Rui Tavares acusa Montenegro de “falta de ética”

  • ECO
  • 27 Março 2025

"Se a estabilidade dele [Montenegro] for tão boa como a ética dele, estamos fritos”, disse o porta-voz do Livre. Rui Tavares querem reconquistar eleitores que nas últimas eleições viraram à direita.

O porta-voz do Livre acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro de “falta de ética”, dando como exemplo a tentativa de Luís Montenegro querer “moldar as regras do jogo” ao escolher com quem debate para as eleições legislativas e de como deveria ser feita uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Em entrevista à RTP, Rui Tavares acusou o primeiro-ministro de ter trocado a mensagem política. Na campanha eleitoral deste ano “há uma falta de ética e ele vende estabilidade”, quando há um ano “vendia ética”, acrescentou. “O homem que há poucas semanas rebentou com o seu próprio Governo porque não queria responder a umas perguntas no Parlamento vem vender-nos estabilidade?”, ironizou o líder do Livre, que no último mandato conseguiu eleger quatro deputados.

“Se a estabilidade dele for tão boa como a ética dele, estamos fritos”, disse Rui Tavares, que acredita que a tática eleitoral de Luís Montenegro passa por “chantagear as pessoas”. E, por isso, considera que o caso da empresa familiar do primeiro-ministro, Spinumviva, também tem de ser debatida durante a campanha para as eleições de 18 de maio. Sem esse tema era “fazer de conta que o elefante não está no meio da sala”, disse.

Rui Tavares adianta ainda que a reticência de Montenegro em comparecer nos debates com Livre e Bloco de Esquerda é uma forma de “interferir em regras do jogo que não deve ser o candidato a primeiro-ministro a definir”.

Questionado sobre os motivos para a erosão de votantes na esquerda, Rui Tavares afirma que o que a fez recuar foi ter uma posição “defensiva” em diferentes temas e, por isso, agora “a esquerda tem que habituar-se a propor futuro”.

O porta-voz do Livre diz que a intenção do partido é conquistar eleitores que anteriormente votavam à esquerda e nas últimas eleições votaram à direita. “Havendo uma maioria progressista, o Livre será certamente parte da solução”, frisou o porta-voz do Livre, acrescentando que a “geringonça é um tema de conversa entre os vários partidos à esquerda”.

Rui Tavares não acredita ainda que seja possível uma coligação para formar governo à direita. Se o PSD e o Chega conseguirem formar Governo “é um risco para a democracia”. Já um executivo através de uma coligação entre o PSD e IL “estaria dependente de uma reviravolta total”, considera.

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Secretário-geral da NATO incentiva Portugal a gastar 2% do PIB em defesa já no verão

  • Lusa
  • 27 Março 2025

"Com a mais recente tecnologia de mísseis da Rússia, a diferença entre um ataque a Varsóvia e um ataque a Madrid é de dez minutos", disse Mark Rutte. Todos os membros da NATO estão no "flanco leste".

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, incentivou esta quinta-feira Portugal e os Estados-membros ainda abaixo dos 2% do PIB nos seus gastos em defesa a ultrapassar esta fasquia no próximo verão, avisando que a organização precisa coletivamente de muito mais.

Durante um colóquio realizado na Escola de Economia de Varsóvia, o dirigente da Aliança Atlântica afirmou que Espanha, entre outros países europeus, pretende alcançar aquela meta no verão, conforme o compromisso acordado pelos Estados-membros, que ganhou destaque com a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e com a chegada do republicano Donald Trump à liderança da Casa Branca.

Nesse sentido, Mark Rutte observou, citado pela agência EFE, que outros países, como Portugal e Itália, também estão a fazer este debate e incentivou-os a atingir a marca dos 2% até ao verão. O objetivo é conseguir ultrapassar coletivamente esse limite consideravelmente, alertou, uma vez que é necessário “gastar muito, muito mais do que 2%”.

Segundo estimativas da NATO relativas a 2024, Portugal apresentava gastos do PIB em defesa de 1,55% e era um dos oito países da organização abaixo dos 2% acordados.

Na sua intervenção na capital polaca, o antigo primeiro-ministro dos Países Baixos avisou que não são apenas os aliados orientais da NATO que estão ameaçados por Moscovo, justificando que, “com a mais recente tecnologia de mísseis da Rússia, a diferença entre um ataque a Varsóvia e um ataque a Madrid é de dez minutos”.

