Montenegro promete pôr economia a crescer o dobro e pede a portugueses que não “beneficiem o infrator” nas eleições

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Novembro 2023

Líder do PSD diz que eleições de março são "oportunidade" para os portugueses "tomarem uma posição", esperando que "não seja a de beneficiar o infrator", que "trouxe um ciclo de empobrecimento".

O líder do PSD, Luís Montenegro, antevê uma mudança de Governo e da política económica na sequência das eleições de março do próximo ano, prometendo que, consigo à frente de um novo Executivo, a economia irá crescer o dobro face à média dos últimos oito anos de governação socialista.

“As eleições vão ser um fator positivo. Como eu espero uma mudança de Governo e de política económica, isso vai ter um reflexo subsequente, que é o país poder perspetivar um nível de crescimento, no mínimo, o dobro daquele que tem sido a média dos últimos oito anos“, afirmou o líder social-democrata, na CNN Portugal International Summit.

E como vai colocar a economia nacional a crescer o dobro? Com uma nova capacidade para atrair “mais investimento e fazer desse investimento um espaço para conquistas de mercado”, respondeu Montenegro, acrescentando que isso se consegue através de uma política fiscal “mais amiga das pessoas e das empresas”.

No evento da CNN Portugal, que decorre na Alfândega do Porto, o presidente do PSD voltou a defender um IRS “mais baixo para os jovens a dez, quinze anos”, pois, segundo enumerou, precisam de “previsibilidade” para construir os seus projetos, iniciar a vida familiar ou comprar casa.

“Coligação negativa” entre PS e Chega?

Luís Montenegro apontou, por outro lado, que o PS e o Chega têm de esclarecer se se irão “coligar negativamente” para inviabilizar um eventual governo do PSD. “Nessa circunstância, o Governo só pode ver o seu programa rejeitado se o voto for em conluio político entre o PS e o Chega”, disse.

“Sou muito claro. Só serei primeiro-ministro se ganhar as eleições. Não farei coligação com o Chega, nem sustentação do governo por essa via – e respeitarei os portugueses se tiverem um entendimento contrário“, realçou ainda o líder social-democrata, questionando se “os outros putativos candidatos a primeiro-ministro governam se não ganharem as eleições”. “Era bom saber”, acrescentou.

Já à saída, em declarações aos jornalistas, Montenegro considerou que o dia 10 de março, para o qual estão agendadas as eleições legislativas antecipadas, é uma “oportunidade onde os portugueses podem tomar uma posição“. “Espero, sinceramente, que essa posição não seja a de beneficiar o infrator, aquele que nos trouxe um ciclo de empobrecimento que hoje é cada vez mais visível no dia-a-dia dos portugueses”, atirou.

(Notícia atualizada às 18h34)

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Lesados do BES e Banif temem “morrer na praia” sem solução que os compense

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas.

Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas nos colapsos dos bancos.

“Estamos preocupados, trabalhámos durante cinco anos de forma árdua para encontrar por fim uma solução para os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES e esta avalanche política surge no mês quando estávamos para anunciar as soluções”, disse o advogado Nuno Vieira, representante de lesados, contactado pela Lusa.

O advogado disse que, apesar da crise política, os lesados esperam que o atual Governo ainda avance com o processo para que o novo executivo tenha condições de pegar no assunto e o fechar rapidamente.

“Não queremos morrer na praia, contamos que o Governo seja responsável nesta fase transitória, que permita continuar o dossiê e que o entregue ao próximo Governo para finalizar”, afirmou.

Já antes da crise política, os lesados tinham deixado de ter o interlocutor com que contavam nas Finanças, uma vez que João Marcelo, que era chefe do gabinete do secretário de Estado das Finanças, passou a administrador da Parpública.

Em 13 de outubro, os lesados do BES e do Banif entregaram, no Ministério das Finanças, os relatórios para uma solução que permita reaver o dinheiro que reclamam, tendo então o executivo dito que ia distribuir os documentos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e ao Banco de Portugal e que marcaria uma reunião técnica.

Os dois relatórios indicam as expectativas de recuperação de créditos quer para os lesados das sucursais exteriores do Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Privée quer para os lesados no Banif, esperando os clientes que este fosse o último passo para a criação do fundo de recuperação que os compensem das perdas (pelo menos parcialmente).

