Alemã Siemens notifica Concorrência da compra da Adacap Portugal

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

A Adacap Portugal fabrica e distribui produtos de imagiologia/diagnóstico, mediante radioligandos, utilizados por hospitais para imagiologia por tomografia.

A Siemens Healthineers notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo exclusivo sobre a Adacap Portugal, que fornece serviços de investigação e desenvolvimento para a Novartis. A Siemens Healthineers é maioritariamente detida pela Siemens AG e “fornece soluções e serviços de saúde a nível mundial, divididos em quatro segmentos de negócios: imagiologia; diagnóstico; Varian; e terapias avançadas”, segundo resume a AdC.

Já a Adacap Portugal é uma “empresa de direito nacional, parte integrante dos Ativos Adacap, que, no seu conjunto, fabricam e distribuem produtos de imagiologia/diagnóstico, mediante radioligandos, utilizados por hospitais para imagiologia por Tomografia por Emissão de Positrões (PET), graças à sua rede de ciclotrões”.

Fornecem ainda serviços de radiomarcação através das suas radiofarmácias e certos serviços de investigação e desenvolvimento para a Novartis.

Neste processo, a “operação de concentração consiste na aquisição, pela Siemens Healthineers AG, do negócio europeu de fabrico de produtos de imagiologia mediante radioligandos do Grupo Novartis, compreendendo a aquisição de todas as ações de diversas sociedades detidas pela Advanced Accelerator Applications, SA (Adacap), incluindo, em Portugal, a sociedade Advanced Accelerator Applications Portugal Unipessoal Lda. (Adacap Portugal)”, explica a AdC.

Podem ser enviadas observações sobre esta operação de concentração à Autoridade da Concorrência, no prazo de 10 dias úteis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da Milaneza já manda a 100% na maior fabricante checa de massas

Detida por Carlos Moreira da Silva e pela família Silva Domingues, empresa da Maia completa aquisição da Europasta, que lidera na Chéquia e tem uma das maiores fábricas de massas do centro da Europa.

A Cerealis anunciou esta sexta-feira um acordo para a compra da totalidade do capital da gigante Europasta, fabricante de massas alimentícias da Chéquia, sublinhando que “a transação seguirá agora o processo de formalização de compra de ações que deverá ser concretizado” ainda em setembro.

Como o ECO noticiou no início deste ano, a empresa da Maia, que é uma das maiores empresas portuguesas do setor agroalimentar, detentora das marcas Milaneza, Nacional ou Napolitana, tinha já assumido o controlo acionista da Europasta ao aumentar a sua participação de 33,33% para 58,33% no capital da empresa checa, com receitas de aproximadamente 70 milhões de euros.

Numa nota enviada às redações, a empresa nortenha, que no verão de 2021 passou para as mãos do empresário Carlos Moreira da Silva e da família Silva Domingues, sublinha que “esta operação dá continuidade à estratégia de consolidação e crescimento inorgânico, aumentando a sua participação num ativo estratégico, já que se trata de uma das principais fábricas de massas do centro da Europa”.

Dedicada exclusivamente à produção de massas alimentícias, a Europasta lidera o mercado na Chéquia e está também presente nas prateleiras de vários retalhistas do Centro da Europa. As operações estão concentradas num único centro de produção, com uma capacidade superior a 100 mil toneladas por ano. E a Cerealis promete avançar com um “importante plano de investimento e modernização”, sem quantificar o valor.

“Esta aquisição, além de consolidar e ir ao encontro à estratégia de crescimento definida, permite ainda melhorar a nossa capacidade de servir clientes presentes em mais do que uma geografia. Vamos ser capazes de escolher o melhor centro de produção para cada ponto de entrega de forma a prestarmos um melhor serviço, aumentarmos a nossa eficiência e minimizarmos as emissões de CO2 na cadeia de abastecimento”, refere o CEO.

A Europasta é um ativo chave no nosso processo de expansão e será também uma base importante para possíveis novas aquisições naquela geografia.

Pedro Moreira da Silva

CEO da Cerealis

Citado no mesmo comunicado, Pedro Moreira da Silva fala na Europasta como “um ativo chave no processo de expansão” do grupo português, que emprega cerca de 760 pessoas e transforma anualmente mais de 440 mil toneladas de cereais em quatro centros de produção. E, completa, “será também uma base importante para possíveis novas aquisições naquela geografia”.

