Bright Pixel lidera ronda de 10,6 milhões da americana Knostic

Ronda eleva para 13,5 milhões capital levantado pela norte-americana que pretende eliminar as fugas de dados corporativos dos modelos de linguagem em grande escala.

Equipa da Knostic

A Bright Pixel, o braço de investimento de capital de risco da Sonae, liderou a ronda de investimento de 11 milhões de dólares (cerca de 10,6 milhões de euros) da norte-americana Knostic, que tem como missão eliminar as fugas de dados corporativos dos modelos de linguagem em grande escala (LLM, na sigla em inglês).

“Nesta era de rápida transformação digital é raro encontrar um conselho de administração que não esteja a discutir IA e, ainda assim, as tentativas de controlar os LLM falharam repetidamente”, afirma Fernando Martins. “As empresas que desejam utilizar os LLM a seu favor precisam da Knostic para proteger as suas informações”, diz o diretor de investimentos em Cibersegurança da Bright Pixel Capital, citado em comunicado.

A ronda — que contou com a participação da Silicon Valley CISO Investments (SVCI), DNX Ventures, Seedcamp e investidores individuais como Kevin Mahaffey (fundador da Lookout) e Gerhard Eschelbeck (antigo CISO da Google) — eleva o financiamento total da tecnológica norte-americana para 14 milhões de dólares (cerca de 13,5 milhões de euros).

Fundada em 2023, pelos especialistas em cibersegurança Gadi Evron (anteriormente no Citibank e PwC) e Sounil Yu (ex-Bank of America), a Knostic fornece controlos de acesso baseados no princípio need-to-know para LLM.

“Ao contrário dos controlos de acesso tradicionais, que limitam as nossas opções a permitir ou negar acesso, as políticas need-to-know possibilitam respostas dos LLM que podem ser ajustadas ao contexto empresarial do utilizador,” diz Sounil Yu. “Os limites baseados no princípio need-to-know permitem que as empresas acelerem a adoção da IA sem comprometer a segurança”, acrescenta o cofundador e CTO da Knostic, citado em comunicado.

Com esta ronda, o objetivo é “reforçar a oferta” da startup “adicionando uma camada personalizável de segurança a ferramentas como o Microsoft 365 Copilot e o Glean”, informa comunicado.

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Hugo Soares garante que Montenegro será o candidato do PSD se houver novas eleições

  • ECO
  • 5 Março 2025

Em entrevista à SIC Notícias, o líder da bancada do PSD disse não ter dúvidas de que o atual presidente do partido conseguirá ganhar e até ter um resultado melhor do que o das últimas legislativas.

O líder parlamentar do PSD assegura que Luís Montenegro será o candidato do partido se o Governo cair e houver eleições antecipadas. “Se houver eleições legislativas em Portugal, o candidato a primeiro-ministro será Luís Montenegro“, afirmou Hugo Soares, em entrevista à SIC Notícias na terça-feira.

Hugo Soares disse não ter dúvidas de que o atual presidente social-democrata conseguiria ganhar e até reforçar o resultado em relação às últimas legislativas. Mas, ressalvou, “o país não está para eleições”, pois “quer e precisa de estabilidade“.

O negócio que Luís Montenegro fez — doando a sua parte da empresa familiar à mulher, com quem era casado em comunhão de bens — é “perfeitamente legítimo” e o chefe do Governo “não é avençado”, apontou também o líder parlamentar do PSD, sublinhando que o primeiro-ministro “é um tipo sério”.

Sobre a comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Montenegro, pedida pelo PS acerca do património e rendimento do primeiro-ministro, o líder da bancada social-democrata considera que o objetivo deste instrumento não será obter respostas. “Pedro Nuno Santos não quer respostas a nada. Quer achincalhar, achincalhar, achincalhar“, atirou.

O líder socialista também não pretende a queda do Governo. Caso contrário, “votava a favor da moção de censura” apresentada pelo PCP e que vai a votos esta quarta-feira — o que já disse que não fará –, argumentou ainda Hugo Soares, criticando a “fantochada política que alguns estão a criar”.

Quanto à falta de comunicação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República — Luís Montenegro só telefonou a Marcelo Rebelo de Sousa depois de ter feito a declaração ao país na qual admitiu avançar com uma moção de confiança –, Hugo Soares defende que os Chefes de Estado “não servem para dar a mão ao Governo”. “Não devem, os dois, imiscuírem-se nos poderes um do outro“, defendeu.

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Governo sobe de dez para 15 euros apoio à compra de botijas de gás

Ao mesmo tempo, o Governo pretende redesenhar o processo do programa para o tornar "mais simples" e "mais célere", revelou a ministra do Ambiente.

A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, indicou que o Governo vai reforçar a dotação do programa Botija Solidária e que irá subir o nível do apoio para 15 euros por botija.

