Rui Moreira admite ser candidato à Presidência da República, mas só decide a partir de setembro

  • Lusa
  • 7:46

Presidente da Câmara do Porto diz que vai refletir com a família e "fazer a avaliação" dos apoios que tem e dos financiamentos que consegue reunir para uma campanha à Presidência da República.

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, confirmou estar a ponderar candidatar-se à Presidência da República nas próximas eleições, marcadas para janeiro de 2026, mas só tomará a decisão final a partir de setembro.

“É uma decisão que irei tomar com certeza nos próximos tempos e que em qualquer caso nunca anunciarei antes de setembro”, afirmou Rui Moreira no canal televisivo CNN Portugal.

O autarca, que completa em outubro o seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara do Porto, adiantou que houve pessoas que vieram ter com ele e lhe falaram que esta seria uma boa altura para pensar numa candidatura presidencial. E “foi em função disso que passei a admitir essa possibilidade” de candidatura, adiantou.

Agora, vai refletir com a família e “fazer a avaliação” dos apoios que tem e dos financiamentos para uma campanha.

Rui de Carvalho de Araújo Moreira nasceu no Porto a 8 de agosto de 1956 e foi empresário durante boa parte da sua vida profissional.

No sábado, também João Cotrim Figueiredo se mostrou disponível para ser candidato presidencial, mas afirmou que a decisão não estava tomada. Em reação, Mariana Leitão, nova líder da Iniciativa Liberal, afirmou que o eurodeputado reúne “todas as características”.

Estes dois nomes poderão juntar-se aos de Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia e Melo, António José Seguro e António Filipe como os principais candidatos presidenciais já confirmados na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa.

A informação surge numa altura em que uma sondagem sobre as eleições Presidenciais feita pela Intercampus para o canal Now dá um empate técnico a Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro, com o antigo chefe do Estado-Maior da Armada a apresentar uma ligeira vantagem em relação aos adversários — resultados de, respetivamente, 20%, 17,2% e 16,5%, mas dentro da margem de erro.

As eleições Presidenciais deverão acontecer em janeiro de 2026, provavelmente no dia 25, com uma possível segunda volta a 15 de fevereiro.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de julho

  • ECO
  • 7:38

Ao longo desta quarta-feira, 23 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Trump anuncia acordo comercial com Japão que inclui tarifas de 15%. Aço e alumínio mantêm taxas de 50%

  • Lusa
  • 7:33

Presidente norte-americano referiu ainda que no âmbito do acordo alcançado, que "trará milhares de empregos", o Japão vai investir 550 mil milhões de dólares nos Estados Unidos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um acordo comercial com o Japão, que inclui sobretaxas tarifárias de 15% sobre os produtos nipónicos importados para os Estados Unidos.

“Acabámos de concluir um enorme acordo comercial com o Japão”, escreveu Donald Trump na plataforma Truth Social, afirmando que “nunca houve nada assim”. “Um acordo gigante, talvez o maior já alcançado”, sublinhou.

O dirigente acrescentou que o Japão vai investir 550 mil milhões de dólares (cerca de 468 mil milhões de euros) nos Estados Unidos, que ficará com 90% dos lucros. “Este acordo trará milhares de empregos (…) e o Japão abrirá o seu país ao comércio, incluindo carros, camiões, arroz e outros produtos agrícolas”, referiu.

O anúncio de Trump surge no mesmo dia em que o negociador japonês para questões relacionadas com as tarifas, Ryosei Akazawa, disse esperar chegar a um acordo com Washington até 1 de agosto. Até essa data, a administração Trump tinha ameaçado impor uma tarifa de 25% sobre as importações de produtos japoneses.

A 11 de julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya, encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O Japão foi o quinto maior parceiro comercial dos Estados Unidos em 2024, representando 4,3% de todo o comércio e mais de 148 mil milhões de dólares (126 mil milhões de euros) em importações do país asiático, de acordo com dados governamentais.

Acordo deixa de fora aço e alumínio que mantêm taxas de 50%

As sobretaxas norte-americanas de 50% atualmente impostas às exportações japonesas de aço e alumínio não são abrangidas pelo acordo comercial celebrado entre Tóquio e Washington, disse o negociador japonês para as questões ligadas às tarifas. “Se me perguntar se o acordo se aplica ao aço e ao alumínio, não, não é o caso”, disse Ryosei Akazawa à imprensa em Washington.

Num acordo comercial com os EUA, o Japão conseguiu uma redução para 15% dos direitos aduaneiros sobre automóveis e escapou à ameaça de uma sobretaxa generalizada de 25%, que acabou por ser reduzida para 15%.

Entretanto, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, saudou o acordo e confirmou que este reduz para 15% os direitos aduaneiros norte-americanos sobre os automóveis japoneses importados para os Estados Unidos.

“Acordámos reduzir para metade a sobretaxa aduaneira de 25% imposta sobre automóveis e peças sobressalentes desde abril”, para chegar a uma tributação final de 15%, se forem incluídos os direitos aduaneiros pré-existentes, explicou Ishiba, saudando o facto de o Japão ser “o primeiro país a obter uma redução das sobretaxas [dos EUA] sobre os automóveis, sem limites nem restrições de volume”.

Sobre o novo pacto nipo-americano, o negociador Ryosei Akazawa disse ainda aos jornalistas que “não inclui nada sobre os gastos com a defesa”. Trump tinha pedido ao Japão, aliado próximo dos EUA, que aumentasse a despesa militar, com especulações de que esta exigência estaria incluída num acordo comercial mais vasto.

Líder japonês ainda tem de “analisar conteúdo”

Apesar de se ter congratulado com o acordo, o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, disse que “ainda tem de analisar o conteúdo”.

“Em breve serei informado sobre os detalhes, pelo que os examinarei cuidadosamente. Temos negociado até ao limite com todas as nossas forças, arriscando os nossos interesses nacionais em relação a automóveis e outros produtos”, reagiu Ishiba.

O dirigente garantiu que o acordo “ajuda a proteger os interesses nacionais do Japão e dos EUA” e disse que vai trabalhar com Washington para “criar emprego, fabricar bons produtos e desempenhar várias funções no mundo”.

Entretanto, o negociador do Japão para as questões das tarifas, Ryosei Akazawa, escreveu “missão cumprida” na rede social X, agradecendo a todas as partes envolvidas.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7:09

Banco de Portugal divulga endividamento do setor não financeiro e Eurostat apresenta a estimativa para a confiança do consumidor na Zona Euro.