Foi em 2010, para iniciar o processo de internacionalização e através da compra de uma quota inicial de 25% – nessa altura, a espanhola Pastas Gallo ficou com uma percentagem igual –, que o grupo sediado em Águas Santas (concelho da Maia), que soma atualmente perto de 570 trabalhadores em Portugal, entrou no capital desta congénere do leste europeu. Fundada em 2002, explora as marcas próprias Adriana, Zátkovy, Rosické e Ideál.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oposição tem de dialogar sobre Orçamento “a menos que queira uma crise”, defende Marcelo

O Presidente da República defendeu que o Governo tem de dialogar por ser minoritário e que a oposição ao não ter condições de ser maioritária também o tem de fazer, para evitar uma crise.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou esta sexta-feira a confiança na viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas aumentou a pressão sobre a oposição, considerando que tem de dialogar com o Governo “a menos que queria uma crise”.

Se o Governo é minoritário, precisa de dialogar senão não passa. A oposição também não tem condições para ser maioritária também precisa de dialogar, a menos que queira que haja uma crise”, afirmou o Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas na Festa do Livre de Belém, em Lisboa.

Marcelo de Sousa já tinha sinalizado na quinta-feira que continua confiante de que a proposta orçamental vai ser viabilizada, apesar das vozes mais extremadas do PS e do Governo e afastou a solução proposta pelos socialistas de avançar com retificativo, caso o OE seja chumbado. “O problema não se resolve com um retificativo”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que para a semana terá uma reunião com o primeiro-ministro onde a escolha do próximo Procurador-Geral da República (PGR) será abordada. O Chefe de Estado recusou-se a divulgar publicamente qual considera ser o perfil ideal para o sucessor de Lucília Gago, cujo mandato termina em 11 de outubro, mas avisou que tem sempre a palavra final sobre a escolha.

“A palavra final tenho sempre, porque sem assinatura do Presidente não há procurador ou procuradora”, afirmou, realçando que tem de concordar com a proposta do primeiro-ministro. “Considero mais importante ou tão importante como o nome, o perfil“, vincou.

Sobre a forma como o processo será gerido pelo Governo, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu para Luís Montenegro a decisão. “O primeiro-ministro é que decidirá se a proposta é partilhada com os outros partidos ou não, se é a solução final que é partilha, se é apenas um perfil que é partilhado com outros partidos ou se, como aconteceu no passado, é uma escolha do Governo que depois é apresentada ao Presidente”, apontou.

“Nuns casos o Presidente aceitou, noutros casos não aceitou”, recordou, acrescentando que “está fora de questão” a recondução de Lucília Gago, porque seria no seu entendimento contra a lei. “[A lei] é muito clara”, afirmou, salientando que “o mandato é de seis anos”.

O Expresso noticiou esta sexta-feira que o Presidente da República quer começar já as conversas com o primeiro-ministro para decidir quem vai suceder à atual PGR, assim como relativamente ao sucessor do presidente do Tribunal de Contas, José Tavares, cujo mandato finda a 7 de outubro. A meio da próxima semana, Marcelo Rebelo de Sousa receberá Luís Montenegro em audiência no Palácio de Belém, tendo a intenção de, nessa reunião, negociar a escolha destes dois cargos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mexidas no PRR não eliminam verificação da legalidade, só alteram o momento em que ocorre, diz ministro

Ministro da Coesão garante que alterações ao PRR não põem em causa a exigência ou o rigor a que estes processos estão, e continuarão a estar, sujeitos e diz que são precisas soluções inovadoras.

O Governo aprovou ontem em Conselho de Ministros duas alterações ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que visam acelerar a execução dos 22,2 mil milhões de euros: um regime especial de fiscalização preventiva e um regime processual especial, que procede ao levantamento do efeito suspensivo automático da impugnação de atos de adjudicação, mediante uma decisão sumária do juiz. Com estas alterações, o ministro da Coesão Territorial, que tem a tutela dos fundos europeus, garante que não está em causa a exigência de rigor e que “não se elimina qualquer forma de verificação da legalidade, apenas se altera o momento em que ocorre“.

