Crise na saúde? “Somos co-responsáveis desde o primeiro dia”, admite Luís Montenegro

Primeiro-ministro considera que o Governo "não teve estado de graça" desde a tomada de posse, rejeitando a noção de que tem atirado as culpas para o anterior Executivo, sobretudo com a crise na Saúde.

Luís Montenegro rejeita a noção de que o seu Governo teve direito a um “estado de graça” aquando da tomada de posse, argumentando os membros do Governo são “co-responsáveis desde o primeiro dia sob todas as áreas“, sobretudo na área da saúde.

“Não podemos dizer que tivemos grande estado de graça. O que posso dizer é que as expectativas eram muito baixas e há meio ano havia muitas intervenções [públicas] que diziam que o Governo não ia durar a legislatura toda. Estamos focados nas pessoas”, garantiu o primeiro-ministro, esta segunda-feira durante o CNN International Summit, em Lisboa.

Questionado sobre o que faria se fosse líder da oposição perante a atual crise na saúde, Luís Montenegro foi perentório ao defender que, nessa situação, iria apelar para que fossem apuradas “responsabilidades”, não só entre os profissionais do setor mas também, “eventualmente, responsabilizar politicamente quem fosse responsável por isso, se essa evidência se tornar clara”.

Mesmo não sendo atualmente o líder da oposição, o chefe de Governo mantém que as responsabilidades políticas devem assumidas, “a começar pelo próprio primeiro-ministro”, diz.

“Tenho de assumir responsabilidade sobre aquilo que fazem os membros do Governo e instituições que tutelamos”, explica, ainda que isso não signifique, necessariamente, uma demissão à semelhança do que tem vindo defender relativamente à ministra da Saúde, Ana Paula Martins. “Assumir responsabilidades é um conceito novo. Não são as demissões que resolvem os problemas”, defende, sublinhando que este Governo “não se tem desculpado com aquilo que aconteceu antes de” tomar posse.

A atual crise na saúde surge na sequência da morte de, pelo menos, 11 pessoas após atrasos no atendimento pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O Ministério Público já abriu seis inquéritos para apurar as causas de morte.

Ana Paula Martins tem estado no centro da polémica, tendo sido exigida a sua demissão pelos partidos da oposição. No entanto, a governante diz que só assumirá responsabilidades aquando da conclusão dos inquéritos. Até lá, o mandato da ministra da Saúde deverá prosseguir como previsto.

“Não é por se demitir pessoas que a responsabilidade política ficou cabalmente assumida e no dia seguinte está tudo bem”, continua. “O ministro A demite-se, e no dia seguinte a situação está igual. Então esse ministro vai se demitir também? A responsabilidade política sobre o que decidimos tem de ser aferida e consoante a gravidade da responsabilidade terão de ser tomadas as decisões”, termina Montenegro.

Governo está “empenhado” em aumentar pensões. Mas não agora

Numa altura em que prossegue o debate e votação das propostas para o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), Luís Montenegro diz-se confiante de que relativamente à proposta da baixa do IRC em um ponto percentual (de 21% para 20%) será viabilizada graças ao PS.

O principal partido da oposição tornou pública com clareza a decisão de viabilizar a descida de 1 p.p“, afirmou o primeiro-ministro, não tendo, porém, as mesmas certezas em relação às pensões, isto numa altura em que o PS colocou em cima da mesa uma proposta que visa um aumento permanente já em 2025, anulando um novo eventual suplemento extraordinário do Governo. A atribuição deste novo suplemento estaria, no entanto, dependente da execução orçamental.

“A filosofia do Governo é prudência e responsabilidade. Como ainda não tenho a certeza absoluta de como vão correr execuções orçamentais no meu mandato, embora tenha confiança, quero ser prudente”, explicou, referindo haver “fatores de incerteza” na Europa e no mundo que obrigam ao Executivo a agir com cautela.

“Não significa que [eu] seja contrário a uma valorização maior. Estamos empenhados em fazê-lo”, diz, recordando que o Governo, de forma complementar, aumentou o complemento solidário para os idosos e alargou a comparticipação dos medicamentos para as pensões com menores rendimentos.

“Ninguém deve estar excluído” das presidenciais por ser militar

O primeiro-ministro considerou que “ninguém deve estar excluído” das presidenciais pela condição militar e disse ainda não estar escolhido o próximo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), sem nunca se referir ao nome de Gouveia e Melo.

Na fase final de uma entrevista de cerca de meia hora, o primeiro-ministro foi questionado se considera preocupante a possibilidade de voltar a ter um militar na Presidência da República, numa referência a notícias que dão conta de uma candidatura do atual CEMA, o almirante Henrique Gouveia e Melo.

Não, por si só, não me parece que seja essa a questão. A questão que se vai colocar ao povo português é escolher a melhor personalidade para cumprir as competências constitucionais que estão determinadas para o exercício da mais alta magistratura do Estado, que é a Presidência da República, e ninguém deve estar excluído por ter determinada condição ou incluído por ter uma outra condição diferente”, afirmou Montenegro.

O primeiro-ministro defendeu que quem concluir estar em condições de concorrer a Belém deve ter “um perfeito conhecimento da realidade política, da realidade económica, da realidade social do país, do seu contexto a nível europeu e internacional” e voltou a defender que o PSD deve aguardar por candidatos dentro do partido, como refere a moção de estratégia com que se recandidatou à liderança dos sociais-democratas.

Temos dentro dos nossos militantes várias personalidades que têm perfil, que têm conhecimento, que têm aquilo que é essencial para nos próximos anos exercer a função de Presidente da República. Estou absolutamente convencido disso hoje, se calhar até estou mais hoje do que estava na altura em que redigi a moção”, disse.

