Estado arrecada menos 4% com imposto do jogo online no arranque do ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Julho 2025

No primeiro trimestre deste ano, a receita do Imposto Especial de Jogo Online foi de 82,7 milhões. Associação explica que se deveu à queda de 13% no volume de apostas desportivas.

A receita do Imposto Especial de Jogo Online (IEJO) caiu 4% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo, e baixou 7%, face aos três meses anteriores, para 82,7 milhões de euros, de acordo com o mais recente relatório divulgado pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ).

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), em comunicado, refere que esta quebra se deveu “à redução do volume de apostas desportivas“, que decresceu 13% em termos homólogos e 6% face ao trimestre anterior, e “das receitas brutas de casino“, que, apesar de terem crescido 6% em relação ao primeiro trimestre de 2024, caíram 8% em cadeia.

Entre janeiro e março, as receitas brutas desceram 11,9% face ao trimestre anterior, para 284,7 milhões de euros, a “maior queda percentual em relação a um trimestre anterior desde 2018”. No entanto, comparativamente ao período homólogo, verificou-se um aumento de 9,1%, devido à “margem nas apostas desportivas à cota”.

Esta margem, que se situou quase nos 23%, “bem acima da média”, está “sobretudo dependente dos resultados desportivos que nos primeiros três meses do ano terão sido mais desfavoráveis aos apostadores portugueses”, assinala a APAJO.

No domínio do desporto, as receitas brutas de jogo cresceram 14,3% face ao trimestre homólogo, para 114,9 milhões de euros, mas caíram quase 17% em relação aos três meses anteriores, sendo a maior quebra entre trimestres desde 2022.

Já as receitas nos casinos online, num total de 169,7 milhões de euros, subiram 5,9% face ao trimestre homólogo, mas recuaram 8,1% relativamente ao anterior. Segundo a APAJO, “desde 2021 que não se registava uma queda tão acentuada entre trimestres”.

Estes números resultam da análise ao relatório do primeiro trimestre de 2025 do SRIJ. Na opinião do presidente da APAJO, Ricardo Domingues, o primeiro trimestre foi “de desaceleração em alguns indicadores e até de contração noutros, algo que considera “natural” num “mercado que vai amadurecendo”. “A nossa preocupação principal continua em conseguir absorver a procura face à ameaça dos operadores ilegais”, sublinha.

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Consumidores já não compram o medo da inflação e antecipam economia da Zona Euro menos negativa

As expectativas dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses e a 3 anos voltaram a cair. Já as expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses tornaram-se menos negativas.

As mais recentes conclusões do ECB Consumer Expectations Survey de maio revelam uma tendência de estabilização das perspetivas económicas na Zona Euro, com os consumidores a demonstrarem maior confiança no futuro próximo.

Os dados, publicados esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), mostram que as expectativas de inflação para os próximos anos continuam a diminuir, aproximando-se da meta oficial de 2%, enquanto as perspetivas para o crescimento económico se tornam menos pessimistas entre os consumidores da área do euro.

O inquérito mensal, que teve como amostra cerca de 19 mil consumidores adultos de 11 países da Zona Euro, incluindo Portugal, oferece uma radiografia das perceções e expectativas das famílias europeias sobre temas centrais da economia.

As expectativas medianas para a inflação nos próximos 12 meses diminuíram 0,3 pontos percentuais para 2,8%, aproximando-se da meta de estabilidade de preços.

Segundo os dados do inquérito, “as perceções medianas dos consumidores sobre a inflação nos 12 meses anteriores mantiveram-se inalteradas, enquanto as expectativas medianas para a inflação a um e três anos diminuíram, e as expectativas de inflação mediana para cinco anos à frente mantiveram-se inalteradas“.

Os números revelam uma convergência gradual das expectativas de inflação em direção ao objetivo do BCE. Em maio, a taxa mediana de inflação percebida nos 12 meses anteriores manteve-se inalterada nos 3,1% pelo quarto mês consecutivo, representando o valor mais baixo desde setembro de 2021. Esta estabilização contrasta com os picos inflacionários que marcaram os últimos anos.

Mais significativo ainda é o comportamento das expectativas futuras. As expectativas medianas para a inflação nos próximos 12 meses diminuíram 0,3 pontos percentuais para 2,8%, aproximando-se da meta de estabilidade de preços. A tendência mantém-se para horizontes temporais mais longos: “as expectativas para três anos também diminuíram, em 0,1 pontos percentuais, para 2,4%, enquanto as expectativas para a inflação cinco anos à frente mantiveram-se inalteradas nos 2,1% pelo sexto mês consecutivo”, lê-se no comunicado do banco central.

Estes dados revelam que os consumidores começam a internalizar a trajetória descendente da inflação, reforçando a credibilidade da política monetária do BCE, com a incerteza sobre as expectativas de inflação para os próximos 12 meses diminuiu em maio, invertendo o aumento observado em abril.

O inquérito revela também alterações significativas na formação das expectativas inflacionárias. “Embora a evolução geral das perceções e expectativas de inflação tenha permanecido relativamente alinhada entre os grupos de rendimento, ao longo do último ano e meio as perceções de inflação e as expectativas de curto prazo para os quintis de rendimento mais baixos foram, em média, ligeiramente superiores às dos quintis de rendimento mais elevados“, refere o BCE em comunicado.

