Conversa Scholz-Putin abriu “caixa de Pandora”, diz Zelensky

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

A chamada "abre a caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e chamadas telefónicas", disse o presidente da Ucrânia, que acrescenta que assim Putin "mitiga o seu isolamento".

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou esta sexta-feira o telefonema do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Vladimir Putin, por considerar que abriu “a caixa de Pandora” e terá como único efeito diminuir o isolamento do líder russo. “O chanceler Scholz disse-me que tinha a intenção de ligar para Putin. A sua chamada, na minha opinião, abre a caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e chamadas telefónicas. São meras palavras”, disse no seu tradicional discurso noturno à população.

“E isto é exatamente o que Putin procura há muito tempo. É fundamental para ele mitigar o seu isolamento, assim como o isolamento da Rússia, e manter meras conversas que não levarão a lugar nenhum. Há décadas que faz isso”, enfatizou Zelensky. O Presidente ucraniano afirmou que isso permitiu à Rússia evitar qualquer mudança nas suas políticas, “o que, em última análise, levou a esta guerra”.

Em comunicado, o porta-voz da diplomacia ucraniana, Georgy Tykhy, denunciou também que “as conversas com o ditador russo, por si só, não acrescentam qualquer valor para alcançar uma paz justa”, apelando antes a “ações concretas e fortes que o obriguem a fazer a paz, e não à persuasão e às tentativas de apaziguamento”.

Durante a chamada telefónica, o Presidente russo disse ao chanceler alemão que a proposta de paz para a Ucrânia deverá ter em conta “novas realidades territoriais”, exigindo que Kiev abdique das regiões ocupadas por Moscovo. A proposta de paz de junho passado inclui a retirada das tropas ucranianas do Donbass e do sul do país, e ainda a renúncia de Kiev à adesão à NATO.

“Os potenciais acordos devem ter em conta os interesses de segurança da Federação Russa, basear-se em novas realidades territoriais e, acima de tudo, abordar as causas profundas do conflito”, refere um comunicado do Kremlin que resume as observações de Vladimir Putin na conversa com Olaf Scholz.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, congratulou-se com o facto de Olaf Scholz ter transmitido a Putin que nada poderia ser decidido sobre a Ucrânia sem a participação de Kiev. “Recebi um telefonema do chanceler Scholz que me relatou a sua conversa com Vladimir Putin. Fiquei satisfeito por saber que o chanceler não só condenou inequivocamente a agressão russa, como também reiterou a posição polaca: nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, escreveu Donald Tusk na rede social X (antigo Twitter).

Naquela que foi a primeira conversa telefónica entre os dois líderes em quase dois anos, Scholz instou Putin a retirar as tropas da Ucrânia e a negociar com Kiev, indicou hoje o Governo alemão num comunicado. O chanceler apelou a Putin para demonstrar “vontade de encetar negociações com a Ucrânia, com vista a uma paz justa e duradoura” e sublinhou “o compromisso inabalável da União Europeia (UE) com a Ucrânia”, acrescentou a chancelaria.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Alemanha tem sido o segundo maior fornecedor de armas a Kiev, a seguir aos Estados Unidos. A conversa telefónica ocorre num momento muito difícil para a Ucrânia, que se prepara para viver o seu terceiro inverno sob fogo da Rússia, com grande parte das suas infraestruturas energéticas danificadas ou totalmente destruídas.

Com a vitória do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, coloca-se a questão da continuidade da ajuda dos Estados Unidos, que tem permitido à Ucrânia resistir às tropas russas desde fevereiro de 2022.

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S&P eleva rating do banco BPI para ‘A-‘

  • ECO
  • 15 Novembro 2024

A agência norte-americana subiu a notação do BPI, um dia depois de ter elevado o rating do acionista CaixaBank.

A Standard & Poor’s (S&P) subiu o rating de longo prazo do BPI de ‘BBB+’ para ‘A-‘, com perspetiva estável. O banco informou esta sexta-feira o mercado que a decisão surgiu “na sequência da subida de rating do seu acionista CaixaBank, ontem anunciada”, lê-se no comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Sendo uma subsidiária altamente estratégica do CaixaBank”, segundo uma nota da S&P, o BPI fica ainda assim um nível abaixo da notação da casa-mãe (‘A’). Para os próximos 18-24 meses, é “muito improvável” uma nova subida do rating, a não ser que o BPI se torne um elemento core para o CaixaBank ou a notação do banco espanhol suba, tal como o rating de Portugal.

A S&P afirma mesmo que o rating do país “funciona como uma restrição” ou um “limite máximo” na avaliação do banco, uma vez que no hipotético cenário de um incumprimento soberano, o BPI “poderia não receber um apoio suficiente e atempado da sua empresa-mãe para absorver o efeito que tal cenário adverso”.

A agência norte-americana lembra, no entanto, que o rating de Portugal tem perspetiva “positiva” e a S&P admite uma “potencial subida” se a dívida pública continuar a cair.