Notícia atualizada às 17h05

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TikTok e Polígrafo lançam campanha de literacia mediática em Portugal

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

A campanha inclui funcionalidades interativas e recursos dentro da rede social, desenhados para promover o consumo de informações precisas e incentivar uma abordagem crítica na avaliação de conteúdos.

O TikTok anunciou esta segunda-feira uma parceria com o Polígrafo para lançar uma campanha de literacia mediática em Portugal com o objetivo de combater a desinformação, “capacitando os utilizadores” da rede social de competências neste âmbito.

Em comunicado, a rede social adianta que esta campanha é desenvolvida “em parceria com o Polígrafo, uma das principais organizações de verificação de factos, certificada pela International Fact-Checking Network (IFCN) e pela European Fact-Checking Standards Network (EFCSN)”, e “reflete o compromisso do TikTok de combater a desinformação“.

Em suma, “a iniciativa de literacia mediática do TikTok visa capacitar os utilizadores a tomarem decisões bem informadas sobre o conteúdo que encontram“.

Esta campanha “inclui várias funcionalidades interativas e recursos dentro da plataforma, especificamente desenhados para promover o consumo de informações precisas e incentivar uma abordagem crítica na avaliação de conteúdos“, refere o TikTok.

Entre as várias ferramentas consta uma app de literacia digital na plataforma, “um ‘hub’ de informação dedicado que fornece aos utilizadores orientações para avaliar a credibilidade dos vídeos, com dicas para distinguir entre conteúdo factual e enganador” e uma “série de vídeos educativos pelo Polígrafo“.

Trata-se de cinco vídeos educativos “criados pelo Polígrafo que abordam competências essenciais para a literacia mediática, que incluem métodos de verificação de factos, identificação de narrativas que tendem a propagar informação falsa, análise das fontes de informação e manutenção da vigilância contra a desinformação”, detalha o TikTok.

Inclui ainda “alertas integrados de desinformação: quando os utilizadores pesquisarem temas frequentemente associados a desinformação, serão direcionados para conteúdos relevantes de literacia mediática, reforçando a abordagem proativa do TikTok de educar os utilizadores” e uma campanha promocional na plataforma.

Em fevereiro, o TikTok e o Polígrafo já tinham estabelecido uma parceria para combater a desinformação, em especial no que dizia respeito às eleições legislativas de 10 de março. O acordo tinha como objetivo colocar o Polígrafo a ajudar na remoção “de forma consistente e precisa a desinformação sobre as eleições”.

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Thyssenkrupp Steel Europe vai cortar 11.000 empregos até 2030

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

A empresa alemã prevê reduzir a sua capacidade de produção desde 11,5 milhões de toneladas de aço por ano para um intervalo entre 8,7 e nove milhões de toneladas.

A divisão de aço do conglomerado alemão Thyssenkrupp anunciou esta segunda-feira uma redução de 11.000 postos de trabalho até 2030 face a dificuldades crescentes ligados à concorrência do aço chinês e a custos demasiado elevados. Nesta divisão, que acumula perdas, cerca de 5.000 empregos vão ser eliminados, enquanto 6.000 vão ser atribuídos a entidades externas, indicou a empresa em comunicado.

O grupo industrial disse que quer reduzir os custos salariais em 10% em média nos próximos anos para os “adaptar a um nível competitivo” e afirmou que o seu objetivo “continua a ser evitar despedimentos”. O Thyssenkrupp Steel prevê reduzir a sua capacidade de produção desde 11,5 milhões de toneladas de aço por ano para um intervalo entre 8,7 e nove milhões de toneladas.

“Vamos adaptar-nos às novas condições de mercado através de ajustes de capacidade e reduções de custos específicos”, sublinhou o líder da Thyssenkrupp Steel Europe, Dennis Grimm, para quem é necessária uma “otimização e racionalização abrangente” da rede de produção e dos processos.

“Estamos conscientes de que este caminho vai exigir muito a muitas pessoas, até porque teremos de cortar um grande número de postos de trabalho nos próximos anos para sermos mais competitivos”, afirmou o responsável da empresa, cujo quadro de pessoal ronda os 27.000 efetivos.

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Scholz será mesmo o candidato do SPD nas eleições antecipadas na Alemanha

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

O atual chanceler foi escolhido por unanimidade como o candidato do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro.

Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.

“Nomeámos hoje [segunda-feira] por unanimidade o nosso chanceler, Olaf Scholz, como candidato a chanceler nas próximas eleições legislativas”, declarou copresidente do SPD, Saskia Esken, na sede do partido em Berlim, citada pela agência espanhola Efe. A decisão da direção do partido irá ser validada num congresso a realizar em janeiro.

Scholz, 66 anos, que se declarou praticamente candidato após o fim da coligação com os Verdes e os Liberais, a 6 de novembro, teve de enfrentar uma revolta no SPD, com manifestações de apoio ao ministro da Defesa, Boris Pistorius.

O SPD tenciona agora manter-se unido em torno de Scholz, mesmo sendo uma aposta arriscada para o partido mais antigo da Alemanha, que só conta com cerca de 15% das intenções de voto nas sondagens, segundo a agência francesa AFP.

A oposição conservadora CDU/CSU tem mais do dobro, 33%, e a extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) segue à frente do SPD com 18%.

Scholz, o “rosto” do fracasso de um governo marcado por disputas internas, é “provavelmente o candidato mais fraco e menos adequado para a chancelaria que o SPD alguma vez apresentou”, escreveu a revista alemã Der Spiegel.

A coligação que liderava, no poder desde o final de 2021, foi desfeita quando o ministro das Finanças liberal foi demitido devido a divergências sobre a política orçamental, no meio de uma crise industrial na maior economia da Europa.

