar a hipótese de abrir um escritório da Cloudflare aqui. A fila de duas horas para passar a imigração não causa uma boa primeira impressão”, escreveu o empreendedor norte-americano, numa mensagem acompanhada por uma fotografia de uma longa fila no Aeroporto Humberto Delgado.

em 2021, um outro episódio envolvendo a Cloudflare criou um irritante nas relações entre Portugal e os EUA. O afastamento da multinacional americana dos Censos, depois da intervenção da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), criou um grande desconforto na diplomacia americana, com a encarregada de negócios a admitir nessa altura consequências no comércio entre os dois países.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h45)

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Euribor cai a três e a seis meses para novos mínimos desde finais de 2022

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Esta segunda-feira, as taxas Euribor caíram em todos os prazos: a três meses para 2,039%, a seis meses para 2,089% e a 12 meses para 2,082%.

A Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,039%, ficou abaixo das taxas a seis (2,089%) e a 12 meses (2,082%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,089%, menos 0,012 pontos e um novo mínimo desde 28 de outubro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu, ao ser fixada em 2,082%, menos 0,014 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, recuou para 2,039%, menos 0,009 pontos e um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses): desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%. A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 5 e 6 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Período de candidatura ao Pedido Único 2025 prorrogado até 6 junho

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

A CNA tinha reclamado a prorrogação até 6 de junho da receção de candidaturas ao Pedido Único 2025. A duas semanas do fim do prazo estava quase metade dos pedidos por submeter.

O período de candidatura ao Pedido Único 2025 (PU2025) foi prorrogado até 6 de junho, sem penalização, segundo o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

De acordo com uma informação disponibilizada no site do IFAP, é ainda possível a apresentação tardia do Pedido Único até 12 de junho, com penalização de 1% por dia útil.

O PU abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

O prazo inicial de apresentação de candidaturas ao Pedido Único 2025 terminava em 15 de maio, mas o Governo decidiu alargá-lo, primeiro até 26 de maio, e posteriormente até 6 de junho.

A apresentação do PU 2025 pode ser efetuada diretamente pelo beneficiário, na área reservada do portal do IFAP, em O Meu Processo » Candidaturas » Pedido Único (PU) » Entregar/Alterar/Consultar, ou através das entidades reconhecidas, numa das salas de atendimento existentes para o efeito.

Em 30 de abril, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) tinha reclamado a prorrogação até 6 de junho da receção de candidaturas ao Pedido Único 2025, alertando que a duas semanas do fim do prazo estavam por submeter mais de metade dos pedidos.

Caso contrário, alertou na altura em comunicado, “seria necessário submeter 7.754 candidaturas por cada dia útil, o que é impossível de concretizar”.

Segundo a CNA, entre os motivos do atraso na submissão dos pedidos estão os “estrangulamentos” que se têm vindo a verificar desde o início do período de receção das candidaturas, em 17 de fevereiro, nomeadamente a “instabilidade da aplicação” e a “indefinição das próprias regras das ajudas”.

PD // EA

Lusa/Fim

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Nvidia vai lançar chip mais barato para a China após restrições dos EUA

  • ECO
  • 26 Maio 2025

Restrições do Governo de Trump à exportação do chip H20 motivaram a empresa a produzir novo chip para a China, mas a um preço mais baixo e requisitos de fabrico mais simples.

A Nvidia vai lançar um novo chipset de inteligência artificial (IA) para a China a um preço significativamente mais baixo em comparação com o seu modelo H20, cuja exportação está sujeita a restrições desde abril pela Administração Trump. A empresa norte-americana planeia iniciar a produção em grande escala desta nova tecnologia já em junho, avança a Reuters.

A unidade de processamento gráfico (GPU) do novo chipset fará parte da última geração de processadores de IA de arquitetura Blackwell da Nvidia e deverá ter um preço entre 6.500 e os 8.000 dólares, abaixo dos 10.000 a 12.000 dólares a que vendeu o H20, segundo fontes citadas pela agência noticiosa britânica.

O preço mais baixo reflete as suas especificações mais fracas e requisitos de fabrico mais simples.

Não obstante, um porta-voz da Nvidia disse que a empresa ainda está a avaliar as suas opções “limitadas”. “Até chegarmos a um novo design de produto e recebermos a aprovação do Governo dos EUA, estamos efetivamente excluídos do mercado de data center de 50 mil milhões de dólares da China“, afirmou.

A China continua a ser um grande mercado para a Nvidia, tendo representado 13% das suas vendas no último ano financeiro. É a terceira vez que a tecnológica norte-americana tem que adaptar uma GPU para a segunda maior economia do mundo, após as autoridades dos EUA imporem restrições que visam impedir o desenvolvimento tecnológico chinês.

Ainda de acordo com as mesmas fontes, a Nvidia também está a desenvolver outro chip de arquitetura Blackwell para a China, que deve começar a ser produzido em setembro.

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Líder da APB pede aos reguladores para deixarem os bancos trabalhar

Vítor Bento receia que a cultura da regulação e supervisão esteja a promover excessiva aversão ao risco no setor, o que será “pernicioso” para o desenvolvimento económico.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) pediu aos reguladores para deixarem os bancos trabalharem em vez de exigirem “extensíssima burocracia” que está a sacrificar a competitividade do setor e o bem-estar da sociedade.

Vítor Bento, que falava na Money Conference, organizada pelo Diário de Notícias, receia que “a cultura instalada na regulação e supervisão esteja a promover uma cultura de excessiva aversão ao risco no setor que, a instalar-se, será perniciosa para a economia e para o desenvolvimento económico”.