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Imposto sobre os super-ricos “dificilmente” funcionaria a nível nacional, diz Miranda Sarmento

Proposta será discutida na reunião do G20, na próxima semana. Governo defende que tributação exige "concertação supra nacional" ou caso contrário "dificilmente" terá sucesso.

O ministro das Finanças rejeita que adoção de um imposto sobre os “super-ricos” tenha algum impacto a nível nacional, um tema que será debatido entre os líderes do G20 na reunião que vai decorrer na próxima semana e que contará com a presença de Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Esta é uma daquelas matérias em que não vale a pena procurar ser populista”, começou por responder esta sexta-feira Joaquim Miranda Sarmento, argumentando que a proposta sobre os “super-ricos” exige “concertação a nível europeu”, à semelhança de uma tributação geral sobre o carbono, transações financeiras ou plataformas digitais.

Ou há uma concertação supra nacional ou este tipo de iniciativas dificilmente tem sucesso“, respondeu o governante durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na Assembleia da República, admitindo, no entanto que não vê “grande possibilidade de iniciativas nacionais terem particular sucesso”.

Ainda assim, Joaquim Miranda Sarmento deixa para depois da reunião do G20 uma decisão sobre a posição de Portugal em relação a este imposto. “Não é uma discussão abstrata. Temos de perceber que propostas serão colocadas em cima da mesa e que tipo de alinhamento terão os países da UE e outros parceiros fora da UE. Não é uma discussão binária, depende do que for a evolução dos trabalhos no G20”, frisou o ministro das Finanças.

Em causa está o imposto temporário de “solidariedade” praticado em Espanha desde 2022 e que incide sobre o património líquido dos cidadãos com mais de três milhões de euros. Estima-se que este imposto, cobrado em 2023 e 2024, abranja 0,5% das famílias mais ricas de Espanha. Segundo o The Guardian, se todos os governos do mundo copiassem o imposto espanhol que recai sobre a fortuna dos mais ricos, seria possível arrecadar mais de dois biliões de dólares, ou cerca de 1,82 biliões de euros, verba que poderia ser usada para financiar a transição climática, defendem ativistas.

Relatório sobre benefícios fiscais às empresas chega em 2025

O ministro das Finanças adiantou que o Governo espera que até junho de 2025 a U-Tax, unidade criada pelo anterior Governo, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, apresente o relatório sobre benefícios fiscais atribuídos às empresas, determinando que nessa altura o Governo terá capacidade para tomar “decisões mais informadas” sobre esta matéria.

Joaquim Miranda Sarmento considera ser “importante” ressalvar que só deve ser considerado “como benefício fiscal a perda de receita ou desagravamento” que resulta numa “alteração no consumo ou padrão de decisão dos contribuintes”, e que no caso de as empresas que escolhem Portugal como destino de instalação, considerado “decisivo” para vir para o país, não contribui para uma perda de receita. “A não instalação [dessa empresa] em Portugal não teria alterado o padrão de produção do país”, diz.

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Metas do PRR para expansão do metro de Lisboa eram “impossíveis de atingir”

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

O Governo anunciou que quatro marcos precisavam de ser ajustados na reprogramação do PRR, entre eles a linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures e a expansão do metro de Lisboa.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial afirmou esta sexta-feira que as metas para a execução da linha de metro entre Odivelas e Loures e da expansão da rede de metro de Lisboa “eram impossíveis de ser atingidas”.

O Governo enviou na quinta-feira o sexto pedido de pagamento no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia, no valor de 1,67 mil milhões de euros. O pedido de pagamento de Portugal diz respeito a 22 marcos e oito objetivos, tendo, entretanto o Governo anunciado que quatro marcos careciam de ajustamento no âmbito da reprogramação.

Entre eles, destaca-se o contrato relativo à construção de uma linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures, bem como a expansão da rede de metro de Lisboa. A estes somam-se as assinaturas do contrato para a aquisição de dois ‘ferries’ elétricos para o transporte de passageiros e veículos na Região Autónoma dos Açores, cujo concurso ficou deserto, e do contrato relativo ao navio de investigação multifuncional na Região Autónoma da Madeira.

À margem da apresentação dos primeiros resultados do projeto FAIST, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial explicou que as metas “eram impossíveis de ser atingidas”, sobretudo as relacionadas com o metro. “É totalmente impossível e este Governo já não foi a tempo de conseguir executar dentro do prazo do PRR”, assinalou Manuel Castro Almeida.

O ministro assegurou, no entanto, que os projetos em causa vão ser executados “com fundos nacionais” e que os quatro marcos vão ser substituídos por outros projetos cuja concretização será possível “dentro do prazo”. A Comissão Europeia avaliará agora o pedido e enviará depois ao Comité Económico e Financeiro do Conselho a sua avaliação preliminar do cumprimento por Portugal dos marcos e objetivos exigidos para este pagamento.

