Antarte lança mobiliário desenhado pela Inteligência Artificial (IA) numa iniciativa pioneira entre as marcas portuguesas de móveis

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  • 31 Julho 2024

Mário Rocha, fundador e CEO da Antarte, liderou projeto inovador que coloca a marca na vanguarda do mobiliário português.

A Antarte assumiu o desafio de lançar móveis desenhados pela Inteligência Artificial (IA), uma iniciativa pioneira entre as marcas portuguesas de mobiliário. Uma das tecnologias mais disruptivas do momento foi conjugada com o input criativo de Mário Rocha, o fundador e CEO da marca, que é também diretor criativo da Antarte desde a sua fundação em 1998.

ANTARTE BY IA_As peças desenhadas pela Inteligência Artificial (IA) foram apresentadas em exclusivo na nova loja Antarte em Leiria (1)
ANTARTE BY IA: As peças desenhadas pela Inteligência Artificial – um móvel de TV e um cadeirão

O processo criativo

Tomando como ponto de partida os briefings do diretor criativo e da marca Antarte, foi solicitada à IA a criação de vários modelos de móveis respeitando o design intemporal que, há mais de 25 anos, é a imagem da marca. O resultado final é um móvel de TV e um cadeirão, todos eles peças essenciais numa sala de estar.

Mário Rocha frisa que “foi dada liberdade à IA para criar o desenho de vários móveis, algo que é de facto uma inovação. Tivemos ousadia quando solicitamos à IA que criasse o desenho de um conjunto de peças de mobiliário para a Antarte. Fomos além da mera procura de inspiração nesta tecnologia de vanguarda. Após recebermos os desenhos propostos pela IA, fizemos retoques em pormenores de modo a tornar mais simples a passagem das peças à fase de produção. O resultado final são móveis de qualidade estética excelente que reuniram o uso de inteligência artificial e humana. A Antarte mostrou novamente estar na linha da frente no setor do mobiliário português”.

Era imperativo assumirmos a dianteira no uso da tecnologia que maior impacto irá causar na evolução da Humanidade nas próximas décadas

Mário Rocha

Fundador, CEO e diretor criativo da Antarte

“Quando a marca foi fundada no fim dos anos 90, apostámos na integração vertical, fator que representou uma revolução na cadeia de valor da nossa área de negócio. Alguns anos mais tarde, a Antarte assumiu-se como “a referência” em design intemporal, um conceito que reúne três características: funcionalidade, conforto e elegância. Era algo que as marcas de mobiliário de topo já faziam e desta forma ditavam as tendências em home decor nos mercados mais sofisticados. Na última década, os canais digitais foram uma das principais apostas da Antarte como forma de proporcionar uma experiência e uma relação diferenciada entre os consumidores e a marca. No fim de abril de 2024 inaugurámos o Antarte Museum, o primeiro museu na Europa dedicado à história do ofício da Marcenaria. Este espaço foi visitado por professores de países europeu que concluíram tratar-se de um espaço museológico que pode ser integrado num roteiro Erasmus. Com este historial de pioneirismo da Antarte, era imperativo assumirmos a dianteira no uso da tecnologia que maior impacto irá causar na evolução da Humanidade nas próximas décadas.”

Os móveis Antarte desenhados pela Inteligência Artificial foram revelados ao público em exclusivo na loja que a marca inaugurou em Leiria a 25 de julho.

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O “usado” das grandes marcas de relojoaria reforça a confiança e o interesse dos compradores e colecionadores

  • Servimedia
  • 31 Julho 2024

O empenho de marcas de referência como a Watches of Switzerland ou a Rabat em oferecer a possibilidade de redescobrir os relógios de coleção aumenta a confiança dos consumidores.

O segmento da alta relojoaria continua forte e, prova disso, é a grande expectativa gerada pelas novas coleções e peças únicas, enquanto as empresas consolidadas do sector do luxo optaram também por alargar a sua proposta e oferecer um serviço de “pré-propriedade” aos amantes e colecionadores de relógios e de relógios antigos.
O mercado da alta relojoaria continua assim a expandir-se, com a Europa a manter-se como centro nevrálgico graças à procura local, à recuperação do turismo e à adaptação das grandes marcas às novas tendências de consumo.

E, entre estas tendências, o pré-proprietário surge com força, o que implica também um compromisso estratégico por parte das grandes empresas de luxo e de joalharia fina. A combinação de sustentabilidade, segurança, transparência e tendências levou o setor a propor uma proposta mais consciente, alinhada com a circularidade e com a ideia de dar uma segunda vida a relógios únicos.

Em Espanha, a referência no lançamento deste serviço foi a empresa de alta joalharia Rabat, que, através da “Rabat Pre-Owned & Vintage”, procurou oferecer a possibilidade de redescobrir relógios com uma história única das marcas mais emblemáticas. A empresa é a primeira empresa espanhola a apostar tão firmemente neste segmento de usados da alta relojoaria, em resposta à procura real que existe no mercado. Os valores-chave da sua proposta baseiam-se na transparência e na ética durante todo o processo de aquisição das peças, bem como na manutenção oficial, na legitimidade e na autenticidade, para além de uma atenção personalizada no processo de compra e venda do relógio.

Juntamente com a Rabat, destacam-se também neste segmento a Watches of Switzerland, com programas que permitem que peças exclusivas e com um ciclo de vida não expirado possam ser usufruídas por outras pessoas nas mesmas condições em que foram fabricadas, e a Bucherer, que decidiu dar este salto ao perceber que os seus clientes e potenciais compradores demonstravam grande interesse em relógios intemporais, devido ao seu apelo emocional e sustentabilidade.

