Fórum Nacional de Seguros começa amanhã com recorde de inscrições

  • ECO Seguros
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Os profissionais inscritos no 4.º Fórum Nacional de Seguros, que esta terça-feira tem início na Alfândega do Porto, atingiram o maior número de sempre, mas ainda está a tempo de inscrever. Aqui.

Depois de obter o maior número de expositores de sempre, 55, o 4.º Fórum Nacional de Seguros já bateu o recorde de profissionais inscritos superando as 2.500 pessoas. As inscrições ainda estão abertas podendo ser realizadas aqui.

Para os membros da APROSE – a associação que reúne os corretores e agentes de seguros em Portugal – a entrada é gratuita, como resultado do protocolo estabelecido pela APROSE e por ECOseguros. Para concretizar a inscrição como membro da APROSE clique aqui, coloque o código APROSE_FNS25 e prossiga com a credenciação.

O Fórum Nacional de Seguros tem lugar, como sempre, na Alfândega do Porto, numa organização de ECOseguros e da Zest, com suporte dos parceiros institucionais da APS e da APROSE e o apoio da Vincci Hoteles e da Adega Cooperativa de Vidigueira. O programa de conferências tem início logo às 9h de dia 8 de julho, 3.ª feira, prolongando-se durante todo o dia. Contará com uma participação especial da artista Cuca Roseta e com uma sunset party no final desse primeiro dia.

No segundo dia, 9 de julho, 4.ª feira, serão realizados mais debates e entrevistas, nomeadamente com Nuno Martins, o novo presidente da APROSE, e diversos painéis apontando para o futuro realista dos seguros num mundo em acelerada transformação.

A presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar, vai inaugurar o 4.º Fórum Nacional de Seguros em entrevista ao diretor de ECOseguros, divulgando à audiência profissional os próximos desafios da supervisão a enfrentar pelo setor.

José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) optou por estar presente no painel “Nova Legislatura: Que prioridades para os seguros”, em que estará a par com João Barata da Generali Tranquilidade e Jorge Pinto da Zurich, num painel de debate a realizar pelas 12h30 de dia 8.

Quase a abrir, o FNS2025 já superou os resultados de anos anteriores com 55 expositores, 55 marcas associadas e uma conferência que conta com 14 painéis de debate e de entrevista, mobilizando mais de 50 protagonistas de todas as áreas do setor segurador.

O programa atualizado pode ser visto aqui.

O FNS 2025 conta com o apoio de destacadas empresas ligadas aos seguros em várias atividades como são:

Acrisure, Ageas Seguros, AIG, April Portugal, ARAG, Asisa, Azuaga Seguros, Broseta – Advogados, Bupa, Caravela, Carglass, CCA Law Firm, Cleva, Grupo Concentra, Diagonal, doutor finanças, DS Seguros, Express Glass, Fidelidade, Frank, Saúde Prime, Generali Tranquilidade, Glassdrive, Habic, Hagel – Seguros Agrícolas, Hiscox, Hispania, i2S Brokers, Innovarisk Underwriting, Libax, lluni, Lusitania, MDS, Mediplus, Methodus Seguros, Mgen, Mudey, NacionalGest, Nuvu, Planicare, Prévoir, Real Vida, SABSEG, SegUp, Seguramos, Semper, Special Insurance, Specialty Risks, SPS – Advogados, Universalis, Verspieren e Zurich.

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Secretário-geral do PS exige respostas do primeiro-ministro sobre urgências hospitalares

  • Lusa
  • 6 Julho 2025

O secretário-geral do PS exigiu respostas a Luís Montenegro sobre urgências hospitalares, em particular nas especialidades de pediatria, ortopedia e obstetrícia na península de Setúbal.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, exigiu respostas do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre urgências hospitalares na Área Metropolitana de Lisboa e em particular nas especialidades de pediatria, ortopedia e obstetrícia na península de Setúbal.

Em declarações aos jornalistas, numa escola básica de Sintra, antes da apresentação da candidatura de Ana Mendes Godinho à presidência deste município, apoiada por PS e Livre, José Luís Carneiro colocou três perguntas ao primeiro-ministro, que espera ver respondidas “nos próximos dias”.

