Novobanco vende 15% do Hospital de Loures à Horizon

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

O Governo autorizou o Novobanco a transmitir ações representativas de 15% do Hospital de Loures para sociedades da Horizon Infrastructure Holding Company.

O Governo autorizou um pedido do Novobanco e da GNB Concessões para a transmissão de ações na HL-SGE, entidade gestora do edifício do Hospital de Loures, para sociedades da Horizon Infrastructure Holding Company, segundo despacho publicado esta quinta-feira.

No documento, divulgado em Diário da República e assinado pelas tutelas das Finanças e Saúde, lê-se que o “Novobanco, S. A. (NB), acionista da HL – Sociedade Gestora do Edifício, S. A. (HL-SGE), Entidade Gestora do Edifício do Hospital de Loures, gerido em parceria público-privada, com 21.600 ações, representativas de 15% do capital social e dos direitos de voto da HL-SGE” juntamente com a GNB, anteriormente denominada ES Concessões, apresentaram “à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I. P. (ARSLVT), um pedido de autorização”.

Este pedido “tem por objeto (i) a transmissão das Ações Novo Banco para as sociedades comerciais Horizon Infra I, S. A., e Horizon Infra III, S. A., com fundamento num instrumento contratual subscrito pelo NB, pela Horizon Infra I, e pela Horizon Equity Partners, S. A., nos termos do qual a alienação das Ações Novobanco para a Horizon Infra I se encontra dependente de uma série de condições, nomeadamente a autorização pela Entidade Pública Contratante”.

As requerentes (Novobanco e GNB) apresentaram ainda “um instrumento que determina a cessão parcial da posição contratual da Horizon Infra I para a Horizon Infra III, projetando-se a transmissão das Ações Novobanco para a Horizon Infra I de ações correspondentes a 14,995% do capital social da HL-SGE e dos créditos a estas associados, e para a Horizon Infra III de ações correspondentes a 0,005 % do capital social da HL-SGE, e dos créditos a estas associados”.

Foi ainda apresentada “a transmissão das ações detidas na HL-SGE pela Opway – Engenharia, S. A., correspondentes 23.040 ações, representativas de 16% do capital social e dos direitos de voto da HL-SGE” e dos créditos correspondentes para a GNB, considerando um pedido de transmissão das Ações Opway originariamente apresentado pelo Banco Espírito Santo, S. A., e a imediata alienação, pela GNB, das Ações Opway e dos créditos correspondentes para a Horizon Infra I, S. A.”.

No despacho, o Governo autorizou assim, “a transmissão de ações nos termos das Transações Novobanco e Opway ao abrigo da Cláusula 12.ª e da alínea d) do n.º 1 e do n.º 3 da Cláusula 19.ª do Contrato de Gestão, e de autorização prévia para a cessão das posições contratuais correspetivas da Transações Novobanco e Opway (com transmissão das ações Opway para a Horizon Infra I) e consequente modificação subjetiva” de alguns anexos ao contrato de gestão.

A Opway, antiga construtora do Grupo Espírito Santo, entrou em liquidação, tendo o processo sido encerrado no ano passado, de acordo com um documento publicado na página do Ministério da Justiça.

Em 2020, também o grupo Mota Engil anunciou ter chegado a acordo com a Horizon Equity Partners para vender as participações em duas concessões hospitalares em Portugal, por 21 milhões de euros.

Em causa estavam as participações de 50% na HL – Sociedade Gestora do Edifício, que detém a concessão para a gestão do edifício do Hospital de Loures, e de 40% no capital da HAÇOR – Concessionária do Edifício do Hospital da Ilha Terceira, que detém a concessão para a gestão do edifício do Hospital da Ilha Terceira, ambas em regime de conceção, construção, financiamento, operação e manutenção por um período de 30 anos (até 2039).

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UE lidera nova iniciativa mundial para acelerar investimento em energias limpas

A UE aliou-se ao Brasil, Canadá, Congo, Quénia, Peru, África do Sul, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos para formalizar uma nova iniciativa que visa acelerar a aposta em energias limpas.