Os relatórios, a que a Lusa teve acesso, propõem soluções baseadas no Fundo de Recuperação de Créditos criado para os lesados do papel comercial do grupo BES. Ou seja, os lesados cederiam os seus créditos ao fundo (incluindo os créditos sobre bens arrestados a Ricardo Salgado) pagando este, em troca, parte do valor perdido pelos investidores. Depois, será esse fundo a dirimir processos na Justiça arrecadando para o Estado os valores que sejam recuperados.

Para os lesados das sucursais exteriores do BES, o relatório propõe que seja entregue aos lesados uma indemnização total de 175,8 milhões de euros.

Este valor segue a fórmula utilizada para decidir as compensações para os lesados do papel comercial. Assim, a quem perdeu mais de 500 mil euros é ressarcido metade do valor (no total de 46,8 milhões de euros), a quem perdeu abaixo de 500 mil é proposto recuperarem 75% no máximo de 250 mil euros por lesado (no total de 129 milhões de euros).

Já para os lesados do Banif, a proposta de indemnização segue a mesma lógica (para valores de investimento acima de 500 mil recuperam 50% e para valores abaixo de 500 mil recuperam 75%, no máximo de 250 mil euros). Neste caso, havendo 1.900 reclamantes, em que 5% perderam mais de 500 mil e 95% menos de 500 mil, o total da indemnização seria 169,6 milhões de euros.

Contudo, os relatórios são uma proposta, pelo que caso haja uma solução que os valores podem ser diferentes. O grupo de trabalho dos lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES tem-se reunindo no Ministério das Finanças desde os meses finais de 2022. Há anos que estes lesados têm tido promessas políticas de verem o seu problema minorado, desde logo da parte do primeiro-ministro, António Costa, mas o processo tem-se arrastado.

O BES terminou em agosto de 2014 e o Banif em final de 2015, deixando lesados milhares de clientes que investiram em títulos financeiros.

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Técnicos superiores do Estado com aumentos de 200 euros podem perder pontos para progressão

Governo admite reduzir número de degraus de 14 para 11, de modo a que mais funcionários públicos alcancem os últimos níveis remuneratórios. Medida só entrará em vigor em 2025.

O Governo admite reduzir o número de posições remuneratórias, de 14 para 11, da carreira geral de técnico superior do Estado, de modo a permitir que mais licenciados cheguem ao topo da carreira. Mas a medida só deverá entrar em vigor em 2025, revelou esta terça-feira a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Maria Helena Rodrigues, no final de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, que apresentou uma proposta de revisão da carreira de técnico superior.

O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, adiantou ainda que haverá saltos remuneratórios em cerca de cinco níveis, o que se traduzirá em aumentos salariais adicionais de cerca de 200 euros, segundo a estrutura da carreira de técnico superior. Contudo, o dirigente sindical afirmou que “estes trabalhadores com valorizações mais significativas arriscam perder alguns pontos da avaliação”, para efeitos de progressão na carreira, de acordo com o projeto de diploma do Governo.

“Atualmente, um trabalhador que entra na carreira só consegue atingir o topo em 120 anos, o que não é possível. Um trabalhador não dura 120 anos para atingir o topo”, constatou Maria Helena Rodrigues, defendendo que, “para captar trabalhadores para a Função Pública é preciso melhorar a carreira”.

Para isso, o Governo apresentou uma proposta, que ainda não está fechada, de redução das atuais 14 posições remuneratórias para 11, encurtando, assim, o percurso para chegar ao topo, afirmou Maria Helena Rodrigues.

A secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, já tinha admitido que, neste momento, nenhum técnico superior consegue chegar à última posição remuneratória. Com o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), que começará a ter efeitos em 2025, apenas “30% poderão atingir as últimas posições remuneratórias [12.ª, 13.ª e 14.ª]”, afirmou a governante, na semana passada, no dia em que sindicatos e tutela concluíram com sucesso a revisão do SIADAP.

Ainda assim, é uma proporção muito reduzida de trabalhadores desta carreira que vão conseguir atingir os mais altos níveis salariais. Daí a nova proposta do Executivo de redução do número de degraus de 14 para 11 para que mais técnicos superiores consigam chegar ao topo.

