ECO Quiz. Sword Health, carta de condução e banca

  • Tiago Lopes
  • 9:51

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

A A2 Academy, sediada nos Estados Unidos, iniciou um processo judicial contra a empresa portuguesa Sword Health, alegando o incumprimento de um acordo estabelecido em 2014. Este acordo previa a atribuição de uma participação acionista à A2 Academy, mas a Sword Health não terá cumprido essa obrigação. O fundador da Sword Health, Virgílio Bento, afirmou que honrou o acordo na época, mas que a A2 Academy recusou a participação na empresa.

A União Europeia chegou a um acordo preliminar para atualizar as regras das cartas de condução. Os Estados-membros também podem começar a emitir cartas de condução digitais. Cada país tem cinco anos e meio para implementar a medida, podendo exigir que a carta física seja mantida. A Comissão Europeia detalha que as cartas de condução físicas continuam disponíveis mediante pedido, particularmente para aqueles que não têm um smartphone ou preferem e precisam de um documento físico.

​Em 2024, a banca portuguesa alcançou lucros históricos. Vários fatores contribuíram para este resultado, incluindo os rendimentos gerados pelos juros e pelas comissões, mas também a reversão de provisões e imparidades, entre outros fatores.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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O que é a ABB, a empresa no centro da nova polémica que envolve Montenegro?

Com mais de 500 colaboradores, a construtora bracarense fatura mais de 100 milhões, concorre com as gigantes do setor em Portugal e tem na Justiça uma arma para tentar ganhar (mais) milhões.

Nasceu em 1968 como uma empresa de transportes, mas depressa a Alexandre Barbosa Borges, SA (ABB) ajustou a sua estratégia para alargar a sua atividade a outras áreas de negócio. A construção tornou-se a espinha dorsal da empresa bracarense, cujo nome está associado à nova polémica que envolve o primeiro-ministro Luís Montenegro, e que fatura mais de 100 milhões e tem negócios em setores que vão desde as infraestruturas, ao betão, imobiliário, energia ou à gestão de resíduos, contando com presença em vários mercados internacionais.

A ABB saltou, no final desta semana, para as notícias, associada a um caso que a liga ao antigo escritório de Luís Montenegro. Segundo noticiou o Expresso, o ministério público tem em mãos um caso que envolve a empresa liderada por Gaspar Barbosa Borges e a maior obra pública adjudicada até hoje pela Câmara Municipal de Espinho. Segundo a mesma fonte, o nome do primeiro-ministro surge associado ao processo devido à existência de pareceres que Luís Montenegro e o seu escritório deram à Câmara de Espinho e que beneficiam a ABB.

Mas o que é a empresa que tantas vezes surgiu, nos últimos anos, associada a casos de Justiça? Com 56 anos e sede na Rua do Labriosque, 70, em Martim, Barcelos, a Alexandre Barbosa Borges, SA (ABB) teve origem na criação da “Transportes Manuel do Bairro, Lda”, “uma empresa dedicada à atividade extrativa e à comercialização dos produtos daí derivados”, conforme descreve a empresa no seu site.

Nos anos seguintes, a nova empresa foi alargando as áreas de negócio. Apenas dois anos depois da criação, entrava na área das terraplanagens, levando a empresa para o setor das infraestruturas. No final de 1980, o grupo já tinha como atividade principal as atividades de terraplanagem, construção civil e obras públicas, e iniciava uma nova componente dedicada à promoção imobiliária. É por esta altura que a empresa muda o nome para Transportes Alexandre Barbosa Borges, Lda. Em 1992, o grupo cria a Irmãos Borges-Imobiliária, entrando no negócio do imobiliário.

No ano 2000, a Transportes Alexandre Barbosa Borges, Lda. passa por uma nova transformação, tornando-se em sociedade anónima e assumindo a designação com que se apresenta atualmente de Alexandre Barbosa Borges, S.A. Seguiu-se um período de forte crescimento, com a adição de novos negócios, como o betão, a aquisição de participações em empresas do setor das águas e a expansão internacional.

À imagem do que acontece com outras empresas portuguesas do setor da construção, o primeiro mercado em que a companhia entrou foi Angola, em 2005, através da Noráfrica – Engenharia. Juntaram-se depois outros mercados, como França, Polónia, Cabo Verde e Moçambique. Em 2010, uma nova área de negócios, desta vez no setor das instalações elétricas, hidráulicas e mecânicas, com a criação da empresa “PowerGol Angola“. É este aglomerado de negócios — e empresas — que constituem aquele que é um dos maiores grupos do país.

De acordo com os últimos dados conhecidos, o grupo fechou 2023 com uma faturação de 126,6 milhões de euros e um resultado líquido de 10,7 milhões, o que representa mais do dobro dos lucros obtidos em 2022, segundo os dados disponibilizados no portal da Informa DB. Com 541 colaboradores, a empresa, que tem um capital social de sete milhões de euros, e é totalmente controlada pela sociedade Argumentos Convincentes, que é detida por membros da família, realiza o grosso das suas receitas em Portugal. Ainda de acordo com a informação recolhida através do site da Informa DB, o grupo apenas exporta 0,61%.

