O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de maio

  • ECO
  • 7 Maio 2025

Ao longo desta quarta-feira, 7 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Cimpor explora emissão de obrigações verdes na Europa

"Em conjunto com o nosso parceiro TCC Group Holdings, estamos a investigar oportunidades de green bonds na Europa para financiar as operações", disse o administrador financeiro da empresa.

A cimenteira Cimpor está a estudar uma emissão de obrigações verdes (green bonds) através de um banco europeu, num momento em que a empresa dos taiwaneses da TCC está a investir mais de 300 milhões de euros em descarbonização e a lançar-se no cimento sustentável.

Apesar de a Cimpor recorrer maioritariamente a instrumentos de corporate banking finance para financiar os seus investimentos, a empresa detida pela TCC Group Holdings (antiga Taiwan Cement Corporation) está a explorar esta nova hipótese para custear os seus projetos ligados à sustentabilidade, inclusive em Portugal.

“Priorizamos os produtos verdes. Os bancos, as instituições que dão mais atenção à sustentabilidade são o nosso maior foco. Nunca emitimos nenhuma obrigação aqui em Portugal, mas em conjunto com o nosso parceiro TCC Group Holdings, estamos a investigar oportunidades de green bonds na Europa para financiar as operações. Vai haver uma alocação [do valor] para o nosso negócio também, mas através da Europa”, disse ao ECO o Chief Financial Officer (CFO) da Cimpor, Eralp Tunçsoy, à margem da apresentação do futuro centro de investigação que vai abrir em Alhandra.

O administrador financeiro da Cimpor referiu ainda que, em Portugal, todas as operações financeiras foram realizadas através de bancos nacionais. “Todos os instrumentos financeiros que usámos para financiar os 1,7 mil milhões de euros [valor total de investimento da Cimpor em Portugal desde 2019] são através de Portugal. Nunca recorremos a um banco europeu, apesar de termos uma sede [europeia]. Nunca utilizámos nenhum banco internacional nem incorporámos nenhum banco turco ou outros”, esclareceu Eralp Tunçsoy.

No dia em que a Península Ibérica ficou às escuras, a Cimpor apresentou o seu próximo centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para o setor da construção que vai criar, pelo menos, uma centena de postos de trabalho qualificados a partir de Alhandra, em Vila Franca de Xira.

“Farol para a inovação e sustentabilidade para as indústrias do cimento e da construção, servindo Portugal e as geografias da Cimpor em todo o mundo. Imaginamos o novo centro de I&D como um hub de investigação de ponta, focado nas prioridades-chave para a nossa indústria e planeta”, caracterizou o CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, Cevat Mert, na cerimónia onde participou o ministro da Economia, Pedro Reis, pouco antes de seguir para o Conselho de Ministros extraordinário convocado devido ao apagão.

O projeto da Cimpor na cimenteira mais antiga do país – 130 anos – incluirá materiais e tecnologias amigas do ambiente, como cimento de argila calcinada (ou LC3 – Limestone Calcined Clay Cement) e captura de carbono, além de combustíveis alternativos e reutilização de matérias-primas na fase de construção. E servirá como zona de colaboração de empresas (startups), estudantes e investigadores. “Será mais do que um edifício. Será uma plataforma para a colaboração. Unirá Governo, academia e indústria. Aqui, as aplicações do mundo real encontrarão inovações revolucionárias e iremos moldar a próxima geração de materiais de construção”, disse o chairman da Cimpor Global Holdings, Suat Çalbiyik.

Questionado sobre o recrutamento para este laboratório, Suat Çalbiyik garantiu que, “nos próximos anos, com todos os workshops“, podem “chegar a 100 jovens engenheiros adicionais”. “Neste momento, os jovens engenheiros estão a sair para trabalhar fora de Portugal. Por que não vêm para Portugal? Acredito que os engenheiros portugueses podem voltar para o seu país e trabalhar connosco”, afiançou o presidente do conselho de administração da Cimpor, em declarações aos jornalistas.

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“Resiliência, criatividade e literacia tecnológica”. As competências à prova do futuro

Especialista em liderança recomenda que empresas criem "cultura de aprendizagem", em vez de reunirem centenas de cursos e deixarem aos trabalhadores a missão de se requalificarem.

Se quase quatro em cada dez dos maiores empregadores mundiais antecipam que as competências valorizadas no mercado de trabalho vão mudar nos próximos cinco anos, a questão que se impõe é a seguinte: afinal, quais são aquelas que são à prova do futuro? Resiliência e flexibilidade, curiosidade, criatividade e literacia tecnológica são algumas das competências apontadas ao ECO por Pär Lager, especialista em liderança, que está em Lisboa esta quarta-feira para a APED Retail Summit.

Autor de três livros — o mais recente sobre a necessidade de qualificação e requalificação dos profissionais –, Pär Lager é um dos maiores especialistas do norte da Europa, na área da liderança, análise competitiva e aprendizagem inovadora.

Questionado pelo ECO quanto às competências que serão chaves nas próximas décadas, enumera: resiliência, flexibilidade e agilidade, liderança e influência social, curiosidade e aprendizagem ao longo da vida, pensamento criativo, literacia tecnológica e em inteligência artificial.