Imperturbável, Scholz tem reafirmado a convicção de que conduzirá o SPD a mais uma vitória. Scholz gosta de recordar que, em 2021, ganhou as eleições contra todas as probabilidades. Nessa altura, tirou o máximo partido das divisões no campo conservador, segundo a AFP.

Desta vez, a estratégia é apresentar-se como um homem de contenção no apoio militar à Ucrânia, na esperança de capitalizar o pacifismo profundamente enraizado entre os alemães desde os horrores dos nazis e uma corrente significativa de opinião pró-russa.

De acordo com uma sondagem recente da televisão pública ARD, 61% dos inquiridos apoiam a decisão de Scholz de não fornecer à Ucrânia mísseis Taurus, que podem atingir profundamente o território russo. Esta posição contradiz a adotada pelos principais aliados da Alemanha, os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha.

Na mesma linha, a recente conversa telefónica de Scholz com o Presidente russo, Vladimir Putin, desagradou a algumas capitais, nomeadamente a Kiev.

Na Alemanha, a oposição conservadora acusa-o de ter contribuído para a propaganda de Moscovo para se apresentar como “chanceler da paz”, antes de uma eleição incerta para o SPD.

Os conservadores não esconderam que encaram a candidatura do chanceler com algum alívio. A decisão “é boa para nós”, disse o deputado Mathias Middelberg, referindo que “Pistorius teria sido mais desagradável para a CDU e a CSU”.

Scholz, um político veterano que foi presidente da câmara de Hamburgo (norte) e vice-chanceler com a pasta das Finanças no último governo de Angela Merkel (2005-2021), mostrou em várias ocasiões que pode vencer as probabilidades. Em 2021, ganhou ao apresentar-se como o verdadeiro herdeiro da chanceler conservadora.

Desta vez, pretende também tranquilizar as pessoas com a sua experiência num contexto geopolítico mundial conturbado e mergulhado no desconhecido com a eleição de Donald Trump como próximo Presidente dos Estados Unidos.

Scholz é “muito, muito experiente, tem mais do que um truque na manga, incluindo a nível internacional”, afirmou esta segunda-feira a Saskia Esken na rádio bávara.

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Vai nascer uma plataforma TVDE que só aceita mulheres como clientes e motoristas

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

A Pinker só vai aceitar clientes e motoristas que sejam mulheres, garantindo já ter mais de mil interessadas em estarem atrás do volante. Operação arranca nos próximos dias.

A Pinker, nova plataforma TVDE que irá ficar operacional nos próximos dias, pretende dar segurança às mulheres quando pedem um veículo, que será conduzido exclusivamente por mulheres, disse à Lusa a fundadora do projeto Mónica Faneco.

A nova plataforma eletrónica de transporte em veículos descaracterizados assume como principal diferença perante as suas concorrentes a operar em Portugal, Uber e Bolt, só aceitar motoristas do sexo feminino e ser para uso exclusivo de mulheres.

“Queremos trazer segurança, confiança às mulheres, nos nossos serviços, sendo uma alternativa ao que já existe”, explicou Mónica Faneco, recusando qualificar o serviço das aplicações já a operar em questões de segurança.

A operação da Pinker irá começar “no final desta semana, inicio da próxima”, disse Mónica Faneco, escusando-se a adiantar o dia exato em que a plataforma irá para a estrada, inicialmente em Lisboa, prevendo-se depois a expansão para a cidade do Porto e outras localidades.

A responsável contou que o projeto surgiu por volta de 2019 com a “ideia de um serviço de transfers e eventos” para mulheres, mas “houve algo que puxou para a necessidade de uma aplicação TVDE e expandiu-se a ideia”.

Entretanto, com a chegada da pandemia, a ideia ficou a amadurecer “e ajudou que as coisas ficassem bem estruturadas”, até que este ano o desafio teve o timing para seguir em frente.

“É uma aplicação 100% portuguesa, que não foi fácil criar de raiz, teve muito investimento, mas conseguimos lidar com tudo de uma forma tranquila e calma para colocar em funcionamento”, disse a empresária.

Embora a aplicação seja dedicada ao universo feminino, que está “a ter uma grande aceitação” tendo em conta as pré-inscrições na plataforma, tanto para utilizadoras, como para motoristas, Mónica Faneco adiantou que o feedback masculino também está a ser “muito bom”.

“Os homens têm filhas e mulheres, pelo que me dizem que é uma alternativa muito boa por ser destinada ao público feminino e com motoristas unicamente mulheres”, explicou.

Mónica Faneco referiu ainda que a Pinker já se encontra licenciada tanto em Portugal, como na Europa, e tem “mais de mil motoristas interessadas”.

Até ao momento, seis anos após a entrada em vigor da lei, publicada em Diário da República em agosto de 2018, que rege a atividade dos TVDE são duas as plataformas a trabalhar em Portugal: Uber e Bolt.

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Portugal arrecada 19 “óscares” do turismo. Conheça os premiados

Braga, Porto, Lisboa, Algarve, Madeira e Açores premiados nos World Travel Awards (WTW), a par de várias unidades hoteleiras espalhadas pelo país. Confira os projetos distinguidos na edição deste ano.

Praia do Vale de Centeanes, Algarve25 novembro, 2024

As cidades de Braga, Porto, Lisboa, Algarve e as regiões da Madeira e dos Açores estiveram sob os holofotes dos World Travel Awards (WTW), considerados os “óscares” do turismo. Desde os melhores destinos de praia, de golfe, turismo de aventura ou melhor cidade património mundial, Portugal arrecadou um total de 19 prémios.