Os números mostram ainda uma situação financeira sólida, com a ABB a apresentar um ativo de 224,4 milhões de euros, face a um passivo de cerca de 138 milhões de euros e capitais próprios 86,5 milhões de euros, no final de 2023. O grupo apresenta ainda uma autonomia financeira de 38,5% e uma solvabilidade de 62,7%.

Grandes obras no portefólio

Em termos de empreitadas, a empresa de Gaspar Barbosa Borges conta com um portefólio com grandes obras, que incluem projetos como o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), o novo hotel INNSiDE by Meliã Braga Centro, situado no coração da cidade, o Hospital Privado de Braga, o Terminal Interface de Setúbal, a Via Circular Urbana, na Póvoa de Varzim, entre outros projetos.

Mais recentemente o FC Porto adjudicou à construtora, cujo CEO é também administrador da SAD do SC Braga, um “movimento de terraplanagem”, pelo valor de 6,89 milhões de euros, para iniciar a construção da futura academia do clube.

A empresa tem ainda participado em grandes concursos, sozinha, ou em consórcio. Concorreu, por exemplo, à construção do primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto, com a espanhola Sacyr, mas a sua proposta já não foi considerada válida, por ter sido entregue fora do prazo.

Já para o segundo troço da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, a consórcio português Lusolav, liderado pela Mota-Engil, foi o único a carregar uma proposta, segundo apurou o ECO junto de fontes ligadas ao processo. A proposta terá ainda de ser validada pelo júri do concurso.

Processos em cima de processos

A associação da ABB a casos de justiça têm sido uma constante nos últimos anos, com o dono da empresa a chegar a ser acusado num processo por crimes de corrupção e branqueamento de capitais, no caso da construção do parque de estacionamento subterrâneo no Jardim da Liberdade, em Santarém. Caso no qual foi absolvido, em abril do ano passado.

Mas, a ABB tem sido também ágil a recorrer à via judicial para hipotecar decisões de concursos, pedir indemnizações e compensações, ou para contestar decisões, com a empresa a ser apontada por usar a judicialização dos procedimentos concursais como uma arma, que tem como principais alvos os municípios. A lista de processos acumula-se.

Só no ano passado, a ABB conseguiu que uma decisão do Tribunal Administrativo do Porto reverte-se a adjudicação de uma empreitada de quase 9 milhões em Viana do Castelo, ordenando à Câmara que adjudicasse a construção do acesso rodoviário da zona industrial do vale do Neiva ao nó da A28 por 8,9 milhões de euros à ABB.

Contra a câmara minhota pende ainda outro processo, onde a empresa detida pelo empresário de Barcelos está a contestar o concurso da construção da ponte sobre o rio Lima em Viana do Castelo, no qual foi preterida no concurso. O valor da empreitada é de 23 milhões.

Na Invicta, a construtora quer travar ainda travar a adjudicação da segunda fase da construção do metrobus do Porto, entre Pinheiro Manso e a rotunda da Anémona, à DST por 16,4 milhões de euros.

Já em Braga, a ABB impugnou a adjudicação da obra de transformação do antigo edifício da fábrica Confiança em residência universitária com 786 camas, uma intervenção de 25,4 milhões de euros, financiada com fundos do PRR, e a cargo do Município de Braga. A empresa contestava a atribuição da empreitada à também bracarense Casais, argumentando que a sua proposta era 2,5 milhões mais barata. Ainda assim, e depois de o autarca Ricardo Rio ter acusado a construtora de fazer “birra” colocando em causa um projeto de interesse público, a companhia acabou por desistir da ação, em novembro de 2024, permitindo que o projeto avance.

Ainda no ano passado, em abril, a ABB e o consórcio liderado por empresas espanholas que integra a também bracarense DST, contestaram a decisão do júri no concurso público internacional que atribuiu a reparação do IP3 ao consórcio da Teixeira Duarte, onde se inclui a famalicense Gabriel Couto. Em causa está uma obra de 118 milhões de euros.

O recurso à justiça, para pedir indemnizações de milhões e contestar a adjudicação de empreitadas tem sido recorrente ao longo dos últimos anos. Em 2023, a construtora entrou com uma ação onde exigia ao executivo socialista da Câmara de Espinho 7,7 milhões de euros em indemnizações e revisões orçamentais de obras do anterior mandato PSD.

Já este ano, em janeiro, a empresa que construiu o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) deu entrada com um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto, onde exige 6,7 milhões de euros à empresa municipal Gestão e Obras do Porto (GO Porto) por trabalhos adicionais nesta empreitada.

