FNS2024: Assumir riscos é uma “obrigação” dos administradores e diretores

  • ECO Seguros
  • 17 Julho 2024

José Limón Cavaco, da CCA Law Firm, apresentou os principais riscos para os administradores e diretores de empresas e expôs produtos que sevem para os proteger em caso de sinistro no FNS2024.

Quais os principais riscos para administradores e diretores de empresas na sua atividade profissional em Portugal? Foi a pergunta que José Limón Cavaco, Sócio da área de Seguros e Resseguros da CCA Law Firm, respondeu na sua intervenção no Fórum Nacional de Seguros 2024, evento organizado pelo EcoSeguros e pela Zest.

José Limón Cavaco salientou que por risco entende-se que as decisões dos administradores e diretores podem correr mal e relembrou que a responsabilidade é partilhada com as empresas e para ambos existem produtos de seguro que apresentam diferentes coberturas.

Além disso, expõe quais acredita ser os principais riscos para os executivos portugueses dividindo-os em três grupos: responsabilidade societária, responsabilidade perante os acionistas e o risco de corrupção “isto é o aspeto que mais atrai o acionamento das apólice D&O”.

Veja aqui a intervenção na integra:

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Ex-governante diz que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos da UE para o TGV

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

Os 813 milhões para a alta velocidade são "certamente um fator positivo", diz Frederico Francisco, que acredita "o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto".

O ex-secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas Frederico Francisco considerou esta quarta-feira que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos europeus para a linha de alta velocidade, além dos 813 milhões anunciados por Bruxelas. “[A notícia dos 813 milhões de euros] é certamente um fator positivo. Dá boas perspetivas para que nos próximos anos, até ao final deste quadro – que termina em 2027 – que o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto”, disse em Esposende, distrito de Braga.

Frederico Francisco falava durante uma apresentação no Clube Hípico do Norte, onde decorreu o debate “O novo aeroporto de Lisboa e a Linha de TGV”, organizado pela Associação Empresarial do Minho (AEMinho), no qual foi o orador principal. O ex-secretário de Estado e coordenador do Plano Ferroviário Nacional (PFN) referia-se aos 813 milhões de euros assegurados por Bruxelas para a primeira fase (Porto-Soure) do projeto da linha de alta velocidade Lisboa-Porto.

Quando Frederico Francisco era governante, Portugal candidatou-se a 875 milhões de euros de fundos da Connecting Europe Facility (CEF) [Mecanismo Interligar a Europa], dos quais 729 milhões já exclusivamente dedicados ao projeto português e 146 milhões em competição com outros projetos europeus. Dos 813 milhões obtidos no CEF, 84 já o foram obtidos em competição com outros projetos europeus, permanecendo 62 milhões por arrecadar.

“Estas candidaturas são sempre muito competitivas, dos sete mil milhões de euros que a Comissão Europeia atribuiu, provavelmente recebeu 15 a 20 mil milhões em candidaturas”, aventou o antigo secretário de Estado com a pasta da ferrovia. Frederico Francisco manifestou ainda o desejo de que, após ter sido aprovado em Conselho de Ministros o lançamento do concurso público da parceria público-privada do lote Oiã-Soure da primeira fase (Porto – Soure) da linha de alta velocidade, o projeto “se torne definitivamente irreversível”.

“Hoje estamos mais próximos de Portugal vir a ser, de forma irreversível, um país com alta velocidade ferroviária”, afirmou. A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte. O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026.

Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo). No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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Trump diz que Taiwan deveria pagar mais pela sua defesa

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

"Taiwan deveria pagar-nos pela defesa", disse Trump em entrevista à cadeia Bloomberg Businessweek. "Sabe, não somos diferentes de uma companhia de seguros", acrescentou.

O candidato presidencial norte-americano Donald Trump considerou esta quarta-feira que Taiwan deveria pagar mais pela sua defesa, ao ser questionado sobre a atitude dos Estados Unidos perante um eventual ataque militar da China à ilha que considera território nacional. Para além de considerar que a ilha de Taiwan deveria pagar mais pela proteção militar fornecida pelos EUA, o republicano também acusou Taipé de manter a sua indústria de semicondutores afastada dos Estados Unidos.

“Taiwan deveria pagar-nos pela defesa”, disse Trump em entrevista à cadeia Bloomberg Businessweek. “Sabe, não somos diferentes de uma companhia de seguros”. As observações de Trump, divulgadas na terça-feira, assinalam uma rutura com a posição do Presidente Joe Biden, que por diversas vezes admitiu o envio de tropas para defender a ilha, e suscitaram incerteza face à abordagem do candidato republicano face a Taiwan, e quando o seu candidato a vice-presidente, JD Vance, considerou a China como a “maior ameaça” para os Estados Unidos.

Em Taiwan, o primeiro-ministro Cho Jung-tai respondeu que Taiwan “pretende assumir maior responsabilidade” e pode defender-se pelos seus meios. “Enquanto continuarmos a demonstrar [a nossa posição] iremos receber o apoio de mais países”, vaticinou Cho, que agradeceu a Washington as contínuas manifestações de preocupação pela segurança de Taiwan, indicou a agência noticiosa oficial Central News Agency.