Ainda assim, na visão deste especialista, os profissionais não estão, na sua maioria, conscientes da necessidade de atualizarem as suas competências, tendo em conta a transformação em curso no mercado de trabalho.

Pär Lager é um dos maiores especialistas em liderança da Europa do norte.

“A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios”, afirma Pär Lager. “Está na hora de termos um maior sentido de urgência“, apela o responsável, que está em Lisboa para fazer uma apresentação sobre “capacitação, formação e requalificação das pessoas na era da inteligência artificial”.

Ao ECO, o especialista diz ainda que este processo de conquista e atualização de competências cabe não só aos indivíduos e às chefias diretas, como também às organizações e aos próprios Governos. Às empresas, deixa até um recado: reunir centenas de cursos online numa plataforma e atribuir a responsabilidade de qualificação aos profissionais não terá os resultados desejados.

A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios. Está na hora de termos um maior sentido de urgência.

Pär Lager

Especialista em liderança

“Invistam, antes, na construção de uma cultura de aprendizagem“, recomenda Pär Lager, que frisa que os próprios líderes devem ser um exemplo a seguir, neste ponto. “Devem priorizar a sua própria aprendizagem e serem um catalisador da aprendizagem das demais pessoas”, realça.

De acordo com o Fórum Económico Mundial, que ouviu mais de mil empregadores em todo o mundo (que têm sob a sua alçada 14 milhões de trabalhadores), quase quatro em cada dez destes apontam que as competências valorizadas no mercado de trabalho mudarão até 2030. Estes dados constam da edição mais recente do relatório “Future of jobs”.

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A medida de Ana Jacinto, da AHRESP, para o próximo Governo

  • ECO
  • 7 Maio 2025

O ECO pediu a várias personalidades uma medida essencial para o próximo Governo. A proposta de Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, é a reposição da taxa intermédia de IVA nas bebidas.

Se, por via de alguma distopia, a AHRESP fosse obrigada a propor uma só medida escolheria a reposição integral da taxa intermédia de IVA nas bebidas atualmente excluídas, como os refrigerantes e as bebidas alcoólicas. Há várias medidas que são urgentes e necessárias – a AHRESP elaborou uma lista robusta de 13 propostas para a XVII Legislatura, todas importantes, todas prioritárias. Mas esta é especial – corrige um absurdo fiscal e faz aquilo que qualquer medida sensata deve fazer: ajuda quem cria emprego e promove a competitividade de um setor que é um dos motores da economia nacional.

Desde a reposição da taxa intermédia no serviço de alimentação em 2016, e da mais recente aplicação da taxa de 13% a um leque mais alargado de bebidas no OE2024, os refrigerantes e bebidas alcoólicas continuam penalizados com uma taxa de 23%, criando uma distorção tributária. Corrigi-la traduz-se em coerência fiscal ao mesmo tempo que alivia empresas que ainda não conseguiram atingir os capitais que tinham antes da pandemia.

Esta situação, arrisco dizer, é quase cómica. Veja-se: o vinho no retalho tem IVA a 13%, mas se o pedir no restaurante — com um sorriso, copo a brilhar e possivelmente uma explicação poética do sommelier —, paga 23%. Convenhamos: é o mesmo vinho.

O vinho no retalho tem IVA a 13%, mas se o pedir no restaurante — com um sorriso, copo a brilhar e possivelmente uma explicação poética do sommelier —, paga 23%. Convenhamos: é o mesmo vinho.

Ana Jacinto

Em tempos de incerteza económica — e com Donald Trump a reescrever as regras do comércio mundial —, faz sentido blindarmos os nossos setores estratégicos. Porém, as empresas da restauração enfrentam um conjunto de desafios que põem em causa a sua sustentabilidade, especialmente as localizadas fora dos principais centros turísticos, que continuam a ter dificuldade em manter margens de rentabilidade. A fiscalidade deve, por isso, ser um instrumento de estímulo, e não um obstáculo ao crescimento.

A atual tributação do IVA em Portugal é um dos maiores entraves à competitividade: representa cerca de 41% da receita fiscal, quando a média da União Europeia é de apenas 33%, segundo indica a Comissão Europeia . Pior: o IVA é um imposto incapaz de distinguir o poder de compra do contribuinte – o mesmo valor é cobrado a pobres e a ricos.

E qual é a lógica de taxar serviços, alimentos e algumas bebidas a 13%, mas outras – servidas nas mesmas condições – a 23%? Esta desigualdade cria confusão tanto para operadores como para consumidores. Uniformizar a taxa de IVA nas bebidas servidas na restauração a 13% é, portanto, uma questão de justiça, bom senso e visão estratégica.

 

 

Ana Jacinto / Secretária-Geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP)

 

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Apesar da ira de Trump, Fed vai ‘congelar’ taxas de juro até ter mais clareza

Banco central tem motivos para contrariar o presidente e manter juros inalterados – a economia continua sólida e as tarifas ameaçam acelerar a inflação. Cortes devem chegar no segundo semestre.

A Reserva Federal e, especialmente Jerome Powell, têm sido alvos da fúria do presidente norte-americano nas últimas semanas, com críticas à lentidão do banco central em cortar as taxas de juro e ameaças pouco veladas (e entretanto retiradas) sobre a continuidade do chairperson que chegou a apelidar de ‘major loser‘.

