Livre desvaloriza quem fica em primeiro nas eleições. “Essencial” é garantir condições de governabilidade

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

"O alerta do senhor Presidente da República é essencial, o que estamos aqui a discutir não é quem é que sai em primeiro", disse o porta-voz do Livre.

O porta-voz do Livre considerou esta sexta-feira essencial o alerta do Presidente da República sobre a governabilidade após as eleições, alegando que se deve discutir não quem fica em primeiro, mas quem garante essas condições.

Eu tenho andado a falar disso há muito tempo e, finalmente, até da viva voz do Presidente da República temos esta realidade. Toda a discussão acerca de quem é que fica em primeiro é uma discussão completamente espúria, a discussão essencial é, e o senhor Presidente da República agora diz-nos isso, a governabilidade, quem é que assegura condições de governabilidade”, disse Rui Tavares no final de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal.

Para o dirigente do Livre, tem que haver uma responsabilização para o funcionamento da democracia que implica ver quem é que tem mais deputados e quem é que pode ter a maioria mais coerente e mais consistente e, quem não o tiver, deixar governar em funções plenas um novo governo.

Rui Tavares considerou que o que o Presidente da República tenta evitar é uma situação em que é indigitado o primeiro-ministro do partido mais votado mas, no parlamento, o seu programa é rejeitado, ficando o governo em gestão até março do ano seguinte. E acrescentou: “Mais do que isso, tem que vir o próximo ou a próxima Presidente da República e, depois, tem que se marcar as eleições e ficamos um ano a marcar passo com muita coisa importante a acontecer no mundo e Portugal a não conseguir implementar políticas”.

Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que quer nomear um Governo com a certeza de que o respetivo programa será viabilizado no parlamento, o que considerou ser “a questão fundamental” nesta matéria.

“O alerta do senhor Presidente da República é essencial, o que estamos aqui a discutir não é quem é que sai em primeiro. Isso é o que vamos discutir no sábado e, depois, no outro fim de semana no campeonato nacional de futebol, mas isto não é a super liga, chama-se parlamentarismo”, insistiu.

Em sua opinião, para haver condições de governabilidade os partidos têm de pôr os olhos na atual realidade política e, neste momento, há três blocos que assumem poder governar em conjunto, um à esquerda, outro à direta democrática e, por fim, a extrema-direita com quem toda a gente diz que não governa.

“Se não governa com ela, a extrema-direita só governará se tiver uma maioria absoluta”, frisou. Sobra, desta forma, o bloco da esquerda e o bloco da direta democrática, apontou. “Ainda pode acontecer como nas últimas eleições e a esquerda ter mais deputados do que a direita democrática”, concluiu.

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Montenegro pede mobilização para ninguém “acordar com Governo” que não quer como em 2015

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

"Pensem qual é o voto que lhes dá estabilidade e o Governo que querem para não acordarem, como aconteceu há dez anos, na segunda-feira com um Governo diferente daquele que queriam", disse Montenegro.

O líder do PSD dramatizou esta sexta-feira o apelo à mobilização de todos que querem estabilidade para que não aconteça como há dez anos e alguns eleitores “acordem com um Governo diferente daquele que queriam”.

Num almoço com autarcas, em Pombal (Leiria), Luís Montenegro pediu ajuda a esta rede para, nos dois próximos domingos, garantir “o reforço das condições de estabilidade, o reforço das condições de governabilidade” da AD (coligação PSD/CDS-PP).

“Se ainda não decidiram, pensem qual é o voto que lhes dá estabilidade e o Governo que querem para não acordarem, como aconteceu há dez anos, na segunda-feira com um Governo diferente daquele que queriam”, disse, referindo-se às eleições de 2015 em que a coligação PSD/CDS venceu mas foi o PS que governou, com um acordo à esquerda.

E avisou: “Também aí os parceiros são os mesmos”.

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Benfica-Sporting: Quatro estações do Metro de Lisboa fecham sábado às 17:30

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

Estações do Parque, Marquês de Pombal, Avenida e Picoas do Metro de Lisboa fecham às 17h30 de sábado devido aos previstos festejos do campeão nacional de futebol após jogo entre Benfica e Sporting.

As estações do Parque, Marquês de Pombal, Avenida e Picoas do Metro de Lisboa vão fechar ao público a partir das 17:30 de sábado, face aos eventuais festejos do campeão nacional de futebol após o jogo entre Benfica-Sporting.

Em comunicado, divulgado esta sexta-feira, a empresa de transporte refere que as alterações na operação do metropolitano são tomadas “por razões de segurança e por indicação da PSP”.