Previamente, Cho tinha referido aos media que “as relações Taiwan-EUA são sólidas há vários anos” e considerou que “a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan e na região do Indo-Pacífico são uma responsabilidade e um objetivo comuns”. Na entrevista, Trump admitiu que não se sentia “muito seguro” sobre a situação no estreito de Taiwan, onde Pequim “tem sido muito agressivo e colocou navios por todo o lado”. Sugeriu que a China poderia facilmente assumir o controlo da ilha, mas que não o fez devido à decisiva indústria de semicondutores taiwanesa.

“É a ‘menina os olhos’ do Presidente Xi”, disse Trump, numa referência ao Presidente chinês Xi Jinping. O antigo Presidente acusou Taiwan de “retirar a indústria de ‘chips'” aos Estados Unidos e sugeriu que a ilha tem os meios necessários para pagar. “Quero dizer, somos estúpidos? Retiraram-nos todo o nosso negócio de ‘chips’. São imensamente ricos”, disse Trump.

As observações de Trump mereceram críticas do deputado e empresário do Partido Democrata Raja Krishnamoorthi, que acusou o antigo Presidente de trair Taiwan. “A ameaça do antigo Presidente Trump de abandonar os nossos longos e comuns compromissos com Taiwan significam trair uma das mais vibrantes democracias do mundo em benefício do Partido Comunista Chinês”, disse Krishnamoorthi, membro do Comité da Câmara dos Representantes sobre a China.

Miles Yu, diretor do China Center no Hudson Institute, que no passado integrou a administração Trump, considerou por sua vez que o antigo Presidente “não disse que os EUA não vão defender Taiwan”, mas antes que o Governo da ilha deveria partilhar de forma mais visível os custos de uma “defesa coletiva”, um problema “de longe mais premente para Taiwan” face a outros aliados dos EUA na região.

Yu acrescentou que, em comparação com Biden, Trump irá privilegiar os meios de garantir uma política de dissuasão credível face a Taiwan, acrescentando que o líder dos republicanos já disse que “bombardearia” Pequim no caso de uma invasão da China a Taiwan.

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Presidente demissionário do INEM acusa ministério de negligência no processo dos helicópteros

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

"Houve uma falha gritante, eu diria negligente, daquilo que é o dever de superintendência sobre o instituto público", disse Luís Meira, que está de saída do INEM.

O presidente demissionário do INEM acusou esta quarta-feira o Ministério da Saúde de negligência na questão da contratação do serviço dos helicópteros de emergência médica, alegando que a tutela nunca ajudou o instituto a resolver essa matéria.

Houve uma falha gritante, eu diria negligente, daquilo que é o dever de superintendência sobre o instituto público, porque nós, por numerosas ocasiões, solicitamos, relativamente a esta matéria, indicações à tutela, que nunca nos chegaram de modo a ajudar o instituto a resolver um problema”, afirmou Luís Meira, que foi ouvido na Comissão de Saúde a pedido da bancada do PS.

O conselho diretivo INEM presidido por Luís Meira apresentou em 1 de julho a sua demissão à ministra da Saúde, alegando a “quebra de confiança na atual tutela”, pedido que foi aceite por Ana Paula Martins. Nesse dia, o INEM anunciou um novo contrato com o atual operador, por ajuste direto, para garantir a continuidade do serviço dos quatro helicópteros de emergências médica, dois médios a operar 24 horas por dia e dois ligeiros a operar apenas no período diurno, à semelhança do que já vinha acontecendo desde 01 de janeiro.

Na altura, o instituto explicou que, na sequência do concurso público para esta operação lançado em janeiro, foram recebidas duas propostas, ambas com valores superiores ao preço base, que se situava nos 12 milhões de euros por ano. Também nessa ocasião, o conselho diretivo alegou que, perante isso, apresentou ao ministério de Ana Paula Martins “sucessivas e insistentes propostas” para uma nova resolução do Conselho de Ministros com a verba adequada às condições do mercado.

Justificou ainda que, perante a ausência de resposta por parte do Ministério da Saúde que permitisse a abertura de um novo concurso público internacional, a única alternativa à não adjudicação de um novo contrato por ajuste direto seria o país deixar de contar com este serviço de transporte aéreo de emergência. Perante os deputados, Luís Meira salientou ter “demasiadas evidências sobre esses pedidos” ao ministério, que foram formalizados por ofício e por email, relativamente à “necessidade de haver uma decisão da tutela relativamente a este problema”.

“O que levou à demissão do conselho diretivo foi a perda irreversível da confiança do conselho diretivo na tutela”, reiterou o presidente demissionário, ao salientar que um dos motivos para estar à frente do INEM “era haver confiança da tutela no conselho diretivo e, reciprocamente, haver confiança do seu presidente na tutela”.