Numa cerimónia que teve lugar no Funchal (Madeira), Lisboa conquistou, pela primeira vez, o prémio de melhor cidade património mundial e, pela segunda vez, o prémio melhor destino City Break do mundo nesta 31.ª edição dos WTW.

Este reconhecimento internacional reforça ainda o papel de Lisboa enquanto destino de excelência, e destaca a importância da preservação do seu património.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

A propósito deste reconhecimento, o autarca Carlos Moedas salienta, citado num comunicado, que “Lisboa é, hoje, símbolo de autenticidade, excelência e modernidade”. “A dupla distinção reflete a singularidade da cidade, onde a riqueza histórica e cultural se alia a uma constante inovação. Este reconhecimento internacional reforça ainda o papel de Lisboa enquanto destino de excelência, e destaca a importância da preservação do seu património”, refere o autarca.

A Associação Turismo de Lisboa (ATL) acrescenta, por sua vez, que “nos últimos anos, Lisboa tem apostado em ações de reabilitação e preservação dos equipamentos culturais; um esforço que é agora reconhecido, pela primeira vez, com o prémio de melhor cidade património mundial”. Elenca como exemplos o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, a Paisagem Cultural de Sintra e o Real Edifico de Mafra, classificados como Património Mundial da Unesco.

Com 200 quilómetros de praias, a região algarvia distinguiu-se nos WTW como o melhor destino de praia do mundo a par de 23 nomeados com paisagens conhecidas como Maldivas, Cancún (México), Seychelles, Filipinas ou Zanzibar. A região portuguesa já tinha conquistado este título em 2020 e 2021.

“Receber novamente este prémio é um orgulho imenso para a nossa região e a prova de que o Algarve continua a consolidar o seu posicionamento a nível global enquanto referência incontornável no turismo de praia”, assinala o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, citado numa nota.

“É também, ao mesmo tempo, uma responsabilidade acrescida, que reforça a nossa determinação em continuar a oferecer experiências únicas, alinhadas com as mais altas exigências internacionais e capazes de cativar os visitantes e de superar as suas expectativas”, completa o presidente do Turismo do Algarve.

O reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido por todo o setor no sentido de reforçar o posicionamento internacional da região como um destino único, para todos, ao longo de todo o ano.

Eduardo Jesus

Secretário Regional de Economia, Turismo e Cultura e presidente da Associação de Promoção da Madeira

Já a ilha da Madeira distinguiu-se como o melhor destino insular do mundo e de golfe emergente, além do título de melhor Entidade de Turismo com o galardão atribuído à Associação de Promoção da Madeira.

Para o secretário Regional de Economia, Turismo e Cultura e presidente da Associação de Promoção da Madeira, Eduardo Jesus, trata-se do “reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido por todo o setor no sentido de reforçar o posicionamento internacional da região como um destino único, para todos, ao longo de todo o ano”.

Madeira conquista “Óscar” de melhor destino insular do mundo nos WTW

Mais a Norte de Portugal Continental, a cidade de Braga distinguiu-se na categoria de melhor destino emergente, passando à frente de cidades como Ha Nam (Vietname), Hobart (Austrália), Huesca La Magia (Espanha), Melaka (Malásia), Okinawa (Japão) e Valladolid (México).

O presidente da câmara de Braga considera que esta distinção “terá reflexos extremamente positivos na notoriedade da cidade enquanto destino turístico, aportando novos benefícios para a economia local, regional e nacional”. Ricardo Rio salienta ainda que “este prémio confirma que Braga é muito mais do que uma cidade histórica”. “Somos um espaço vibrante, inovador e acolhedor que atrai visitantes de todo o mundo”, sublinha.

Estes “Óscares” do turismo também distinguiram pela segunda vez o Porto de Lisboa como o melhor Terminal de Cruzeiros da Europa. “O Terminal de Cruzeiros de Lisboa reafirma o seu estatuto como referência internacional, ao conquistar este título pela segunda vez, superando outros terminais de renome como os de Barcelona, Oslo, Valeta e Amesterdão”, refere a empresa num comunicado.

Braga distinguida como o melhor destino emergente do mundo nos “Óscares” do turismo25 novembro

“Este galardão confirma o Terminal de Cruzeiros de Lisboa como uma obra que honra a arquitetura portuguesa, ao mesmo tempo que posiciona Lisboa entre os melhores portos da Europa. É um símbolo de hospitalidade e inovação ao serviço do turismo”, nota Carlos Correia, presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL).

Carlos Correia realça ainda “o papel pioneiro do Porto de Lisboa na sustentabilidade do setor, com iniciativas como a criação do Comité de Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa e o lançamento do programa Cruzeiros pela Comunidade, que promove a integração social e o desenvolvimento sustentável na cidade”.

A TAP também recebeu uma distinção de companhia líder nas ligações aéreas a África e à América do Sul. Igualmente os Passadiços do Paiva foram distinguidos como melhor atração para turismo de aventura, o Dark Sky Alqueva o melhor projeto de turismo responsável e a Parques de Sintra – Monte da Lua a melhor empresa do mundo em conservação.

No que concerne a unidades hoteleiras, destaque para a Amazing Evolution como a melhor na gestão de hotéis boutique; o Olissipo Lapa Palace (Lisboa) como o melhor hotel clássico; o Dunas Douradas Beach Club (Almancil) como o melhor resort de golf e villas; e o Bairro Alto Hotel (Lisboa) como o melhor hotel histórico de referência. Já o título de hotel de luxo foi para o Savoy Palace (Madeira)

Atribuídos desde 1993, os WTA são considerados os “óscares” do turismo mundial e reconhecidos pelos profissionais do setor à escala mundial.