A participação de todas estas grandes empresas no mercado de usados aumentou a confiança dos consumidores na compra de relógios em segunda mão. E, segundo o Boston Consulting Group, estima-se que, até 2026, mais de 30% da relojoaria de luxo será constituída por relógios usados.

Prevê-se que tanto a relojoaria de luxo como o mercado de usados cresçam significativamente nos próximos anos, catapultados por uma combinação de inovação, personalização e sustentabilidade, e por um público diversificado e consciente da qualidade, atento à qualidade e ao impacto ambiental de cada peça.

LEILÕES RECORDE

A par do pré-proprietário, a joalharia e os relógios de luxo estão também a suscitar grande expectativa noutro mercado: o das leiloeiras especializadas. Em julho deste ano, Segre leiloou um Patek Philippe por 900.000 euros, com um preço inicial de 30.000, o que se tornou num leilão recorde, o segundo mais alto do mundo para este modelo de relógio (1.0602.000 euros com comissão). Segundo a própria sala, esta peça de luxo silenciosa foi um marco, com catorze telefones a competirem por ela, dez dos quais estrangeiros de países como Singapura, Japão ou Estados Unidos, a par dos presentes na sala.

O número de referência do relógio era 2497, historicamente importante, e foi produzido desde 1951 até ser descontinuado em 1963. Foi o primeiro relógio de pulso do mundo com calendário perpétuo e ponteiro central de segundos e permaneceu o único na história da Patek Philippe até 30 anos depois, em 1993, quando foi introduzida a referência 5050, como detalhado, afirmando que é uma referência “rara e procurada”.

De acordo com os especialistas, este tipo de operação confirma o grande interesse por estas peças por parte dos coleccionadores que compreendem a qualidade e a singularidade de cada uma e estão dispostos a licitar por elas. Nos últimos anos, outras casas de leilões de renome internacional venderam peças por milhões de dólares, confirmando o boom da exclusividade e do artesanato.

De facto, a Christie’s afirmou este ano que o setor do luxo continua a ser o principal ponto de entrada para os novos compradores, com a Geração Z a aumentar 65%, impulsionada pelas bolsas, relógios e gravuras.

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O pedido de Prohens de uma reforma conjunta do sistema de financiamento regional marca o seu primeiro encontro com Sánchez

  • Servimedia
  • 31 Julho 2024

Este encontro constitui um marco importante nas relações entre as duas administrações.

O pedido da Presidente das Ilhas Baleares, Marga Prohens, ao Presidente do Governo, Pedro Sánchez, para realizar uma reunião durante a sua deslocação para participar no tradicional encontro de verão com o Rei em Marivent, concretizou-se ontem, tendo como pano de fundo o financiamento regional.

Este encontro constitui um marco importante nas relações entre as duas administrações. “Terei todo o prazer em receber Pedro Sánchez no Consolat para falar da agenda balear”, anunciou Prohens antes da viagem do Presidente, assegurando-lhe que ‘não compreenderia uma nova manifestação de desprezo, não em relação ao Governo, mas em relação aos cidadãos das Baleares’ e pedindo-lhe que dedique pelo menos uma hora do seu tempo a tratar dos principais assuntos do arquipélago.

Pedro Sánchez reuniu-se com o atual presidente das Baleares no Consolat del Mar, tal como fez, nas mesmas circunstâncias, com a sua antecessora no cargo, a socialista Francina Armengol. A maiorquina tinha exigido repetidamente que o presidente do governo se reunisse com ela para discutir os principais problemas das Baleares.

Prohens criticou e qualificou de “falta de vergonha” o facto de Sánchez se ter apressado a reunir com os parceiros que garantem a sua permanência em La Moncloa, o presidente da Catalunha, Pere Aragonés, e o lehendakari basco, Imanol Pradales, evitando, segundo o líder regional, o resto das comunidades autónomas. A presidente das Baleares considera que a Espanha não pode ser governada apenas com a Catalunha e o País Basco, virando as costas, na sua opinião, ao resto das comunidades.

O encontro Sánchez-Prohens foi o culminar de um dos dias mais intensos para o Presidente do Governo, que chegou à sede do Governo depois de ter deposto de manhã em La Moncloa como testemunha perante o juiz Peinado, que investiga o caso que envolve a sua mulher, Begoña Gómez, e de ter voado para Maiorca à tarde para o tradicional encontro de verão com o Rei e a subsequente conferência de imprensa no palácio de La Almudaina.

O financiamento regional foi o tema central do encontro entre Prohens e Sánchez, na sequência do recente pré-acordo assinado entre o PSC e o ERC para investir o socialista Salvador Illa como presidente da Catalunha, que prevê um financiamento único para a Catalunha. A Presidente do Governo exigiu que a reforma do sistema de financiamento autonómico seja feita “em conjunto” e reiterou que “não pode aceitar uma negociação bilateral com uma comunidade autónoma” e que se rompa “a solidariedade inter-regional e o fundo único” do sistema de financiamento.

Relativamente à aprovação do Regime Especial de Tributação das Ilhas Baleares (REB), Prohens afirmou que este instrumento já está “reconhecido na Constituição”, enquanto que, na sua opinião, os termos do pré-acordo PSC-ERC “vão ou podem ir contra a Constituição, enquanto se aguarda a letra pequena”. Depois de esclarecer que as Baleares “não querem ser mais do que ninguém”, Prohens sublinhou que “não podemos permitir que o arquipélago seja tratado de forma diferente”, recordando que as ilhas são a segunda região que mais recursos contribui para o sistema de financiamento regional e a nona a recebê-los.