Luís Meira confirmou ainda aos deputados que o conselho diretivo a que preside continua em funções, mas em gestão corrente desde 01 de julho. “Desde essa altura, não temos qualquer indicação da tutela seja sobre o nosso futuro imediato, nomeadamente quando iremos ser substituídos”, referiu o responsável demissionário, ao adiantar também que não recebeu indicações para a preparação do próximo orçamento do INEM.

Numa audição parlamentar em 10 de julho, a ministra da Saúde reconheceu que as divergências com o Luís Meira tiveram como base o lançamento do concurso público para a prestação de serviço de helicópteros de emergência médica. Ana Paula Martins adiantou que o ajuste direto realizado no início do ano estava feito para seis meses e previa que, durante esse período, fosse aberto um novo concurso público.

“Nunca impedimos o conselho de administração do INEM – que tem autonomia – nem demos qualquer orientação de não haver outro concurso. Tínhamos todos consciência de que teríamos de encontrar solução, por um lado, através de concurso internacional, eventualmente com um caderno de encargos redefinido”, afirmou. Na sequência da demissão de Luís Meira, o Ministério da Saúde anunciou que o médico Vítor Almeida foi escolhido para presidir ao INEM, mas acabou por não aceitar o cargo dias depois. Perante isso, foi nomeado o militar Sérgio Dias Janeiro.

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Segup compra três mediadoras e junta 4 milhões em seguros

  • ECO Seguros
  • 17 Julho 2024

A corretora de Braga comprou mediadoras em Loures, Famalicão e Paredes e continua a integração de carteiras de seguros.

A Segup, corretora de seguros desde este ano, acaba de adquirir três mediadoras de seguros juntando 4 milhões de euros à sua carteira de seguros. Segundo Diogo Oliveira, diretor comercial, a corretora procura no mercado oportunidades, que vão ao encontro da estratégia de negócio: “Apenas adquirimos empresas que correspondam aos nossos padrões de exigência como notoriedade, distribuição de carteira e profissionalismo dos colaboradores”, conclui.

Apesar da sua presença no Fórum Nacional de Seguros, a corretora guardou a revelação das suas aquisições para momento posterior.

As aquisições começaram pela Famiseg, que era de Margarida Coelho, a mediadora de Famalicão faturou no ano passado 104 mil em comissões tendo obtido 30 mil euros de lucro líquido.

A FML, sediada em Loures, adquirida à família Lourenço, é uma mediadora que em 2022 recebeu comissões de 86 mil euros. Por último, a Segup adquiriu a Mediadora de Seguros Azevedo, baseada em Paredes, mantendo-se Eunice Costa como colaboradora desta empresa que faturou 63 mil euros em 2022.

Em todas as sociedades Luis Torres e João Serino, que controlam o capital da Segup, são agora gerentes. A Segup obteve um volume de negócios superior a 1,2 milhões de euros em 2023, último ano enquanto mediadora de seguros. O seu estatuto mudou, em março deste ano, para corretora.

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CTT avançam com redução de capital depois de recompra de ações próprias

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

O capital social dos CTT passou a ser de 69.220.000,00 euros, representado por 138.440.000 ações com um valor nominal de cinquenta cêntimos por ação.

Os CTT levaram a cabo uma redução de capital de 2,737 milhões de euros, depois da extinção de ações próprias adquiridas num programa de recompra que realizou no último ano, adiantou, num comunicado esta quarta-feira ao mercado.

Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os Correios informaram que foi “nesta data inscrita no registo comercial a redução do capital social dos CTT no montante de 2.737.500,00 euros mediante a extinção de 5.475.000 ações próprias representativas de 3,80% do capital dos CTT e que foram adquiridas no quadro do programa de recompra de ações próprias executado de 26 de junho de 2023 a 09 de maio de 2024”.

Assim, destacou, o capital social dos CTT passou a ser de 69.220.000,00 euros, representado por 138.440.000 ações com um valor nominal de cinquenta cêntimos por ação. A empresa revelou ainda que “os procedimentos para o cancelamento das ações junto da Interbolsa e da Euronext deverão estar concluídos em 23 de julho de 2024, ou em data próxima”.

Os CTT lembraram que esta redução de capital foi realizada no âmbito da deliberação da assembleia-geral no dia 23 de abril, que aprovou, nessa altura, “a redução do capital social em até 3.825.000,00 euros correspondente à extinção de até 7.650.000 ações próprias já adquiridas ou a ser adquiridas até 25 de junho de 2024 com a finalidade especial de execução de programa de recompra de ações próprias e respetiva libertação de excesso de capital”.

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Praias de S. João da Caparica e do Norte interditas a banhos

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

A Agência Portuguesa do Ambiente realizará novas análises na quinta-feira, depois de ter encontrado "valores acima do limite estipulado para o parâmetro e. coli" nas duas praias do concelho de Almada.