O pedido de pagamento de Portugal diz respeito a “reformas que reforçam as competências e a eficácia da administração pública, um novo plano de contabilidade de gestão para o Serviço Nacional de Saúde e um quadro jurídico revisto para a insolvência e a recuperação de empresas”. O pedido de pagamento abrange igualmente investimentos importantes nos domínios dos serviços sociais, da mobilidade ‘limpa’ e da eficiência energética em edifícios residenciais.

Um aumento da produção de eletricidade renovável nas regiões autónomas e a digitalização do sistema escolar e do setor empresarial estão também incluídos nos investimentos, de acordo com o comunicado. O Plano de Recuperação e Resiliência português será financiado num total de 22,22 mil milhões de euros de euros, dos quais 16,33 mil milhões de euros em subvenções e 5,89 mil milhões de euros em empréstimos.

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“Estamos constantemente a testar os limites da inovação”

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  • 15 Novembro 2024

Daniel Clemente, diretor da SIBS International, encerrou o ciclo de conversas no espaço da fintech na Web Summit Lisboa. Empresa tem hoje presença na Europa, Ásia-Pacífico e África.

Chegaram ao fim três dias de conversas e partilha de projetos no espaço da SIBS na Web Summit, onde Daniel Clemente foi o último convidado desta edição. O diretor da SIBS International falou sobre a presença global da empresa, a sua estratégia de crescimento e expansão, mas também sobre a importância da inovação. “Estamos constantemente a testar os limites da inovação”, assegura o responsável.

A disrupção faz parte da ‘tradição’ do grupo que conta já com mais de quatro décadas de experiência no mercado dos pagamentos, o que tem permitido a construção de um “portefólio muito completo de serviços e produtos”. “A nossa escala permite-nos ter serviços muito custo-efetivos, qualidade de serviço fenomenal e segurança”, sublinha Daniel Clemente.

A competitividade da empresa e o know-how acumulado facilitam a abordagem a novos mercados que exigem estratégias personalizada. Atualmente, a SIBS International tem presença na Europa, na Ásia-Pacífico e em África. “Cada uma destas regiões tem características diferentes. Por exemplo, na Europa olhamos mais para o crescimento orgânico, suportamos operações locais e estamos focados em ter presença em todo o continente”, detalha.

nas outras duas regiões, a abordagem concentra-se não na totalidade destes territórios, mas em mercados nacionais “com maior potencial”. Exemplo disso é Angola, onde a empresa tem “um ecossistema de pagamentos bastante desenvolvido com mais de 10 milhões de transações a serem processadas todos os dias localmente”.

A inovação é, como assinala Daniel Clemente, parte central da cultura da organização e não é uma aposta dos últimos anos. “Hoje falamos muito sobre o MB WAY, mas ainda antes disso, em 1996, a SIBS tinha serviços móveis em que podíamos pagar uma conta ou uma transferência peer-to-peer através de SMS em telemóveis muito antigos”, recorda o responsável.

O futuro, esse, passa por continuar a expandir os horizontes do Grupo SIBS, causar impacto positivo em novos mercados e garantir que “o sistema funciona sempre”, sem falhas ou interrupções.

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Congresso Sérvulo centra-se no reporte e diligência ESG

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  • 15 Novembro 2024

O 2º Congresso Sérvulo vai abordar o reporte e diligência devida das medidas ESG. Paulo Câmara, Sócio da Sérvulo&Associados, explica por que escolheram este tema e como as empresas se devem preparar.

Os desafios colocados às empresas pelos novos desenvolvimentos europeus e nacionais ligados à sustentabilidade ambiental, social e de governação serão o mote do II Congresso Sérvulo, que irá dedicar-se ao tema Reporte e Diligência Devida: novos deveres e novos desafios, com foco nas medidas ESG.

Este ano, o congresso, que acontece no dia 26 de novembro, às 9 horas, na Pousada de Lisboa, será dividido em duas sessões principais. A primeira, intitulada CSRD/ESRS: novos deveres de reporte, abordará as exigências decorrentes do relato anual de sustentabilidade aplicáveis às empresas no âmbito da CSRD/ESRS e à sua cadeia de valor.

Na segunda sessão, intitulada CSDDD: novos deveres de diligência devida, os especialistas presentes tratarão temas como os deveres de diligência devida e cadeia de atividades, a articulação com as restrições de direito da concorrência, a preparação do plano de transição, a contratação responsável e a importância das cláusulas éticas, e por fim, a litigância ESG.

A abertura do evento ficará a cargo do Managing Partner da SÉRVULO, Manuel Magalhães. E, depois, ao longo das sessões de debate estarão presentes os seguintes especialistas: Conceição Lucas, Professora da Universidade Católica Portuguesa, Rui Francisco, Presidente, The Sustainability Network, Ana Santos Duarte, Membro da Comissão Executiva do NOVA Knowledge Centre for Business (NOVA BHRE), João Wengorovius Meneses, Fundador da Hub 2050, Ana Filipa Morais Antunes, Professora da Universidade Católica Portuguesa e da SÉRVULO, os sócios Paulo Câmara, Miguel Gorjão-Henriques, Mafalda Ferreira Santos, Rita Canas da Silva, Ana Moutinho Nascimento, e ainda, Maria José Lourenço e Mariana Pinto Ramos, consultora e associada, respetivamente.