“Portanto, estamos todos no flanco leste: Amesterdão está no flanco leste, Londres está no flanco leste, até Washington está no flanco leste”, declarou. O secretário-geral da NATO mencionou a vontade de Espanha e de outros países de atingir em breve 2% do PIB em despesas de defesa como reação à tomada de posse de Donald Trump nos Estados Unidos e à mudança da abordagem de Washington ao conflito na Ucrânia.

Sim, há alguns países que ainda não atingiram os dois por cento. Gostava de poder dizer que desde que assumi o cargo, em 01 de outubro, as coisas começaram a mudar. Mas isso não é verdade. Algo aconteceu em 20 de janeiro nos Estados Unidos, e vejam o que aconteceu depois”, comparou, em alusão à data de posse de Trump, que, no passado, exigiu aos aliados um mínimo de 5% do PIB das suas despesas militares.

Fontes do Governo espanhol afirmaram esta quinta que Espanha está “a trabalhar para atingir o compromisso de 2% o mais rapidamente possível”, segundo a agência EFE, mas sem assumir ainda nenhum compromisso concreto. Rutte comentou ainda que “não são os Estados Unidos que estão a obrigar os europeus a gastar mais na sua defesa, mas sim a Rússia”, que provocou a atual situação de insegurança com o seu “ataque irrefletido” à Ucrânia em 2022.

Em referência às exigências de Washington para que os seus aliados da NATO aumentem os seus investimentos em defesa, Rutte afirmou que “a Europa deve estar ciente de que o ‘Tio Sam’ a apoia, mas Washington também deve saber que os aliados da NATO estão à altura da tarefa: é justo”.

Durante uma visita do secretário-geral da NATO a Lisboa em 27 de janeiro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que Portugal está disponível para antecipar “ainda mais” o calendário que prevê que o país atinja um investimento de 2% do PIB em defesa, que estava previsto para apenas ocorrer em 2029.

O chefe do Governo explicou que o prazo para Portugal atingir o objetivo dos 2% – que, logo em seguida, o secretário-geral da NATO considerou insuficiente – iria depender de uma ‘task force’ criada entre os ministério dos Negócios Estrangeiros, Defesa Nacional, Economia e Finanças, e que poderia ainda ser alargada “a outras áreas da governação”.

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Louçã, Rosas e Fazenda querem estancar “neofascismo que ameaça devastar a esquerda”

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Francisco Louçã manifestou a sua vontade de que o partido tenha "um reforço muitíssimo substancial" nas eleições, o que significa "muito mais presenças no parlamento".

Os fundadores do BE Francisco Louçã, Fernando Rosas e Luís Fazenda alertaram esta quinta-feira para o “neofascismo que ameaça devastar a esquerda”, ambicionando um “reforço muitíssimo substancial” do partido no parlamento após as legislativas antecipadas de maio.

“Hoje, de certo modo – não é um capítulo segundo no Bloco de Esquerda, mas é um novo momento —, nós precisamos de, rapidamente, combater o neofascismo. O neofascismo ameaça, igualmente, derrotar, isolar e devastar a esquerda, e não apenas isso, arrastar nesse movimento todos os direitos constitucionais, toda a democracia política, toda a capacidade de resistência e de autodeterminação do povo português”, alertou Luís Fazenda, dirigente do BE que vai encabeçar a lista do partido pelo distrito de Aveiro.

Os três fundadores do BE juntaram-se, num bar em Lisboa, para um encontro intitulado “Porquê agora?”, aludindo ao seu regresso às listas do partido, mais de uma década depois. Recuando ao ano de fundação do BE, em 1999, Fazenda lembrou que o partido surgiu com a urgência de “combater o neoliberalismo que abria caminho à direita” e foi “uma barreira a essa circunstância negativa”.

“As ameaças não são vãs, elas preparam-se no tempo para aqueles que, incautamente, um dia dizem «ah, isto aconteceu». Mas não pode ser assim, e nós cá estamos para esta nova urgência”, acrescentou o bloquista.

Francisco Louçã, cabeça de lista do partido em Braga e antigo coordenador dos bloquistas entre 2005 e 2012, manifestou a sua vontade de que o partido tenha “um reforço muitíssimo substancial” nas eleições, o que significa “muito mais presenças no parlamento”, onde atualmente os bloquistas têm cinco deputados. “Isso será decidido pelas eleitoras e pelos eleitores. Vamos à luta. Estamos dispostos, preparados, capazes de fazer uma luta toda”, apelou, afirmando que o partido “não vai com medo nenhum para esta campanha”.

