Rui Tavares acusa Montenegro de “falta de ética”
"Se a estabilidade dele [Montenegro] for tão boa como a ética dele, estamos fritos”, disse o porta-voz do Livre. Rui Tavares querem reconquistar eleitores que nas últimas eleições viraram à direita.
O porta-voz do Livre acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro de “falta de ética”, dando como exemplo a tentativa de Luís Montenegro querer “moldar as regras do jogo” ao escolher com quem debate para as eleições legislativas e de como deveria ser feita uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Em entrevista à RTP, Rui Tavares acusou o primeiro-ministro de ter trocado a mensagem política. Na campanha eleitoral deste ano “há uma falta de ética e ele vende estabilidade”, quando há um ano “vendia ética”, acrescentou. “O homem que há poucas semanas rebentou com o seu próprio Governo porque não queria responder a umas perguntas no Parlamento vem vender-nos estabilidade?”, ironizou o líder do Livre, que no último mandato conseguiu eleger quatro deputados.
“Se a estabilidade dele for tão boa como a ética dele, estamos fritos”, disse Rui Tavares, que acredita que a tática eleitoral de Luís Montenegro passa por “chantagear as pessoas”. E, por isso, considera que o caso da empresa familiar do primeiro-ministro, Spinumviva, também tem de ser debatida durante a campanha para as eleições de 18 de maio. Sem esse tema era “fazer de conta que o elefante não está no meio da sala”, disse.
Rui Tavares adianta ainda que a reticência de Montenegro em comparecer nos debates com Livre e Bloco de Esquerda é uma forma de “interferir em regras do jogo que não deve ser o candidato a primeiro-ministro a definir”.
Questionado sobre os motivos para a erosão de votantes na esquerda, Rui Tavares afirma que o que a fez recuar foi ter uma posição “defensiva” em diferentes temas e, por isso, agora “a esquerda tem que habituar-se a propor futuro”.
O porta-voz do Livre diz que a intenção do partido é conquistar eleitores que anteriormente votavam à esquerda e nas últimas eleições votaram à direita. “Havendo uma maioria progressista, o Livre será certamente parte da solução”, frisou o porta-voz do Livre, acrescentando que a “geringonça é um tema de conversa entre os vários partidos à esquerda”.
Rui Tavares não acredita ainda que seja possível uma coligação para formar governo à direita. Se o PSD e o Chega conseguirem formar Governo “é um risco para a democracia”. Já um executivo através de uma coligação entre o PSD e IL “estaria dependente de uma reviravolta total”, considera.
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