Extrema-direita alemã quer saída da UE e do euro

  • Lusa
  • 29 Novembro 2024

A AfD defende que é "necessário que a Alemanha saia da UE e crie uma nova Comunidade Europeia”. O partido argumenta que as alterações climáticas são um fenómeno não "cientificamente esclarecido".

O programa para as legislativas antecipadas na Alemanha do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) pede a saída do país da União Europeia (UE) e da zona euro. “Consideramos necessário que a Alemanha saia da UE e crie uma nova Comunidade Europeia”, lê-se no programa eleitoral divulgado pela imprensa alemã e que deverá ser aprovado no congresso do AfD em janeiro, antes das eleições de 23 de fevereiro.

O programa é claramente contra a união monetária, contempla o resgate do euro “ilegítimo” e nota uma “transformação gradual” da UE num Estado central que nunca foi legitimado democraticamente. Sobre a política externa, o programa defende o restabelecimento das relações económicas com a Rússia, suspendendo as sanções, além de argumentar que o futuro da Ucrânia é fora da NATO e da UE.

O programa inclui secções que reiteram os apelos do partido para reduzir a imigração e restringir o direito de asilo, assim como a rejeição da transformação energética e das políticas contra alterações climáticas.

“É um fenómeno global causado por muitos fatores. A questão do envolvimento humano neste fenómeno é algo que não está cientificamente esclarecido. Não se deve permitir uma chamada viragem energética com custos na ordem dos milhares de milhões”, defende a AfD, que enumera vantagens nas emissões de dióxido de carbono e defende o regresso à energia nuclear e a inversão do abandono progressivo do carvão.

O programa tem ainda um capítulo crítico da alegada demonização do “homem branco” e ataques a organizações multilaterais como a ONU ou a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas quais o partido vê uma tendência para se tornarem governos supranacionais sem legitimação democrática.

O AfD apela a uma reforma da OMS ou à saída da Alemanha da mesma. Na política de saúde, o programa defende a medicina alternativa e pronuncia-se contra a alegada pressão sobre os cidadãos para serem vacinados contra determinadas doenças. O AfD está em segundo lugar em todas as sondagens, com 17 a 19%. Os outros partidos excluíram a possibilidade de formar uma coligação com a extrema-direita.

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Juros da dívida francesa igualam os da Grécia pela primeira vez desde 2008

Impasse orçamental eleva custo da dívida de França para níveis históricos. A yield das obrigações do Tesouro a 10 anos já negoceiam perto dos 3%, o valor mais elevado desde a crise soberana do euro.

Os investidores continuam a pressionar as obrigações do Tesouro francês, por conta dos poucos (ou mesmo nenhuns) sinais sobre um potencial acordo entre o Governo liderado por Michel Barnier e a oposição liderada por Marine Le Pen para um entendimento relativamente à aprovação do Orçamento do Estado para 2025.

A pressão sobre as obrigações francesas intensificou-se nos últimos dias, refletindo a crescente preocupação dos investidores com a estabilidade política e a saúde das finanças públicas de França. As yields das obrigações francesas a 10 anos – apesar de nesta sexta-feira estarem em ligeira queda (tal como sucede com a maioria dos países da Zona Euro) – atingiram níveis semelhantes às da Grécia, um fenómeno não observado desde 2008, pouco antes da crise financeira do subprime.

Esta convergência é particularmente significativa, considerando que durante a crise da dívida soberana as yields gregas eram substancialmente superiores às francesas. Desde 25 de novembro que as yields das obrigações a 10 anos de França têm superado as taxas das obrigações gregas durante alguns momentos do dia. Atualmente, as yields das obrigações francesas a 10 anos negoceiam muito próximo dos 3%, igualando as taxas das obrigações gregas, e encontrando-se ao nível de 2012, justamente no período da crise soberana da Zona Euro.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A instabilidade política em França é um fator crucial por trás deste aumento no custo da dívida. O governo do primeiro-ministro Michel Barnier enfrenta dificuldades para aprovar o orçamento de 2025, devido a um parlamento dividido e à ameaça de votos de desconfiança tanto da esquerda quanto da extrema-direita.

Esta situação levou a que o prémio de risco de França disparasse na quarta-feira, com o spread das obrigações francesas a 10 anos face às alemãs a atingir cerca de 84 pontos base, quase igualando o spread das obrigações gregas. Nas maturidades mais curtas, França já é vista como mais arriscada do que a Grécia.