Paulo Câmara, Sócio da Sérvulo & Associados e co- coordenador do Departamento de Direito Financeiro, Mercado de Capitais e Corporate Governance, partilhou o motivo pelo qual centraram este segundo congresso no tema do reporte e diligência devida dos ESG e ainda explicou a importância dos novos desenvolvimentos sobre a temática para as empresas.

Como surgiu a ideia de centrar o Congresso deste ano nos novos deveres de reporte e diligência devida na área de ESG? Que motivações e desafios específicos motivaram esta escolha?

O motivo principal pelo qual o II Congresso ESG será centrado nos novos deveres jurídicos de reporte e de diligência devida deve-se, por um lado, ao facto de este ano, ao fim de muito debate, ter sido aprovada a CSDDD (Diretiva europeia de Diligência Devida). Além disso, os relatórios referentes ao exercício de 2024 serão os primeiros a ser apresentados obrigatoriamente ao abrigo da CSRD (Diretiva europeia do Relato de Sustentabilidade) e das normas de relato que a complementam (ESRS). Há uma necessidade muito clara de compreender e de dar a conhecer estes diplomas, que por seu turno obrigam a um esforço muito exigente de adaptação por parte das empresas obrigadas e das empresas que se situem na cadeia de valor/cadeia de atividades em relação a estas.

Na primeira sessão do Congresso, serão abordadas as exigências impostas pela CSRD/ESRS. Que principais transformações estas normas trarão para o reporte anual de sustentabilidade das empresas?

As novidades trazidas pela CSRD/ ESRS centram-se no alargamento das empresas atingidas e, de outro lado, na maior granularidade da informação prestada sobre aspetos ambientais, sociais e governação, que passa a ser obrigatoriamente auditada. Trata-se de um salto qualitativo e quantitativo gigante em relação às anteriores regras sobre informação não-financeira (NFRD). Além disso, o regime informativo passou a assentar numa avaliação de dupla materialidade, que faz relevar não apenas os riscos e oportunidades (numa dimensão outside-in), mas também os impactos relevantes (inside-out) em termos ambientais, sociais e de governação. Mais importante é a circunstância de o relato documentar o trajeto de ajustamento do modelo de negócio de cada empresa, o que obriga a fixar políticas, ações e objetivos e a acompanhar sucessivamente a efetividade da sua execução. Assim, o relato de sustentabilidade não constitui um fim em si mesmo, mas um meio para atingir uma transformação mais estrutural. No seu todo, o quadro reveste elevada complexidade, o que já mereceu algumas críticas – nomeadamente no importante Relatório Draghi sobre a competitividade da UE.

Paulo Câmara, Sócio da Sérvulo & Associados e co- coordenador do Departamento de Direito Financeiro, Mercado de Capitais e Corporate Governance
A importância da cadeia de valor é um tema central no congresso. Como avaliam o papel da cadeia de valor no cumprimento das novas obrigações de reporte e como as empresas podem assegurar a conformidade?

O contexto regulatório atual tornou mais visível, em termos internacionais, o relevo das cadeias de valor. Para a CSRD, as empresas integrantes das cadeias de valor são o ponto de referência de múltiplos deveres de informação. O mesmo sucede com a CSDDD em relação aos deveres de diligência devida, relevando a cadeia de atividades para a prevenção de efeitos negativos potenciais e a cessação de efeitos negativos reais.

As cadeias de valor são parte integrante da vertente operacional das empresas, tanto a montante como a jusante da sua atividade, mas podem ser responsáveis por externalidades negativas, em termos de direitos humanos e ambientais. As ESRS esclarecem que o interveniente na cadeia de valor é considerado a jusante da empresa (por exemplo, distribuidores, clientes) quando recebe produtos ou serviços da empresa; é considerado a montante da empresa (por exemplo, fornecedores) quando fornece produtos ou serviços que são utilizados na produção dos próprios produtos ou serviços da empresa.

No contexto da CSDDD, que novos desafios considera que as empresas enfrentarão ao articular os deveres de diligência devida com as restrições do direito da concorrência?

O novo enquadramento permite e, em alguns casos, obriga à celebração de acordos celebrados entre particulares com vista a assegurar práticas sustentáveis. Revela-se, por isso, muito importante estudar como é realizada a aferição da compatibilidade dos referidos acordos com as normas de direito da concorrência.

A gestão de cláusulas éticas e de responsabilidade contratual será fundamental para o cumprimento das normas de ESG. Que recomendações práticas a SÉRVULO tem para a implementação eficaz destas cláusulas?