Em primeiro lugar, o secretário-geral do PS quer saber “se o Governo já tem ou não um plano de emergência para a gestão das urgências hospitalares para a Área Metropolitana de Lisboa, para Lisboa e Vale do Tejo”. “A segunda pergunta é por que razão é que a península de Setúbal até agora tem tido dias e semanas sem uma resposta condigna do ponto de vista da resposta particularmente à pediatria, à ortopedia e também à obstetrícia“, acrescentou.

A terceira pergunta que José Luís Carneiro quer ver respondida pelo primeiro-ministro é sobre “a notícia da parte do Governo de que ia colocar quatro meios aéreos em apoio da emergência hospitalar, quatro helicópteros”.

Soubemos, neste fim de semana, que apenas um desses helicópteros estará a operar. A pergunta é por que razão esses quatro meios aéreos que viriam em reforço da emergência hospitalar não estão a responder às necessidades da emergência hospitalar e continuamos a assistir a este quadro lamentável e triste de vermos as mães a perderem os seus bebés por falta de resposta condigna“, disse.

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Putin diz aos países BRICS que modelo de globalização liberal “tornou-se obsoleto”

  • Lusa
  • 6 Julho 2025

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou, numa intervenção por videoconferência na cimeira do grupo BRICS, que o modelo de globalização liberal "tornou-se obsoleto".

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou, numa intervenção por videoconferência na cimeira do grupo BRICS, este domingo, que o modelo de globalização liberal “tornou-se obsoleto”. “A mudança na ordem económica mundial continua a ganhar força. Estamos todos a testemunhar que o modelo de globalização liberal tornou-se obsoleto“, afirmou. Como resultado, acrescentou, “o foco da atividade empresarial está a deslocar-se para os mercados em desenvolvimento, o que está a impulsionar uma grande onda de crescimento, incluindo nos países BRICS”.

Putin sublinhou que os países BRICS representam não só um terço da superfície terrestre e quase metade da população mundial, mas também “40% da economia mundial”. “E o PIB total em termos de paridade do poder de compra já atingiu 77 biliões de dólares, de acordo com o FMI. Aliás, neste indicador, os BRICS ultrapassam significativamente outros blocos, incluindo o G7, que tem 57 biliões“, disse.

Putin sublinhou que 90% das transferências entre a Rússia e os outros países do grupo são efetuadas em moedas nacionais e congratulou-se com o apoio do Brasil à iniciativa da presidência russa de criar uma bolsa de cereais, uma vez que os BRICS representam 44% da produção mundial de cereais.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, recebeu no Rio de Janeiro os líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping.

Entre os líderes presentes estão os da Etiópia, Abiy Ahmed; da Índia, Narendra Modi, que foi o segundo a chegar e da Indonésia, Prabowo Subianto. Estão também presentes Presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.

Uma das principais ausências na cimeira é Putin, que recusou o convite de Lula da Silva por estar sob mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes cometidos durante a guerra na Ucrânia, e será representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

Mais surpreendente é a ausência de Xi Jinping da China, que tem sido um participante constante em cimeiras anteriores, e será substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Este domingo, os chefes de Estado e de Governo dos BRICS têm agendadas duas sessões plenárias, a primeira sobre “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global” e a segunda relativa ao Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial”.

Nesta última, deverá ser discutida a revisão das participações acionárias no Banco Mundial, o realinhamento de quotas do FMI e o aumento da representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança nas instituições financeiras internacionais e a importância de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Para além disso, e tal como tem vindo a acontecer durante as reuniões ministeriais dos BRICS ao longo dos últimos meses, deverá ser feita uma denúncia ao aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, numa referência às medidas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; assim como um apelo ao reforço da utilização de moedas locais no comércio entre os países do bloco.

No último dia, na segunda-feira, sessão plenária será sobre “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”.

O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.

A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.

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Empresas de olho na “via verde” para contratar imigrantes<span class='tag--premium'>premium</span>

Empregadores têm mostrado interesse na nova “via verde” para contratar trabalhadores estrangeiros, dizem as confederações empresariais, mas ainda há dúvidas por esclarecer.