Um mês depois desta investida, a construtora bracarense viu o Tribunal da Relação de Guimarães recusar a pretensão da ABB II – Alexandre Barbosa Borges Imobiliária, de Braga, que exigia, à Câmara de Barcelos, 599 mil euros de rendas não pagas por um prédio alugado na Rua Rosa Ramalho à empresa Barcelos Futuro.

De autora da acusação, a ABB passa agora novamente a acusada, no processo em Espinho, arrastando consigo o nome do primeiro-ministro Luís Montenegro.

 

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“Erros e omissões” ou “trabalhos complementares”? A opção vale milhões para a ABB

O escritório de Montenegro fez pareceres jurídicos, para a Câmara de Espinho, para resolver os diferendos entre a equipa de fiscalização de uma obra e a empresa de Barbosa Borges. O que diz a lei?

O Ministério Público está a investigar a maior obra pública adjudicada até as dias de hoje pela Câmara Municipal de Espinho, o ReCaFe, que incluiu a construção de um parque de estacionamento subterrâneo de 400 lugares no centro da cidade, avançou o Expresso. Entre os visados está o empreiteiro de Barcelos, Alexandre Barbosa Borges, e a antiga sociedade de advogados de Luís Montenegro, SP&M, da qual este era sócio antes de abraçar a liderança do PSD. Em causa está a requalificação do canal ferroviário de Espinho, que foi lançada pelo autarca do PSD Joaquim Pinto Moreira (no cargo de 2009 a 2021) e que é arguido na Operação Vórtex, acusado de corrupção passiva agravada, tráfico de influências e violação das regras urbanísticas. O inquérito-crime teve origem numa denúncia anónima entregue em janeiro de 2023 na Procuradoria-Geral da Republica e no DIAP Regional do Porto, três dias depois de Pinto Moreira ter sido detido.

O projeto foi adjudicado – tendo sido o único a ser admitido no concurso porque apresentava o valor baixo de custo de referência – em abril de 2017 por 12,4 milhões de euros, mas a obra arrisca-se a derrapar 73,2% face ao valor inicial previsto, cerca de mais nove milhões de euros. O empreiteiro de Barcelos ofereceu uma proposta 7 mil euros mais baixa do que o preço-base, enquanto as outras propostas estavam 25,3% a 40,5% acima.

Segundo os documentos a que o Expresso teve acesso, o então escritório de Luís Montenegro produziu vários pareceres jurídicos, a pedido da Câmara, para resolver os diferendos entre a equipa de fiscalização da obra da edilidade e a ABB, empresa de Barbosa Borges.

Alguns desses pareceres terão sido favoráveis aos interesses do empreiteiro. Um deles assinado em maio de 2020 pelo atual primeiro-ministro — embora Montenegro já tenha garantido que nunca assinou qualquer parecer sobre esta matéria. Neste caso, uma reclamação apresentada pelo empreiteiro, que levou Pinto Moreira a aprovar mais 116 mil euros para a obra.

Um ano antes, em 2019, os riscos de derrapagem financeira da obra aumentaram a pique. No final desse ano, a ABB enviou à Câmara de Espinho uma proposta de solução diferente para a construção do parque de estacionamento, com “estacas secantes”, ao descobrir que o solo era mais arenoso, além de haver infraestruturas não cadastradas que interferiram com a obra. Que, segundo o empreiteiro, iria custar mais 2,2 milhões de euros além do já orçamentado, o que significaria um aumento de 45% do preço de 4,2 milhões de euros definido só para o parque de estacionamento.

A equipa de fiscalização da obra concluiu, num parecer que a proposta apresentada pela ABB para a nova solução de construção do parque de estacionamento correspondia a erros e omissões e teria de ser paga a 50% pela empresa.

Um mês depois, a pedido da Câmara, o advogado Paulo Sousa Pinheiro, da SP&M, fez um parecer jurídico sobre a análise feita pela fiscalização, aconselhando a autarquia “a agir com cautela” na qualificação dos trabalhos propostos “pelas implicações que a mesma pode ter, designadamente para o dono da obra e para o projetista”. Nesse parecer, o escritório de Montenegro defendeu que a fiscalização da Câmara estava “errada”, por “tratar-se de circunstâncias que, tal como descritas, não eram suscetíveis de ser previsíveis por parte do empreiteiro”, devendo “os referidos trabalhos ser enquadrados no regime jurídico dos trabalhos a mais”. Com base nisso, o executivo aprovou em reunião de Câmara as obras a mais.

Um outro contrato adicional, conhecido como “adicional 5” e relativo à solução das estacas secantes para a parede do parque subterrâneo, seria assinado a 30 de julho de 2020 pelo valor de €1,8 milhões. Foi o mais caro dos seis contratos adicionais firmados entre a autarquia e a ABB.