O Programa Bilha Solidária, que está em vigor, terá a dotação reforçada em 2,5 milhões euros para este ano de 2025, o que já havia sido anunciado. No entanto, em acréscimo, a ministra fez outro anúncio: “Vamos ainda aumentar o nível dos apoios, subindo de dez euros por botija para 15 euros o valor pago aos beneficiários na compra das botijas de gás.”

Ao mesmo tempo, o Governo pretende redesenhar o processo do programa para o tornar “mais simples” e “mais célere”, e que tenha uma maior divulgação, já que “há algum desconhecimento” deste programa na população, entende a ministra.

O Governo está atento à subida do preço do gás e a tomar medidas que permitam mitigar os impactos“, garantiu Maria da Graça Carvalho, afirmando que terá em especial atenção as comunidades mais vulneráveis e em risco de pobreza energética.

Planos de resíduos, água e floresta em breve

Considerando a gestão de resíduos “um dos maiores desafios” que tem em mãos, a ministra anunciou que está concluído um plano de ação, cujos detalhes serão tornados públicos nos próximos dias.

Também será “brevemente apresentado” um plano para a floresta e, igualmente em breve, será apresentada a Estratégia Água que Une, que está também concluída, “prevendo orientações e investimentos para termos segurança e sustentabilidade no uso da água em Portugal”.

A apresentação desta estratégia estava inicialmente prevista para dezembro do ano passado.

Restrições pela seca no Algarve podem recuar

No que diz respeito ao Algarve, a situação de escassez de água “tem vindo a evoluir favoravelmente”, registando-se mais 99,3 hectómetros cúbicos face ao período homólogo de 2024, o que representa a duplicação das disponibilidades hídricas no território. “Teremos, por isso, condições para equacionar um possível novo alívio das restrições em vigor“, afirmou a ministra. A Comissão de Acompanhamento dos Efeitos da Seca irá reunir no próximo dia 10 de março, em Faro.

Em paralelo, o ministério prevê um reforço do financiamento para a redução das perdas de água, embora a ministra não o tenha quantificado.

Estas iniciativas acontecem depois de, em maio do ano passado, o Governo ter já aliviado as restrições impostas pelo anterior executivo, liderado por António Costa, sobre o consumo de água no Algarve. No último maio, o Governo decidiu aliviar em cerca de 20 hectómetros cúbicos (hm3) as restrições, que se distribuíram da seguinte forma: 2,65 hm3 de alívio no consumo urbano, 13,14 hm3 de alívio no consumo agrícola e 4,17 hm3 de alívio no turismo.

Na mesma data, o Governo anunciou um reforço dos investimentos destinados à região de 103 milhões de euros, destacando 27 milhões para medidas de eficiência hídrica no perímetro hidroagrícola de Silves, Lagoa e Portimão e dez milhões para medidas de eficiência hídrica no reforço do abastecimento público em baixa e para o uso da água residual tratada.

Candidaturas para apoio a carros elétricos abrem para a semana

Maria da Graça Carvalho acrescentou, na Assembleia da República, que as candidaturas para o apoio à compra de carros elétricos reabrem para a semana. No âmbito deste apoio, os particulares têm direito a 4.000 euros na aquisição de um veículo ligeiro de passageiros 100% elétrico, desde que o valor da compra não ultrapasse os 38.500 euros.

A ministra informou ainda que a dotação da medida foi revista em alta para 13,5 milhões de euros, sendo que a verba não executada em 2024 vai somar-se ao apoio previsto para 2025. Assim, será possível atribuir um maior número de cheques.

(Notícia atualizada às 12h23 com mais informação)

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Juro das ‘bunds’ alemãs dispara com acordo para aliviar limites da despesa na Alemanha

CDU e SPD chegaram a acordo para aliviar regras de despesa, aumentando investimento em defesa e infraestruturas. A yield das bunds a dez anos está a agravar-se 20 pontos base.

Os juros da dívida alemã estão a agravar-se significativamente esta quarta-feira, depois de o provável próximo chanceler, Friedrich Merz, ter falado num acordo para aliviar o travão constitucional ao endividamento e viabilizar um reforço da despesa em Defesa e infraestrutura.

Cerca das 10h00, hora de Lisboa, a taxa de juro das bunds alemãs a dez anos, a maturidade de referência, subia cerca de 20 pontos base, para 2,67%, um movimento a que não se assistia desde 2020.

Na terça-feira, 4 de março, Friedrich Merz anunciou que tanto a CDU como o rival SPD propõem a isenção das despesas de mais de 1% do PIB em defesa de regras que limitam a capacidade do governo em pedir dinheiro emprestado. O responsável acrescentou também que, na próxima semana, será apresentado ao parlamento uma proposta legislativa sobre esta questão e sobre o pacote de infraestruturas, que será financiado por empréstimos.

Em cima da mesa está também a hipótese de um fundo de 500 mil milhões de euros para financiar as despesas com as infraestruturas da Alemanha, nos próximos dez anos, para recuperar a economia para “um caminho de crescimento estável”.

