Taxas, publicidade ou dinheiros públicos. Como são financiados os serviços públicos de rádio e televisão?

No caso português, a contribuição audiovisual e a publicidade permitem o funcionamento da RTP, serviço público de rádio e televisão. Mas e em outros mercados, como é assegurado esse financiamento?

Na última semana o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, confirmou que o governo quer rever o contrato de concessão da RTP, “algo que está atrasado há muitos anos”. Por outro lado, Nicolau Santos, presidente da RTP, defendeu que com os valores atuais da Contribuição Audiovisual (CAV) não vai ser possível continuar a manter oito canais de televisão e sete de rádio.

Periodicamente, algumas vozes, principalmente entre os operadores privados, levantam-se na defesa de que a RTP não devia concorrer por publicidade com os operadores privados, tal como defenderam os CEO da Impresa, Media Capital e Medialivre no Estado da Nação dos Media, debate organizado pela APCD no âmbito do 33.º Congresso das Comunicações em maio.

Há também algumas críticas quanto à obrigatoriedade do pagamento de uma taxa pelo serviço da RTP por todos os contribuintes, quer sejam ou não utilizadores dos seus serviços.

Recorde-se que o financiamento de toda a estrutura do operador público (canais de televisão e rádios) é assegurado através da CAV – que representa 80% do financiamento e cujo valor não é atualizado desde 2016 – e das receitas provenientes de publicidade (20%). A CAV é uma taxa que surge discriminada na fatura da eletricidade e que tem o valor mensal de 2,85 euros (3,02 euros, com IVA). Ou seja, por ano, são 36,24 euros.

Celebrado entre o Estado e a RTP, o contrato de concessão do serviço público de rádio e televisão atualmente em vigor data de 2015. Por altura da apresentação do Livro Branco sobre o serviço público de media, em maio do ano passado, a sua coordenadora Felisbela Lopes defendeu que o enquadramento legal e o contrato de concessão estão “desajustados da realidade”.

A RTP tem futuro, se quem tem responsabilidade política – tutela e parlamento – reunir as condições necessárias para o efeito, nomeadamente alterando o respetivo enquadramento legal e o contrato de concessão, hoje desajustados da realidade”, disse Felisbela Lopes na altura.

O serviço público na Europa

Mas e noutros países? Como é assegurado o financiamento das empresas responsáveis pelo serviço público audiovisual?

Em termos de publicidade, no caso da espanhola RTVE e da britânica BBC, os serviços não dispõem desta receita. Já a France Télévisions e a italiana RAI – caso mais parecido com o português, onde a taxa paga pelos consumidores também está indexada à fatura da eletricidade – contam com a publicidade para se financiarem, assim como acontece no caso das emissoras de serviço público na Alemanha.

Em França foi abolido recentemente o pagamento de uma taxa pelos contribuintes (financiamento da France Télévisions é feito através da alocação de uma parte da receita de IVA recolhida pelo governo francês). Em Espanha é o governo quem assegura o financiamento da RTVE, que conta ainda com um financiamento feito através de uma taxa sobre as receitas dos operadores de televisão paga sediados em Espanha. Já o financiamento da BBC é assegurado, essencialmente, através de contribuições dos cidadãos.

RTVE (Espanha)

No caso geograficamente mais próximo do português, a Corporación de Radio y Televisión Española (RTVE), em Espanha, conta desde 2010 com um financiamento feito exclusivamente através de subsídios públicos. Antes disso, o operador público espanhol beneficiava de um sistema de financiamento misto, composto por receitas provenientes da publicidade e por uma compensação do Estado espanhol para o cumprimento da sua missão de serviço público.

Com as alterações ao modelo de financiamento aprovadas em 2009 pelo governo espanhol, a publicidade deixou de constar no modelo de financiamento da RTVE, tendo sido estabelecidas medidas fiscais visando a compensação da perda dessa quantia, como a implementação de uma taxa sobre as receitas dos operadores de televisão paga sediados em Espanha.

Além disso, a lei instituída em 2009 prevê também que, caso as fontes de financiamento sejam insuficientes para cobrir a totalidade dos custos da RTVE no cumprimento da sua missão de serviço público, o Estado é obrigado a colmatar essa falta.

Em 2022, o El Economista referia que a RTVE – que integra sete canais de televisão e seis emissoras de rádio – estava cada vez mais cara e que “custava” mais de 20 euros anuais a cada espanhol. Já o La Vanguardia referia que as compensações do Estado pelo cumprimento de obrigações de serviço público ascendiam a um total de 530 milhões de euros para 2023, num aumento de 85 milhões face a 2022.

BBC (Reino Unido)

No caso da BBC (British Broadcasting Corporation), operadora pública de rádio e televisão do Reino Unido, primeiro país onde surgiu o conceito de serviço público de televisão, em 1926, o financiamento é assegurado, maioritariamente, através de contribuições dos cidadãos.

Por lei, e segundo a própria BBC, cada residência no Reino Unido deve pagar uma “licence fee”, anual e obrigatória para quem assiste a qualquer canal por meio de um serviço de televisão ou de streaming. Este ano o valor foi aumentado para 169 libras (cerca de 200 euros) e os consumidores podem optar por pagar esta licença de forma parcelada ao longo de 12 meses.