A União Europeia em parceria com a Agência Internacional de Energia (AIE) e mais sete países e o Reino Unido lançou uma iniciativa que visa impulsionar a transição energética e atrair mais investimento a nível global: o Fórum Mundial sobre a Transição Energética.

O anúncio foi feito esta quinta-feira no Fórum Económico Mundial, em Davos, por Ursula von der Leyen que referiu que em 2024 o investimento em energias limpas atingiu um recorde de dois mil milhões de dólares (cerca de 1,92 mil milhões de euros) em todo o mundo.

Por cada dólar investido em combustíveis fósseis, foram investidos dois dólares em energias renováveis“, referiu a presidente da Comissão Europeia, num discurso esta quinta-feira. “No setor da energia, os investimentos em energias limpas superam os investimentos em combustíveis fósseis em dez para um. Esta é uma mudança para a qual temos vindo a trabalhar há anos”, disse.

O objetivo é manter esta tendência, sobretudo considerando que o ano de 2025 será crucial para acelerar o alívio de emissões de gases poluentes a nível mundial e trilhar o caminho para que as metas climáticas previstas para 2030 sejam concretizáveis.

Assim, nasce o Fórum Global de Transição Energética, uma iniciativa que tem como objetivo atrair investimento para acelerar a transição energética não só nas principais economias do mundo como também os países mais vulneráveis. Nomeadamente, o continente africano hoje “detém 60% dos melhores recursos solares do mundo. No entanto, atualmente, recebe menos de 2% dos investimentos globais em energia limpa”, referiu a chefe do executivo comunitário durante a intervenção.

“Estamos a reunir parceiros de todo o mundo, do Brasil ao Canadá, República Democrática do Congo, Quénia, Peru, África do Sul, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e muitos outros. E muitos mais estão para vir”, prometeu.

A iniciativa não conta, para já, com prazos, metas de investimento nem capacidade de instalação de projetos, mas segundo von der Leyen, o objetivo será apostar em novas tecnologias limpas emergentes e desbloquear mais investimentos. E a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, deste ano, a COP 30, servirá de palco para formalizar estes projetos.

“O Fórum Mundial sobre a Transição Energética tem como objetivo ligar os pontos; garantir que os governos, as empresas e os investidores se encontram”, assegurou von der Leyen.

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Provável insolvência da Inapa Portugal poderá “salvar o negócio”, diz administrador judicial

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

Bruno Costa Pereira diz que a insolvência garante que a empresa se mantém debaixo do regime de proteção judicial, com a capacidade de continuar a operar sem disrupção.

O administrador judicial da Inapa Portugal apresenta até ao final da próxima semana um parecer que deverá apontar para a insolvência, face à inviabilização de um plano de revitalização, mas acredita que este será o caminho para “salvar o negócio”.

“Acredito que é possível salvar o negócio e não sair do mercado, porque a empresa continua a vender“, afirmou Bruno Costa Pereira em declarações à agência Lusa.

Segundo o administrador judicial, “com alto nível de probabilidade, aquilo que irá acontecer é que a insolvência garante que a empresa se mantém debaixo do regime de proteção judicial, com a capacidade de continuar a operar sem a disrupção que poderia ser trazida pelo facto de ter dívidas que não foram reestruturadas no âmbito do PER [Processo Especial de Revitalização] e a consequente possibilidade de os credores poderem agir de forma isolada contra a empresa”.

Neste “clima regulado, sem preocupação com o passado”, Bruno Costa Pereira acredita que a Inapa Portugal – empresa de distribuição de papel do grupo Inapa-Investimentos, Participações e Gestão (Inapa IPG), que em julho do ano passado anunciou a insolvência — poderá “encontrar soluções que permitam ou a venda do negócio, ou um projeto de capitalização”, mantendo assim a atividade.