Num comentário ao Financial Times, Tomasz Wieladek, economista chefe da T Rowe Price, considerou que esta alteração à Constituição alemã “vai alterar permanentemente a forma como as bunds negoceiam” no mercado. O aumento dos juros da dívida alemã irá também levar agravar “significativamente” os custos de financiamento para “todas as outras economias soberanas do euro”.

Em Portugal, esta quarta-feira, os juros da dívida estão a subir a dois, cinco e dez anos. No prazo mais longo, a yield atingiu um máximo desde julho de 2024.

É uma tendência transversal na Europa. A yield da dívida francesa a dez anos sobe quase 14 pontos base, para 3,364%. O juro da dívida italiana no mesmo prazo agrava-se 15 pontos base, para 3,712%, enquanto o de Espanha avança 14,7 pontos base, para 3,313%.

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Entrada na Eslováquia é “símbolo importante” quando Biedronka cumpre 30 anos

  • Lusa
  • 5 Março 2025

A entrada da Biedronka na Eslováquia é a primeira internacionalização da insígnia de retalho alimentar do grupo que detém as cadeias Pingo Doce (Portugal) e Ara (Colômbia).

A entrada da Jerónimo Martins na Eslováquia através da Biedronka, que inaugura hoje a primeira loja, é um “símbolo muito importante” e acontece no ano em que esta faz 30 anos, sublinha, em entrevista à Lusa, o presidente. A Biedronka abre hoje o centro de distribuição e a primeira loja na capital da Eslováquia.

A entrada na Eslováquia “tem um símbolo muito importante”, é “o ano em que a Biedronka faz 30 anos e que para nós é um orgulho atingir o que atingimos”, sublinha o presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos.

“É muito interessante esta entrada na Eslováquia, no fundo é a demonstração da maturidade que esta companhia tem e a importância de saber continuar a crescer e (…) mostrar o trabalho dos meus colegas todos”, prossegue o responsável, adiantando que o grupo trabalhou ano e meio para entrar neste mercado.

A entrada da Biedronka na Eslováquia é o primeiro passo de internacionalização dado por uma insígnia de retalho alimentar do grupo que detém as cadeias Pingo Doce (Portugal) e Ara (Colômbia).

A Eslováquia faz fronteira com cinco países: Polónia, Hungria, Chéquia, Áustria e Ucrânia, sendo que muitas destas fronteiras são naturais, como o rio Danúbio, que marca a fronteira com a Hungria durante cerca de 100 quilómetros, ou as montanhas Tatra, que separam o país da Polónia. Em Bratislava, que é a capital, vivem cerca de 500 mil pessoas.

“Não há dúvida nenhuma que vivemos num mundo muito incerto” e, relativamente ao ano passado, “a incerteza é a mesma, a polarização é a mesma, sinto que existe aqui uma instabilidade para a decisão muito superior do que existia do que quando nós começámos quer na Polónia, quer noutras aventuras”, prossegue Pedro Soares dos Santos, quando questionado sobre o tema.

“Mas há uma coisa que não posso ignorar, é que a decisão está cada vez mais na Europa central e mais para leste e o crescimento vai estar aqui nesta zona, do ponto de vista económico isto continua a fazer todo o sentido“, aponta, salientando que em termos económicos não tem dúvidas nenhumas que os crescimentos vão estar nesta zona do globo.

“E aí a Biedronka teve um papel muito importante” nestas três décadas e “agora também é interessante para a Biedronka continuar a crescer e pela primeira vez, entre nós, internacionalizar uma marca”, sublinha. Até porque “nunca internacionalizámos uma marca, vamos ver como vai correr, como vai funcionar”, diz o gestor.

Sobre o impacto da guerra na Ucrânia, Pedro Soares dos Santos salienta que este é “grande”, principalmente para o país, mas também tem impactos na vida de todos.

“Acho que vamos continuar a viver esta instabilidade, mas nestas instabilidades há também algumas oportunidades, acho que fizemos bem do ponto de vista de conhecimento: Como é que essa marca num país vizinho se vai portar e o que tem de introduzir e como a companhia-mãe, que é a Biedronka, vai construir a relação com os produtores locais, a importância da economia local para essa marca”, prossegue.

Sobre a entrada na Colômbia, que este mês cumpre 12 anos, Pedro Soares dos Santos diz que hoje a empresa está num bom caminho. “Diria que em 80% era o que eu esperava”.

“Se me perguntar do estudo inicial qual foi a maior surpresa, sei dizer: a logística”, pois “não pensava que fosse tão complexa” e requeresse “maior investimento do que nós estávamos à espera”, conta.

Mas tudo o resto comportou-se “exatamente” como esperado, com exceção da covid-19 e da inflação.