“Esta medida decorre do plano de segurança definido pelas autoridades competentes, no âmbito do jogo de futebol Benfica-Sporting, e da previsão de um elevado número de adeptos na zona da Praça Marquês de Pombal”, informa a nota. Ainda segundo a empresa, em caso de procura “excecionalmente elevada, poderão ocorrer alterações na frequência dos comboios”, o que se poderá refletir “num possível aumento dos tempos de espera em toda a rede”.

Ao longo do dia de sábado, o Metropolitano de Lisboa acrescenta que irá “envidar todos os esforços para reforçar a oferta na linha Azul antes do jogo e em todas as linhas após o seu término”.

“A operação será monitorizada em permanência, ajustando-se a oferta em função da procura verificada, dentro das capacidades técnicas e operacionais disponíveis”, informa a empresa. O Metropolitano de Lisboa adianta que o serviço “poderá estar sujeito a outras alterações operacionais”, caso venham a ser determinadas pela PSP em função da evolução da situação.

Sporting e Benfica partilham a liderança da I Liga de futebol e defrontam-se este sábado, a partir das 18:00, no Estádio da Luz, em Lisboa, em jogo da 33.ª jornada da I Liga de futebol, que poderá definir o campeão nacional 2024/25.

Já a obrigatoriedade de fecho de cerca de 60 estabelecimentos de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal e Parque Eduardo VII, prevista para sábado à tarde, fica sem efeito após o jogo Benfica-Sporting, caso não haja campeão nacional de futebol.

A Câmara de Lisboa, através de um despacho municipal, determinou que perto de 60 restaurantes, cafés e supermercados na zona do Marquês de Pombal e do Parque Eduardo VII, têm de encerrar às 17:00 no sábado, devido aos possíveis festejos do campeão da liga principal de futebol.

A decisão foi justificada “por questões de segurança” e após pedido da Polícia de Segurança Pública (PSP), no âmbito da possibilidade de o título português de futebol ser atribuído já no sábado, no dérbi lisboeta entre Benfica e Sporting, que tem início às 18:00 no Estádio da Luz. Após este primeiro despacho, a autarquia veio fazer um aditamento, também datado de quarta-feira, tendo em conta terem “surgido dúvidas quanto à imperatividade de cumprimento” da medida caso não seja encontrado o campeão nacional de futebol.

Assim, no aditamento, a CML esclarece que o despacho municipal “cessa os seus efeitos no final do jogo de dia 10/05/2025, caso não seja apurado, nessa data, o campeão nacional de futebol”.

No documento inicial, com a data de quarta-feira e enviado à Lusa pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), é referida “a solicitação do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública […] no sentido de restringir o horário de funcionamento de diversos estabelecimentos comerciais”, em mais de uma dezena de artérias da capital.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) manifestou preocupação com o impacto económico do encerramento antecipado, referindo, no entanto, compreender a decisão. “Embora compreendamos a necessidade de garantir a ordem pública, não podemos deixar de assinalar o impacto económico que esta medida acarreta, sobretudo para negócios que dependem da afluência de público em dias de grande movimentação”, afirmou a AHRESP, em resposta à agência Lusa.

Habitualmente, para celebrar a conquista do campeonato, os adeptos de ambos os clubes concentram-se na rotunda do Marquês de Pombal e nos arredores. Em conferência de imprensa realizada na antevéspera do jogo, a PSP anunciou um “policiamento dinâmico” para o dérbi deste sábado, da 33.ª jornada da I Liga, que poderá decidir o campeão nacional de futebol de 2024/25.

“O que está previsto é um policiamento dinâmico, em função da avaliação de riscos que será feita no final do jogo e, conforme, adotaremos ou um policiamento orientado para o Estádio da Luz ou um policiamento orientado para o Estádio José Alvalade”, anunciou o superintendente Manuel Gonçalves. O responsável adiantou também que, no contexto da equipa do Sporting se sagrar vencedora e sair para os festejos do seu estádio, “haverá constrangimentos de trânsito, que serão temporários em alguns locais”.

Ao seu lado, o superintendente-chefe Luís Elias reconheceu que, apesar de a avaliação de risco ser a mesma relativamente a anteriores clássicos, a operação a montar será mais complexa.

Segundo Luís Elias é necessário concentrar, em simultâneo, atenções em dois estádios separados por poucos quilómetros e ainda na praça do Marquês de Pombal, onde poderá existir uma concentração muito grande de público caso Sporting ou Benfica conquistem o título nacional e até eventual cruzamento de adeptos rivais em função do resultado da partida poder vir a ser equilibrado e até ditar um desfecho do campeonato nos minutos finais.

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ERC alerta para circulação de falsas sondagens nas redes sociais

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

"Estas situações têm alto potencial desinformativo e estão a ser alvo de abertura de processos de averiguação pelo regulador", adianta o regulador.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) alertou esta sexta-feira para a circulação de falsas sondagens nas redes sociais, apontando que estas situações “têm alto potencial desinformativo” e estão a ser alvo de abertura de processos.