“Com o conhecimento que tenho do projeto, tenho a absoluta tranquilidade de que a Inapa Portugal consegue estar num processo de insolvência e ver os credores serem chamados a discutir o futuro da empresa, garantindo o cumprimento das obrigações laborais e das obrigações fiscais e contributivas, como aliás vem fazendo até esta data”, sustentou.

Bruno Costa Pereira salienta, aliás, que “a tentativa será essa: tudo fazer para, rapidamente, encontrar uma solução que viabilize a continuidade do negócio da Inapa, que tem valor pela antiguidade da empresa no mercado e pela capilaridade dos seus clientes e nível de fidelização que tem“.

Num requerimento disponibilizado na quarta-feira no portal Citius, dirigido ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, o administrador judicial refere que a Inapa Portugal “informou da impossibilidade de viabilização de um plano de revitalização, pelo que deve ser dado por encerrado o período de negociações”.

Como resultado, determina um prazo de cinco dias para “auscultação da devedora e dos credores, após o que juntará aos autos um “parecer sobre se a devedora se encontra em situação de insolvência”.

Em julho do ano passado, a ‘holding’ Inapa IPG anunciou a insolvência devido a uma “carência de tesouraria de curto prazo” da sua subsidiária Inapa Deutschland GmbH no montante de 12 milhões de euros, para a qual não foi encontrada solução.

Fundado em 1965 e líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens, o grupo Inapa tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social.

Em agosto, as Finanças demitiram a administração da Parpública, liderada por José Realinho de Matos, e escolheram Joaquim Cadete para lhe suceder.

A saída foi justificada com a existência de uma postura mais reativa do que preventiva da administração, bem como com a falta de prestação de informação atempada ao ministério, segundo o Jornal de Negócios.

Na terça-feira, durante uma audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, por requerimento do Chega, o antigo presidente executivo da Inapa, Frederico de Moser Lupi, garantiu que procuraram no mercado alternativas ao desfecho da empresa e que a Parpública acompanhou “sempre” a atividade da empresa.

“Procurámos alternativas no mercado várias vezes. […] Eu próprio tomei a iniciativa de procurar um investidor que estivesse interessado em participar no capital da Inapa”, assegurou o gestor durante a audição no parlamento.

Ouvido no parlamento no mesmo dia, o antigo presidente da Parpública José Realinho de Matos defendeu que o problema da Inapa é “mais estrutural do que conjuntural” e que a distribuidora de papel “deu um passo maior do que as pernas“, nomeadamente na expansão na Alemanha.

“Desde 2020 que a Inapa tinha vindo a solicitar apoios públicos direcionados ao acionista Parpública”, afirmou, lembrando a complicada situação financeira que a empresa já vinha a relatar e as quebras de cerca de 20% do mercado nos últimos anos.

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Idealista notifica Autoridade da Concorrência da compra do Portal47

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

A Portal47 é uma sociedade britânica, dona do portal kyero – uma plataforma online de anúncios classificados imobiliários.

A Idealista, que explora plataformas online de anúncios para o setor imobiliário, notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra do Portal47.

A operação de concentração consiste na aquisição pela Idealista do controlo exclusivo sobre a Portal47”, lê-se na informação divulgada esta quinta-feira pela AdC. A Portal47 é uma sociedade britânica, dona do portal kyero – uma plataforma online de anúncios classificados imobiliários.

Esta plataforma destina-se a particulares, que residam na Alemanha, Reino Unido e no Norte da Europa, que queiram comprar ou arrendar um imóvel em França, Itália, Portugal e Espanha. Quaisquer observações sobre este processo devem ser enviadas à Concorrência no prazo de 10 dias úteis.

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Consultora de Coimbra ganha contrato de meio milhão na Micronésia

Com este novo projeto na pequena nação insular da Oceânia, a consultora liderada por António Henriques passa a ter atividade nos cinco continentes, num total de 15 geografias.

O CH Group garantiu um contrato de meio milhão de euros com o Departamento dos Transportes, Comunicações e Infraestruturas da Micronésia, financiado pelo Banco Mundial, para o desenvolvimento de um projeto de promoção da igualdade de género no setor dos transportes naquela pequena nação do Pacífico.