Este artigo integra a 15.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.Preencher as vagas de empregoque vão surgindo não tem sido tarefa fácil no Grupo Casais. Mas a nova “via verde” para a contratação de imigrantes poderá ajudarnesse processo, perspetiva Sofia Miranda, diretora de pessoas. Esta construtora nacional, está a contar “ recrutar cerca de 50 a 60 trabalhadoresatravés deste protocolo”, o que irá “permitir preencher vagas críticas e apoiar o crescimento da empresa”. Como o Grupo Casais, há dezenas de empresas do setor da construção a prepararem-se para recorrer a este mecanismo, segundo a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Noutros setores, também há interesse entre os empregadores. No entanto, há ainda dúvidas por esclarecer,

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ASF procura dois juristas para integrar o seu quadro

  • ECO Seguros
  • 6 Julho 2025

O regulador de seguros está a recrutar. Tem vagas aberturas para juristas licenciados e recém-mestres. O local a desempenhar funções é em Lisboa e as candidaturas estão abertas até dia 22 de julho. 

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) abriu candidaturas para recrutar dois juristas para a sua equipa em Lisboa.

Os nomeados irão integrar o quadro de pessoal do regulador, em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado. Um vai integrar o departamento de Compras e Património e outro para o departamento de Autorizações e Registos.

A vaga aberta para o departamento de Compras e Património destina-se a licenciados em direto, com experiência profissional mínima de oito anos na área da Contratação Pública, conhecimentos aprofundados do Direto português e domínio das ferramentas do MS Office.

Já para o departamento de Autorizações e Registos o perfil requerido é alguém com mestrado concluído recentemente ou em fase de conclusão com a componente curricular concluída. A média final de licenciatura ou mestrado deve ser igual ou superior a 13 valores e deve ter experiência profissional relevante para a função na atividade seguradora. Procuram colaboradores com soft skils de raciocínio crítico e proatividade e capacidade de cooperação e de trabalho em equipa. Também é necessário dominar as ferramentas do MS Office.

O local a desempenhar funções é em Lisboa e as candidaturas estão abertas até dia 22 de julho.

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Munich Re conclui aquisição de insurtech americana

  • ECO Seguros
  • 6 Julho 2025

A Next Insurance vai complementar as capacidades comerciais da ERGO através do seu conjunto de tecnologias e da sua plataforma de subscrição/preçário totalmente digital e automatizada.

A Munich Re finalizou a aquisição total da insurtech americana Next Insurance que está agora integrada na estrutura de gestão da Ergo, a principal atividade de seguros diretos da Munich Re.

Segundo anunciou o grupo Ergo comunicado, foram cumpridas todas as condições necessárias para a conclusão da transação dentro do calendário previsto, incluindo as aprovações regulamentares necessárias.

Com esta aquisição, a Ergo entra no maior mercado segurador do mundo, explorando o segmento das pequenas e médias empresas nos EUA. A Next Insurance vai complementar as capacidades comerciais da ERGO através do seu conjunto de tecnologias e da sua plataforma de subscrição/preçário totalmente digital e automatizada. Por sua vez, a ERGO apoiará o crescimento do negócio da Next Insurance.

O acordo definitivo foi concluído com uma avaliação de 2,6 mil milhões de dólares por 100% das ações da NEXT Insurance. Antes da transação, o ERGO Group AG já era um dos principais acionistas da NEXT Insurance, detendo cerca de 29% do capital social em circulação da empresa.

“O fecho da transação representa um marco importante para nos estabelecermos como um fornecedor de seguros relevante nos EUA. Juntamente com a NEXT Insurance, iremos aproveitar o considerável potencial de crescimento oferecido por este mercado atrativo, à medida que expandimos a nossa atual carteira de negócios”, afirma Markus Rieß, Diretor Executivo do ERGO Group AG.

Fundada em 2016 e sediada na Califórnia, a NEXT Insurance é uma seguradora líder em tecnologia de seguros P&C, focada nas pequenas empresas dos EUA. A empresa oferece cobertura de seguro digital simples, incluindo Responsabilidade Civil Geral e Compensação de Trabalhadores. Atualmente, a empresa serve mais de 600.000 clientes e conta com cerca de 700 funcionários e registou um volume de negócios de 548 milhões de dólares em 2024.

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EUA estão perto de fechar vários acordos comerciais antes do prazo final de 9 de julho

  • ECO
  • 6 Julho 2025

Informação foi avançada pelo secretário do Tesouro americano, que sinalizou ainda vários anúncios nos próximos dias. Trump irá enviar também cartas a 100 países com os quais os EUA têm pouco comércio.