No contexto das eleições legislativas de 18 de maio, o regulador dos media “tem identificado a publicação de alegados estudos de opinião eleitorais, nas redes sociais, que não correspondem a sondagens realizadas por empresas credenciadas junto da ERC”, refere a entidade, numa nota publicada no seu site.

Estas situações têm alto potencial desinformativo e estão a ser alvo de abertura de processos de averiguação pelo regulador“, adianta a ERC.

O regulador dos media recorda, uma vez mais, “que os elementos essenciais para os cidadãos avaliarem a legalidade e a fiabilidade estatística de sondagens são a verificação que foi produzida por uma empresa credenciada pela ERC e que a sua divulgação é precedida do depósito obrigatório junto” da entidade.

Outro dos elementos é que “surge publicada e divulgada por órgãos de comunicação social” e que “é acompanhada de um conjunto de elementos obrigatórios (vulgo ficha técnica de divulgação), que incluem, entre outros, a identificação da entidade responsável e do cliente, o universo alvo, a dimensão da amostra, o método de amostragem, a taxa de resposta, a repartição da amostra, as margens de erro”, acrescenta a ERC.

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Fisco já devolveu 322,6 milhões de euros em reembolsos de IRS

A dois meses do fim da campanha, foram entregues 3,2 milhões de declarações e emitidas as transferências para o pagamento de mais de 480 mil reembolsos, segundo o Ministério das Finanças.

O Fisco já devolveu aos contribuintes “322,6 milhões de euros” referentes a “480 mil reembolsos” de IRS. “O prazo médio de pagamento é de 14,1 dias, o qual é inferior ao que se registava em 2024 na mesma data”, avançou ao ECO o Ministério das Finanças, em jeito de balanço da campanha à data de 7 de maio.

“Até esta quarta-feira foram já entregues mais de 3,2 milhões de declarações do IRS referentes aos rendimentos de 2024, das quais 1,15 milhões na modalidade de IRS automático”, indica fonte oficial do gabinete do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Apesar dos constrangimentos no acesso ao portal das Finanças, decorrente do apagão elétrico, a tutela garante que a campanha está a decorrer com normalidade. “Não obstante, os efeitos no funcionamento nos sistemas da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) decorrentes da interrupção geral de fornecimento de energia elétrica ocorrida no dia 28 de abril“, o Ministério refere que “já foram liquidadas mais de 1,3 milhões de declarações, incluindo entre estas mais de 97% das declarações de IRS automático”.

“Estas liquidações originaram mais 660 mil reembolsos, no montante global superior a 450 milhões de euros, e 237 mil declarações resultaram na emissão de notas de cobrança no valor de 118 milhões de euros”, de acordo com a mesma fonte.

Dos 450 milhões de euros que têm de ser devolvidos aos contribuintes, o Fisco já emitiu “as transferências para o pagamento de mais de 480 mil reembolsos no valor global de 322,6 milhões de euros”.

O prazo para entregar a Modelo 3 ao Fisco termina a 30 de junho e o não cumprimento dessa obrigação declarativa pode resultar na aplicação de uma coima. Os contribuintes abrangidos pelo IRS automático escapam, porém, a essa penalização. Se nada fizerem até 30 de junho, a proposta provisória passa a definitiva e a obrigação declarativa é dada como cumprida.

Quanto aos contribuintes que têm agora imposto a pagar ao Fisco, importa salientar que têm até 31 de agosto para o fazer. Este ano, vários contribuintes estão a ser “surpreendidos” com notas de cobrança, uma vez que o Governo decidiu aliviar as taxas de retenção na fonte que foram aplicadas aos salários de setembro e outubro para fazer refletir a redução do IRS aprovada no Parlamento.

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Greve na CP com serviços mínimos de 25% a partir de domingo

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

A CP indicou, no seu 'site', que "foram definidos serviços mínimos, para o período compreendido entre os dias 11 e 14 de maio", tendo publicado as listas dos comboios abrangidos pela decisão. 

O Tribunal Arbitral decidiu definir serviços mínimos para a greve da CP a partir de domingo e até quarta-feira, abrangendo a paralisação marcada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ou seja, dos revisores e bilheteiras.

Estes serviços mínimos, de 25%, irão realizar-se numa altura em que a greve do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) já não será total, como acontece hoje e na quinta-feira, estando apenas prevista para o trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal.

A CP indicou, no seu ‘site’, que “foram definidos serviços mínimos, para o período compreendido entre os dias 11 e 14 de maio”, tendo publicado as listas dos comboios abrangidos pela decisão.