Com este novo projeto na Oceânia, que visa reduzir a disparidade de género em funções técnicas para promover o emprego e a liderança das mulheres no setor dos transportes, a consultora sediada em Coimbra passa a ter atividade nos cinco continentes, num total de 15 geografias.

“Tendo governos, instituições públicas e instituições financeiras internacionais de cooperação e desenvolvimento como clientes, demonstra bem a nossa ambição em consolidar uma atuação global neste importante e competitivo mercado”, refere o CEO António Henriques.

Líderes de equipas do CH Group

Fundada há 27 anos e com clientes que vão desde pequenas e médias empresas (PME) a companhias multinacionais, passando por governos e outras instituições públicas e privadas, a consultora portuguesa tem no portefólio projetos em mais de 50 países e conta atualmente com escritórios em Coimbra, Lisboa, Porto e Ponta Delgada.

Do Belize ao Paquistão, a aposta na internacionalização tem sido feita por via dos centros de especialização da CH Consulting, operando lá fora através de uma rede com mais de 100 escritórios associados. Uma estratégia que, sublinha em comunicado, “tem permitido conquistar importantes contratos internacionais e consolidar uma posição de relevo junto das principais instituições multilaterais”.

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Unicórnio Sword Health compra clínica digital de pré-operatório

A empresa liderada por Virgílio Bento, que criou uma tecnologia para fisioterapia digital em casa, adquiriu a britânica Surgery Hero. Acordo leva a colaboração com o SNS do Reino Unido.

O unicórnio português Sword Health foi às compras no Reino Unido. A empresa liderada por Virgílio Bento, que criou uma tecnologia para fisioterapia digital em casa, adquiriu a britânica Surgery Hero, uma espécie de clínica digital para a preparação para intervenções cirúrgicas.

No âmbito desta aquisição, a Sword Health vai colaborar com 18 entidades do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS – National Health Service), que dão assistência a cerca de 10 milhões de pessoas, e instalar a sua plataforma de inteligência Artificial (AI Care) para que possa ser utilizada no por estes pacientes.

A Sword Health lembra que o NHS, à semelhança do SNS em Portugal, enfrenta atualmente “longas” listas de espera para cuidados musculoesqueléticos e custos de saúde “elevados”. Daí considerar que as duas soluções de saúde digital podem contribuir para acelerar a resposta dos serviços e, consequentemente, baixar os custos para o utente.


O valor do investimento não foi revelado, mas a tecnológica do Porto acredita que vai contribuir para recuperações mais rápidas e com resultados “promissores”, aliviando a pressão sobre um sistema de saúde em dificuldades para satisfazer as necessidades dos cidadãos. O próximo passo é integrar a equipa da empresa britânica – menos de 50 pessoas – na Sword Health.

Em termos de produto, como se materializa esta operação? O programa criado pela Surgery Hero passa a fazer parte da plataforma da Sword Health. “A experiência da Surgery Hero em pré-habilitação, que visa preparar o paciente física e mentalmente antes de um procedimento cirúrgico, melhorando os resultados pós-operatórios e facilitando a sua recuperação, alinha-se perfeitamente com a plataforma de AI Care da Sword”, defende o unicórnio, numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira.

O fundador e CEO da Sword Health considera que este “é um mais um passo fundamental para cumprir a missão de libertar o mundo da dor”. “A plataforma de AI Care da Sword remove barreiras como os longos tempos de espera e as deslocações exigidas, possibilitando acesso imediato ao tratamento e garantindo que todos os pacientes recebem os cuidados de que precisam, quando e onde precisam”, afirma Virgílio Bento.

No Reino Unido, mais de um milhão de pessoas encontra-se à espera de receber tratamentos musculoesqueléticos. “Unir forças com a Sword Health permite-nos expandir o alcance dos nossos serviços e oferecer melhores cuidados de saúde aos pacientes”, referiu, por sua vez, Matthew Beatty, CEO da Surgery Hero.