Louçã, para quem a participação dos fundadores na campanha “conta como a de qualquer jovem”, insistiu nos alertas sobre a administração Trump e respondeu a quem diz “então candidatem-se nos Estados Unidos”.

“Se não perceberam que o ascenso da extrema-direita começa em Washington e se arrasta pelo mundo com os Mileis, Le Pens, Venturas, com a política da discriminação, com o ódio, com a perseguição, então a política fica num mundo ‘zombie'”, advogou.

Fernando Rosas, historiador e antigo preso político, avisou que o país enfrenta “um dilema”: “Ou conseguimos um reforço da esquerda, no seguimento do que fizeram os nossos camaradas franceses na Frente Popular, do que fizeram os nossos camaradas do Die Linke na Alemanha, (…) ou não tenham dúvida, mais cedo do que tarde a extrema-direita está no Governo”.

“Uma esquerda digna desse nome não se rende, uma esquerda digna do compromisso que tem com o povo não se rende. Vamos para os distritos onde queremos eleger gente novamente, vamos dar a cara, vamos para o terreno, vamos dar testemunho”, acrescentou o histórico fundador, que será cabeça de lista por Leiria.

Para os indecisos à esquerda, Rosas deixou críticas ao PS por ter aprovado a polémica lei dos solos, ter “mudado a sua posição sobre imigração”, ter-se “feito de morto no combate à extrema-direita” e apoiar o rearmamento da Europa. “É uma fábula absoluta vir dizer que se pode rearmar, comprar equipamento novo, tudo, etc, sem mexer no Estado Social, é mentira, é completamente mentira”, advogou.

Quanto a Luís Montenegro, Fazenda considerou que o “não é não” do PSD ao Chega “tem dias” e que “não há nenhuma muralha da China” entre os dois partidos, porque “não funciona ainda na geometria da coligação de Governo, mas tem funcionado na proximidade ou na osmose de políticas”.

O encontro terminou com o convite de Francisco Louçã para “uma cerveja” e uma pequena brincadeira de Luís Fazenda com o seu antigo companheiro de bancada no parlamento: “Esta fixação do Francisco na cerveja é uma novidade”.

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CTT recebem autorização para comprar empresa espanhola por 100 milhões

  • ECO
  • 27 Março 2025

Regulador da bolsa espanhola deu luz verde à CTT Expresso para comprar a empresa Cacesa, num negócio avaliado em 104 milhões de euros.

Os CTT já têm autorização do regulador da bolsa espanhola para comprarem a Cacesa, uma empresa especializada no desalfandegamento de comércio eletrónico internacional, num negócio avaliado em 104 milhões de euros e que esperam fechar em abril.

“Os CTT informam que a sua subsidiária CTT Expresso foi notificada hoje da autorização, sem reservas, da Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia para aquisição do controlo exclusivo da Cacesa por parte da CTT Expresso”, indicam os Correios em comunicado enviado ao mercado.

O acordo para a compra da Cacesa foi anunciado pelos CTT em dezembro do ano passado com o objetivo de reforçar a presença no segmento do e-commerce.

A operação deverá criar sinergias superiores a cinco milhões de euros, segundo perspetiva a empresa liderada por João Bento.

Os CTT tiveram lucros de 46 milhões de euros no ano passado, com o negócio de expresso e encomendas a superar pela primeira vez o negócio postal.

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Mau tempo. Governo anuncia apoios às explorações agrícolas com perdas acima de 30%

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Agricultores com prejuízos até cinco mil euros terão um apoio a 100%, a 85% entre os 5 mil e 50 mil euros e em 50% aqueles cujos prejuízos se situarem entre os 50 mil euros e 400 mil.

O ministro da Agricultura anunciou esta quinta-feira apoios às explorações agrícolas com prejuízos superiores a 30% devido ao mau tempo da semana passada, cujas candidaturas devem abrir “daqui a uma a duas semanas”.

“Daremos um apoio àquelas explorações que tiveram perdas acima de 30% de prejuízo, quer para a reposição da capacidade produtiva, quer para o rendimento”, afirmou José Manuel Fernandes aos jornalistas durante uma visita a campos de produção de morangos, em Torres Vedras, distrito de Lisboa.

Vão ser apoiados a 100% os agricultores que tiverem prejuízos até cinco mil euros, a 85% entre os 5 mil euros e os 50 mil euros e em 50% aqueles cujos prejuízos se situarem entre os 50 mil euros e os 400 mil euros. O apoio ao rendimento é de 42 mil euros por beneficiário. Após concluída a fase de levantamento e, analisados todos os casos, o ministro da Agricultura admitiu avançar também com “alguma linha de crédito de apoio ou alguns auxílios de Estado para aqueles que não chegam aos 30%”.