Acreditamos que a contratação interempresarial vai sofrer uma mudança irreversível, sobretudo pelo relevo das cláusulas contratuais que comprometem os parceiros contratuais a assegurar o cumprimento do código de conduta da empresa e dos planos de ação preventivo e corretivo desenhados e que obriguem os parceiros contratuais que prestem deveres de informação relativo ao respetivo grau de cumprimento. Será fundamental acolher as orientações sobre a matéria que irão ser emitidas pela Comissão Europeia.

Durante o congresso, um dos temas será a litigância ESG. Como avaliam o impacto crescente da litigância ESG e que fatores específicos devem as empresas considerar para se protegerem?

Existe um fundado receio de que, com o novo volume de regulação ESG, a litigância nestes temas venha a aumentar exponencialmente, sobretudo relativamente a empresas. Para contrariar este cenário, as empresas devem aplicar estratégias preventivas de litigância, designadamente através de uma cuidadosa revisão dos seus processos de prestação de informação e de diligência devida.

Com a forte presença de especialistas de várias áreas neste congresso, como veem a interligação multidisciplinar na área de ESG?

Uma compreensão integrada de padrões ESG nas empresas obriga, sem dúvida, a uma perspetiva interdisciplinar. O tema é antes do mais jurídico e económico-financeiro, mas reclama igualmente o envolvimento de especialistas de tecnologias de informação e de peritos das ciências ambientais e dos recursos humanos em cada empresa. Esta circunstância não apenas confere redobrado espaço a parcerias multidisciplinares, mas além disso obriga a mobilizar transversalmente as empresas, em termos multidisciplinares, como igualmente transforma o perfil dos dirigentes empresariais – nomeadamente administradores -, que passam a dever acumular aptidões de diversas áreas. O desafio da capacitação dos líderes empresariais constitui, por isso, uma das prioridades neste percurso de fundo em direção a estratégias e comportamentos empresariais mais sustentáveis.

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Roménia é um mercado em crescimento nos pagamentos digitais

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  • 15 Novembro 2024

Augustin Dobre, CEO da SIBS Roménia, explica que a maioria da população ainda prefere usar dinheiro físico, mas mostra-se confiante na inversão da realidade em “três a cinco anos”.

Passaram pouco mais de quatro anos desde que a SIBS adquiriu a Romcard/Supercard, empresa líder no processamento de operações com cartões na Roménia, para expandir a sua atividade para a Europa do Leste. Nasceu a SIBS Roménia, liderada por Augustin Dobre, que quer ser “uma one stop shop em tudo o que tem a ver com pagamentos” e servir outros mercados da região.

Apesar de um desenvolvimento rápido na região, a economia romena “continua a ser baseada em dinheiro”, com os pagamentos digitais a representarem 35% a 40% de todas as transações. O CEO, que foi um dos convidados do espaço da fintech na Web Summit Lisboa, assinala, porém, que a tendência começa a inverter-se e mostra-se confiante de que, nos próximos “três a cinco anos”, o digital seja o método preferido. “É algo que estamos a tentar potenciar”, assegura.

Augustin Dobre congratulou ainda o grupo “pelo que conseguiu alcançar com o MB WAY” e com o projeto de interoperabilidade pan-europeia anunciado quarta-feira, acrescentando que “uma carteira digital como esta é uma oportunidade na Roménia”. “Estamos a olhar essa área com muita atenção”, partilhou o CEO.

Outra área importante é o comércio digital, que tem crescido 18% ao ano naquele país, e que pode servir como catalisador para uma adoção mais generalizada dos pagamentos digitais. Além disso, a SIBS tem um conjunto de soluções digitais e de e-commerce para comerciantes, a que se junta uma atividade dominante na produção e personalização de cartões. “Cobrimos cerca de 87% dos cartões emitidos na Roménia. É um bom exemplo de inovação que mudou o panorama de pagamentos no retalho na Roménia”, destacou o responsável.

Dobre não tem dúvidas de que o sucesso da SIBS na Roménia deve-se sobretudo a uma estratégia local. “Temos uma presença local, equipas locais, CEO local, e que são pessoas que têm o conhecimento do mercado e sabem qual deve ser a abordagem cultural”, explicou.

Acompanhe no ECO a atividade da SIBS na Web Summit Lisboa.

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Operações da SIBS na Polónia quadruplicam em seis anos

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  • 15 Novembro 2024

Desde a aquisição da Paytel, em 2018, que o grupo português reforçou a sua presença naquele mercado. Adam Tencza, administrador, acredita que a inovação é parte do segredo para o sucesso.

Embora esteja presente na Polónia desde 2008, foi em 2018 que a SIBS adquiriu a Paytel, uma empresa local de acquiring que disponibiliza a aceitação de pagamentos de forma integrada. “Foram seis anos incríveis. A SIBS na Polónia cresceu muito mais rápido do que o resto do mercado”, destacou Adam Tencza. O administrador da Paytel diz mesmo que “a escala das operações são mais de quatro vezes superiores” desde que integrou o grupo português.