Esta disparidade reflete os diferentes perfis de consumo e a maior sensibilidade dos agregados familiares de menores recursos às variações de preços de bens essenciais. Por sua vez, os inquiridos mais jovens (18-34 anos) continuaram a reportar perceções e expectativas de inflação mais baixas do que os inquiridos mais velhos (35-54 e 55-70 anos), embora esta diferença seja menor do que em anos anteriores.

Economia cresce e desemprego recua

O cenário económico mais amplo também apresenta sinais de melhoria. As expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses tornaram-se menos negativas, situando-se em -1,1% em maio face aos -1,9% de abril. Embora ainda em terreno negativo, esta evolução sugere um abrandamento das preocupações recessivas, com as perspetivas a recuarem para valores registados em janeiro.

No mercado laboral, “as expectativas para a taxa de desemprego nos próximos 12 meses diminuíram para 10,4%, face aos 10,5% de abril”. Os dados revelam que os consumidores continuam a esperar que a taxa de desemprego futura seja apenas ligeiramente superior à taxa atual percebida (9,9%), “implicando um mercado de trabalho amplamente estável”.

No setor imobiliário, as perspetivas mantêm-se estáveis. Os consumidores esperavam que o preço da sua casa aumentasse 3,2% nos próximos 12 meses, valor inalterado face a abril. Contudo, persistem disparidades por nível de rendimento: os agregados do quintil de rendimento mais baixo continuam a esperar um crescimento superior dos preços da habitação comparativamente aos do quintil mais elevado (3,5% e 3,1%, respetivamente).

A convergência das expectativas inflacionárias em direção à meta de 2% do BCE, combinada com perspetivas menos pessimistas para o crescimento e o emprego, aponta para que os consumidores começam a antecipar um cenário de maior estabilidade macroeconómica.

Já no crédito habitação, observa-se uma tendência descendente. “As expectativas para as taxas de juro hipotecárias 12 meses à frente diminuíram para 4,4%, face aos 4,5% de abril”. Também aqui se verificam diferenças significativas: os agregados familiares de menores rendimentos esperam as taxas de juro hipotecárias mais elevadas (4,9%), enquanto os de maiores rendimentos antecipam as taxas mais baixas (4,1%).

Paralelamente, “a percentagem líquida de agregados familiares que reportaram um aperto (relativamente aos que reportaram um alívio) no acesso ao crédito nos 12 meses anteriores diminuiu”, tendência que se mantém para as expectativas futuras.

No horizonte dos rendimentos familiares, observa-se uma ligeira melhoria, com os dados a mostrarem que “as expectativas de crescimento do rendimento nominal dos consumidores para os próximos 12 meses aumentaram para 1%, face aos 0,9% de abril”. Este aumento foi transversal a todos os grupos de rendimento, sugerindo uma perceção generalizada de melhoria das condições económicas.

Contudo, as intenções de consumo seguem na direção oposta. “O crescimento esperado do gasto nominal para os próximos 12 meses diminuiu para 3,5% em maio, face aos 3,7% de abril”. Esta diminuição foi prevalecente em todos os quintis de rendimento, exceto no grupo de rendimento mais baixo, possivelmente refletindo uma atitude mais cautelosa face ao futuro ou uma maior propensão para a poupança.

Os dados do ECB Consumer Expectations Survey de maio desenham um retrato de crescente estabilização das expectativas económicas na Zona Euro. A convergência das expectativas inflacionárias em direção à meta de 2% do BCE, combinada com perspetivas menos pessimistas para o crescimento e o emprego, aponta para que os consumidores começam a antecipar um cenário de maior estabilidade macroeconómica.

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Barraqueiro fica no Metro do Porto até março de 2027. Governo prolonga contrato até ao limite

  • ECO e Lusa
  • 1 Julho 2025

O contrato de subconcessão da operação e manutenção do Metro do Porto com a ViaPorto voltou a ser prorrogado, agora por 21 meses, até 31 de março de 2027.

O contrato de subconcessão da operação e manutenção do Metro do Porto com a ViaPorto foi prorrogado até março de 2027, estando a empresa autorizada a despender mais até 435 milhões de euros, segundo publicação em Diário da República.

O contrato com a empresa do grupo Barraqueiro, que terminava na segunda-feira, voltou a ser prorrogado, agora por 21 meses, até 31 de março de 2027.

“Fica a Metro do Porto, SA., Entidade Pública Reclassificada, autorizada a realizar despesa adicional ao contrato de ‘Subconcessão da operação e da manutenção do sistema de metro ligeiro da Área Metropolitana do Porto’, no montante máximo global de 435.136.036,34 euros, ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor, e que incluem a estimativa para a componente de revisão de preços, pelo prazo de 108 meses”, refere a portaria publicada na segunda-feira e assinada pelos secretários de Estado Adjunto e do Orçamento e da Mobilidade.

Inicialmente, o contrato celebrado por sete anos previa que a Metro do Porto pudesse realizar uma despesa até ao montante total de 311,1 milhões de euros.

Na portaria é descrito que o procedimento concursal inicial, lançado em 11 de janeiro de 2018, terminou a sua vigência em 31 de março de 2025, “existindo a possibilidade de renovação por um período máximo de dois anos”.

Posteriormente, o contrato foi prolongado com “reprogramação de encargos”, conforme se lê na portaria, ficando em vigor por um período de três meses, de 01 de abril de 2025 até 30 de junho de 2025.

