Tornar cobertura sísmica obrigatória poderá encarecer em 50 euros seguro para a casa 

  • ECO Seguros
  • 24 Novembro 2024

Importante “é fazer com que as pessoas estejam protegidas”, até porque “as poupanças das famílias portuguesas estão na sua esmagadora maioria investidas na compra de casa”, acredita presidente da APS.

Caso se torne obrigatória a cobertura dos riscos sísmicos, o preço do seguro Multirriscos obrigatório poderá subir 50 euros anualmente num seguro cujo capital médio é de 125 mil euros, segundo contas da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), apresentadas ao Expresso (acesso pago).

Quanto ao aumento do custo, o presidente da APS, José Galamba de Oliveira, esclarece que o valor adicional pode ser “mais baixo em determinadas zonas, com menos risco e ligeiramente mais elevados em zonas de maior risco, como Lisboa”. Acrescenta que o mais importante “é fazer com que as pessoas estejam protegidas”, até porque “as poupanças das famílias portuguesas estão na sua esmagadora maioria investidas na compra de casa”.

“O facto de esta cobertura se tornar obrigatória torna-a mais acessível, é o princípio do mutualismo. Se houver muitos a contribuir, isso baixa o valor do prémio. O facto de tornar uma cobertura obrigatória não significa um aumento brutal do prémio”, assinalou o dirigente ao jornal.

Para o presidente da APS criar o fundo sísmico trata-se de “uma decisão política”, opinião partilhada pela presidente da Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar. Ambos indicaram ao Expresso ter esperança que no próximo ano possa haver uma decisão para que os riscos sejam partilhados entre o setor público e privado. Segundo o presidente da APS, o fundo teria uma capacidade de resposta até 8 mil milhões de euros e o Estado entraria acima desse valor.

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Seguradores europeus lançam grande inquérito para compreender os jovens

  • ECO Seguros
  • 24 Novembro 2024

O questionário é anónimo e está aberto a participantes entre 16 e 34 anos residentes em 41 países, incluindo os da União Europeia. O prazo para responder decorre até 22 de abril de 2025.

Uma nova iniciativa da Insurance Europe e do European Youth Parliament está a dar voz aos jovens europeus. Foi lançado um inquérito pan-europeia que pretende compreender as experiências e perspetivas dos jovens no setor segurador.

Segundo comunicado pela Insurance Europe, o questionário é anónimo e está aberto a participantes entre 16 e 34 anos residentes em 41 países, incluindo os da União Europeia, Reino Unido, Noruega entre outros.

O prazo para responder decorre até 22 de abril de 2025. Além de contribuir para um melhor entendimento das necessidades e expectativas dos jovens, participantes terão ainda a oportunidade de entrar num sorteio que oferece cinco vales de 100 euros.

Estes vales podem ser utilizados em viagens de comboio através da plataforma Traingift ou por meio de fornecedores de transporte ferroviário nos respetivos países.

Para mais informações aqui.

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Montenegro evita comentar Gouveia e Melo e defende candidato do PSD a Belém

  • Lusa
  • 24 Novembro 2024

O primeiro-ministro escusou-se a esclarecer se Gouveia Melo comunicou ao Governo se quer continuar chefe da Armada e afirmou que o PSD apoiará preferencialmente um candidato do PSD nas presidenciais.

O primeiro-ministro escusou-se a esclarecer se o almirante Gouveia Melo comunicou ao Governo se quer continuar Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA) e afirmou que o PSD apoiará preferencialmente um candidato do partido nas presidenciais. Questionado pelos jornalistas à margem da entrega, no Porto, dos Prémio António Manuel da Mota, Luís Montenegro disse que sobre o CEMA o Governo iria decidirá dentro dos calendários previstos na Lei.

Em primeiro lugar, sobre o Chefe de Estado Maior da Armada, o Governo decidirá dentro dos ‘timings’ que estão previstos na Lei sobre isso e, portanto, não vou adiantar nada, nem vou comentar as notícias que foram trazidas a público“, disse.