Se na Roménia a maioria dos pagamentos ainda são feitos em dinheiro, na Polónia essa já não é a realidade: cerca de 65% das transações são digitais. O responsável, que esteve esta quinta-feira no espaço da SIBS na Web Summit Lisboa, afirma que o mercado polaco “tem-se desenvolvido muito nos últimos 15 anos”.

Em 2022, foi o primeiro ano em que os pagamentos foram mais digitais do que a média da União Europeia, uma “conquista importante e algo que ninguém esperava que acontecesse tão rápido”. E qual é o segredo deste sucesso? Adam Tencza acredita que se deve, em grande parte, a uma estratégia de colaboração com bancos, instituições financeiras e outros parceiros tecnológicos.

“A inovação é crucial num mercado tão competitivo e o ADN inovador da SIBS está a ser muito importante no crescimento local”, apontou. O objetivo é afirmar a empresa também como uma one stop shop para o e-commerce, que tem um peso de 15% na Polónia, e apostar numa visão omnicanal.

Naquele mercado, a empresa é a única a oferecer “integração na cloud dos diferentes sistemas dos comerciantes com as nossas soluções de pagamento” e quer tirar partido dessa vantagem competitiva. “A BLIK é um método local de pagamento que está a conquistar a maioria do mercado online e a aumentar muito rápido nos pagamentos offline. Isto está a ajudar o ecossistema de pagamentos a crescer”, apontou Tencza.

Continue a acompanhar no ECO a atividade da SIBS na Web Summit Lisboa.

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Dove Men+Care e Federação de Rugby unidas em campanha para “homens reais”

  • + M
  • 15 Novembro 2024

Assinada pela LLYC, a campanha visa incentivar os homens a terem a "coragem de cuidar de si mesmos". A produção é da StepUpp e o planeamento de meios da Initiative.

A Dove Men+Care e a Federação Portuguesa de Rugby lançaram a campanha “Os Lobos São Homens Reais”. Os jogadores da Seleção Portuguesa de Rugby, Tomás Appleton, Martim Bello e Manuel Cardoso são os protagonistas.

A campanha, que surge no âmbito do patrocínio da marca da Unilever à Federação Portuguesa de Rugby (FPR), “aborda o tema do autocuidado e bem-estar masculino, incentivando homens de todas as idades a terem a coragem de cuidar de si mesmos, não só da sua aparência, mas também da sua saúde mental“.

Ao longo do spot, acompanha-se a rotina dos três atletas, mostrando-se que “o autocuidado é fundamental para conseguirem responder aos desafios do dia-a-dia, ou mesmo para conjugarem a prática desportiva com o seu trabalho e vida pessoal, num paralelismo constante entre a sua vida dentro e fora de campo”, refere-se em nota de imprensa.

Outro dos objetivos da campanha passou por “entrar no campo dos homens de aparência forte e viril, mas que também exprimem os seus sentimentos, mostrando que os Lobos são homens reais e que o autocuidado está presente nas suas rotinas como motor de confiança, assim como o desporto, um escape fundamental para o seu bem-estar emocional”.

“Acreditamos que o autocuidado vai além da aparência – trata-se de bem-estar emocional, confiança e resiliência. Queremos inspirar todos os homens a cuidarem de si e a encararem o falar abertamente sobre as suas fragilidades como um ato de força. Sabemos que a sociedade ainda pressiona muito o homem, fazendo-o sentir como se não pudesse falhar, e é isso que queremos desconstruir com esta campanha, incentivando todos os homens a cuidarem mais de si e das suas emoções“, diz Bernardo Carvalho, marketing lead & digital na Unilever FIMA, citado em comunicado.

Já por parte da Federação Portuguesa de Rugby, o presidente Carlos Amado da Silva diz que a federação está “muito entusiasmada” com o lançamento desta campanha, uma vez que a Dove Men+Care “partilha os mesmos valores” que os Lobos, nomeadamente “coragem, autenticidade e união”.

Esta campanha não só enaltece a importância do autocuidado, mas redefine também o conceito de força, mostrando que um homem expressar as suas vulnerabilidades não faz dele menos homem. Juntos, queremos ser uma voz que inspira uma nova geração a cuidar de si com confiança e coragem“, acrescenta.

A campanha marca presença nas redes sociais, em out-of-home (Lisboa e Porto) e nos cinemas Nos. A criatividade é da LLYC e a produção da StepUpp e o planeamento de meios da Initiative.

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Cerca de 20 mil cheques-livro emitidos, mas apenas um quarto já foi descontado

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

Desde 4 de novembro foram emitidos 19.891 cheques-livro e utilizados 5.624, ou seja, 28,27%.

Cerca de vinte mil cheques-livro foram emitidos na primeira semana do programa, o que corresponde a perto de 10% do total, mas apenas um quarto destes beneficiários já os trocou por livros, segundo os dados oficiais.