A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, que detém uma influência significativa no parlamento dividido de França, deu ao primeiro-ministro Michel Barnier até segunda-feira para aceder às suas exigências orçamentais antes de decidir se derruba o governo.Lusa

Pressão sobe de nível na próxima semana

Enquanto França luta com estes desafios, outros países anteriormente considerados problemáticos na Zona Euro, como Portugal, Espanha e Grécia, têm conseguido melhorar as suas posições fiscais e reduzir os seus custos de financiamento. A dívida pública nacional, por exemplo, deverá cair para 93,3% do PIB no final do próximo ano (em 2024 era de 134% do PIB), enquanto a dívida pública grega caiu de um rácio de 223% do PIB no primeiro trimestre de 2021 para 160% do PIB em meados deste ano.

A situação atual coloca França numa posição delicada nos mercados financeiros. A incapacidade do governo francês em aprovar medidas fiscais rigorosas pode levar a uma maior deterioração da confiança dos investidores e potencialmente resultar em custos de financiamento ainda mais elevados.

Esse cenário ganhou novos contornos esta sexta-feira com Marine Le Pen, líder da extrema-direita, a aumentar a pressão sobre o Governo, dando a Michel Barnier até segunda-feira para aceder às suas exigências orçamentais antes de decidir se derruba o governo.

Se o National Rally de Marine Le Pen decidir apoiar uma moção de censura, o Governo de Michel Barnier poderá cair já na próxima quarta-feira, esperando-se com isso uma nova subida das yields das obrigações do Tesouro francês.

O National Rally de Marine Le Pen exige que Michel Barnier altere os planos orçamentais para 2025, que incorporam 60 mil milhões de euros em ajustes fiscais. Essas exigências englobam o abandono da proposta de redução dos reembolsos de medicamentos, o estabelecimento de uma moratória sobre novos impostos ou aumentos para a maioria dos cidadãos, a indexação das pensões à inflação a partir de 1 de janeiro e a implementação de políticas mais rigorosas em matéria de migração e criminalidade.

Se o National Rally decidir apoiar uma moção de censura, o Governo de Michel Barnier poderá cair já na próxima quarta-feira, esperando-se com isso uma nova subida das yields das obrigações do Tesouro francês, encarecendo ainda mais os novos empréstimos obrigacionistas dos gauleses.

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Líder da construção na Madeira constrói empreendimento de 40 milhões no Funchal

Grupo de Avelino Farinha está a construir um novo empreendimento no Funchal, com 106 apartamentos e preços a partir de 300 mil euros. A inauguração, já com a nova marca Lodge, deverá ocorrer em 2026.

O grupo AFA, liderado por Avelino Farinha, está a construir um novo empreendimento de 40 milhões de euros no centro do Funchal. Intitulado de Lodge Torrinha, o complexo é composto por 106 apartamentos de tipologias T1, T2 e T3, com preços a partir de 300 mil euros. A obra estará concluída até final de 2026.

“A escolha da Madeira para o primeiro projeto da nova marca reflete o nosso ADN, a nossa origem, sendo esta a localização onde tradicionalmente lançamos os nossos novos empreendimentos, em áreas que consideramos privilegiadas”, afirma Victor de Sousa, diretor geral da AFA Real Estate, em comunicado.

Os apartamentos estão distribuídos em dois edifícios de seis pisos e as áreas comuns dispõem de um rooftop com solário e piscina, com vistas panorâmicas para o Funchal e para o Atlântico. O empreendimento foi projetado pelo ateliê RH+ Arquitectos e a construção está a cargo da Afavias — empresa onde Avelino Farinha detém participação maioritária.

Complexo Lodge Torrinha estará concluído em 2026AFA Real Estate

Este novo projeto assinala, também, o lançamento da Lodge, a nova marca do grupo para o segmento premium. “A marca Lodge permite-nos diversificar a nossa oferta imobiliária e apostar num segmento distinto”, conta o diretor geral da AFA Real Estate.

Antes deste passo com a marca Lodge, o empresário madeirense reforçou em 2015 a sua presença no setor com a aquisição dos hotéis Savoy ao empresário Joe Berardo, num negócio de 115 milhões de euros. Em 2019, 20 anos após ter construído o primeiro hotel na Calheta, terra natal de Farinha, o grupo lançou uma nova imagem dos hotéis Savoy Signature, à boleia da inauguração do imponente Savoy Palace, e a marca Savoy Residence, para uma gama imobiliária mais elevada, no Funchal.