Sobre as eleições presidenciais, Montenegro afirmou que, “como presidente do PSD“, está “vinculado a uma moção de estratégia” que apresentou ao último congresso. “Nós preconizamos uma candidatura no nosso espaço político, preferencialmente de um militante nosso, e é isto que vamos fazer“, concluiu o primeiro-ministro, sem responder a mais perguntas dos jornalistas.

O jornal online Observador noticiou no sábado, citando fontes conhecedoras do processo, que o almirante Gouveia Melo comunicou “em definitivo” ao ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, a sua indisponibilidade para continuar no cargo de Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA). Ao Observador, o almirante evitou comentar a informação e remeteu uma resposta oficial para o Governo: “Essa informação quem poderá confirmar ou não é o Governo. Já foi tratado há algum tempo com o Governo.”

Em entrevista à RTP, em 5 de setembro, Gouveia de Melo foi questionado sobre uma eventual candidatura presidencial e respondeu: “Não quero dizer que não“. “Um militar, depois de terminar o serviço ativo, é um cidadão normal”, sublinhou.

Henrique Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, tomou posse como CEMA em 27 de dezembro de 2021, e está prestes a cumprir os três anos de mandato.

A Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM), instituição do Porto que avalia e acompanha casos de violência doméstica, venceu hoje o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros.

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Trabalhadores da RTP querem “financiamento adequado”

  • Lusa
  • 24 Novembro 2024

A Comissão de Trabalhadores da RTP defende que é preciso "garantir a manutenção do financiamento adequado", e um corte de publicidade tem que vir com "garantia escrita das compensações financeiras".

A Comissão de Trabalhadores da RTP defende que é preciso “garantir a manutenção do financiamento adequado” do canal, avisando que um corte de publicidade no futuro tem que vir com uma “garantia escrita das compensações financeiras para colmatar eventuais perdas”.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP aplaude a aprovação da proposta de alteração do Bloco de Esquerda (BE) ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que trava a redução de publicidade na RTP durante o próximo ano, indicando que o financiamento da estação pública “vai continuar a ser proveniente da Contribuição Audiovisual (CAV) e de receitas publicitárias e comerciais“.

No entanto, avisa que “importa garantir a manutenção do financiamento adequado da RTP quer seja por via da CAV, publicidade, indemnizações compensatórias ou Orçamento do Estado”, defendendo, por isso, que “não exista uma redução desse montante”.

É nosso entendimento que a existir um corte da publicidade no canal linear da RTP1, como está previsto no Plano para os Media, o valor da mesma deve ser alvo de compensação, quer seja por via do aumento da CAV, indemnizações compensatórias ou transferências do OE“, sustenta.

Considera, por isso, que os custos relacionados com as obrigações da RTP, nomeadamente no que toca aos “serviços e canais internacionais, transmissões desportivas em sinal aberto e acessibilidades devem constar do contrato de concessão”, e ser “suportados pelo Orçamento do Estado e não pela CAV”.

“O contrato de concessão já deveria ter sido atualizado”, lembra, sublinhando ainda que a questão da publicidade deve estar “bem definida” no mesmo e que este é um contrato que será negociado e assinado entre o Estado e a Administração da RTP. “E, a prever o corte de publicidade, tem de conter a garantia escrita das compensações financeiras para colmatar eventuais perdas de receitas publicitárias“, vinca.

Nas respostas à Lusa, a CT da RTP diz ainda “esperar” que seja também aprovado “o aumento da CAV, à taxa da inflação, previsto na lei” e que “seja efetuado o pagamento da dívida de 14,3 milhões de euros por subfinanciamento que é devida à RTP há quase 20 anos”.

A comissão indica ainda que é preciso “defender os direitos dos trabalhadores da RTP, melhores condições de trabalho e controlar a boa gestão para que seja assegurada a sustentabilidade da empresa”.

A medida responde à intenção do Governo que, na presentação do Plano de Ação Para os Media, indicou que pretendia acabar progressivamente com a publicidade na RTP no horizonte temporal de três anos.