Na resposta dada ao Expresso, o gabinete do primeiro-ministro diz que “só muito excecionalmente e por razões de necessidade concreta (….) é que o Dr. Luís Montenegro interveio em trabalhos com esse cliente, que não acompanhava regularmente.” E deixa a garantia: “Todo o trabalho da sociedade de advogados foi elaborado para a Câmara Municipal e defendendo sempre (…) o interesse do município.”

E o que dizia a versão do Código dos Contratos Públicos em vigor, à data?

O que se pode então fazer nos casos em que o valor de uma obra vai para lá do estipulado no caderno de encargos. Quem paga as derrapagens neste tipo de contratos? E até quanto pode aumentar esse valor?

O advogado José Luís Moreira da Silva, sócio da SRS Legal, explicou ao ECO/Advocatus que em termos de erros de projeto é “mais fácil” para o dono da obra quando o projeto é feito pelo empreiteiro. Caso contrário, é “mais difícil” de afastar as culpas. “Por isso se exige em projetos grandes a revisão do projeto”, assume.

Segundo o advogado Eduardo Castro Marques, sócio fundador da Dower Law Firm, nos contratos de empreitada de obras públicas podem ser realizados trabalhos para além dos inicialmente previstos em duas situações: existência de erros e omissões no projeto ou quando existem outros trabalhos impossíveis de prever, designados trabalhos a mais. “Pense-se, por exemplo, nas situações em que se abre um buraco, e se verifica a existência de uma rocha que demora mais do que o expectável para retirar, ou na necessidade de serem repetidos trabalhos pela existência de condições climatéricas adversas com danos nos trabalhos anteriormente efetuados”, exemplifica.

No caso de erros e omissões, os custos dos trabalhos para além dos previstos são divididos entre o dono da obra e o empreiteiro, mas apenas se o empreiteiro não os identificar na fase de formação do contrato. “Situação em que os custos seriam também custeados pelo dono da obra, nunca podendo os custos ir além de 5% do preço contratual”, explica.

“O Contrato de Empreitada é composto, entre outros elementos, por um projeto de execução, da responsabilidade do dono da obra, isto é, da Câmara Municipal de Espinho, neste caso“, sublinha também a advogada Jane Kirkby, sócia da Antas da Cunha ECIJA, que explica que segundo o Código dos Contratos Públicos “o projeto de execução é o conjunto de documentos escritos e desenhados e outros elementos de natureza informativa que definem e caracterizam a conceção funcional, estética e construtiva de uma obra”.

A advogada nota ainda que, “não raras as vezes”, os projetos de execução padecem de erros e omissões, como por exemplo falhas no detalhe técnico, na coordenação entre as disciplinas, no cálculo de quantidades e nas condições do solo, bem como o não cumprimento de normas de segurança e acessibilidade.

Mas quando podem ser detetáveis estes erros e omissões? Segundo a lei, na fase de formação do contrato, ou seja antes da apresentação das propostas, ou na fase de execução da empreitada, isto é, já em obra. “Quando se detetam erros e omissões no projeto de execução ou em qualquer outro elemento da solução da obra, por norma, mostra-se necessário executar trabalhos de suprimento desses erros e omissões, ou seja, trabalhos que não estavam inicialmente previstos no contrato“, acrescenta.

Assim, neste primeiro caso, a responsabilidade pelos trabalhos de suprimento de erros e omissões é do dono da obra, exceto quando os erros e omissões eram detetáveis na fase de formação do contrato, sendo 100% da responsabilidade do empreiteiro, ou quando erros e omissões que, não sendo exigível que tivessem sido detetados na fase de formação do contrato, também não tenham sido identificados pelo empreiteiro no prazo de 30 dias a contar da data em que lhe fosse exigível a sua deteção, sendo a responsabilidade dividida.

Já no segundo caso, nos designados “trabalhos a mais”, os custos são integralmente assumidos pelo dono da obra, até ao limite de 40% do preço contratual. Segundo explicou Eduardo Castro Marques, este tipo de trabalhos não surgem de factos imputáveis ao empreiteiro, mas da realidade inesperada, de circunstâncias anormais e supervenientes ou por ação do dono da obra.

“Imagine-se suspensão da obra por uns dias, pela existência de algum evento perto do local onde a mesma decorre, sendo devidos pela entidade pública os custos que o empreiteiro tenha nos dias de suspensão, por exemplo, e na situação mais normal, com o estaleiro”, exemplifica.

À Advocatus, a advogada Jane Kirkby explicou ainda que os trabalhos a mais são aqueles cuja espécie ou quantidade não esteja prevista no contrato e que “se tenham tornado necessários à execução da mesma obra na sequência de uma circunstância imprevista” e “não possam ser técnica ou economicamente separáveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves para o dono da obra ou, embora separáveis, sejam estritamente necessários à conclusão da obra”.

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“Se a esquerda não é capaz de se unir neste momento, então não o compreendeu”, diz Mortágua

Mariana Mortágua sublinhou que se os partidos de esquerda não forem capazes de se unir neste momento, então não o compreenderam.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua sublinhou, esta sexta-feira, que se os partidos de esquerda não forem capazes de se unir neste momento, então não o compreenderam, referindo-se ao ambiente político global.