“Nenhuma destas medidas põe em causa a exigência ou o rigor a que estes processos estão, e continuarão a estar, sujeitos. Não se elimina qualquer forma de verificação da legalidade, apenas se altera o momento em que ocorre”, sublinha ao ECO Manuel Castro Almeida. “Quer a fiscalização pelo Tribunal de Contas, quer a decisão judicial sobre eventuais pedidos de impugnação, serão realizadas em simultâneo com a execução dos projetos“, acrescentou.

“É convicção do Governo que as soluções tradicionais, atualmente em vigor, não garantem a execução do PRR dentro dos prazos fixados, pelo que se torna necessário encontrar soluções inovadoras mais expeditas“, diz Castro Almeida. Os últimos dados da Recuperar Portugal revelam que até 4 de setembro foram pagos 5,16 aos beneficiários finais (23% da bazuca), um aumento de apenas 13 milhões o espaço de uma semana.

“Poderia ser mais cómodo deixar tudo tal como está e culpar o anterior Governo pelos atrasos de execução do PRR. Mas não é essa a opção do Governo. Não ficamos de braços caídos. Procuramos soluções para ultrapassar as dificuldades e acelerar a execução”, acrescentou o ministro.

Reiterando o que já tinha sido explicado pelo ministro da Presidência, Leitão Amaro, na conferência de imprensa do final da reunião do Conselho de Ministro, Castro Almeida sublinha que o novo diploma, que vai criar o regime especial de fiscalização preventiva, permitirá que os “projetos financiados ou cofinanciados no âmbito do PRR avancem, não tendo de aguardar decisão pelo Tribunal de Contas no âmbito da sua competência de fiscalização prévia, passando esta fiscalização a ser realizada em simultâneo com a execução do projeto”.

“Se, no decurso da análise do Tribunal de Contas, forem detetadas deficiências de instrução do processo, poderão ser corrigidas de seguida, enquanto a obra decorre. Se forem detetadas irregularidades graves (ausência de concurso ou inexistência de rubrica orçamental para pagar a obra), o Tribunal de Contas pode imediatamente mandar parar os trabalhos“, acrescenta o responsável.

Poderia ser mais cómodo deixar tudo tal como está e culpar o anterior Governo pelos atrasos de execução do PRR. Mas não é essa a opção do Governo. Não ficamos de braços caídos. Procuramos soluções para ultrapassar as dificuldades e acelerar a execução.

Manuel Castro Almeida

Ministro da Coesão Territorial

Já nas alterações introduzidas no âmbito da contratação pública, o objetivo é criar “um regime processual especial – excecional e temporário – aplicável aos contratos que se destinem à execução de projetos financiados ou cofinanciados pelo PRR”, de modo a que, “nas ações de contencioso pré-contratual que tenham por objeto a impugnação de atos de adjudicação, se proceda ao levantamento do efeito suspensivo automático mediante uma decisão sumária do juiz”. “Por esta via, levantada a suspensão, podem os projetos prosseguir a sua execução, enquanto a ação judicial esteja a ser decidida”, remata Castro Almeida.

Tal como já tinha sido prometido e aprovado em reunião da comissão interministerial do final de julho, o Governo aprovou um reforço da estrutura de missão Recuperar Portugal para a dotar de mais meios técnicos e recursos humanos. Em causa está o aumento do limite de elementos no quadro de pessoal de 75 para 137.

Tal como o ECO já tinha avançado, são mais 62 quadros, sendo que cerca de 50 vão fazer parte da equipa móvel que está a ser criada. Apesar de integrarem o quadro de pessoal da Recuperar Portugal, estes técnicos serão alocados, consoante as necessidades, aos serviços dos beneficiários diretos ou intermediários para fazer face aos picos de trabalho, reduzindo assim o atraso na análise das candidaturas e prazos de pagamento.

“Para além esta equipa, serão ainda contratados mais seis técnicos superiores que permitirão reforçar a EMRP no âmbito da coordenação técnica, gestão e acompanhamento da execução do PRR, e outros seis que reforçarão as fiscalizações no terreno”, explicou Castro Almeida.