Segundo a decisão do tribunal arbitral, “o motivo para que essa fixação seja feita prende-se com a necessidade de assegurar o transporte ferroviário mínimo quando não existam outras alternativas ou, existindo estas, as mesmas se apresentam excessivamente onerosas”.

Assim, neste âmbito, “considerou adequado fixar serviços mínimos relativos à circulação de composições no montante de 25% do que seria a sua circulação normal, não aceitando assim na totalidade a proposta da CP que propunha uma fixação de 30%“.

Segundo a decisão, “a fixação dos serviços mínimos nesta percentagem justifica-se considerando o facto de esta empresa levar a cabo uma atividade com enorme relevância social, devendo a greve anunciada ser limitada naquilo que se considera ser ‘necessidades sociais impreteríveis’, as quais são aqui representadas por permitir alguma circulação de comboios num nível mínimo que não coloque em causa a segurança dos passageiros, com a acumulação de pessoas nas estações e a sobrelotação dos comboios”.

Por outro lado, referiu, “a percentagem fixada pelo Tribunal Arbitral respeita o núcleo essencial do direito à greve”.

A circulação de comboios da CP tem estado parada devido às greves de vários sindicatos, sendo que no caso das restantes paralisações o tribunal arbitral não fixou serviços mínimos.

O Tribunal Arbitral explicou na quinta-feira que não decretou serviços mínimos nas greves na CP, porque a empresa alertou que uma circulação de 15% não garantia a segurança física dos passageiros.

Este esclarecimento surge após “diversas notícias e controvérsias que têm vindo a público a respeito das várias greves na CP”, explicou o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social em comunicado.

As greves de quarta e quinta-feira foram convocadas pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), a Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), o Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), o Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA), o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria (SINTTI), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindical Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF) e o Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE).

A esta paralisação juntou-se na quinta-feira o Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), o único sindicato que está hoje em greve.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), dos revisores e trabalhadores de bilheteiras convocou, por sua vez, uma greve parcial entre as 05:00 e as 08:30 de domingo a quarta-feira.

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Caso BESA: Ex-braço-direito de Salgado diz que ex-banqueiro quis segurar Sobrinho até ao fim

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

O ex-braço-direito de Salgado disse que o ex-banqueiro quis segurar Álvaro Sobrinho no BESA até ao fim e que este só saiu da instituição por pressão dos acionistas angolanos.

O ex-braço-direito de Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, disse esta sexta-feira que o ex-banqueiro quis segurar Álvaro Sobrinho no Banco Espírito Santo Angola (BESA) até ao fim e que este só saiu da instituição por pressão dos acionistas angolanos.

“Desde sempre que achei que devíamos ser mais radicais na decisão [de afastar Álvaro Sobrinho do BESA] e o Dr. Ricardo [Salgado] não quis esse caminho. O Dr. Ricardo manteve-se sempre ao lado do Dr. Álvaro Sobrinho“, afirmou Amílcar Morais Pires, no segundo dia do julgamento do caso BESA, em Lisboa, em que responde por abuso de confiança e burla.

O banqueiro angolano acabaria por abandonar definitivamente o BESA em 28 de junho de 2013, mais de um ano depois de Amílcar Morais Pires ter assumido o pelouro do subsidiário do BES.

O afastamento, acrescentou, aconteceu depois de os acionistas angolanos do BESA, minoritários, terem decidido acabar com a “guerrilha institucional” que existia entre Álvaro Sobrinho e aquele que, numa solução intermédia encontrada por Ricardo Salgado, tinha sido nomeado seu sucessor na Comissão Executiva do BESA, Rui Guerra.

A medida, tomada num contexto em que o banqueiro angolano se recusaria a reportar a Amílcar Morais Pires, implicou que Álvaro Sobrinho passasse a ser presidente do Conselho de Administração do banco.

“Durante o primeiro trimestre de 2013, o Dr. Rui Guerra já estava em Angola e reportou-me […] que o Dr. Álvaro Sobrinho continuava a fazer despachos enquanto presidente do Conselho de Administração que interferiam na esfera da Comissão Executiva”, contou hoje o economista, de 63 anos.

Esta manhã, Amílcar Morais Pires insistiu ainda que, em junho de 2012, partilhou com os administradores e acionistas a informação então prestada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de que a subsidiária angolana do BES tinha desequilíbrios e constituía um risco para o banco português, apesar de tal não constar das atas das reuniões.

O arguido justificou a ausência com o facto de o memorando na base da informação ter sido “considerado confidencial”, sublinhando que “nem todos os assuntos” tratados pelos órgãos do BES constam das atas.