No dia em que o Banco de Portugal divulga os dados sobre o endividamento da economia referente a maio, é conhecida a estimativa para a confiança do consumidor na Zona Euro. Lá fora, a dona da Google, a Tesla e a IBM apresentam as contas. Conheça as notícias que vão marcar a atualidade.

Banco de Portugal divulga endividamento do setor não financeiro

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os dados sobre o endividamento do setor não financeiro, que inclui a dívida do Estado, das empresas e das famílias, relativamente a maio. Em abril, o endividamento do setor não financeiro alcançou o valor mais elevado de sempre atingindo os 829,5 mil milhões de euros, mais 4,43 mil milhões em relação ao mês anterior.

Como evolui a confiança do consumidor europeu?

O Eurostat vai apresentar esta quarta-feira a estimativa para a confiança do consumidor da Zona Euro referente a julho. Em maio, o indicador de confiança do consumidor da Área do Euro caiu 0,2 pontos para -15,3 face aos -15,1 em maio.

Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, vai estar presente na assinatura do acordo para a elaboração dos estudos de viabilidade da Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes.

Nuno Melo e chefe da Força Aérea ouvidos no Parlamento sobre apoio à emergência médica

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, vão ser ouvidos pelos deputados sobre o apoio deste ramo no helitransporte de emergência médica, com o INEM. O Expresso avançou a semana passada que a Força Aérea Portuguesa só fez 35% dos voos pedidos pelo INEM, justificando que a resposta seria muito demorada.

Tesla, IBM e dona da Google, apresentam contas nos EUA

Depois de a Netflix ter apresentado os resultados dos primeiros três meses do ano, e ter registado um aumento homólogo dos lucros em 23,9%, é a vez da Alphabet (dona da Google), Tesla e IBM apresentam as contas contas trimestrais nos EUA.

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Barómetro ACEGE. 45% dos empresários dizem que subir despesa com defesa para 5% não é excessivo

A maioria dos empresários acreditam que as empresas portuguesas têm condições para aproveitar a aposta no setor da defesa. Mais de 79% estão preocupados com subida do petróleo.

Os países da NATO acordaram na última cimeira de junho aumentar o investimento na defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma aposta para a qual os empresários portugueses olham com otimismo. De acordo com o último Barómetro ACEGE, a maioria não considera o aumento dos gastos com defesa para 5% excessivo e perto de 73% dizem que as empresas estão bem preparadas para aproveitar esta oportunidade.

Entre os associados da ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores), 45,13% consideram que aumentar as despesas com a defesa para 5% não é excessivo, enquanto 39,82% respondem que este reforço é excessivo e 15% não expressa uma opinião sobre este tema.

Os 32 países da Aliança Atlântica acordaram no passado dia 25 de junho, na cimeira em Haia, um aumento do investimento de 5% do PIB na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029.

“Unidos para fazer face às profundas ameaças de segurança e desafios, em particular a ameaça a longo prazo apresentada pela Rússia à segurança euro-atlântica e a persistente ameaça do terrorismo, os aliados comprometem-se a investir 5% do PIB anualmente em requerimentos de defesa, assim como em despesas relacionadas com defesa e segurança até 2035″, referiram na Declaração da Cimeira de Haia (Países Baixos).

Este objetivo foi alcançado após o presidente dos EUA Donald Trump ter pressionado os países da Aliança a reforçarem o investimento, ameaçando deixar de proteger a Europa.

No caso de Portugal, o país terá que fazer um grande esforço para alcançar os objetivos definidos. Para cumprir a meta de despesa de 2% em defesa no final do ano, Portugal vai ter que gastar mais de mil milhões de euros, segundo adiantou o primeiro-ministro. Luís Montenegro assegurou que não será necessário qualquer Orçamento Retificativo pois o país “tem dinheiro” para fazer face ao esforço financeiro deste ano.

Atualmente, Portugal tem despesa representando cerca de 1,55% do PIB em Defesa, mas comprometeu-se junto dos aliados a atingir uma meta de 2% até final do ano. “Na totalidade, o esforço financeiro [para cumprir os 2%] andará à volta de mil milhões de euros, talvez um pouco menos, de investimento direto em aquisição de equipamento, de investimento que já fizemos e está em curso de valorização dos nossos recursos humanos”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, à saída da reunião da NATO.

Quanto à meta de 5%, Portugal pretende cumprir as “duas etapas” do compromisso de chegar aos 5% de gastos em defesa. O ministro Paulo Rangel lembrou que Portugal é um membro fundador da NATO e garantiu que vai cumprir os objetivos.

“Obviamente que há aqui duas etapas, uma etapa é a etapa dos 2% [do produto interno bruto], em que Portugal não estava ainda no nível que é exigível para os países da NATO. Além disso, temos depois esta proposta dos 5%, mas, como sabe, o secretário-geral, Mark Rutte, dividiu isso em 3,5%, que será justamente de investimento na defesa no sentido mais clássico e tradicional do termo, e depois 1,5% em infraestruturas”, especificou.

Investimentos significativos para os quais os empresários se estão a preparar, com perto de 73% dos empresários questionados pelo Barómetro ACEGE a adiantarem que as empresas têm condições de aproveitar esta aposta na Defesa.

Preços da energia suscitam preocupação

A evolução dos preços do petróleo é uma das preocupações dos empresários, na medida em que a fatura com a energia representa, para muitas empresas, uma importante fatia dos gastos dos negócios, sobretudo na indústria.

Questionados sobre se estão preocupados com o aumento do preço do petróleo, na sequência dos conflitos no Médio Oriente, 62,83% diz que sim, mas que é preciso perceber o impacto nos preços. Outros 17,7% também respondem afirmativamente e defendem que o Governo deve tomar medidas.

O barril de Brent, que serve de referência às importações nacionais, negoceia abaixo dos 70 dólares por barril, mas a negociação tem sido marcada por uma forte volatilidade ao longo do ano, com a matéria-prima a oscilar ao sabor de temas como a guerra no Irão, as negociações comerciais ou o conflito na Ucrânia.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto entre os dias 10 e 16 de julho, tendo respondido 113 pessoas.

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Fundo para a Competitividade com efeito multiplicador no PIB de 15,4%. O que é e como funciona?

Executivo comunitário acredita que o desenho do novo fundo se vai traduzir num impacto positivo acrescido no emprego e nas exportações, ao mesmo tempo que diminui os custos das propostas.

A Comissão Europeia estima que o novo Fundo para a Competitividade, proposto no âmbito do orçamento de longo prazo da União Europeia, terá um efeito multiplicador na economia europeia 15,4% superior a um cenário em que os atuais instrumentos e regras se mantêm em vigor. O executivo comunitário espera ainda que o desenho do novo fundo tenha um impacto positivo acrescido no emprego e nas exportações, ao mesmo tempo que diminui os custos das propostas.