“A força do BE é a de saber ler o momento em que vivemos e saber compreender como estas eleições não são a repetição de mais umas eleições (…) Há 50 deputados do Chega na Assembleia da República, há um presidente norte-americano com uma política fascizante e autoritária e, se a esquerda não é capaz de se unir neste momento, de trazer toda a sua força, então não compreendeu o momento“, disse em entrevista à RTP3.

Sobre o retorno dos fundadores do BE Francisco Louçã, Fernando Rosas e Luís Fazenda, a líder garante que não significa que a sua geração falhou, mas antes revela que não existe outro partido que o possa fazer. “Fizemos porque compreendemos o mundo em que vivemos”, sublinhou.

Uma das medidas propostas pelo BE é o limite das rendas e, segundo Mariana Mortágua, é a proposta mais sensata que o partido pode propor e a única que permite aceder a habitação. “A ideia de que há muitas casas disponíveis neste momento é uma ideia falsa. Porque as pessoas não conseguem arrendar uma casa e é por isto que estamos a ver pessoas a pagar 150 euros para viver num vão de escada”, nota.

A coordenadora do BE reforçou que os preços de arrendamento não são compatíveis com os salários em Portugal e que a maiorias a maioria das pessoas que trabalham a tempo inteiro não conseguem que trabalha a tempo inteiro não conseguem viver com “dignidade”.

O que está a acontecer com a crise na habitação é que uma pessoa que trabalha a tempo inteiro neste momento é pobre. Nós temos em Portugal uma maioria de pessoas que trabalham a tempo inteiro e não conseguem viver com dignidade”, disse.

Sobre a polémica que “rebentou” em janeiro referente à investigação do caso das trabalhadoras que foram despedidas do partido após terem sido mães e em que dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma, a líder do BE voltou a reforçar que cumpriram a lei e que “não fere a credibilidade” do partido.

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Governo da Madeira reconduz apenas dois secretários regionais

  • Lusa
  • 28 Março 2025

Miguel Albuquerque decidiu manter o titular com as pastas da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, e o do Turismo, Eduardo Jesus, mas agora no Ambiente e Cultura.

O XVI Governo da Madeira, que surge das eleições antecipadas de domingo, é composto por oito secretarias regionais, tendo sido reconduzidos dois dos titulares do executivo anterior e inclui duas mulheres. Segundo a informação divulgada pela Presidência do Governo Regional da Madeira, o novo executivo madeirense tem mais uma secretaria que o anterior.

O presidente do governo madeirense, o social-democrata Miguel Albuquerque, decidiu manter o titular com as pastas da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, que está em funções desde 20 de abril 2015. Também reconduziu o do Turismo, Eduardo Jesus, que passa a ter o pelouro do Ambiente, continuando a coordenar a área da Cultura e ficando sem a Economia.

Esta última pasta passa para o líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, que foi o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019 e foi o único eleito do partido no domingo, vai ser o secretário regional com esta tutela, fruto do acordo parlamentar e governativo celebrado com o PSD que veio garantir a maioria absoluta.

A secretaria regional da Saúde e Proteção Civil passa a ter como responsável Micaela Freitas, que era presidente do conselho diretivo do Instituto de Segurança Social da Madeira, que vai ocupar o lugar de Pedro Ramos que esteve no governo madeirense desde 2016.

A pasta das Finanças será de Duarte Nuno de Freitas, um licenciado em Economia, que foi diretor regional do Orçamento e Tesouro, presidente do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira (IDE) e vai substituir Rogério Gouveia. A secretaria regional da Agricultura e Pescas vai ficar sob a responsabilidade de Nuno Maciel, um professor da escola da Calheta, que foi deputado do PSD nas três últimas legislaturas, ocupando um lugar no hemiciclo desde 2019.

Estas pastas estiveram sob a alçada de Rafaela Fernandes na última legislatura. Outra estreia no Governo da Madeira é Paula Margarido, uma advogada com Mestrado em Direito de Empresa e dos Negócios, eleita deputada para a Assembleia da República na XVI legislatura, em 2024, que vai tutelar as áreas da Inclusão, Trabalho e Juventude que tiveram como responsável Ana Sousa.

Paula Margarido está ligada à Comissão de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas para Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e à coordenação da Comissão Diocesana do Funchal para Proteção dos Menores e Adultos Vulneráveis, sendo membro da Comissão Diocesana das Migrações e Turismo da Diocese do Funchal.

Também foi membro do Conselho Geral da Universidade da Madeira (2021 até março de 2024) presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados (09/2019 a 12/2019 e 2020-2022). Para a secretaria de Equipamentos e Infraestruturas foi escolhido Pedro Rodrigues, um engenheiro civil que desempenhou o cargo de diretor regional do Equipamento Social e Conservação.