“Este reforço de pessoal da EMRP vem ajustar o número de pessoas ao volume de trabalho que a execução de um plano desta dimensão, e com estas características, representa. Importa reconhecer que os serviços responsáveis pela gestão dos fundos não dispunham de técnicos em número suficiente“, concluiu o responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BE contesta Maria Luís Albuquerque no Parlamento Europeu

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

O BE sustentou que a antiga ministra das Finanças “é um dos rostos que ficará associada ao esquema escandaloso que permitiu a David Neeleman comprar a TAP com o dinheiro da TAP, lesando a empresa".

O Bloco de Esquerda vai contestar no Parlamento Europeu a nomeação de Maria Luís Albuquerque para integrar a Comissão Europeia, considerando que é um dos rostos associado à polémica com a privatização da TAP, anunciou o partido.

Em comunicado, divulgado na quinta-feira, o BE, representado nos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo por Catarina Martins, antiga coordenadora do partido, disse que “vai contestar a idoneidade de Maria Luís Albuquerque para o exercício” das funções de comissária europeia.

O BE sustentou que a antiga ministra das Finanças “é um dos rostos que ficará associada ao esquema escandaloso que permitiu a David Neeleman comprar a TAP com o dinheiro da TAP, lesando a empresa e o interesse público, numa privatização executada já após as eleições [legislativas] e a perda da maioria absoluta da coligação de direita”.

Sublinhando que a “esta operação foi recentemente denunciada em auditoria da Inspeção-Geral de Finanças, cujas conclusões foram entregues ao Ministério Público, que abriu uma investigação”, o Bloco considera que a nomeação de Maria Luís Albuquerque “envergonha o país”.

“A sua aprovação seria um péssimo sinal dado pelas instituições europeias. O Bloco irá bater-se no PE para a impedir”, completa o partido na nota divulgada. A antiga ministra das Finanças do executivo do social-democrata Pedro Passos Coelho foi nomeada pelo Governo do social-democrata Luís Montenegro.

Para ser eleita comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, assim como os candidatos nomeados pelos restantes 26 Estados-membros, terá de passar pelo crivo da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e dos eurodeputados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PCP considera que notícias confirmam que privatização da Efacec foi um “crime económico”

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

A privatização da Efacec foi um “crime económico”, que colocou uma “empresa estratégica” nas “mãos do grande capital alemão”, defendem os comunistas.

O PCP considerou esta sexta-feira que as notícias sobre o relatório preliminar da auditoria do Tribunal de Contas à Efacec confirmam que a sua privatização foi um “crime económico”, que colocou uma “empresa estratégica” nas “mãos do grande capital alemão”.

“As notícias vindas a público a propósito de um relatório preliminar do Tribunal de Contas sobre a Efacec, que admite a entrega de mais de 80 milhões de euros (que se acrescentam aos quase 500 milhões injetados pelo Estado na empresa) ao fundo alemão Mutares confirmam, como o PCP alertou, que a privatização da empresa constituiu um crime económico”, lê-se num comunicado divulgado pelo partido.

O PCP salienta que essa privatização – “concretizada pelo Governo PS e que teve o apoio de PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal (IL), bem como da própria Comissão Europeia” –, colocou “nas mãos do grande capital alemão uma empresa que tinha sido recuperada e capitalizada pelo Estado português”.

Os comunistas salientam que a Efacec é “uma empresa estratégica para a indústria nacional, com forte impacto na região norte do país, sujeita ao longo dos anos a sucessivos processos de privatização” e cujo papel para a economia nacional “está hoje a ser colocado em causa, bem como os direitos dos seus trabalhadores”.

“O que esta situação evidencia é a necessidade de uma política que rompa com a submissão do país aos interesses do grande capital e com os processos de privatização e corrupção que lhe estão inerentes – a exemplo do que envolve a criminosa privatização da TAP, com as particulares responsabilidades de PSD e CDS nesse processo – que tanto têm prejudicado os trabalhadores, o povo e o país”, lê-se no texto.

O Observador noticiou na quarta-feira que a auditoria em curso do Tribunal de Contas (TdC) – pedida pela Assembleia da República quando a empresa, entretanto vendida à alemã Mutuares, era ainda detida pelo Estado – indica que apoio financeiro público à Efacec pode superar os 500 milhões de euros e que, embora o Estado possa ainda recuperar grande parte, para já a nacionalização falhou os objetivos.