O madeirense José Avelino Aguiar Farinha, único acionista do Grupo AFA, foi um dos detidos no âmbito da investigação por suspeitas de corrupção na Madeira. Constituído arguido, acabou por ficar em liberdade, com termo de identidade e residência (TIR) depois do juiz considerar não haver indícios fortes de que os arguidos tenham praticado qualquer crime, nomeadamente o de corrupção.

Com ligações ao regime político na região e amizade a Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional entre 1978 e 2015, Farinha começou a destacar-se como empresário em 1981, tinha então 20 anos, quando fundou a sua empresa de construção, e é considerado o “campeão” dos ajustes diretos e das obras públicas na Madeira, com o grupo por ele controlado a ganhar a maioria das obras.

O Grupo AFA fatura cerca de 300 milhões de euros por ano, dos quais 200 milhões através da Afavias, a empresa responsável pelo negócio da construção civil e das grandes obras, de acordo com os dados tornados públicos aquando da audição de Avelino Farinha na comissão de inquérito no parlamento madeirense, em março do ano passado.

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Passes Navegante na região de Lisboa sem aumentos de preços em 2025

  • Lusa
  • 29 Novembro 2024

À semelhança dos passes Navegante, os bilhetes ocasionais da Carris Metropolitana também não vão aumentar.

Os passes Navegante vão manter os preços em 2025 na Área Metropolitana de Lisboa (AML), assim como os bilhetes ocasionais referentes à Carris Metropolitana, anunciou esta sexta-feira a AML, após uma reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa.

“Aprovámos a não alteração dos preços do Navegante. Portanto, assumimos a responsabilidade de internalizar estes custos para não aumentar para os cidadãos e para aqueles que utilizam os transportes, para tornar cada vez mais o transporte mais acessível“, disse à Lusa o primeiro secretário metropolitano, Carlos Humberto.

“Não sei como vai ser no resto do país, uma vez que desta vez o Governo não deu esta indicação, e, portanto, esta é uma decisão” dos municípios da AML, acrescentou.

Segundo Carlos Humberto, os bilhetes ocasionais da Carris Metropolitana também não vão aumentar.

“No entanto, não temos o poder para dizer que os outros operadores [como a CP, a Transtejo, a Soflusa, Carris de Lisboa ou Metropolitano] não aumentam os seus bilhetes ocasionais. Sobre o Navegante sim, assumimos essa decisão e o compromisso financeiro. Os ocasionais na Carris Metropolitana também não aumentarão, os restantes ocasionais é uma decisão de cada um“, disse.

Não temos o poder para dizer que os outros operadores [como a CP, a Transtejo, a Soflusa, Carris de Lisboa ou Metropolitano] não aumentam os seus bilhetes ocasionais.

Carlos Humberto

Primeiro secretário metropolitano

Na reunião foi também aprovado o plano de orçamento da TML, num valor superior a 300 milhões de euros para 2025, e que pressupõe um aumento da oferta.

Desde o início do ano até outubro, subimos mais de 20% os passageiros transportados. Portanto, é uma constante. Mesmo do mês passado para este mês continuam a subir. Já estamos quase nos 700 milhões de passageiros transportados”, disse.

A AML é composta por 18 municípios das margens norte e sul do Rio Tejo, nomeadamente Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

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Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessora Groupe ISAGRI na aquisição da FILOSOFT

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão que assessorou o Groupe ISAGRI foi coordenada pelo sócio Pedro da Costa Mendes e contou, entre outros, com o apoio de João Gutierres (Associado Sénior).

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessorou o Groupe ISAGRI, relevante grupo de capitais franceses e líder europeu na área da tecnologia da informação para a agricultura, viticultura e pecuária, no processo de aquisição da totalidade das participações sociais da FILOSOFT, Lda, sociedade especializada em software de faturação, contabilidade, fiscalidade, processamento de salários para escritórios de contabilidade e empresas. O Groupe ISAGRI efetivou a aquisição através da CentralGest, SA., sua subsidiária em Portugal.

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão que assessorou o Groupe ISAGRI foi coordenada pelo sócio Pedro da Costa Mendes e contou, entre outros, com o apoio de João Gutierres (Associado Sénior). A assessoria compreendeu todo o processo de preparação, negociação e finalização da documentação da transação, bem como o acompanhamento da due diligence efectuada por conta da CentralGest.