O governante disse que os apoios vão abranger “os setores atingidos”, adiantando que os mais afetadas foram as explorações de morangos. “A minha perceção é que se enquadram no prejuízo dos 30% numa parte das explorações”, disse. José Manuel Fernandes apontou a abertura dos avisos para as candidaturas para “daqui a uma a duas semanas”, após efetuado o levantamento dos prejuízos pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais (CCDR).

“Vamos abrir um aviso para todo o continente não vai ser só um para esta região”, adiantou. “Nós seremos rápidos, na medida em que as pessoas também fizerem as suas inscrições na plataforma [das CCDR], não queremos deixar ninguém de fora”, garantiu. O governante incitou os agricultores a declararem os seus prejuízos na plataforma online das CCDR.

Na região Oeste, adiantou, o Ministério da Agricultura recebeu, até à data, 27 pedidos de ajuda no montante de 2,5 milhões de euros. A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira da semana passada, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.

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Preço dos ovos dispara quase 80% entre 2022 e 2025

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Só entre 01 de janeiro e 26 de março deste ano, o valor de meia dúzia de ovos aumentou de 1,61 euros para 2,05 euros, ou seja, 27%.

O preço de meia dúzia de ovos subiu quase 80% entre janeiro de 2022 e março de 2025, passando de 1,14 para 2,05 euros, sendo que este ano já encareceu perto de 30%, segundo dados da Deco.

Segundo dados da Deco enviados à Lusa, só entre 01 de janeiro e 26 de março deste ano, o valor de meia dúzia de ovos aumentou de 1,61 euros para 2,05 euros, ou seja, 27%, sendo que ficou praticamente estável (entre 1,61 euros e 1,62 euros) desde o início do ano até 05 de março. Já a partir de 12 de março, houve um acréscimo para 1,70 euros, até ao máximo de 2,05 euros contabilizado na quarta-feira.

Por sua vez, no ano passado, a meia dúzia de ovos custou mais sete cêntimos, passando de 1,54 euros para 1,61 euros, e em 2023, o preço dos ovos desceu seis cêntimos, de 1,59 euros para 1,53 euros.

Contudo, em parte deste período, de 18 de abril de 2023 a 04 de janeiro de 2024, esteve em vigor a medida IVA zero, que surgiu na sequência de um acordo entre o Governo, a produção e a distribuição e incluiu os ovos de galinha, para combater o impacto da inflação no rendimento das famílias.

De acordo com os dados recolhidos pela Deco, a associação para a defesa do consumidor, em 2022, o agravamento do preço da meia dúzia de ovos ultrapassou os 40%: em 05 de janeiro de 2022, meia dúzia de ovos custava 1,14 euros, sendo que em 28 de dezembro já estava nos 1,60 euros.

A subida do preço dos ovos começou a sentir-se nos EUA, devido a escassez deste alimento, potenciada, desde logo pela gripe das aves, que originou o abate de milhões de galinhas. O índice de preços no consumidor dos EUA, que foi publicado em fevereiro, revelou que o preço de uma dúzia de ovos naquele mercado rondava os 4,95 dólares (cerca de 4,59 euros) em janeiro, um máximo desde agosto de 2023.

Devido à falta de ovos, os EUA têm pedido mais exportações a países como o Brasil, mas também à Europa. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse à Lusa que a capacidade produtiva do país é de 104%, o que significa que Portugal tem uma pequena margem para exportação, tirando a percentagem que corresponde ao consumo interno.

Portugal chegou a ter uma capacidade produtiva que rondava os 115%, mas o aumento do consumo ditou a sua descida. Por outro lado, conforme destacou o secretário-geral da CAP, Luís Mira, os norte-americanos consomem ovos brancos, enquanto na Europa são sobretudo os castanhos. As diferentes cores estão relacionadas com as raças das galinhas usadas para produzir.

No início do mês, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o seu antecessor, Joe Biden, de deixar o país numa “catástrofe económica e um pesadelo de inflação”, incluindo com falta de ovos em muitos supermercados ou com preços muito elevados. “Joe Biden deixou o preço dos ovos sair do controlo e estamos a trabalhar arduamente para reduzi-lo novamente”, disse Trump.