“Cessando a vigência do contrato em 30 de junho de 2025, e não se encontrando, nessa data, concluído o processo de adjudicação da nova ‘Subconcessão da Operação e Manutenção do Sistema de Metro Ligeiro na Área Metropolitana do Porto’, ficará a Metro do Porto, SA. sem operador, inviabilizando o funcionamento deste sistema e, como tal, a prestação do serviço público de transporte de passageiros, com o consequente prejuízo para o interesse público. Nesses termos, há necessidade de prorrogar o referido contrato, até à entrada em operação da nova subconcessão, ou seja, por um período máximo de mais 21 meses”, acrescenta a tutela.

Em outubro do ano passado, a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) do Ministério das Finanças constituiu uma equipa de projeto para preparar uma nova subconcessão do Metro do Porto.

Em causa está a “constituição de uma equipa de projeto para dar início ao estudo e à preparação de uma nova parceria para a subconcessão da operação e manutenção do sistema de metro ligeiro na Área Metropolitana do Porto”, refere o sumário de um despacho consultado pela Lusa em março.

Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação e 85 estações, espalhadas pelos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

Estão em construção a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), e a Linha Rubi (H), entre Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia) e Casa da Música (Porto).

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Um terço das empresas B2B investe menos de 1% do orçamento em marketing

Empresas com presença internacional ou modelos mais digitalizados "tendem a investir percentualmente mais, mas mesmo entre estas, o esforço orçamental raramente ultrapassa os 7%".

Um terço (33%) das empresas B2B (business to business) admitem investir menos de 1% do seu orçamento total em marketing, o que revela uma “subvalorização preocupante da função de marketing, sobretudo em setores mais tradicionais ou com forte dependência comercial“.

Já mais de metade (56%) dizem investir entre 1% e 5%, o que confirma “um investimento prudente, mas em linha com benchmarks internacionais para o setor B2B”. Por outro lado, apenas 11% das empresas indicam investir mais de 10% do seu orçamento em marketing, “o que indica que estratégias mais ambiciosas e sustentadas ainda são exceção”.

As conclusões são do Estudo do Panorama do Marketing B2B em Portugal, da Martech Digital, que pretende traçar um retrato das práticas, investimentos e desafios enfrentados pelas equipas de marketing B2B em Portugal. O estudo baseou-se num inquérito online, distribuído entre abril e maio de 2025, tendo obtido 146 respostas de profissionais de marketing, vendas e direção.

Empresas com presença internacional ou modelos mais digitalizados “tendem a investir percentualmente mais, mas mesmo entre estas, o esforço orçamental raramente ultrapassa os 7%”, aponta também a análise, acrescentando que embora as empresas maiores possam apresentar valores absolutos mais elevados, “mostram frequentemente uma relação inversa entre dimensão e percentagem de investimento”.

A baixa alocação orçamental é um reflexo direto da visão ainda tática do marketing em muitas organizações, sendo encarado como centro de custos e não como gerador de valor“, lê-se no estudo.

Mas também a forma como o orçamento é distribuído revela a visão estratégica das empresas sobre o papel do marketing, com os dados a apontarem para uma “forte concentração em táticas orientadas à performance e geração de leads“.

A publicidade digital, onde se incluem Google Ads e LinkedIn Ads, responde de forma mais frequente (47%) pela maior fatia dos orçamentos dos inquiridos, o que reflete a “procura por retorno direto e mensurável”. Já o marketing de conteúdo e gestão de redes sociais é uma aposta feita por 44% das empresas, especialmente pela sua “capacidade de construir autoridade e educar o mercado em funis complexos”.

Os eventos, tanto presenciais como online, também continuam a absorver uma parcela relevante do orçamento em setores industriais e técnicos com 39% das empresas a indicarem investimento contínuo nestas ações. Já a tecnologia de marketing (MarTech) como automação e CRM, é mencionada por 36% dos inquiridos como área de investimento prioritário, “embora a sua implementação prática ainda enfrente desafios de integração e know-how”, sublinha o estudo.

Apesar da retórica de digitalização e inovação, a distribuição orçamental continua concentrada em canais tradicionais e performance imediata, deixando pouco espaço para inovação real, experimentação ou construção de ativos de longo prazo“, aponta-se no Estudo do Panorama do Marketing B2B em Portugal.

Quanto aos próximos 12 meses, a maioria das empresas revela uma postura cautelosa, sendo que pouco mais de metade (52%) planeia manter o seu orçamento de marketing inalterado. Mais ambiciosas, 34% dizem ter intenção de aumentar o investimento especialmente em áreas como automação, conteúdo e performance digital. Por outro lado, 14% das empresas admitem reduções orçamentais.

Questionados sobre onde pretendem reforçar o investimento, o marketing de conteúdo (47%) lidera as intenções, seguido de perto pela tecnologia de marketing (42%), com destaque para automação, CRM e analítica. Segue-se eventos e ativações presenciais (38%) e publicidade paga (36%) entre as respostas mais indicadas.

O investimento futuro aponta para um equilíbrio entre ações de curto prazo (performance) e construção de ativos duradouros (conteúdo, tecnologia). No entanto, o sucesso desta evolução dependerá da capacidade das empresas em integrar, medir e sustentar estas apostas ao longo do tempo“, lê-se no estudo da Martech Digital.

Para o próximo ano, 58% das empresas referem que o seu foco vai concentrar-se em “mais performance e eficiência”, enquanto 44% planeiam reforçar a notoriedade de marca e 41% indicam o alinhamento com vendas como prioridade operacional.

