68% considera que Portugal é demasiado permissivo na entrada de imigrantes, conclui barómetro

Barómetro divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos mostra que 68% dos inquiridos considera que política de imigração permite entrada facilitada. Imigrantes representam 9,8% da população.

Quase sete em cada dez dos inquiridos (68%) afirmam que os imigrantes são fundamentais para a economia nacional, mas defendem que a política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes no país, de acordo com o quarto barómetro da Imigração, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Defendem ainda que seria mais benéfico para o país uma política que garantisse uma entrada mais regulada (75,8%).

O estudo divulgado esta terça-feira, no Dia Internacional das Migrações, mostra que mais de dois terços pensam que os imigrantes contribuem para o aumento da criminalidade (67,4%) e para manter os salários baixos no país (68,9%).

Praticamente metade (52%) considera que os imigrantes recebem mais do que contribuem para a Segurança Social, o que os oficiais desmentem.

O estudo da autoria de Rui Costa Lopes, João António e Pedro Góis, indica que em 2023, as contribuições dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social atingiram os 2.677 milhões de euros (valores que englobam os descontos da entidade empregadora e do trabalhador). Este montante traduz um crescimento de 44% face a 2022.

Estes trabalhadores estrangeiros beneficiaram de 483,3 milhões de euros em prestações sociais, ou seja, em 2023 as contribuições dos trabalhadores estrangeiros geraram um saldo positivo superior a 2.194 milhões de euros.

O barómetro mostra que, em 2020, o ganho médio mensal (GMM) dos trabalhadores por conta de outrem, referente a estrangeiros provenientes da UE27 era 28% mais elevado do que o ganho dos trabalhadores portugueses; enquanto o ganho médio mensal de estrangeiros Extra UE27 era menor em 19% do que os trabalhadores por conta de outrem nacionais.

Por outro lado, a sociedade portuguesa é favorável à atribuição de direitos aos imigrantes com a maioria a considerar que os imigrantes devem poder votar como os portugueses (58,8%), que lhes deve ser facilitada a naturalização (51,8%) e que devem poder trazer a sua família para Portugal (77,4%).

Barómetro da Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Relativamente ao direito de acesso a serviços e apoios sociais, praticamente a mesma percentagem de inquiridos concorda com a ideia de que os imigrantes devem ter os mesmos direitos do que os portugueses (a partir do momento em que chegam ao país).

Mais de metade dos inquiridos (53,5%) considera que os imigrantes têm condições de vida piores do que as dos portugueses em termos de trabalho e 40,6% considera que têm menos acesso à habitação. No entanto, a maioria dos inquiridos sente que imigrantes e portugueses estão numa situação de igualdade relativamente a acesso a serviços de saúde, acesso à justiça e acesso à educação.

Por outro lado, a maioria defende que os imigrantes devem regressar aos seus países se não tiverem trabalho (78%) ou se cometerem algum tipo de crime (82%).

O estudo, realizado para a Fundação Francisco Manuel dos Santos através de 1.072 entrevistas a residentes de Portugal Continental com 18 ou mais anos, concluiu que seis em cada dez inquiridos (60%) considera que o “número de imigrantes oriundos do subcontinente indiano deve diminuir ou diminuir muito”. O barómetro indica que os imigrantes, com autorização legal de residência, originários do Bangladesh, Nepal e Índia representam 9% do total de imigrantes em Portugal, ou seja 73 mil pessoas de um total de 1,044 milhões de imigrantes com autorização legal de residência.

Estrangeiros representam perto de 10% da população a residir em Portugal.Vialsil

Este valor contrasta com a percentagem de inquiridos que considera que o “número de imigrantes com origem em países ocidentais deve diminuir ou diminuir muito (25,2%)”, estando também acima da percentagem em relação aos imigrantes do Brasil (51%) e da China (50,1%).

Embora os estrangeiros com autorização legal de residência, do Bangladesh, Nepal e Índia representem, em proporção, ainda uma percentagem pequena das nacionalidades no país, foram duas destas nacionalidades que tiveram mais peso em termos de contribuições para a Segurança Social, logo a seguir à brasileira.

O estudo também permitiu apurar que as pessoas que estão mais satisfeitas com o regime democrático português opõem-se menos à vinda de imigrantes, são menos favoráveis a políticas de imigração rígidas e defensoras da atribuição de direitos aos imigrantes. Além disso, quanto melhor o nível de vida do inquirido, mais favorável é o seu posicionamento em relação aos imigrantes.

Barómetro da Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Em 2023, os 1,044 milhões cidadãos estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal representavam 9,8% do total da população. A população estrangeira tem vindo sempre a aumentar, e, só entre 2022 e 2023 aumentou 34%.

No que diz respeito a Portugal, o número de estrangeiros em proporção da população residente, apesar de estar a aumentar, ainda se encontra longe de países como Malta — onde um em cada quatro residentes é estrangeiro –, ou do Luxemburgo, onde metade da população é estrangeira.