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Governo vê “importante consenso” na COP29. Mas aponta o dedo a países produtores de petróleo na mitigação

"Gostaríamos de ter visto mais ambição na vertente da mitigação, mas tal não foi possível face ao bloqueio dos países produtores de combustíveis fósseis", afirma a ministra do Ambiente.

O Governo português mostra-se satisfeito com o acordo conseguido na 29.ª Conferência do Clima (COP29). No entanto, aponta o dedo aos países produtores de petróleo no que toca à pasta da mitigação, na qual o Governo português acredita que se deveria ter tido “mais ambição”.

O acordo para o financiamento climático anual de 300 milhões de dólares anuais até 2035 é considerado pelo ministério do Ambiente e Energia “um importante consenso”, conseguido apesar das “complexas circunstâncias” nas quais decorreu a negociação. Já a eurodeputada Lídia Pereira, que liderou a delegação do Parlamento Europeu que esteve presente na COP29, refere-se na sua conta da rede social X a este acordo como um “progresso importante”, mas ressalva que “temos de conseguir ir ainda mais longe na COP30”.

Gostaríamos de ter visto mais ambição na vertente da mitigação, mas tal não foi possível face ao bloqueio dos países produtores de combustíveis fósseis. Ainda assim, não retrocedemos e conseguimos manter vivas as metas alcançadas na COP28″, contrabalança a ministra, Maria da Graça Carvalho, citada no comunicado.

Do acordo resultou também a ampliação da base de doadores, ainda que de forma voluntária, para a nova meta de financiamento climático pós-2025, “estreitando a diferença de abordagem entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, realça ainda o comunicado.

No que diz respeito à decisão sobre a operacionalização dos mercados de carbono, no âmbito do acordo de Paris, o Governo destaca que “este é um resultado que permitirá apoiar os esforços de mitigação para implementação das contribuições nacionais por parte dos países desenvolvidos e ao mesmo tempo canalizar investimento público ou privado para os países em desenvolvimento”. Lídia Pereira saúda também o acordo fechado para um mercado global de créditos de carbono, fundamental para financiar a reflorestação e energias limpas.

 

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PSD adverte que acordo na COPP29 de 300 mil milhões “pode ser insuficiente”

  • Lusa
  • 24 Novembro 2024

A eurodeputada do PSD Lídia Pereira advertiu que o acordo alcançado na COP29, que prevê um financiamento de 300 mil milhões de dólares "pode ser insuficiente" e mostra "quanto ainda há por fazer".

A eurodeputada do PSD Lídia Pereira advertiu que o acordo alcançado na COP29, que prevê um financiamento de 300 mil milhões de dólares para os países em desenvolvimento, “pode ser insuficiente” e mostra “quanto ainda há por fazer”. Em comunicado, Lídia Pereira, que chefiou a delegação do Parlamento Europeu na COP29, que decorreu em Baku, no Azerbaijão, considera que o acordo, “difícil de alcançar, demonstra a capacidade de compromisso e cooperação a nível global, mas também é um exemplo claro de quanto ainda há por fazer“.

A eurodeputada salienta que a resolução que o Parlamento Europeu tinha aprovado sobre a mesma matéria antes da COP29 “era mais ambiciosa na mobilização de financiamento para responder às necessidades cada vez mais urgentes, especialmente nas regiões e países mais vulneráveis”.

O montante final de 300 mil milhões de euros, embora significativo, pode não ser suficiente para enfrentar os impactos imediatos que já estamos a viver e que têm estado à vista de todos“, avisa Lídia Pereira, que salienta que “os 100 mil milhões de meta definidos anteriormente nunca foram atingidos, a não ser em 2022 e apenas pela União Europeia“. No comunicado, refere-se ainda que, na reta final das negociações, houve vários delegados que abandonaram a sala “em sinal de protesto devido às divisões entre países mais desenvolvidos e países menos desenvolvidos”.