O alerta visou ainda responder ao entendimento expresso pelo coletivo de juízes de que, numa ata daquela data, Amílcar Morais Pires aparentava estar a tranquilizar os presentes sobre a situação do BESA e não a alertá-los para os problemas do banco angolano.

Em causa neste processo está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BESA em linhas de crédito do Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.

Além de Amílcar Morais Pires, estão a ser julgados Ricardo Salgado, de 80 anos e doente de Alzheimer, Álvaro Sobrinho, de 62, o empresário luso-angolano Helder Bataglia, de 78, e o ex-administrador do BES Rui Silveira.

Em geral, os arguidos respondem por abuso de confiança, branqueamento e burla e negam a prática dos crimes.

O julgamento prossegue esta tarde e no próximo dia 19 de maio com a continuação do interrogatório de Amílcar Morais Pires.

O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.

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“A discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma realidade dinâmica”, diz ministra

A ministra da Justiça assumiu, na conferência do ECO, que a discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma "realidade dinâmica" e que modelo europeu continua a ser a solução.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, assumiu esta sexta-feira, na conferência do ECO “O Futuro da Europa”, realizada em Coimbra, que a discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma “realidade dinâmica” e que, “apesar dos discursos populistas”, o modelo europeu “continua a ser a solução”.

“A discussão sobre o futuro da Europa na área da Justiça é uma realidade dinâmica, está em marcha e o Ministério da Justiça, quer ao nível técnico como político, tem acompanhado de perto esta discussão”, assume a ministra da Justiça no Dia da Europa.

Rita Alarcão Júdice assumiu estar convicta que, “apesar dos discursos populistas e nacionalistas” que se assistem em alguns Estados-membros, o modelo europeu continua a ser a solução.

“Nessa medida, é importante reforçar a coesão e a cooperação entre os Estados, assegurar que os direitos fundamentais não são alvo de erosão e, mais do que negociar novos instrumentos jurídicos na área da Justiça (e Assuntos Internos), concentremo-nos na plena implementação dos que foram aprovados”, assume.

A segunda edição do ECO Local, uma iniciativa do ECO e do Local Online, realizou-se em Coimbra, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra. A abertura da conferência coube a José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra e Rita Júdice, Ministra da Justiça, fez a sessão de encerramento.

Assim, defende que o Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça deve ser uma realidade, que responda às ameaças e desafios, bem como às necessidades dos europeus e, por esta via, assegurar no futuro a plena realização da Justiça na União Europeia.

A titula da pasta da Justiça adiantou ainda que o possível alargamento da lista dos chamados “euro crimes” e a aprovação de normas para prevenir e combater o abuso sexual de crianças estão “em negociações”. Estas medidas surgem das orientações estratégicas da programação legislativa e operacional no espaço de Liberdade, Segurança e Justiça para os próximos anos, aprovadas em dezembro.

“Dessas orientações já há medidas concretizadas como a Diretiva sobre combate à corrupção ou a Diretiva relativa à recuperação e perda de bens. Em Portugal, abrimos esta semana a consulta pública sobre o anteprojeto sobre perda das vantagens resultantes da atividade criminosa, que transpõe esta diretiva“, referiu a ministra em Coimbra.

Rita Alarcão Júdice destacou ainda a medida da Estratégia para a Justiça Eletrónica 2024-2028, dedicada à transformação digital e à utilização da inteligência artificial (IA) na Justiça.

A ministra reforçou que existem outros “temas interessantes” em cima da mesa como o apoio aos Estados-membros na digitalização da Justiça, a utilização da videoconferência transfronteiriça nos processos de direito civil, comercial e criminal, o aumento da eficiência e acesso à justiça, o controlo cruzado de informações judiciais entre os Estados-membros, o papel da IA na investigação criminal, o reforço do papel da Europol, a reforma da governação e processo decisório da EUROJUST, e a revisão do Regulamento que criou a Procuradoria Europeia e possível alargamento das suas competências.

“A criação de um espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a manutenção e reforço do Estado de Direito e a defesa dos Direitos Humanos estão na génese da Europa que somos e que ambicionamos ser”, sublinha.

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Panasonic vai reduzir 10 mil postos de trabalho

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

Está previsto que a redução dos postos de trabalho tenha início no terceiro trimestre do atual exercício fiscal, de outubro a dezembro, prolongando-se até ao terceiro trimestre seguinte.

A Panasonic, gigante japonesa de eletrónica, anunciou esta sexta-feira que vai reduzir 10 mil postos de trabalho, no âmbito de uma reestruturação que envolve a liquidação de empresas deficitárias, para enfrentar o agravamento da situação económica.

Estas medidas visam a redução de cinco mil postos de trabalho no Japão e outros cinco mil no estrangeiro, o que representa 4% da sua força de trabalho total, e têm como objetivo “aumentar a produtividade”, segundo a empresa.