Sobre a nacionalização, a versão preliminar da referida auditoria, segundo sabe o Observador, é contundente na conclusão de que nenhum dos objetivos que fundamentaram a decisão política foi alcançado. Ou seja, falharam todos”, refere o jornal digital, concretizando que “não se evitou a deterioração da situação financeira e comercial da Efacec, não se conseguiu estabilizar o seu valor financeiro e operacional e nem os postos de trabalho foram preservados”.

Segundo a documentação preliminar da auditoria, que o Observador diz já ter passado pela fase de contraditório, foi quantificado um financiamento público de 484 milhões de euros até à privatização, concluída em outubro de 2023, mas este pode ainda aumentar 80 milhões e atingir os 564 milhões de euros, devido às responsabilidades contingentes assumidas pela Parpública na venda à Mutares.

“Há também potencial de ganho para o Estado numa nova venda da Efacec, mas a avaliação feita na versão preliminar da auditoria é a de que a nacionalização da empresa industrial do norte não cumpriu nenhum dos objetivos iniciais”, refere Observador. Em novembro do ano passado, o Estado finalizou a venda ao fundo de investimento alemão Mutares da totalidade do capital da Efacec, que tinha sido nacionalizada em 2020 aquando do escândalo ‘Luanda Leaks’. A empresa era controlada indiretamente por Isabel dos Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alto Tâmega e Barroso está entre as melhores “regiões biológicas” da Europa

Desde que a região integra a rede internacional de bio-regiões, o número de operadores certificados no modo de produção biológico passou de menos de 100 para cerca de 1.000 em cinco anos.

A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) é uma das três finalistas na categoria “melhor região biológica”, dos prémios europeus de produção biológica de 2024, que pretendem reconhecer a excelência e a inovação em toda a cadeia de valor biológica. A estrutura portuguesa concorre com a região espanhola de Castilla – La Mancha e a finlandesa Savónia do Sul. Os vencedores serão anunciados a 23 de setembro, em Bruxelas.

“Esta nomeação reflete o nosso compromisso com a sustentabilidade, a inovação e o desenvolvimento económico equilibrado da região”, realça Ramiro Gonçalves, primeiro secretário executivo da CIMAT, citado em comunicado. O responsável destaca ainda que “têm feito um esforço contínuo para promover a agricultura biológica, valorizando o que de melhor o território tem para oferecer”.

A região, que integra desde 2018 a Rede Internacional de Bio-Regiões, tem vindo a desenvolver iniciativas para impulsionar a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e biológicas. “Este esforço foi bem acolhido pelos produtores locais, resultando num crescimento expressivo do número de operadores certificados no modo de produção biológico, que passou de menos de 100 em 2018 para cerca de 1.000 em 2023″, detalha a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso.

A CIMAT abrange os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. O território, que tem 32 produtos endógenos qualificados como Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP), diz possuir o único Sistema Importante do Património Agrícola Mundial (SIPAM) a nível nacional, situado em Boticas e Montalegre.

No ano passado, Idanha-a-Nova (Castelo Branco) venceu o prémio de melhor distrito biológico na segunda edição dos Prémios Europeus de Produção Biológica. Os prémios de bio região e bio cidade foram para a Áustria: Burgenland e Viena, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Canal angolano TV Zimbo chega a Portugal através da Nos

  • + M
  • 6 Setembro 2024

Lançado no final de 2008, a TV Zimbo foi o primeiro canal de televisão privado em Angola. Agora pretende alcançar os cerca de 410 mil angolanos que residem em território português.

O canal angolano TV Zimbo já pode ser visto em Portugal, estando disponível em exclusivo na operadora Nos, na posição 193.

“Queremos chegar onde estão os angolanos. Portugal é o terceiro país do mundo com maior comunidade angolana. Segundo dados oficiais das autoridades de Angola, residem em território português mais de 410 mil angolanos, pelo que queremos levar a nossa televisão junto desta população. Além disso, queremos também promover a nossa televisão junto dos falantes da língua portuguesa“, diz Paulo Julião, presidente do conselho de administração da TV Zimbo, citado em comunicado.

O objetivo, em termos de audiência, é o de atingir o “maior número de angolanos e falantes da língua portuguesa, residentes em Portugal”. “Queremos levar Angola e uma informação diferenciada, rigorosa, precisa e responsável aos angolanos que residem em território português”, acrescenta Paulo Julião.