O teto definido resultou de um aumento do compromisso financeiro assumido essencialmente pela União Europeia, Estados Unidos e Japão, mas não foi possível que economias emergentes como a China, Índia e outros países do Médio Oriente aceitassem pagar contribuições obrigatórias“, indica-se.

Sobre este aspeto, Lídia Pereira considera que “a Europa não pode pagar e salvar sozinha o planeta e, apesar de a China ter evoluído a sua posição ao longo da COP29, comprometendo-se a aumentar as contribuições voluntárias”, é preciso “conseguir que a segunda maior economia do mundo assuma as suas responsabilidades no que respeita aos contributos obrigatórios para o fundo climático“.

Além deste financiamento de 300 mil milhões de euros, o acordo alcançado na COP29 prevê também a criação de um mercado global de créditos de carbono, que, segundo o comunicado, “poderá mobilizar milhares de milhões de euros para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, investimento em energias limpas e para a reflorestação“.

A eurodeputada do PSD considera que esta vertente do acordo é encorajadora, sobretudo tendo em conta que houve “várias tentativas com essa finalidade que falharam ao longo da última década”. “Com este acordo, será possível estabelecer negociações entre países e um mecanismo de créditos de carbono que permitirá aos países desenvolver e implementar os seus planos climáticos de forma mais económica e rápida“, refere-se.

Os países de todo o mundo aprovaram esta noite de sábado, em Baku, na conferência da ONU sobre o clima, um acordo que prevê um financiamento anual de pelo menos 300 mil milhões de dólares para os países em desenvolvimento.

Após duas noites de horas extraordinárias na conferência, a COP29, os países pobres e vulneráveis resignaram-se a aceitar o compromisso financeiro dos países desenvolvidos até 2035, o que aumenta o seu compromisso atual que estava fixado nos 100 mil milhões de dólares por ano.

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Petróleo e gás rendem mais que o “verde”. Mas há pressão para a transição<span class='tag--premium'>premium</span>

Empresas de petróleo e gás não estão a investir tanto na transição energética como necessário para travar alterações climáticas. Retorno dos projetos de baixas emissões ainda não é o mais atrativo.

Este artigo integra a 10.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui. A indústria do petróleo e gás é responsável por apenas 1% do investimento em energia limpa a nível global. “Uma coligação mais alargada [na indústria], com objetivos muito mais ambiciosos, é necessária”,afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). No entanto, o retorno financeiro dos projetos de combustíveis fósseis é, ainda, superior aos de baixo carbono.“De momento, os projetos tradicionais de petróleo e gás têm retornos mais elevados do que os investimentos de baixo carbono. Contudo, os negócios têm interesse em diversificar incluindo uma proporção cada vez maior de baixo carbono, uma vez que a transição energética deverá resultar em crescentes pressões regulatórias e de mercado sobre os hidrocarbonetos”,

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Países fecham acordo na COP. Financiamento anual triplica mas é adiado

António Guterres considera que chegar a acordo foi "essencial", mas que o texto é apenas "uma base" sobre a qual se deve elaborar no futuro. Esperava "mais ambição".

Depois de dias de difíceis negociações, chegou-se a acordo em Baku, no Azerbaijão, onde decorreu a 29-ª Conferência do Clima, ao longo das últimas duas semanas. Os países presentes, de todo o globo, concordaram em colocar a meta de financiamento climático anual nos 300 mil milhões de dólares, o triplo do valor anterior. No entanto, adiaram a data dessa ambição: em vez de começar em 2025, o objetivo é chegar a este nível de financiamento até 2035.

As negociações arrastaram-se por duas noites, a de sexta-feira e sábado, tendo sido marcadas por fortes protestos por parte dos países vulneráveis. O grande objetivo era tornar mais ambiciosa a meta de angariação de 100 mil milhões de euros para a ação climática, e substituí-la por um valor mais ambicioso, a ser aplicado a partir de 2025.