Há ainda a hipótese de uma valorização salarial adicional. “Provavelmente, também pode acontecer nesta transição”, indicou a presidente do STE. “A proposta do Governo é para entrar em vigor em 2025 e ainda vai ter de ser trabalhada e aprofundada”, sublinhou Maria Helena Rodrigues, acrescentando que há uma nova reunião agendada já para esta sexta-feira.

Saltos remuneratórios em cinco níveis

A redução do número de posições, de 14 para 11, vai implicar a eliminação da primeira posição, que corresponde ao nível 12, que está nos 1.122,84 euros, revelou José Abraão. O líder da FESAP explicou que estes trabalhadores irão transitar para a posição seguinte (nível 16), com um ordenado de 1.333,35 euros. Isto significa mais 211 euros no final do mês, segundo cálculos do ECO. Contudo, “estes trabalhadores com valorizações mais significativas arriscam perder alguns pontos” da avaliação, adiantou, salientando que espera “ver este ponto corrigido para evitar situações de injustiça”.

“Há um aspeto que vamos ter de melhorar que é quando se verifiquem valorizações significativas poderá haver a possibilidade de perda de pontos proporcionalmente”, reforçou o líder sindical, sublinhando que, contudo, “que esta é uma primeira apreciação do projeto de diploma”.

De lembrar que, neste momento, a primeira posição só serve para as situações transitórias de mobilidade intercarreiras. Na prática, os técnicos superiores licenciados já entram logo na segunda posição, de 1.333,35 euros, e que, no próximo ano, vai subir para 1.385,99 euros, pela atualização salarial.

Para além disso, deverá haver saltos de cerca de 200 euros em cinco níveis remuneratórios. José Abraão deu alguns exemplos: A terceira posição, que está no nível 20, com um ordenado de 1.543,88 euros, passa para a 24, com um vencimento de 1.754,41 euros, o que corresponde a uma valorização salarial de 211 euros. A nona posição, que está no nível 43, com um vencimento de 2.755,84 euros, passa para o nível 46, com um ordenado de 2.916,89 euros. Trata-se de um aumento de 161 euros brutos por mês.

Apesar destas mexidas, a última posição deverá manter-se nos 3.561,11 euros, correspondendo ao nível remuneratório 58, indicou o secretário-geral da FESAP.

José Abraão afirmou ainda que “qualquer alteração na carreira de técnico superior terá impacto nas carreiras de técnico especialista do INE e das Finanças“.

Para a Frente Comum, a proposta do Governo “é insuficiente, muito curta”, ainda que a estrutura sindical valorize “tudo o que seja para melhorar”, afirmou a dirigente sindical Cristina Torres.

“O Governo em pontuado a sua ação por medidas pontuais quando a globalidade dos trabalhadores vive situações complicadas”, frisou Cristina Torres que voltou a defender a proposta da Frente Comum de “aumentos salariais de 15% com um mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores”. “Esta é uma medida urgente e possível”, destacou a sindicalista.

Neste momento, existem cerca de 68 mil técnicos superiores na Administração Pública, segundo dados revelados na semana passada pelo Ministério da Presidência.

Um licenciado entra diretamente para a segunda posição a ganhar 1.333,35 euros (1.385,99 euros no próximo ano), sendo que a primeira posição, que está nos 1.122,84 euros, só serve para as situações transitórias de mobilidade intercarreiras. O topo da carreira culmina na 14.ª posição, com um vencimento de 3.561,11 euros (3.667,94 euros em 2024).

Em 2022, os trabalhadores da segunda posição tiveram uma valorização salarial adicional de cerca de 52 euros. Este ano, foi a vez dos técnicos superiores entre a 3.º e a 14.ª posição a ter direto a um salto remuneratório de cerca de 52 euros, que somou à atualização transversal de 52 euros para todos os licenciados, totalizando um incremento de 104 euros.

(Notícia atualizada com mais informação fornecida pela FESAP e com declarações da Frente Comum)

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Espanhola Gigas prevê investir mais 10 milhões em Portugal. Afasta interesse no data center da Altice na Covilhã

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

Grupo que já investiu mais de 20 milhões na Oni vai expandir operação em Portugal para responder à procura de serviços cloud e de data center. CEO descarta interessa no ativo da Altice na Covilhã.