A praia de S. João da Caparica e a praia do Norte, no concelho de Almada, estão interditas a banhos por falta de qualidade da água, tendo sido hasteada a bandeira vermelha, indicou esta quarta-feira a autarquia.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Almada (CMA), no distrito de Setúbal, explica que “após análises realizadas nas últimas 48 horas, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) informou que a água balnear das praias de S. João da Caparica/ Praia do Norte obteve valores acima do limite estipulado para o parâmetro e. coli”. Nesta altura, adianta a autarquia, foram já colocados os respetivos avisos e encontram-se já hasteadas as bandeiras vermelhas sinalizando a interdição das águas.

Na sequência desta situação, a Câmara Municipal de Almada adianta que está já no terreno no sentido de localizar a origem do problema, em colaboração com os Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS), a gestão do litoral (WEMOB), os concessionários e as autoridades competentes.

A Agência Portuguesa do Ambiente realizará novas análises na quinta-feira, garantido a autarquia que “continuará a acompanhar a situação e a informar a população”.

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CP alerta para perturbações nos comboios a 22 e 24 de julho devido a greve

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

A transportadora disse ainda que irá atualizar a informação, caso venham a ser definidos serviços mínimos.

A CP alertou esta quarta-feira para a possibilidade de perturbações na circulação de comboios para a semana, nos dias 22 e 24 de julho, devido a uma greve convocada por vários sindicatos, segundo um aviso divulgado pela transportadora.

“Informamos que, por motivo de greves convocadas pelos sindicatos ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINFB, SIOFA, SNAQ, SNTSF, STF e STMEFE, para o período compreendido entre as 00h00 e as 24h00 dos dias 22 e 24 de julho de 2024, preveem-se perturbações na circulação com impacto nos dias 22 e 24 de julho”, referiu a CP.

A transportadora disse ainda que irá atualizar a informação, caso venham a ser definidos serviços mínimos. “Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, Interregional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”, indicou.

O reembolso ou troca podem ser efetuados no site da CP ou nas bilheteiras, até 15 minutos antes da partida. Podem ainda pedir a devolução do dinheiro até 10 dias depois da greve. A greve foi anunciada no início deste mês, numa nota da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). Estes trabalhadores já estiveram em greve no dia 28 de junho.

Para os sindicatos, “é inaceitável” que a administração da CP, depois de ter garantido que iria estender a todos os trabalhadores um acordo que foi celebrado com uma organização sindical, queira condicionar isso à aceitação da proposta de regulamento de carreiras.

O Governo, a CP e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que tinha convocado uma greve entre 27 de junho e 14 de julho, que foi suspensa, chegaram, recentemente, a acordo. A operadora chegou também a acordo com o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) quanto à revisão das carreiras, incluindo um aumento salarial de 1,5% e a subida do subsídio de refeição para 9,20 euros.

A Fectrans defendeu que a proposta “aumenta a polivalência de funções e não valoriza a grela salarial”, o que disse ser uma “medida estratégica” para recrutar novos trabalhadores e manter os atuais.

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Costa é “protagonista” mais visto do Now, Medina não passou dos 12.500 telespectadores

À liderança de António Costa, segue-se Rui Rio e Pedro Santana Lopes e o programa Medina é o menos acompanhado. Os "protagonistas" perdem nas audiências para os comentadores dos canais concorrentes.

A aposta do Now nos protagonistas registou resultados limitados, em linha com as audiências do canal neste primeiro mês, e assim aquém dos ‘comentadores’ dos canais concorrentes. E foi o ex-primeiro-ministro António Costa o “protagonista” do Now a obter uma maior audiência no primeiro mês do mais recente canal informativo da MediaLivre. O programa “Otimista”, com cinco transmissão entre 17 de junho e 16 de julho, contou com uma audiência média de 23.443 telespectadores.

Aquando do lançamento do Now, Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Medialivre e diretor da CMTV e agora também do novo canal, explicava ao ECO/+M os objetivos. “A nossa posição é diferenciada e cremos que é diferente dos nossos concorrentes. Vamos basear a nossa proposta muito em notícias, vamos banir a designação de comentário, e comentador, da nossa antena (…) Protagonistas, analistas e analistas especializados. No fundo, vamos procurar que sobre cada tema, fale exatamente quem tem algum conteúdo a acrescentar à matéria em causa. Essa é a nossa proposta diferenciadora e estamos em crer, pelas reações que temos suscitado desde que enunciamos este princípio, que é uma opção acertada“. Para já, os números não estão a confirmar a opção.

Quem são os “protagonistas” do Now, além de António Costa? Fernando Medina foi o que registou as piores audiências neste primeiro mês. O ex-ministro das Finanças socialista, Fernando Medina, alcançou uma audiência média 12.455 telespectadores. O programa “Contas Certas”, que contou com quatro transmissões, foi assim o menos visto entre os das quatro figuras políticas “protagonistas” do Now analisadas. No programa de 4 de julho, segundo os dados a Dentsu/Carat para o +M, Medina registou uma audiência de pouco mais de vinte mil pessoas (0,2% de rating). Já o primeiro programa, no dia 20 de junho, chegou a pouco mais de oito mil pessoas.

A seguir a António Costa, seguiu-se Rui Rio, cujas cinco transmissões do programa “Sem Hipocrisia” registaram uma audiência média de 17.771 pessoas.