A primeira versão do acordo, lançada na sexta-feira, previa que os países desenvolvidos entregassem 250 mil milhões de dólares anuais destinados à ação climática nos países em desenvolvimento, até 2035. Havia contudo, uma alínea extra que aponta para uma angariação anual de fundos de 1,3 biliões de dólares, mas considerando todas as fontes disponíveis, o que inclui o investimento privado.

Este sábado, já madrugada em Baku, o texto que vingou sobe o financiamento proveniente dos países desenvolvidos para os 300 mil milhões por ano, e mantém a referência aos 1,3 biliões, considerando todos os meios de financiamento.

As organizações não-governamentais apontavam a fasquia de um bilião como a quantia correspondente à soma das necessidades climáticas estimadas nos principais relatórios das Nações Unidas. Um valor que só deverá ser coberto com a ajuda de outras fontes de financiamento, para além dos governos.

Outra das grandes ambições desta COP era o aumento da base de doadores, um ponto considerado chave pela ministra do Ambiente portuguesa, Maria da Graça Carvalho, e por Lídia Pereira, que liderou a delegação do Parlamento Europeu na conferência. No entanto, o documento final não é explícito na inclusão de economias emergentes como a China e a Arábia Saudita na base de financiadores. O texto afirma apenas que “encoraja os países em desenvolvimento a efetuarem contribuições, incluindo através da cooperação Sul-Sul, numa base voluntária”.

“Chegar a um acordo na COP29 foi essencial para manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus centígrados. Esperava um resultado mais ambicioso, nas finanças e mitigação, de forma a ir ao encontro do grande desafio que enfrentamos, mas o acordo conseguido oferece uma base sobre a qual podemos construir“, reagiu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua conta da rede social X.

O diretor da ONU Clima, Simon Stiell, considera que o acordo encontrado “é uma apólice de seguro para a humanidade”, mas reconhece que “nenhum país conseguiu tudo o que queria”, pelo que não é momento de decretar “vitória”.

A associação climática Zero considera o valor final acordado ” pouco ambicioso e insuficiente”, e “muito abaixo das responsabilidades históricas” associadas às emissões dos países desenvolvidos. Além disso, sublinha que o valor pode ser na verdade reduzido se se olhar aos efeitos da inflação até 2035.

Como ponto positivo, contudo, a mesma associação destaca que foi aprovada a triplicação dos fluxos anuais de saída de fundos como o Mecanismo Financeiro, o Fundo de Adaptação, o Fundo para os Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para as Alterações Climáticas, face aos níveis de 2022 e o mais tardar até 2030, tendo esta decisão de ser revista no final da década.

Outro dos marcos desta COP, fechado a meio das negociações deste sábado, foi o acordo para iniciar as negociações de créditos de carbono globalmente. Esta decisão, alcançada após uma década de discussões internacionais, estabelece as regras para um mercado global de compra e venda de créditos de carbono, um mecanismo que poderá mobilizar elevados montantes de financiamento para novos projetos de combate ao aquecimento global.

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COP29: Projeto final prevê 300 mil milhões de dólares por ano dos países desenvolvidos

  • Lusa
  • 23 Novembro 2024

O texto estabelece contribuição dos países desenvolvidos para o financiamento climático a favor dos países em desenvolvimento em "pelo menos" 300 mil milhões de dólares (287,86 mil milhões de euros).

A presidência azeri da COP29 divulgou o projeto final de acordo sobre financiamento climático, que triplica o contributo dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, para ser submetido esta noite à aprovação dos países reunidos em Baku.

O texto estabelece a contribuição dos países desenvolvidos para o financiamento climático a favor dos países em desenvolvimento em “pelo menos” 300 mil milhões de dólares (287,86 mil milhões de euros, ao câmbio atual) por ano até 2035.

No projeto de acordo, intensamente negociado nas últimas 24 horas, os países desenvolvidos (Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Nova Zelândia) comprometer-se-iam assim a aumentar o seu compromisso de financiamento anual dos 100 mil milhões de dólares atuais para 300 mil milhões de dólares.