Os cálculos constam de documentos de trabalho do executivo liderado por Ursula von der Leyen, que na semana passada apresentou uma proposta para o quadro financeiro plurianual para o período entre 2028 e 2034 de dois biliões de euros, a preços correntes. Deste bolo total, Bruxelas propõe 865 mil milhões de euros alocados às políticas previstas nos planos de parceria nacionais e regionais e 410 mil milhões de euros para o novo Fundo Europeu para a Competitividade, que inclui o Horizonte Europa e o Fundo de Inovação.

É precisamente com o Fundo para a Competitividade que a Comissão Europeia quer responder a um dos principais entraves dos últimos anos: a baixa produtividade europeia. O grande objetivo passa por criar uma capacidade de investimento unificada em todos os setores e tecnologias estratégicas, como a transição verde e a descarbonização industrial, a liderança tecnológica, a saúde, biotecnologia e agricultura e a indústria da defesa e do espaço.

Para isso, propõe a utilização flexível do conjunto de instrumentos financeiros da União Europeia, como empréstimos, subvenções, capital próprio, garantias e contratos públicos, disponíveis em todas as áreas políticas.

No quadro financeiro atualmente em vigor, existem 14 programas com vista a fomentar a competitividade e abrangem áreas como investigação e desenvolvimento, defesa, espaço, digitalização, saúde e a transição verde. Programas que Bruxelas quer consolidar neste fundo a partir de 2028 seguindo uma “orientação estratégica que priorizaria as políticas em vez dos programas”.

Antes de avançar com a proposta do novo fundo, o executivo comunitário estudou mais duas possibilidades, de acordo com documentos de trabalho da Comissão.

Mas antes de avançar com esta proposta, o executivo comunitário estudou mais duas possibilidades, de acordo com documentos de trabalho da Comissão. A primeira iria manter os programas do atual quadro e as próprias regras, mas a Comissão tentaria garantir uma maior coerência horizontal entre os fundos e ajudar a que projetos individuais a beneficiarem de financiamento cumulativo ao abrigo de vários programas. A segunda opção passaria por uma “coordenação reforçada entre programas e um conjunto de regras comum”, que iria mais além, harmonizando as regras entre os programas, em particular através do alinhamento de objetivos, vertentes e pilares, bem como dos instrumentos de implementação e disposições legais horizontais.

Bruxelas acabou por escolher o terceiro cenário por considerar que “oferece um conjunto abrangente de medidas políticas para superar as atuais deficiências no cenário de financiamento da União Europeia relacionadas com competitividade”. E para “garantir o sucesso da opção preferida, a União Europeia irá implementar medidas para minimizar potenciais impactos negativos, incluindo equilibrando a flexibilidade com a necessidade de previsibilidade“.

Nos documentos de trabalho que acompanham a proposta de regulamentação do Fundo para a Competitividade enviada ao Parlamento Europeu e ao Conselho, os técnicos do executivo comunitário estimam que a opção escolhida é a que rende “um maior retorno do investimento ao longo de 15 anos, com o benefício total por euro gasto a ser 15,74% superior ao da primeira opção”.

Um aumento que resulta da simplificação (+3,79% devido a efeitos adicionais do lado da oferta), do volume de investimento (-0,07% devido a maiores volumes de investimento, que levam a um retorno ligeiramente menor por euro gasto) e da antecipação do investimento (+12,02% devido à antecipação de investimentos).

Bruxelas estima que a aposta no fundo com esta estrutura levará a um aumento nas exportações, 58% superior ao cenário em que tudo se mantinha como está, e do emprego, de 54% mais.

Nas contas dos técnicos, a aposta no fundo com esta estrutura levará também a um aumento nas exportações, 58% superior ao da primeira opção, e do emprego, 54% mais, principalmente devido ao maior volume de investimentos. “O impacto global da opção preferida na produtividade da UE deverá ser positivo, impulsionado pela sua capacidade de alocar recursos de forma mais eficiente e eficaz”, pode ler-se no documento.

O executivo comunitário acredita também que esta opção irá reduzir os custos administrativos para os beneficiários em 10% (o que se traduz numa variação entre 4.500 e 28.800 euros), integrando pontos de acesso e introduzindo um conjunto único de regras, simplificando o processo de financiamento e criando “um ambiente mais eficiente e favorável às empresas”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na apresentação do novo Quadro Financeiro Plurianual. EPA/OLIVIER MATTHYSEPA/OLIVIER MATTHYS

Incentivar a participação das PME

Nesse sentido, o InvestEU terá um papel fundamental. Na proposta de regulamentação do Fundo para a Competitividade, o executivo comunitário estipula que este “deverá disponibilizar financiamento direto e indireto às empresas europeias, com vista a atrair investidores privados — libertando assim todo o potencial do empreendedorismo e do investimento europeus”.

Este será implementado através de parcerias como com o Grupo do Banco Europeu de Investimento (BEI), instituições financeiras internacionais, bancos e instituições de fomento nacionais.

Bruxelas quer ainda que seja criado um Serviço de Aconselhamento de Projetos para apoiar os objetivos do Fundo para a Competitividade, juntando o apoio consultivo a entidades privadas e públicas, oferecendo serviços personalizados a potenciais beneficiários e contribuindo para o desenvolvimento de um conjunto de potenciais operações de investimento.

A proposta prevê ainda que o Fundo para a Competitividade irá apoiar o acesso das pequenas e médias empresas (PME) ao financiamento, reforçando a sua competitividade. Para isso, além da Rede UE para as Empresas, o fundo irá avançar com “atividades transversais adicionais focadas no reforço da competitividade das PME“, bem como com o incentivo a políticas direcionadas para as PME como sistemas de bónus para incentivar a sua participação.

“Poderá ser concedido um apoio especial para o acesso e a disponibilidade de financiamento para PME e pequenas empresas de média capitalização em todos os setores da economia, incluindo microfinanças e apoio a empresas sociais. Além disso, um conjunto de instrumentos financeiros flexíveis no âmbito do Fundo para a Competitividade deverá garantir que as PME possam receber o tipo de apoio que melhor se adapta às suas necessidades ao longo do seu percurso de investimento”, acrescenta o documento.

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Trabalhadores arriscam pagar até 1.432 euros de IRS com descida da retenção na fonte. Veja as simulações

Os reembolsos podem encurtar significativamente no próximo ano e há contribuintes que podem ser chamados a liquidar imposto com a redução das tabelas de retenção na fonte.