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Rui Ventura eleito presidente da Turismo Centro de Portugal

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Rui Ventura alcançou 86 votos, derrotando Walter Chicharro, que obteve 60 votos (40,27%).

O presidente da Câmara de Pinhel Rui Ventura (PSD) foi eleito esta quinta-feira novo presidente da comissão executiva da Turismo Centro de Portugal (TCP), com 57,72% dos votos, em assembleia geral extraordinária, realizada em Coimbra, informou aquela entidade regional.

No ato eleitoral convocado especificamente para a eleição do presidente daquele órgão, por morte do anterior titular, Raul Almeida, Rui Ventura alcançou 86 votos, derrotando Walter Chicharro (PS), deputado na Assembleia da República e anterior presidente da Câmara Municipal da Nazaré, que obteve 60 votos (40,27%).

Segundo a nota da TCP, enviada à agência Lusa, registaram-se ainda três votos em branco, tendo votado 149 associados, que representam 93,7% dos 159 elementos do colégio eleitoral, constituído pelos 100 municípios da região Centro e outros organismos públicos e privados do setor do turismo.

Dirigindo-se aos associados após ter sido eleito, Rui Ventura enalteceu a participação nas eleições, notando que as duas candidaturas “mantiveram a elevação que esta entidade regional sempre teve, com um espírito de união que lhe é reconhecido”.

É meu propósito que estejamos sempre juntos, quer os municípios, quer os privados, com quem tenho aprendido muito nas últimas semanas. Deixo uma palavra de agradecimento a toda a minha equipa e a todos aqueles que me receberam de braços abertos na Turismo Centro de Portugal. Fui bem recebido, colhi ideias e recolhi o sentimento de cada um dos setores desta entidade. Acredito que esta região de turismo vai ter mais futuro ainda”, acrescentou o novo presidente da TCP.

As eleições para a presidência da Turismo Centro de Portugal foram convocadas após a morte, vítima de doença prolongada, do anterior titular do cargo, Raul Almeida, em dezembro de 2024, tendo hoje sido observado um minuto de silêncio em memória anterior presidente e ex-autarca de Mira.

Os restantes órgãos sociais da entidade regional de turismo, eleitos em julho de 2023, mantêm-se inalterados. A tomada de posse terá lugar a 15 de abril, pelas 11:30, em Coimbra.

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Putin leva a sério planos de Trump para a Gronelândia e alerta para conflitos no Ártico

  • Lusa
  • 27 Março 2025

O Presidente russo afirmou que "é evidente que os EUA continuarão a promover sistematicamente os seus interesses geoestratégicos, político-militares e económicos no Ártico".

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou esta quinta-feira que os planos do homólogo norte-americano, Donald Trump, de assumir o controlo da Gronelândia são sérios e alertou que o Ártico pode tornar-se num “trampolim para possíveis conflitos”.

Para o líder russo, trata-se de “planos sérios” dos Estados Unidos, disse numa conferência sobre o Ártico em Murmansk, no noroeste da Rússia, referindo-se a “projetos que têm longas raízes históricas”.

Putin afirmou que “é evidente que os Estados Unidos continuarão a promover sistematicamente os seus interesses geoestratégicos, político-militares e económicos no Ártico” e que seria um “grave erro” acreditar que as declarações do líder da Casa Branca são extravagantes.

“Nada disso”, sublinhou, ressalvando que Moscovo “nunca ameaçou ninguém no Ártico”, embora esteja a acompanhar de perto a situação na região e esteja a aumentar a sua capacidade militar na região. Na sua intervenção, o Presidente russo apontou o aumento da “capacidade de combate das forças armadas” e a modernização das infraestruturas de defesa e indicou que o destacamento de militares para a região vai continuar a crescer.

Apesar de ter insistido que a questão da Gronelândia, um território autónomo pertencente à Dinamarca, não diz respeito a Moscovo, Putin afirmou estar “preocupado com o facto de os países da NATO considerarem cada vez mais o extremo norte como um trampolim para possíveis conflitos”. O líder russo fez especial menção à Finlândia e à Suécia, que aderiram à NATO nos últimos anos e com as quais “até há pouco tempo não havia problemas”.

Na conferência, Vladimir Putin anunciou uma série de medidas que visam desenvolver economicamente as regiões norte da Rússia, estrategicamente importante para Moscovo, que já modernizou nos últimos anos várias bases militares abandonadas desde o período soviético.