Pedro Santa Lopes, por seu lado, nas quatro presenças no canal através do seu programa “Perceções e Realidades”, alcançou uma audiência média de 14.196 telespectadores. Ressalve-se que a transmissão no dia 1 de julho do programa do atual autarca da Figueira da Foz registou uma audiência de apenas 1.698 pessoas. No mesmo dia jogou a seleção portuguesa frente à Eslovénia, a contar para os oitavos-de-final do Euro 2024.

O Now foi lançado no dia 17 de junho na posição nove da Meo, Nos e Vodafone, tendo como grande aposta “protagonistas” e analistas ao invés de comentadores, segundo explicou na altura Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Medialivre, do Now e da CMTV ao +M.

“No fundo, vamos procurar que sobre cada tema, fale exatamente quem tem algum conteúdo a acrescentar à matéria em causa. Essa é a nossa proposta diferenciadora e estamos em crer, pelas reações que temos suscitado desde que enunciamos este princípio, que é uma opção acertada”, detalhou.

Trazer de volta à televisão os “abstencionistas”, os públicos que se divorciaram dos canais clássicos, e atrair anunciantes que não cabiam na CMTV foram também os objetivos elencados para o canal que tem como máxima “Informação exata à hora certa”.

No seu dia de estreia, o mais recente canal da Medialivre foi acompanhado, em média, por 16.489 espectadores, posicionando-se como o terceiro canal de informação no total dia.

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Now faz um mês. “Diferenciação” (ainda?) não faz a diferença

Ao fim de um mês, canal da Medialivre ficou longe das audiências da CNN Portugal no primeiro mês completo de emissão, segundo a análise da Dentsu/Carat. Aposta na "diferenciação" não fez a diferença.

São 10.195 os espectadores que, em média, assistiram ao Now, o novo canal de informação lançado pela Medialivre no dia 17 de junho. A completar um mês esta quarta-feira, e de acordo com a análise elaborada pela Dentsu/Carat para o +M, o canal obteve um share de 0,5% no primeiro mês, longe dos 2,2% do primeiro mês completo da CNN, em dezembro de 2023. A anunciada aposta na diferenciação, uma prioridade de Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Medialivre e diretor da CMTV e agora também do Now, não fez a diferença junto dos espectadores neste primeiro mês de emissão.

“Vamos ter um projeto diferenciado, vamos ter protagonistas em antena e vamos ter notícias. São essas as três razões principais para acompanhar a emissão do Now”, afirmava Carlos Rodrigues em entrevista ao ECO/+M. E quais são os números neste primeiro mês de emissão? O Now, do mesmo grupo da CMTV, ficou três décimas abaixo da RTP3, vista em média por 15.659 espectadores no período em análise. Na primeira posição surge a CNN Portugal, com um share de 2,5% e uma audiência média de 49.423 espectadores, seguida pela SIC Notícias, com um share de 1,8% e uma audiência média de 35.715 pessoas.

A CMTV, canal generalista também da Media Livre, regista no período um share de 5,4% e é vista em média por 108.743 mil telespectadores.

 

Na análise por faixas horárias, a CNN Portugal surge sempre na primeira posição, seguida pela SIC Notícias. Entre as 18h e as 20h e as 20h e as 24h são os slots horários nos quais os dois canais estão mais próximos, com, respetivamente, duas e três décimas, de distância. O Now oscila entre um share de 0,6% e 0,3%, situando-se, no horário nobre, nos 0,4%.

No perfil de telespectadores, o novo canal é visto sobretudo por homens, sendo de resto o mais vincadamente masculino (59,6%). Em termos de faixa etária, os telespectadores com mais de 75 anos surgem em maior percentagem, tal como acontece na CNN Portugal. Na SIC Notícias e na RTP3 a faixa mais representada é a situada entre os 45 e os 54 anos.

No grupo sócio-económico, a classe D é a mais representada no consumo de todos os canais, sendo a SIC Notícias a estação que consegue maior penetração na classe B. Norte e Lisboa são as zonas do país nas quais os canais de informação são mais vistos.

Analisando a evolução ao longo dos últimos 18 meses, a CNN Portugal obtém uma média de 2,5% de share, a SIC Notícias de 1,8% e a RTP 3 de 0,8%.

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ACT garante que houve “motivo tecnológico” para lay-off na Autoeuropa

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

“A ACT verificou que de facto existe um motivo tecnológico e que houve negociação com a Comissão de Trabalhadores”, disse a Inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho.

A inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho garantiu esta quarta-feira que houve um “motivo tecnológico” que justificou o recurso ao lay-off na Autoeuropa e que a empresa cumpriu a legalidade com uma negociação prévia com os trabalhadores.

“A ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] verificou que de facto existe um motivo tecnológico e que houve negociação com a Comissão de Trabalhadores”, disse Maria Fernanda Campos, durante uma audição na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República, a requerimento do grupo parlamentar do PCP.