Esta licença deve ser paga por cada agregado familiar no Reino Unido que “assista ou grave programas enquanto eles são exibidos ao vivo em qualquer canal de televisão, assista a programas ao vivo em qualquer serviço de televisão online – por exemplo, Canal 4, YouTube ou Amazon Prime Video – faça o download ou assista a qualquer programa da BBC no BBC iPlayer”. No entanto, se não for usado o BBC iPlayer, o agregado não precisa de uma licença para assistir a conteúdos em canais de streaming como Netflix ou YouTube, desde que não sejam transmitidos ao vivo.

Estas regras são aplicadas independentemente de qual o dispositivo em que o conteúdo é visto, como televisão, computador, telemóvel ou tablet.

O pagamento desta licença representou cerca de 65% do total de 5,73 mil milhões de libras de receita da BBC em 2023, sendo que o restante foi resultado de atividades comerciais, doações, royalties e rendas. A BBC também recebe mais de 90 milhões de libras por ano do governo, quantia que visa apoiar o funcionamento do seu departamento.

A BBC, que conta com 13 canais de televisão, 17 rádios nacionais, oito rádios na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte e 40 rádios locais, não conta com a publicidade como método de financiamento no Reino Unido.

O governo britânico já anunciou uma revisão quanto ao método de financiamento do operador para o futuro, sendo que o atual acordo em vigor expira no final do ano de 2027.

France Télévisions (França)

No caso Francês, a “redevance audiovisuelle“, ou seja a contribuição para o audiovisual que representava um encargo de 138 euros anuais para as famílias francesas, foi abolida em 2022. Esta contribuição era feita por todos aqueles que estivessem sujeitos ao imposto habitacional e que possuíssem uma televisão.

A abolição deste imposto foi uma promessa de campanha do presidente Emmanuel Macron, tendo a medida enfrentado diversas críticas por parte da oposição mais à esquerda. O montante amealhado através desta taxa passou a ser substituído pela alocação de parte da receita de IVA recolhida pelo Estado.

A France Télévisions, empresa responsável pelo fornecimento do serviço público de televisão em França (com cinco canais de televisão nacionais e 24 canais regionais), conta também com publicidade como forma de financiamento. A dotação pública para 2024 ascende a 2,57 mil milhões de euros num orçamento total de três mil milhões, segundo o Le Figaro.

RAI (Itália)

Em Itália, o financiamento da RAI (Radio Audizioni Italiane) é também suportado através de uma taxa aplicável sobre quem é possuidor, no local da sua residência, de um “dispositivo adequado ou adaptável à receção de emissões televisivas, ou qualquer dispositivo equipado com sintonizador para receção do sinal da antena”.

Esta taxa, conhecida como “Canone RAI” e que atualmente tem o valor de 70 euros, é cobrada na conta da luz de forma parcelada sempre que um membro da família em causa for titular de contrato de fornecimento de energia elétrica na casa onde reside. O valor de 70 euros é dividido em 10 parcelas de sete euros na fatura de eletricidade de janeiro a outubro (no caso das faturas mensais) ou de 14 euros em faturas bimestrais.

A RAI – que disponibiliza 13 canais de televisão e oito de rádio conta também com publicidade como forma de financiamento. Em 2022, enquanto a receita total da taxa de licença da RAI foi de quase dois mil milhões de euros (1.946 milhões), a publicidade gerou um retorno total de cerca de 700 milhões.

Alemanha

Na Alemanha, as emissoras de serviço público incluem aquelas pertencentes à ARD (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Direito Público da República Federal da Alemanha), o canal ZDF (Zweites Deutsches Fernsehen) e a Deut­schlandradio. Estas emissoras de “direito público” são financiadas através de receitas com origem em publicidade e de uma contribuição obrigatória por parte da população alemã, com a chamada “taxa de transmissão” (Rundfunkbeitrag).

No contexto alemão, cada casa tem assim de pagar um valor equivalente a 18,36 euros mensais, naquela que é vista como uma garantia de que estas emissoras mantenham a sua independência face a empresas privadas ou ao próprio Estado. Este valor pode ser pago de forma trimestral (55,08 euros), semestral (110,16 euros) ou anual (220,32 euros).

A taxa é paga diretamente à entidade responsável pelo serviço de contribuições (Der Beitrags­service) do serviço público de radiodifusão, que depois distribui as receitas entre as emissoras ARD (composta por nove canais), ZDF e Deutschlandradio. Em 2022, estas receitas totalizaram 8,4 mil milhões de euros.

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PS/Madeira diz que reunião de negociação do Programa do Governo é farsa e rejeita participar

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

O socialista defendeu que "o que está em causa não são as medidas, o que está em causa é precisamente este Governo do PSD e o seu presidente, Miguel Albuquerque".

O PS/Madeira não vai participar na reunião de segunda-feira com o Governo Regional e o PSD para consensualizar medidas para o Programa do Governo, indicou hoje o presidente da estrutura regional do partido, Paulo Cafôfo, classificando o encontro de “farsa”.

Nós não vamos participar numa reunião que é uma encenação e que é uma farsa. Nós não alinhamos nestas encenações e nestas farsas. E, portanto, não temos a confiança no Governo, não temos a confiança em Miguel Albuquerque e, por isso, a nossa posição mantém-se“, afirmou Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas à margem da reunião da comissão política do PS/Madeira, na sede do partido, no Funchal.