O grupo registou vendas de 33.465 milhões de euros em 2024, um aumento de 9,3%, sendo que a cadeia polaca Biedronka obteve um crescimento de 9,6% para 23.570 milhões de euros, o Pingo Doce subiu 4,5% para 5.073 milhões de euros e a Ara avançou 17% para 2.850 milhões de euros.

As vendas do Recheio subiram 1,9% para 1.357 milhões de euros e as da Hebe cresceram 24,3% para 583 milhões.

Os resultados anuais são divulgados a 19 de março.

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China avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial

  • Lusa
  • 5 Março 2025

Pequim reafirmou que se “opõe firmemente" à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas.

A China avisou esta quarta-feira que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas.

Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo“, afirmou o porta-voz.

Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição.

Exortamos os EUA a abandonar as suas táticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível“, concluiu.

O Executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos.

O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido ativamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas.

Trump disse que 90% das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China.

Na sua primeira presidência (2017-2021), Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares (346 mil milhões de euros) anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas.

Washington anunciou esta semana a duplicação para 20% das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10% e 15% sobre as importações agrícolas dos EUA.

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+M

Plataformas de streaming devem apostar em estratégia híbrida de recomendação de conteúdos

Estudo evidencia a necessidade de as plataformas de streaming estarem atentas às novas tendências dos utilizadores e de os seus algoritmos não apostarem apenas na análise de comportamentos passados.

As falhas na classificação através de inteligência artificial (IA) podem impactar negativamente os consumidores, sendo que recomendações e sugestões em plataformas de streaming que não vão ao encontro do pretendido pelos utilizadores podem levar a resultados adversos, como arrependimento e insatisfação com o prestador de serviços.

As conclusões são do estudo “Misaligned AI andItsImpactonConsumerIdentity”, conduzido pelos investigadores Diego Costa Pinto (Nova IMS), Ana Rita Gonçalves (IPAM Porto), Héctor Gonzalez-Jimenez (ESCP Business School), Marlon Dalmoro (Federal University of Rio Grande do Sul) e Anna S. Mattila (Pennsylvania State University). O estudo inclui dados de utilizadores da Netflix e do Spotify em Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, e utilizou técnicas de neuromarketing.

Ao analisar o papel da IA na personalização de conteúdos, o estudo demonstrou que quando as sugestões e recomendações das plataformas não vão ao encontro do sentido de identidade e dos desejos dos consumidores, tal tem implicações concretas, como a mudança de plataforma, o abandono temporário da mesma, ou, em casos mais extremos (e raros), o cancelamento de subscrições.

Estas falhas acontecem porque as plataformas e as suas recomendações baseadas em IA se focam demasiado no passado e histórico do utilizador. “A plataforma não consegue perceber mudanças momentâneas no padrão de comportamentos. Claro que a médio prazo, a plataforma adapta-se. Mas ela baseia as suas decisões em comportamentos passados e o consumidor está sempre a mudar as suas necessidades e expectativas. E quando há um gap entre as novas expectativas do consumidor e o que a plataforma oferece, é aí que está o problema“, refere Diego Costa Pinto.

Para fazer face a esta realidade, a recomendação do investigador é de que estas plataformas apostem numa estratégia híbrida. “Apesar de boa parte do conteúdo que o utilizador quer consumir poder ser previsto tendo em conta os seus comportamentos passados, é preciso estar atento às trending topics que a pessoa vai querer no futuro”, explica ao +M.

Tem de ser adaptativo. É esse o grande segredo. É estar atento a essas micro tendências do consumidor, algo que é super difícil de fazer. É importante não colocar todo o peso do algoritmo em comportamentos passados, mas olhar para as tendências mais recentes do consumidor para conseguir propor coisas novas“, acrescenta.

Ou seja, as plataformas e os seus algoritmos têm de ir testando a sugestão de conteúdos junto dos consumidores. Imaginando que um utilizador ouviu apenas e esporadicamente uma música de um determinado artista, a plataforma pode depois testar e, em vez de apenas colocar essa música desse artista, colocar também mais uma outra. Se essa ação for bem acolhida, pode ir depois acrescentando mais, ou, se não, voltar atrás, exemplifica o investigador.

Essa predição tem de ser feita de forma adaptativa. O conhecimento que se tem do consumidor, de comportamentos passados, não vai necessariamente ajudar a prever o que o consumidor vai querer no futuro. Esse é o grande desafio. Às vezes os algoritmos colocam bastante peso no passado, conseguindo prever 80% do que o consumidor gosta de ouvir, mas os 20% que não consegue e que são uma nova tendência de mudança que o consumidor está a fazer poderão vir a ser os conteúdos que mais tarde mais vão ser consumidos”, explica.

Segundo Diego Costa Pinto, outro problema identificado que leva a reações negativas por parte dos utilizadores prende-se com a insistência das plataformas em sugerirem, constantemente, determinados conteúdos. Ou seja, quando fazem um “push comercial” para tentar “impingir” constantemente um conteúdo ao consumidor, sendo que este “muitas vezes percebe que aquilo é empurrado e que não tem sentido para si”.