O estudo mostra ainda que Portugal tem um saldo natural negativo desde 2009, ou seja, morrem mais pessoas do que as que nascem. Desde 2019, o saldo populacional (que inclui tanto os nascimentos e mortes, como os emigrantes e imigrantes) tem sido positivo devido à imigração.

Os saldos migratórios quase duplicaram nos dois últimos anos. Do ponto de vista municipal, esta realidade ganha ainda mais expressão: 252 municípios têm um saldo populacional positivo (olhando apenas para os nascimentos).

Oito em cada dez pessoas que escolhem o nosso país para viver vêm de países de fora da União Europeia, sendo que três em cada 10 vêm do Brasil. A seguir ao Brasil e ao conjunto dos outros países da União Europeia seguem-se a Ucrânia, o Reino Unido e a Índia.

Olhando por setores de atividade, no que respeita exclusivamente aos trabalhadores por conta de outrem, em 2022, podemos verificar que setores como a agricultura e pescas ou atividades associadas ao turismo, como alojamento e restauração, empregam uma parte substancial de estrangeiros, 30% e 22%, respetivamente.

Imigrantes do Brasil, Índia e Nepal são os que contribuem mais para a Segurança Social

Cinco nacionalidades representaram mais de metade das contribuições dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social e embora os imigrantes da Índia e do Nepal com autorização da residência representem uma proporção pequena das nacionalidades no país foram dos que mais contribuírem.

De acordo com os dados do barómetro, em 2023, as contribuições de trabalhadores oriundos do Brasil para a Segurança Social ascenderam a 1.033 milhões de euros, o correspondente da 38,6% do total das contribuições de estrangeiros.

Na lista das nacionalidades que mais contribuíram seguem-se a Índia (168,4 ilhões de euros), o Nepal (102,9 milhões de euros), Espanha e (102,8 milhões de euros) e Cabo Verde (88,8 milhões de euros).

“Estas cinco nacionalidades foram responsáveis por 56% do total das contribuições de trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social, em 2023. E nem todas figuram nas comunidades estrangeiras residentes mais representadas em Portugal”, refere o estudo.

Neste sentido, os autores destacam que “embora os estrangeiros com autorização legal de residência, do Bangladesh, Nepal e Índia representem, em proporção, ainda uma percentagem pequena das nacionalidades no país (9% do total de imigrantes, cerca de 73 mil pessoas em valores absolutos), foram duas destas nacionalidades que tiveram mais peso em termos de contribuições“.

Os dados indicam ainda que Portugal estava, em 2023, entre os dez países dos 27 da União Europeia com menor proporção de estrangeiros no total da população residente.

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Inscrição no regime fiscal para novos residentes vai decorrer até 15 de março

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

Em causa está um novo regime fiscal de atração de trabalhadores qualificados, nomeadamente nas áreas da investigação científica, aos quais será aplicada uma taxa de IRS de 20%.

As pessoas que obtiveram residência em Portugal em 2024 vão poder inscrever-se no regime fiscal que veio substituir o do residente não habitual, o IFICI+, e poderão fazê-lo até 15 de março de 2025, segundo o Governo.

O ministro da Economia, Pedro Reis, falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição regimental, tendo adiantado que a portaria que regulamenta do incentivo fiscal à investigação científica, inovação e capital humano (IFICI+) está prestes a ser publicada.

O objetivo, precisou o ministro em resposta a questões colocadas pelo deputado do CDS-PP Paulo Núncio, é que este novo instrumento esteja operacional a partir do dia 1 de janeiro de 2025, com a portaria a prever um efeito retrativo de forma a contemplar quem se tornou residente em Portugal em 2024.

Neste primeiro ano de operacionalização do IFICI+, os interessados poderão inscrever-se até 15 de março, mas no futuro a data limite para a inscrição será o dia 15 de janeiro (para quem se tenha tornado residente no ano imediatamente anterior).

Em causa está um novo regime fiscal de atração de trabalhadores qualificados, nomeadamente nas áreas da investigação científica, aos quais será aplicada uma taxa de IRS de 20% sobre rendimentos de trabalho dependente e independente (categorias A e B).

De fora do IFICI+ ficam as pessoas que beneficiem ou tenham beneficiado do estatuto do residente não habitual ou do Regressar (dirigido a ex-residentes).

O IFICI+ também não é acessível a pessoas que tenham residido em Portugal nos últimos cinco anos, uma regra igual à que já existia para o Estatuto de Residente Não Habitual (RNH).

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Grupo Bensaude compra Caloura Hotel Resort em São Miguel

A Bensaude Hotels Collection garante que vai preservar o legado da Caloura Hotel Resort assim como a continuidade das suas equipas.