Esta sexta-feira, o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, depois de ter ouvido representantes das seis forças partidárias que garantiram assento na Assembleia Regional, indigitou o social-democrata Miguel Albuquerque, líder do PSD, vencedor do sufrágio, como presidente do próximo governo do arquipélago.

O PSD conseguiu eleger 23 deputados, falhando por um a maioria absoluta, mas assinou esta semana um acordo de incidência parlamentar e governativa com o CDS-PP, que obteve um assento na Assembleia Legislativa. O JPP elegeu 11 deputados, passando a ocupar o lugar de líder da oposição, o PS oito, o Chega três e a IL um.

Miguel Albuquerque, que lidera o executivo desde 2015, foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção no início de 2024. Demitiu-se e foi reeleito em maio em eleições antecipadas, mas o seu executivo minoritário caiu com a aprovação de uma moção de censura em dezembro.

Estas foram as terceiras legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, tendo concorrido num círculo único 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

O sufrágio ocorreu 10 meses após o anterior, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Miguel Albuquerque — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

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Luís Montenegro já teve alta. “Vou descansar o fim de semana e retomar a agenda”

  • ECO
  • 28 Março 2025

O primeiro-ministro já saiu do hospital de Santa Maria, após um internamento de mais de sete horas por causa de uma "arritmia cardíaca".

Luís Montenegro já teve alta do hospital de Santa Maria, em Lisboa. Aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP esta sexta-feira, o primeiro-ministro disse que ia “descansar o fim de semana e retomar a agenda na segunda-feira”.

Depois de um internamento de mais de sete horas, o chefe de Governo adiantou que tinha tido um “episódio de arritmia cardíaca”, uma condição de que sofre pontualmente. “Está tudo bem, foi um episódio de arritmia cardíaca, uma questão que me aflige de quando em vez, muito esporadicamente”, afirmou.

Depois, nas redes sociais, Montenegro elogiou a “excelência do atendimento médico e a competência dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde”.

 

O primeiro-ministro deu entrada à hora de almoço no hospital lisboeta. “Sensivelmente às 13:00, o primeiro-ministro deu entrada no hospital e, em função da sintomatologia, foi dirigido à cardiologia onde está ainda internado. Mas o prognóstico é favorável e espera-se que tenha alta nas próximas horas”, tinha confirmado à Lusa, ao início da noite, Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração da ULS de Santa Maria.

Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à RTP, já tinha avançado que o primeiro-ministro, com quem falou por telefone, estava bem mas a precisar de descanso. O líder da oposição, Pedro Nuno Santos, por seu turno, escolheu a rede social X (ex-Twitter) para desejar as “rápidas melhoras” a Montenegro.

Também André Ventura lembrou que “acima de qualquer consideração ou luta política, está o ser humano” na rede social X. “Que possamos rapidamente, e com saúde, voltar ao debate e à acção política”, acrescentou.

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, também escolheu o X para desejar um “pronto restabelecimento” ao primeiro-ministro. “Os melhores desejos pessoais para o PM e a sua família neste momento”, escreveu também Rui Tavares, porta-voz do Livre.

Esta sexta, o primeiro-ministro teve agenda pública de manhã em Lisboa, mas cancelou a que tinha prevista à tarde em Alcobaça (Leiria), tendo sido substituído pelo ministro da Economia, Pedro Reis.

De manhã, Luís Montenegro presidiu à reunião sobre o projeto Parque Cidades do Tejo, onde participou na reunião com a participação dos municípios envolvidos, tendo prestado declarações aos jornalistas quando saiu, cerca das 12:30.

 

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Aeroportos da Madeira vão ter ligação direta a Nova Iorque a partir de junho

  • Lusa
  • 28 Março 2025

A ligação aérea entre a Madeira e Nova Iorque será assegurada pela companhia United Airlines e começa a 8 de junho.

Os aeroportos da Madeira vão ter uma ligação direta à cidade norte-americana de Nova Iorque, a partir de 8 de junho, anunciou esta sexta-feira a ANA-Aeroportos de Portugal, destacando o aumento do número de passageiros na região.

Em comunicado, a empresa gestora dos aeroportos em Portugal dá conta que a ligação aérea entre a Madeira e Nova Iorque será assegurada pela companhia United Airlines, que iniciará também desta forma a sua operação nesta infraestrutura aeroportuária.

“Com a inauguração no dia 8 de junho da nova rota Nova Iorque (Newark) – Madeira, a United Airlines passa a ser a única companhia americana a operar nos cinco aeroportos ANA, agora com as novas rotas para Faro e Madeira, que iniciam no Verão de 2025”, refere a nota.

Além da ligação direta a Nova Iorque, a Madeira terá também como destinos diretos Nantes (França), Londres (Reino Unido), Edimburgo (Escócia), Shannon (República da Irlanda), Milão (Itália), Bruxelas (Bélgica), Nuremberga (Alemanha) e Bournemouth (Reino Unido), indicou a ANA.