Outra das conclusões é que a faixa etária está bastante relacionada com a forma como os consumidores são afetados pelas falhas nas classificações feitas por IA. A Geração Y (entre os 30 e 39 anos) é a mais suscetível a ter sensações negativas em cenários de falha de IA, segundo dados avançados por Diego Costa Pinto, sendo 45,5% mais afetada do que os consumidores da Geração Z (18-29) e 18,9% mais afetada do que os da Geração X (mais de 40 anos).

Estes resultados, segundo Diego Costa Pinto, podem ser explicados pelo “contexto tecnológico em que cada geração cresceu e pela familiaridade com serviços de streaming e algoritmos de IA“.

Ou seja, enquanto a Geração Z “já nasceu na era do streaming”, tendo “expectativas mais realistas” em relação às capacidades e limitações dos algoritmos de IA — o que os torna “mais resilientes emocionalmente perante falhas” –, a Geração Ytransitou da era da televisão linear para o streaming e tende a ter expectativas mais elevadas em relação a estas plataformas”.

Mesmo por “terem testemunhado uma evolução tecnológica significativa”, estes consumidores “esperam que os algoritmos de IA compreendam melhor as suas preferências, o que amplifica o impacto emocional de uma falha”.

Já no que diz respeito aos consumidores de faixas etárias mais velhas, como os da Geração X, embora estes tenham adotado os serviços de streaming de forma mais tardia, “a sua menor familiaridade com as capacidades dos algoritmos pode resultar em expectativas mais moderadas, reduzindo o impacto emocional de uma falha”, entende Diego Costa Pinto.

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Dentista de Ronaldo usa IA para ‘combater’ doenças. ‘Missing link’ procura investidores

Miguel Stanley, dentista de personalidades como Ronaldo, quer pôr a Inteligência Artificial a detetar infeções orais com impacto na saúde. Procura 1,5 milhões para o projeto Missing Link.

Estima-se que mais de duas dezenas de doenças, entre as quais diabetes ou asma, possam estar relacionadas com uma inflação oral não tratada. O dentista Miguel Stanley quer colocar a Inteligência Artificial (IA) a ajudar a medicina a detetar essas inflamações, com impacto no bem-estar e saúde dos pacientes, através do Missing Link. O projeto, criado em conjunto com uma equipa ucraniana, está à procura de um investimento de 1,5 milhões.

“Há dez anos fui a uma conferência internacional e comecei a ficar mais atento ao impacto dos tratamentos fracassados, dos dentes impactados, tratamentos antigos e como é que isso poderia afetar o sistema imunológico dos meus pacientes”, explica Miguel Stanley, fundador da White Clinic e cofundador do Missing Link, com o empreendedor ucraniano Alex Ousach.

“Não há um tratado de Tordesilhas entre a boca e o resto do sistema. Os dentes saudáveis, mas também os dentes doentes, estão embutidos no nosso crânio, no osso, e o sangue circula. Portanto, o sangue que passa pelo coração, pelo cérebro, pela próstata, pelo rim, a cada minuto, passa por aquela zona inflamada”, descreve.

Situação que pode ter impacto em várias patologias. “Um estudo recente feito no centro de investigação da Egas Moniz School of Health and Science (Instituto Universitário Egas Moniz), em Lisboa, de 2022, liderada pelo Dr. [José] Botelho — e publicado na Nature Communications — descreve que 23 doenças não comunicáveis estão diretamente ligadas à inflamação oral. Entre os quais Alzheimer, doenças cardiovasculares, diabetes, etc.”, aponta.

Mas se o paciente não tiver dor — “a medicina dentária é, infelizmente, em muitas áreas um produto de consumo, é o paciente que dita quando vai ao dentista — e como “o tempo médio de uma consulta em Portugal, e no mundo, não é a ideal, e as primeiras consultas muitas vezes não têm o suporte tecnológico necessário“, como máquinas de raio-X panorâmicas, muitas vezes essas inflações orais não são detetadas.

O dentista dá conta dessa realidade no seu dia dia. Na White Clinic, diz, há mais de uma década que esse tipo de raio-X panorâmico é usado nas consultas. “Mais de 50% dos nossos utentes estavam totalmente ignorantes perante problemas graves que tinham na sua saúde oral, muito para além daquilo que os trouxe aqui: vieram para branquear os dentes e têm um quisto enorme à volta de um dente do siso impactado”, relata. “Depois faz-se um questionário médico e dentário e vê-se que têm problemas de origem inflamatório sistémico graves, e que os médicos estão a arranhar a cabeça, a tentar descobrir porque é que as terapias não funcionam”, continua.