Em termos de barreiras que dificultem o desempenho do marketing B2B, a escassez de tempo e de recursos humanos é mesmo a mais apontada, recolhendo consenso junto de 61% dos inquiridos, que “reconhecem que a sobrecarga das equipas condiciona a execução eficaz das estratégias”.

A dificuldade em provar o ROI (retorno sobre o investimento) do marketing (54%), o alinhamento frágil com vendas e produto (49%), a falta de visão estratégica do marketing (47%), a falta de integração entre sistemas (46%), a má qualidade e dispersão dos dados (43%), o défice de competências digitais e analíticas (38%) ou a cultura organizacional centrada em vendas (35%) são as restantes dificuldades mais identificadas.

No que diz respeito a inovação tecnológica, 31% das empresas dizem querer investir em IA, “mas a maioria ainda não integrou esta tecnologia nas suas operações diárias”. 28% das empresas já adotaram a automação de marketing, mas “apenas uma parte significativa dessas faz uma utilização estruturada”.

O marketing BB está preso entre a promessa da inovação tecnológica e os bloqueios da realidade organizacional. A transformação digital exige mais do que ferramentas. Requer liderança, foco, integração e tempo para amadurecer. A evolução do marketing BB dependerá, cada vez mais, da capacidade das empresas de fazer coincidir ambição com execução, num equilíbrio entre inovação tecnológica e transformação organizacional profunda“, aponta ainda o estudo.

Já Ana Barros, CEO da Martech Digital, diz que o estudo “mostra que o marketing B2B em Portugal está num ponto de inflexão”. “A maturidade digital e estratégica ainda é desigual, mas começa a desenhar-se um caminho mais sólido rumo à integração entre tecnologia, conteúdo e performance. As empresas que conseguirem medir bem o retorno do marketing e provar internamente o seu valor, vão liderar o crescimento nos próximos anos”, acrescenta, citada em nota de imprensa.

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Falta de produtividade está a deixar União Europeia “para trás”, avalia Nobel da Economia

James A. Robinson questiona se o bloco comunitário quer “apenas a integração económica ou visa uma espécie de integração política mais profunda”, contestado a “falta de clareza" sobre o projeto.

James A. Robinson, que em outubro do ano passado foi distinguido com o prémio Nobel da Economia, a par de Daron Acemoglu e Simon Johnson, pelo trabalho desenvolvido para estudar o papel das instituições na prosperidade e na pobreza das nações, lamenta a “falta de clareza sobre o que é a União Europeia e [o seu] projeto coletivo”

“Onde é que isto vai parar? Qual o objetivo final da UE? Nem sequer sei a resposta a essa pergunta. Parece-me que seria bom perceber melhor quais são os seus objetivos. Será que é apenas a integração económica ou estará a visar uma espécie de integração política mais profunda? E, em caso positivo, que forma é que isso assume? Penso que isso não está suficientemente bem articulado”, referiu.

Durante uma intervenção na conferência anual da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), no Porto, o coautor de livros influentes como “Porque falham as Nações” (2012) ou “O Equilíbrio do Poder” (2019) sublinhou que “há uma consciencialização de que a União Europeia está a ficar para trás” face aos competidores internacionais e que “isso tem a ver com a produtividade”.

Fazendo a distinção entre “instituições inclusivas e extrativas”, o economista e cientista político aludiu ao impacto que têm no desenvolvimento dos países, dando o exemplo das duas Coreias. Se “há 50 anos estavam muito próximas”, hoje o Sul é próspero enquanto o Norte está “estagnado” devido às instituições “muito diferentes (…) que empurram as pessoas numa direção ou noutra”.

“Foram países criados artificialmente. A divisão que focamos aqui não é capitalismo vs. comunismo. É o facto de um sistema ser extrativo [da riqueza], no sentido em que as instituições económicas favorecem uma elite”; e o outro ser inclusivo, com distribuição para a sociedade”, completou James A. Robinson durante a mesma intervenção na Casa da Música.

Por outro lado, o laureado com o prémio Nobel da Economia em 2024 deu ainda o exemplo dos países da América Latina, onde as instituições “fracas” fazem inclusive com que o processo democrático seja “desapontante” em relação às expectativas que tinham sido criadas há algumas décadas.

“Vejo países que conheço bem, como na América Latina, onde há um retrocesso da democracia. Quando ela chegou, prometeram-se mundos e fundos às pessoas. Pensaram que tudo ia mudar, que a sociedade ia ser revolucionada e os problemas iam desaparecer”, sustentou Robinson, que nas suas investigações tem demonstrado que as instituições inclusivas reforçam o Estado de Direito, a participação democrática e a proteção de direitos, sendo determinantes para o crescimento económico sustentável.

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(In)certeza no Setor Segurador

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  • 1 Julho 2025

Com o adensar de incertezas nos mercados, chegam avisos por parte do regulador europeu dos seguros que antecipa um futuro desafiante e aponta à inovação e resiliência do setor.

O regulador europeu para os seguros e fundos de pensões, European Insurance and Occupational Pensions Authority (“EIOPA”), divulgou no mês de junho o seu relatório anual e o relatório de sustentabilidade com um olhar sobre a evolução do mercado segurador em 2024. Mais do que uma análise retrospetiva ao desempenho e tendências do mercado, o interesse contido nestes documentos está na visão do regulador europeu sobre o futuro e quais os principais desafios que antecipa para um setor que se têm mostrado forte e resiliente em tempos de incerteza.