Prohens transmitiu a Sánchez “a sua obrigação de convocar formalmente a Conferência dos Presidentes para abordar as questões que nos afectam a todos, incluindo o sistema de financiamento regional e a sua reforma, que deve ser negociada com todas as Regiões Autónomas, primeiro na Conferência dos Presidentes e depois no Conselho de Política Fiscal e Financeira de forma técnica através das nossas equipas”. Desde 2022, o Presidente do Governo não convoca a Conferência dos Presidentes para negociar os principais assuntos que afetam as comunidades autónomas, um atraso que vai contra os regulamentos, que estabelecem que o Governo deve convocar um mínimo de duas reuniões por ano.

Prohens, juntamente com os presidentes regionais da Cantábria, Madrid e Castela e Leão, apresentaram recentemente recursos administrativos ao Supremo Tribunal para denunciar esta situação. Pedro Sánchez anunciou que a Conferência dos Presidentes terá lugar no final do verão, em setembro, embora não exista uma data específica no calendário e, de momento, apenas se saiba que terá lugar na Cantábria. Os presidentes regionais querem conhecer os acordos económicos alcançados com os nacionalistas catalães para saber como irão afetar o resto das regiões autónomas que não estão incluídas nesses acordos.

DESENCONTROS

Desde que Prohens ganhou as eleições, em maio de 2023, ainda não se reuniu com o Presidente do Governo. Sánchez também não respondeu à carta que Prohens lhe enviou no início da legislatura, na qual transmitia as principais preocupações e necessidades das ilhas. A carta incluía a chamada “agenda balear”, ou seja, todas as reivindicações ou questões que são cruciais para os cidadãos do arquipélago.

O Presidente tinha enviado os seus ministros às ilhas para tratar de determinadas questões. Na opinião de Prohens, “apenas com a intenção de procurar o confronto e a tensão nas Baleares”. Foi o que, no seu entender, aconteceu recentemente, quando o ministro da Política Territorial e da Memória Democrática, Ángel Víctor Torres, visitou a delegação do Governo em Palma e criticou a posição do líder do PP relativamente ao acolhimento de menores sem tutela, enviando a mensagem de que “Prohens e Puigdemont são iguais” em termos de política migratória.

Prohens entendeu isto como um ataque e criticou Torres por não se ter reunido com ela durante a sua visita a Maiorca. “Os cidadãos das Baleares e eu gostaríamos que, quando os ministros viessem, o fizessem como representantes de todos os cidadãos espanhóis e não como ativistas do PSOE”, e recordou que, na anterior visita do Ministro da Habitação a Ibiza, há meses, não houve qualquer reunião com o Consell d’Eivissa para discutir o problema da habitação na ilha, e acredita que o mesmo acabou de acontecer com a recente visita da Ministra da Inclusão, Segurança Social e Migração, Elma Saiz.

O ministro Torres, durante a sua estadia nas Baleares, anunciou que o governo vai apresentar um recurso de inconstitucionalidade contra uma das medidas estrela de Prohens, o decreto de simplificação administrativa que inclui a legalização da habitação em terrenos rurais. Torres advertiu que algumas disposições são inconstitucionais, embora não tenha especificado quais, e disse a Prohens que “ou se senta para negociar ou haverá consequências sob a forma de recurso”.

As relações entre os dois governos têm sido tensas nos últimos meses, com pelo menos quatro leis aprovadas este ano por Prohens cuja constitucionalidade foi questionada pelo governo de Sánchez. Prohens receia que esta falta de entendimento com o Executivo possa ter consequências negativas para os interesses dos cidadãos das Ilhas Baleares, sob a forma de bloqueio de quaisquer medidas políticas que pretenda levar a cabo.

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“Oposição não deve transformar Orçamento numa moção de censura”, aconselha Costa

  • Lusa
  • 31 Julho 2024

Ex-primeiro-ministro adverte que governar em duodécimos “não é desejável”. "Ónus da negociação” está no Governo, que "deve criar condições para que o PS não tenha de o inviabilizar” o Orçamento.

O ex-primeiro-ministro António Costa considera que era bom o país ter um Orçamento do Estado, pedindo que não seja transformado numa moção de confiança ou de censura, e salientou que os portugueses não querem uma crise política.

“O Orçamento do Estado, independentemente de quem governe, é um instrumento essencial ao funcionamento normal do país. E, portanto, é bom o que o país tenha orçamentos do Estado e que o exercício da responsabilização dos governos seja feito pelos instrumentos próprios previstos na Constituição: a moção de censura e a moção de confiança”, considerou António Costa numa entrevista ao canal televisivo Now.

O ex-primeiro-ministro sustentou que “nem o Governo deve transformar o Orçamento numa moção de confiança, nem a oposição deve transformar o Orçamento numa moção de censura”, considerando que os partidos devem “transformar o debate do orçamento na normalidade que o debate deve ter”.

Salientando que a governação em duodécimos “não é desejável” e “não é a solução ideal num contexto de grande instabilidade internacional”, Costa considerou que o normal é que, “se o Governo não tem maioria, tem o dever de procurar encontrar uma solução para ter um Governo”.

“E aquilo que é normal nas oposições é não inviabilizarem à partida a existência de um Orçamento, mas predisporem-se a que o Orçamento possa ser viabilizado sem que isso seja entendido como um apoio ao Governo”, referiu.

Aquilo que é normal nas oposições é não inviabilizarem à partida a existência de um Orçamento, mas predisporem-se a que o Orçamento possa ser viabilizado sem que isso seja entendido como um apoio ao Governo.

António Costa

Antigo primeiro-ministro

Costa, eleito presidente do Conselho Europeu, defendeu que “o ónus da negociação” está no Governo e referiu que, se o executivo quer a viabilização do Orçamento, “deve criar condições para que o PS não tenha de o inviabilizar”.