Ligar a medicina à saúde oral

Miguel Stanley fala em “desconexão” entre a medicina e a saúde oral. E é para colmatar essa desconexão, esse elo que falta, que surge o Missing Link. A ferramenta usa IA para, através da leitura de raio-X panorâmicos, “localizar potenciais fontes inflamatórias”, explica o também vice-presidente da Digital Dentistry Society, organização que, entre outros, tem como objetivo educar profissionais de saúde oral sobre o uso de tecnologias na medicina dentária, definindo standards e boas práticas.

“Ao longo de quase três anos estivemos a treinar o modelo de machine learning para identificar quatro a cinco coisas que não deveriam estar numa panorâmica de uma pessoa saudável: desvitalizações; implantes dentários; zonas edêntulas (zonas em que falta dentes); dentes impactados (dentes que não saíram); e por último, artefactos. Por exemplo, restos que podem ter sido deixados após uma extração dentária, como mercúrio”, presente nas antigas amálgamas e chumbo, descreve.

A ferramenta IA — que está a ser desenvolvida por uma equipa ucraniana e portuguesa de 15 especialistas em IA — foi pensada inicialmente como um produto B2C, mas Miguel Santley acredita no potencial desta ferramenta para seguradoras, por exemplo.

Mais do que dinheiro, procuramos talento e pessoas com um track record já provado nesta área, porque a pior coisa que se pode fazer é simplesmente ser mais um ramo na árvore dos investimentos destes grandes grupos.

Miguel Stanley

Cofundador do Missing Link

Hoje no website os pacientes podem fazer upload dos seus raio-X panorâmicos e, “em uma hora — porque temos uma equipa médica dentária a fazer o double check nesta fase — é feito um relatório. “Não fazemos um diagnóstico, fazemos um screening, uma análise e uma sugestão: ‘Você tem aqui coisas que não deviam estar numa boca saudável. Procure uma clínica dentária que tenha TAC e um médico dentista especialista nisto para confirmar o diagnóstico'”, descreve Miguel Santley.

“Usamos o benchmark dos sites dos testes genéticos, que apesar de ser algo muito complexo, a linguagem utilizada é para o paciente comum”, continua. O Missing Link “está online há perto de oito meses. O feedback tem sido fenomenal“, assegura.

Fazer link com investidores

No projeto já foram investidos cerca de 1,5 milhões de euros sendo que neste momento estão à procura de mais capital para “ampliar o negócio e a equipa”: um total de 1,5 milhões de euros, avaliando a empresa entre cinco e seis milhões. “Mais do que dinheiro, procuramos talento e pessoas com um track record já provado nesta área, porque a pior coisa que se pode fazer é simplesmente ser mais um ramo na árvore dos investimentos destes grandes grupos”, diz Miguel Stanley.

“O flagelo da doença crónica pode estar associado a tratamentos dentários antiquados, mal executados ou simplesmente uma infeção oral que o próprio paciente não sabe que tem. Tenho fé que um bom grupo de saúde em Portugal agarre nisto, que fique com este projeto e que eu possa trabalhar com eles no desenvolvimento desta visão“, diz otimista.

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Hoje nas notícias: Montenegro, cativações e hospitais

  • ECO
  • 5 Março 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ministro Pedro Duarte avisou, na reunião da conferência de líderes desta terça-feira, que o Governo ainda pode avançar com uma moção de confiança. O primeiro-ministro esteve num torneio de golfe no dia de uma cimeira em Kiev, gerando críticas da oposição. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Governo insiste na moção de confiança após PS anunciar inquérito a Montenegro

Em resposta ao anúncio do PS de que irá forçar a realização de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) à empresa familiar de Luís Montenegro, o Governo volta a ameaçar apresentar uma moção de confiança. A possibilidade voltou a ser suscitada pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, na reunião da conferência de líderes da Assembleia da República, que decorreu esta terça-feira, após o primeiro-ministro, no último sábado, ter avisado que apresentaria uma moção de confiança enquanto única forma de assegurar uma “clarificação política”. Mesmo sabendo que essa iniciativa terá como provável desfecho a queda do Governo, tendo em conta as declarações dos líderes do PS e do Chega.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Montenegro na mira da oposição por ter estado em torneio de golfe e não a caminho de Kiev

Apenas dois dias após enfrentar a primeira moção de censura ao seu Governo, o primeiro-ministro participava num torneio de golfe em Espinho, junto com o dono do grupo Solverde, o que coincidiu com as cerimónias dos três anos de guerra na Ucrânia, das quais esteve ausente por “questões de agenda”. Segundo disse uma fonte conhecedora do processo, nunca esteve prevista a participação presencial de Portugal no encontro de Kiev e Luís Montenegro só terá sido convidado a participar de forma remota numa reunião na capital ucraniana. Mas nem na videochamada participou, alegadamente por “problemas técnicos”. A oposição à esquerda diz que “é grave” e “indesculpável” e o Bloco de Esquerda vai fazer uma pergunta ao primeiro-ministro sobre o assunto.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Entidade para a Transparência sem competência para auditar primeiro-ministro sozinha