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Setor automóvel preocupado com tarifas de Trump mas não vê impacto a curto prazo

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

"No curto prazo, não vejo que haja uma dependência muito grande de ligação aos Estados Unidos, não vejo implicações de curto prazo”, afirma ainda assim o diretor-geral para Portugal da Stellantis.

O diretor-geral para Portugal da Stellantis, Pedro Lazarino, considerou esta quinta-feira que as tarifas aduaneiras que os EUA pretendem impor a países europeus são uma preocupação, mas sem impacto a curto prazo no setor automóvel português.

“É uma preocupação, […] mas, no curto prazo, não vejo que haja uma dependência muito grande de ligação aos Estados Unidos, não vejo implicações de curto prazo”, afirmou Pedro Lazarino, em conferência de imprensa promovida pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em Lisboa, para balanço do setor em 2024.

Na terça-feira, o recém-empossado Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os países europeus vão ser sujeitos a tarifas aduaneiras, por ser “a única forma” de os Estados Unidos “serem tratados como devem ser”.

“A União Europeia (UE) é muito má para nós. Tratam-nos muito mal. Não aceitam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas. De facto, não aceitam muita coisa”, disse o Presidente dos Estados Unidos, acrescentando que, por isso, serão alvos de tarifas.

Para Pedro Lazarino, “tudo o que sejam tarifas, tem implicações que não se consegue medir em detalhe. A boa notícia é que o setor automóvel, em termos de produção, muita dela fica na Europa”, acrescentou.

O setor automóvel representa 12,6% das exportações nacionais de bens, com a Europa a representar o principal mercado de destino (peso de 87,6% em 2024).

“Não há uma dependência tão grande dos Estados Unidos, […] mas de todas as maneiras, uma vez que estamos inseridos na União Europeia, qualquer barreira ou tarifa terá implicações que hoje não sabemos medir”, vincou Pedro Lazarino.

O responsável disse não acreditar que a União Europeia siga o mesmo caminho da administração Trump, no sentido de voltar atrás com metas climáticas, uma decisão ideológica que o setor automóvel “respeita”, embora defenda uma transição mais gradual.

Segundo o plano da União Europeia para a transição ecológica “Objetivo 55”, é necessário reduzir em 55% as emissões dos automóveis ligeiros de passageiros até 2030, em 50% as emissões dos veículos comerciais ligeiros também até 2030 e, a partir de 2035, os novos veículos matriculados têm de ser livres de emissões poluentes.

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Mortágua reconhece que BE cometeu erros no “processo penoso” de despedimentos em 2022

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

Mariana Mortágua explica que "nem tudo foi isento de falhas" no "processo penoso" de despedimentos em 2022.

A coordenadora do BE reconheceu esta quinta-feira que o partido cometeu erros no “processo penoso” de despedimentos em 2022, numa mensagem enviada aos membros que pediram explicações acerca de notícias vindas a público, que denunciavam despedimentos de cinco trabalhadoras do partido que tinham sido mães há pouco tempo, entre os anos de 2022 e 2024,

“Num processo penoso como aquele que vivemos em 2022, ao termos que terminar vínculos profissionais com metade das pessoas que empregávamos, nem tudo foi isento de falhas e o Bloco reconhece-o. Cometemos erros que lamentamos e que hoje teríamos evitado”, lê-se na missiva enviada aos aderentes do partido pela líder do BE, à qual a Lusa teve acesso. Estas explicações de Mariana Mortágua surgem dois dias depois de a revista Sábado que já motivou uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) pelo partido.

Na mensagem, Mortágua insiste no desmentido da notícia da Sábado, escrevendo que “das cinco referências publicadas, duas são relativas a despedimentos que o Bloco não fez (o Parlamento Europeu terminou esses vínculos automaticamente no final dos mandatos dos eurodeputados, em 2024) e uma terceira é ao caso de uma assessora que continua a trabalhar no grupo parlamentar“. Mas dois outros casos referidos pela revista, salienta, “motivaram perguntas pertinentes de vários bloquistas”.