O socialista defendeu que “o que está em causa não são as medidas, o que está em causa é precisamente este Governo do PSD e o seu presidente, Miguel Albuquerque“.

“Num momento em que assistimos a uma farsa nesta região, em que assistimos a um contorcionismo por diversos atores políticos, nós não entramos nesse jogo nem nessa farsa e nessa encenação“, reforçou.

Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciou a retirada do Programa do Governo da discussão que decorria no parlamento madeirense, com votação prevista para o dia seguinte, quinta-feira.

O documento seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 que compõe o hemiciclo, anunciaram o voto contra.

Na quinta-feira, o executivo madeirense indicou, em comunicado, que convidou todos os partidos com assento parlamentar para uma reunião, na segunda-feira, para consensualizar propostas para o Programa do executivo.

O presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, disse hoje que a retirada do Programa do Governo constitui uma derrota para o PSD e para Miguel Albuquerque.

E não deixa de ser significativo que um presidente do Governo que deu as garantias de que tinha condições para ser indigitado como presidente do Governo, que tinha apoio dos partidos da direita para fazer passar a moção de confiança, agora venha dizer que nunca deu essas garantias“, acrescentou.

Paulo Cafôfo criticou também que o diálogo não tenha ocorrido antes de entregar o Programa do Governo no parlamento regional, que Miguel Albuquerque não participe da reunião de segunda-feira e que todos os partidos reúnam ao mesmo tempo.

Se fosse para participarmos todos ao mesmo tempo porque é que se retirou o Programa do Governo e não o continuávamos a discutir na Assembleia Regional?“, questionou.

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.

Também após o sufrágio, o PS e o JPP (com um total de 20 mandatos) anunciaram um acordo para tentar retirar o PSD do poder, mas o representante da República, Ireneu Barreto, entendeu que não teria viabilidade e indigitou Miguel Albuquerque.

As eleições de maio realizaram-se oito meses após as legislativas madeirenses de 24 de setembro de 2023, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.

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Ministério adiou reuniões marcadas para a próxima semana com sindicatos médicos

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

"Impõe-se que esta negociação aconteça quanto mais célere melhor, nem pode ser de outra maneira", afirma a Federação Nacional dos Médicos, alertando que "este verão ainda vai ser pior que os outros".

O Ministério da Saúde adiou as reuniões negociais que estavam agendadas para a próxima semana com a Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos, disseram à Lusa os respetivos líderes sindicais.

Ao contrário do que estava programado e a pedido do Ministério da Saúde, a reunião negocial agendada para dia 25 {terça-feira], às 15:00, foi adiada para data a designar”, adianta a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Nuno Rodrigues, disse que a reunião com o SIM prevista para segunda-feira também foi adiada, mas disse que ficou agendada para 03 de julho.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, adiantou que a federação recebeu a informação do Ministério da Saúde na sexta-feira à noite a dizer que, por “motivos imprevistos e ponderosos“, a reunião agendada para terça-feira não se pode realizar

Para a dirigente sindical, o adiamento da reunião sem uma nova data marcada “não é um bom sinal“, adiantando que a FNAM vai exigir ao Ministério da Saúde que marque “uma reunião em breve” para arrancar com o processo negocial.

Impõe-se que esta negociação aconteça quanto mais célere melhor, nem pode ser de outra maneira”, porque “senão este verão ainda vai ser pior que os outros“, uma vez que continuam a faltar médicos no Serviço Nacional de Saúde, avisou Joana Bordalo e Sá.

Além disso, referiu que os médicos estão com “uma grande expectativa nesta negociação” e, por isso, este adiamento “não vai ser visto propriamente com bons olhos”.

“As pessoas estão cansadas, estão esgotadas e precisam de um sinal de que efetivamente as coisas possam resolver ou melhorar a situação” no Serviço Nacional de Saúde.

Ressalvou, contudo, que tem “algumas esperanças” nesta negociação se for incluído no protocolo negocial as grelhas salariais e as condições de trabalho, nomeadamente a reposição das 35 horas, a reposição do internato médico na carreira e a “justa progressão na carreira”.

“Eram situações que nós queríamos ver obrigatoriamente incluídas no protocolo negocial, sendo que a questão das grelhas salariais obrigatoriamente teria que estar resolvido até ao fim de setembro, antes da aprovação do Orçamento do Estado”, disse a dirigente.

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📹 Quais são os jogadores mais valiosos do Euro 2024?

  • ECO
  • 22 Junho 2024

Uma semana após o arranque do Euro 2024, alguns dos jogadores mais valiosos do futebol europeu já pisaram os relvados dos estádios alemães. Conheça quais são os jogadores mais "caros" do Euro 2024.

O Euro 2024 arrancou há cerca de uma semana na Alemanha e por esta altura alguns dos melhores futebolistas do mundo já se exibem nos relvados dos dez estádios que até 14 de julho recebem os jogos da competição. Veja no vídeo abaixo quais são os dez jogadores mais valiosos do Euro 2024, segundo dados da plataforma Transfermarkt.

http://videos.sapo.pt/tJ97W6Ok8M7Q6qmoknFv

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OMD é a agência digital do ano dos Prémios Sapo

  • + M
  • 22 Junho 2024

A Meo é o "anunciante digital do ano" e o projeto "Partilha Casa", da operadora, foi considerado a "campanha digital do ano".