Em particular, determinou a reabilitação das cidades da região, para garantir que a capacidade de transporte de Murmansk é triplicada, e que outros portos do Ártico são desenvolvidos. O líder do Kremlin mencionou também a melhoria das ligações ferroviárias entre a Sibéria, os Urais e o extremo norte, bem como o desenvolvimento da extração de matérias-primas e da construção naval.

Vamos aumentar a capacidade e a rotação dos nossos portos do norte a um ritmo mais rápido. Vamos fazê-lo com base em soluções ambientais modernas, incluindo tecnologias de manuseamento de carga automatizadas e não tripuladas”, indicou Putin. O Presidente russo disse ainda estar aberto à colaboração com “países amigos” no Ártico e com países ocidentais “se demonstrarem interesse”.

Anteriormente, o líder do fundo soberano russo, Kirill Dmitriev, tinha admitido na mesma conferência a participação dos Estados Unidos em projetos de investimentos em terras raras na região do Ártico. O Presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu na quarta-feira que a Gronelândia é um território essencial para a segurança internacional, justificando a sua pretensão de anexar o território autónomo da Dinamarca com razões “defensivas e ofensivas”.

Além do interesse em terras raras na Gronelândia, os Estados Unidos estão também a preparar um entendimento sobre a exploração destes recursos com a Ucrânia, país invadido pela Rússia em 2022. As autoridades de Moscovo esperam desenvolver a Rota do Mar do Norte no Ártico, possibilitada pelo degelo na região, com vista a eventualmente competir com o Canal do Suez, aproveitando o impacto das alterações climáticas.

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Teixeira Duarte reestrutura dívidas de 654 milhões ao BCP, Novobanco e Caixa

Construtora refinanciou dívida de 654,4 milhões de euros, com um alongamento dos prazos de reembolso e redução dos juros, ao abrigo do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas.

O Grupo Teixeira Duarte anunciou esta quinta-feira o refinanciamento de 654,4 milhões de euros de dívida bancária contraída junto do BCP, Novobanco e Caixa, com o alongamento de maturidades e redução das taxas de juro. O montante equivale a cerca de 95% do financiamento obtido junto dos bancos.

A operação foi realizada através da subsidiária EI01 – Empresa de Serviços Intragrupo, onde estava a dívida do grupo, que celebrou “um acordo através do qual procedeu ao refinanciamento e novação integral da sua dívida perante os Bancos”, afirma o comunicado divulgado ao mercado.

“O acordo consubstanciou-se na celebração de dois novos contratos de financiamento num montante global de 654,4 milhões de euros, bem como no estabelecimento de uma nova linha de garantias bancárias de montante máximo de 190 milhões de euros”, acrescenta a Teixeira Duarte.

O refinanciamento, realizado ao abrigo do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE), segundo apurou o ECO, estabelece “um novo plano de reembolso que prevê um alongamento da respetiva maturidade e uma otimização do seu custo de financiamento”. Ou seja, a Teixeira Duarte poderá saldar os empréstimos mais tarde e ficará a pagar um juro menor, o que tem implícito um corte no valor da dívida para os bancos, mas não no montante nominal.

O acordo agora anunciado prevê ainda a amortização de uma das tranches dos novos contratos de financiamento, no montante de 78,3 milhões de euros, mediante a entrega de ações de cinco sociedades de investimento coletivo imobiliárias do Grupo. A operação, que deverá ser concretizada ainda em 2025, reduzirá a dívida bruta de 654,4 milhões para 576,1 milhões.

A Teixeira Duarte tem vindo a recuperar do embate sofrido com a crise da construção. Em 2023 reduziu os prejuízos em 80% para 2,9 milhões de euros e nos primeiros seis meses de 2024 conseguiu já um resultado positivo de nove milhões. A elevada dívida financeira, equivalente a 8,4 vezes o EBITDA (Resultados antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) em dezembro de 2023, continua a representar um fardo para as contas.

A construtora enfrentava, além disso, elevados reembolsos nos próximos anos. De acordo com o Relatório e Contas de 2023, a Teixeira Duarte tinha de pagar entre 40 e 50 milhões de euros todos os anos entre 2025 e 2028, num total de 179 milhões de euros. A que acresciam 343,6 milhões de 2029 em diante.

“De acordo com as expectativas de evolução futura dos negócios do Grupo Teixeira Duarte, os termos e condições estabelecidos no Acordo irão permitir o reembolso integral dos montantes de capital em dívida”, assegura a empresa no final do comunicado.

O grupo Teixeira Duarte tem a sua atividade dispersa por várias atividades: concessões e serviços, distribuição, hotelaria, automóvel, imobiliário e construção. Esta última é a que tem maior peso, representando dois terços do EBITDA.