Aos dias de hoje, não será novidade referir que vivemos tempos de fragmentação geopolítica e, que isso por si, já acarreta desafios às empresas. Contudo, num mercado tão competitivo e supervisionado como o segurador, esse é só um dos muitos riscos a que as seguradoras e resseguradoras estão expostas, não podendo para além das ameaças financeiras e económicas, deixar de incluir as componentes estratégicas, regulatórias e operacionais do negócio no seu planeamento a curto e médio prazo.

Os relatórios destacam esse ecossistema de mudança e evolução levando o leitor a refletir no processo de transformação que está e irá ocorrer a breve trecho. Do lado económico, sublinham as previsões o baixo crescimento esperado, riscos de inflação e alta volatilidade nos índices de ações e de obrigações, podendo este cenário penalizar a rentabilidade quer dos produtos financeiros de capitalização, quer o valor dos fundos de pensões no imediato, não deixando de sublinhar o possível efeito de perda de valor dos ativos financeiros em carteira das entidades seguradoras e que servem de almofada financeira para fazer face às responsabilidades junto dos tomadores de seguros.

Pedro Alexandre, Manager EY, Assurance Financial Services

No que diz respeito à componente estratégia, a lista de temas não é menos extensa para as empresas de seguros – que o digam os gestores destas entidades ­- que lidam com o aumento de custos na área da saúde, desde medicamentos aos tratamentos médicos, seguido do ramo automóvel, onde os custos têm crescido não só mas também, por via do incremento de carros elétricos e híbridos disponíveis no mercado, e não esquecendo dos custos com catástrofes naturais e sismos, como realça os relatórios da EIOPA e, cuja temática têm sido alvo de debate em Portugal com a análise e avaliação da criação de um fundo sísmico, a título de exemplo. Como se isso não bastasse, podemos acrescentar questões demográficas que têm estado na agenda pública dado o envelhecimento acelerado verificado no continente europeu, não esquecendo a competitividade com a melhoria e diversificação crescente da oferta, e a natural luta por ganhos de quota no mercado nacional e internacional, que pode intensificar a tendência de consolidação dos principais grupos seguradores.

Na agenda de prioridades também encontramos os requisitos regulatórios e técnicos, que têm sofrido evoluções significativas para quem acompanha o mercado com vista a garantir a sustentabilidade das empresas do setor e garantias de capital para desenvolvimento de atividade. O cumprimento dos princípios de Solvência II, desenvolvido sob supervisão da EIOPA, impactam as empresas na tomada de decisão e gestão de risco, como reconhece o regulador europeu que aponta a simplificação como um ponto fulcral no seu plano de atividades com vista a reduzir ao essencial a carga de relatórios e informação divulgada.

Por último e não menos relevante, é o desenvolvimento operacional das empresas cuja preocupação é focada na formação de pessoas e na inovação tecnológica. Este último é fator essencial para aumento da competitividade e produtividade, num mercado onde a necessidade de digitalização dos processos é prioritária, mesmo que isso acarrete riscos como o de cibersegurança, dependência de terceiros e gestão de dados, temas estes endereçados no Digital Operational Resilience Act (“DORA”). O leque de possibilidades que, a disrupção tecnológica traz para o setor segurador é enorme, ainda para mais considerando o uso potencial da Inteligência Artificial para automatização, análise e avaliação do perfil de risco de cada cliente e personalizar a oferta às necessidades de cada um.

Num paradigma de incerta, a única coisa que a EIOPA dá como seguro é que o setor mantém-se com indicadores fortes e estáveis, e que se encontra financeiramente equipado para resistir à turbulência que se antecipa, conservar a sua credibilidade e o seu papel vital na economia europeia, de oferta de cobertura de risco às empresas e pessoas contra os imprevistos. Perante a garantia de cenários mais adversos e de maior esforço para as equipas de gestão das empresas seguradoras, o regulador deixa a promessa do reforço da sua ação na avaliação da preparação, planeamento e inovação dos agentes para garantir uma resposta proativa e célere aos contratempos.

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Explorer negoceia com a banca compra do fundo de promoção turística Discovery

  • ECO
  • 1 Julho 2025

BCP, CGD, Novobanco e Oitante recebem proposta da Explorer que inclui um desconto de 10% sobre o valor do Discovery, cujo valor líquido dos ativos está avaliado entre 800 e mil milhões de euros.

A sociedade de capital de risco Explorer Investments está a negociar com o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Novobanco e a Oitante a compra do Discovery Portugal Real Estate Fund, avança o Jornal Económico (acesso pago). Segundo fontes conhecedoras do negócio, o valor líquido dos ativos deste fundo está entre os 800 milhões e os mil milhões de euros.

Em cima da mesa está uma proposta de compra que inclui um desconto de 10% sobre o valor do fundo, mas os bancos ainda não aceitaram a proposta da Explorer, porque nem todos estão de acordo com as condições. O acordo com a banca pretendido pela Explorer inclui ainda financiamento bancário, equity e dívida mezzanine no mercado.

A expectativa é que, se os bancos aceitarem as condições, a venda do Discovery seja fechada até ao fim do ano. Este fundo de promoção turística, cujo valor subiu 35% em sete anos, explora mais de 40 ativos hoteleiros em Portugal, incluindo o Six Senses Douro Valley, o Hotel da Praia Verde e o Eden Resort, no Algarve.