O presidente executivo e cofundador da Gigas, Diego Cabezudo, afirmou esta terça-feira que o grupo espera investir “cerca de 10 milhões de euros” em Portugal no próximo ano.

“Já investimos mais de 20 milhões de euros [na Oni]”, sendo que agora “estão investidos três milhões” na expansão do data center [centro de dados] da Matinha, em Lisboa, referiu o responsável à margem da conferência com jornalistas.

“Faremos outros dois milhões” de euros de investimento no data center de Lisboa e mais “sete a oito milhões” de euros em rede no próximo ano, num total de “cerca de 10 milhões”, acrescentou. Atualmente, a Oni conta com “um pouco mais de 200″ colaboradores”.

A espanhola Gigas anunciou esta manhã um investimento de três milhões de euros na expansão do data center, que permite uma maior capacidade tecnológica e reforço das equipas. Esta expansão tem como objetivo responder à procura crescente de serviços cloud [armazenados na nuvem] e de data center em Portugal.

Portugal “é o nosso maior país”, referiu o CEO, salientando que em 2022 “foi mais de 50% [o peso do mercado nacional no negócio global] e este ano vai ser 49% de todo o grupo, maior que Espanha”.

A Gigas também está presente na América Latina – Colômbia e México, que são os maiores mercados, e depois Peru e Chile, região que representa “8% a 10%”. O grupo tem um data center em Santiago do Chile, Bogotá e em Miami (EUA). Está presente também na Irlanda.

Questionado sobre como vê as vendas em curso no setor em Espanha, o gestor classificou-as como “boas notícias”. “Está a haver muito movimento, o mercado está muito centrado na parte residencial, e na parte das empresas os grandes operadores” não estão tão focados nessa área, o que é uma “grande oportunidade” porque é “onde estão as maiores margens”, considerou.

Em Espanha, “os operadores estão a concorrer low cost [baixo preço] residencial e em Portugal vão começar a concorrer no low cost residencial com a entrada da Digi”, operador que ganhou a licença 5G e é “muito agressivo comercialmente”, disse Diego Cabezudo.

A Oni tem dois data centers em Portugal, um em Lisboa e outro no Porto. Questionado sobre se a Gigas teria interesse no data center da Altice na Covilhã, o gestor descartou essa hipótese.

A Gigas está presente em Portugal desde 2019, quando adquiriu o fornecedor de serviços cloud AHP. O grupo já investiu cerca de 70 milhões de euros na Oni, cuja aquisição de 40 milhões de euros foi anunciada em 2020.

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Stellantis e chinesa CATL querem construir fábrica de baterias na Europa

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A fábrica vai produzir baterias de lítio - ferro -- fosfato, mas a Stellantis adianta que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

A Stellantis e o fabricante de baterias chinês para veículos elétricos Contemporary Amperex Technology (CATL) estão a planear construir uma fábrica de baterias de baixo custo para veículos elétricos na Europa, foi anunciado esta terça-feira.

A fábrica vai produzir baterias de lítio – ferro — fosfato (LFP), esclarece a Stellantis em comunicado, citado pela agência Bloomberg, acrescentando que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

Os dois parceiros estão também a analisar a possibilidade de criarem uma empresa conjunta (joint venture), lê-se no comunicado da Stellantis, o grupo automóvel.

Num encontro com jornalistas sobre o acordo preliminar conjunto, o vice-presidente-executivo da Stellantis e responsável mundial pelas compras e pela cadeia de fornecimento, Maxime Picat, disse que “a capacidade de produção de LFP [da Stellantis] na Europa é atualmente nula”.

“Nos próximos cinco a dez anos será uma tecnologia muito importante”, salientou o gestor.

Maxime Picat afirmou também que seriam necessários “mais alguns meses” para que se finalizasse o plano para criar a joint-venture com a CATL, tendo-se escusado a dar pormenores sobre a possível localização da nova unidade fabril de baterias para veículos elétricos.

A parceria entre a Stellantis e a CATL representará um dos acordos mais abrangentes a este nível na Europa, onde as autoridades estão a planear aplicar regras mais rigorosas em relação às baterias para ajudar a criar uma cadeia de fornecimento local.