As contribuições de outros países, incluindo os do Golfo e a China (o país que mais emite gases poluentes), permanecerão numa base “voluntária“, refere o texto.

O texto da COP29 estabelece, separadamente, a meta de arrecadar 1,3 triliões de dólares (cerca de 1,247 triliões de euros) por ano até 2035 para os países em desenvolvimento, um total que incluiria a contribuição de 300 mil milhões de dólares dos países desenvolvidos e de outras fontes de financiamento (entre elas multilateral, privado, fiscal, outros países do Sul).

A verba destina-se a ajudar os países em desenvolvimento a abandonarem os combustíveis fósseis e a adaptarem-se às alterações climáticas associadas ao aquecimento global.

Os trabalhos que deveriam levar à sessão de encerramento da cimeira da ONU sobre o clima ficaram suspensos esta manhã depois de representantes dos pequenos Estados insulares e dos países menos desenvolvidos abandonarem uma reunião com a presidência azeri da cimeira, a decorrer na capital do Azerbaijão.

O gesto foi um protesto contra o projeto de acordo financeiro que estava em preparação, divulgado na sexta-feira, que propunha que o montante a mobilizar do Norte para o Sul Global fosse de 250 mil milhões de dólares (238 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

Este facto desencadeou uma reunião urgente com os principais negociadores da União Europeia, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da presidência da cimeira, onde lhes foram apresentadas novas propostas.

A sessão de encerramento da COP29 deverá finalmente ser retomada na noite de hoje para domingo, com mais de 24 horas de atraso, uma vez o texto finalizado e formalmente publicado.

Organizações ambientais e sociais presentes na cimeira em Baku alertaram que a COP29 terminará com um “resultado negativo” se o acordo final não previr um financiamento “público, suficiente e previsível” para os países do Sul Global.

Assinam a declaração organizações como Ecodes, Ecologistas em Ação, Greenpeace, Youth for Climate ou Oxfam.

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Países chegam a acordo histórico na COP29 para a negociação de créditos de carbono

O acordo prevê um sistema centralizado da ONU, que poderá ser lançado já no próximo ano, e um sistema bilateral entre países.

Após vários reveses e num desenvolvimento histórico na COP29, que ainda decorrer em Baku no Azerbaijão, os países participantes chegaram a um acordo para iniciar as negociações de créditos de carbono globalmente.

Esta decisão, alcançada após uma década de discussões internacionais, estabelece as regras para um mercado global de compra e venda de créditos de carbono, um mecanismo que poderá mobilizar elevados montantes de financiamento para novos projetos de combate ao aquecimento global.

Segundo a IETA, um grupo empresarial que apoia a expansão do comércio de créditos de carbono, este mercado global poderá valer 250 mil milhões de dólares por ano até 2030 e contribuir para a compensação de 5 mil milhões de toneladas métricas adicionais de emissões de carbono anualmente.

Os créditos de carbono são gerados por projetos como a plantação de árvores ou a instalação de parques eólicos em países em desenvolvimento, com cada crédito a representar uma tonelada métrica de emissões reduzidas ou removidas da atmosfera. Este sistema permitirá que países e empresas comprem estes créditos para atingir os seus objetivos climáticos, criando assim um incentivo financeiro para projetos de redução de emissões.

O acordo selado este sábado na COP29 prevê dois sistemas de negociação: um sistema centralizado da ONU, que poderá ser lançado já no próximo ano, e um sistema bilateral que permite que os países negoceiem diretamente entre si.

Segundo a Reuters, as negociações focaram-se em aspetos cruciais como a estruturação do registo para rastrear créditos, o nível de informação que os países devem partilhar sobre as suas transações e os procedimentos em caso de falha dos projetos.

Durante as negociações, a União Europeia defendeu uma supervisão mais rigorosa da Organização das Nações Unidas (ONU) e maior transparência nas transações entre países, enquanto os EUA procuraram maior autonomia nos acordos estabelecidos. O texto final representa um compromisso entre estas posições, com a União Europeia a garantir serviços de registo para países sem capacidade de criar os seus próprios sistemas, e os EUA a assegurar que o registo de uma transação não implica automaticamente a aprovação da ONU.