Trabalhadores por conta de outrem e pensionistas vão descontar menos em agosto e setembro para refletir a descida do IRS aprovada pelo Parlamento para este ano, mas, no próximo, podem ser surpreendidos com uma desagradável surpresa. Um assalariado solteiro e sem filhos com um ordenado bruto mensal de 4.000 euros, que poderia receber 399 euros de reembolso, em 2026, poderá ter de pagar 1.432 euros de imposto, segundo as simulações do fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya, para o ECO.

Os cálculos têm apenas em consideração o limite de 250 euros para as deduções das despesas gerais e familiares. “Por isso, se os contribuintes forem disciplinados e pedirem fatura com número de contribuinte noutro tipo de gastos é possível abater mais ao imposto a pagar”, alerta o fiscalista.

O Governo aprovou esta terça-feira, e com um dia de atraso face ao anunciado pelo primeiro-ministro, as novas tabelas de retenção na fonte em sede de IRS, que irão refletir a redução do imposto em 500 milhões de euros, aprovada pelo Parlamento, e compensar, em dois meses, o valor descontado a mais desde janeiro por trabalhadores dependentes e pensionistas.

Assim, em agosto e setembro, e de forma extraordinária, salários brutos até 1.136 euros estarão livres de retenção, quando até agosto descontavam 96,63 euros por mês, uma vez que esta isenção se aplicava até aos 991 euros, no caso de um solteiro sem filhos.

Nas pensões, não haverá lugar a retenção na fonte até aos 1.116 euros para um solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando até aqui este reformado descontava a partir dos 992 euros mensais. Isto significa um ganho, em agosto e setembro, de 67,3 euros por mês.

A partir de outubro e até ao final do ano, estarão em vigor outras tabelas já sem o efeito do mecanismo da retroatividade aplicado em agosto e setembro, de acordo com o documento publicado esta terça-feira no Portal das Finanças.

Deste modo, em outubro, a retenção na fonte volta a aplicar-se a remunerações mensais a partir dos 992 euros mensais. Ou seja, pontualmente, as taxas baixam mais em agosto e setembro e depois, em outubro, novembro e dezembro, são atualizadas face às que estão em vigor até agosto, em linha com a redução do IRS aprovada pelo Parlamento. A taxa mais baixa, de 13%, recua para 12,50%, a de 16,50% diminui para 16% e a de 22% baixa para 21,50%.

No entanto, é preciso ter em atenção que menos descontos agora pode significar imposto a pagar para o ano, se o IRS entregue ao Fisco este ano for inferior ao efetivamente devido. Por exemplo, um trabalhador por conta de outrem solteiro e sem filhos com 1.300 euros de vencimento bruto retinha na fonte cerca de 155 euros, entre janeiro e julho. Em agosto e setembro, vai passar a entregar a Fisco apenas 3,5 euros por mês. A partir de outubro, já com as “tabelas normais”, sem o o efeito de retroatividade, vai descontar 76 euros por mês. No entanto, em vez deste contribuinte ter direito a um reembolso de 129 euros, arrisca pagar 151 euros.

No caso de um ordenado superior, de 2.000 euros mensais brutos, o trabalhador que poderia ter direito a um reembolso de 205 euros pode ser chamado a pagar 435 euros de imposto, pelo facto de ter descontado menos nestes últimos meses do ano. Entre janeiro e julho, reteve cerca de 373 euros. Em agosto e setembro, vai descontar apenas 22 euros mensais e, a partir de outubro, a retenção mensal passa para 424 euros, segundo as contas da Ilya.

Para um contribuinte, também solteiro e sem filhos, com um salário bruto de 4.000 euros, os descontos vão baixar de cerca de 1.250 euros por mês, entre janeiro e julho, para 211 euros mensais, entre agosto e setembro, e depois sobem para 1.437 euros, entre outubro e dezembro. Se o Governo não tivesse mexido nas tabelas de retenção, este trabalhador iria ter direito a um reembolso de 399 euros, no próximo ano. Em vez disso, vai ser chamado a pagar 1.432 euros de imposto.

Noutro exemplo, um casal com dois filhos, ambos a ganhar 1.500 euros, iriam ser ressarcidos em 113 euros pelo Fisco no próximo ano pelo imposto retido a mais. Em vez disso, terão de liquidar 498 euros de IRS, de acordo com as simulações da Ilya. Isto porque a retenção na fonte baixou de cerca de 163,5 euros mensais, entre janeiro e julho, para zero, entre agosto e setembro, e 184,3 euros por mês, entre outubro e dezembro.

Mas há situações em que os descontos baixam e, ainda assim, os contribuintes continuam a receber reembolso. É o caso de uma família de dois pensionistas a ganhar entre 1.300 e 1.500 euros por mês cada um. No primeiro exemplo, em vez de terem direito a um cheque de 814 euros serão ressarcidos em pelo menos 309 euros, em 2026. No segundo exemplo, em vez de receber 776 euros vai ter um encaixe de 57 euros.

Um reformado solteiro, único titular, a ganhar 1.300 ou 1.500 euros também continuará a ter direito a reembolso, mas baixa de 407 euros para 155 euros e de 388 euros para 29 euros, respetivamente, de acordo com os cálculos da Ilya para o ECO.

A baixa da retenção na fonte reflete a descida do IRS em 500 milhões de euros, proposta pelo Governo e viabilizada pela Assembleia da República, determina reduções do imposto entre 0,40 e 0,60 pontos percentuais (p.p.) até ao oitavo escalão de rendimentos.

Em concreto, a taxa do primeiro escalão vai descer de 13% para 12,5%, a do segundo de 16,5% para 16%, a do terceiro de 22% para 21,5%, a do quarto de 25% para 24,4%, a do quinto de 32% para 31,4%, a do sexto de 35,5% para 34,9%, a do sétimo de 43,5% para 43,1% e, por último, a do oitavo de 45% para 44,6%. A taxa do último escalão de rendimentos continua nos 48%.

Simulações apresentadas pelo Governo mostram que esta nova descida do IRS vai fazer subir o salário líquido entre dois e 15 euros por mês.

Quem ficou desempregado será excluído da medida

O Governo optou por reduzir mais as taxas de imposto em agosto e setembro para “compensar” os descontos efetuados em excesso desde janeiro. Porém, esta solução não irá cobrir todos os casos. Ou seja, quem não tiver rendimentos de trabalho ou pensões em agosto ou setembro não irá beneficiar desta descida suplementar das tabelas de retenção na fonte, ainda que tenha descontado a mais ao longo do ano. Nestas situações estão trabalhadores que ficaram desempregados ou que passaram de assalariados a recibos verdes.