O Groupe ISAGRI tem um volume de negócios global de 340 milhões de euros e conta com mais de 3 mil colaboradores, espalhados por 13 países. Esta operação de aquisição coloca a CentralGest entre os líderes em Portugal em SaaS, soluções full web para contabilistas e seus clientes. Através desta aquisição, mais de 35% das empresas de contabilidade portuguesas e dos seus clientes confiam no software e serviços da CentralGest, subsidiária portuguesa do Groupe ISAGRI. O objetivo da CentralGest é atingir 50% de quota de mercado dos escritórios de contabilidade em Portugal, no prazo de quatro anos.

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Insolvência com recuperação? Tribunal decide futuro da dona da Visão em breve

O plano de PER foi formalmente encerrado esta sexta-feira. Cabe agora ao tribunal decidir se aceita insolvência com reestruturação. Para dia 4 está marcada uma concentração de trabalhadores.

O futuro da Trust in News (TiN), dona da Visão, da Exame, da Caras e do Jornal de Letras, deve ser conhecido entre esta sexta-feira e o início da próxima semana.

Esta sexta-feira foi publicado o despacho de recusa homologação do plano de revitalização e declarado encerrado o processo especial de revitalização (PER), formalidade que antecede a decisão sobre o processo de insolvência.

Como o +M avançou no dia 12, a Trust in News reconheceu estar insolvente, mas avançou para a apresentação de um plano de insolvência com recuperação, após ter falhado a aprovação do Plano Especial de Revitalização (PER).

Cabe agora ao tribunal decidir se aceita, ou não, que a empresa avance para o processo de insolvência com restruturação. Se a decisão for em sentido positivo, deve ser nomeado o administrador de insolvência e marcada a assembleia de credores, na qual é apresentada a proposta de reestruturação da empresa. Em sentido contrário, se o pedido for chumbado, a empresa é declarada insolvente.

Entretanto, para dia 4 de dezembro, de acordo com um comunicado do Sindicato dos Jornalistas, os trabalhadores da TiN marcaram uma concentração pública, com o objetivo de “trazer maior consciencialização da sociedade para a situação difícil que os trabalhadores e os títulos atravessam“. A concentração vai decorrer entre as 18h00 e as 21h00 na Praça de Luís de Camões (também conhecida como Largo Camões, junto ao Chiado), em Lisboa.

 

(notícia atualizada às 17h05)

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Ana Isabel Batista é a nova sócia da Garrigues

Ana Isabel Batista passa a sócia da Garrigues no dia 1 de janeiro de 2025. A advogada centra a sua prática na área de Fiscal.

A Garrigues promoveu Ana Isabel Batista a sócia, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2025. A advogada centra a sua prática na área de Fiscal.

Para além de Ana Isabel Batista, a firma promoveu um total de 17 novos sócios em várias áreas de prática, com destaque para o grupo G-advisory, dedicado à consultoria estratégica em energia e ESG.

“Estas promoções refletem a diversidade da sociedade, tanto em termos de especialização como a nível geográfico, com sócios promovidos em 10 escritórios em quatro países”, revela o escritório.

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Orçamento do Estado para 2025 aprovado com a ajuda do PS

A proposta foi viabilizada com os votos favoráveis do PSD e CDS, a abstenção do PS e a rejeição do resto da oposição. As mais de 240 alterações aprovadas trazem mais de 300 milhões de despesa extra.

O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) foi aprovado esta sexta-feira, sem surpresas, em votação final global, com os votos favoráveis dos dois partidos que suportam o Governo, o PSD e o CDS, a abstenção do PS e o voto contra dos restantes partidos.

O documento sai da especialidade com alterações face à proposta original. Entre as novas medidas do PSD, CDS e do PS, a “fatura” para o próximo ano sobe, pelo menos, cerca de 314 milhões de euros, a que poderão ainda somar-se mais 400 milhões se o Governo voltar a atribuir o “bónus” aos pensionistas. Contra a vontade do Governo, a proposta do PS para um aumento extraordinário permanente para os pensionistas no próximo ano teve “luz verde”.

Na especialidade foram viabilizadas 243 propostas de alteração, entre as quais 57 do PSD e CDS. Nas contas finais, o maior vencedor da oposição em propostas aprovadas foi o PAN (46 iniciativas), seguido pelo PCP (34) e pelo Livre (29) – estes foram também dos partidos que apresentaram dos maiores números de propostas de alteração.

Seguem-se na lista o Bloco de Esquerda (27) e o Chega (26), partido que pela primeira vez conseguiu vitórias na especialidade, chegando assim ao fim a prática dos últimos anos de sair desta fase do processo sem qualquer proposta viabilizada.