Caloura Hotel Resort, ilha de São Miguel (Açores)17 dezembro, 2024

O Grupo Bensaude anunciou, esta terça-feira, a compra da Caloura Hotel Resort, na ilha de São Miguel (Açores), numa aposta estratégica que consolida a sua presença no arquipélago, onde passa, assim, a deter seis unidades hoteleiras em São Miguel, duas na ilha Terceira e outra no Faial.

“Ao adquirir o Caloura Hotel Resort, a Bensaude Hotels Collection assume o compromisso de preservar o legado daquela unidade, bem como a continuidade das suas equipas, elemento central do seu projeto de desenvolvimento futuro”, garante o grupo num comunicado enviado.

O Grupo Bensaude chegou, assim, a acordo com a Bensaude Turismo no sentido da integração da Caloura Hotel Resort no seu portfólio. Este acordo vem “reforçar o compromisso da Bensaude Hotels Collection em expandir a sua oferta de alojamento de qualidade nos Açores, respondendo à crescente procura turística”.

De acordo com o Serviço Regional de Estatística dos Açores, nos primeiros nove meses do ano, o arquipélago registou cerca de 3,5 milhões de dormidas, representando um acréscimo 11,2% face ao período homólogo.

O Caloura Hotel Resort situa-se na costa sul da ilha de São Miguel, na baía da Baixa da Areia, numa área natural protegida, com acesso direto ao mar e às piscinas naturais. A unidade hoteleira contempla piscina exterior, ginásio, sauna, campo de ténis, restaurante e 80 unidades de alojamento, entre quartos duplos, familiares e suites, todos com vista privilegiada para o mar.

A Bensaude Hotels Collection também está presente na capital portuguesa com o Hotel Açores Lisboa.

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Supremo Tribunal de Justiça terá juízes mais novos

Há 87 % de juízes conselheiros que podem deixar o STJ no espaço de apenas um ano. Rita Alarcão Júdice tem como objetivo o “rejuvenescimento do corpo de juízes conselheiros".

O Ministério da Justiça vai apresentar, em janeiro, uma proposta de alteração ao Estatuto dos Magistrados Judicias e à Lei da Organização do Sistema Judiciário. Segundo informação avançada pelo Observador – e confirmada pelo ECO/Advocatus – Rita Alarcão Júdice tem como objetivo o “rejuvenescimento do corpo de juízes conselheiros, com a ampliação do universo dos concorrentes necessários no concurso de acesso ao STJ, viabilizando-o a magistrados mais jovens”.

A proposta de lei, após aprovação em Conselho de Ministros, será ainda remetida à Assembleia da República para a necessária discussão e aprovação.

Segundo dados oficiais do Conselho Superior da Magistratura (CSM), o STJ tem atualmente em funções um total de 57 juízes conselheiros, num quadro global de 60 magistrados previstos. Panorama que será agravado já que “há ainda 32 juízes conselheiros que reunirão condições para pedir a jubilação ou aposentação ao longo do ano de 2025”, assegura fonte oficial do órgão de gestão da magistratura judicial. Somando os anteriores 18 conselheiros jubilados ou com pedido de jubilação apresentado com estes 32 juízes em condições de acederem à jubilação no próximo ano, chegamos a um total de 50 juízes conselheiros com saída à vista no espaço de apenas um ano. Assim, há 87,7% de juízes conselheiros que podem deixar o STJ no espaço de apenas um ano. O que significa, do ponto de vista prático, nove em cada 10 magistrados.

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Corretora MDS comprou mediadora Certezza

  • ECO Seguros
  • 17 Dezembro 2024

A rede açoriana com extensão a Lisboa foi adquirida às famílias fundadoras num ano de compras da corretora no Brasil, Espanha e Portugal.

A MDS acabou de comprar 100% do capital da Certezza, a 29ª mediadora no ranking TOP100 Agentes elaborado por ECOseguros. O valor da aquisição não foi revelado mas como referência, segundo os dados financeiros em 2023, a Certezza obteve um volume de receitas de 1,85 milhões de euros, um EBITDA de 521 mil euros e 330 mil de resultados líquidos.

Com esta aquisição a MDS torna-se líder na corretagem nos Açores e termina o ano com uma onda de compras de corretoras que passou pela D’Or no Brasil, a Bónus na Madeira, a Cobian, em Espanha e a Ilidio Maia Casais em Portugal.

A Certezza foi fundada em 2002 por José Gonçalves e o seu legado continuou com o filho José do Couto e o sócio José Sousa, pertencendo até agora a descendentes deste núcleo, bem como a Pedro Morais Fidalgo, diretor-geral desde 2018.

A empresa montou sede em Angra do Heroísmo, e expandiu para Praia da Vitória e posteriormente para a ilha de São Miguel, montando ainda um escritório na região de Lisboa e um canal digital de vendas muito ativo desde a pandemia.