A OMD é a “agência digital do ano” dos Prémios Sapo. A 22.ª edição destes prémios, que visam “reconhecer o que de melhor se faz na publicidade digital em Portugal”, contou com 200 candidaturas, que foram avaliadas por um júri “de referência no país”.

Este júri considerou ainda que a Meo é o “anunciante digital do ano”, distinguindo ainda o projeto “Partilha Casa” da operadora como “campanha digital do ano”. Enquanto o Expresso foi considerado “órgão de comunicação digital do ano”, o Notícias do Sorraia foi distinguido na mesma categoria, mas a nível regional.

Já em termos de campanhas, a “Meo Partilha Casa”, da OMD, foi distinguida enquanto “campanha mais original em display”. Esta campanha ganhou também na categoria de “vídeo mais inovador”, a par de “Beirão de Sorte“, da agência Mustard para a Licor Beirão.

Em “melhor spot de áudio digital” ganhou a campanha “New Lower Prices – Mais baixo, Anabela!” da EssenceMediacom e da Uzina para a Ikea. Ainda dentro do áudio, mas enquanto melhor podcast de marca, venceu “A Duas Vozes”, do Meo, com a agência TTouch.

Já a campanha “A McDonald’s Segue-te“, das agências OMD, TBWA, Fullsix e LPM, foi a distinguida na categoria de “melhor estratégia de engagement em redes sociais”.

Na categoria “melhor story-telling digital em content marketing” foram duas as campanhas distinguidas, a “Dream Team“, da WYCreative, e “Beirão de Sorte”.

Por outro lado, a campanha “Filhos do Euro“, da Bar Ogilvy Portugal para a Meo, ganhou enquanto “melhor estratégia de native-advertising”. Já a campanha “Bilhetes Liga”, da Arena Media para o Continente, foi a vencedora em “melhor campanha de adressable-TV”.

Pelas mãos da Bar Ogilvy Portugal, “Em Nome da Mulher“, feita para a Penguin Random House, recebeu o prémio de “melhor estratégia 100% digital”.

Desde a sua primeira edição no ano 2000, os Prémios Sapo já receberam um total de 2900 candidaturas, tendo entregue cerca de mil troféus.

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Portugal defronta Turquia e pode garantir ‘oitavos’

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

Em três duelos com os turcos em Europeus, Portugal venceu por 1-0 no Euro 1996 e por 2-0 no Euro 2008, ambos na fase de grupos, enquanto no Euro2000 triunfou igualmente por 2-0.

Portugal pode garantir este sábado o apuramento para os oitavos de final do Campeonato da Europa de futebol de 2024, na Alemanha, se vencer a Turquia que, tal como a equipa lusa, qualifica-se ganhando.

Dortmund recebe os líderes do Grupo F, na segunda jornada, com a seleção nacional a defrontar um rival de boa memória no torneio, naquele que será o quarto embate entre os dois países na competição.

Após o 2-1 com a República Checa, em Leipzig, na primeira jornada, novo triunfo deixa Portugal já apurado para os oitavos de final, na pior das hipóteses como um dos quatro melhores terceiros classificados.

Em caso de triunfo, Portugal pode mesmo assegurar já o primeiro lugar do agrupamento, desde que a República Checa vença ou empate com a Geórgia, em partida que se realiza horas antes, em Hamburgo.

Se este cenário se confirmar, Portugal fica logo a saber que irá jogar os oitavos de final em Frankfurt, em 01 de julho, perante o terceiro classificado dos grupos A, B ou C.

Em oito participações em Europeus, Portugal seguiu sempre para a fase a eliminar.

Em três duelos com os turcos em Europeus, Portugal venceu por 1-0 no Euro 1996 e por 2-0 no Euro 2008, ambos na fase de grupos, enquanto no Euro2000 triunfou igualmente por 2-0, mas nos ‘quartos’, graças a um ‘bis’ de Nuno Gomes.

Na estreia, a Turquia, comandada pelo italiano Vincenzo Montella, bateu a Geórgia, por 3-1, com destaque para o jovem Arda Güler, de 19 anos. O extremo do Real Madrid marcou um grande golo e aparece como principal ameaça para Portugal.

O Turquia-Portugal está agendado para as 18:00 locais (17:00 horas de Lisboa), no Signal Iduna Park, e terá arbitragem do alemão Felix Zwayer. A equipa lusa fecha o Grupo F em 26 de junho, em Gelsenkirchen, frente à Geórgia.

O nono dia do Euro2024 conta ainda com o jogo que fecha o Grupo E, com a Roménia, que bateu a Ucrânia por 3-0, a defrontar a Bélgica, derrotada por 1-0 pela Eslováquia. Na sexta-feira, os ucranianos bateram os eslovacos por 2-1.

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Governo já tem auditoria à responsabilidade dos serviços na Operação Maestro, que envolve Manuel Serrão

Agência para o Desenvolvimento e Coesão e Inspeção-Geral de Finanças tinham de entregar até sexta "um inquérito rigoroso" para avaliar eventuais responsabilidades dos serviços na Operação Maestro.