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📹 Oito dicas para comprar de forma mais inteligente

Com tanta oferta, pode ser desafiante saber como aproveitar a Black Friday ao máximo. A blackfriday.pt deixa algumas recomendações para ajudar os consumidores a “comprarem de forma inteligente”.

Vem aí a época de promoções da Black Friday. O consumo nesta fase específica do ano tem assim aumentando. Este ano há mais portugueses a querer aproveitar as oportunidades de compra proporcionadas pela Black Friday e logo de seguida pela Cyber Monday, que acontecem a 29 de novembro e 2 de dezembro, respetivamente.

Pode ser um desafio saber como aproveitar as promoções. A blackfriday.pt, uma plataforma suíça dedicada às promoções da Black Friday e da Cyber Monday, deixa algumas recomendações para ajudar os consumidores a “comprarem de forma inteligente”. Saiba mais no vídeo.

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Venâncio Mondlane prepara estratégia para mais protestos em Moçambique

  • ECO
  • 23 Novembro 2024

Oposição alega fraude nas eleições presidenciais e por isso planeia novos protestos e procura apoio internacional. Venâncio Mondlane exige 23 condições para diálogo com presidente Filipe Nyusi.

Moçambique encontra-se num momento de grande tensão política desde 21 de outubro, após terem sido conhecidos os resultados das últimas eleições presidenciais. Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder há quase 50 anos, foi declarado vencedor com 70,67% do votos, mas a oposição, liderada por Venâncio Mondlane do partido Podemos, contesta os resultados, alegando fraude generalizada.

Esta situação desencadeou uma onda de protestos em várias cidades do país desde então, com milhares de manifestantes a exigirem transparência e respeito pela vontade popular, e ainda sem fim à vista. “Acredito que é possível manter uma mobilização popular por um longo período”, afirma Venâncio Mondlane em entrevista ao jornal Sol, revelando a sua intenção de apostar numa abordagem de protestos prolongados, inspirada em movimentos bem-sucedidos noutros países africanos.

O líder da oposição, que se encontra atualmente fora de Moçambique por razões de segurança, enfatiza a importância crucial da comunicação e da motivação contínua da população para sustentar o movimento. “A única forma de mantermos uma manifestação viva é com uma estratégia, sobretudo ao nível da comunicação e também ao nível motivacional”, explica Venâncio Mondlane.

A estratégia de Venâncio Mondlane e do Podemos assenta fortemente na utilização de redes sociais e outras plataformas para manter o envolvimento dos apoiantes, bem como na implementação de táticas criativas, como o decreto de três dias de luto nacional pelas alegadas vítimas da repressão policial. Paralelamente, o líder da oposição procura intensificar a pressão internacional sobre o governo moçambicano, estabelecendo condições claras para qualquer negociação futura.

Em resposta ao recente convite do Presidente Filipe Nyusi para um diálogo, Venâncio Mondlane planeia apresentar uma lista de 23 condições para um possível acordo, incluindo o reconhecimento da alegada fraude eleitoral, reformas na lei eleitoral e medidas para melhorar a qualidade de vida da população. “Essa carta vai ser enviada também para o Conselho Colegial, para o Tribunal Supremo, para a Procuradoria-Geral da República, para a União Europeia, etc. Porque quero que as minhas condições sejam públicas”, diz.

Este plano de ação demonstra a determinação de Mondlane em manter a pressão sobre o governo moçambicano, combinando protestos internos com apelos à comunidade internacional. O líder da oposição acredita que a situação atual vai além da questão eleitoral, tocando em problemas mais profundos como a pobreza, o desemprego e a insegurança. Enquanto o país aguarda desenvolvimentos, a estratégia de Mondlane parece ser a de continuar a desafiar o status quo, procurando uma transformação significativa no panorama político de Moçambique.

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