“Se o governo propõe, por exemplo, uma descida radical do IRC, o PS é contra. Não é possível pedir ao PS para votar a favor de uma medida que é contra”, exemplificou, reforçando que, se o Governo não tem maioria, não pode obrigar outras forças políticas a votar a favor de algo que sabe que são contra.

Por outro lado, Costa considerou que, nas oposições, também não pode haver a leitura de que “se não inviabilizam o Orçamento é porque estão a apoiar o Governo”. “Não. Não inviabilizam o Orçamento, porque o país precisa de um Orçamento. Portanto, se o Orçamento não tiver nenhuma medida que seja absolutamente intolerável para a oposição, eu acho normal que a oposição viabilize”, considerou.

Referindo que não pretende sugerir o que o PS deve fazer, Costa referiu contudo que o “conjunto do sistema político deve orientar-se” pela ideia de que os instrumentos para pôr em causa a confiança num executivo é a moção de censura, e para a afirmar é a moção de confiança.

“O Orçamento é uma ferramenta de ação do Estado e, portanto, não deve o Estado ser privado dessa sua ferramenta”, considerou, recordando casos em que governos minoritários conseguiram aprovar orçamentos do Estado com o principal partido da oposição, como no primeiro executivo de António Guterres, em que orçamentos foram viabilizados pelo PSD, na altura liderado por Marcelo Rebelo de Sousa.

António Costa será o próximo presidente do Conselho EuropeuPAULO CUNHA/LUSA 24 junho, 2024

António Costa salientou ainda que, em 2022, quando o seu Governo viu a sua proposta de Orçamento do Estado ser chumbada na Assembleia da República, disse ao Presidente da República que estava disponível para governar em duodécimos.

Questionado se considera que é de evitar uma nova crise política, Costa respondeu: “Isso, claramente”. “Podemos ler todos os sinais que os portugueses nos dão todos os dias: deram nas eleições legislativas, nas europeias… (…) A última vontade e desejo que as pessoas têm é qualquer crise política ou que voltem a ser incomodadas pelos políticos a chamá-los para eleições”, afirmou.

Referindo que os dois últimos anos para os portugueses “foram duríssimos” – com a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e a inflação -, Costa reforçou que “a última coisa que o país precisa é de nova crise política”. “O que os portugueses desejam é que haja tranquilidade”, frisou.

“Padrões éticos” diferentes da PGR

Na mesma entrevista, António Costa afirmou ainda que manifestamente não partilha dos “padrões éticos e de exigência” no exercício de funções públicas da Procuradora-Geral da República, reiterando que não se arrepende de se ter demitido.

Questionado sobre as declarações de Lucília Gago, que descartou qualquer responsabilidade sobre a sua demissão do ex-primeiro-ministro, salientando que Costa poderia “ter continuado nas suas funções”, o ex-primeiro-ministro salientou que “cada um assume as suas responsabilidades”, considerando que foi o que fez.

“Cada um tem os seus padrões éticos e de exigência relativamente aos cargos que ocupa. Manifestamente não temos os mesmos padrões”, afirmou.

António Costa acrescentou que, “é suposto que todos exerçam, com uma devida responsabilidade, as suas funções”, dando o exemplo das forças de segurança, que andam armadas com base no pressuposto de que utilizarão “a arma de uma forma adequada, proporcional e em caso de necessidade”.

“É assim que as nossas forças de segurança atuam, felizmente. Há depois uma ou outra exceção. Eu não acho que, quando há um mau exercício de uma função, se deva necessariamente alterar essa função”, frisou.

Questionando se, relativamente à Procuradora-Geral da República, considera que houve um “mau exercício” da sua função, o ex-primeiro-ministro respondeu: “Ninguém é bom juízo em causa própria, portanto não vou estar a falar por mim”.

“Acho que há um juízo geral das pessoas relativamente ao que aconteceu, ao que se passou. É uma página que está virada, foi dolorosa, mas entendi que tinha de me reinventar”, referiu, reiterando que não se arrepende de se ter demitido e salientando que tomou a “decisão certa na hora exata”.

Nesta entrevista, António Costa foi ainda questionado sobre a operação Tutti Frutti e o facto de o seu ex-ministro das Finanças Fernando Medina vir a ser constituído arguido, tendo considerado a situação bizarra.

“Acho, apesar de tudo, bizarro uma pessoa ser constituída arguida pela atribuição de um subsídio que não atribuiu – foi atribuído pela Câmara, que é um órgão colegial – e, além do mais, uma reunião em que ele nem sequer participou. Portanto, acho bizarro”, disse.

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Hoje nas notícias: reformados, cibercrimes e Orçamento

  • ECO
  • 31 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Cerca de 15% dos novos pensionistas entre 2019 e 2022 adiaram a reforma e conseguiram uma bonificação média de 14,8%. O cibercrime no setor da saúde disparou 106% em 2023. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Quem adiou a reforma teve bónus médio de 15%

Pelo menos 15% dos novos pensionistas por velhice da Segurança Social entre 2019 e 2022 adiaram a reforma além da idade normal ou pessoal. As bonificações que lhes são devidas pelo adiamento da reforma representaram cerca de 14,8% do valor médio das novas pensões, de acordo com os dados do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) que constam do Livro Verde. Os homens concentram 65% das pensões bonificadas no período de três anos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Cibercrimes no setor da saúde duplicaram em 2023

O relatório “Cibersegurança em Portugal – Riscos e Conflitos” relativo a 2023 dá conta de 107 casos detetados no ano passado na área da saúde, o que representa uma subida de 106% em comparação com 2022 e coloca este setor entre os aumentos mais significativos de incidentes de cibercrime. A maior parte dos casos diz respeito à prática de phishing/smishing, que consiste no essencial no envio de mensagens enganosas que visam ludibriar as vítimas para conseguir um ganho financeiro ou ter acesso a informação sensível.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Maioria rejeita eleições se Orçamento do Estado for chumbado