O que está previsto que a ACT continue a fazer é verificar que estão garantidos os direitos dos trabalhadores decorrentes desta medida legal, de que a empresa se socorreu. No caso de não serem escrupulosamente cumpridos [esses direitos], obviamente que mobilizaremos os procedimentos e os inspetivos adequados ao seu cumprimento e ao sancionamento do incumprimento”, acrescentou. Maria Fernanda Campos disse ainda que a ACT continua a acompanhar a situação de outras quatro empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, que são fornecedoras da fábrica de automóveis da Volkswagen e que também recorreram ao lay-off.

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal, decidiu aplicar o regime de lay-off a 3.742 dos cerca de 4.900 trabalhadores da empresa num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho, no âmbito de um processo de descarbonização e alterações tecnológicas de infraestruturas da fábrica, que são necessárias para a produção de novos modelos de automóveis.

Em negociação prévia com a Comissão de Trabalhadores, a Autoeuropa comprometeu-se a pagar, na íntegra, o salário e o subsídio de turno a todos os trabalhadores durante a aplicação do regime de lay-off.

No passado dia 10 de julho, o presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), que também foi ouvido na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, admitiu que o pedido de o lay-off na Autoeuropa só tinha sido validado dois dias antes, na segunda-feira dia 8 de julho, mas defendeu que o processo estava praticamente aprovado desde que a empresa apresentou o pedido cumprindo os requisitos formais.

Apesar das paragens previstas que motivaram o recurso ao lay-off, regime em que a Segurança Social portuguesa se substitui temporariamente às empresas no pagamento de uma parte dos salários, a Autoeuropa prevê um aumento da produção em 2024. A empresa decidiu recorrer ao lay-off no âmbito de um processo de descarbonização e alterações tecnológicas de infraestruturas da fábrica, que são necessárias para a produção de novos modelos de automóveis.

A administração do grupo Volkswagen, na Alemanha, admitiu, entretanto, que a fábrica de automóveis de Palmela “está a ser considerada para receber um carro elétrico”.

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Governo e PS admitem negociar IRC mas há linhas vermelhas insanáveis

Os socialistas desafiam o Executivo "a repensar a estratégia" fiscal, mas Montenegro não abdica de governar com o seu programa, "o único em vigor", e acusou "o PS de se agarrar às costas do Chega".

O debate do Estado da Nação, o primeiro de Luís Montenegro, que decorreu esta quarta-feira, no Parlamento, foi o tiro de partido para as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) com os partidos que têm já reuniões marcadas para sexta-feira com o Governo. A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, ironizou até que este seria um trailer do que se assistirá no Orçamento.

O PS cedeu um pouco no braço de ferro com o Executivo ao admitir negociar o IRC, uma linha vermelha, mas avisou que “o Governo não tem de pedir lealdade ao Parlamento, antes presta contas ao Parlamento”, salientou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. O primeiro-ministro concede sentar-se à mesa com os socialistas, mas avisou que não abdica de governar com o seu programa, “o único em vigor”. No contra-ataque, Pedro Nuno Santos alertou que “é praticamente impossível o PS viabilizar um orçamento que seja uma tradução exclusiva de um programa de Governo” que não tem o apoio do seu partido.

O primeiro-ministro repetiu ao longo de todo o debate a expressão “palavra dada, palavra honrada”, quando elencava o conjunto de medidas que já tinham sido aprovadas pelo Executivo nos seus primeiros 100 dias de governação, mas sem levantar a ponta do véu sobre o OE para 2025.

A grande novidade veio do PS, um dos partidos que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, quer que viabilize o documento. Pela voz do seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos – mandatado esta semana para negociar com o Executivo sem linhas vermelhas –, o PS desafiou o primeiro-ministro a “repensar” com os socialistas “a estratégia e a política [do Executivo] para o IRC”.

Mais tarde, à margem do debate, Pedro Nuno Santos afirmou que não se pode depreender das suas palavras que isso significa que o PS apenas aceite que o Governo retire a medida, mas também se escusou a esclarecer se os socialistas estão disponíveis para uma solução intermédia, com base em critérios ou compensações.

“Não vou fazer essa negociação na comunicação social”, disse. “Vamos esperar com serenidade [a reunião de sexta-feira]. Se o Governo quer assegurar condições de viabilidade para o seu orçamento tem que ter uma atitude diferente”, acrescentou.

Respondendo ao repto do líder do PS, ainda durante o debate, Luís Montenegro afirmou que tem “toda a disponibilidade para discutir soluções estratégicas para Portugal”, desde que enquadradas no programa do Executivo, e acusou as oposições, “nomeadamente o PS”, de se afirmarem disponíveis para negociar, mas depois serem “intransigentes”.

 

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante o debate sobre o Estado da Nação, na Assembleia da República, em Lisboa, 17 de julho de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

“Há quem confunda seriedade com arrogância. Há um programa do Governo que tem balizas, que tem uma estratégia que este Parlamento não quis rejeitar. Como não temos maioria no Parlamento, podemo-nos aproximar aos partidos da oposição, mas o programa do Governo que é o único em vigor e em execução”, disse.