“Sem risco, o ganho é parco”, considerou, dando o exemplo do que se passa nas economias dos EUA e da Europa, onde os níveis de exposição ao risco são diferentes.

“Assim, os reguladores e os supervisores deixem que os recursos da governance [dos bancos] se apliquem predominantemente a tratar da atividade bancária propriamente dita, estratégia e gestão, criando valor para a sociedade, em lugar do que hoje acontece de se consumir demasiadamente — mas é mesmo demasiadamente — a lidar com a extensíssima burocracia da regulação e supervisão, com obvio sacrifício da competitividade e do seu concurso para o bem-estar social”, afirmou o presidente da APB perante uma plateia onde se encontrava a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo.

Vítor Bento criticou os vários fatores de regulação e supervisão que desfavorecem os bancos portugueses em relação aos concorrentes europeus, incluindo a contribuição para o Fundo de Resolução e o chamado ‘gold plating’ que as autoridades portuguesas se habituaram – “é como estarmos numa corrida e nos colocarem uma mochila com tijolos às costas para concorrermos com os outros”.

Mas também notou que as autoridades europeias olham para os bancos portugueses com maior desconfiança, dando o exemplo da maior ponderação de risco que atribuem aos ativos que detêm nos seus balanços e que obriga a deter mais capital do que os seus concorrentes europeus.

“O que, entre outras coisas, leva a que os rácios de capital dos bancos portugueses, se lhes fossem aplicados os mesmos critérios de avaliação de risco do dos ativos, apareciam maiores do que aquilo que aparentam. Por outras palavras, quer dizer que o capital dos bancos portugueses vale menos para os reguladores europeus do que os bancos de outros países”, afirmou.

Ressalvando que não tem números concretos sobre a diferença de tratamento, Vítor Bento assumiu que “não ficaria surpreendido” se lhe dissessem que “aos bancos portugueses é exigido até 20% mais capital do que à média dos concorrentes do euro”.

Neste contexto, o líder da associação dos bancos concluiu que, embora a incerteza possa causar ansiedade, os bancos estão preparados para o atual contexto, e disse estar “mais preocupado com as adversidades certas que [os bancos] enfrentam continuamente e que as desfavorece concorrencialmente do que a incerteza que paira no horizonte”.

“Regulação que temos tem muito valor”

Na abertura da conferência, Clara Raposo frisou que a regulação ajudou os bancos a estarem “num bom ponto de partida” para o período de turbulência que se espera nos próximos anos.

“A regulação que temos tem muito valor”, defendeu a vice-governadora. “Tem mantido os bancos mais resilientes”, observou a responsável do supervisor, notando que os bancos dispõem hoje em dia de “liquidez abundante” e que a qualidade dos ativos é muito melhor hoje do que era há dez anos.

Deu o exemplo dos lucros dos bancos e de como não são os níveis de capitais elevados que tem travado a rentabilidade. “Os resultados não nos indicam dificuldade em ter boa rentabilidade mesmo estando um bocadinho mais capitalizados“, referiu Clara Raposo, adiantando de seguida que “não é dos setores do mundo que funciona com mais capital próprio”.

“A regulação não tem sido tão penalizadora nessa matéria com que pode por vezes pensar”, sustentou.

Clara Raposo alertou que a margem financeira vai continuar a comprimir devido ao alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e que já não se espera os mesmos resultados que tiveram no ano passado. “Não se espera que a descida da margem chegue aos níveis tão baixos como nos anos de juros negativos, mas não será tão elevada como verificamos em 2024″, explicou.

Neste contexto, pediu prudência para que o setor “preserve o ponto de partida” para os ” anos em que toda a resiliência do Estado, empresas, famílias e setor financeiro vão ser testados”

(notícia atualizada às 11h07 com intervenção da vice-governadora, Clara Raposo)

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Bolt prepara-se para juntar táxis aos TVDE na sua plataforma

  • ECO
  • 26 Maio 2025

A Bolt vai reintegrar os táxis na sua plataforma, o que é visto com bons olhos pela Antral, que, não obstante, chama a atenção para a necessidade de cumprir regras.

Com a revisão da Lei TVDE consecutivamente adiado, a Bolt está a planear reintroduzir os táxis na sua plataforma. “Vamos voltar a colocar, no continente, os táxis na nossa plataforma. Já o fazemos na Madeira e vamos voltar a tê-los muito em breve”, disse o responsável de ride-hailing da Bolt em Portugal, Mário de Morais, em declarações ao Jornal de Negócios (acesso pago).

Mário de Morais considera que a parceria entre táxis e veículos descaracterizados é “uma coisa boa” e que permite “aproximar outra vez os táxis ao setor da mobilidade”, o que, no seu entender, “só traz vantagens”. Segundo o responsável, juntar estes segmentos da mobilidade vai permitir combater a entrada dos carros privados nas cidades portuguesas, aliando-se aos transportes públicos, em vez de estarem a competir entre si.

A intenção de reintegrar os táxis na plataforma em Portugal Continental tinha sido adiantada em abril pelo responsável em entrevista ao ECO. Na época, Mário de Morais apontava essa conclusão para dali a algumas semanas.

Por seu lado, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral) não se opõe à integração, mas alerta para a necessidade de as regras serem cumpridas. “Será muito bem-vinda, mas tem de cumprir regras”, ressalva o presidente da Antral, Florêncio Almeida, sublinhando, porém, que a presença de táxis na plataforma da Bolt vai permitir a distribuição de trabalho para os automóveis caracterizados.

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