Secretário de Estado confere medalhas de mérito

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Manuel Monteiro Machado, atribui esta segunda-feira, em Diário da República, a medalha de mérito turístico a um conjunto de individualidades e entidades pelo seu trabalho em prol deste setor de atividade económica.

Entre os medalhados com 1.º grau (ouro) constam:

  • Rede das Aldeias do Xisto
  • Associação das Aldeias Históricas, Associação de Desenvolvimento Turístico
  • Côa Parque – Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa.

Entre as entidades com medalha mérito turístico, 2.º grau (prata):

  • Passadiços do Paiva
  • Rota Vicentina, exemplo pioneiro de sustentabilidade no turismo.
  • Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT).
  • Bernardo Trindade, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) para o mandato 2022-2024, administrador do Porto Bay Hotels & Resorts e presidente do Conselho Estratégico do Turismo do Porto e Norte de Portugal.
  • Carlos Moura, presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), vice-presidente do Conselho Diretivo da Confederação do Turismo de Portugal (CTP)
  • A empresária Chitra Stern, do grupo Martinhal, marca de resorts e hotéis de luxo de referência em Portugal, “com uma forte reputação pela excelência no serviço e inovação”.
  • Albano Cymbron, CEO da Agência de Viagens Melo, que nos anos 80 foi pioneiro na criação de experiências de natureza.
  • A empresária Margarida Almeida, “reconhecida pela sua liderança na área de gestão hoteleira”, mentora da Amazing Evolution, especializada na gestão de unidades hoteleiras.

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Portugal conquista um ouro, três pratas e cinco bronzes nos prémios ADCE

Bürocratik, Coming Soon, Studio Eduardo Aires, Poets & Painters, Paulo Mariano, José Mendes e Judas conquistaram os troféus para Portugal.

Entre um ouro, três pratas e cinco bronzes, Portugal conquistou um total de nove prémios na 33ª edição dos prémios ADCE. Os trabalhos premiados foram submetidos pela Bürocratik, Coming Soon, Studio Eduardo Aires, Poets & Painters, Paulo Mariano, José Mendes e Judas.

O único ouro foi ganho pela Bürocratik, com a campanha “Made for Nature”, na categoria de “Interactive Design”.

O Studio Eduardo Aires (uma prata e um bronze), e a Judas (dois bronzes) foram os únicos participantes portugueses que conquistaram mais do que um prémio nesta edição.

No caso do Studio Eduardo Aires, este recebeu prata pelo trabalho “Vicente Gajardo“, na categoria “Editorial Design”, bem como um bronze pelo “XXIII Portuguese Government Visual Identity System“, na categoria “Corporate Brand Identity”.

Já a Judas conquistou dois bronzes com o projeto – “Madrasta” – nas categorias de “Corporate Brand Identity” e “Design Logotype”.

Os restantes prémios conquistados por agências nacionais distribuem-se assim por projetos da Coming Soon (uma prata), Poets & Painters (uma prata), Paulo Mariano (um bronze) e José Mendes (um bronze).

No total, Portugal contava com 30 candidaturas entre as 375 finalistas dos prémios Art Director’s Club of Europe (ADCE). Os trabalhos que chegaram à fase final foram submetidos pela Bastarda, Bürocratik, Coming Soon, COMON, Deadinbeirute, Graficalismo, Havas, José Mendes, Judas, Label, Paulo Mariano, Poets & Painters, Stream and Tough Guy, Studio Eduardo Aires, The Walt Disney Company Portugal, This is Pacifica, VML e WYcreative.

Premiados Portugueses:

1 Ouro

  • “Made of Nature“, produzido pela Bürocratik, para a Kōzōwood Industries SA, na categoria “Interactive Design”

3 Pratas

  • “Surfing Through the Odds“, produzido pela Coming Soon para a Betclic e Shutterstock, na categoria “Photography”
  • “Vicente Gajardo“, produzido pelo Studio Eduardo Aires, para a Vicente Gajardo, na categoria “Editorial Design”
  • “Cosmogonia da Identidade“, produzido pela Poets & Painters, para a Poets & Painters editions editions, na categoria de “Editorial Design”

5 Bronzes

  • “All_About_Francis“, produzido pelo Paulo Mariano, para Paulo Mariano, na categoria “Design – Any Other”
  • “Madrasta”, produzido pela Judas, para a Madrasta, nas categorias de “Corporate Brand Identity”, e “Design Logotype”
  • “Arquipélago“, produzido por José Mendes, para a Written by light, na categoria de “Editorial Design”
  • “League of All Leagues“, produzido pela Judas, na categoria de “Live Stunts Brand Activation”
  • “XXIII Portuguese Government Visual Identity System“, produzido pelo Studio Eduardo Aires, para o XXIII governo português, na categoria “Corporate Brand Identity”

Os vencedores foram anunciados na Gala de Entrega de Prémios do Festival ADCE, em Barcelona. Na cerimónia entregaram-se 39 Ouros, 62 Pratas e 94 Bronzes. O Grand Prix deste ano foi para a campanha “Waiting to Live”, da VML (UK), para a NHS Blood & Transplant. A lista completa dos vencedores está disponível aqui.

A edição deste ano contou com 924 inscrições de 24 países europeus.

O Festival do Art Directors Club of Europe (ADCE) visa celebrar o que há de melhor na criatividade europeia e reunir uma variedade de profissionais de diversas áreas que pretendem cultivar mudanças e inovação através da criatividade, servindo o festival como um espaço para a comunidade criativa da Europa se reunir, inspirar e promover a troca de experiências.

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Morreu Manuel Barata Simões, antigo secretário-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes

  • + M
  • 25 Novembro 2024

Manuel Barata Simões foi secretário-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes entre 1998 e 2005. Tinha 83 anos.