Apesar desta pressão, Trump não vai conseguir os cortes preventivos que tanto quer, pois é dado como certo entre analistas e investidores que as Federal Funds Rates vão permanecer no intervalo 4,25-4,50% no final da reunião de dois dias do Federal Open Market Commission (comité de política monetária) esta quarta-feira.

“A Fed parece estar pronta a manter as taxas de juro inalteradas pela terceira vez seguida“, disseram os analistas do britânico Lloyds Bank, salientando numa nota publicada a 2 de maio que nos mercados os preços colocavam a probabilidade de um corte em apenas 10%.

Desde essa altura a probabilidade caiu ainda mais. Segundo o site CME FedWatch Tool, que monitoriza a negociação dos futuros das taxas de juro, esta terça-feira a probabilidade de a Fed manter as Federal Funds Rates no intervalo atual de 4,25-4,50% era de 96,8%.

Economia e inflação, o desafio duplo

Michael Krautzberger, diretor de investimento global em obrigações na Allianz Global Investors, recordou que Powell tem deixado claro nas declarações mais recentes que, por agora, será adotada uma postura cautelosa.

“A Fed pretende avaliar os efeitos das tarifas sobre a economia antes de tomar novas decisões, ainda que o presidente Trump continue a pressionar para uma redução das taxas a curto prazo”, sublinhou o analista.

A economia dos EUA enfrenta agora um duplo desafio: por um lado, perspetiva-se um abrandamento do crescimento económico; por outro, um aumento da inflação, adiantou Krautzberger. “Esta é uma combinação que dificulta o cumprimento do duplo mandato da Fed de garantir o pleno emprego e manter a estabilidade dos preços”.

“Os mercados também não antecipam cortes em maio, e partilhamos essa visão, mas ainda assim, se a atual política tarifária se mantiver nos próximos meses, a Fed poderá ser forçada a intervir caso a economia se deteriore rapidamente”, vincou, acrescentando que os mercados já antecipam até quatro cortes adicionais das taxas até ao final do ano.

Os analistas do BBVA vêm como provável que a Fed mantenha a sua posição dependente dos dados e sinalize que não tem “pressa” em ajustar a política até que haja maior clareza sobre os efeitos das novas medidas comerciais. “Por enquanto, a nossa opinião é que é improvável uma grande mudança no tom da Fed e a nossa atenção manter-se-á centrada em quaisquer sinais de uma possível mudança de perspetiva antes da reunião de junho”.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Fed mais politizada?

A incerteza gerada pela política comercial dos EUA e a pressão do presidente Trump sobre a Fed para reduzir as taxas também levaram muitos atores do mercado a questionar a credibilidade da política económica americana, comentou Michael Krautzberger, da Allianz GI.

“Os prémios de risco associados aos prazos mais longos aumentaram, com os investidores a exigir uma maior compensação pelo risco dos títulos do Tesouro dos EUA, ao mesmo tempo que o dólar também tem estado sob pressão”, referiu.

Apesar de o mandato de Powell durar até maio de 2026, e de Trump não ter autoridade constitucional para o destituir antes desse prazo, existe o risco da Fed se tornar progressivamente mais politizada, o que poderá enfraquecer a credibilidade da política monetária e a confiança nos ativos americanos”, alertou.

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Portuguesa Tekever voa de drone para unicórnio. Qual o plano de voo para lá chegar?

A fabricante de drones Tekever quebrou 'os anos de seca' e voou para unicórnio. É o sétimo nacional e o primeiro nas deftech. Conheça o plano de voo para lá chegar.

À terceira ronda, a fabricante portuguesa de drones Tekever voou para o estatuto de unicórnio. A empresa, fundada em 2001 por estudantes do Instituto Superior Técnico (IST), tem agora uma avaliação de mil milhões de libras, cerca de 1,2 mil milhões de euros, e uma ambição clara: ser a fabricante de drones líder a nível mundial.

“A Europa tem aqui um desafio muito grande ao longo dos próximos anos para criar capacidades soberanas na área de segurança e defesa, em particular nestas áreas tecnológicas. E nós, como empresa europeia, temos um papel muito importante a cumprir”, diz Ricardo Mendes, CEO da Tekever, em entrevista ao ECO, pouco depois de ser conhecido que uma nova ronda de financiamento tinha levado ao nascimento do sétimo unicórnio nacional e o primeiro no setor deftech (tecnologias de defesa).

Depois de, em 2021, o ecossistema ter visto nascer vários unicórnios, o mercado arrefeceu e, durante vários anos, o capital levantado pelas startups e scaleups nacionais ficou longe de atingir o pico de 1,5 mil milhões de euros, valor angariado no ano em que empresas como a Anchorage Digital ou a Sword Health atingiram avaliações superiores a mil milhões de dólares. Pelo meio, viu ainda desaparecer, em 2023, a Farfetch do patamar dos ‘animais míticos’.

Investimento em deftech a subir na Europa

Agora voltam a ser sete os unicórnios com ADN português. O momento mudou, em particular, para as startups que se movimentam no setor deftech e na Inteligência Artificial (IA). Áreas onde a Tekever, conhecida por, através do governo britânico, estar a fornecer drones de vigilância e recolha de informação para as tropas ucranianas, atua.