Os Estados Unidos estão perto de fechar vários acordos comerciais antes do prazo final de 9 de julho, anunciou este domingo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, prevendo vários anúncios importantes nos próximos dias, de acordo com a Reuters.

Bessent disse ao programa “State of the Union” da CNN que o presidente Donald Trump também irá enviar cartas a 100 países com os quais os EUA não têm muito comércio, notificando-os de que passarão a ser aplicadas tarifas mais altas caso não existam progressos, inicialmente definidas em 2 de abril e depois suspensas até 9 de julho.

“O presidente Trump irá enviar cartas a alguns de nossos parceiros comerciais sinalizando que se não houver avanços, então, a 1 de agosto irão regressar aos níveis de tarifas de 2 de abril. Acho que veremos muitos acordos muito rapidamente“, disse Bessent à CNN.

Contudo, o presidente do Conselho de Assessores Económicos da Casa Branca, Stephen Miran, ao programa “This Week” da ABC News, salientou que os países precisam de fazer cedências para terem tarifas mais baixas. “Ouço boas coisas sobre as negociações com a Europa. Ouço coisas boas sobre as negociações com a Índia”, disse Miran. “E, portanto, espero que vários países que estão em processo de fazer essas cedências… possam ver as datas prorrogadas“, acrescentou.

Bessent disse à CNN que a Administração Trump está focado em 18 importantes parceiros comerciais que respondem por 95% do défice comercial dos EUA, mas realçou que existiu “muita demora” entre os países na finalização de acordos comerciais.

Este fim-de-semana continuam a decorrer as negociações entre os Estados Unidos e uma delegação da Comissão Europeia, em Washington. Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-las para 50%, como anunciou em maio.

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Afinal, não é só o PRR. Estado foi o principal beneficiário do PT2020

Aumentar a competitividade, substituir investimento público, ajudar as contas públicas. Fundos europeus são usados para muitas coisas. No ranking dos maiores beneficiários primeira está em 30.º lugar.

  • Este artigo integra a 15.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.

O Estado é o principal beneficiário dos apoios do Portugal 2020. Os 29 maiores beneficiários do quadro comunitário, em fase final de encerramento, são organismos do Estado, empresas públicas ou autarquias. A primeira empresa da lista é a Bosch Car Multimédia, com dez projetos financiados, com 85 milhões de euros de apoios europeus.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) é a entidade que mais fundos comunitários recebeu e executou, num total de 2,1 mil milhões de euros. É a instituição responsável pelo pagamento dos apoios à formação, à contratação ou ao emprego.

O segundo lugar do pódio é ocupado pela Direção-Geral do Ensino Superior, com 589 milhões de euros, e o terceiro pela Infraestruturas de Portugal (IP) com 472 milhões de euros executados, apesar de ter 521 milhões aprovados.

A “necessidade de consolidação orçamental, nas décadas de 2010 e 2020” explica esta prevalência do setor público, considera Pedro Brinca. “O investimento público que havia não era suficiente sequer para manter as infraestruturas existentes”, lembra o economista. “Houve um desinvestimento líquido do stock público que era compensado através dos fundos europeus”, sublinhou o também professor associado na Nova SBE.

“Os fundos europeus estão a ir para o setor público para assegurar funções básicas do Estado”, afirma Pedro Brinca, sublinhando que, no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a situação é “ainda pior”. O economista recorda mesmo as palavras do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, numa conferência em 2022, na qual apelou “à utilização do PRR para sanear as contas públicas”.

O investimento público “deve ser exclusivamente, ou perto disso, financiado por fundos europeus”: “O investimento público em Portugal nos últimos anos tem sido financiado essencialmente pelo Orçamento do Estado. Nos anos do PRR esta situação deve mudar. Só assim conseguiremos implementar esses fundos, reduzir a pressão no nosso endividamento e ganhar margem orçamental”, avisou Centeno.

A economista Susana Peralta considera que os fundos podem ser uma forma de ajudar os países mais atrasados ao nível das infraestruturas. “Já que as regras orçamentais são iguais para todos, mas há uns que são mais beneficiados do que outros, os fundos estruturais podem ser um penso rápido para ajudar a compensar a heterogeneidade dos países e a inexistência de um verdadeiro orçamento federal”, defende a também professora associada da Nova SBE.