Morreu Manuel Barata Simões, secretário-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) entre 1998 e 2005.

“Manuel Barata Simões foi um pilar na história da APAN. A sua dedicação, inteligência e ética moldaram o caminho que seguimos hoje. Perdemos não só um líder, mas também um mentor para todos os que tiveram o privilégio de trabalhar consigo“, afirma Ricardo Torres Assunção, atual secretário-geral da APAN, na nota que comunicada o falecimento de Manuel Barata Simões.

“Durante a sua liderança, Manuel Barata Simões desempenhou um papel determinante no fortalecimento da associação e na promoção de práticas éticas e eficazes no setor de comunicação e publicidade em Portugal. O seu compromisso com a indústria, aliado à sua visão estratégica, deixou uma marca indelével que ainda hoje serve de inspiração a todos os que trabalham nesta área“, escreve a associação que representa os anunciantes.

Manuel Barata Simões tinha 83 anos.

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A estrear a posição de diretor de marketing da Visa em Portugal, João Seabra, na primeira pessoa

O diretor de marketing da Visa elege como grande desafio estar mais perto das novas gerações. Com 40 anos, João Seabra "preza muito" o tempo em família, adora viajar e é "muito sportinguista".

João Seabra foi o primeiro responsável pelo marketing da Visa em Portugal, posição que estreou há cerca de seis anos. Tendo “basicamente criado” a função em 2018, o profissional acumulou, três anos mais tarde, também o mercado espanhol.

E mesmo por, desde o início, não ter tido um comparativo, esta tem sido uma “jornada de aprendizagem“. “O ecossistema de pagamentos em Portugal não tem nada a ver com o de Espanha, França ou Polónia. É muito difícil replicar o que é feito lá fora. É óbvio que há coisas em comum, mas na sua essência é preciso muito conhecimento local e tenho vindo a desenvolver essa função“, explica em conversa com o +M.

Entre as principais diferenças em termos de pagamentos entre países, Portugal dispõe de uma grande e “à cabeça”, que é a de haver um competidor doméstico — a marca Multibanco. “Na maior parte dos países, as marcas de pagamento são Visa, Mastercard ou American Express, e em alguns países há um concorrente doméstico, nacional. Em Portugal esse concorrente é o Multibanco, que faz parte da SIBS e não só oferece concorrência à Visa em termos de cartões, mas também a outros níveis e isso, logo à partida, faz com que Portugal seja um mercado bastante diferente dos outros”, acrescenta.

Em termos de comunicação, a Visa atua em Portugal através de três grandes áreas. Por um lado, a marca trabalha com o objetivo de garantir que os níveis de awareness e preferência são “aqueles que historicamente a Visa sempre teve”.

“Num mundo que muda e altera, com novas gerações que pensam e executam de maneira diferente, é importante garantir a relevância da marca Visa. E neste campo, em Portugal, trabalhamos muito a associação ao futebol feminino, que é uma associação que aparentemente pode parecer forçada mas que tem tudo a ver com os valores e ADN da Visa”, como os da aceitação e inclusão, diz.

Em segundo lugar, o departamento trabalha “objetivos de negócio”, garantindo que o “marketing é um motor de crescimento” para o mesmo. Um exemplo passa pelo esforço que foi feito para garantir que o contactless passava de uma “tecnologia praticamente desconhecida e inutilizada para uma tecnologia predominante”, algo que era “estrategicamente importante” para a Visa, tendo a sua utilização passado de 8% – quando João Seabra entrou na empresa – para mais de 80% atualmente.

Um terceiro pilar passa pelo trabalho que é feito em conjunto com outras instituições financeiras, bancos, fintechs ou comerciantes — no fundo, os clientes da Visa, que é na prática uma empresa B2B e que não tem contacto com o consumidor final fora do âmbito da comunicação. “Estas campanhas com outras instituições financeiras visam, basicamente, trabalhar objetivos comuns. Portanto, se o negócio dos bancos, de uma fintech ou de um comerciante crescer, a Visa também beneficia, pelo que trabalhamos muito campanhas de co-marketing, sempre neste âmbito de garantir que se usam mais pagamentos digitais, com mais frequência, porque são melhores, mais rápidos e mais seguros”, detalha o diretor de marketing.

Mas eu diria que o desafio mais diferente em que a Visa tem trabalhado — e eu creio que este é um desafio que grande parte das marcas que já têm umas boas dezenas de anos de mercado está a sentir — é o de estar mais perto das novas gerações“, avança ainda João Seabra.

Tal “requer um trabalho muito profundo, muito detalhado, porque as novas gerações (geração Z e geração alfa) pensam diferente, falam com uma linguagem diferente e consomem de uma forma completamente distinta da nossa”, descreve o profissional, atualmente com 40 anos.

“A grande novidade ou diferença para o que temos vindo a fazer até aqui tem a ver com a forma como vamos ou estamos a começar a comunicar, tendo em conta aquilo que as novas gerações querem e procuram. Isto significa estarmos em meios completamente diferentes – –a Visa já há algum tempo que não tem trabalhado televisão, e dentro do mundo digital faz cada vez menos tradicional — pelo que estamos já a falar noutros meios como o Discord ou o Twitch, e a tentar beber um pouco dos valores e da forma de pensar destas novas gerações para entrarmos nas suas conversas”, refere.

Toda a nossa forma de comunicação, de uma perspetiva mais de marca, está pouco a pouco a ser alterada para conseguirmos penetrar nestas novas gerações de uma forma relevante e não sermos apenas mais uma marca que utiliza o TikTok de uma forma tradicional“, acrescenta.