O Governo estima gastar 1.500 milhões de euros com a redução gradual da taxa média do IRC, de 21% para 15%, mas Luís Montenegro tem “esperança” que o custo até possa ser menor e recordou a experiência de há 10 anos.

“A proposta de baixa do IRC já foi testada em Portugal. Em 2014, houve uma diminuição de 2 pontos percentuais na sequência de um acordo do PSD e CDS com o PS e a receita de IRC cresceu, apesar da taxa ter diminuído. Somos mais prudentes a fazer contas, estimamos uma perda acumulada de 1.500 milhões nos quatros anos, mas vou confessar que tenho esperança que aquilo que aconteceu em 2014 possa renovar-se nos próximos anos e que possamos ter um impacto inferior”, indicou.

Há um programa do Governo que tem balizas, que tem uma estratégia que este Parlamento não quis rejeitar. Como não temos maioria no Parlamento, podemo-nos aproximar aos partidos da oposição, mas o programa do Governo que é o único em vigor e em execução

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

Montenegro defendeu ainda que, em Portugal, há 217 mil empresas das 500 mil que entregam declarações que pagam IRC e “97% são PME”. A proposta da redução gradual do IRC é uma das propostas determinantes para a avaliação dos socialistas e Pedro Nuno Santos avisou que “é praticamente impossível o PS viabilizar um orçamento que seja uma tradução exclusiva de um programa de Governo” que não tem o apoio do seu partido.

“Faremos as nossas propostas, negociaremos com o Governo essas propostas e depois avaliaremos o resultado dessa negociação. Não é segredo para ninguém que as propostas do Governo para o IRS e o IRC, tal como as conhecemos, são muito problemáticas para o PS”, afirmou.

Faremos as nossas propostas, negociaremos com o Governo essas propostas e depois avaliaremos o resultado dessa negociação. Não é segredo para ninguém que as propostas do Governo para o IRS e o IRC, tal como as conhecemos, são muito problemáticas para o PS

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

O líder socialista reiterou que se o Executivo de Montenegro quiser “de forma genuína evitar eleições antecipadas, tem de reconhecer a sua condição minoritária” e “negociar seriamente e ter disponibilidade para ceder”.

“O PS aguarda a iniciativa do Governo e as suas sugestões para ultrapassar um eventual impasse orçamental”, afirmou, acrescentando que o partido irá apresentar as suas propostas e avaliar o resultado das negociações. “No fim, se fizermos uma avaliação positiva viabilizaremos, se não chumbamos”, concluiu Pedro Nuno Santos.

A proposta do IRC, bem como as restantes medidas fiscais do Executivo como a redução do IRS Jovem ou a isenção do IMT e Imposto de Selo na compra da primeira casa por jovens até aos 35 anos, vão ficar fora do Orçamento, tendo entrado como diplomas autónomos na Assembleia e sob a forma de pedidos de autorização legislativa, mas a oposição tem destacado que o impacto das medidas estará espelhado na proposta.

Sobre esta decisão, o PS, pela voz da líder parlamentar, Alexandra Leitão, já tinha avisado, na semana passada, que retirar as medidas fiscais do Orçamento “não facilita, antes dificulta a viabilização”.

Governo critica PS e Chega e avisa que programa do Governo é o “único” em vigor

Durante todo o debate, o primeiro-ministro apontou baterias ao PS e ao Chega, pela viabilização de medidas à revelia do Governo, acusando os socialistas de “comer o fruto que dizia que era proibido”. “Se alguém ousasse ter dito antes das eleições que o Chega ia levar o PS às cavalitas para o PS se agarrar às costas do Chega para ambos governarem a partir do Parlamento, é uma realidade destes 100 dias”, atirou.

Referindo-se à aprovação da proposta dos socialistas para a descida do IRS e à abolição das portagens nas antigas SCUTS, Montenegro afirmou que “são opções” e “são legítimas”, mas “o PS não se importou de comer o fruto que dizia que era proibido, o Chega não se importou de comer o fruto que dizia apodrecido”, acusou.

“Querem exigir a este Governo que faça em 60 dias o que o PS não fez em 3.050 dias”, frisou, acrescentando que “isto é um contorcionismo político digno de uma peça tragico-cómica”, reforçou.

Por seu lado, o líder do Chega, André Ventura, acusou o primeiro-ministro de sonhar com uma moção de censura e com eleições antecipadas, uma ideia negada por Luís Montenegro. “Era tempo de esquecer as moções de censura, esquecer os sonhos com eleições num mês qualquer, que acha que vai ganhar, e centrar-se no que interessa”, atirou.

Luís Montenegro afirmou que nunca se deitou “a pensar numa moção de censura”, ripostando que o líder do Chega “tem uma certa obsessão com esse instrumento, mas não tem coragem de o utilizar”.

Direita pede mais medidas fiscais, esquerda acusa Montenegro de governar para os ricos

O primeiro-ministro garantiu que o Governo foi “ao limite dos limites” na atribuição do subsídio de risco às forças de segurança e acusou o Chega de estar a instrumentalizar os sindicatos e as associações socioprofissionais.