Por seu lado, o PS viu passarem 18 iniciativas e a IL seis. Apesar deste retrato, o PS é o partido que faz a maior mossa ao Executivo, devido ao aumento permanente das pensões em 1,25 pontos percentuais. Ainda assim, o Governo conseguiu ver confirmada a redução de IRC de 21% para 20%, bem como o novo IRS Jovem, conforme os socialistas se tinham comprometido.

Montenegro cola PS e Chega ao Orçamento

Reagindo à aprovação do documento, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o OE2025 é da responsabilidade do Governo, mas que o PS e o Chega são corresponsáveis, argumentando que viram integradas algumas das suas propostas ou viabilizaram outras à revelia do Executivo.

“Esta etapa está superada. Estão criadas as condições para utilizar o Orçamento como deve ser usado”, afirmou, em declarações nos Passos Perdidos da Assembleia da República, após a aprovação final global do documento, destacando que a viabilização foi feita num “contexto parlamentar difícil. Mas destacou “um forte comprometimento das principais forças políticas parlamentares”.

Orçamento “tem a corresponsabilidade do PS e do Chega, por quanto várias das decisões tomadas foram tomadas com o apoio desses partidos, mesmo aquelas que foram tomadas contra a vontade do Governo”, afirmou Luís Montenegro.

Embora tenha realçado que o OE2025 é do Governo e dos dois partidos que o suportam (PSD e CDS), “tem a corresponsabilidade do PS e do Chega, por quanto várias das decisões tomadas foram tomadas com o apoio desses partidos, mesmo aquelas que foram tomadas contra a vontade do Governo”, justificou.

O Chefe de Governo considerou, assim, que “este é um Orçamento que, do ponto de vista político, dá esperança ao país, porque contempla o essencial do Programa de Governo, mas também contempla muitas das propostas mais importantes desses partidos”.

PS rejeita apoio ao Governo

Do lado da oposição, à saída do hemiciclo, e depois de ter viabilizado o OE2025, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, voltou a argumentar que só deixou passar a proposta orçamental por duas razões. Primeiro, “o PS é e foi sempre um partido com sentido de Estado e de responsabilidade e aquilo que não queríamos era colocar o país perante a iminência de umas eleições poucos meses depois de umas eleições legislativas”. Segundo, o secretário-geral dos socialistas reconheceu “o recuo do Governo em traves mestras”, no que diz respeito ao IRC e IRS Jovem, “no decurso das negociações”.

O PS é e foi sempre um partido com sentido de Estado e de responsabilidade e aquilo que não queríamos era colocar o país perante a iminência de umas eleições.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos quis, no entanto, separar o trigo do joio, deixando claro que em nenhum momento o PS passa a ser suporte deste Governo”. “Até porque à medida que o tempo passa, vamos constatando que estamos perante um Governo profundamente incompetente. Todos os dias, vamos comprovando isso seja na saúde, educação ou Segurança Social”, criticou.

Em relação a futuros orçamentos deste Governo, o PS ficará em silêncio até conhecer os respetivos conteúdos. “Não voltaremos a falar de Orçamentos até à sua entrada na Assembleia da República. Serei muito disciplinado nesta matéria”, vincou.

Governo acusa socialistas de contradições, PS defende que se acabaram “as desculpas”

Apesar da abstenção do PS, o Governo não escapou incólume às críticas dos socialistas. No discurso de encerramento do debate, a líder parlamentar dos socialistas, Alexandra Leitão, defendeu que, com a aprovação do documento, “acabou a dramatização a que o Governo votou todo este processo”.

“Acabaram-se as desculpas, as manobras de diversão e a vitimização. O Orçamento é do Governo, as opções são do Governo, a responsabilidade é do Governo”, disse, garantindo que o PS “continuará a fiscalizar a atuação do Governo”, até porque defendeu que este é um “mau Orçamento”.

Uma posição rebatida pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, escolhido pelo Executivo para fechar o debate. O governante defendeu que era “fácil ceder à tentação” no que toca ao OE, mas o Governo escolheu centrar-se no “esforço” de diálogo.

“Quem lidera o Governo, não pensou no benefício eleitoral, nem no benefício próprio”, disse, acrescentando “a decisão de Luís Montenegro foi uma decisão à Sá Carneiro”. Mas atirou ainda ao PS, considerando que o partido “passou de prever o descontrolo das contas públicas, para agora dizer que em 2025 há folgas orçamentais para subir ainda mais as pensões”.