O valor da ronda que lançou a Tekever para esse estatuto não é conhecido, mas a mesma foi “totalmente subscrita pelos atuais investidores, incluindo o líder de ronda Ventura Capital, Baillie Gifford, o NATO Innovation Fund (NIF), a portuguesa Iberis Capital e Crescent Cove”, empresa norte-americana de investimento sediada em Silicon Valley, com experiência no setor da defesa.

Em novembro, na sua segunda ronda, no valor de 70 milhões de euros, a Tekever tinha visto o fundo da NATO entrar no seu capital. Sinal dos ventos que sopram na Europa. Com uma guerra na Ucrânia e as relações com o ‘amigo americano’ — sempre um parceiro de peso quando se fala da segurança do continente —, em estado de alerta, a Europa está apostada em reforçar as suas capacidades de defesa e segurança.

E quer abrir os cordões à bolsa: 800 mil milhões de euros. É esse o valor que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propõe que se invista no plano “ReArmar a Europa”, os quais 650 mil milhões advêm dos orçamentos nacionais dos Estados-membros e 150 mil milhões de euros de uma linha de crédito.

No ano passado, o investimento europeu em startups na área de defesa subiu 24%, para 5,2 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros), noticia o Financial Times (conteúdo em inglês, acesso reservado) citando dados do NATO Innovation Fund e da Dealroom.

E este ano o interesse dos investidores não parece dar sinais de abrandar. No mesmo dia em que a Tekever anunciava ter superado uma avaliação de mil milhões de libras, em Munique, a alemã Quantum Systems levantava 160 milhões de libras (cerca de 188 milhões de euros) numa série C liderada pelo Balderton Capital. E não faltaram investidores a querer apanhar um lugar nesse voo. A Hensoldt, Airbus Defense & Space, Bullhound Capital, HV Capital, Project A, o investidor Peter Thiel, DTCP, Omnes Capital, Porsche SE e a Notion investiram igualmente na fabricante de drones com uso dual.

Nascem assim dois unicórnios europeus num setor crucial: o de defesa e segurança. Nesse campo, a Tekever tem claros planos de crescimento. “Estamos já num processo de alargamento, de expansão muito grande — vamos chegar às 1.200 pessoas antes do final deste ano, um crescimento muito grande, mas temos vindo a crescer já há bastantes anos — e esta ronda de financiamento vem, no fundo, ajudar-nos a acelerar ainda mais essa capacidade de expansão”, disse Ricardo Mendes, em entrevista ao ECO.

No Reino Unido, pouco tempo antes, era conhecido que a empresa se prepara para a cinco anos investir 400 milhões de libras (cerca de 470 milhões de euros), criando mil postos de trabalho qualificados no país, onde estão desde 2013. Isto no mesmo dia, em que se soube de um novo contrato com a Royal Airforce para o fornecimento de drones.

Prometem fazer o mesmo em outros mercados. “Agora vamos fazer o mesmo em outros países porque, de facto, o que a Europa precisa é de empresas que possam ter uma dimensão europeia e isso significa estar em vários países, criar bases de trabalho e talent pool, desenvolver produtos, tecnologia”, promete o CEO.

Em quais não revela. “Não vou falar ainda de outros países, mas haverá bastantes outros onde pretendemos estar. Já somos a principal empresa europeia nesta área, o nosso objetivo é ser a principal empresa mundial e, portanto, passará por estar em bastantes zonas do mundo, não só aqui”, diz.

Mas, neste momento, além do Reino Unido já têm escritório em França, onde a equipa está a crescer — Macron anunciou na visita a Portugal que na sua lista de compras para a Defesa estavam drones da empresa —, mas também na Ucrânia, onde têm instalações e equipa.

Presentes, com escritório, estão também nas terras do Tio Sam. Um mercado incontornável na Defesa. “Não é possível ignorar um país que representa metade do budget mundial”, aponta. “Qualquer empresa que pretenda ser líder mundial nesta área tem que ter um plano, projetos e clientes no mercado norte-americano. Nós estamos a desenvolver o mercado norte-americano. Temos parcerias, projetos em curso, dos quais não vamos falar, não podemos, mas temos vários projetos em curso. É para um mercado que não podemos ignorar e muito importante”, diz o CEO.

A prioridade para os tempos mais próximos é, no entanto, clara. “Fruto desta condição geopolítica, a Europa tem aqui um desafio muito grande ao longo dos próximos anos para criar capacidades soberanas na área de segurança e defesa, em particular nestas áreas tecnológicas. E nós, como empresa europeia, temos um papel muito importante a cumprir. Portanto, do ponto de vista de prioridade, para nós está bastante claro que é fundamental ajudarmos a Europa e os países europeus a criarem capacidades nesta área“, diz Ricardo Mendes.

Portugal continua central

Portugal não está fora desta estratégia de crescimento. Dos cerca de mil colaboradores atuais na empresa, com 20 nacionalidades, 70% está localizado em Portugal, tendo a empresa uma fábrica em Ponte de Sor e o centro de engenharia nas Caldas da Rainha.