“Olhámos para os nossos compromissos e disse, olhos nos olhos para as forças de segurança: fomos ao limite dos limites, não foi a pensar nem nos sindicatos nem nas associações socioprofissionais e que estão a ser instrumentalizadas por um partido. Decidimos a olhar para cada guarda da GNR e para cada agente da PSP”, afirmou, após o líder da bancada do Chega, Pedro Pinto, ter acusado o Governo de falhar “a justa equiparação ao suplemento da Polícia Judiciário” como tinha prometido em campanha.

Os partidos à esquerda atacaram o primeiro-ministro de ter adotado um discurso “arrogante” e criticaram as posições assumidas, considerando que beneficia os “mais ricos”. Em declarações aos jornalistas à margem do debate, Pedro Nuno Santos considerou que “as intervenções do primeiro-ministro foram desajustadas”, com um “nível de agressividade e de arrogância” inaceitáveis.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, intervém durante o debate sobre o Estado da Nação, na Assembleia da República, em Lisboa, 17 de julho de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Uma ideia já defendida minutos antes durante o debate, por Mariana Mortágua, que acusou o Executivo de governar “com arrogância”, beneficiando “os donos” da riqueza, enquanto o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou a governação por “servir uns poucos e grandes” com a redução dos impostos sobre as empresas.

O deputado bloquista José Soeiro reforçou a teoria e denunciou um Governo que vive “numa bolha de classe”. “2/3 ganham menos de mil euros e as medidas do governo é para quem ganha mais de mil euros. Um Governo que confunde Portugal com a bolha de privilégio em que vive não acha que é um Governo condenado a ser um governo dos ricos?”, atirou.

As palavras enfureceram o primeiro-ministro: “É governar para acabar com os pobres, tenham tento, dizer que governamos para os ricos? Tenham vergonha. Este governo não governa para os ricos, governa para a criação de riqueza”.

Já Rui Tavares defendeu que “o diálogo se faz no parlamento à vista de todos” e que o excedente orçamental “está a ser distribuído de mão beijada aos que menos fizeram”. “Se já usou o excedente as nossas conversas de sexta-feira não servem para nada”, disse.

Governo recua na descida das derramas mas quer incentivos para empresas que abram creches

O IRC é mais para baixar, mas em relação à descida das derramas estaduais e municipais daquele imposto, a orientação do Governo agora é outra. Apesar de a medida estar inscrita no programa eleitoral, o primeiro-ministro rejeita para já dar esse alívio fiscal, pois poderia colocar em causa “as contas públicas equilibradas”, argumentou, em resposta ao líder da IL, Rui Rocha.

O deputado liberal tinha alertado que “é preciso dar um sinal claro” na redução dos impostos sobre as empresas. Nesse sentido, “quando o Governo mantém a questão das derramas está a dar um sinal errado, ficou a meio caminho, está a dar sinal que não vale a pena crescer”, criticou.

Mas Luís Montenegro indicou que não é possível, “de uma assentada, descer o IRS de forma transversal, descer o IRS dos jovens com grande impacto, descer o IRC e agora a derrama”. “Se optarmos pela sua redução iríamos acrescer um custo de cerca de 1.800 milhões de euros”, contabilizou.

Apesar disso, Montenegro reiterou que o Governo quer “aliviar os impostos” e, nesse âmbito, até admitiu “aprimorar” o IRS Jovem em linha com o que defende a IL, “quer que as empresas tenham mais capacidade para investir, mas não pode prejudicar aquilo que é ter contas públicas equilibradas”. “Não podemos voltar a ter em Portugal programas de intervenção externa e que são conhecidos pela dimensão no esforço e sacrifício”, frisou.

A redução das derramas não avança já, mas o chefe do Executivo compromete-se a concretizar as cinco medidas pró-natalidade que constam do programa eleitoral como a criação de um incentivo fiscal para empresas que abram disponibilizem creches para os seus trabalhadores.

O líder da bancada do CDS, Paulo Núncio, recordou que, no programa do Governo, estão previstas medidas como “a redução do IVA para a taxa mínima na alimentação para crianças, consagrar as vantagens fiscais paras as famílias com filhos, especialmente as numerosas, incentivos fiscais para empresas que criem creches para os filhos dos trabalhadores, incentivos fiscais para as empresas que contratem pessoas com deficiência acima da cota e isenção de IRS e contribuições sociais sobre os prémios de desempenho“. “Vai cumprir estas cinco medidas pró-natalidade?”, perguntou.

Luís Montenegro assegurou que “vai continuar na mesma rotina de trabalho, a cumprir o programa do Governo”. “E, em matéria fiscal, quero atingir os objetivos que aqui enunciou, sem colocar em causa as contas públicas”, salientou.

“Para nós, a política fiscal é, em primeiro lugar, um objeto de política económica, em segundo lugar, um objetivo de justiça social e, só em terceiro lugar, no âmbito do estímulo da economia, fazemos as contas às receitas e à alocação das receitas às despesas que temos pela frente”, frisou.

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