A emissão do canal será feita a partir de Luanda, através do quadro de jornalistas e colaboradores que integram a TV Zimbo no país africano, mas poderá vir a ser desenvolvido um programa em território português. “Nesta primeira fase, os programas serão gravados a partir de Angola. No entanto, estamos a equacionar a possibilidade de vir a ser produzido um programa a partir de Lisboa, a retratar a vida dos angolanos residentes em Portugal”, explica Paulo Julião.

A TV Zimbo vai contar com “15 horas de produção diária de conteúdos inéditos, nomeadamente sete horas de informação, jornais e programas informativos, e oito horas de entretenimento”, refere-se em nota de imprensa.

Em comunicado, o canal destaca da sua programação os programas “A Tarde É Nossa”, que expõe, ao longo de duas horas, “o melhor de Angola na vertente cultural, social e humana”, “Jornal da Zimbo“, “Debate Livre”, “Nossa Terra”, programa que tem como objetivo retratar o país africano as suas belezas, curiosidades e hábitos, ou ainda “Sexto Sentido”, um talk show matinal que tem a mulher como foco central.

Já entre os principais rostos da TV Zimbo destaca as apresentadoras Dina Simão e Neurite Mendes, o jornalista, Amílcar Xavier e os apresentadores Igor Benza e Zuleica Wilson.

Lançado no final de 2008, a TV Zimbo foi o primeiro canal de televisão privado em Angola.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IL prefere eleições antecipadas a “um péssimo orçamento”

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

"Se é para ter um péssimo Orçamento, preferimos clarificação política e preferimos eleições”, defendeu Rui Rocha, questionado sobre as declarações do Presidente da República.

O presidente da Iniciativa Liberal afirmou esta sexta-feira que prefere eleições legislativas antecipadas a “um péssimo” Orçamento do Estado para 2025 e avisou o Governo que aproximações ao PS dificultam o voto favorável dos liberais.

O Presidente da República quase que diz que mais vale um mau Orçamento ou um péssimo Orçamento do que uma clarificação política. Nós dizemos que o país já perdeu tempo demais. (…) E, portanto, se é para ter um péssimo Orçamento, preferimos clarificação política e preferimos eleições”, defendeu Rui Rocha, numa conferência de imprensa, em Lisboa.

O líder da IL foi questionado sobre as declarações do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que na quinta-feira considerou que “não se põe como viável” não haver Orçamento do Estado para 2025, escusando-se, porém, a responder o que tenciona fazer em caso de chumbo da proposta do Governo.

Rui Rocha considerou que “o país perdeu muitos anos com a gestão socialista” e que os portugueses escolheram uma mudança nas legislativas de março, fazendo um balanço negativo da governação do executivo minoritário PSD/CDS-PP seis meses após a tomada de posse.

“Se a AD [Aliança Democrática, coligação PSD/CDS-PP] não tem essa energia ou capacidade política de fazer essa mudança, então para mais do mesmo eu prefiro eleições a ter mais do mesmo”, afirmou.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já condicionou a viabilização do orçamento às propostas do IRS Jovem e da descida de IRC do Governo e o executivo manifestou disponibilidade para negociar, mas Rui Rocha avisou hoje que quanto maior for a aproximação com os socialistas, maior será a distância face aos liberais, que continuam disponíveis para negociar “em boa-fé”.

“Para o PS, descer impostos, sejam eles para empresas ou pessoas, é uma linha vermelha, e o PS não quer que se desçam impostos. Nós entendemos que há margem e é imperioso que se desçam impostos. (…) Quanto mais a AD se aproximar destas pretensões do PS mais distantes estaremos nós dessa posição que a AD possa vir a assumir”, afirmou.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Escassez de água preocupa empresas agrícolas do sudoeste alentejano

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

Estudo indica que 94,4% das empresas consideram a disponibilidade de recursos hídricos na sua área de produção "insuficiente", tendo já implementado "medidas de poupança e racionamento de água".

Um estudo da associação que representa empresas agrícolas do sudoeste alentejano revela que a escassez de água é a “maior preocupação”, apontando a necessidade de o Governo implementar uma estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos.