O grupo refere em comunicado que irá examinar “em profundidade a eficácia operacional” de cada sucursal e filial, reavaliar o número de organizações e pessoal necessário, incentivar a cessão das atividades deficitárias “sem perspetivas de melhoria de lucros” e integrar e encerrar instalações.

As reduções dos postos de trabalho vão ser implementadas segundo as leis, regras e regulamentos laborais de cada país e região, e a maioria respeita aos departamentos de vendas e à administração das empresas do grupo, de acordo com a informação avançada pela EFE.

Está previsto que a redução dos postos de trabalho tenha início no terceiro trimestre do atual exercício fiscal, de outubro a dezembro, prolongando-se até ao terceiro trimestre seguinte.

A Panasonic anunciou esta sexta-feira uma redução de 17,5% no seu resultado líquido, para 366.205 milhões de ienes (cerca de 2.240 milhões de euros) no exercício terminado em 31 de março, comportamento que atribuiu principalmente à liquidação da sua filial de fabrico de LCD.

A faturação do grupo também registou uma descida, de 0,5%, para 8,46 mil milhões de ienes (51.750 milhões de euros).

O grupo tornou-se um gigante mundial dos eletrodomésticos na segunda metade do século XX, tendo estendido a sua atividade às baterias.

Graças aos esforços de reestruturação, a Panasonic pretende melhorar os seus lucros em, pelo menos, 150 mil milhões de ienes (918 milhões de euros), 70 mil milhões dos quais vão ser obtidos através da “otimização da força de trabalho”, segundo refere.

Estes valores não têm em conta o impacto das tarifas aduaneiras americanas.

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Padaria Portuguesa vai entrar noutros países e manter gestão nacional, diz novo dono de Espanha

Grupo espanhol Rodilla disse ao ECO que o negócio, o primeiro além-fronteiras da empresa, demorou o tempo “habitual nestes casos” por partilharem valores de artesanato e qualidade.

A Padaria Portuguesa vai entrar noutros países, após ser comprada pelo grupo espanhol Rodilla, e manter a gestão nacional. A garantia foi dada pela empresa de María Carceller Arce ao ECO, embora sem detalhes sobre as geografias — além de Espanha — para onde irão os pães de Deus e os croissants brioche criados por Nuno Carvalho (fundador e CEO) e pelo chef pasteleiro Paulo Cardoso.

“Gostamos do país e da proximidade e adoramos a qualidade do produto e a dedicação ao serviço ao cliente. A Rodilla valoriza o artesanato, a qualidade dos produtos, o atendimento e a proximidade, sendo que estes mesmos valores são representados pela Padaria Portuguesa”, disse fonte oficial da Rodilla, em declarações enviadas ao ECO.

Questionado sobre se planeia manter o plano de expansão da marca até 2028 — que prevê a abertura de, pelo menos, mais 40 lojas até 2028 — o grupo confirma que essa estratégia de crescimento vai continuar “com o mesmo ritmo de expansão, incluindo um plano de expansão internacional”, embora não apresente mais detalhes sobre os países e o número de futuras padarias.

Em relação ao processo de aquisição, a Rodilla diz ao ECO que se prolongou durante o tempo “habitual nestes casos” de empresas europeias de média dimensão. “Não demorou mais do que o esperado, porque partilhámos os mesmos valores e visão sobre a importância da qualidade do produto, do artesanato e da vocação para o serviço ao cliente”, reiterou.

Assim que o negócio receber a aprovação da Autoridade da Concorrência, o grupo Rodilla irá concentrar-se no período de transição, garantindo que será um procedimento “cuidado” e focado na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa.

Continuaremos a contar com a gestão portuguesa que tem levado esta marca tão querida pelo mercado português ao sucesso. O Nuno continuará a apoiar-nos para que a transição e a colaboração entre as duas equipas sejam o mais tranquilas possível”, afirmou a empresa espanhola, deixando em aberto a hipótese de o fundador e CEO sair após a fase de transição.

O grupo Rodilla é composto pelas marcas Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica e nasceu em 1939 em Madrid. Por detrás desta holding de restauração está a cervejeira Damm desde 2015. A Damm é uma empresa com histórico de investimentos em Portugal, porque além de ter uma das maiores empresas do distrito de Santarém — antiga Font Salem, onde foi produzida a cerveja Cintra –, em 2012 comprou à Sumol+Compal a marca de cerveja Tagus por cerca de 2,6 milhões de euros.