Por outro lado, quem mudou de emprego e teve aumentos salariais ou quem estava desempregado e passou a ter um vínculo de trabalho por conta de outrem vai sair a ganhar, porque o Fisco vai aplicar as tabelas de setembro e outubro considerando que aquele contribuinte obteve aquele rendimento mensal desde janeiro.

O Ministério das Finanças esclareceu, no ano passado, quando aplicou o mesmo mecanismo que, como as tabelas de retenção são adiantamentos do imposto ao Estado, no próximo ano, na altura da liquidação do imposto, serão feitos os acertos necessários. Quem descontou a mais, terá um reembolso menor e quem descontou menos poderá ser chamado a pagar a diferença.

Empresas podem acertar retenções mais tarde se não aplicarem tabelas em agosto

As empresas e outras entidades empregadoras têm de aplicar as novas tabelas de retenção nos salários de agosto, mas se não o conseguirem fazer nesse mês podem corrigir os valores mais tarde, até ao fim do ano. A salvaguarda está consagrada no despacho do Governo que fixa as novas tabelas de retenção na fonte, publicado esta terça-feira no Portal das Finanças.

A garantia diz respeito às taxas de retenção de agosto e setembro, que têm valores especialmente mais baixos do que as de janeiro a julho, para compensar os contribuintes do valor retido nos primeiros sete meses do ano com base numa versão do IRS diferente da que se aplicará aos rendimentos de 2025, porque, entretanto, o parlamento reduziu as taxas do IRS do 1.º ao 8. escalão.

A possibilidade teórica de fazer a correção ao valor da retenção de agosto e setembro é válida quer para as entidades que pagam salários (como as empresas, os serviços públicos ou as IPSS), quer para as entidades pagadoras de pensões (como a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações).

No texto assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, fica previsto que “nas situações em que as retenções na fonte sobre os rendimentos do trabalho dependente e de pensões pagos ou colocados à disposição entre 1 de agosto e 30 de setembro de 2025 não tenham sido efetuadas de acordo com as tabelas previstas no nº 2 [do despacho], a entidade sobre a qual recai a obrigação de retenção pode proceder à retificação nas retenções a efetuar nos meses seguintes, até ao mês de dezembro de 2025, inclusive”.

Apesar disso, o Governo espera que, ao dar a conhecer as tabelas neste momento, as entidades pagadoras ainda consigam aplicar as novas tabelas em agosto, incluindo a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações.

Questionada pela Lusa sobre o assunto, a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais lembra que, no ano passado, as tabelas foram conhecidas com uma distância temporal mais curta em relação ao momento do processamento dos rendimentos e, mesmo assim, “a generalidade dos agentes económicos conseguiu adaptar os seus sistemas”, por isso, “a expectativa” para 2025 “é que o consigam fazer” a tempo.

“Não obstante, se algum agente económico, algum empregador ou pagador tiver dificuldades e não conseguir logo no mês de agosto, pode fazer o acerto nos meses seguintes até ao fim do ano, de resto, como também já aconteceu com as tabelas do ano passado”, afirma, em declarações à Lusa.

Em 2024, ano em que o IRS também baixou a meio do ano, as novas tabelas de retenção foram conhecidas a 26 de agosto, para serem aplicadas em setembro. Como nessa altura a Segurança Social já tinha pensões processadas, só aplicou as novas taxas em outubro, fazendo a respetiva correção.

No entanto, este ano, o Governo conta que os pensionistas recebam os valores corretos logo desde o início. “A expectativa é que os pensionistas possam ver esta redução refletida já no mês de agosto”, afirma a secretária de Estado.

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Um mês depois da compra, CEO do BPCE visita Novobanco e apresenta-se aos trabalhadores

Trabalhadores do Novobanco conhecem hoje o futuro patrão. Nicolas Namias, que já afastou despedimentos, visita sede no Tagus Park, onde fará uma apresentação de uma hora ao lado de Mark Bourke.

Nicolas Namias, CEO do Groupe BPCE, visita Novobanco um mês após o anúncio de compra do banco à Lone Star.

Pouco mais de um mês depois de anunciado o negócio de compra do Novobanco, por 6,4 mil milhões de euros, o CEO do Groupe BPCE, Nicolas Namias, viaja esta quarta-feira a Lisboa para visitar a sede do banco no Tagus Park e apresentar-se pela primeira vez aos trabalhadores.

Nicolas Namias fará uma apresentação ao final da manhã, marcada para as 11 horas, que durará cerca de uma hora, num encontro em que o gestor francês se fará acompanhar do CEO do Novobanco, o irlandês Mark Bourke, e para o qual foram convidados todos os trabalhadores. Incluindo os que não trabalham na sede, que poderão assistir à sessão através da transmissão online.

Nem o Novobanco nem o BPCE comentam esta visita. Fonte oficial do banco francês adianta apenas que Nicolas Namias viaja a Portugal regularmente e não dá detalhes específicos sobre as suas visitas ou reuniões planeadas – isto depois de questionada se o líder do banco francês iria ter alguma reunião com o ministro das Finanças, Fundo de Resolução e Banco de Portugal (os dois primeiros acionistas detentores de 25% do banco, o terceiro enquanto supervisor). Ministério, banco central e fundo também se remetem ao silêncio sobre eventuais reuniões com o CEO do BPCE.

O encontro com o futuro patrão é aguardado com expectativa entre dos trabalhadores, que esperam que assuma compromissos com o futuro do banco. “Esperamos que [Nicolas Namias] nos diga quais são as intenções para o banco”, sublinha a coordenadora da comissão de trabalhadores, Liliana Felício, ao ECO.

“Esperamos que seja para assegurar que vai manter a independência do Novobanco, manter os postos de trabalho ou até mesmo crescer a atividade do banco”, acrescenta a representante dos trabalhadores.

Foi a 13 de junho que a Lone Star, que detém 75% do Novobanco, anunciou a venda da instituição financeira ao Groupe BPCE, segundo maior banco francês que está presente em Portugal através do Natixis, Oney Bank e Banco Primus, num negócio avaliado em 6,4 mil milhões de euros.

No mesmo dia, Nicolas Namias assegurou que o banco francês não prevê qualquer programa de despedimentos no Novobanco, que contava com mais de 4.200 nos seus quadros e quase 300 balcões no final de março.

“Ao contrário de muitas outras, esta transação não é sobre sinergias de custos”, explicou o gestor em teleconferência com os jornalistas.