A maioria dos portugueses (59,6%) prefere que seja apresentado um novo Orçamento do Estado caso a proposta orçamental do Governo seja chumbada, segundo a sondagem da Intercampus. Menos de um quarto dos inquiridos (19,2%) defende a demissão do Executivo e a marcação de novas eleições no caso de o diploma ser chumbado no Parlamento, enquanto uma minoria (12,3%) admite uma governação por duodécimos.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Ministério validou 96 mil pedidos para devolver propinas e travou 78 mil

O Ministério da Educação aprovou 96.589 pedidos para a devolução das propinas e indeferiu outros 78.470, o que significa que foram analisados um total de 175.059 pedidos. Os pedidos aprovados seguiram para a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que faz depois outra triagem antes de processar os pagamentos. Não se sabe, porém, quantos pagamentos já foram feitos.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Governo recusa acesso prioritário às creches para crianças com pais empregados

O Governo recusa aplicar a nível nacional uma proposta do Chega que pretende dar acesso prioritário a crianças com pais empregados, uma medida que foi aprovada no Parlamento dos Açores. Porém, o Ministério da Segurança Social recusa alterações ao que “já existe”. A bancada parlamentar do PS apela a proposta do partido de André Ventura de “vergonha abjeta”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de julho

  • ECO
  • 31 Julho 2024

Ao longo desta quarta-feira, 31 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Líder do Hamas morre em Teerão após ataque atribuído a Israel

  • Lusa e ECO
  • 31 Julho 2024

Grupo islamita Hamas anuncia morte do líder, Ismail Haniyeh. Estava em Teerão, onde se encontrava em visita oficial para participar na cerimónia de posse do novo presidente iraniano.

Ismail HaniyehLusa

O grupo islamita Hamas anunciou esta quarta-feira a morte do líder, Ismail Haniyeh, num ataque que atribuiu a Israel, em Teerão, onde se encontrava em visita oficial.

“O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerão, depois de participar na cerimónia de posse do novo presidente iraniano”, confirmou o Hamas em comunicado.

O anúncio da morte de Haniyeh foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país, que afirmaram ainda estar a investigar as circunstâncias do “incidente”. Israel, por seu turno, ainda não se pronunciou sobre a morte do líder do Hamas.

Entretanto, em declarações transmitidas pelos media iranianos, o Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país irá “defender a sua integridade territorial, dignidade, honra e orgulho, e fará com que os ocupantes terroristas se arrependam do seu ato cobarde” de assassinar Ismail Haniyeh.

Posteriormente, o primeiro vice-presidente iraniano, Mohammad Reza Aref, disse que o país não tem qualquer intenção de escalar a tensão no Médio Oriente, em declarações citadas esta quarta-feira pela Reuters.

O Qatar também condenou o ataque que matou o líder do Hamas, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país a declarar que o assassinato constitui uma escalada perigosa no conflito. De igual modo, a China afirmou que o incidente pode levar a uma maior instabilidade na região.

Sem acusar especificamente Israel, o Hezbollah disse que o ataque tornaria os grupos alinhados com o Irão mais determinados a enfrentar Telavive.

De acordo com o The Guardian, Haniyeh era o chefe político do Hamas desde 2017 e passou grande parte dos últimos anos exilado no Qatar e na Turquia. Em 2006, foi eleito primeiro-ministro palestiniano, na sequência da vitória do Hamas nas eleições parlamentares realizadas nesse ano.

Considerado um líder pragmático, esteve envolvido nas negociações para um cessar-fogo em Gaza, estabelecendo contactos com o principal aliado do Hamas, o Irão, e reunindo-se com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan.

Israel confirma “ataque direcionado” contra Hezbollah em Beirute

Na terça-feira, as IDF (Forças Armadas de Israel) confirmaram, em comunicado, a realização de um “ataque direcionado contra o comandante responsável pelo assassínio das crianças em Majdal Shams (norte de Israel) e pela morte de muitos outros civis israelitas” na cidade de Beirute, no Líbano.

O exercício israelita refere-se ao comandante do Hezbollah que considera ter sido responsável pelo ataque aos Montes Golã, no último sábado, que matou 12 crianças e adolescentes. Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita tinha prometido responder “duramente” ao ataque de sábado.

Esta quarta-feira, um deputado do grupo xiita libanês disse que o Hezbollah está pronto para travar uma guerra com Israel. “Este inimigo exige guerra e nós estamos prontos para ela. Se Deus quiser, estamos prontos para ela”, declarou Ali Ammar às emissoras locais, citado pela Reuters.

A televisão estatal do Líbano avança que morreu pelo menos uma mulher e sete pessoas ficaram feridas no ataque levado a cabo por Israel. Fonte do Hezbollah adiantou à agência France Presse que Fouad Chokr, comandante militar alvo do ataque israelita, sobreviveu ao ataque.

O Hamas condenou de forma veemente o ataque em Beirute, considerando, em comunicado, que se trata de uma “escalada perigosa” no conflito.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h46)

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Banco do Japão anuncia subida das taxas de juro e reduz compra de obrigações do tesouro

  • Lusa
  • 31 Julho 2024

É o segundo aumento anunciado este ano, representado um novo passo para a normalização da política monetária do país. Banco central decide ainda reduzir progressivamente a compra maciça de obrigações.