O estudo, realizado pela Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA) junto das empresas suas associadas, apurou que “a escassez de água é a maior preocupação relativamente ao negócio da produção agrícola na região do sudoeste alentejano”.

Os dados, consultados esta sexta-feira pela agência Lusa, revelam também que 94,4% das empresas inquiridas consideram a disponibilidade de recursos hídricos na sua área de produção “insuficiente”, tendo já implementado “medidas de poupança e racionamento de água”.

“A instalação de reservatórios hídricos e a melhoria dos sistemas de rega (ambas implementadas por 67% dos inquiridos), a aposta em sistemas de reutilização de água (57%) e a instalação de tecnologias para medir a humidade dos solos (44%)” são algumas dessas medidas adotadas, referiu a AHSA.

Ainda assim e, apesar destas ações, “17%” dos associados que responderam alertam “para a inexistência de qualquer capacidade de autossuficiência através de charcas e da reutilização hídrica”.

Segundo o estudo, designada como Barómetro AHSA, “83% das restantes empresas demonstram alguma capacidade de autoabastecimento” e, destes, “22% referem o alcance entre 25% e 40% de reservas ou reutilização”.

Por seu lado, “28% dos produtores representam um segmento significativo de nível de autonomia de água de 20%” e “11% [das empresas] reportam precisamente 15% de autossuficiência”, disse.

“Destaca-se, ainda, que a mesma percentagem de 22% das empresas consegue ultrapassar a marca de 50% de autonomia, apesar dos elevados custos associados ao tratamento da água de captação, o que evidencia o esforço e gestão eficientes dos recursos hídricos”, detalhou.

O período de auscultação da 1.ª edição do Barómetro AHSA, composto por mais de 40 empresas hortofrutícolas portuguesas da região do sudoeste alentejano, decorreu entre 04 e 26 de julho deste ano, obtendo uma taxa de resposta de 55%.

No barómetro, foram colocadas 11 questões aos empresários agrícolas, nomeadamente qual maior preocupação relativamente ao negócio da produção agrícola no sudoeste alentejano, como avalia a disponibilidade de recursos hídricos na sua área de produção e que medidas de poupança ou racionamento já foram implementadas.

O estudo apurou que, em 2023, as empresas investiram “cerca de 4,9 milhões de euros”, prevendo-se que, este ano, “80%” dos inquiridos voltem a realizar investimentos do mesmo montante em “sistemas de poupança de água”.

Sobre o investimento numa dessalinizadora, “94% dos respondentes consideram” tratar-se de uma opção fundamental para a região e, destes, “56%” encaram esta “solução como complemento”.

“Já 22% dos membros do painel veem a opção como positiva, apesar de a implementação da mesma ficar dependente do preço da água”, sublinha o estudo.

A maioria dos empresários considera que “o Governo anterior não deu a devida importância ao problema da falta de água na região” e sugere ao atual executivo que elabore “uma estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos” e invista “na melhoria dos sistemas de armazenamento e distribuição” e num “plano para novas fontes de água”.

Para Luís Mesquita Dias, presidente da AHSA, citado no comunicado a propósito do estudo, estes resultados revelam “a gravidade da escassez de água no sudoeste alentejano e a resiliência das empresas agrícolas” locais.

Segundo o responsável, é imperativo “que todos os stakeholders e decisores políticos elaborem em conjunto uma estratégia nacional para a gestão da água e invistam em soluções a longo prazo, como a dessalinização, para garantir a sustentabilidade da produção agrícola” desta região.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupo DST investe 60 milhões em novas fábricas em Braga com 370 empregos

InvestBraga submete proposta à Câmara para concessão de incentivos fiscais e redução de taxas aos investimentos industriais projetados pelo grupo de construção e engenharia liderado por José Teixeira.

Três empresas do grupo DST, liderado por José Teixeira, vão avançar com novos investimentos industriais em Braga no valor global de 59,6 milhões de euros que, em conjunto, vão permitir a criação de 370 novos postos de trabalho num prazo de quatro anos.

Através da empresa Domingos da Silva Teixeira SA prevê investir mais de 43 milhões de euros na construção de um imóvel, que incorporará duas unidades industriais dedicadas à produção de unidades modulares 3D e ao fabrico de sistemas ou painéis multimateriais 2D, um centro de competência, a aquisição de equipamentos, a criação de um living lab e a aquisição de tecnologia.