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CGD, BCP e BBVA emprestam 100 milhões à Nos

Operadora liderada por Miguel Almeida assegurou um financiamento de 100 milhões de euros junto da Caixa, BCP e BBVA, com o prazo de cinco anos, visando refinanciar um empréstimo que vence este mês.

A operadora de telecomunicações Nos assegurou um empréstimo de 100 milhões de euros junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e BBVA, dinheiro que vai refinanciar uma dívida que vencia neste mês de março.

Segundo a telecom liderada por Miguel Almeida, estes novos empréstimos têm um prazo de cinco anos, com vencimento em 2030. “As novas linhas substituem um financiamento do mesmo montante, cuja maturidade estava prevista para março de 2025. Ao refinanciar nestas novas condições, a Nos reforça a sua posição financeira, assegurando acesso a liquidez com condições favoráveis”, explica a empresa em comunicado enviado ao mercado.

Acrescenta ainda que a operação vai contribuir para a “manutenção do custo médio da dívida em níveis muito competitivos face aos seus pares nacionais e europeus”. Ao mesmo tempo “permite o alongamento da maturidade média da dívida, reforçando a sustentabilidade financeira a longo prazo”.

Segundo a Nos, o rácio de endividamento da operadora atingiu os 1,4 vezes o EBITDA no final do ano passado, “abaixo do objetivo definido na sua política financeira, de aproximadamente 2 vezes”. A empresa adianta que a estabilidade financeira assegura futuros investimentos e iniciativas estratégicas.

(notícia atualizada às 18h54)

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Portugal ainda é um país desigual. Veja aqui os dados da sua região

Algarve tem o maior risco de pobreza no continente. Açores fica muito acima do restante território, mesmo depois de aplicados os apoios sociais. No continente vive-se mais tempo do que nas ilhas.

Separados por um mar de diferenças sociais e económicas, o continente e as regiões autónomas foram analisados pelo Eurostat, num quadro com distintas tonalidades no risco de pobreza e na esperança média de vida, ou no registo dos jovens “nem/nem” e no investimento em investigação e desenvolvimento (I&D). Neste caso, há um empate entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Norte, regiões que, com o Centro por perto, são ilhas no I&D.

Os dados constam da base estatística europeia do Eurostat, na qual se vê que a região com a maior pressão de pobreza e exclusão social são os Açores, com mais de 30% da população em risco, valor que, mesmo após prestações sociais, se mantém nos 26,1%. Se excetuarmos a outra região ultraperiférica do território nacional, a Madeira, em nenhum ponto do país a taxa de pobreza se aproxima daquela que assola os Açores, mesmo quando considerados os apoios sociais assegurados pelo Estado.

Já a privação material e social severa é no Algarve e Alentejo que menos se verifica. No continente, o pior registo cabe à região de Lisboa. Pior estão as regiões autónomas. Tomando por referência o Alentejo, a Madeira tem o dobro da percentagem de pessoas com graves necessidades materiais e sociais. Nos Açores, a taxa de privação severa, em percentagem da população, é quatro vezes superior à taxa no Alentejo.

Viajando para lá das fronteiras nacionais, a comparação do risco de pobreza e exclusão social entre capitais europeias coloca Lisboa num patamar menos negativo que Madrid, Paris, Berlim, Roma e Atenas, por exemplo. Contudo, a posição da região portuguesa torna-se mais gravosa quando se analisa o efeito de redução produzido pelos apoios sociais. Aqui, o maior impacto verifica-se na capital grega, mas nas demais há igualmente um redução para nível inferior àquele em que Lisboa se situa.

 

A envelhecer e sem número suficiente de filhos

Num país envelhecido, onde a média de idade mais jovem é nos Açores com 42,7 anos, e com uma esperança média de vida longa, em que só as regiões autónomas não superam os 80 anos, a reposição de gerações continua aquém do necessário.

Na Área Metropolitana de Lisboa está a taxa de fertilidade mais elevada, e, ainda assim, são apenas 1,6 filhos por mulher – para assegurar a reposição de gerações seria necessária uma taxa de 2,0 –, com Algarve e Alentejo não muito distantes, ao passo que a Região Autónoma da Madeira e o Norte são as regiões onde as mulheres têm menos filhos.

Numa comparação com outras capitais europeias, Paris tem um melhor registo, mas, entre os mediterrânicos, Lisboa beneficia de uma fertilidade bem mais favorável que Madrid, Roma e Atenas.