Temos muitas centenas de pessoas em Portugal, é a nossa maior base. Trabalhamos muito com a indústria toda em Portugal. Só o ano passado — em 2025 será mais —, comprámos em Portugal, penso que cerca de 12 milhões de euros. E nos próximos três anos — não cinco, como é o plano que estamos a apresentar para a Inglaterra —, incluindo 2025, vamos comprar em Portugal, à indústria portuguesa, cerca de 100 milhões de euros, se não for mais“, adianta Ricardo Mendes.

“A massa salarial da Tekever em Portugal este ano vai ser à volta dos 40 milhões de euros. Portanto, é uma empresa que está a fazer um investimento muito grande em Portugal. A nossa base de talento é por toda a Europa, mas uma parte muito importante está em Portugal, nascemos cá”. E não há planos de mudar a sede para outro país.

De utilities para os drones

Quando arrancou, no início dos anos 2000, a Tekever nem sonhava com drones. “Éramos na altura cinco colegas do Técnico, todos de engenharia informática, de várias áreas diferentes, uns de inteligência artificial como eu, outros de áreas mais ligadas às redes de comunicação e aos sistemas distribuídos”, conta Ricardo Mendes. “Quando criámos a Tekever, o objetivo era trabalhar na intersecção desses dois mundos. Ou seja, acreditávamos que os sistemas iam ser cada vez mais distribuídos, que o software ia correr em dispositivos menos convencionais. Na altura não era comum haver aplicações nos telemóveis”, lembra o CEO, em fevereiro em entrevista ao podcast “À Prova do Futuro” do ECO.

“Acreditávamos que esse conceito se iria chamar a Evernet, que seria a internet everywhere. Na verdade, chama-se internet [risos] e, portanto, o nome da empresa Tekever vem de Technologies for the Evernet”, revela.

Um dos nossos primeiros projetos made by Tekever foi para uma pequena empresa em Lisboa chamada Cardiotestes, mais houve para a EDP — “para permitir gerir de forma muito mais eficiente uma rede de prestadores de serviços, de funcionários de manutenção, de instalação, leituras de contadores” —, de mobile banking e até a app da Gira.

Drones: “computadores com asas”

Depois começaram a olhar para os drones, mas de um outro ângulo. “Eram setores tradicionalmente dominados por players, por empresas que vinham produzir coisas muito grandes. Nomeadamente, na área dos drones, empresas que vinham de produzir aviões. E que olhavam para este setor como ‘são aviões mais pequenos’. Nós olhamos para este setor como computadores com asas, são computadores em rede com asas”, conta.

A partir de 2019, começaram a operar para a Agência de Segurança Marítima Europeia e com o governo britânico na vigilância do Canal da Mancha. Recentemente, fecharam também com o Governo espanhol um contrato de cerca de cinco milhões para o fornecimento de drones para a vigilância da costa marítima e terrestre.

Mas fazem ainda vigilância na área industrial. Por exemplo, de pipelines na Nigéria.

Em Portugal, têm a decorrer um projeto com a GNR para vigilância costeira. “Temos uma colaboração muito estreita com as várias forças armadas e, portanto, esperamos que ao longo dos próximos anos sejam criadas as condições operacionais, financeiras, para que possam ser adotados os nossos sistemas”, afirma em entrevista ao ECO o CEO da Tekever.

“É muito bom termos em Portugal, da perspetiva das Forças de Defesa, do Ministério da Defesa e das forças de segurança, o maior fabricante europeu nesta área, uma área crucial para a adoção. Se perguntar a qualquer um dos ramos, quererão ter acesso a esta tecnologia. Se for portuguesa, tanto melhor, portanto, imagino que gostariam muito… Agora têm que ter condições para isso, têm que ter orçamento para isso, têm que ter capacidade para o fazer”, diz.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7 Maio 2025

No dia em que gigantes portugueses apresentam resultados financeiros, debate-se o apagão no Parlamento Europeu e o INE divulga dados do desemprego. Arranca ainda o Conclave para escolher o novo Papa.

No dia em que nomes de peso da economia portuguesa apresentam os resultados dos primeiros três meses do ano, o INE divulga dados sobre o emprego e o apagão que afetou Portugal vai ser tema de debate no Parlamento Europeu. Nesta quarta-feira, arranca a assembleia que vai escolher o novo Papa. Do outro lado do atlântico, a Reserva Federal anuncia as decisões quanto à política monetária e tece considerações sobre a economia americana.

Corticeira Amorim, Jerónimo Martins e Banco Montepio apresentam resultados

Esta quarta-feira é o dia em que a Corticeira Amorim, a Jerónimo Martins e o Banco Montepio apresentam os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano. No ano passado, a corticeira registou uma queda de 21,6% dos lucros face ao ano anterior, para 69,7 milhões de euros. No mesmo sentido, os lucros da dona dos hipermercados Pingo Doce caíram 20,8%, para 599 milhões.os lucros do banco quase quadruplicaram (287%), para 109,9 milhões de euros.

Como evolui o desemprego?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar as estatísticas do emprego relativas ao primeiro trimestre do ano. No último ano, a taxa de desemprego fixou-se nos 6,4%, uma uma redução de 0,1 pontos percentuais face a 2023, “e correspondeu à segunda taxa de desemprego anual mais baixa desde 2011”, indicou o gabinete de estatísticas.