O plano de crescimento anunciado pel’A Padaria Portuguesa em outubro prevê mais lojas na Grande Lisboa e no Porto para atingir os 120 espaços nos próximos três anos. O investimento da panificadora, no valor total de 16 milhões de euros, envolve a criação de até 600 postos de trabalho para atingir os 1.600 colaboradores. O objetivo é que a faturação supere os 80 milhões de euros, praticamente o dobro dos cerca de 44 milhões de euros de volume de negócio registado em 2024.

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Pedro Nuno Santos garante Governo de “estabilidade” a Marcelo. Montenegro recusa cenários

  • Lusa e ECO
  • 9 Maio 2025

Presidente da República avisou que só nomeia um Executivo se tiver a "certeza" que passa no Parlamento. Pedro Nuno Santos assegura solução estável. Montenegro recusa cenários.

PS, IL e Livre já reagiram aos alertas do Presidente da República e garantem que tudo farão para ter um Governo de estabilidade e diálogo. Já a AD recusa fazer cenários. Marcelo Rebelo de Sousa avisou esta quinta-feira que só iria nomear um Executivo se tivesse a “certeza” que passa no Parlamento, porque “o que é de evitar é um Governo que logo à partida não tem condições nenhumas para ser viabilizado”.

“O Presidente da República pode ficar descansado porque um Governo liderado pelo PS será um Governo de diálogo e de estabilidade. Eu, quando estive nos Assuntos Parlamentares a coordenar negociações com quatro partidos ninguém acreditava que se conseguisse aprovar um, que fará quatro, conseguimos aprovar quatro”, afirmou o secretário-geral do PS, esta sexta-feira, no início de uma visita à feira semanal de Trancoso, distrito da Guarda, onde arrancou o sexto de campanha oficial. Pedro Nuno Santos lembrava como o primeiro Governo de António Costa sobreviveu graças à geringonça, sustentada pelos grupos parlamentares do PS, PCP/PEV e BE.

E acrescentou: “Aquilo que vai acontecer também na próxima legislatura é que um Governo liderado pelo PS vai garantir estabilidade política ao país e diálogo entre todas as forças políticas”. Pedro Nuno Santos defendeu ainda que “só há uma forma” de haver estabilidade política em Portugal “que é com uma vitória do PS”, reforçando já ter dado mostras de ser capaz de dialogar para uma solução de estabilidade para os próximos quatro anos.

Já o presidente do PSD e líder da AD – coligação PSD/CDS, Luís Montenegro, recusou fazer cenários nem esclareceu se viabilizaria um programa de um Governo PS minoritário, defendendo que o está em causa é um líder fiável e estável.

“Logo quando há a mínima confrontação democrática, política, há uns que apresentam a sua visão, a sua opinião, a sua convicção, mas há outros que optam pelo insulto fácil e gratuito. Os portugueses também têm a fazer uma opção entre quem está mais habilitado para ser primeiro-ministro, liderar um Governo num tempo que é desafiante dos pontos de vista interno e externo”, afirmou aos jornalistas a meio de uma ação de rua em Porto de Mós, no distrito de Leiria.

Ainda de acordo com o líder do PSD, os portugueses devem olhar para uma liderança do Governo e escolher alguém que esteja à altura de poder representar Portugal na Europa e que possa ser uma “imagem de estabilidade, de confiança, de fiabilidade”.

“Quem muda de opinião muitas vezes, quem ao mínimo contacto com a discussão pública e política resvala para o insulto, é porque não tem capacidade de liderança, não tem capacidade para poder representar Portugal ao mais alto nível”, acentuou. Neste ponto, ainda visando de forma indireta o secretário-geral do PS, o presidente do PSD considerou que a estabilidade de um Governo “também depende da estabilidade do seu líder”.

Questionado se os portugueses merecem ou não saber o que lhes vai acontecer no dia seguinte às eleições legislativas perante a ausência de uma maioria clara à direita ou à esquerda no Parlamento, o presidente do PSD respondeu: “Merecem saber – e da minha parte já sabem todo o comportamento que sou capaz de ter mesmo em circunstâncias de uma vitória pouco expressiva, como aconteceu há um ano”.

“As pessoas têm de optar e, dentro dessa opção, garantir a estabilidade. Está nas mãos delas”, avisou, mas sempre sem esclarecer se aceita o princípio da reciprocidade com o PS, ou seja, se admite viabilizar um executivo minoritário socialista.

Já a IL quis mostrar que o partido está disponível para uma “solução estável”, mas “de centro-direita” e “reformista”, destacou o líder dos liberais. “O nosso compromisso com os portugueses é, primeiro, mudança, reformas, exigência e, segundo, contribuir para uma solução de centro-direita, reformista e estável do ponto de vista político”, afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas numa loja de ovos moles, em Aveiro, onde vestiu o avental e cozinhou o tradicional doce aveirense.