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Trump sugere corte de subsídios às empresas de Elon Musk. “Há muito dinheiro para ser poupado”

Presidente volta a atacar líder da Tesla e SpaceX, crítico do plano fiscal e orçamental que Trump quer aprovar. "Sem esses subsídios provavelmente teria de fechar tudo e voltar para a África do Sul".

O presidente dos EUA sugeriu que o departamento de eficiência DOGE avalie a possibilidade de cortar os subsídios que têm sido atribuídos às empresas de Elon Musk, que chegou a liderar esta mesma estrutura no início do mandato de Donald Trump na Casa Branca, com o objetivo de poupar nos gastos públicos.

Visando o CEO da Tesla e da SpaceX, que se demitiu no final de maio do cargo de chefe de eficiência da Casa Branca, o líder americano referiu que “Elon poderá ter recebido mais subsídios do que qualquer outro ser humano na história, de longe, e sem esses subsídios provavelmente teria de fechar tudo e voltar para casa, na África do Sul”.

“Sem mais lançamentos de foguetes, satélites ou produção de carros elétricos, e o nosso país pouparia uma FORTUNA. Talvez devêssemos pedir ao DOGE para analisar isto a fundo? HÁ MUITO DINHEIRO PARA SER POUPADO!!”, escreveu ainda Trump na mesma publicação na sua rede social Truth Social.

Estas declarações surgem poucas horas depois do ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos considerar estar na altura “de criar um novo partido político que se preocupe efetivamente com as pessoas”.

Este apelo nas redes sociais é o mais recente nas críticas que tem feito ao projeto de lei dos republicados que aumenta as despesas, reduz impostos e corta em serviços públicos. “É óbvio que, com os gastos insanos deste projeto de lei, que aumenta o limite da dívida num recorde de cinco biliões de dólares, vivemos num país de partido único”, escreveu o dono do X.

Também na segunda-feira, Elon Musk alertar os congressistas republicanos para uma possível derrota nas primárias no próximo ano, caso apoiem o plano fiscal e orçamental que o Presidente norte-americano pretende promulgar esta semana e que o bilionário avisa que aumentará a dívida pública dos EUA.

“Para todos os membros do Congresso que fizeram campanha pela redução das despesas do governo e votaram imediatamente pelo maior aumento da dívida da história, tenham vergonha. E perderão as vossas primárias no próximo ano, mesmo que seja a última coisa que façam na Terra”, destacou Musk na rede social X.

O empresário, que parecia ter resolvido a sua disputa pessoal com Trump sobre o assunto, deixou claro que continua em desacordo com o projeto de lei, chegando mesmo a nomear dois membros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) que podem ser fundamentais para a aprovação do documento, Andy Harris, de Maryland, e Chip Roy, do Texas.

O Senado (câmara alta) está imerso no processo de alteração da iniciativa, que contém elementos-chave da agenda de Trump, como cortes de impostos e despesas, e aumento do financiamento para a defesa e controlo da imigração. Ainda não é claro se os 53 senadores republicanos vão apoiar estas medidas.

No domingo, um dos congressistas que se opõe ao projeto, o senador republicano Thom Tillis, da Carolina do Norte, renunciou à sua candidatura à reeleição depois de se ter oposto publicamente ao mesmo e de ter recebido críticas de Trump.

Depois de o projeto de lei ser aprovado no Senado, deverá regressar à câmara baixa, onde também não se sabe se os republicanos, que ali detêm igualmente uma pequena maioria nesta câmara, aprovarão todas as emendas antes de 4 de julho.

 

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Hoje nas notícias: fundos, telecomunicações e banca

  • ECO
  • 1 Julho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Explorer Investments está a negociar com o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Novobanco e a Oitante a compra do Discovery Portugal Real Estate Fund. Já o administrador financeiro da Sonae critica a decisão da Anacom de deixar entrar a Digi no mercado das telecomunicações, advertindo para o impacto na capacidade de os players atuais continuarem a investir em Portugal. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Explorer negoceia compra do fundo de promoção turística Discovery

A sociedade de capital de risco Explorer Investments está a negociar com o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Novobanco e a Oitante a compra do Discovery Portugal Real Estate Fund. Segundo fontes conhecedoras do negócio, o valor líquido dos ativos deste fundo está entre os 800 milhões e os mil milhões de euros. A proposta de compra que está em cima da mesa inclui um desconto de 10% sobre o valor do fundo, mas os bancos ainda não aceitaram a proposta da Explorer, porque nem todos estão de acordo com as condições.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

João Dolores: “É mais difícil” a Nos investir tanto com a entrada da Digi

O CFO da Sonae assume o objetivo de a Nos tornar-se líder no mercado das telecomunicações. Embora diga que a operadora “está preparada”, reconhece que a entrada da Digi torna “mais difícil” manter o nível de investimento, pressionando também as receitas. “Não há mais nenhum mercado na Europa onde haja tantos operadores como em Portugal. Três operadores é o número ideal para garantir uma concorrência saudável e, ao mesmo tempo, saúde financeira suficiente para continuar a investir nas infraestruturas de rede num país”, considera João Dolores.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Crédito Agrícola denuncia empresa londrina que usa o seu nome