O ministro Adjunto e da Coesão já recebeu a auditoria que encomendou para apurar se os serviços do Estado, que lidam com fundos europeus, tiveram alguma responsabilidade nas fraudes em investigação no âmbito da Operação Maestro, que investiga o empresário Manuel Serrão e o alegado uso fraudulento de fundos europeus, confirmou ao ECO fonte oficial do gabinete de Manuel Castro Almeida.

A Agência para o Desenvolvimento e Coesão realizou, em colaboração com a Inspeção-Geral de Finanças, um inquérito à ação de controlo das entidades que estiveram de alguma forma envolvidas na suspeita de fraude com fundos europeus, que envolve Manuel Serrão e Júlio Magalhães. Compete, IAPMEI e AICEP foram as entidades alvo deste inquérito interno.

O objetivo era “apurar a regularidade dos procedimentos e decisões dos diferentes organismos públicos que tiveram intervenção na análise e aprovação dos pagamentos, mas também na validação e pagamento das despesas”, revelou ao ECO, na atura, o responsável que tem agora a tutela dos fundos europeus.

O resultado deste inquérito tinha de ser entregue até 21 de junho (esta sexta-feira) e o prazo foi respeitado.

Será em função das conclusões desta investigação que o Executivo irá avaliar se existem ou não motivos para afastar algum responsável dos respetivos cargos. Recorde-se que o Ministério Público suspeita do “comprometimento” do presidente do Compete 2020, Nuno Mangas, e de uma antiga vogal, assim como de diretores da AICEP, no alegado esquema fraudulento que permitiu obter 39 milhões de euros em fundos comunitários.

“Se for verdade que alguém esteve oito anos a viver num hotel pago por fundos europeus, tenho de saber se da parte dos serviços públicos foi feito o que era devido, se foram cumpridas as obrigações ou se há casos de negligência ou colaboracionismo numa coisa deste género”, disse Castro Almeida no Expresso da Meia Noite da SIC Notícias. O inquérito servirá também para aferir “se os serviços estão ou não aptos para detetar este tipo de fraudes”, acrescentou o responsável, acrescentando, contudo, que “nunca” vão “conseguir detetar as fraudes todas”.

Na vertente judicial, Manuel Serrão e Júlio Magalhães já foram constituídos arguidos na Operação Maestro, que investiga um alegado esquema fraudulento de obtenção, desde 2015, de quase 39 milhões de euros para 14 projetos cofinanciados por fundos europeus.

O Ministério Público (MP) considera o empresário portuense e vogal da Associação Selectiva Moda “o principal mentor” de um alegado esquema na obtenção de subsídios comunitários e que levou a Polícia Judiciária a realizar, em 19 de março, 78 buscas no âmbito da Operação Maestro, na qual são também suspeitos o jornalista Júlio Magalhães, António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva.

A investigação sustenta que, pelo menos desde 2015, Manuel Serrão, António Branco e Silva e António Sousa Cardoso, “conhecedores das regras de procedimentos que presidem à candidatura, atribuição, execução e pagamento de verbas atribuídas no âmbito de operações cofinanciadas por fundos europeus, decidiram captar, em proveito próprio e das empresas por si geridas, os subsídios atribuídos à Associação Selectiva Moda e às sociedades No Less e House of Project — Business Consulting”.

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ASAE suspende 16 restaurantes ilegais em zona turística de Lisboa

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

A ação de fiscalização foi levada a cabo pela Unidade Regional do Sul e teve como principal objetivo verificar o cumprimento das regras para a atividade de restauração e bebidas.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu 16 restaurantes ilegais, numa zona turística de Lisboa, e instaurou 24 processos de contraordenação, no âmbito de uma fiscalização a estabelecimentos de restauração e bebidas, anunciou este sábado a entidade.

No âmbito da Operação Ocultus, foi “determinada a suspensão de atividade de 16 estabelecimentos de restauração e bebidas, por falta de licenciamento e por violação dos deveres gerais e específicos da entidade exploradora”, informou a ASAE, em comunicado.

A ação de fiscalização foi levada a cabo pela Unidade Regional do Sul — Unidade Operacional de Lisboa da ASAE, e teve como principal objetivo verificar o cumprimento das regras para a atividade de restauração e bebidas, com especial enfoque no licenciamento e nas condições técnico-funcionais e de requisitos de higiene, na cidade de Lisboa.

Foram fiscalizados 26 operadores económicos em zona predominantemente turística, tendo sido instaurados 24 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações de contraordenação, falta de licenciamento para exercício da atividade, falta de requisitos de higiene, falta de implementação de HACCP [Análise de perigos e pontos críticos de controlo], a violação dos deveres específicos da entidade exploradora, entre outras”, refere-se na mesma nota.

A operação resultou ainda na apreensão de cerca de 300 kg de géneros alimentícios por falta de requisitos, num valor de 600 euros.

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UE quer evitar guerra comercial com China sobre carros elétricos

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

A posição surge numa altura em que a UE realiza várias investigações a alegadas subvenções chinesas ilegais a empresas que operam no bloco comunitário, nomeadamente de carros elétricos.

A União Europeia (UE) espera conseguir encontrar “um terreno comum” para evitar guerra comercial com a China no setor dos carros elétricos, no qual ameaça impor tarifas à importação de veículos de fabricantes chinesas para contestar subvenções estatais.