Neste momento, anuncia no seu site contar com 38 colaboradores, gerir 35.504 contratos de 25.361 clientes, representando 8 milhões de euros por ano em prémios comerciais. Especialista na venda de negócio Vida Risco, opera igualmente no segmento de pequenas empresas.

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Alemanha. Economia e migrações marcam as diferenças entre CDU e SPD

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

A separar a CDU e SPD estão cerca de 15 pontos percentuais nas sondagens, com Friedrich Merz em vantagem. Scholz é ainda o líder mais impopular da Alemanha nos tempos modernos.

O relançamento da economia alemã e a reestruturação da política de migrações fazem parte das prioridades dos sociais-democratas do SPD e dos conservadores da CDU, mas os partidos rivais propõem diferentes estratégias nos programas eleitorais apresentados esta terça-feira.

Já em plena contagem decrescente para as eleições legislativas antecipadas, que irão ocorrer em pouco mais de dois meses após uma moção de confiança ao chanceler Olaf Scholz ter sido chumbada no parlamento alemão, os principais partidos alemães apresentaram formalmente os seus programas eleitorais que já eram, no entanto, conhecidos há alguns dias.

Em 64 páginas, o chanceler cessante e recandidato Olaf Scholz quer dar a conhecer “o que importa agora”, numa tentativa de descolar do terceiro lugar apontado pelas sondagens, e mostrar ao eleitorado alemão que o Partido Social-Democrata (SPD) foi bem-sucedido nos últimos três anos, focado argumentos na gestão da crise energética e no aumento do salário mínimo.

Para a União Democrata Cristã (CDU) e ao partido irmão na Baviera, a CSU, o segredo está na “mudança política para a Alemanha”. Na primeira aparição conjunta nesta campanha eleitoral, Friedrich Merz, candidato a chanceler e líder da CDU, e Markus Söder, líder da CSU, sublinharam querer liderar um governo que “funcione de forma fiável”, que ponha um ponto final ao trabalho dos últimos três anos.

A separar CDU e SPD estão cerca de 15 pontos percentuais nas sondagens, com Merz em vantagem, e diferentes ideias nos assuntos que atualmente mais interessam os alemães: economia e migrações. Scholz é ainda o líder mais impopular da Alemanha nos tempos modernos.

O SPD defende uma subida do salário mínimo para 15 euros por hora, benefícios fiscais para os trabalhadores com rendimentos baixos e médios, IVA mais baixo na indústria da restauração e habitação a preços acessíveis. Para os social-democratas, devem ser feitos investimentos na economia e na inovação e para tal propõe a criação de um fundo extraorçamental de 100 mil milhões de euros para incentivar o investimento privado e modernizar as infraestruturas.

O partido pretende também introduzir um prémio “Made in Germany” (“Fabricado na Alemanha”) para estimular o investimento que inclui um reembolso de 10% dos impostos diretos sobre o dinheiro usado para equipamento nas empresas. É também a favor de almoços gratuitos nos estabelecimentos de ensino, de licenças parentais mais longas e de um “seguro de solidariedade para os cidadãos”.

Para a CDU/CSU é preciso “aderir ao travão constitucional da dívida”, lê-se no programa eleitoral de forma sucinta. A ferramenta foi introduzida após a crise financeira de 2009, mas os críticos afirmam que impede o crescimento ao restringir os empréstimos e investimento. Este travão, consagrado na lei alemã, limita o endividamento a um máximo de 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, a carga fiscal sobre as empresas deverá ser reduzida para um máximo de 25% e a sobretaxa de solidariedade completamente abolida. Os conservadores prometem não mexer nas pensões de velhice e encorajar aqueles que querem continuar a trabalhar para além da idade da reforma de 67 anos, permitindo-lhes ganhar até dois mil euros por mês livres de impostos para além da reforma.

A dupla CDU/CSU pretende reduzir a taxa de IVA dos alimentos no setor da restauração de 19% para 7% e melhorar os subsídios à habitação para as famílias jovens. Baixar os preços da eletricidade também faz parte de uma das medidas dos conservadores para estimular a economia.

Os alemães vão às urnas depois da coligação tripartida do chanceler Olaf Scholz se ter desmoronado, a 6 de novembro, com a demissão do líder dos liberais e antigo ministro das Finanças, Christian Lindner. Foram precisamente disputas sobre o orçamento a gota de água, numa coabitação governamental que enfrentou vários problemas durante os últimos três anos.

As eleições ocorrem num momento difícil para a Alemanha com a economia a registar, segundo as previsões, uma contração pelo segundo ano consecutivo. Empresas como a Volkswagen ou a Bosch anunciaram pesados despedimentos. “O chanceler pediu um voto de confiança e perdeu. Há muito que perdeu a confiança da maioria da população. Perdeu também a confiança dos investidores que estão a abandonar a Alemanha há vários anos”, sublinhou Friedrich Merz, durante a apresentação do programa eleitoral dos conservadores.