“Sejamos claros, o BPCE conta hoje com 3.000 pessoas em Portugal. Mas elas trabalham para todo o grupo, não é um banco português, por isso não temos hoje sinergias de custos entre o que temos em Portugal e o Novobanco. Portanto, não se trata de um projeto baseado em sinergias de custos e cortes de postos de trabalho, sou muito claro quanto a isso”, explicou, tendo sinalizado também que a equipa de gestão liderada por Mark Bourke deverá continuar em funções.

“Tornou-se um dos bancos mais rentáveis da Europa, tem um rácio custo/rendimento de 33%, portanto, a administração fez um excelente trabalho e, claro, vou contar com o seu compromisso para connosco“, elogiou.

Segundo foi anunciado, a operação deverá estar concluída apenas durante o primeiro semestre do próximo ano, depois de obtidas as autorizações regulatórias.

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Centrais sindicais disponíveis para avaliar “compra” de dias de férias sem perda de benefícios

Mas há linhas vermelhas intransponíveis. UGT e CGTP estão contra o fim das restrições ao outsourcing durante um ano após despedimentos e a imposição de serviços mínimos às greves.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, acompanhada pelo secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira, preside à reunião plenária do Conselho Permanente de Concertação Social, esta tarde em Lisboa, 20 de novembro de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSAMIGUEL A. LOPES/LUSA

As confederações sindicais UGT e CGTP estão disponíveis para negociar a proposta de criação de um regime de compra de dias de férias extra que a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, vai levar à mesa da concertação social esta quinta-feira.

O mecanismo, defendido pelos patrões, prevê a perda de salário correspondente a um dia ou mais de trabalho sem penalização na atribuição de outros benefícios, como o subsídio de refeição, de férias ou de natal, ou na contagem de tempo de serviço para efeitos de pensão de velhice ou prestação de desemprego, como o ECO noticiou.

Mas há linhas vermelhas intransponíveis. UGT e CGTP não aceitam acabar com as restrições à subcontratação ou outsourcing um ano após despedimentos nem apertar as regras para os serviços mínimos das greves, como também vai propor o Executivo, em resposta às reivindicações das confederações patronais.

A possibilidade de meter dias de férias extra com perda remuneratória mas sem prejuízo de receber o subsídio de refeição, de férias ou de natal por inteiro, uma vez que não contam como faltas, já merece algum acolhimento por parte das estruturas sindicais. “À partida não estamos contra. Mas não sabemos em concreto o que é que o Governo vai trazer à concertação social”, afirmou ao ECO o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira. Do mesmo modo, o secretário-geral adjunto da UGT, Sérgio Monte, adianta que, para já, a confederação “não tem uma posição fechada, ainda está a avaliar”.

No entanto, o dirigente sindical “alerta para alguns riscos”. “Os trabalhadores com salários mais elevados podem usar mais esse direito. Para além disso, as férias têm sido objeto de negociação coletiva, portanto é algo que pode limitar ou prejudicar a negociação coletiva. E, em terceiro lugar, é um risco, porque em certos setores com menos encomendas pode servir para a empresa pressionar o trabalhador a meter dias de férias extra, uma espécie de layoff encapotado”, sinaliza.

É um risco, porque em certos setores com menos encomendas pode servir para a empresa pressionar o trabalhador a meter dias de férias extra, uma espécie de layoff encapotado.

Sérgio Monte

Secretário-geral adjunto da UGT

Tiago Oliveira lembra ainda que “há pouco tempo os trabalhadores tinham direito à majoração de três dias de férias e agora coloca-se a questão de os trabalhadores poderem comprar dias de férias”. “Tenta-se sempre inverter a decisão”, critica. Apesar disso, a central sindical não está, neste momento, “contra a favor” da medida, “não é uma linha vermelha”.

Para o líder da CGTP, há outras matérias que “preocupam muito mais muito como o subsídio de férias e de natal em duodécimos por decisão da empresa”. “Essa possibilidade já existe por acordo, então por que surge agora esta medida? Nenhum trabalhador que tenha um salário digno vai abdicar de ter direito a férias com a sua família. É inadmissível, servirá para encapotar salários baixos e dar a falsa impressão de que o trabalhador está a receber mais no final do mês”, atira.

Relativamente aos dias extra de férias, a proposta em cima da mesa, e que a ministra vai apresentar esta quinta-feira às confederações patronais e sindicais, aponta para a criação de um regime específico na legislação laboral que permita ao trabalhador meter um ou mais dias, com a correspondente perda salarial, por acordo com a entidade empregadora e sem prejuízo de outros benefícios.

Por exemplo, um funcionário, a ganhar um ordenado bruto mensal de 1.000 euros e a trabalhar 40 horas por semana, se pedir dois dias extra irá, nesse mês, receber menos dois dias de trabalho, o que equivalente a 90,9 euros, tendo em conta que cada dia vale 45,45 euros. Porém, as ausências não irão contar como faltas, pelo que o trabalhador receberá o subsídio de refeição, de férias e de natal por inteiro. Também não haverá penalização na carreira contributiva para obtenção do subsídio de desemprego ou da pensão de velhice.

As ausências não irão contar como faltas, pelo que o trabalhador receberá o subsídio de refeição, de férias e de natal por inteiro. Também não haverá penalização na carreira contributiva para obtenção do subsídio de desemprego ou da pensão de velhice.

Se há abertura nesta matéria, já quanto ao fim das restrições ao outsourcing após despedimentos, norma que recentemente foi validada pelo Tribunal Constitucional, e à definição de serviços mínimos para as greves, as confederações sindicais estão totalmente contra. O braço de ferro para um possível acordo vai balançar sobretudo entre estas duas medidas.

Outsourcing e mexidas nos serviços mínimos das greves são linhas vermelhas

No que toca às greves, o objetivo é definir uma percentagem específica para garantir o funcionamento mínimo do serviço e evitar casos como o da paralisação de maio da CP – Comboios de Portugal, em que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos de 15%, mas a empresa decidiu não acatar a ordem porque estariam em causa “os mínimos padrões de segurança dos utentes no acesso às plataformas das estações ferroviárias e no uso das composições”. Mais tarde, e depois de a CP ter recorrido, o Tribunal da Relação acabou por dar razão à CP, considerando que deveriam ter sido fixados serviços mínimos de 25% da oferta programada.

Na altura, a paralisação levou o primeiro-ministro e líder do PSD a defender a revisão da lei da greve, intenção que foi vertida no Programa de Governo. Luís Montenegro usou esse caso e a paragem do metro e da Carris na véspera do feriado de Santo António para justificar as alterações durante o debate do Programa de Governo no Parlamento. “Num dia de festa, marcar um plenário durante toda a noite até às 6h para perturbar todos os outros cidadãos não é o cumprimento de um princípio de equilíbrio no exercício de direitos e o poder político tem de assumir as suas responsabilidades”, afirmou.