No dia 4 de novembro arrancou o programa cheque-Livro, uma iniciativa do Ministério da Cultura, a partir de uma proposta da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, (APEL), que tem por objetivos fomentar os hábitos de leitura e incentivar a frequência de livrarias por parte dos jovens adultos. A edição de 2024 abrange um total de 220 mil jovens residentes em Portugal, que nasceram nos anos de 2005 e 2006 (ou seja, que tenham completado 18 anos em 2023 e 2024) e a data final para o resgate é o dia 23 de abril de 2025.

De acordo com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), na primeira semana de execução do programa, entre 4 e 10 de novembro, foram emitidos 19.891 cheques-livro, o que corresponde a 9% do universo de jovens elegíveis. Deste total de cheques-livro emitidos, foram utilizados 5.624, ou seja, 28,27%, acrescenta a DGLAB, numa publicação.

Os dados da APEL diferem um pouco, embora em termos percentuais rondem as mesmas grandezas: 22 mil cheques emitidos numa semana, correspondendo a 10% do total. Contudo, a newsletter da APEL que divulga estes dados mais recentes é omissa quanto ao número de cheques que já foram descontados.

O cheque-livro, destinado à compra de livros, tem um valor de 20 euros, que podem ser descontados na aquisição de livros de igual valor ou superior. As compras através deste cheque só podem ser feitas nas livrarias aderentes ao programa e estão excluídos os manuais escolares, dicionários e livros de apoio ao estudo.

Os candidatos ao cheque-livro podem solicitá-lo através da plataforma www.souleitor.pt, onde estão também assinaladas as livrarias aderentes. Segundo a DGLAB, até dia 10 de novembro tinham aderido ao programa 265 livrarias. O programa cheque-Livro foi aprovado pelo anterior Governo, mas a sua aplicação só agora se concretizou por atrasos na criação da plataforma que o executa, o que levou também a uma alteração do regulamento para que a sua aplicação se possa estender até abril de 2025.

O cheque-livro é uma medida proposta pela APEL, que defendia a atribuição de 100 euros aos jovens de 18 anos para a compra de livros, mas o Governo anterior decidiu fixar o valor em 20 euros e limitou o benefício a cerca de 200.000 pessoas. No entanto, na semana passada, o Livre anunciou a intenção de propor em sede orçamental que o cheque-livro passe dos 20 para os 100 euros, e seja alargado a outros bens culturais, com base num estudo a ser feito.

“É uma medida que nós saudamos, mas 20 euros é pouco e parece-nos que deveria ser aumentado. Portanto, vamos propor aumentar o cheque-livro, que já existe, para 100 euros, porque isso dá muito mais possibilidade de comprar mais livros e mais variedade de livros”, afirmou a líder parlamentar do Livre, no dia 7 de novembro, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

O Livre vai também propor que seja feito um estudo para alargar esse cheque “a todo o tipo de cultura”, permitindo que dê acesso a outros bens culturais, como peças de teatro ou sessões de cinema, acrescentou. Quando aprovou esta medida, em dezembro de 2023, o executivo socialista revelou que o programa teria uma dotação de 4,4 milhões de euros, através do Fundo de Fomento Cultural.

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SIBS assegurou mais de 30 mil transações por dia na Web Summit

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  • 15 Novembro 2024

Terminou a cimeira tecnológica, onde a fintech esteve com uma agenda de conversas e de partilha de conhecimento. “É um privilégio apoiar um dos eventos mais importantes de Portugal”, afirmou Rui Lima.

Passaram oito anos desde que a Web Summit ocupou, pela primeira vez, o espaço da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, para dar destaque às ideias mais inovadoras no setor da tecnologia. Desde o primeiro momento, a SIBS é parceira “de um dos eventos mais importantes de Portugal” como Exclusive Cashless Partner, assegurando toda a infraestrutura de pagamentos no recinto.

“Nos últimos dias, tivemos mais de 30 mil transações por dia no espaço do evento, uma grande parte delas de visitantes estrangeiros”, anunciou Rui Lima, Chief International Officer (CIO) da SIBS. Para o responsável, “é um privilégio” integrar a iniciativa, especialmente num ano em que se assinala o nono aniversário do MB WAY que ganhou, por estes dias, capacidade de fazer transferências instantâneas para Espanha e Itália (recorde aqui o projeto inovador de interoperabilidade anunciado na quarta-feira).

“A edição deste ano ficou marcada pela apresentação da iniciativa pan-europeia que permitiu as primeiras transações entre Portugal, Espanha e Itália. A partir de agora, mais de 45 milhões de utilizadores do MB WAY, da Bizum e do Bancomat vão poder transferir o seu dinheiro de forma instantânea entre estas geografias”, destacou. E tudo, garante, numa operação que demora menos de 10 segundos.

Rui Lima, Chief International Officer (CIO) da SIBS

Rui Lima destacou ainda a ambição de expansão internacional do Grupo SIBS, atualmente presente em 25 mercados, e agradeceu a participação de cerca de duas dezenas de parceiros no evento. “Os parceiros são uma parte essencial do nosso ADN e tivemos oportunidade de conhecer aqui vários casos de uso aplicados ao MB WAY”, continuou.