O tema das migrações também não passa ao lado dos dois partidos. O SPD não pretende endurecer a política de asilo e migração, querendo gerir o tema com “responsabilidade humanitária”. O partido quer acelerar “significativamente” os procedimentos de asilo, através de uma modernização administrativa, com as decisões a serem tomadas num prazo de seis meses.

As fronteiras externas da União Europeia (UE) devem ser mais bem protegidas e controladas, no entanto, “o Estado de direito e condições humanas” devem ser garantidos em todos os momentos, sublinham os social-democratas no seu programa. Se a CDU/CSU for eleita, pretende reforçar significativamente a política de asilo e implementar um congelamento de novas entradas vindas de outro Estado membro da UE ou do espaço europeu de livre circulação Schengen.

Para justificar o endurecimento na política de migração, o partido sublinha que a Alemanha precisa sobretudo de mão-de-obra qualificada, enquanto a migração ilegal está a sobrecarregar o país e a sua capacidade de integração. Sob o título “Travar a imigração clandestina”, a CDU/CSU apresenta os seus planos em oito pontos que incluem a designação de mais “países de origem seguros” que possam facilitar os regressos, e a deportação regular de criminosos e indivíduos considerados perigosos.

Os programas eleitorais deverão ser agora votados pelos partidos nos respetivos congressos a realizar no início de 2025. Após o chumbo da moção de confiança e a consequente dissolução do parlamento (Bundestag), cabe ao Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, convocar formalmente eleições que deverão acontecer num prazo de 60 dias.

Os alemães deverão ir novamente às urnas a 23 de fevereiro, mais de meio ano antes do previsto, uma data com a qual a maioria dos partidos já concordou.

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ASF quer usar Inteligência Artificial para supervisionar setor segurador

  • ECO Seguros
  • 17 Dezembro 2024

O anuncio foi feito no IV Congresso Direito dos Seguros AIDA Portugal que reuniu especialistas e académicos que analisaram novos riscos e novos desafios dos seguros.

A Associação Internacional de Direito dos Seguros (AIDA) de Portugal organizou, em parceria com a livraria Almedina, o IV Congresso Direito dos Seguros. Segundo comunicado da associação, o evento reuniu especialistas do setor (académicos, da área jurídica, etc.) que analisaram novos riscos e novos desafios dos seguros.

A Inteligência Artificial (IA) foi um dos temas em análise e, nesse âmbito, a presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou que o regulador está a desenvolver um projeto para testar o uso de IA na supervisão do setor.

A “ASF encontra-se, também, a desenvolver um projeto em parceria com a Academia com vista a testar a incorporação de soluções com componente de IA nos seus processos de supervisão” e que, na sequência da publicação do Regulamento IA, a “ASF planeia desenvolver estudos de suporte a uma iniciativa regulatória a lançar em 2025 relativa ao uso de IA nos setores que supervisiona”, afirmou Margarida Corrêa de Aguiar, citada no comunicado enviado pela AIDA Portugal.

Margarida Côrrea de Aguiar, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Lima Rego, presidente do Conselho Diretivo da AIDA e Rui Leão Martinho, presidente do conselho de administração da Mútua Portuguesa de Saúde e presidente da Mesa da Assembleia Geral da AIDA Portugal, no IV Congresso Direito dos Seguros AIDA Portugal.

O pontapé de partida do evento foi dado por Margarida Lima Rego, presidente do Conselho Diretivo da AIDA, que salientou o papel da AIDA Portugal no estudo e disseminação do direito dos seguros e abordou os objetivos do congresso.

O congresso quis ser palco para o exame das formas que indústria seguradora tem para adaptar-se e responder eficazmente aos novos riscos e desafios que vão surgindo num contexto de permanente inovação tecnológica, mudanças climáticas e crescente instabilidade geopolítica.

O primeiro dia do evento teve lugar em Lisboa, a 14 de novembro, e foi dedicado aos ciber-riscos, à inteligência artificial, aos riscos políticos e às respetivas respostas oferecidas pelo direto dos seguros e pela indústria seguradora.

Relativamente aos riscos políticos, Margarida Corrêa de Aguiar concluiu que o setor segurador pode contribuir para a mitigação dos impactos adversos que comportam para a economia através do seguro de crédito que constitui “uma ferramenta importante na gestão destes riscos e de apoio à exportação das empresas, garantindo a proteção face ao incumprimento de clientes, por meio da cobertura de riscos de não pagamento”.

No segundo dia do congresso, a 15 de novembro, foi prestada homenagem a Pedro Romano Martinez, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), pelo seu contributo para o direito dos seguros. Foi evidenciado os contributos dos seus estudos para “o desenvolvimento dos temas da celebração do contrato de seguro à distância, das cláusulas contratuais gerais e cláusulas de limitação ou exclusão de responsabilidade no contrato de seguro, da interpretação das cláusulas do contrato de seguro e, por fim, da compreensão do âmbito do dever de indemnizar”, refere a associação.