A empresa “Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, Ltd”, constituída em Londres, no Reino Unido, no fim de dezembro passado, tem o mesmo nome do banco português Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (tirando o Ltd). Atividade bancária, atividade de investimento e custódia, atividade financeira e de leasing e atividade de gestão financeira são as operações com que a empresa inglesa está registada, sendo áreas de atuação congéneres às que o Crédito Agrícola, que não tem presença fora do país, presta em Portugal. Como além do nome nada mais liga o banco português a esta empresa britânica, o Crédito Agrícola publicou um esclarecimento no seu site e comunicou estes factos às autoridades judiciárias e ao regulador nacionais.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Ministério Público abriu e arquivou inquérito-crime ao caso Spinumviva

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito com base numa nova denúncia relacionada com as atividades da Spinumviva, segundo confirmou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que adiantou também que esse inquérito, instaurado com a averiguação preventiva sobre factos idênticos ainda a decorrer, foi já “liminarmente arquivado”. Não obstante, ainda está a decorrer no DCIAP a averiguação preventiva relacionada com a empresa familiar de Luís Montenegro, cujo desfecho o procurador-geral da República deseja que seja antes de 15 de julho.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Disparam custos do SNS com medicamentos para diabéticos

Em 2019, os medi­ca­men­tos anti­di­a­bé­ti­cos dis­pen­sa­dos nas far­má­cias comu­ni­tá­rias, medi­ante apre­sen­ta­ção de receita médica e com com­par­ti­ci­pa­ção, cus­ta­ram mais de 250 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo os dados da Auto­ri­dade Naci­o­nal do Medi­ca­mento e Pro­du­tos de Saúde (Infar­med). No ano pas­sado, o valor dos encargos públicos com estes medicamentos — que incluem, por exem­plo, a subs­tân­cia sema­glu­tido pre­sente nos medi­ca­men­tos Ozem­pic e Rybel­sus — supe­rou os 417 milhões de euros, cerca de mais 66% do que há cinco anos.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso indisponível)

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Sustentabilidade do SNS cai pelo terceiro ano seguido. Investimento permite retorno de 9,5 mil milhões

  • Lusa e ECO
  • 1 Julho 2025

Estudo da Nova IMS aponta para aumento da despesa de 11%, que não sendo acompanhado por igual aumento da atividade (que apenas cresceu 1%), resulta globalmente numa queda da produtividade.

A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltou a cair em 2024, pelo terceiro ano consecutivo, e teve uma das maiores descidas da década, apenas superada por 2020, ano da pandemia, segundo um estudo que será divulgado esta terça-feira.

O Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS), indica que a sustentabilidade do SNS, medida numa escala com o nível-base de 100 pontos, passou de 84,8 pontos em 2023 para 79,9 pontos no ano passado, uma quebra apenas superada pelo ano da pandemia, em que a sustentabilidade passou de 101,7 em 2019 para 83,9 em 2020. Sem o efeito da pandemia o valor atingido em 2020 teria sido o nível de sustentabilidade mais elevado de sempre (103,6).

Em declarações à Lusa, o coordenador do estudo, Pedro Simões Coelho, lembrou que este valor representa uma tendência do que já vinha a acontecer: “Mais uma vez, o que justifica é uma queda na produtividade, entendida esta produtividade como a relação entre a atividade e a despesa”. “A atividade cresceu a um ritmo, estimamos nós, de 1% e a despesa cresceu a um ritmo superior a 10%. Quando é assim, a produtividade cai. Se a produtividade cai, cai o índice”, acrescentou.

Os dados recolhidos, que serão apresentados no Centro Cultural de Belém (Lisboa), apontam para um aumento da despesa de 11%, que não sendo acompanhado por igual aumento da atividade (que apenas cresceu 1%), resulta globalmente numa queda da produtividade – medida pelo número de doentes tratados por milhão de euros de despsa -, que atingiu em 2024 o valor mais baixo dos últimos 10 anos (185).

O Índice de Sustentabilidade do SNS “não cai pela qualidade, pelo contrário, a qualidade está estabilizada e até com ligeira tendência de subida, nem sequer pela acessibilidade, que até teve, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista percecionado e sentido pelos cidadãos, também ligeiras subidas. Teve exclusivamente que ver com esta relação entre o crescimento da despesa e o crescimento da atividade”, explicou o responsável.

A “acessibilidade técnica e percecionada”, que avaliam o acesso aos cuidados de saúde, registaram uma ligeira melhoria em relação a 2023.

Segundo os dados do Índice de Saúde Sustentável, a acessibilidade técnica, que considera valores como as primeiras consultas em tempo adequado, inscritos em lista espera, episódios de urgência atendidos em tempo previsto e utilização da capacidade disponível de hospitalização domiciliária, subiu de 49,7 pontos para 51 pontos, mas mantém-se como “uma das dimensões mais frágeis do sistema”.

O estudo tem ainda uma comparação de dados desde 2018 até 2024, concluindo que a despesa cresceu mais de 50% (passando de cerca de 10 mil milhões de euros para 15,55 mil milhões de euros) e a atividade cresceu menos de 10% (de 2,66 milhões para 2,85 milhões de doentes).

Nestes seis anos, o índice de sustentabilidade passou de 102,9 para 79,9, a eficácia do SNS de 73,3 para 70,9. Relativamente ao índice de sustentabilidade, Pedro Simões Coelho lembra que o importante é olhar para a tendência.