Fed decide rumo dos juros

Nesta quarta-feira, a Reserva Federal (Fed) americana vai anunciar mais uma decisão de política monetária. Os analistas preveem que as taxas de juro não vão sofrer alterações. No entanto, os investidores estão de olhos postos na análise da economia dos EUA que deverá ser feita pelo presidente da Fed, Jerome Powell, num momento de incerteza quanto às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e as respetivas respostas dos países afetados — o que tem feito aumentar a volatilidade em Wall Street.

Eurodeputados debatem apagão na Península Ibérica

Os eurodeputados vão debater com representantes do Conselho e da Comissão Europeia o apagão de eletricidade na Península Ibérica. Em cima da mesa vão estar formas de melhorar a resiliência e as as interligações da rede elétrica. A raiz da interrupção ainda está sob investigação e as autoridades estão a explorar todas as opções.

Começa o Conclave para escolher o novo Papa

A assembleia que reúne os cardeais que vão eleger o novo Papa, o Conclave, começa esta quarta-feira. Aqui vão reunir-se os cardeais aptos a participar na eleição para o novo pontífice por voto secreto. Durante o período da votação, os cardeais estão impedidos de ter contactos com pessoas externas ao Vaticano, o que também inclui não poderem usar o telemóvel ou ler jornais para evitar que a escolha seja influenciada. Os boletins são queimados e, por cada votação falhada, é libertado fumo negro da Capela Sistina. Quando o próximo Papa for eleito com sucesso, sairá fumo branco.

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Naturgy, Talgo, Caixabank e Quirónsalud, entre as empresas que participam nas feiras de emprego da Universidade Alfonso X el Sabio

  • Servimedia
  • 7 Maio 2025

No total, mais de 70 organizações líderes nos seus setores vieram ao encontro dos estudantes da UAX, ligando os futuros licenciados a oportunidades profissionais reais.

Naturgy, Talgo, Caixabank e Quirónsalud, entre outras, juntaram-se à longa lista de empresas que participam nas Feiras de Carreira da Universidade Alfonso X el Sabio (UAX).

“Estas conferências são um passo decisivo para que os nossos estudantes identifiquem oportunidades que vão ao encontro do seu propósito de dar o salto para o ambiente profissional com confiança e motivação, bem como para que as empresas identifiquem jovens talentos alinhados com os seus valores e desafios”, afirma Luís Couceiro, Diretor da Área Universitária do Grupo Educacional UAX.

O atual contexto económico, marcado pela transformação digital, a transição ecológica e a escassez de perfis qualificados com competências tecnológicas, está a comprometer o crescimento económico em Espanha, segundo a UAX.

Atualmente, mais de 120.000 vagas no setor tecnológico continuam por preencher, uma escassez que afeta organizações de vários setores que têm de se adaptar à digitalização acelerada para se manterem competitivas. Por isso, o recrutamento de jovens profissionais com competências técnicas e transversais tornou-se uma prioridade para as empresas e instituições, que procuram incorporar talentos capazes de se adaptar, inovar e acrescentar valor desde o primeiro dia, acrescentam.

Perante este cenário, a UAX reforça o seu compromisso com a empregabilidade dos seus alunos através das suas Feiras de Emprego, onde os alunos têm a oportunidade de se reunir com recrutadores de empresas líderes nos seus setores para saberem quais os perfis mais procurados no mercado e candidatarem-se.

Kharen Riveros, responsável pelo Employer Branding na Naturgy, avaliou de forma muito positiva a realização deste tipo de eventos que ajudam a estabelecer uma ligação em primeira mão com os jovens talentos. “Na Naturgy, procuramos perfis diversos, principalmente com formação ou mentalidade digital, perfis que nos ajudarão no nosso projeto de transformação”, explicou. “A ligação entre a universidade e a empresa está a ajudar-nos a compreender tanto o que podemos contribuir para o futuro dos nossos jovens como as propostas que os jovens podem trazer para melhorar a empresa”.

Além disso, durante estas jornadas, os alunos da UAX também conhecem a experiência de antigos alunos que já estão ativos e que podem inspirá-los com a sua experiência, ajudando-os a encontrar o seu propósito e a alcançar o seu objetivo.

Este é o caso de Andrés Ruiz Vargas-Machuca, CEO do Grupo Ruiz e ex-aluno da UAX, que destacou a importância de organizar este tipo de evento para garantir a futura incorporação dos alunos no mercado profissional. “Perante um primeiro emprego, é normal que haja muitas dúvidas. É uma decisão vital e muito importante porque é a base sobre a qual se constrói toda uma carreira profissional. Penso que obter o máximo de informação possível sobre as diferentes opções disponíveis é importante para tomar a decisão correta ou a que melhor se adequa a si”, afirmou.

LIGAÇÃO CONSTANTE

As Feiras de Emprego da Universidade Alfonso X el Sabio fazem parte de um programa concebido para aumentar a empregabilidade dos seus estudantes. Este programa inclui outras iniciativas inovadoras que integram as empresas na formação dos estudantes ou geram oportunidades de ligação com profissionais e organizações de referência, o que permitiu à UAX ter uma taxa de empregabilidade entre os seus licenciados de cerca de 95%.