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Isenção de impostos na compra de casa já beneficiou 11.700 jovens

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

O preço médio das casas que estão a beneficiar da medida é de 187.000 euros, pelo que não fazem sentido críticas de que a medida é para ricos, segundo a ministra Margarida Balseiro Lopes.

A isenção de impostos na compra de primeira habitação já beneficiou 11.700 jovens, segundo os números atualizados esta terça-feira pela ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

A responsável falava no parlamento no âmbito de uma audição regimental sobre temas da juventude, sendo a questão da habitação uma das mais debatidas, especialmente a medida do Governo, em vigor desde agosto, de os jovens beneficiarem de isenção de IMT (imposto sobre imóveis) e de Imposto de Selo na compra da primeira habitação.

Na audição, a ministra recordou os números já antes divulgados de que o preço médio das casas que estão a beneficiar da medida é de 187.000 euros, pelo que não fazem sentido críticas de que a medida é para ricos. O tema da habitação foi o mais focado na audição, com diversos deputados a criticarem essa e outras medidas, afirmando que não resolvem o problema da falta de habitação.

“O problema não é o IMT mas é as casas não terem preços comportáveis”, referiu a deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua, dizendo à ministra: “desafio-a a encontrar uma casa em Lisboa a 200 mil euros”. A deputada do BE perguntou também quando é que o Governo tem coragem para deixar de subsidiar os “preços criminosos das casas” e tem coragem de limitar esses preços.

Ainda na área da habitação o tema dos 59.000 fogos que serão construídos (o maior investimento de sempre em habitação, segundo o Governo), também levantou polémica, com o deputado socialista Miguel Costa Matos a acusar o Governo de estar a “desfazer o que o PS tinha deixado feito” na área da habitação e que a maior parte dessas casas serão reabilitações.

Margarida Balseiro Lopes foi ouvida na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Deporto e falou de temas ligados aos jovens, recordando o que foi feito até agora pelo Ministério que tutela, que, disse, quer acima de tudo dar condições aos jovens para que não tenham de emigrar.

Recordou a medida do IRS Jovem (“que vai chegar a 400 mil jovens”) e o programa Porta65 Jovem, de apoio ao arrendamento (com reforço de 70%), mas também as iniciativas Cheque Psicólogo e Cheque Nutricionista e a de apoio para produtos menstruais, que estará a funcionar em todo o país na segunda quinzena de janeiro.

Sobre o grupo de trabalho criado sobre bullying, disse que em janeiro o grupo entrega um relatório com recomendações ao Governo. A ministra destacou depois a aposta no alojamento para estudantes, refutou acusações de Miguel Costa Matos de falta de condições de alguns desses quartos para estudantes em pousadas, e disse que no próximo ano estarão terminados 64 projetos de alojamento estudantil.

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Pedro Reis diz que é “ambicioso” pensar que Estado vai recuperar dinheiro colocado na Efacec

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

"As métricas de recuperação dos dinheiros públicos que foram colocados na empresas implicam múltiplos de crescimento dos EBITDA que me parecem demasiados ambiciosos", disse o ministro no Parlamento.

O ministro da Economia, Pedro Reis, reiterou esta terça-feira que considera ambicioso pensar que vai ser possível recuperar todo o dinheiro público que foi colocado na Efacec, recusando qualquer redesenho do modelo de venda.

As métricas de recuperação dos dinheiros públicos que foram colocados na empresas implicam múltiplos de crescimento dos EBITDA [Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] que me parecem demasiados ambiciosos”, disse o ministro, para reiterar que lhe parece “ambicioso” pensar que é recuperável todo o valor que o Estado colocou na empresa.

Pedro Reis falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição regimental, tendo sublinhado que, uma vez feito e concretizado [pelo anterior governo] o modelo de venda a parceiros privados, “há que respeitar a negociação”, pois o que o Estado não pode é redesenhar retroativamente esse modelo.

Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), cujos resultados foram conhecidos no final de setembro, concluiu que a decisão do Estado em nacionalizar e depois reprivatizar a Efacec pode atingir um custo, em financiamento público, de 564 milhões de euros, sendo que os objetivos não foram alcançados.

Adicionalmente, o TdC considerou que a escolha da proposta vencedora da reprivatização da Efacec, da Mutares, aumentou o risco da operação e fez com que o Estado gastasse mais 271 milhões de euros. No início deste mês, o parlamento aprovou, apenas com os votos contra do PS, a proposta da IL para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da tutela política na empresa Efacec.