“Até poderíamos dizer que neste ano em concreto há justificações para isso, porque este foi o ano [2024] em que houve uma valorização das carreiras e dos salários dos profissionais de saúde. Portanto, há um crescimento da despesa que é induzido por essa valorização dos profissionais, que há muito era desejada, e isso não tem efeito automático no sistema. (…)”.

“A maior atração no futuro, maior capacidade de criação, maior envolvimento (…). No fundo, o efeito dessa valorização em termos de despesa vê-se logo em 2024, mas os seus efeitos positivos só se verão a uns anos”, disse.

Como ponto positivo aparece mais uma vez a redução da dívida vencida, que voltou a cair em 2024 (-35%), passando de 0,45 mil milhões de euros para 0,29 mil milhões de euros, mantendo a tendência descendente dos últimos anos. Os dados recolhidos registam ainda uma redução do défice (-217%).

“Isso é uma nota muito positiva, porque, se calhar, em tempos passados o Estado português transferia despesa para os fornecedores e agora não é o caso, não têm sido os fornecedores a financiar o défice, pelo contrário, esta dívida está cada vez mais baixa, portanto, isto é uma nota positiva, a par com o facto de termos bons níveis de qualidade e de acessibilidade, que não estão tão bons, mas, de qualquer forma, até têm uma ligeira tendência de crescimento”, concluiu.

Investimento no SNS permitiu retorno de 9,5 mil milhões para a economia

Por outro lado, o investimento no Serviço Nacional de Saúde no ano passado permitiu um retorno económico de 9,5 mil milhões de euros, superior em 2,9 mil milhões ao valor de 2023, indica o mesmo estudo.

Quase metade dos portugueses (46%) faltou pelo menos um dia ao trabalho em 2024 por motivos de saúde e 10,8% faltaram mais de 20 dias (6% em 2023). Contudo, a prestação de cuidados de saúde pelo SNS permitiu evitar uma ausência laboral de dois dias, representando uma poupança de mil milhões de euros.

Os cuidados prestados no SNS permitiram ainda evitar a perda de 10,3 dias de trabalho por pessoa, o que se traduziu numa poupança adicional de 5,3 mil milhões de euros.

No total, somando o impacto no absentismo e na produtividade, o SNS permitiu uma poupança global de 6,3 mil milhões de euros por via dos salários.

Considerando o impacto da poupança por via dos salários e a relação entre produtividade/remuneração (valores referência do INE), o estudo conclui que os cuidados prestados pelo SNS permitiram um retorno para a economia de 9,5 mil milhões de euros.

Em declarações à Lusa, o coordenador do estudo, Pedro Simões Coelho, explicou: “O impacto no absentismo caiu ligeiramente (…) e o impacto na produtividade (…) cresceu muito significativamente, ou seja, no geral, tem havido uma subida do efeito do SNS na economia, que se tem feito sentir, sobretudo, por via do presenteísmo”.

“E porquê? Tem a ver com o fenómeno pós-Covid, que foi a uma gestão mais flexível do trabalho, que muitas vezes pode ser feito remotamente e, nos últimos anos, o SNS tem estado a contribuir menos para que as pessoas não faltem ao trabalho, mas mais para que as pessoas não percam a sua produtividade por via da degradação do estado de Saúde e do seu bem-estar”, explicou.

Os dados do estudo indicam que a maioria dos portugueses (74%) considera o seu estado de saúde “bom” ou “muito bom”. Quando questionados, numa escala de 0 a 100, os portugueses classificaram o seu estado de saúde em 75. Sem o contributo do SNS, esse valor seria de apenas 66,6, o que revela um ganho de 8,4 pontos atribuído diretamente ao impacto dos cuidados prestados.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 1 de julho

  • ECO
  • 1 Julho 2025

Ao longo desta terça-feira, 1 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Cox ganha contrato no Paraguai para a construção de 500 quilómetros de linhas de transmissão

  • Servimedia
  • 1 Julho 2025

O projeto será desenvolvido pela Cox em colaboração com uma empresa local, incluindo as fases desde a engenharia até à entrada em funcionamento.

Cox, a empresa de água e energia, ganhou um novo contrato no Paraguai (através da Cox Chile) para a conceção e construção de 500 quilómetros de linhas de transmissão de 220 kV na região do Chaco, encomendado pela ANDE (Administración Nacional de Electricidad).

Com um investimento de 64 milhões de dólares, o projeto será executado em conjunto com a empresa paraguaia L.T. S.A. e incluirá desde a conceção e engenharia até ao fornecimento, instalação e colocação em funcionamento de duas linhas elétricas para reforçar a rede nacional.

De acordo com a empresa, estas infra-estruturas são essenciais para expandir a capacidade de transmissão e garantir um fornecimento de eletricidade mais fiável nas regiões Oeste (Chaco) e Norte do país, em resposta ao crescimento da procura e aos desafios de uma rede mais eficiente e resiliente.

Com uma experiência global superior a 30.000 quilómetros de linhas de transmissão, a Cox afirmou que está a consolidar a sua liderança regional na América Latina através de projetos que promovem uma rede elétrica mais sustentável, resiliente e orientada para o desenvolvimento local.

O CEO da Cox, Enrique Riquelme, afirmou que continuam a “avançar decisivamente no nosso roteiro de descarbonização através de investimentos sustentáveis que reforçam as infra-estruturas elétricas, promovem a produção renovável e trazem valor às comunidades onde operamos. Fazemo-lo através de alianças estratégicas, soluções integradas e uma visão a longo prazo que acompanha o crescimento económico e energético da região”.

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