O Banco do Japão (BoJ) anunciou esta quarta-feira uma subida das taxas de juro de referência no curto prazo até 0,25%. Este é o segundo aumento anunciado pelo BoJ este ano, representado um novo passo para a normalização da política monetária do país.

Além desta decisão, que se segue ao aumento de 0,1% em março, pondo fim à política de taxas negativas, o banco central japonês decidiu reduzir progressivamente a compra maciça de obrigações do tesouro, durante a reunião da junta de política monetária, agora concluída.

O BoJ decidiu este aumento da taxa de juro tendo em conta que “a atividade económica e os preços se desenvolveram, de modo geral, ao mesmo tempo que os aumentos salariais que “se estenderam” no país, de acordo com o documento aprovado pela entidade.

Apesar disto, o banco central nipónico prevê que as taxas de juro reais “permaneçam significativamente negativas” e confirmou que vai manter “condições financeiras” que “apoiem firmemente a atividade económica”.

O BoJ anunciou também que “vai continuar a aumentar as taxas de juro de referência” nos próximos meses e a ajustar o grau de estímulos monetários, caso as últimas previsões macroeconómicas da instituição se cumpram.

Estas previsões apontam para um crescimento económico de 0,6% no atual exercício fiscal, que vai terminar em março de 2025, e uma inflação (sem incluir o preço dos alimentos frescos) de 2,5% para o mesmo período.

As taxas de juro baixas em vigor no Japão há mais de uma década, juntamente com a compra maciça de obrigações do tesouro e outros ativos, mantinham o banco central nipónico num caminho muito diferente do da Reserva Federal dos Estados Unidos ou do Banco Central Europeu, que aplicaram sucessivos aumentos dos juros e retirado outros estímulos nos últimos anos.

A estratégia do BoJ destinava-se a conseguir uma inflação anual de cerca de 2%, um objetivo já ao alcance da quarta economia mundial, mas que é um dos fatores de depreciação do iene frente ao dólar e ao euro.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 31 Julho 2024

INE divulga dados da inflação, BCP apresenta contas e é divulga a evolução das contas públicas no mesmo dia que o Fed toma decisões sobre taxas de juro e o Governo reúne-se com professores.

O INE vai divulgar dados da inflação e a Direção-Geral do Orçamento vai apresentar a execução orçamental relativa a junho, no mesmo dia em que o BCP divulga contas do primeiro semestre do ano e começa a segunda ronda de negociações entre os Ministério da Educação e os sindicatos dos professores do Ensino Básico e Secundário. Lá fora, a Reserva Federal norte-americana vai divulgar decisões sobre as taxas de juro.

Como evoluem os preços em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar dados dos preços do consumidor, atividade turística e do emprego e desemprego relativos a julho. Também o órgão estatístico europeu, Eurostat, vai divulgar uma estimativa rápida da inflação da Zona Euro de julho deste ano, dados da qualidade dos relatórios estatísticos europeus sobre o desenvolvimento e investigação relativo a 2024 e indicadores do transporte rodoviário de mercadorias em 2023.

BCP apresenta contas

O BCP vai divulgar os resultados financeiros relativos ao primeiro semestre do ano, após ter aumentado os lucros em 580% em termos homólogos, para 423,2 milhões de euros. No primeiro trimestre deste ano, o banco liderado por Miguel Maya registou um aumento dos lucros em 8,4% relativamente ao mesmo período no ano passado para 234,3 milhões de euros. Também o BPI, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a Novabase também vão apresentar resultados financeiros dos primeiros seis meses do ano.

Como avançam as contas públicas?

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai apresentar a síntese de execução orçamental, como o faz todos os meses, agora relativa a junho. Nos dados de maio, as contas públicas apresentaram um défice orçamental de 2.553,2 milhões de euros – um decréscimo de 6.351,1 face ao período homólogo.

Começa segunda ronda de negociações entre Governo e professores

Começa esta terça-feira a segunda ronda de negociações entre o Ministério da Educação (ME) e os sindicatos dos professores do Ensino Básico e Secundário sobre o plano “+ Aulas, + Sucesso”, apresentado pelo Executivo em junho, e, nesse âmbito, será apresentada a “solução” para colmatar as falhas no concurso de colocação dos professores.

Decisões da Reserva Federal sobre as taxas de juro

A Reserva Federal norte-americana (Fed) vai anunciar as decisões de taxa de juro às 19h00 (horário de Lisboa) desta terça-feira após o fim da reunião de dois dias sobre política monetária. Meia hora depois, o presidente do Fed, Jerome Powel, vai estar numa conferência de imprensa onde poderá dar pistas do momento em que se iniciará a descida das taxas de juro. A gestora de ativos, JPMorgan prevê que a primeira descida nas taxas juros se materialize depois do verão prevendo “duas a três descidas nos próximos 12 meses”.

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“Apesar do espaço não ser infinito, a TV tem demonstrado grande elasticidade”, defende Ana Clemente

"A entrada de novos canais ou o ajuste da linha de outros poderá afetar os resultados da CMTV e de todos os outros canais que atuam na mesma zona", refere a responsável da EssenceMediacom.

“Apesar do espaço não ser infinito, a TV tem demonstrado grande elasticidade no que diz respeito ao seu consumo e isso dá segurança para novos projetos que ainda estão por vir, com capacidade transversal a nível de conteúdos”. A ideia é defendida por Ana Clemente, head of client leadership da EssenceMediacom. “Sim, há espaço para novos canais“, mas “será sempre o público a ditar o sucesso ou insucesso de qualquer lançamento“, diz. “O mecanismo regulador funcionará como a lei da oferta e da procura, a boa notícia é que a procura existe – o consumidor é ávido de conteúdos, mas a oferta certa terá que se adequar às suas preferências. A receita será vencedora apenas e só enquanto esta premissa for verdadeira”, completa.