Ao longo da audição, o ministro foi confrontado por vários partidos da oposição com os encerramentos de empresas ou situações de lay off (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos) que estão a registar-se, nomeadamente, nos setores automóvel e têxtil, tendo deixado a garantia de que estes casos estão a ser acompanhados de perto pelo Governo, envolvendo autarquias e organismos públicos.

Salientando que cada caso é um caso, especificou que tem sido feita uma verificação das várias situações de encerramento de unidades industriais, nomeadamente se houve ou não incentivos públicos e se as contrapartidas foram ou não cumpridas ou se podem ser usados como instrumento de pressão.

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Portugueses estão a marcar mais viagens para o Natal e Passagem de Ano

Brasil e Caraíbas, no longo curso, e Cabo Verde, no médio curso, bem como Portugal, são os destinos escolhidos pelos portugueses para viajar no fim deste ano, de acordo com o presidente APAVT.

Os portugueses estão a fazer mais reservas para a época de festas que se aproxima do que em 2023, com Brasil, Caraíbas e Cabo Verde em destaque. Os dados são da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), cujo presidente, Pedro Costa Ferreira, em declarações ao ECO adianta que Portugal é, contudo, o destino mais forte para a escolha da passagem de ano.

No geral, a operação de final de ano está a ser o espelho do próprio ano, consolidando os crescimentos pós pandemia. O mercado tem sempre uma resposta assimétrica, de acordo com os diferentes tipos de negócio, de dimensão ou os mercados-alvo, mas sim, este ano haverá mais reservas de fim de ano do que em 2023, embora ainda seja cedo para acedermos a números definitivos“, disse Pedro Costa Ferreira.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), contudo, no segundo trimestre de 2024, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal decresceram 13,4%, totalizando 4,9 milhões. As viagens em território nacional recuaram 15,4%, atingindo 4,1 milhões, enquanto as viagens com destino ao estrangeiro registaram o primeiro decréscimo desde o segundo trimestre de 2021 (-1,5%), totalizando 799,9 mil (16,3% do total).

“O setor fecha o ano com um sentimento de alegria e otimismo, que afinal sempre nos acompanhou ao longo do ano”, assinala Pedro Costa Ferreira.

Os portugueses estão a manter a tradição de destinos, de acordo com o responsável da APAVT, com destaque para Brasil e Caraíbas, no longo curso, e Cabo Verde, no médio curso.

De qualquer modo, o mercado é um mercado maduro e eclético, muito diversificado. Nesse sentido, destinos como o Dubai, Egipto, Senegal, São Tomé ou a Disneyland Paris, são igualmente exemplos de destinos muito procurados nesta época“, indica.

Porém, há quem continue a ir para “fora” cá “dentro”. “Portugal é, no fim do ano, o destino mais forte, até porque estamos a falar de viagens de curta duração. A Madeira é, como se sabe, dos melhores fins de ano do Mundo. Mas também o Algarve e, de forma crescente, outras regiões um pouco por todo o País (por exemplo, os Açores ou o Douro), fruto do visível aumento de qualidade da oferta nacional, nos últimos anos”, refere.

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Zelensky pede ao Ocidente para ajudar urgentemente no campo de batalha

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

"A principal coisa que nos vai unir é determinar como fortalecer urgentemente a Ucrânia no campo de batalha, política e geopoliticamente", disse o presidente ucraniano.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta terça-feira aos seus aliados ocidentais que “fortaleçam urgentemente a Ucrânia no campo de batalha”, já que as forças de Kiev têm vindo a recuar contra o Exército russo.

“A principal coisa que nos vai unir é determinar como fortalecer urgentemente a Ucrânia no campo de batalha, política e geopoliticamente”, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk. O Presidente ucraniano – cujo país luta há quase três anos para repelir uma invasão russa – apelou ainda aos europeus para que se juntem a Kiev face ao Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que deverá tomar posse em janeiro.

O regresso do líder republicano à Casa Branca fez com que a Ucrânia e os seus aliados temessem uma redução na ajuda militar crucial dos EUA e uma pressão para compromissos favoráveis à Rússia durante possíveis conversações de paz. “É muito importante que estes sinais sejam enviados para os Estados Unidos, que a nova administração também os ouça, que estejamos todos unidos no nosso desejo de uma paz justa na Ucrânia”, disse Zelensky.

Por seu lado, Donald Tusk garantiu que o seu país vai assegurar-se de que possíveis conversações de paz não terminem em “decisões injustas” para a Ucrânia. “Estaremos muito vigilantes e participaremos em todas as conversações possíveis”, disse o primeiro-ministro polaco, acrescentando que não vê “razões para a Ucrânia ceder” a Moscovo no caso de tais conversações.

“A Ucrânia é vítima de um ataque. É Moscovo que deve reconsiderar”, sublinhou o primeiro-ministro polaco. O Exército ucraniano encontra-se numa situação muito difícil face às tropas russas que, mais numerosas e mais bem armadas, têm avançado na frente leste, nos últimos meses.