Quando vemos a situação em que se encontram os subsídios da China que distorcem o comércio, causando riscos para a indústria europeia, temos de atuar, mas nós atuamos de uma forma ponderada e compatível com a OMC [Organização Mundial do Comércio], por isso não vemos qualquer base para conflitos comerciais“, afirma em entrevista à agência Lusa em Bruxelas o vice-presidente executivo da Comissão Europeia responsável pela tutela do Comércio.

Poucos dias depois de o executivo comunitário ter ameaçado avançar com tarifas à importação, pela UE, de carros elétricos de fabricantes chinesas (de marcas como a BYD, Geely e SAIC), Valdis Dombrovskis diz à Lusa que o bloco comunitário está “disponível para encontrar uma solução mutuamente disponível com a China”.

A imposição de tarifas não é o único resultado possível desta investigação“, acrescenta, dizendo esperar que se alcance “um terreno comum ou mútuo”, que passaria por exemplo pela retirada das subvenções estatais às fabricantes chinesas de carros elétricos ou pela garantia de que estas não se aplicam às empresas exportadoras para a UE.

“Esta é também uma forma de resolver a situação”, adianta Valdis Dombrovskis, acreditando ser “possível” alterar o comportamento chinês.

A posição surge numa altura em que a UE realiza várias investigações a alegadas subvenções chinesas ilegais a empresas que operam no bloco comunitário, nomeadamente de carros elétricos, que já motivaram várias críticas de Pequim e a ameaça de uma queixa à OMC.

Em causa está a investigação iniciada em outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis elétricos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor que os dos concorrentes comunitários.

Na semana passada, a Comissão Europeia ameaçou aumentar, a partir do início de julho, as tarifas das importações de veículos elétricos da China pela UE, após ter concluído provisoriamente haver práticas desleais de Pequim em benefício de construtores chineses.

Em comunicado divulgado na altura, o executivo comunitário indicou que, provisoriamente, as importações de veículos elétricos da BYD poderão ser taxadas em 17,4%, da Geely em 20% e da SAIC em 38,1%, sendo estas as marcas incluídas na amostra investigada, numa decisão que será então comunicada a 04 de julho.

Para além dos três mencionados no comunicado, outros construtores chineses de carros elétricos que cooperaram com a investigação mas não foram incluídas na amostra serão taxadas em 21% e as que não cooperaram em 38,1%.

Esta data de 04 de julho diz respeito à conclusão da investigação, quando se podem então aplicar direitos de compensação provisórios através de uma garantia decidida pelas alfândegas de cada Estado-membro, sendo que estes depois se podem tornar definitivos a partir de 02 de novembro, segundo indicaram fontes comunitárias à Lusa.

As mesmas fontes indicaram esperar que o mercado europeu seja “suficientemente competitivo” para que tais tarifas não sejam repercutidas no consumidor.

Segundo a Comissão Europeia, os veículos chineses têm uma penetração de 8% no mercado comunitário – que poderá duplicar para 15% em 2025, se a mesma taxa se mantiver – e custam 20% menos que os europeus.

Em meados de maio, os Estados Unidos anunciaram novas tarifas no valor de 18 mil milhões de dólares (16,6 mil milhões de euros) sobre as importações de produtos chineses, sendo os veículos elétricos os mais atingidos, com taxas que sobem de 25% para 100%.

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#9 Do Kebab ao Bacalhau à Brás e ao 11 de Portugal

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Há seleções que passaram de favoritas a vencer o Euro 2024 a favoritas a aborrecer-nos. A França tem um plantel excelente à disposição e vai para a terceira jornada no segundo lugar, com apenas um golo marcado (e foi auto-golo, a favor). O duelo com os Países Baixos prometia, mas desiludiu. Ao longo do dia, a Ucrânia, com Trubin na baliza, deu reviravolta e venceu a Eslováquia, enquanto a Polónia foi derrotada pela Áustria e tornou-se na primeira equipa eliminada no Euro 2024.

Posto isto, é hora de colocar novamente os olhos em Portugal. No Signal Iduna Park (Estádio do Borussia Dortmund) às 17h00, o conjunto de Roberto Martínez vai enfrentar a Turquia na segunda jornada do Grupo F. Deixamos em baixo vários apontamentos a ter conta sobre Portugal e o adversário Turquia.

Os 3 Cantos do Portugal x Turquia

Kebab para o jantar?

Não, obrigado. Há coisas mais importantes sobre que pensar, tais como a pressão alta da Turquia, o papel de Orkun Kokçu a chegar a zonas de finalização, a construção a partir da esquerda, o ataque entre-linhas, as bolas paradas e o remate de meia-distância de Hakan Çalhanoglu e o talento de Arda Guler (que, segundo o selecionador Vincenzo Montella, está em dúvida para o jogo). A Turquia tem qualidade e vem com confiança. No entanto, também é verdade que apresenta lacunas defensivas e tem muito a melhorar. Algo para Portugal explorar na partida.

E um bacalhau à Brás?

Depende. Depende se Roberto Martínez afine a dinâmica ofensiva, sobretudo o corredor direito que demonstrou falta de imprevisibilidade, e aprende com a Chéquia, ao nível de gestão de plantel na segunda parte. A necessitar de outras soluções, Pedro Neto e Francisco Conceição são jogadores que podem agitar as águias. Ou melhor “espalhar as brasas”. Certamente Portugal mudará o onze inicial, até porque mudam as características e o contexto. A presença de mais um médio já seria fundamental, também para evitar cruzamentos atrasados e remates à entrada da área. Viu-se no golo da Chéquia, mas a verdade é que permitiram mais jogadas deste tipo e contra a Turquia pode ser fatal.