Na verdade, no entender de João Seabra, em Portugal ainda há “caminho a percorrer no digital”, tendo em conta que ainda há “muita mentalidade de offline e de marketing digital mais tradicional, de Google e redes sociais”.

“Temos que nos adaptar de uma forma muito mais rápida, de ser muito mais contextuais, de aprender muito melhor aquilo que são os valores e ideias destas novas gerações — desde a criação do conteúdo até onde e como aparecemos. Temos de ser mais inteligentes na forma como comunicamos com estas gerações, coisa que não tenho visto em Portugal, sinceramente. Tem sido feito um esforço, mas acho que ainda há um grande caminho a percorrer“, acrescenta.

Liderando uma equipa de 14 pessoas, entre os dois países (Portugal e Espanha), João Seabra trabalha na Visa por alinhamento internacional com o grupo Publicis, pelo que a nível de planeamento de meios trabalha com a Starcom e, a nível criativo, com a Publicis. Já em termos de eventos, a marca trabalha com a NIU.

Mas o marketing não foi um percurso óbvio para João Seabra, que começou por tirar Gestão de Empresas, por nunca ter sentido “grande vocação direcionada para nada em concreto” e um pouco pela influência que tinha em casa (o pai era empresário e a irmã tirou gestão). Além disso, considerou que Gestão de Empresas era um curso que lhe permitiria “manter em aberto” aquilo que seriam as suas opções profissionais no futuro.

Foi ao longo do curso que começou a perceber, pelas notas mas também pelo interesse que tinha nas disciplinas de marketing, que era no marketing que queria trabalhar. O facto de ter feito Erasmus no Canadá e de ter contactado com o tipo de ensino norte-americano — “que é muito mais prático e com mais recurso a case studies” — reforçou também o seu interesse pela área de marketing.

Depois do curso concluído, começou a trabalhar para a Samsung, onde esteve durante dois anos como gestor de produto. Daí passou para a Beiersdorf (dona da Nivea), onde assumiu a responsabilidade transversal a toda a empresa na área digital, naquela que era ainda uma “fase muito embrionária do mundo digital”, e onde trabalhava sobretudo canais próprios e Google.

Tendo em conta que sempre teve vontade de ter uma experiência no estrangeiro, João Seabra aproveitou depois o convite que surgiu para ir trabalhar para a Sony, onde desenvolveu a sua “primeira e única” experiência na área comercial e de vendas “puras e duras”. Começou em Lisboa e transitou para Madrid e, posteriormente, para Londres.

Entre os três países, esteve pouco mais de seis anos e meio na Sony, após os quais ingressou na British American Tobacco, onde trabalhou durante 10 meses. No entanto, a propósito da doença de um familiar, decidiu regressar a Portugal, regresso que, de qualquer das formas, também já estava nos seus planos depois de sete anos a viver no estrangeiro. Foi nessa altura, então, que surgiu a oportunidade da Visa.

Atualmente vive em Campo de Ourique, Lisboa, com a mulher e as três filhas, de sete, seis e dois anos. Na juventude, embora tenha nascido em Lisboa, foi aos três anos viver para a “pequena aldeia” de Valada do Ribatejo, no concelho do Cartaxo, onde esteve até aos nove anos, altura em que mudou de casa, mantendo-se na mesma no distrito de Santarém, mas indo para Vale de Santarém.

Reflexo dessa vivência no Ribatejo, mas também de uma paixão do pai que depois passou para os filhos, João Seabra fez equitação e saltos de obstáculos durante muitos anos. Na verdade, começou aos cinco anos e só parou aos 21, tendo feito muitas competições, maioritariamente em Portugal, mas também no estrangeiro. “Não posso dizer que era profissional, mas era o mais perto de um profissional que um amador pode ser“, recorda.

Atualmente, tem quatro coisas que preenchem praticamente 100% do seu tempo livre. Em primeiro lugar, “preza muito” passar “tempo de qualidade” com a família e amigos. Além disso, o desporto — que é onde “organiza as as suas ideias” — ocupa também um lugar de destaque no seu tempo livre, correndo três ou quatro vezes por semana e participando, “a nível muito amador”, em trails e corridas.

As viagens, “não só pelo enriquecimento que proporcionam mas enquanto something to look forward to”, são também uma paixão de João Seabra. O diretor de marketing da Visa e a mulher já tinham definido a ambição de fazerem quatro viagens – à África do Sul, à Austrália, ao Brasil e à Califórnia (EUA). A todos estes locais já colocaram um “check”, à exceção da Califórnia, que vão visitar em abril.

Existe ainda uma quarta “paixão” que “basicamente agrega os três pontos anteriores, que é ser muito sportinguista”. “Viajo bastante atrás do Sporting e passo muito tempo com os meus amigos e isso permite-me também desconectar do mundo profissional e ter o meu tempo de lazer”, diz João Seabra. A recente saída de Rúben Amorim de treinador do Sporting “foi mais do que dolorosa”, mas já fez as pazes interiormente e com o próprio, sendo que neste momento diria que é “mais um adepto do Manchester United”.

João Seabra em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A campanha “1000 songs in your pocket” para o lançamento do iPod em 2001. Simplicidade com eficácia máxima. A nível nacional, acho que me teria divertido a fazer a famosa campanha das estantes Ikea.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Priorizar projetos ou investimentos.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Profissionalmente, a minha equipa: desde como tirar o melhor rendimento até garantir que estão bem e motivados. Pessoalmente, a minha família.