A IP viu no Portugal 2020 uma forma de alavancar o investimento ferroviário no país, sobretudo num contexto de fortes limitações ao investimento público. “Em 2016 tínhamos acabado de sair de um contexto económico complicado”, recorda o presidente da IP. Para Miguel Cruz, caso não existisse PT2020 “não teríamos tido um pacote de investimento em ferrovia tão significativo”, porque o Connecting Europe Facility (um outro programa europeu gerido centralmente em Bruxelas e dirigido a projetos estratégicos com determinadas componentes) e o Orçamento do Estado “não cobriam a totalidade das necessidades de financiamento”, frisa o responsável, nomeadamente “ao nível da modernização da rede. “Só no PT2020 estamos a falar de um pacote de investimentos de dois mil milhões de euros, só na ferrovia.”

Miguel Cruz sublinha ainda que a modernização da rede se dirigiu sobretudo à ferrovia das mercadorias, o que “significa que o impacto económico deste investimento foi muito significativo”.

Para Susana Peralta a crítica está no facto de os fundos serem usados para financiar o funcionamento do Estado, em vez de ter um efeito reprodutivo. “Choca-me menos a distinção entre despesa corrente e de capital propriamente dita do que entre público e privado, porque não sabemos quem são os beneficiários últimos dos fundos.”

A economista dá o exemplo do Banco de Fomento, que surge em quinto lugar no Top10 dos maiores beneficiários do quadro comunitário quase a terminar. Os 261 milhões de euros do PT2020 foram utilizados para capitalizar empresas. Os programas operacionais regionais, recorde-se, foram financiadores da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), que depois veio a ser integrada com a PME Investimentos na SPGM para dar origem ao Banco de Fomento, a 3 de novembro de 2020.

O impacto na economia da forma como os fundos são usados não é consensual. Se Centeno sublinha o efeito positivo nas contas públicas, Pedro Brinca prefere olhar para o efeito no longo prazo e avaliar se estão a tornar o país mais competitivo. Os fundos garantiram a convergência das regiões, diz Pedro Brinca. Mas, o economista “suspeita” de situações em que é o Estado a decidir em que empresas investir. “Se os critérios forem independentes” não há problemas, afirma. “Outra coisa é dar borlas fiscais para empresas com contactos diretos com o Governo”, critica.

Primeira empresa em 30.º lugar

É preciso descer no ranking à 30.ª posição para encontrar a primeira empresa. A Bosch Car Multimedia reconhece que os “incentivos do PT2020 permitiram acelerar projetos estratégicos com impacto na modernização industrial, na criação de emprego qualificado e no desenvolvimento tecnológico”. “Os projetos apoiados têm incidido em áreas como a digitalização, a mobilidade do futuro e o desenvolvimento de novas tecnologias, em colaboração com instituições académicas e centros de investigação”, explica fonte oficial da empresa alemã, sedeada em Braga, que faz componentes eletrónicos para a área automóvel.

Também a Bial considera que “os fundos europeus foram determinantes para o sucesso do programa de investigação e desenvolvimento (I&D) da Bial” e a prova são os dois medicamentos desenvolvidos a partir de Portugal e lançados à escala global. “Um marco significativo para a indústria farmacêutica nacional”, diz João Norte, vice-presidente, corporate affairs & market access da Bial. “Sem os fundos que nos têm sido disponibilizados ao longo dos anos, não teria sido possível”, garante.

A Bial surge em 6.º lugar no ranking dos maiores beneficiários privados do PT2020, com 35 milhões de euros executados. “Os incentivos recebidos, para além do investimento em I&D, foram também concretizados na expansão do Campus Bial, que incluiu a construção de uma nova unidade de produção de antibióticos e a ampliação do edifício industrial do grupo”, detalha.

Como o tecido empresarial nacional é sobretudo composto por PME, muitas “têm dificuldade em aceder diretamente aos fundos” ou a implementá-los, alerta a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Por isso, as associações acabam por desempenhar um papel fundamental.

Entre os maiores operadores privados estão várias associações — APICCAPS (calçado), Associações Empresarial de Portugal (AEP), CCP, Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) e Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende (Resulima) — que ajudam a colmatar falhas.