A líder do BE começa por lembrar que os resultados das eleições legislativas de 2022 — nas quais o partido passou de 19 para cinco deputados — reduziram para metade a subvenção pública, o que originou a extinção de cerca de trinta postos de trabalho.

“Estas comissões de serviço (ou lugares de nomeação na Assembleia da República), cessaram no final de março de 2022. No caso excecional de duas trabalhadoras da equipa de comunicação do Bloco, foram adotadas medidas especiais considerando a sua situação particular no momento da extinção da comissão de serviço e dos seus postos”, escreve a coordenadora.

De acordo com Mariana Mortágua, os postos de trabalho destas duas trabalhadoras foram de facto extintos “e apenas permaneceram na equipa pessoas que já a integravam e que executavam funções técnicas específicas (informática, grafismo, canais do grupo parlamentar)”, negando que estas trabalhadoras tenham sido selecionadas especificamente entre os seus pares, nem posteriormente substituídas.

A coordenadora detalha ainda que, ao contrário do que sucedeu com a generalidade das pessoas cujo vínculo terminou no final de março de 2022, o acordo com estas duas trabalhadoras estabeleceu que seriam contratadas até final de dezembro, uma diferenciação “motivada precisamente pelo facto de terem sido mães pouco tempo antes”.

Mortágua reconhece, contudo, que uma destas trabalhadoras não devia ter sido contactada durante a sua licença, algo feito “sob a pressão das circunstâncias, pela necessidade de dar respostas rápidas a quem legitimamente as esperava e querendo antecipar informação face às reuniões depois realizadas para organizar as saídas”.

“Logo na época, esse erro foi apontado pela trabalhadora e, perante ela, a direção do Bloco reconheceu a razão do seu descontentamento e lamentou tê-lo causado”, lê-se no texto.

Segundo Mariana Mortágua, vários aderentes têm também questionado a direção sobre o porquê de terem sido celebrados contratos de trabalho adicionais com estas trabalhadoras, em vez do pagamento das indemnizações normais.

O partido justifica a decisão com o facto de, assim, ter assegurado “o pagamento de um valor mais relevante do que aquele que resultaria da indemnização legal e créditos da comissão de serviço” e, sobretudo, “ter proporcionado oito meses adicionais de proteção de rendimento, ao adiar nesse tempo a eventual passagem a subsídio de desemprego”.

Esta opção não prejudicou ninguém e foi vantajosa para as trabalhadoras – mas é certo que o Bloco deveria ter encontrado uma solução melhor para o mesmo objetivo“, é reconhecido.

“As dificuldades que vivemos em 2022 foram inéditas, mas atravessamo-las respeitando os nossos compromissos políticos e aprendemos. Por isso respondemos com confiança, tanto às notícias falsas como às questões pertinentes que nos dirigem”, termina Mariana Mortágua na missiva.

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Inteligência Artificial? “É normal as pessoas temerem pelo emprego, mas há solução”

Em Davos, a CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, destacou que os líderes das empresas têm um papel "muito importante" em apontar qual a direção que a empresa deve seguir e as qualificações necessárias.

A Inteligência Artificial (IA) está a deixar as pessoas “assustadas” e a temerem pelos seus postos de trabalho, mas “há solução”, defende Cláudia Azevedo. Para a CEO da Sonae, um dos maiores empregadores do país, estes receios são normais e a resposta à rápida transformação tecnológica é a requalificação. “Todos temos de nos requalificar.”

“É muito crucial dizer às pessoas que é normal temerem pelo emprego, mas há solução. Podem encontrar novas qualificações e progredir na carreira“, disse Cláudia Azevedo numa discussão dedicada ao tema “Requalificação na Era da Inteligência”, no Fórum Mundial de Davos, onde esta semana estão líderes empresariais e governamentais de todo o mundo a discutir os principais temas que mexem com a economia global.