Montenegro voltou a sublinhar a necessidade de alterações à lei da greve na primeira reunião de Concertação Social da nova legislatura, a 2 de julho: “Somos um país que tem uma legislação laboral, que importa revisitar para poder dar às empresas maior capacidade de serem competitivas e aos trabalhadores a possibilidade de terem maior perspetivas de segurança e progressão nas carreiras.”

A intenção de “equilibrar” o direito à greve já constava do programa do Governo, mas, desta vez, o primeiro-ministro precisou que o que o Governo pretende é que “essa alteração possa consagrar que, em todas as ocasiões, há serviços mínimos que não põem em causa proporção entre o exercício do direito à greve e o exercício dos demais direitos”.

Maria do Rosário Palma Ramalho irá propor aos parceiros sociais a definição de uma percentagem que garanta sempre os serviços mínimos em casos de greves, medida que será bem acolhida pelas confederações patronais e alvo de duras críticas por parte dos sindicatos, designadamente da CGTP, que não subscreveu o acordo tripartido para a valorização salarial.

É inaceitável. Não aceitaremos que se ataque o direito dos trabalhadores de lutar. A greve é o último patamar de luta e qualquer mexida neste direito deve ser combatida com toda a força.

Tiago Oliveira

Secretário-geral da CGTP

“É inaceitável. Não aceitaremos que se ataque o direito dos trabalhadores de lutar. A greve é o último patamar de luta e qualquer mexida neste direito deve ser combatida com toda a força”, critica Tiago Oliveira, líder da CGTP. Também Sérgio Monte, da UGT, considera que esta matéria “é uma linha vermelha”, até porque “a percentagem de serviços mínimos pode ser definida em negociação coletiva”. “No privado, os serviços mínimos são definidos conforme o ministério, é definido por despacho do ministro da tutela. No setor empresarial do Estado é o Tribunal Arbitral”, defende.

O Governo quer ainda eliminar a norma, da autoria do último Governo de António Costa, que proíbe o outsourcing, durante 12 meses após extinção de postos de trabalho, para funções que eram desempenhadas por trabalhadores que foram despedidos.

Em causa está um artigo introduzido em maio de 2023 que estabelece que “não é permitido recorrer à aquisição de serviços externos a entidade terceira para satisfação de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinção de posto de trabalho”. A violação desta regra implica uma contraordenação muito grave para quem recorre aos referidos serviços.

A antiga provedora e agora ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, considerou que esta restrição vai muito além dos limites constitucionais ao exercício da liberdade de iniciativa económica privada. E o Governo quer agora deixar cair esse travão ao outsourcing como exigem as confederações patronais. Apesar disso, essa norma já teve o respaldo do Tribunal Constitucional. Ou seja, está blindada do ponto de vista da Lei Fundamental.

Esta alteração também vai merecer a oposição das duas centrais sindicais, desde logo da UGT que foi a estrutura que propôs a introdução deste mecanismo na lei. Soubemos, no passado, que empresas com lucros estavam a fazer despedimentos coletivos das pessoas mais antigas e a recorrer ao outsourcing, contratando trabalhadores mais novos ou seja mais baratos. Além disso, o TC validou a norma”, indicou ao ECO, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da confederação sindical.

Alinhando pelo mesmo diapasão, Tiago Oliveira está “contra” o fim da proibição da subcontratação. “Tem de haver um limite. Os patrões querem uma ferramenta para despedir e contratar mais barato“, argumenta.

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Gestora do Alqueva defende diferentes preços da água consoante a cultura

O presidente e CEO da EDIA, José Salema, defende também que deve existir uma reflexão sobre eventuais limites às culturas permanentes, como o amendoal e o olival, no Alentejo.

José Pedro Salema, presidente e CEO da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, considera que “objetivamente, há a capacidade para suportar um preço na água ligeiramente mais alto”.Hugo Amaral/ECO

No coração do Alentejo, a discussão sobre o preço da água ganha nova força, num momento em que as pressões sobre os custos das culturas agrícolas desafiam gestores, agricultores e decisores políticos.

A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, responsável pela gestão do Alqueva, há muito que defende a necessidade de atualizar os tarifários de água — imutáveis desde 2017, e cuja decisão cabe ao Governo. Em declarações ao ECO/Capital Verde, José Pedro Salema, presidenta e CEO da EDIA, defende ainda que qualquer subida de preços deverá atender à especificidade das culturas e à sustentabilidade do setor agrícola regional.

“Há algumas culturas em que o preço pode ser um problema muito grande”, reconhece o gestor, alertando por isso para o impacto diferenciado que o aumento dos preços pode ter sobre os agricultores. Enquanto para algumas culturas, como o milho — altamente exigente em água e fortemente pressionado pelos preços internacionais –, uma atualização de preço pode ser a diferença entre lucro e prejuízo, outras culturas, como a vinha, o olival ou a amêndoa, mostram-se consideravelmente mais resilientes.

“Uma pequena subida do preço pode matar por completo a margem de uma cultura como o milho”, diz. O mesmo não se passa nas culturas permanentes. Segundo José Pedro Salema, a vinha “gasta muito pouco” no que diz respeito à água. O olival exige um consumo ligeiramente mais alto, mas “ainda pouco” e “tem margens interessantes. Nos últimos anos, margens interessantíssimas”, refere.

“Um caminho interessante seria fazer dois preços”, defende José Pedro Salema, presidente e CEO da EDIA, apontado para um preço mais baixo para as culturas anuais e um preço “geralmente mais alto” para as culturas permanentes.

O responsável da EDIA reconhece que, apesar do descrito, o expectável é que exista alguma resistência por parte dos agricultores a estes aumentos. “Mas, objetivamente, há a capacidade para suportar um preço na água ligeiramente mais alto”, acredita.

Neste sentido, entende que deve ser proposto ao Governo uma diferenciação de preços, perante o dado de que a subida seria incomportável para algumas culturas. “Um caminho interessante seria fazer dois preços”, defende. Um preço mais baixo para as culturas anuais e um preço “geralmente mais alto” para as culturas permanentes. Isto, também à luz do plano recentemente apresentado pelo Governo, que pretende promover a produção de cereais no país. “Se subirmos os preços para todos, se calhar não temos cereais”, avisa.