“No caso dos apoios às empresas, se não fossem as associações, perdia-se a eficácia da sua aplicação”, garante Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA. “Os sucessivos governos nas últimas décadas usaram o elevado know-how das associações, para executar as políticas de apoio à inovação, desenvolvimento, formação e internacionalização”, acrescenta.

“Quase 90% do valor recebido pela CCP, prende-se com o desenvolvimento de projetos em articulação com outras estruturas associativas, em especial as designadas candidaturas integradas de formação, as quais envolveram, no PT2020, 34 associações nas regiões Norte, Centro e Alentejo”, detalha a secretária-geral da CCP, Ana Vieira. “A CCP substitui-se às entidades públicas na gestão destas candidaturas, mas com a vantagem de uma maior proximidade ao terreno e à realidade do tecido empresarial”, acrescenta. “Importa destacar que os fundos não são apenas fontes de financiamento do investimento, são também instrumentos catalisadores de mudança”, sublinha Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP. Por isso, a associação quer “mobilizar os recursos para dar resposta a desafios coletivos e apoiar o desenvolvimento da atividade empresarial e da economia portuguesa em geral”.

Os fundos não são usados para financiar as próprias associações, garantem, até porque as regras limitam essa possibilidade. Todos estão preocupados com a possibilidade de, num próximo quadro comunitário de apoio haver um corte nas verbas da Coesão, porque “Portugal é um dos países que continua a apresentar significativa disparidade no seu desenvolvimento regional”, alerta Luís Miguel Ribeiro.

A APIMA reconhece que tem apostado cada vez mais na participação em projetos europeus, com diversos parceiros nacionais e internacionais, “porque os envelopes financeiros geridos diretamente por Bruxelas são bem mais interessantes e com maior dotação que os nacionais”.

A CCP defende, há muito, um maior peso de ações de eficiência coletiva e uma maior cooperação entre o setor público e privado, porque “o objetivo não é apenas a execução dos fundos, mas a criação de valor para as empresas, os trabalhadores e o país”, conclui Ana Vieira.

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Governo francês defende reforço das barreiras alfandegárias contra a China

  • Lusa
  • 6 Julho 2025

O ministro francês das Finanças afirmou este sábado que a Europa deve reforçar as suas barreiras alfandegárias para fazer face às importações chinesas.

O ministro francês das Finanças, Eric Lombard, afirmou este sábado que a Europa deve reforçar as suas barreiras alfandegárias para fazer face às importações chinesas, que podem prejudicar a economia industrial do continente.

A Europa já tomou medidas relativamente ao aço e aos automóveis, mas as regras devem ser alteradas para permitir uma utilização mais alargada das medidas contra as importações da China, afirmou Lombard. “No mundo em que nos encontramos hoje, temos de proteger a nossa indústria“, afirmou Lombard no sábado, numa conferência económica em Aix-en-Provence, França.

“Temos de o fazer em todos os segmentos industriais, caso contrário, a política chinesa, que consiste em ter uma capacidade de produção de mais de 50% da quota de mercado global em cada setor, irá matar a nossa indústria”, acrescentou o governante francês.

Os comentários de Lombard sublinham as preocupações crescentes em Paris de que os esforços do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para redesenhar os fluxos comerciais globais correm o risco de atingir a Europa em várias frentes, e não apenas devido a potenciais tarifas sobre as exportações europeias para os Estados Unidos.

A China anunciou direitos anti-dumping sobre o brandy europeu na sexta-feira, isentando os principais fabricantes de conhaque que concordaram com níveis mínimos de preços. A ação seguiu-se à decisão da União Europeia, em 2024, de aplicar direitos aduaneiros até 45% aos veículos elétricos fabricados na China.

Em mais um sinal da tensão entre a Europa e Pequim, o Governo chinês tenciona encurtar para apenas um dia a cimeira de dois dias com os líderes da União Europeia, informou a Bloomberg na sexta-feira.

Em declarações à Bloomberg na sexta-feira, no mesmo evento de Aix-en-Provence, o ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, apelou também a que a Europa reforce as suas defesas contra as importações chinesas.