Sem querer pronunciar-se sobre as sondagens que indicam que a AD e a IL estão longe de, juntas, obter uma maioria absoluta, Rui Rocha disse que o importante é transmitir aos portugueses que “há uma oportunidade única de ter uma solução de centro-direita” a governar o país. “Mas uma solução de centro-direita que não é para fazer a mesma coisa. É para fazer muito mais: uma solução reformista, ambiciosa para o país e isso para reforçar a votação na IL”, disse.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, reviu-se nos alertas de Marcelo Rebelo de Sousa e voltou a defender uma solução de estabilidade, mas à esquerda. “Eu tenho andado a falar disso há muito tempo e, finalmente, até da viva voz do Presidente da República temos esta realidade. Toda a discussão acerca de quem é que fica em primeiro é uma discussão completamente espúria, a discussão essencial é, e o senhor Presidente da República agora diz-nos isso, a governabilidade, quem é que assegura condições de governabilidade”, disse, no final de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal.

Para o dirigente do Livre, tem que haver uma responsabilização para o funcionamento da democracia que implica ver quem é que tem mais deputados e quem é que pode ter a maioria mais coerente e mais consistente e, quem não o tiver, deixar governar em funções plenas um novo Governo.

Rui Tavares considerou que o que o Presidente da República tenta evitar é uma situação em que é indigitado o primeiro-ministro do partido mais votado mas, no Parlamento, o seu programa é rejeitado, ficando o Governo em gestão até março do ano seguinte.

E acrescentou: “Mais do que isso, tem que vir o próximo ou a próxima Presidente da República e, depois, tem que se marcar as eleições e ficamos um ano a marcar passo com muita coisa importante a acontecer no mundo e Portugal a não conseguir implementar políticas”.

Por isso, “o alerta do senhor Presidente da República é essencial”, reforçou. “O que estamos aqui a discutir não é quem é que sai em primeiro. Isso é o que vamos discutir no sábado e, depois, no outro fim de semana no campeonato nacional de futebol, mas isto não é a super liga, chama-se parlamentarismo”, continuou.

Para haver condições de governabilidade, “os partidos têm de pôr os olhos na atual realidade política e, neste momento, há três blocos que assumem poder governar em conjunto, um à esquerda, outro à direta democrática e, por fim, a extrema-direita com quem toda a gente diz que não governa”, salientou. “Se não governa com ela, a extrema-direita só governará se tiver uma maioria absoluta”, frisou. Sobra, desta forma, o bloco da esquerda e o bloco da direta democrática, apontou.

Em sentido inverso, a líder do PAN aconselhou Presidente da República a “remeter-se ao silêncio”, afirmando esperar que não esteja indiretamente a apelar ao voto útil, porque “votar nos grandes partidos, como é o caso do PSD ou do PS, é demonstrado absolutamente inútil e não tem contribuído para a estabilidade do país”, afirmou Inês de Sousa Real à margem de uma ação de campanha na estação de metro Casa da Música, no Porto.

Para a porta-voz do PAN, é importante que Marcelo Rebelo de Sousa “se recorde que é o Presidente de todos os portugueses” e que as eleições antecipadas são “por culpa única e exclusivamente de Luís Montenegro, que não acautelou de separar a sua vida privada da sua vida empresarial”.

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Comissão Europeia pede “grande investimento” em redes e armazenamento energético

  • Lusa
  • 9 Maio 2025

A presidente da Comissão Europeia apelou a um "grande investimento" em redes energéticas, interconectores e nas capacidades de armazenamento.

A presidente da Comissão Europeia apelou a um “grande investimento” em redes energéticas, interconectores e nas capacidades de armazenamento de eletricidade para tentar contrariar os preços de energia “estruturalmente elevados” na União Europeia (UE).

“Conversámos sobre a questão complicada de resolver que é preço da energia. Os preços da energia [na UE] são estruturalmente elevados”, disse Ursula von der Leyen, durante uma conferência de imprensa conjunta com o novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em Bruxelas, na Bélgica.

“Um grande investimento em interconectores, nas redes [elétricas] e no armazenamento [de energia]” pediu a presidente do executivo comunitário, considerando que é “preciso baixar” os preços que os cidadãos pagam pela energia.

Reconhecendo que os países do bloco comunitário têm um problema energético, na sequência do ‘corte’ no abastecimento de energia russa por causa da invasão ao território ucraniano, Ursula von der Leyen considerou que há outras maneiras de obtê-la.

E apontou as renováveis como o caminho, sustentando que são “baixas [nas emissões] em carbono]” — alinhando esta ideia com os objetivos da transição ecológica.

No entanto, completou a presidente da Comissão Europeia, nada é possível sem “capacidade para armazená-la” e uma rede que seja capaz de abastecer os países do bloco comunitário.

 

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