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, pediu à Entidade para a Transparência para auditar a “conformidade” das suas declarações de rendimentos e património e a “respetiva evolução”. Mas, por lei, a entidade não tem competências para analisar autonomamente os registos e documentos necessários para, por exemplo, identificar todas as contas bancárias e aplicações financeiras de que o líder do Governo seja titular ou cotitular, nem todas as suas propriedades ou quotas em empresas. Além disso, não pede acesso a bases de dados fechadas, usando apenas as bases de dados públicas.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Ministros gastam mais com cativações fora das Finanças

2024 foi o ano com o valor mais baixo de cativações por libertar desde 2018, num total de apenas 209 milhões de euros. Segundo a síntese de execução orçamental de janeiro da Direção-Geral de Orçamento (DGO), foram definidos inicialmente 824 milhões de euros em cativações para 2024, o que significa que a administração central executou 75% do total inicialmente na gaveta. Isto num ano em que as cativações deixaram de depender da assinatura do ministro das Finanças.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Hospitais com prejuízos de 1.500 milhões de euros

As 39 unidades locais de saúde (ULS), que juntam hospitais e centros de saúde, e os três institutos de oncologia (IPO) do país, encerraram o ano de 2024 com resultados operacionais negativos de 1.533 milhões de euros. Estes dados, que monitorizam a situação económico-financeira da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), mostram a falta de eficiência e o crónico subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde, sendo que as transferências anuais do Estado para as unidades de saúde não cobrem previsão de gastos. Devido à criação de 31 novas ULS, que se somaram às oito já existentes, os valores de 2024 não são comparáveis com 2023.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Trump diz que é “hora de usar tarifas contra outros países”

  • Lusa
  • 5 Março 2025

Num discurso perante o Congresso dos EUA, Trump reiterou ainda que, no dia 2 de abril, serão colocadas em prática "tarifas recíprocas" contra setores e países que taxam produtos norte-americanos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na terça-feira que outras nações usam medidas tarifárias contra os Estados Unidos há anos e que agora chegou a hora “de usá-las contra outros países”.

Trump, que horas antes havia aprovado aumentos de tarifas de até 25% contra importações mexicanas, canadianas e chinesas, mencionou o Brasil, China, Índia, México, Canadá e União Europeia num discurso perante o Congresso norte-americano (ver vídeo), que culminou na expulsão de um congressista democrata, por ter interrompido o discurso do Presidente com protestos.

“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra outros países”, disse Trump aos legisladores no primeiro discurso do segundo mandato perante as duas câmaras do Congresso.

“Isso está a acontecer com amigos e inimigos. O sistema não é justo com os Estados Unidos”, acusou Trump, reiterando que, no dia 2 de abril, serão colocadas em prática “tarifas recíprocas” contra setores e países que taxam produtos norte-americanos em termos tarifários e não tarifários e outros tipos de barreiras.

“Fomos enganados por quase todos os países do planeta durante décadas e não vamos deixar que isso aconteça novamente”, insistiu Trump, que na terça-feira colocou em vigor tarifas contra o México e o Canadá por supostamente não fazerem o suficiente para combater o tráfico de fentanil e a imigração ilegal.

“O México quer agradar-nos”, disse Trump em relação à extradição para os Estados Unidos de 29 narcotraficantes. “Mas precisamos que o México e o Canadá façam muito mais do que estão a fazer. Eles precisam de impedir que o fentanil e as drogas entrem no nosso país”, acrescentou.

Além disso, Trump comprometeu-se a impor uma taxa adicional de 10% à China — já tinha anunciado 10% anteriormente — com o argumento de que o país não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos Estados Unidos.

Donald Trump garantiu que a sua política protecionista também protegerá os agricultores norte-americanos e que imporia tarifas sobre produtos agrícolas a partir de 2 de abril, embora tenha reconhecido que “pode haver um curto período de ajuste”.

O Presidente norte-americano mencionou tarifas sobre matérias-primas que considera estratégicas, como alumínio, cobre, madeira e aço.

Trump iniciou uma guerra comercial com três principais parceiros comerciais que ameaça a sobrevivência do acordo de livre comércio e, de acordo com economistas, pode levar os Estados Unidos a uma inflação ainda mais elevada e a uma possível desaceleração económica.

Trump acusa Europa de gastar mais com energia russa que a defender Ucrânia

O Presidente norte-americano também acusou a Europa de gastar “mais dinheiro a comprar petróleo e gás russos” do que na defesa da Ucrânia, num momento em que Washington continua a abalar as relações com aliados europeus.

“Milhões de ucranianos e russos foram mortos ou feridos desnecessariamente neste conflito horrível e brutal, sem fim à vista. Os Estados Unidos enviaram milhares de milhões de dólares para apoiar a defesa da Ucrânia”, afirmou.