Na nota, a ANA sublinha ainda o facto de, no ano de 2024, os aeroportos do Funchal e do Porto Santo terem registado mais de cinco milhões de passageiros e de terem registado um crescimento de 8% na atual temporada de inverno. É igualmente referido um investimento superior a 50 milhões de euros que está a ser feito no Aeroporto de Porto Santo, com a construção de um novo terminal que permitirá duplicar a capacidade operacional.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 243 milhões de euros

  • ECO
  • 28 Março 2025

O jackpot desta sexta-feira é de 243 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 243 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 28 de março:

Números: 10, 21, 30, 42 e 45

Estrelas: 1 e 9

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FMI confirma que Argentina pediu empréstimo de 20 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 28 Março 2025

O objetivo do governo argentino é reforçar as reservas em divisas, em contexto de forte pressão sobre a taxa de câmbio do peso.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou esta sexta-feira que o governo argentino tinha solicitado um empréstimo de 20 mil milhões de dólares, para um período de quatro anos.

Podemos confirmar que a diretora-geral teve um telefonema com o ministro (da Economia argentino, Luis) Caputo para discutir as próximas etapas de um novo programa de quatro anos e que as autoridades argentinas solicitaram um financiamento total de 20 mil milhões de dólares”, indicou um porta-voz da instituição financeira, baseada em Washington, adiantando que as negociações estavam “muito avançadas”, mas que qualquer acordo teria de ser aprovado pelo conselho do Fundo.

O objetivo do governo argentino é reforçar as reservas em divisas, em contexto de forte pressão sobre a taxa de câmbio do peso, que na semana passada causou uma perda reservas superior a 1,2 mil milhões de divisa argentina. Na quinta-feira, o ministro Caputo disse que o empréstimo não tinha o objetivo de “financiar despesas, mas recapitalizar os ativos do banco central”.

O FMI e a Argentina começaram as negociações para um novo financiamento, uma vez que o existente, negociado em 2022, acabou no final de 2024. O programa agora negociado visa refinanciar a dívida argentina, para ajudar a reembolsar um empréstimo datado de 2018. Em 19 de março, o parlamento aprovou a conclusão do acordo, considerado necessário pelo governo argentino para evitar a bancarrota do país.

Em 15 meses de presidência Javier Millei, as contas públicas foram reequilibradas à custa de uma política orçamental de austeridade drástica, com um forte custo social. A inflação anual passou de 211% no final de 2023 para 66% atualmente. A Argentina é o maior devedor do FMI.

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Trump reitera que os EUA precisam da Gronelândia para alcançar a “paz mundial”

  • Lusa
  • 28 Março 2025

De visita à Gronelândia, o vice-presidente dos EUA disse ainda por seu turno que a Dinamarca "não fez um bom trabalho" no território autónomo.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou esta sexta-feira que os Estados Unidos da América (EUA) necessitam da Gronelândia para alcançar a “paz mundial”, após a chegada do vice-presidente, JD Vance, ao território autónomo dinamarquês.

Precisamos da Gronelândia, e isto é muito importante para a segurança internacional. Temos de ter a Gronelândia. Não estamos a falar de paz para os Estados Unidos, estamos a falar de paz mundial”, reiterou Donald Trump.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, chegou esta sexta-feira à base militar que Washington mantém na Gronelândia, uma visita encarada como uma provocação pela ilha do Ártico e pela Dinamarca devido às ambições de Trump em anexar o território autónomo.

A delegação norte-americana, composta pela mulher do vice-presidente, Usha Vance, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, e o secretário da Energia, Chris Wright, reuniu-se com militares na base norte-americana de Pituffik, situada na costa noroeste do território, pelas 13:00 horas locais (15:00 de Lisboa).

“Está um gelo aqui. Ninguém me avisou”, gracejou Vance, citado pelas agências internacionais. O vice-presidente afirmou ainda que a Dinamarca “não fez um bom trabalho” na Gronelândia para a segurança internacional, por ocasião de uma visita à única base militar dos Estados Unidos no território. “A Dinamarca não garantiu bem a segurança da Gronelândia”, disse JD Vance, perante as tropas norte-americanas.

Para o responsável, o Governo dinamarquês não investiu na população da Gronelândia e na segurança de uma “incrível e magnífica massa continental povoada de gente incrível”. E salientou: “É preciso que isso mude”. Por outro lado, Vance considerou não ser necessário o uso da força para melhorar a segurança do território autónomo dinamarquês cobiçado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Não pensamos que a força militar seja alguma vez necessária. Pensamos que os habitantes da Gronelândia são racionais e (…) que vamos conseguir concluir um acordo do estilo de Donald Trump, para garantir a segurança deste território, mas também dos Estados Unidos”, declarou, depois de críticas à alegada inação de Copenhaga.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, denunciou na terça-feira a “pressão inaceitável” exercida pelos Estados Unidos à Dinamarca, no âmbito da visita da delegação norte-americana à Gronelândia. O novo primeiro-ministro gronelandês, Jens Frederik Nielsen, salientou hoje que “fazer uma visita quando não existe governo não é visto como um sinal de respeito por um aliado”.