11 de Portugal

Adivinhar o 11 de Portugal já se percebeu como uma tarefa difícil. No último jogo, Roberto Martínez surpreendeu totalmente ao apresentar três laterais (João Cancelo como médio, a jogar com bola; Nuno Mendes na esquerda e Diogo Dalot na direita). Frente à Turquia, haverá certamente mudanças. Diogo Costa deve manter-se.

A previsão para o eixo defensivo é de uma linha de quatro com Nuno Mendes na lateral-esquerda, Rúben Dias e Pepe a centrais e João Cancelo já na direita para dar maior pujança ao corredor. Jogando em 4-3-3, são necessários três médios que podem ser João Palhinha, Vitinha e Bruno Fernandes. No ataque, Cristiano Ronaldo é presença assídua e pode ser acompanhado por Diogo Jota e Bernardo Silva. Maior dúvida é perceber o corredor direito e ver se Francisco Conceição ganha um bilhete dourado para o onze.

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João Leão vê “risco significativo” de OE2025 ser chumbado e Portugal voltar ao défice

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

João Leão é, desde início de março, o membro português do Tribunal de Contas Europeu, num mandato que dura até fevereiro de 2030.

O ex-ministro das Finanças João Leão considera que há “risco significativo” de o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) ser chumbado no parlamento, o que poderia causar eleições antecipadas, e de Portugal voltar ao défice no próximo ano.

“Se existe o risco de o Orçamento não ser aprovado, isso existe, porque admito que, dos dois principais partidos da oposição [PS e Chega] em termos de número de deputados, […] nenhum deles gostaria de ser ele a viabilizar o Orçamento e gostaria que fosse outro partido a viabilizar, […] portanto, há um risco aqui significativo de o Orçamento não ser viabilizado“, disse João Leão em entrevista à agência Lusa, no Luxemburgo.

Caso isso aconteça, o ex-governante aponta que existe também “risco” de haver eleições legislativas antecipadas.

“Embora eu esteja convencido de que, durante 2025, seja possível executar o Orçamento com base em duodécimos, pode ser entendido que manter esta solução por não apenas um ano, mas até mais do que um ano, seja demasiado prolongado”, por criar “uma sensação de incerteza”, referiu João Leão.

Na entrevista à Lusa, o responsável falou também de um outro “risco”, relacionado com o de Portugal voltar a ter défice em 2025, perante alertas do Banco de Portugal (BdP) dada a aprovação recente pelo parlamento de medidas com impacto orçamental.

“Eu partilho destes receios [do BdP]”, pois “há o risco de vir a ter défice a partir do próximo ano“, apontou João Leão, propondo “uma solução de que seja mais sustentável em termos de mecanismos de decisão” ao nível parlamentar, dado se tratar de um executivo minoritário.

Numa altura em que o Governo prevê um excedente orçamental de 0,2% a 0,3% este ano e no próximo e crescimento económico de 1,5% em 2024 e de 1,9% em 2025, João Leão fala num “cenário macroeconómico ambicioso e otimista”, ao qual se junta o impacto da atualização das pensões e dos salários e o facto de ser “um Governo sem apoio parlamentar” e de o parlamento poder aprovar medidas que “podem agravar as contas públicas”.

Parte-se de um cenário macroeconómico que prevê que o PIB cresça muito e que as receitas cresçam muito”, o que daria “mais margem para medidas de despesa”, mas “se isso não se confirma, então há um risco acrescido para as finanças públicas“, elencou.

Portugal passou de um défice de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 para um excedente orçamental de 1,2% em 2023, enquanto a dívida das administrações públicas diminuiu de 112,4% do PIB no final de 2022 para 99,1% no fim de 2023.

As projeções da primavera de 2024 da Comissão Europeia sobre Portugal preveem que o PIB português cresça 1,7% este ano e 1,9% em 2025.

Nesta entrevista à Lusa, João Leão abordou também o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), apelando à sua execução por ser “um dos elementos que vai ajudar [o país] a crescer e a ter uma taxa de crescimento do PIB mais elevado”, o que “ajuda neste enquadramento” de incerteza. O PRR português ascende a 22,2 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos e abrange 57 reformas e 284 investimentos.

Até ao momento, Portugal já recebeu 6,12 mil milhões de euros em subvenções e 1,65 mil milhões de euros em empréstimos, com uma taxa de execução do plano de 22%, de acordo com a Comissão Europeia.

Acresce o efeito positivo da imigração em Portugal, de acordo com João Leão: “A imigração é absolutamente fundamental para estabilizar a força de trabalho e o número de trabalhadores na nossa economia“.

Nos próximos anos, sem imigração não há crescimento, ou seja, Portugal pode entrar em estagnação sem crescimento e isso cria dificuldades financeiras e orçamentais”, adiantou.

João Leão é, desde início de março, o membro português do Tribunal de Contas Europeu, num mandato que dura até fevereiro de 2030.

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PRR: Simplificada a devolução do IVA às câmaras e IPSS

Até agora só a Força Aérea e as IPSS, receberam reembolsos de IVA. A Direção-Geral do Ensino Superior já submeteu o primeiro pedido de reembolso, avançou ao ECO Pedro Dominguinhos.