A questão geracional coloca-se ainda noutros dois indicadores, o dos jovens “nem/nem” – nem trabalham, nem estudam –, cuja presença no país se estende dos 8,2% no Centro até aos 14,9% nos Açores. Cruzando com os números de pessoas com emprego, o Algarve é onde há a discrepância mais visível entre a existência de jovens “nem/nem” e a quantidade de pessoas com empregos. Se nas regiões autónomas, que também superam os 10%, a empregabilidade está abaixo dos 74%, a sul do continente ela supera os 80%.

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Pilotos da Portugália renovam greve parcial a voos da TAP até 11 de abril

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Depois da paralisação de 12 a 27 de março, os associados decidiram avançar com novo pré-aviso de greve entre as 03:00 e as 09:00 de 28 de março a 11 de abril.

O sindicato que representa os pilotos da Portugália decidiu renovar a greve a tempo parcial aos voos realizados para a TAP de 28 de março a 11 de abril, disse à Lusa fonte oficial do SIPLA.

Depois da paralisação de 12 a 27 de março, que contou com uma adesão, em média, de 95% “ou superior” em alguns dias, os associados decidiram avançar com novo pré-aviso de greve entre as 03:00 e as 09:00 de 28 de março a 11 de abril, adiantou o Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA).

Nesta faixa horária, a Portugália realiza 28 a 29 voos para a TAP, mas nestes dias “foram realizados apenas um ou dois”, além da ligação obrigatória entre Lisboa e a Terceira, nos Açores. A mesma fonte oficial faz um balanço “positivo” e revela que têm decorrido várias reuniões com a administração da TAP, muitas por telefone. Porém, como consideram que “continua a não haver garantias de estabilidade”, decidiram renovar a paralisação.

“Tem havido avanços em algumas matérias, mas quando enviam a redação das propostas vêm alteradas” face ao que foi falado nos encontros, e “sem qualquer compromisso concreto que garantisse o futuro dos pilotos da Portugália”, segundo a mesma fonte. “Em apenas um mês, a administração contradisse as próprias afirmações, provando que a única coisa que realmente mudou foi a sua estratégia de desinformação”, lamenta o sindicato.

O SIPLA revelou ainda que lhes foi transmitido que a TAP iria reduzir a frota da Portugália de 19 para 17 aeronaves, e que não haveria garantias de trabalhadores serem integrados na companhia aérea de bandeira. Apesar de recentemente a Portugália ter transitado da TAP SGPS para a TAP SA, no âmbito da reprivatização da companhia aérea, “nada vai mudar”, lamentou o sindicato, acrescentando que “temem pelo futuro da empresa” que atualmente emprega quase 900 trabalhadores.

O sindicato informa também que “já avançou com a queixa junto da Autoridade da Concorrência portuguesa” por violação das regras de concorrência no Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE), estando a preparar também uma manifestação junto da Direção-Geral da Concorrência Europeia.

Um dos motivos da insatisfação está precisamente relacionado com o RRCE, criado em 1998, que tinha como objetivo funcionar como um travão à contratação de voos externos pela TAP, incluindo à Portugália que representa a maior fatia, impondo limites que, caso sejam ultrapassados, revertem a favor dos pilotos da TAP através do pagamento de compensações indemnizatórias.

Este protocolo, usado por várias companhias europeias, originou custos de 60 milhões de euros no ano passado, como resultado do pagamento de seis salários-base extraordinários a cada piloto da TAP, como o Expresso tinha noticiado em maio de 2024. Os pilotos da Portugália, que em 2023 realizou cerca de 25% do total de voos da TAP de acordo com o relatório da TAP SGPS, têm vindo a criticar as consequências deste protocolo e defendem que só reforça que é “considerada uma empresa externa”.

A direção do SIPLA enviou uma proposta à administração TAP que previa a “substituição das aeronaves atuais, aquisição de novas aeronaves, garantias laborais, proteção na redução de postos de trabalho devido à diminuição de frota, definição de um número mínimo de aeronaves e a admissão de oficiais pilotos da Portugália na TAP por concurso interno”.

Em respostas à Lusa, em 12 de março, a TAP informou que “na impossibilidade de um consenso que permita evitar um protesto cuja razão de ser é de difícil compreensão, a TAP tomou já todas as medidas possíveis para mitigar o efeito desta greve junto dos passageiros”. Nesse sentido, assegura que a operação iria decorrer com normalidade neste período.

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