Estas atividades incluem eventos para explorar percursos profissionais, workshops de empreendedorismo, o programa de mentoria e a participação no projeto Future’s Insights by Linkedin-UAX, um projeto pioneiro em Espanha em que os alunos da UAX tiveram um dia de trabalho com gestores e formadores da plataforma de emprego. Além disso, o modelo educativo UAXmakers inclui o desenvolvimento de projetos em que os alunos aprendem desenvolvendo soluções em conjunto com profissionais de empresas líderes em inovação, promovendo a aprendizagem experiencial e a formação para aplicar a tecnologia com propósito.

Estas ações refletem a aposta estratégica da UAX num modelo educativo ligado ao mundo empresarial, que promove a empregabilidade, o empreendedorismo e o desenvolvimento de competências fundamentais para contribuir para o desenvolvimento económico e social.

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Leiria vai ter nova residencial de estudantes

  • ECO
  • 7 Maio 2025

O grupo Mais vai avançar com a construção de uma nova residencial para estudantes, com 80 quartos, numa zona central da cidade. Abertura previsível para 2026.

A cidade de Leiria vai receber uma nova residencial para estudantes com 80 quartos, totalmente independentes, localizada numa zona privilegiada, próxima de instituições de ensino, comércio e serviços, com investimento 100% privado, promovido pelo grupo Mais.

Com um total de 80 quartos totalmente independentes, a nova residencial destaca-se pelas suas características inovadoras. As obras já tiveram início e o grupo Mais tem a expectativa de que a nova residencial abra as portas em 2026, contribuindo para o crescimento e a modernização da infraestrutura estudantil na cidade.

Cada unidade contará com uma cozinha integrada e casa de banho privativa, proporcionando aos residentes conforto e privacidade. O projeto pretende unir bem-estar e sofisticação, criando um ambiente ideal para o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

O novo projeto que promete revolucionar a experiência de acomodação para estudantes, num momento em que a oferta é limitada face às necessidades do mercado. A construção de uma residencial de estudantes, caracterizada por uma arquitetura autêntica e localização privilegiada (Rotunda Santa Clara junto ao restaurante Frangus a dois minutos a pé da Escola Superior de Tecnologias).

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Kgsa reforça área de Imobiliário e Urbanismo com a integração de Maria Luísa Bruges

Maria Luísa Bruges traz competências em operações imobiliárias complexas, projetos de desenvolvimento turístico e, regulação, também na área da saúde.

A Kgsa, no seguimento estratégico de aposta da sua área de Imobiliário e Urbanismo, acaba de reforçar a sua equipa com a integração de Maria Luísa Bruges como advogada associada.

Com experiência numa sociedade de referência internacional, Maria Luísa Bruges traz competências em operações imobiliárias complexas, projetos de desenvolvimento turístico e, regulação, também na área da saúde. “A sua integração representa um importante reforço da capacidade técnica da Kgsa, aumentando a sua capacidade de resposta num mercado cada vez mais exigente e competitivo em matérias de imobiliário, urbanismo e ambiente”, segundo comunicado do escritório.

“A Maria Luísa é reconhecidamente uma advogada com um talento extraordinário, que encarna muito bem a visão e a ambição do que queremos para a advocacia do futuro. A sua chegada, vinda de uma sociedade de referência, é também fruto do que tem sido a nossa capacidade de atuar em áreas de prática e assuntos relevantes”, afirma José Diogo Marques, sócio da área de Imobiliário e Urbanismo”, diz o mesmo comunicado.

Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, Maria Luísa Bruges possui uma Pós-Graduação em Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente pela Universidade de Coimbra, e frequenta atualmente o Mestrado em Direito Empresarial e a Pós-Graduação em Direito Imobiliário na Universidade Católica Portuguesa, com foco na governança de veículos de investimento imobiliário.

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Índia lança “operação Sindoor” contra o Paquistão

  • ECO e Lusa
  • 6 Maio 2025

As autoridades indianas confirmaram o ataque com mísseis a nove locais na região disputada de Jamu e Caxemira. Paquistão diz que "provocação hedionda não vai ficar sem resposta".

As forças armadas indianas atacaram esta terça-feira nove zonas disputadas entre o Paquistão e Índia na região de Jamu e Caxemira. No âmbito da “Operação Sindoor”, segundo um comunicado das autoridades indianas, o objetivo era atingir infraestruturas terroristas nesta zona.

Os ataques, com mísseis, foram “focados, equilibrados, sem o objetivo de escalar” a tensão e não foram visadas quaisquer instalações militares paquistanesas. O comunicado refere que a “operação Sindoor” – pó vermelho usado pelos indianos – surge na sequência do ataque “bárbaro” em que 26 pessoas foram assassinadas em Pahalgam, na Caxemira, a 22 de abril.

Apesar de o atentado de abril não ter sido reivindicado, Nova Deli acusou Islamabad da sua autoria, que o negou categoricamente. “A justiça foi servida”, indica a conta do exército indiano na sua conta na rede social X, que acrescenta ainda “Jai Hind!” ou “vitória para a Índia”.

As autoridades militares paquistanesas adiantaram que os mísseis indianos mataram pelo menos três pessoas, feriram 12 e entre os edifícios atingidos estava uma mesquita. “Deixem-me que diga isto de forma inequívoca: o Paquistão responderá no momento e no lugar que escolher. Esta provocação hedionda não ficará sem resposta”, disse o general Ahmed Sharif Chaudhry, citado pelo Guardian.