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CDS-PP ameaça candidatura autárquica a solo em Lisboa

  • Lusa
  • 5 Julho 2025

Líder centrista não quer perder a relevância no Executivo que lhe coube nas autárquicas de 2021 após a vitória da coligação Novos Tempos, liderada por Carlos Moedas.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, colocou neste sábado, como condição para reeditar a coligação com o PSD em Lisboa nas próximas autárquicas, que o seu partido continue a exercer mandatos, como vinha acontecendo até aqui.

“Onde o CDS desempenha com relevância o poder autárquico, expressando os seus valores nesses mandatos, e para entrarem outros, o CDS tem que sair, ou tem que baixar, não tendo a expectativa de exercer esses mandatos (…) então naturalmente aí o CDS concorrerá sozinho”, afirmou.

O líder centrista falava aos jornalistas à margem da sessão de encerramento da convenção autárquica do CDS-PP, que decorreu este sábado em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.

Questionado sobre um possível acordo de coligação entre o PSD e a IL em Lisboa, Nuno Melo disse que isso não levará à saída do CDS da coligação, desde que o partido continue a ser respeitado, no sentido de poder continuar a exercer mandatos, como vinha fazendo.

“Há coligações que neste momento estão vigentes e nós percebemos que os tempos mudam, e pode ser conveniente que, em alguns casos, outros parceiros entrem. Agora, quando entrando outros parceiros, o CDS continue a ser respeitado no sentido de poder continuar a exercer mandatos, como vinha fazendo (…) naturalmente que essas coligações poderão acontecer”, afirmou.

Nuno Melo referiu ainda que, no caso de Lisboa, há um processo negocial que está em curso, realçando que o acordo “tem que ser bom para todas as partes”.

“Se tudo ponderado, o CDS chegar à conclusão que, no que nos respeita, a coligação é também boa para o CDS, então a coligação celebra-se. Quando, onde seja, o CDS entenda que a coligação não é boa, então o CDS vai a votos por si. É isso que é normal”, afirmou.

No discurso de encerramento da convenção autárquicas, Nuno Melo afirmou ainda que a única coisa que não aceitará é que as coligações venham a ser feitas, “ou porque se tem medo de ir a votos, ou por alguma espécie de favor ou estado de necessidade”.

“Só pode haver um critério para celebrarmos coligações em Portugal e esse critério é, a começar, a noção ou a certeza de que juntos com mais alguém temos um projeto maior para as populações. Mas juntos com mais alguém, aquilo que o CDS fará será também com respeito pelo nosso próprio partido que precisamente porque quer e não porque precisa pode também por isso fazer alguma diferença”, concluiu.

Em 2021 a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança venceu as eleições autárquicas em Lisboa conquistando sete mandatos.

Atualmente, o CDS tem dois vereadores no executivo liderado pelo social-democrata Carlos Moedas, nomeadamente o vice-presidente Filipe Anacoreta Correia e Diogo Moura

As eleições autárquicas vão realizar-se a 12 de outubro.

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📹 As melhores companhias aéreas do mundo em 2025

  • ECO
  • 5 Julho 2025

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Rocim atinge maioridade com Estados Unidos, Brasil e Angola como trunfos. E com nova identidade

Aos 18 anos de vida, Rocim é o chapéu para todas as marcas das várias regiões do país, com os vinhos premium a posicionarem-se, cada vez mais, nos Estados Unidos, Brasil e Angola .

Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, Rocim5 julho, 2025

É uma história de amor às vinhas, regresso às origens e valorização do terroir a que Catarina Vieira e Pedro Ribeiro escrevem há 18 anos na Herdade do Rocim, no Alentejo. A dar cartas em 50 países — com trunfos nos Estados Unidos, Brasil, Angola e Suíça –, o casal vai investir um milhão de euros num novo armazém de logística e antecipa faturar oito milhões de euros num ano em que se apresenta com uma nova imagem e identidade para todas as marcas, de Norte a Sul do país.

A Herdade do Rocim atingiu, assim, a maioridade com uma nova identidade, com nome e imagem gráfica comum – Rocim –, que serve de chapéu para todas as marcas de vinhos que produz nas regiões vitivinícolas do Alentejo, Douro, Dão, Lisboa, Açores e Algarve – estas duas últimas resultam de parcerias com outros produtores. E com uma única garrafa, mais leve e serigrafada com o novo logótipo, para todas as referências da marca que, cada vez mais, se quer posicionar no segmento premium e de luxo, com um “excelente” perfil de vinhos e a preços mais elevados. Mas já lá vamos.