Moscovo lançou também uma contraofensiva com a participação de tropas norte-coreanas, na sua região de Kursk, parcialmente ocupada pelas forças ucranianas, de acordo com o comandante do exército ucraniano, Oleksandr Syrsky. Segundo um cálculo da revista britânica The Economist, os ucranianos perderam metade dos territórios que controlavam nesta área desde o início da sua ofensiva surpresa, em agosto.

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Unidades hoteleiras no Alentejo com ocupação superior a 2023 para quadra festiva

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

Em Évora, a ocupação “aproxima-se dos 100%”, diz o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo.

As unidades hoteleiras e turísticas do Alentejo estão com uma percentagem “muito alta” de reservas para o Natal e passagem de ano, superior à do ano passado, indicou esta terça-feira o presidente da entidade regional de turismo (ERT).

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, lembrou que neste período festivo “normalmente a taxa de ocupação da hotelaria alentejana é muito alta” e “2024 não vai ser muito diferente dos anos anteriores”. De acordo com os dados recolhidos pela ERT, continuou, “mais de metade dos hotéis indicam que a ocupação no período de Natal é muito alta e vai ser superior à do ano anterior”.

“Estamos com uma expectativa de ocupação acima dos 50% no Natal, enquanto no Ano Novo mais de 75% das unidades hoteleiras dizem esperar uma melhor ocupação” do que em 2023, afirmou. Em Évora, a ocupação “aproxima-se dos 100%”, acrescentou José Manuel Santos, admitindo, contudo, que pelo Alentejo “há algumas variações, porque a região é muito diferenciada e heterogénea” em termos de alojamento.

“Mas, no global, temos uma previsão já de reservas feitas acima dos 75%”, disse. O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo lembrou também que costumam surgir “muitas reservas de última hora” e, por isso, a ocupação “vai crescer” e a região terá “um excelente final do ano”. Por outro lado, acrescentou, um “dado interessante” constatado este ano é o de que a região “começa a ter turistas internacionais” neste período festivo.

“Os estrangeiros começam a procurar o Alentejo para o final do ano, especialmente alguma hotelaria mais diferenciada e algumas unidades de turismo rural”, referiu, precisando que são turistas brasileiros, norte-americanos, alemães e espanhóis, o que faz com que a região não seja só “para a passagem de ano de portugueses, é cada vez mais também para turistas internacionais”.

Além de Évora, “muito procurada pela sua centralidade e prestígio da hotelaria”, também “outros polos turísticos começam a ter alguma expressão”, como “Odemira, que tem uma passagem de ano interessante e muitas unidades de turismo rural e pequenos hotéis que estão cheios, ou o eixo Tróia-Melides”, de acordo com o responsável.

Da ronda efetuada pela Lusa junto de estabelecimentos hoteleiros, foi possível perceber que as expectativas são positivas. No hotel Octant Évora, de quatro estrelas, localizado numa freguesia rural, o diretor-geral, Sérgio Duarte, disse esperar que o Natal e o ‘reveillon’ deste ano superem os de 2023, dado o “crescimento significativo das taxas de ocupação” de um ano para o outro.

No dia 25 de dezembro, já estamos com uma taxa de ocupação de cerca de 60% e, para a noite da passagem de ano, de cerca de 70%”, indicou, observando que a maioria das reservas é de portugueses. Já no Hilton Garden Inn Évora, também de quatro estrelas e junto ao centro histórico, a ocupação para o Natal ultrapassa os 50% e para a passagem de ano os 80%, segundo o diretor-geral dos hotéis do Grupo Mercan Properties no Alentejo, André Ornelas.

“A procura é maioritariamente nacional, representando cerca de 75% dos hóspedes, com o restante a ser composto por espanhóis, brasileiros e norte-americanos”, precisou. O responsável revelou igualmente que o novo Holliday Inn, a funcionar em Beja desde setembro, “tem uma ocupação para o Natal sólida, com cerca de 60%” e, para o final do ano, “está atualmente nos 50%”, sendo esperado “um aumento significativo das reservas nos próximos dias”.

Na opinião do diretor-geral, quem escolhe a região para passar estes dias procura “destinos tranquilos e com uma oferta de qualidade tanto de alojamento como gastronómica”. No Alto Alentejo, o Hotel Portalegre Palace, está “esgotado” para a passagem de ano e regista, nesta altura, uma taxa de ocupação na casa dos “80%” para o período de Natal, referiu o diretor, Nelson Carvalho.

Quanto a Sines, o Hotel Sines Sea View, conta com uma taxa de ocupação para o Natal “entre os 30% e os 35%”, ainda que a ceia e almoço de Natal estejam “praticamente completos”, revelou à Lusa o diretor, Pedro Santos, acrescentando que as reservas para a passagem de ano já estão “nos 85%”, com o hotel a esperar “atingir os 90% de lotação”.

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