Já foi publicada a portaria que dispensa os pedidos de devolução do IVA por parte das entidades que executam o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de serem acompanhados de uma certificação por um contabilista certificado independente. A alteração poderá ser aplicada aos pedidos que ainda não foram objeto de ordem de pagamento.

“Para permitir uma mais célere execução dos investimentos do PRR e considerando a necessidade de simplificar os procedimentos para a operacionalização do referido mecanismo, importa reduzir os constrangimentos administrativos e financeiros, designadamente através da dispensa da apresentação de certificação por contabilista certificado independente e substituindo a mesma por certificação do contabilista público, à semelhança do processo de prestação de contas no âmbito do Sistema de Normalização Contabilística para as administrações públicas, bem como prevendo-se a consulta junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), por transmissão eletrónica de dados, quanto ao enquadramento dos beneficiários relativamente ao IVA”, explica a portaria publica esta sexta-feira, na atualização do Diário da República e que entra em vigor este sábado.

“O objetivo destas medidas é tornar o processo de transferência do montante equivalente ao IVA mais célere, reduzindo-se os encargos administrativos com os processos que penalizam a sua execução”, acrescenta a portaria assinada pelo ministro Adjunto e da Coesão e das Finanças.

“Já assinei”, disse Manuel Castro Almeida no ECO dos Fundos, o novo podcast do ECO dedicado a fundos europeus que será publicado segunda-feira. “Esse assunto fica resolvido. Era um requisito excessivo, por exemplo, para câmaras municipais estarem a contratar contabilistas certificados específicos para fazer essa análise. Portanto, abolimos essa exigência”, explicou. Por sua vez, o Ministério das Finanças só assinou esta sexta-feira, após o regresso de Bruxelas onde esteve na reunião do Ecofin.

“Considerando que o IVA não é financiado no âmbito do PRR, e que ascende a um valor elevado face ao montante dos projetos”, é “essencial assegurar as condições de tesouraria necessárias para financiar, em tempo útil, a execução dos projetos pelos beneficiários, de modo a concretizar os marcos e metas com que o Estado Português se comprometeu com a Comissão Europeia”, justifica o preâmbulo da portaria.

O presidente da Comissão de Acompanhamento do PRR chegou a fazer uma exposição a alertar para os atrasos que esta medida implicava e os eventuais problemas de tesouraria nas diferentes entidades. “Fiz uma exposição a alertar porque estas entidades já têm contabilistas independentes. Encontrar um outro implicava abrir concurso e o escolhido ter tempo para analisar o processo porque não iria assinar de cruz”, explicou ao ECO Pedro Dominguinhos.

Até agora só a Força Aérea e as IPSS, que beneficiam de um decreto próprio sobre o IVA receberam reembolsos. Mas “a Direção-Geral do Ensino Superior já submeteu o primeiro pedido de reembolso após a validação das faturas na AT”, revelou ao ECO o responsável.

“Com o novo decreto o processo tenderá a acelerar”, concluiu o presidente da CNA.

Na portaria agora publicada, o Governo reconhece que a AT já “tem toda a informação necessária para assegurar que, para cada beneficiário elegível, o reembolso do montante do IVA não foi, nem será, deduzido noutros mecanismos”.

O Executivo de António Costa decidiu em 2021 que todas as entidades da administração central e da Segurança Social, como câmaras ou Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), poderiam reaver o IVA suportado nas despesas de execução de projetos financiados apenas pelo PRR. Mas só em 2023, dois anos depois, publicou a portaria com as regras para se proceder a esta devolução.

Este mecanismo de devolução exigia aos beneficiários um vasto conjunto de documentos a remeter à Recuperar Portugal para comprovar a execução de despesa, nomeadamente dados das faturas, declarações aduaneiras de importação, quando aplicável; documentos que titulem a liquidação do IVA quando esta compete ao adquirente dos bens ou serviços, quando aplicável; documentos comprovativos de restituições.

Além disso, era preciso enviar ainda uma declaração de compromisso do beneficiário, subscrito pelo respetivo dirigente máximo, pelo órgão de administração, pela gerência ou equiparável, de que o montante solicitado, correspondente ao valor do IVA a transferir, não foi nem será deduzido ou restituído; ou, em caso de emissão de nota de crédito, de anulação da fatura ou de devolução ou compensação do valor do IVA à entidade beneficiária a qualquer outro título, o correspondente montante será devolvido no prazo máximo de dez dias úteis, à entidade que procedeu à transferência.

Estas comunicações dos beneficiários, sujeitos passivos de IVA, tinham de ser acompanhadas de certificação por contabilista certificado independente. Mas agora, a partir deste sábado, “os beneficiários integrados na Administração Central, Regional e Local que não tenham natureza, forma e designação de empresa, no subsetor da Segurança Social, e as entidades públicas reclassificadas, ficam dispensados de apresentação da certificação por contabilista certificado”, que passa a ser “substituída por certificação pelo respetivo contabilista público”.

E para que os processos em curso não sejam prejudicados, a portaria determina que as alterações (as segundas introduzidas à portaria original) “podendo ser aplicadas aos pedidos que ainda não tenham sido objeto de ordem de pagamento emitida pela Recuperar Portugal”.

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