Num mundo em rápida mudança, Cláudia Azevedo reforçou que “precisamos de requalificação”. “As qualificações ficam obsoletas, todos temos que nos atualizar“, apontou a empresária, que, em 2025, também tenciona reforçar os seus conhecimentos sobre IA.

Enquanto líder de um grande grupo, Cláudia Azevedo reconhece que o papel de CEO é “muito importante”. “Temos de ter um sentido de direção porque as pessoas estão assustadas, têm medo”, explicou, acrescentando que é aqui que deve entrar a “empatia em todos os níveis da organização”, ajudando os colaboradores a perceber quais as prioridades e as qualificações que devem reforçar: “É por aqui que vamos, estas são as skills que precisamos e vamos fazer este caminho juntos.”

Para a empresária, é esta “empatia” que vai ajudar a companhia a seguir o seu caminho. A líder da dona da cadeia de supermercados Continente adianta ainda que a cultura da empresa assume aqui um papel importante, realçando que, “se toda a gente sentir que tem que aprender, isso vai ajudar muito“.

A Sonae tem participado em várias iniciativas para apostar na requalificação. Além de ações internas de formação, a empresa é uma das promotoras da iniciativa de formação europeia, “Reskilling 4 Employment” (R4E), que tem como meta a requalificação de um milhão de adultos na Europa, até 2025. Cláudia Azevedo elogiou o programa, que em Portugal está materializado no PRO_MOV by Reskilling 4 Employment, o programa nacional que junta as maiores empresas portuguesas e o Estado.

Além desta iniciativa, a empresária apontou ainda a plataforma de requalificação “NCN – New Career Network”, que pretende ajudar a colmatar a necessidade de requalificar 20 milhões de europeus, juntando no mesmo local candidatos, empregadores e entidades formadoras, e à qual a empresa portuguesa, juntamente com a espanhola Telefónica, se associou.

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Miguel Arruda vai passar a deputado independente para não prejudicar Chega

  • ADVOCATUS
  • 23 Janeiro 2025

O deputado do Chega Miguel Arruda terá praticado os crimes de furto de malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada e já foi constituído arguido.

O deputado do Chega Miguel Arruda vai sair do partido e passar a deputado independente, avança a CNN Portugal. O visado confessou os crimes de furto de malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada quando acompanhou as buscas à casa que ocupa em Lisboa.

Segundo avança o canal, Miguel Arruda vai anunciar a decisão a André Ventura na reunião agendada esta quinta-feira, pelas 17h00, na Assembleia da República.

Miguel Arruda foi alvo de buscas na sua residência nos Açores, bem como na casa que ocupa em Lisboa. Em causa estão suspeitas de um crime de furto qualificado, por o deputado alegadamente ter furtado, durante vários meses, malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada quando viajava no início e no final da semana de trabalhos parlamentares. O crime de furto qualificado é punido com pena de prisão até cinco anos ou 600 dias de multa.

Diversas malas dessas foram apreendidas nas buscas, na terça-feira à tarde, na casa onde reside em Lisboa e também parte do conteúdo, como roupa, joias, relógios e produtos de higiene como cremes e perfumes. Miguel Arruda foi esperado no aeroporto por elementos da investigação criminal, tendo depois seguido para a sua casa em Lisboa.

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Telefónica oferece IA aos clientes com um ano de assinatura do Perplexity

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2025

A Telefónica aliou-se à norte-americana Perplexity para oferecer um serviço gratuito de inteligência artificial (IA) durante 12 meses a todos os clientes do grupo a nível mundial.

A operadora espanhola Telefónica aliou-se à norte-americana Perplexity para oferecer um serviço gratuito de inteligência artificial (IA) durante 12 meses a todos os clientes do grupo a nível mundial, que em Espanha arranca esta quinta-feira.

A Perplexity é uma startup onde investiram empresas como a Telefónica, a Nvidia e o empresário Jeff Bezos. A empresa gere uma plataforma de IA que se assemelha ao ChatGPT, mas que recorre a vários modelos diferentes e está focada nas pesquisas.