“Enquanto isso, a Europa, infelizmente, gastou mais dinheiro a comprar petróleo e gás russos do que na defesa da Ucrânia – de longe! E Joe Biden [ex-presidente] autorizou mais dinheiro nessa luta do que a Europa gastou”, acusou o chefe de Estado.

O Presidente dos EUA, Donald Trump (à frente), discursou perante o Congresso norte-americano, acompanhado pelo vice-presidente, J.D. Vance (atrás)Lusa

Trump celebra repressão mais abrangente da imigração “na história americana”

No discurso, Trump também celebrou o trabalho do seu Governo para melhorar a segurança nas fronteiras e travar a entrada de imigrantes, considerando tratar-se “da repressão mais abrangente nas fronteiras e na imigração da história americana”.

“A imprensa e os nossos amigos no Partido Democrata continuaram a dizer: ‘Precisávamos de uma nova legislação, precisávamos de uma legislação para proteger a fronteira’. Mas acontece que tudo o que precisávamos era de um novo Presidente”, congratulou-se. “Rapidamente alcançámos os menores números de cruzamentos ilegais de fronteira já registados”, acrescentou.

A imigração ilegal na fronteira sul dos Estados Unidos caiu desde que Trump regressou à Presidência, em 20 de janeiro, decréscimo que coincide com a abordagem de repressão adotada pelo Governo do magnata republicano. Num olhar a longo prazo, a imigração ilegal nos Estados Unidos vem caindo desde março de 2024, ainda durante a administração de Joe Biden.

Congressista democrata foi expulso da sessão

Numa situação pouco comum, o congressista democrata Al Green acabou expulso da sessão por interromper o discurso de Trump com protestos.

Ao longo do discurso, vários membros do Partido Democrata tentaram interromper a sessão conjunta do Congresso com vaias, enquanto o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, teve que pedir ordem repetidamente.

Além disso, várias congressistas da Bancada Democrática de Mulheres compareceram ao discurso do Presidente dos Estados Unidos, no Capitólio, vestidas de rosa em sinal de protesto contra a sua gestão.

(Notícia atualizada às 7h50 com mais informação)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de março

  • ECO
  • 5 Março 2025

Ao longo desta quarta-feira, 5 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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“Encontros na cozinha”, o livro que revela os segredos culinários de Gloria Rodés

  • Servimedia
  • 5 Março 2025

Gloria Rodés, fundadora da casa de saladas Enlagloria, apresenta o seu livro com mais de 150 receitas caseiras.

Gloria Rodés, empresária e co-fundadora da Enlagloria Salad House, apresentou o seu primeiro livro de receitas, “Encuentros en la cocina”, uma obra que compila mais de 150 receitas caseiras com as quais celebra a tradição culinária e a importância dos encontros à volta da mesa.

O livro é um convite a redescobrir a cozinha com atenção e carinho, resgatando sabores tradicionais e propostas para o dia a dia e ocasiões especiais, através das suas mais de 300 páginas. Inclui ainda uma secção com sugestões de menus para diferentes momentos.

“Sempre acreditei que muitas das coisas mais importantes da vida acontecem na cozinha. É o lugar onde partilhamos confidências, onde nos reunimos com a família e os amigos, e onde os ingredientes se transformam em memórias”, explica Gloria Rodés. “Desde criança que a cozinha é o meu refúgio, o sítio onde aprendo, experimento e me divirto. Este livro é um reflexo de tudo isso”.

“Encuentros en la cocina” nasceu da paixão de Gloria pela gastronomia e do seu desejo de preservar as receitas de família e partilhar as que foi descobrindo ao longo dos anos. “Quis compilar as receitas das minhas avós, das minhas tias, da minha mãe, bem como as que me chegaram através de amigos e conhecidos. O que começou por ser um ficheiro Excel interminável no meu computador transformou-se neste livro”, comenta Rodés.

As páginas do livro estão repletas de pratos que marcaram a sua vida, desde os sabores da sua infância até às suas próprias criações inspiradas em ingredientes frescos e sazonais. “Sou apaixonada por experimentar novas combinações, brincar com os sabores e criar receitas que reflitam o que mais gosto na comida: a sua capacidade de unir as pessoas”, explica.

O lançamento de ‘Encontros na Cozinha’ conta com dois eventos especiais. A primeira apresentação teve lugar em Barcelona e a 25 de março terá lugar em Madrid, no El Paso. O livro estará disponível através do seu sítio Web ‘gloriarodes.com’ e em lojas selecionadas que, segundo Rodés, “refletem o espírito do livro e onde sinto que ele realmente se enquadra”.

Nascida em Barcelona e licenciada em Administração de Empresas, Gloria Rodés fundou a Enlagloria Salad House em 2018 com a sua amiga Andrea Estany. A sua proposta gastronómica de saladas saudáveis, com ingredientes frescos e locais, transformou a Enlagloria numa referência na cidade de Barcelona, com quatro locais e planos de expansão.

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