O comentário vem a propósito da transformação da TVI Ficção em canal generalista e no eventual lançamento de um canal de ficção pela SIC. “Se pensarmos nesta questão sob a “lente” da comunicação em meios, as agências e nós na EssenceMediacom em específico, pretendemos sempre poder ter à nossa disposição um leque variado de opções que enriqueçam as estratégias que desenhamos para os nossos clientes e para as suas marcas, acrescentando layers de cobertura às campanhas”, concretiza.

Depois, e igualmente importante, “é perceber a associação que criamos à tipologia de conteúdo, que conteúdo selecionamos, em que localização iremos estar, de que forma, e o que todas estas premissas irão impactar a retenção das mensagens e o efeito de médio-longo prazo das mesmas, contribuindo para minimizar o memory decay“, aponta Ana Clemente.

A responsável da agência de meios do GroupM recorda que “a televisão traz consigo, como herança dos tempos e da sua história, uma layer importante de credibilidade que confere às marcas“, mas “é um facto que a dinâmica nas salas de estar das nossas casas se alterou e não é por acaso que, nos EUA, mais de 100 milhões de pessoas já consomem conteúdo de Youtube neste ecrã”, lembra. Ou seja, “as fronteiras esbateram-se, o online entrou no analógico motivando já comportamentos “cord-cutting”, levando muitos a eliminar por completo as suas subscrições de TV, apostando apenas na oferta de media concorrente, disponibilizada online“, reflete.

Ainda assim, Portugal é um mercado diferente, em que esta não é, pelo menos para já, a realidade, mas a observação destes comportamentos permite perceber “a volatilidade da fidelização das audiências e a sua facilidade em mudar rapidamente de plataforma ou canal em busca de algo que lhes agrade mais”. Ou seja, “desafiando todos os produtores de conteúdos a repensar o seu modelo, perseguindo outras opções, que se podem materializar em novos canais ou na reformulação de canais existentes”.

Quanto à margem de crescimento de um novo canal generalista, Ana Clemente refere que apesar do alcance que se consegue atingir em exclusivo com a televisão ser ainda inigualável e dos mais elevados, em comparação com os restantes países europeus, e não havendo nenhum outro meio que sozinho consiga desempenhar este papel, se assiste há algum tempo à erosão das suas audiências, nomeadamente nos canais generalistas, o que “pode revelar que a oferta poderá já não estar exatamente alinhada com o que o espectador pretende“.

Assim, “inovação, agilidade, tecnologia, qualidade e o estudo e conhecimento do consumidor/espectador serão fatores críticos de sucesso e esse sucesso poderá abrir a porta à reconfiguração do nosso panorama televisivo”, aponta.

Apesar de o novo canal da TVI entrar no segmento da CMTV, Ana Clemente acredita que o canal da Medialivre pode não ser o mais penalizado com o aumento da concorrência. A CMTV “é um canal com um ADN muito próprio, um estilo direto, que vive muito do imediato e que, podendo não ser consensual, fez um bom trabalho no que concerne à construção de audiências, sendo hoje capaz de ombrear com conteúdos dos canais generalistas históricos em Portugal“, começa por defender. Ou seja, “uma CMTV poderá até estar menos exposta, em comparação com os restantes players“.

Feita a ressalva, “é claro que a entrada de novos canais ou o ajuste da linha de outros, poderá afetar os resultados da CMTV e de todos os outros canais que atuam na mesma zona do espectro televisivo, principalmente se houver alternativas atraentes em horários de programas-chave e se a qualidade dos conteúdos e grelha da concorrência se revelarem substanciais e distintivos”, adverte.

No limite, acredita, “isto poderá implicar que os canais existentes repensem o estilo, a programação, os formatos e até as tecnologias, para que a oferta se adapte melhor ao que as audiências esperam, num mundo que compete cada vez mais por cada segundo da atenção dos indivíduos, dispersa por muito mais pontos”.

Quanto ao lançamento do Now, canal de informação lançado pela também dona da CMTV em junho, Ana Clemente diz que o primeiro balanço, ainda que prematuro, mostra sinais positivos, “onde se destacam a qualidade da produção e dos conteúdos apresentados, num equilíbrio interessante entre informação, cultura e entretenimento, o cuidado com as personalidades e profissionais escolhidos para preencher a antena e o início de um caminho de pegada digital que se pode revelar interessante, aproximando o canal do seu público”.

A experiência da redação, dos profissionais e as sinergias internas do Grupo Medialivre poderão ser relevantes neste caminho, para conquistar a tão desejada audiência”, conclui.

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Autarca de Setúbal pede intervenção do Governo para travar pressão automóvel nas praias da Arrábida

Município de Setúbal pede ajuda ao Governo para pôr a circular transporte público sustentável de modo a travar pressão automóvel no acesso às praias da Arrábida.

O presidente da câmara de Setúbal pede a intervenção do Governo para travar a pressão do tráfego automóvel às praias da Arrábida, mediante a oferta de um “transporte público permanente e sustentável, com um sistema de monitorização no acesso e circulação”. André Martins insiste ainda na redução do “inaceitável” preço do bilhete da travessia de barco para Tróia que “torna o acesso quase proibitivo” e leva ao aumento da procura pelas praias da Arrábida.

O autarca de Setúbal (CDU) já deu conta à ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, que “são precisas soluções definitivas e permanentes no acesso às praias através do Parque Natural da Arrábida”. O que passa por “estudar e implementar um meio de transporte amigo do ambiente que terá uma frequência muito maior durante a época balnear; mas que deverá garantir o acesso às praias durante todo o ano, limitando sempre a circulação automóvel”, explana André Martins.