Várias companhias aéreas suspenderam, entretanto, os voos para o Paquistão devido à “recente evolução das tensões” entre os dois países, indica a Air France. Também a alemã Lufthansa confirmou à Reuters que iria “evitar o espaço aéreo paquistanês até novo aviso”.

Os dois países estão em pé de guerra desde este atentado, o mais mortífero contra civis desde há mais de 20 anos na parte indiana daquela região de maioria muçulmana. Há mais de uma semana que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados indianos e paquistaneses durante a noite, ao longo da fronteira que separa os dois países.

Esta terça-feira, a Índia anunciou que ia “cortar a água” dos rios que correm do seu território para o Paquistão, em retaliação pelo atentado. “A água pertencente à Índia costumava fluir para o exterior, mas agora será cortada para servir os interesses da Índia e será utilizada para o país”, declarou Narendra Modi num discurso público.

O Paquistão já tinha acusado a Índia de alterar o caudal do rio Chenab, um dos três rios sob o controlo de Islamabad ao abrigo do tratado de 1960. “Notámos alterações no Chenab que nada têm de natural (…) o caudal do rio, que é normal, foi consideravelmente reduzido de um dia para o outro”, declarou o ministro da Irrigação do Punjab, Kazim Pirzada.

Após a decisão indiana de suspender unilateralmente o tratado, o Paquistão advertiu de que qualquer tentativa de perturbar o fluxo destes rios seria considerada “um ato de guerra”. Situada na fronteira com a Índia, a província do Punjab, que alberga quase metade dos 240 milhões de habitantes do Paquistão, é o coração agrícola do país.

O Tratado do Indo concede a Nova Deli o direito de utilizar os rios partilhados para as suas barragens ou culturas, mas proíbe-a de desviar cursos de água ou alterar o volume de água a jusante.

(atualizado às 22h21)

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Índia e Reino Unido chegam a acordo comercial em plena guerra de tarifas

  • Lusa
  • 6 Maio 2025

"Este é o maior acordo comercial que o Reino Unido concluiu desde que saímos da UE", destacou o primeiro-ministro britânico. O acordo aumentará o comércio bilateral em cerca de 30 mil milhões.

Índia e Reino Unido anunciaram esta terça-feira a conclusão de um acordo de comércio livre, apresentado por Londres como o mais ambicioso desde o Brexit, após negociações reiniciadas no final de fevereiro na sequência das ameaças tarifárias de Donald Trump.

“Este é o maior acordo comercial que o Reino Unido concluiu desde que saímos da UE”, frisou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apontando que o Reino Unido “mais uma vez se tornou um parceiro comercial atraente”.

O seu homólogo indiano, Narendra Modi, saudou na rede social X como um “marco histórico” entre os dois países. Londres, que recuperou a sua autonomia comercial graças ao Brexit, beneficiará, juntamente com a Índia, o país mais populoso do mundo, de um gigantesco mercado de 1,4 mil milhões de habitantes.

O país deverá também tornar-se “a terceira maior economia do mundo dentro de três anos”, de acordo com o comunicado de imprensa britânico. As negociações com Nova Deli foram reiniciadas no final de fevereiro, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump começou a abalar as relações transatlânticas com ameaças de tarifas, que já executou parcialmente.

As discussões com Washington, que começaram ao mesmo tempo que com a Índia, para remover a totalidade ou parte destes impostos (10% de impostos “recíprocos”, 25% sobre a indústria automóvel, o aço e o alumínio) ainda estão em curso. Se estas negociações forem bem-sucedidas, o acordo com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial dos britânicos, será muito mais pequeno do que aquele que sonham finalizar desde que saíram da UE.

O Reino Unido já tinha concluído vários acordos comerciais pós-Brexit antes daquele com a Índia, por exemplo, com a Austrália e a Nova Zelândia, e aderiu à Parceria Transpacífica (CPTPP), que conta com 12 membros, incluindo o Japão e o Canadá. Mas, dado o baixo volume de comércio com a maioria destes países, estes acordos têm um âmbito mais estratégico e político do que comercial, e o acordo de comércio livre com a UE, que o Reino Unido pretende aprofundar ainda mais, continua a ser de longe o mais importante.

O acordo com a Índia aumentará o comércio bilateral em 25,5 mil milhões de libras (30 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), mas, no final do dia, acrescentará apenas 4,8 mil milhões de libras ao PIB nominal do Reino Unido, de cerca de 2,8 biliões de libras, de acordo com a Câmara dos Comuns.

Londres, que importa cerca de um terço mais da Índia do que exporta, manteve fortes laços económicos e culturais com a sua antiga colónia – 1,9 milhões de pessoas de origem indiana vivem no Reino Unido. O comércio entre os dois países vale mais de 40 mil milhões de libras (47 mil milhões de euros) por ano, segundo o governo britânico.

As visitas turísticas, mas também as visitas profissionais ou educativas, bem como os serviços profissionais representam uma parte predominante dos intercâmbios. Os consumidores britânicos deverão assistir a uma descida dos preços de certos produtos de vestuário, calçado e alimentos, como o camarão congelado, referiu ainda o comunicado britânico.

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