“Demorou 18 anos para nos sentirmos exatamente como somos. É a partir desta certeza que apresentamos a nova imagem Rocim: mais clara, mais coesa, mais próxima daquilo que nos define”, começa por descrever Pedro Ribeiro, satisfeito com o novo capítulo que agora começa a escrever com a mulher, Catarina Vieira.

Para o enólogo, “esta nova fase traduz a maturidade de um projeto guiado por ideias simples, mas firmes: valorizar o território, praticar uma agricultura responsável, preservar métodos tradicionais como a talha, e inovar com autenticidade”.

 

Movido pela vontade de arriscar, o casal tem trilhado um caminho repleto de desafios vínicos e os resultados estão à vista: o crescimento da marca tem sido de tal forma que o CEO da Rocim calcula atingir este ano um volume de negócios de oito milhões de euros, mais um milhão do que em 2024, com o mercado da exportação a assumir um peso de 60%. Pedro Ribeiro acredita que a aposta nos mercados dos Estados Unidos — apesar do atual contexto de insegurança económica —, Brasil, Dubai, Angola e Suíça tem sido certeira na estratégia do negócio no setor vitivinícola.

Novos desafios surgem agora que a Rocim atingiu a maioridade, para acompanhar a constante evolução da marca e, em simultâneo, dar resposta à crescente procura por vinhos premium, como é o caso do investimento de um milhão de euros na construção de um armazém de logística na propriedade alentejana, que deverá estar concluído em 2026. Catarina Vieira e Pedro Ribeiro pretendem duplicar a capacidade de armazenamento. “Atualmente, vendemos 1,5 milhões de garrafas e queremos aumentar para 2,5 a três milhões”, assinala o enólogo.

Para levar este projeto “urgente” a bom porto, foi preciso prorrogar um outro projeto, a construção da casa de turismo rural, que os dois anunciaram há alguns anos e que ainda não saiu do papel. “Agora surgiu esta necessidade urgente [de construir o armazém], pelo que pensamos arrancar com o projeto de turismo rural na Herdade do Rocim dentro de dois anos; o investimento ainda não está fechado”, conta ao ECO Pedro Ribeiro.

Para perceber melhor a história da Rocim é preciso recuar no tempo, quando há 18 anos Catarina Vieira e Pedro Ribeiro começaram a escrever as primeiras linhas nos 120 hectares da Herdade do Rocim — 70 de vinha e 10 de olival –, situada entre Cuba e Vidigueira, no Baixo Alentejo.

Herdade do Rocim
Herdade do Rocim13 setembro, 2024

Ousaram depois apostar nos vinhos de talha e o sucesso foi de tal forma que, em 2018, começaram a organizar o “Amphora Wine Day”, que vai já na sétima edição. A cada ano que passa conta com a participação de cada vez mais produtores nacionais e estrangeiros, e milhares de curiosos para assistir à tradição secular da abertura das talhas.

O evento acontece sempre por altura do Dia de S. Martinho, em novembro, para levar às bocas do mundo o vinho de talha, divulgar a gastronomia e o cante alentejano, este último classificado como Património Imaterial da Humanidade.

De olhos postos nos vinhos de luxo, a Rocim saltou para a ribalta com o lançamento, em 2021, do primeiro dos “Vinhos do Outro Mundo”, em parceria com o consultor de vinhos Cláudio Martins que acaba de lançar o tinto “Neptune Code 0.6”, em Florença.

As 800 garrafas do tinto “Júpiter”, a 1.000 euros cada, venderam-se em três tempos apesar do elevado custo. Ainda hoje há investidores a revenderem uma garrafa “a 2.000 ou 2.500 euros”.

Pedro Ribeiro continuou a arrojar, tirando da cartola mais um vinho que se posicionou no mapa vinícola internacional — o “Vinha da Micaela” — a rondar os 200 euros a garrafa.

Presente em várias regiões vitivinícolas do país, Pedro Ribeiro não esconde a ambição de um dia ainda produzir no Tejo e, quem sabe, na Beira Interior e em Setúbal. Mas o futuro o dirá.

Abertura das talhas no “Amphora Wine Day”

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