4 – O briefing ideal deve…

Nivelar o nível de conhecimento entre agência e cliente, ao mesmo tempo que define e estabelece de forma clara e concisa os objetivos e entregáveis.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Percebe rapidamente e acompanha os objetivos do cliente, é ágil, rápida, criativa e proativa.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Se olharmos de um ponto de vista mais tático, sempre arriscar. Do ponto de vista mais estratégico ou de longo prazo, diria que há outros valores mais importantes.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Seguiria a mesma linha do que faço hoje, mas com menos restrições e prioridades. Tentaria fazer melhor e com outra escala, mas sempre com o mesmo objetivo: ser um, ou o, motor de crescimento da empresa.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

A publicidade é muito criativa, embora com muito caminho a percorrer no mundo digital.

9 – Construção de marca é?

Um processo estratégico e contínuo de longo prazo, que envolve muita consistência, paciência, envolvimento de toda a empresa e ser muito fiel ao ADN da marca.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Desde que fosse na área do desporto, tenho a certeza de que seria feliz.

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Euribor a três meses desce para menos de 3%

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que baixou para 2,985%, continuou acima da taxa a seis meses (2,711%) e da taxa a 12 meses (2,416%).

A Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos desde março de 2023 e dezembro e outubro de 2022, respetivamente, e no prazo mais curto para menos de 3%. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,985%, continuou acima da taxa a seis meses (2,711%) e da taxa a 12 meses (2,416%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou esta segunda-feira para 2,711%, menos 0,059 pontos e um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou esta segunda-feira para 2,416%, menos 0,073 pontos do que na sexta-feira e um novo mínimo desde 05 de outubro de 2022.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,985%, menos 0,037 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 21 de março de 2023.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Orçamento da União Europeia para 2025 aumenta 1,8% para 193 mil milhões de euros

O acordo celebrado pelo Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu para o orçamento do próximo ano assume uma "margem" de 800 milhões de euros para permitir "reagir a necessidades imprevistas".

O Conselho da União Europeia deu luz verde ao orçamento anual da União Europeia (UE) para o próximo ano, após um acordo alcançado com o Parlamento Europeu a 16 de novembro.

O texto conjunto estabelece compromissos totais de 192,8 mil milhões de euros e pagamentos de 149,6 mil milhões de euros para o próximo ano, excluindo as dotações previstas para instrumentos especiais fora do quadro financeiro plurianual (QFP) 2021-2027. Trata-se e um aumento de 1,8% dos compromissos e de 4,9% dos pagamentos face ao orçamento deste ano.

De acordo com um comunicado publicado esta segunda-feira, o orçamento total para 2025, incluindo os instrumentos especiais, ascende a 199,4 mil milhões de euros em compromissos e 155,2 mil milhões de euros em pagamentos. “Uma margem de 800,5 milhões de euros foi mantida disponível sob os limites de despesa do atual QFP, permitindo à UE reagir a necessidades imprevisíveis”, refere o Conselho da UE.

“Estou satisfeito por termos chegado a um acordo sobre o orçamento da UE para 2025”, revelou Péter Banai, ministro de Estado húngaro e principal negociador do Conselho para o orçamento da UE de 2025, notando que foi conseguido manter “uma margem financeira suficiente para responder a circunstâncias imprevistas, tendo em conta o atual contexto económico e geopolítico.” Este é o quinto orçamento anual sob o atual QFP, que vigora até 2027.

O processo envolveu negociações intensas entre o Conselho e o Parlamento Europeu, com a Comissão a atuar como mediadora, que remontam a 12 de julho com a produção do primeiro rascunho do orçamento para o próximo ano.

O Parlamento Europeu tem agora 14 dias para aprovar formalmente o acordo alcançado em 16 de novembro. Uma vez aprovado por ambas as instituições, a adoção do orçamento será declarada como oficial.

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Penafiel torna-se o sétimo destino da neerlandesa Zeeman em Portugal

A concorrente da Primark prepara-se para abrir a sua sétima loja no mercado nacional. A multinacional soma 1.335 lojas, espalhadas por oito países. Em Portugal, já está em sete cidades.

Depois de abrir a primeira loja em Matosinhos no ano passado, a multinacional neerlandesa Zeeman, especializada em vestuário e produtos têxteis básicos, continua a apostar no Norte de Portugal. Desta vez, a concorrente da Primark escolheu Penafiel, mais concretamente o Penafiel Retail Park, para abrir a sétima loja.

A abertura da nova loja em Penafiel é mais um passo importante na nossa expansão” no país, afirmou a regional manager da Zeeman Portugal. “Esta é mais uma nova localidade para a Zeeman, na qual vamos, como sempre, fazer todos os possíveis para nos aproximarmos da comunidade e contribuir positivamente para a economia local, oferecendo produtos básicos de qualidade acessíveis a todos”, afirma Eunice Rodrigues, em comunicado.

A abertura da nova loja em Penafiel é mais um passo importante na nossa expansão em Portugal.

Eunice Rodrigues

Regional Manager da Zeeman Portugal

A inauguração está agendada para o dia 28 de novembro e vai contar com a presença de Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel. Em Portugal, a multinacional conhecida pelos preços baixos está presente em Matosinhos, Gaia, Porto, Paços de Ferreira, Braga, Póvoa de Varzim e agora Penafiel.

A multinacional neerlandesa dispõe de uma vasta gama de produtos, desde vestuário para adultos e crianças, collants e meias, têxteis de cama, banho e cozinha, roupa interior, lingerie e pijamas. Também comercializa produtos não têxteis, como acessórios domésticos e produtos de limpeza.

A Zeeman abriu portas em 1967 nos Países Baixos e hoje contabiliza 1.335 lojas espalhadas por oito países, onde assegura ter mais de 70 milhões de clientes. Além dos Países Baixos, está na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo e, desde 2023, em Portugal.

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