De acordo com a informação partilhada pela Câmara de Braga, que na próxima terça-feira vai discutir em reunião do Executivo várias propostas de atribuição de incentivos – elaboradas pela InvestBraga, preveem a redução no valor do IMI e nas respetivas taxas municipais –, a construtora promete criar 271 empregos diretos até 2028.

Já a Bysteel FS, a mais recente aposta do grupo, especializada na conceção, engenharia e execução de fachadas e envelopes arquitetónicos para edifícios, depois de executado o contrato de 5,5 milhões na arena que acolheu o badminton e a ginástica nos Jogos Olímpicos de Paris, vai investir mais de 13 milhões numa nova unidade industrial, estimando uma centena de novos postos de trabalho, faseados em quatro anos.

Finalmente, a Bysteel SA, que abrange a área de negócio da construção metálica, irá também aplicar cerca de 3,6 milhões de euros. Neste caso, o grupo bracarense que esteve na primeira fase da corrida à reprivatização da Efacec vai avançar com na ampliação da unidade industrial da empresa, na aquisição de equipamentos industriais e também em hardware e software.

De acordo com a nota disponibilizada esta sexta-feira pelo município minhoto, o Executivo liderado pelo social-democrata Ricardo Rio irá avaliar ainda outra proposta relativa à Torneiras Monteiro, que prevê um investimento de sete milhões de euros na construção de três pavilhões nas antigas instalações da Agrovil, na freguesia de Lomar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal junta-se a Espanha e Alemanha na pressão sobre Bruxelas para fechar acordo com Mercosul

Além das assinaturas de Luís Montenegro, Pedro Sánchez e Olaf Scholz a missiva enviada para Bruxelas tem o apoio de mais nove países que pedem que as negociações fiquem concluídas até ao fim do ano.

Portugal, Espanha e Alemanha e mais nove países da União Europeia querem que as negociações com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) fiquem concluídas até ao final do ano. “É urgente assegurar os progressos alcançados até à data e encerrar as negociações“, lê-se na carta enviada esta quinta-feira à Comissão Europeia e à qual o ECO teve acesso. A missiva serve para marcar o regresso às negociações, que decorrem desde quinta-feira em Brasília, e pressionar o executivo comunitário a concluir o processo que está congelado desde 2019, em grande parte devido às resistências da França.

Mais do que prolongar as negociações técnicas, com vista à assinatura do acordo no primeiro semestre de 2025, é necessária uma decisão política”, lê-se no documento.

O ECO sabe que a iniciativa de pressionar Bruxelas partiu de Luís Montenegro, Olaf Scholz e Pedro Sánchez, no entanto, conta ainda com o apoio dos chefes de Governo da Croácia, Dinamarca, Finlândia, Letónia, Suécia, República Checa, Estónia e o Luxemburgo. Os 11 chefes de Governo e de Estado da UE argumentam que um acordo entre a União Europeia e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a Bolívia) permitiria “criar uma zona de comércio livre que abrangerá mais de 700 milhões de pessoas”, resultando, por sua vez, em mais oportunidades para as empresas.

Ademais, acrescentam, a parceria permitiria ajudar os dois blocos “a minimizar os riscos decorrentes das dependências económicas económicas e a reforçar a diversificação”, isto depois de a União Europeia ter perdido cerca de 15% da sua quota de mercado naquela região, na última década.

Este cenário torna-se ainda mais gravoso perante a possibilidade de “outras potências” terem uma maior margem para ganhar “influência ainda mais forte nos mercados latino-americanos, tanto económica como politicamente”. Para os 11 Estados-membros, a “UE tem de levar a sério a sua vontade de ser um ator geopolítico”, e por isso urgem: “Temos de concluir as negociações agora”.

Esta quinta e sexta-feira os negociadores para o acordo entre a UE e o Mercosul estão reunidos em Brasília. No entanto, de acordo com a imprensa internacional não se prevê que as negociações cheguem a bom porto. A Comissão Europeia quer “garantir que o acordo cumpre os objetivos de sustentabilidade da UE, tendo simultaneamente em conta as preocupações da UE no setor agrícola”, afirma um porta-voz do executivo comunitário à imprensa alemã.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.