Através do SIBS Labs, a empresa tem procurado apoiar a disrupção, disponibilizando um ambiente de teste a novas soluções que utilizem os serviços e produtos do grupo. “Apoiamos a jornada completa de desenvolvimento, do piloto à execução, do marketing e regulação até aos serviços de internacionalização. Neste momento, temos mais de 100 projetos no âmbito desta iniciativa”, confirmou Rui Lima.

Stand da SIBS no último dia da Web Summit

Pagamentos aceleram a mobilidade

Mário Henriques é o CEO da MHS, uma empresa fundada há 25 anos que nasceu como agência de publicidade e design, mas cuja atividade se foi alterando ao longo dos anos. “Fomos crescendo e criámos diferentes tipos de serviços. Tivemos a ideia de criar um veículo elétrico e começámos o projeto Maria Bike”, explicou.

Trata-se de uma solução para o aluguer de scooters elétricas em modelo de partilha, criado para facilitar a mobilidade urbana e contribuir para a redução de emissões nas deslocações diárias da população.

Mário Henriques, CEO da MHS

Além de ter acesso aos produtos e serviços de pagamentos da SIBS, a MHS vê na presença internacional do grupo uma oportunidade para fazer crescer o seu negócio além-fronteiras. “O que queremos é crescer com a SIBS e entrar no mercado europeu, que é o nosso objetivo. Se pudermos fazê-lo com soluções da SIBS, é perfeito”, sublinhou Mário Henriques.

A Web Summit Lisboa 2024 terminou esta quinta-feira, dia 14, com um recorde absoluto no número de participantes registados: mais de 71 mil pessoas de 153 países. A cimeira tecnológica deverá manter-se na capital portuguesa até 2028, ano em que termina o contrato, mas Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit, diz querer que o evento se mantenha na cidade “para sempre”.

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País perdeu 42 mil jovens com habilitações superiores em dois anos, alerta ministro das Finanças

Miranda Sarmento destaca o "problema" do país em "reter e atrair" talento jovem qualificado, denunciando a fuga de cérebros verificada entre 2021 e 2023. "Perdemos 42 mil jovens com habilitações", diz

O ministro das Finanças reconhece que o país tem “um problema de retenção e atração de jovens qualificados”, alertando, a título de exemplo, que no espaço de dois anos, o país perdeu 42 mil jovens com habilitações académicas no ensino superior.

Entre 2021 e 2023, perdemos 42 mil jovens com habilitações superiores, apesar de termos formado cerca de 80 mil por ano. Temos um problema de retenção e atração de jovens qualificados”, frisou Joaquim Miranda Sarmento, durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na Assembleia da República, citando os dados do gabinete de estatística Eurostat.

Segundo o ministro, entre 2020 e 2023, “houve um aumento de licenciados em toda a população ativa”. “Se considerarmos apenas a população ativa entre os 28 e os 35 temos uma quebra significativa no número de licenciados”, alerta, referindo que em 2021 havia 653 licenciados em Portugal mas que em 2023 esse valor caiu para 611 mil jovens entre os 18 e os 35 anos.

Assim, Miranda Sarmento estima que se reduziu “em 42 mil” o número de jovens no país “com pelo menos licenciatura ou eventualmente mestrado ou doutoramento”, uma realidade que denuncia o “problema” do país em reter e atrair jovens qualificados, uma vez que “as universidades portuguesas, em licenciatura, formam entre 50 a 55 mil jovens por ano. Este valor cresce para os 80 mil se forem considerados os jovens com mestrados e doutoramento.

As declarações do ministro das Finanças surgem na sequência dos alertas deixados pelo governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, que defendeu esta semana que há “números enganadores” quanto à capacidade de Portugal reter jovens qualificados e disse que o país consegue ser um recetor líquido de licenciados.

Segundo o governador do BdP, nos últimos oito anos a população ativa com formação superior aumentou em média 70 mil indivíduos por ano e das universidades portuguesas (públicas e privadas) saem por ano pouco mais de 50 mil pelo que, concluiu, “Portugal tem conseguido ser um recetor líquido de diplomados” com o ensino superior.

Centeno disse ainda que os dados do Eurostat “mostram que a percentagem de jovens portugueses que emigram é inferior – menos de metade – da que se observa em países como Alemanha, Dinamarca ou Países Baixos”.

Além de Miranda Sarmento, também a ministra Maria do Rosário Palma Ramalho, garantiu, esta sexta-feira que três em cada dez jovens escolheram emigrar“, dos quais “muitos” são qualificados.

“Temos a informação que três em cada dez jovens escolheram emigrar e que muita dessa emigração é dos jovens mais qualificados“, respondeu a governante, que destacou também o alto nível de desemprego jovem registado em Portugal, neste momento.

Noticia atualizada pela última vez às 17h32

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