“Não tinham razão antes e continuam sem ter razão agora”, disse, enquanto o Chega e a IL consideraram que o documento é de continuidade face à governação socialista, o PCP e BE criticaram as opções da proposta, mas também responsabilizaram o PS pelo contexto do país e o Livre classificou a proposta como sendo “de retrocesso”.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h08)

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Costa toma posse no Conselho Europeu com promessa de “proteger” valores da UE: “Unidade é força vital”

António Costa tomou posse como presidente do Conselho Europeu, prometendo encetar esforços para proteger os valores da União Europeia. "A unidade é força vital" dos 27, disse.

António Costa tomou posse esta sexta-feira como presidente do Conselho Europeu. Num discurso proferido em inglês, em Bruxelas, no edifício Justus Lipsius, o novo líder do órgão que representa os 27 Estados-membros prometeu encetar esforços, ao longo dos dois anos e meio do seu mandato, para proteger os valores do bloco europeu.

“A unidade é força vital da União Europeia”, afirmou, acrescentando: “Será a minha missão construir e assegurar essa união.” Presente na tomada de posse estava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, bem como a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

No discurso de tomada de posse, o novo presidente do Conselho Europeu defendeu que a Europa “é sobre valores e princípios que devem ser defendidos”, e que essa deve ser a base dos 27 Estados-membros. “Dignidade humana, liberdade, democracia, igualmente, Estado de Direito, direitos humanos e até a proteção de minorias. Estes valores são a essência da Europa e devem ser defendidos”, defendeu.

António Costa disse também que “só um bloco unido consegue dar voz à União Europeia“, aludindo às diversas diferenças políticas que assolam os 27 Estados-membros, numa altura de grandes desafios geopolíticos, dentro e fora de fronteiras europeias.

“Não devemos ignorar as nossas diferenças, nem tratá-las como problemas. Esta é a altura de ser verdadeiramente patriota e construir uma Europa comum”, afirmou. Por isso, comprometeu-se a “consolidar” as diferentes vozes que representam o bloco, garantindo tratar o mandato à frente do Conselho Europeu com a mesma “honra” com que executou o seu mandato enquanto presidente da Câmara de Lisboa ou primeiro-ministro de Portugal.

Orgulho-me de servir a União Europeia. Lisboa é a minha cidade. Portugal é o meu país. E a Europa é a nossa casa comum. Não há qualquer contradição entre estes três níveis”, prometeu.

O discurso debruçou-se ainda sobre a guerra na Ucrânia, que se arrasta há mais de mil dias “em solo europeu”, e que ameaça não só a “paz” daquele país como “os direitos internacionais”, nomeadamente “os direitos de defesa de cada cidadão e a autodeterminação de cada país”.

Por isso, afirmou que a UE deve ser mais “resiliente” e “autónoma” em matéria de segurança e defesa, permitindo, desta forma, “reforçar os pilares da nossa parceria transatlântica”, disse, aludindo à NATO e aos EUA.

No entanto, o diálogo deve ir para além do outro lado do Atlântico. “Vivemos num mundo multipolar, com sete continentes diferentes e 192 países. Temos de os implicar, tecendo em conjunto uma rede mundial. Ao fazê-lo, devemos pôr de lado conceitos como o ‘sul global’ ou o ‘norte global’. A ação externa da UE tem de reconhecer que tanto o sul como o norte são, na realidade, plurais”, advogou.

Internamente e junto dos cidadãos, Costa defende que será necessário reforçar esse sentimento de cooperação, dizendo que a “confiança” é o que une os 27 Estados-membros. “Temos de renovar essa ligação com os cidadãos. Trabalhando em estreita colaboração com os parceiros sociais, as nossas regiões, as nossas cidades e os representantes da sociedade civil”.

Antes de Charles Michel lhe passar o testemunho, passando-lhe o simbólico sino que é tocado no início das reuniões do Conselho Europeu, António Costa prometeu liderar um órgão “fiel aos valores”. “Vamos à obra”, disse no final.

Embora tenha tomado posse esta sexta-feira, o novo presidente do Conselho Europeu só inicia funções à frente da instituição composta pelos chefes de Governo e de Estado da União Europeia no domingo, dia 1 de dezembro, tal como preveem os tratados. É o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h11)

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Linklaters assessora emissão de dívida de 400 milhões de euros da TAP

A equipa da Linklaters envolvida na operação foi composta por António Soares, Vera Ferreira de Lima e Rita Albuquerque, e com o apoio dos escritórios de Londres, Nova Iorque e Washington DC.