Nielsen anunciou esta sexta a formação do novo governo de coligação alargada da Gronelândia, formado para “fazer face às fortes pressões externas”. Apesar de os principais partidos gronelandeses serem a favor da eventual independência do território, nenhum apoia o estabelecimento de uma ligação com os Estados Unidos.

O vice-presidente norte-americano deslocou-se até à base militar dos EUA na ilha autónoma “para ser informado sobre as questões de segurança no Ártico” e para se reunir com as tropas norte-americanas, informou o seu gabinete. No início de fevereiro, JD Vance acusou a Dinamarca de “não cumprir a sua missão na Gronelândia” e de não ser “um bom aliado”.

Frederiksen, por seu lado, sublinhou que a Dinamarca é, há muito tempo, um aliado fiel dos Estados Unidos, chegando a lutar ao lado dos norte-americanos “durante muitas e muitas décadas”, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão. Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, apontou os “planos sérios” de Donald Trump para obter o controlo da Gronelândia e manifestou-se preocupado com a possibilidade de o Ártico se tornar um “trampolim para possíveis conflitos”.

A base norte-americana de Pituffik é um posto importante da defesa norte-americana contra mísseis, especialmente contra a Rússia, uma vez que a trajetória mais curta dos mísseis russos para os Estados Unidos passa pela Gronelândia.

A base dos EUA na Gronelândia, denominada como Base Aérea de Thule até 2023, serviu de posto de alerta contra possíveis ataques da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) durante a Guerra Fria e continua a ser um elo essencial do escudo de defesa antimíssil norte-americano.

A base, criada ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 com Copenhaga, é também um local estratégico para a vigilância do hemisfério norte e na defesa da ilha ártica, que, segundo a administração Trump, os dinamarqueses negligenciaram.

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Primeiro-ministro está internado no Hospital de Santa Maria

  • Lusa
  • 28 Março 2025

Luís Montenegro foi encaminhado para a cardiologia, mas tem prognóstico favorável e deverá ter alta nas próximas horas.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, está internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde deu entrada pelas 13:00 e foi encaminhado para a cardiologia, mas tem prognóstico favorável e deverá ter alta nas próximas horas.

A informação foi avançada à Lusa pelo presidente do Conselho de Administração da ULS de Santa Maria, Carlos Martins.

“Sensivelmente às 13:00, o primeiro-ministro deu entrada no hospital e, em função da sintomatologia, foi dirigido à cardiologia onde está ainda internado. Mas o prognóstico é favorável e espera-se que tenha alta nas próximas horas”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à RTP, adiantou que já tinha falado com o primeiro-ministro por telefone, que estava bem mas a precisar de descanso.

Esta sexta, o primeiro-ministro teve agenda pública de manhã em Lisboa, mas cancelou a que tinha prevista à tarde em Alcobaça (Leiria), tendo sido substituído pelo ministro da Economia, Pedro Reis.

De manhã, Luís Montenegro presidiu à reunião sobre o projeto Parque Cidades do Tejo, onde participou na reunião com a participação dos municípios envolvidos, tendo prestado declarações aos jornalistas quando saiu, cerca das 12:30.

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EDP assegura financiamento ‘verde’ de 500 milhões do BEI

  • ECO
  • 28 Março 2025

São dois financiamentos que a EDP assegurou junto do Banco Europeu de Investimento: um de 300 milhões para investimentos nas redes e outro de 200 milhões para projetos eólicos.

A EDP fechou esta sexta-feira com o Banco Europeu de Investimento (BEI) dois contratos de financiamento ‘verde’ no valor de 500 milhões de euros com um prazo máximo de 15 anos, segundo anunciou a empresa ao mercado.

“Estes empréstimos correspondem às segundas tranches do potencial financiamento do BEI acordado em dezembro de 2024”, refere a EDP.

O primeiro empréstimo tem o valor de 300 milhões de euros, destinando-se a financiar os investimentos em redes em Portugal e Espanha até 2026. Nesta linha, o potencial de financiamento do BEI ascende a 800 milhões, de acordo com a EDP.

o segundo empréstimo, no montante de 200 milhões de euros, “é um contrato-quadro cujos fundos se destinam ao financiamento do desenvolvimento de projetos eólicos e solares da EDP Renováveis, em Espanha, durante o período 2024–2026”.

Neste caso, está previsto um potencial financiamento do BEI até 900 milhões, sendo que também estão incluídos projetos eólicos solares em Portugal e Espanha, explica a elétrica liderada por Miguel Stilwell.

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