De momento, as culturas permanentes ocupam 75% da área abastecida pela EDIA, embora cite especialistas que referem pelo menos um terço de culturas anuais como um número “interessante”. Confrontado com a questão de se esta distribuição responde ao melhor interesse do país, José Pedro Salema observa que é a governação que tem de perceber se Portugal se está a concentrar demasiado num determinado setor, “e fazer alguma correção de mercado se necessário”.

“Uma discussão que deve ser tida é se devemos apostar tudo em culturas permanentes, se não devemos fazer um limite”, sugere, ao mesmo tempo que alerta para os riscos: “num evento extremo de escassez, uma cultura permanente que não tem água é um investimento muito grande porque morre. Uma cultura anual não se faz”. Neste sentido, aponta que uma aposta alargada nas culturas permanentes expõe “muito” o país a um evento de seca prolongada.

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Bial apresenta marca corporativa renovada pela Ivity

  • + M
  • 7:00

O conceito criativo da nova identidade "centra-se na ideia dos bonds of life, as ligações e relações que representam o compromisso da empresa com o futuro, a ciência, a esperança e o conhecimento".

A Bial apresenta uma identidade corporativa renovada, desenvolvida pela Ivity Brand Corp e que reúne um novo propósito, missão e valores.

“Sempre que conduzimos um processo de rebranding de uma marca centenária, sentimos que o futuro nos desafia a escrever um novo capítulo de uma história que queremos que continue para sempre. Bial é uma ‘palavra-marca’ que faz parte da história da inovação de Portugal para o mundo. A nova marca Bial expressa a sua alma forte, bem enraizada e com os olhos postos no futuro“, descreve Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, citado em comunicado.

“Esta é uma marca de ligações, onde a ciência e a sensibilidade se cruzam pelos caminhos das neurociências e das doenças raras, em direção a uma vida melhor para todos. É assim, com um sentimento redobrado que, em nome da equipa da Ivity, dou as boas-vindas à nova marca Bial, que tanta honra faz a Portugal”, acrescenta.

O conceito criativo da nova identidade da Bial “centra-se na ideia dos bonds of life, as ligações e relações que representam o compromisso da empresa com o futuro, a ciência, a esperança e o conhecimento“, detalha-se em nota de imprensa.

Nesta nova imagem, a letra “a” e os elementos gráficos adicionais, que “expressam fisicamente o conceito de bonds”, assumem um papel de destaque na comunicação. Desenhados com formas contínuas, orgânicas e livres, estes elementos simbolizam as conexões entre a ciência e a vida, entre o passado e o futuro, entre a Bial e todas as pessoas com quem constrói relações de confiança. Esta nova identidade procura refletir a “ambição da empresa de continuar a crescer como ‘Partners in Life’, reforçando o compromisso de estar sempre ao lado de todos aqueles a quem serve”, como sejam os doentes, cuidadores, profissionais de saúde, parceiros e a sociedade em geral.

A nova Bial procura assim refletir a “transformação profunda” que a empresa viveu, particularmente ao longo dos últimos quinze anos. Por parte da farmacêutica portuguesa, o CEO António Portela entende que esta é uma “mudança plena de simbolismo“, sendo que esta evolução “reafirma o legado e os valores do passado mas acima de tudo, espelha o compromisso com o futuro“.

“Redefinimos o propósito da empresa, garantindo que ele não é apenas inspirador, mas está alinhado com as linhas estratégicas delineadas para o futuro. A nova missão traduz aquilo que somos e fazemos diariamente. Os novos valores refletem a forma como se colabora, como se cresce na empresa e aquilo que define cada um dos nossos colaboradores, os Bialers. Tudo isto foi materializado numa nova identidade visual, que representa aquilo que a Bial é hoje e o que quer ser no futuro: parceiros na vida e para a vida, sempre orientados para a excelência na ciência e na investigação que desenvolvemos“, acrescenta.

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Presidente de Angola revela “incómodo” com lei dos estrangeiros

  • ECO
  • 22 Julho 2025

João Lourenço mostrou-se preocupado com a lei dos estrangeiros e defendeu que Portugal, enquanto país de emigrantes, não trate os imigrantes pior do que outros países trataram os portugueses.

O presidente de Angola, João Lourenço, reconheceu, esta terça-feira, que existe algum “incómodo” entre os países da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em relação à lei dos estrangeiros e disse que cabe a todos os Estados-membros da organização, incluindo Portugal, trabalhar para “não fazer descambar esse grande projeto que é a CPLP“.

Existe algum incómodo [entre os países da CPLP]” com a lei dos estrangeiros, afirmou o presidente angolano, em entrevista à CNN. “O Brasil teve a coragem de manifestar esse mesmo incómodo e, nós, até aqui não dissemos nada, mas é evidente que estamos a seguir a evolução da situação com muita atenção”, reconheceu João Lourenço.

O presidente de Angola disse ainda que “os países são soberanos, têm as suas políticas de imigração”, mas, “por outro lado, não se deve fugir muito do que é prática internacional em termos de imigração”, lembrando que “Portugal é um país de cidadãos que emigram bastante. O passado de Portugal está muito ligado à emigração”.

O mínimo que exigimos é que Portugal não trate os imigrantes, que escolheram Portugal como destino para fazer as suas vidas, de forma pior do que foram tratados nos países que os acolheram ao longo dos anos“, destacou ainda, deixando este “apelo” a Portugal.

Sobre o encontro que vai ter com o presidente da República, João Lourenço referiu que este será um tema do encontro e que irá falar em nome não só dos angolanos, mas de todos os africanos que vivem em Portugal.

Questionado sobre se esta lei pode fazer ruir a CPLP, o presidente de Angola disse que todos devem trabalhar para “não fazer descambar esse grande projeto que é a CPLP“.

“É a nossa obrigação enquanto Estados-membros tudo fazer para evitar que isso possa acontecer, inclusive Portugal”, defendeu.

Durante a entrevista, João Lourenço recusou que Portugal seja “uma porta de entrada” de Angola, ou outros países africanos. Sobre o investimento de empresas portuguesas que gostaria de ver em Angola, o chefe de Estado angolano aponta para o “setor industrial, agropecuária, pescas, turismo, e menos comércio”.

Já investimento de Angola em Portugal teve um “destino privado“, disse ainda o presidente angolano sobre as relações económicas entre os dois países no passado. Foi o caso da Galp, Efacec, adiantou, numa referência a Isabel Santos. O único investimento público, através de uma empresa angolana (Sonangol), é o do BCP, sublinhou.

João Lourenço diz mesmo que “os dinheiros eram do Estado mas algum espertalhão ou espertalhona pôs o investimento em seu nome”. “A sociedade angolana espera que se faça justiça”, remata.

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