O escritório de advogados da Linklaters assessorou a TAP na emissão de 400 milhões de euros em obrigações seniores, aumentando em 25 milhões de euros a sua exposição ao mercado de obrigações.

“A recente emissão de dívida visa refinanciar uma linha de obrigações anterior de 375 milhões de euros, cuja taxa de juro era de 5,625%, enquanto a nova emissão beneficiou de uma taxa fixada em 5,125%, com maturidade em 2029”, explica a firma em comunicado.

A equipa da Linklaters envolvida na operação foi composta por António Soares, Vera Ferreira de Lima e Rita Albuquerque, juntamente com profissionais dos escritórios da Linklaters em Londres, Nova Iorque, Paris e Washington DC.

“A nova emissão, superior em 50 milhões de euros face aos 350 milhões inicialmente previstos, é um reflexo do interesse dos investidores institucionais na companhia aérea e uma consequência das condições favoráveis do mercado. Permitirá, ainda, a consolidação da posição da TAP antes do processo de privatização”, referem.

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Vítor Palmela Fidalgo é o novo representante português do Tribunal Unificado de Patentes

O diretor jurídico da Inventa, Vítor Palmela Fidalgo, foi nomeado pelo Tribunal Unificado de Patentes como representante português para atuar como perito no Centro de Mediação e Arbitragem.

O diretor jurídico da Inventa, Vítor Palmela Fidalgo, foi nomeado pelo Tribunal Unificado de Patentes (TUP) como representante português para atuar como perito no Centro de Mediação e Arbitragem daquele tribunal. No total, são apenas escolhidos doze peritos a nível europeu e apenas um por país.

Esta nomeação é de um enorme prestígio, honra e compromisso, num trabalho muito técnico e totalmente imparcial que aceito para os próximos seis anos”, sublinha Vítor Palmela Fidalgo.

Durante o mandato de seis anos os peritos contribuem para a implementação do Centro de Arbitragem e Mediação do TUP, que terá sede em Lisboa e em Ljubljana, na Eslovénia.

Neste cargo, o perito auxilia o diretor do Centro de Arbitragem e tem como missão ajudar na instalação do centro, por exemplo, em termos de regulamentação e escolha dos árbitros a nível europeu.

A escolha é feita por análise curricular e mérito, existindo, previamente, uma indicação por parte de cada instituto nacional. Após a decisão do Centro de Arbitragem, o nomeado é contactado, devendo indicar se aceita o cargo.

“É uma enorme honra que o nosso diretor jurídico seja reconhecido a nível internacional, o que reflete a qualidade do seu (e nosso) trabalho em prol das marcas e patentes pelo mundo“, assegura Tiago Reis Nobre, managing partner da Inventa.

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Câmara de Lisboa aprova orçamento sob fortes críticas da oposição

Carlos Moedas diz que este "é um orçamento audacioso", mas os partidos de oposição discordam e criticam principalmente a devolução aos munícipes de 77 milhões de euros de IRS em 2025.

Está aprovado o Orçamento para 2025 da câmara de Lisboa com uma dotação de 1.359 milhões de euros. Este é o último deste mandato que foi viabilizado graças à abstenção do PS que permitiu ao autarca Carlos Moedas exercer o voto de qualidade para desempatar as votações: sete votos a favor do PSD/CDS-PP e igual número contra da oposição.

Três vereadores dos Cidadãos por Lisboa (CPL, eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE votaram contra o documento que foi esta quinta-feira aprovado, durante a reunião privada do Executivo que se prolongou até perto das 22h. O documento — apresentado pela liderança PSD/CDS-PP que governa sem maioria absoluta — ainda vai ser objeto de deliberação na Assembleia Municipal de Lisboa.

“O orçamento que apresentámos para 2025 e que foi aprovado é um orçamento audacioso, que atua para melhorar a vida das pessoas e que deixa um legado social e de melhoria da qualidade de vida. É um orçamento feito com as pessoas e para as pessoas. É o orçamento das pessoas”, assegura Carlos Moedas, citado num comunicado.

O Executivo “investiu mais 456 milhões de euros em quatro anos do que o executivo anterior”, nota o autarca eleito pela coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).

Entre as principais áreas de investimento para 2025 constam a habitação com 154 milhões de euros de dotação, os direitos sociais com 38 milhões de euros e a higiene urbana com 38 milhões de euros, ou seja, mais 65% do que em 2024.

“Na Habitação temos mais de 150 milhões de euros destinados à construção e à reabilitação, acompanhados de uma aposta forte em apoios como o subsídio municipal de arrendamento. Na higiene urbana vamos investir 38 milhões de euros para termos uma cidade ainda mais limpa”, detalha o presidente da câmara de Lisboa.