Esta também seria uma forma de dinamizar economicamente esta zona durante todo o ano e “não só durante a época estival”, assinala em declarações ao ECO/Local Online. Assim como “aliviar” os cofres municipais do “esforço financeiro superior a 350 mil euros por ano” com medidas de controlo da circulação no acesso às praias da Arrábida. À autarquia compete, por exemplo, a “contratação de meios para controlar a circulação [do trânsito], a requalificação dos acessos e dos estacionamentos. Tudo isto são custos muito significativos”, descreve André Martins.

Vista da serra da Arrábida com a praia de Galapinhos, praia dos Coelhos e a praia do Portinho da Arrábida, Setúbal, 24 de agosto de 2017. RUI MINDERICO/LUSARUI MINDERICO/LUSA

Autarcas querem reduzir preço da viagem de barco para Tróia

Outra forma de aliviar a pressão de veraneantes nas praias da Arrábida é facilitar o acesso às praias de Tróia. Para isso, será necessário reduzir o preço do bilhete da viagem de ferryboat que “está sempre a aumentar e já custa 9,10 euros ida e volta” praticados pela Atlantic Ferries, empresa do grupo Sonae, defende o autarca.

“Há uma empresa que tem um contrato com a administração portuária e que todos os anos vem aumentando os preços dos transportes da circulação e que torna o acesso [à população] quase proibitivo”, assinala. “É inaceitável custar cerca de nove euros e já transmiti isso ao ministro das Infraestruturas [Miguel Pinto Luz] que ficou sensibilizado”, conta André Martins.

Há uma empresa que tem um contrato com a administração portuária e que todos os anos vem aumentando os preços dos transportes da circulação e que torna o acesso [à população] quase proibitivo.

André Martins

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

Os presidentes de câmara de Grândola e de Alcácer do Sal juntam-se ao homólogo de Setúbal nesta reivindicação e já pediram a intervenção do atual ministro das Infraestruturas e ao anterior governante João Galamba. Uma das soluções passa por incluir estas viagens no Passe Navegante tornando-as, assim, mais acessíveis. A Área Metropolitana de Lisboa (AML) também está a par da situação.

Outra das hipóteses em cima da mesa passa pela gestão da travessia ficar a cargo das “empresas que fazem a gestão do transporte no Tejo”, adianta o autarca. “Há a necessidade de, o mais rapidamente possível, fazer esta alteração, mas compreendemos que está ali uma empresa a operar. Tem trabalhadores”, conclui.

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Para já, apenas 42 advogados aceitam receber estagiários nos escritórios

Em causas as novas regras - em vigor desde abril com aplicação prática a partir de setembro - que obriga a que os estágios profissionais passem a ser remunerados.

Dos quase 28 mil pedidos enviados pela bastonária aos advogados – para que aceitem estagiários no seu escritório – apenas 42 responderam afirmativamente. Em causas as novas regras – em vigor desde abril com aplicação prática a partir de setembro – que obriga a que os estágios profissionais passem a ser remunerados e, mais, o valor terá de ser, no mínimo, de 950 euros, o equivalente ao salário mínimo acrescido de 20%.

As alterações ao Estatuto da Ordem dos Advogados entraram em vigor a 1 de abril, mas a OA informou que estes terão regras adaptadas, já que a regulamentação necessária decorrente das alterações ao EOA se fará até 28 de setembro, conforme previsto na lei.

“Decidimos que – no universo de 36 mil e 200 advogados inscritos – cerca de 27 mil teriam condições para ter estagiários. Aguardamos resposta. Dos 27 mil 683 pedidos, apenas responderam 42 tinham disponibilidade”, disse à Advocatus a bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro.

“A esmagadora maioria da classe não tem capacidade financeira para pagar um estágio para tirar 1500 ou 2 mil para suportar um estagiário que está a aprender. Não falei com nenhuma sociedade e quem respondeu, foi de livre vontade”, diz a líder dos advogados. “O Estatuto diz que a OA tem de nomear quem se disponibilizou que a seguir poderão invocar escusa porque não têm capacidade. Escusa essa que será decidida pelos órgãos dos conselhos regionais. Sem haver um fundo de financiamento idêntico ao do IEFP, muita pouca gente tem capacidade. E duvido que faça sentido obrigar profissionais liberais a fazê-lo.
O Estado é que tem a obrigação de custear o estágio de uma profissão”, concluiu a bastonária.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

Um estagiário tem de pagar um valor mínimo do estágio é de 1.025 euros e tem ainda tem de pagar 15 euros por mês, de quotas à OA. Porém, desde setembro de 2023, os advogados estagiários passaram a pagar 950 euros pelo estágio à cabeça, menos 450 euros do valor cobrado até aqui.

O estágio para exercício da profissão de advogado tem a duração de 12 meses, não prorrogável. A inscrição pode ser requerida a qualquer momento junto do respetivo Conselho Regional, sendo que o estágio tem início na data da confirmação da inscrição. O advogado estagiário pode começar a realizar assistências em tribunal e elaborar as peças processuais, desde a data da confirmação da inscrição. Só poderá realizar intervenções orais após dois meses de confirmada a inscrição.

A diminuição do emolumento não impede o recurso à isenção (caso estejam reunidas as condições para a sua aplicação) ou ao pagamento faseado do mesmo, como sempre sucedeu. Dados de 2023 apontam que em Portugal existem quase quatro mil advogados estagiários inscritos na OA, segundo a Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça, e nem todos com boas condições laborais, a par com elevados gastos para Ordem, desde inscrição, provas escritas e orais, seguros e togas. A única contribuição que estão isentos de pagar, enquanto realizam o estágio, é a para a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores.

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