Aravind Srinivas, presidente e cofundador da Perplexity, afirmou que a Telefónica é um dos seus aliados mais importantes a nível mundial, embora a empresa tenha outros acordos, por exemplo, com a Deutsche Telekom e outras empresas no Japão ou na Coreia do Sul.

A empresa norte-americana conseguiu acumular investimentos de capital de 2.000 milhões de dólares (1.919 milhões de euros ao valor do câmbio atual), montante que acredita que se some a outras rondas que espera lançar.

Ao incluir este serviço, a Movistar tornou-se na primeira marca comercial do mercado de telecomunicações espanhol que oferece aos seus clientes, tanto de comunicação móvel, fixa ou convergente, os últimos avanços em inteligência artificial, segundo a Telefónica.

Este acordo com a Movistar faz parte de um outro mais global da Telefónica com a Perplexity, que está já a ser executado no Brasil e no Reino Unido e que, brevemente, será lançado em outros países onde opera a multinacional espanhola.

A Telefónica anunciou também que oferece a primeira experiência da Perplexity através da televisão a nível mundial, uma aplicação alojada dentro do catálogo da Movistar Plus+ que permite aos clientes que tenham um descodificador UHD interagir com a Perplexity.

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Câmara do Porto quer comprar sede da ANJE por 4,3 milhões de euros

  • Lusa e ECO
  • 23 Janeiro 2025

A avançar com a compra da sede da ANJE, o município do Porto celebrará um contrato de arrendamento com a associação que continuará a ocupar e utilizar o espaço por 24.875 euros mensais.

O Executivo da câmara do Porto discute segunda-feira a aquisição, por 4,3 milhões de euros, do imóvel que desde 2008 é sede da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) para ali dinamizar um centro multifuncional de apoio ao empreendedorismo.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso, o vereador com pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, esclarece que “foi proposta a venda ao município” do edifício, situado na Rua de Paulo da Gama, na União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos.

Em dezembro de 2003, o município do Porto cedeu à ANJE “de forma definitiva e gratuitamente” o direito de propriedade do solo sobre a parcela de terreno onde foi construída a sede, inaugurada em 2008.

“Conforme contrato celebrado em 3 de dezembro de 2003, foi promovida a sua avaliação que, conforme relatório de avaliação por perito externo, resulta no valor de 4.301.000 milhões de euros”, indica.

Anexo à proposta, uma caderneta predial urbana indica que o valor patrimonial do imóvel, determinado em 2022, era de 4.103.729,87 euros.

Pedro Baganha esclarece ser intenção do município desenvolver, durante dois anos, um projeto de criação de um centro multifuncional de apoio ao empreendedorismo.

A aquisição pelo município permitirá preservar o “legado e a memória do empreendedorismo em Portugal” e “revitalizar o espaço para acolher novas iniciativas que estimulem a inovação e a criatividade”.

“A criação do centro contribuirá para atrair investimentos, gerar emprego qualificado e mitigar barreiras como os elevados custos de escritórios, que limitam ‘startups’ em fases iniciais”, lê-se na proposta que será discutida segunda-feira na reunião do executivo.

Durante os dois anos, o município irá celebrar um contrato de arrendamento com a ANJE, liderada desde julho de 2024 por Carlos Carvalho, que continuará a ocupar e utilizar o espaço. Pela ocupação do espaço, a ANJE irá pagar uma renda mensal de 24.875 euros à câmara do Porto.

“No período de dois anos, a ANJE não pode celebrar com terceiros novos contratos através dos quais proceda à transmissão do gozo total ou parcial do imóvel por meio de cessão onerosa ou gratuita da sua posição jurídica, subarrendamento ou comodato, exceto se o município do Porto o autorizar por escrito”, acrescenta.

O ECO questionou a ANJE sobre os motivos para a proposta de venda ao município, assim como sobre a realidade financeira da instituição, entre outras perguntas. Através de fonte oficial, a associação recusou-se, para já, a prestar esclarecimentos ou declarações. “As mesmas serão feitas em altura devida, no tempo devido”, respondeu.

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