O orçamento que apresentámos para 2025 e que foi aprovado é um orçamento audacioso, que atua para melhorar a vida das pessoas e que deixa um legado social e de melhoria da qualidade de vida.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Carlos Moedas aproveita para elencar as 5.000 obras em fogos entre construção nova e reabilitação que beneficiaram 3.156 famílias neste mandato. Destaca ainda os 12 milhões de euros para apoiar as pessoas em situação de sem-abrigo.

Neste orçamento as juntas de freguesias também saem reforçadas com mais 22% do que em 2024, na ordem dos 466 milhões de euros.

Já a área da mobilidade tem uma dotação de 311 milhões de euros, dos quais 188 milhões destinam-se à Carris. O Executivo também destaca a cultura com o maior orçamento deste mandato na ordem dos 64 milhões de euros, mais 23% do que em 2024.

Apresentação da Carta Municipal de Habitação de Lisboa - 23FEV23

PCP contra devolução de 77 milhões de IRS aos munícipes

“Neste orçamento, e como previsto, o Executivo cumpre a promessa de devolver os 5% de IRS aos munícipes. Serão 77 milhões [de euros] em 2025 que são devolvidos aos residentes de Lisboa, sendo que no mandato foram devolvidos 267 milhões de euros”, destaca o autarca social-democrata.

Esta medida é fortemente criticada pela oposição. A vereação dos Cidadãos Por Lisboa é contra a decisão do Executivo de prescindir da receita do IRS, de 77 milhões de euros em 2025, considerando, citados pela Lusa, tratar-se de um valor superior aos orçamentos para a cultura, educação ou direitos sociais.

Também João Ferreira, deputado da CDU, considera “errada e profundamente injusta” a opção política de “prescindir, em quatro anos, da receita de 267 milhões de euros resultante da devolução do IRS, quando metade deste valor vai diretamente para o bolso dos 10% de sujeitos passivos de IRS de maiores rendimentos da cidade (o que corresponde aos 4% de sujeitos passivos com maiores rendimentos do país)”.

O deputado comunista votou contra o orçamento por entender ser “desprovido de qualquer visão estratégica sobre a cidade”, e por não responder “às necessidades mais sentidas pela população”. Além de ser “pouco democrático, pois não considera as propostas que têm sido aprovadas pela oposição e que poderão ficar comprometidas por falta de cabimentação”. Entre elas, exemplifica, a requalificação do antigo campo de Golfe da Bela num corredor verde ou a concretização dos projetos do Programa Arredamento a Custo Acessível.

“Este orçamento aprofunda a linha seguida nos anos anteriores de distanciamento entre as políticas municipais e as necessidades mais sentidas pela população, aumentando o fosso que se vem consolidando nos sucessivos orçamentos”, assinala João Ferreira, citado numa nota.

Igualmente contra este documento está a vereação dos Cidadãos Por Lisboa por considerar que a liderança PSD/CDS-PP na capital apresenta orçamentos que “propagandeiam níveis de investimento inéditos, depois esmagados em alterações orçamentais”.

Em comunicado enviado à Lusa, os três vereadores dos Cidadãos por Lisboa (CPL) — Paula Marques, Floresbela Pinto e Rui Franco — elencam ainda a trajetória “gritante” de endividamento da câmara, com empréstimos na banca comercial, e o financiamento da Web Summit que este orçamento quer “consolidar e maximizar”.

Os três vereadores dos CPL alertam ainda para os cortes na Carris, o último de quatro milhões de euros. Acresce o atraso de mais de um ano no Plano Geral de Drenagem, com um “descontrolo superior a 40 milhões de euros”, e a demora na concretização de obras em escolas e creches, bem como na área da habitação.

Citado pela Lusa, já o Livre acusa o Executivo de Carlos Moedas de não apresentar “respostas concretas e demonstráveis”. Elenca à Lusa os casos da SRU, com a proposta de utilização de terrenos municipais para concessões sem discussão pública, e da EMEL, com problemas recorrentes na rede GIRA, incluindo “o fecho dos dados abertos, o retrocesso da rede ciclável e a incoerência da política de estacionamento, que este orçamento não vem resolver”.

O Livre chama ainda a atenção para o aumento do endividamento da câmara, que levanta questões de sustentabilidade e gestão financeira, o que “não bate certo com a medida da devolução de 5% do IRS”.

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