Em outubro, o presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, anunciou também que fechou um acordo no montante de 1.600 milhões de dólares (1.463 milhões de euros) para a aquisição de uma participação no capital do fabricante chinês de veículos elétricos Zhejiang, detida em partes iguais pelas duas empresas.

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Fidelidade aprova planos do IPO da Luz Saúde em dezembro. Operação derrapa para 2024

Seguradora confirma oficialmente a intenção de vender uma participação minoritária da Luz Saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais. Ida para bolsa acontecerá só no próximo ano.

A Fidelidade confirmou os planos para a oferta pública inicial (IPO, sigla em inglês) da Luz Saúde, tendo em vista a venda de uma participação minoritária do capital do grupo de saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais, segundo adiantou ao ECO a seguradora liderada por Jorge Magalhães Correia.

Caso a Fidelidade decida avançar com a operação, o IPO da Luz Saúde só irá ter lugar no início do próximo ano, depois de ter estado inicialmente previsto para acontecer no último trimestre deste ano, segundo disseram ao ECO fontes próximas do processo.

A Luz Saúde agendou para daqui a um mês uma assembleia geral de acionistas extraordinária para aprovar a venda de uma parte do seu capital através de um aumento de capital, com uma emissão de novas ações a serem subscritas por um grupo de investidores profissionais por via de um processo de book building, o que significa que, pelo menos nesta fase inicial, os pequenos investidores não poderão comprar ações do grupo de saúde. Simultaneamente, a Fidelidade irá realizar uma oferta de venda privada.

Os termos e condições do aumento de capital serão definidos pelo conselho de administração liderado por Isabel Vaz. A assembleia geral marcada para o dia 22 de dezembro irá ainda aprovar a admissão da totalidade das ações da Luz Saúde à negociação no mercado regulamentado gerido pela Euronext.

Até hoje a Fidelidade, detida pela Fosun, nunca tinha confirmado oficialmente os planos de um IPO da Luz Saúde. O grupo chinês informou esta terça-feira que obteve a autorização do regulador da bolsa de Hong Kong para avançar com a operação e indicou que, sujeito à aprovação das autoridades portuguesas, será submetido um prospeto na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “no devido tempo”.

Fonte oficial revelou ao ECO que “a publicação da convocatória da assembleia geral e inclusive a aprovação das propostas que venham a ser submetidas não determinam a concretização do processo de venda”.

Isto porque o IPO, acrescentou a mesma fonte, “apenas terá lugar se estiverem reunidas as condições que o acionista vendedor considera adequadas para tal”.

Em cima da mesa estará a venda de uma participação entre 30% a 45% do capital do grupo de saúde e que poderá permitir um encaixe entre 300 milhões e 450 milhões de euros para a Fidelidade. A seguradora espera obter uma avaliação de mais de mil milhões de euros para o grupo que tem 28 unidades hospitalares e clínicas e perto de 14 mil funcionários em Portugal.

Como o ECO revelou em maio, Citi e UBS lideram um sindicato bancário para concretizar um IPO da Luz Saúde que vem sendo trabalhado num ambiente de mercado desafiante devido à subida das taxas de juro e, mais recentemente, aos riscos geopolíticos relacionados com a guerra no Médio Oriente.

A operação servirá para financiar o crescimento do grupo liderado por Isabel Vaz numa perspetiva internacional e também para reforçar os rácios de capital da própria Fidelidade – através de uma redução da exposição à Luz Saúde.

A assembleia geral extraordinária irá deliberar ainda sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais para um novo mandato relativo ao quadriénio entre 2024 e 2027.

A Luz Saúde registou rendimentos operacionais de 600 milhões de euros em 2022, um aumento de 10,6% em comparação com 2021. Fechou o ano passado com lucros de 26,9 milhões de euros, mais 62% em termos homólogos.

Jorge Magalhães Correia, presidente do conselho de administração da FidelidadeHugo Amaral/ECO

Regresso à bolsa cinco anos depois

Para a Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde), trata-se de um regresso à bolsa de Lisboa cerca de cinco anos depois de a Fidelidade a ter retirado da negociação em 2018.

Na altura, a seguradora avaliou o grupo de saúde em cerca de 550 milhões de euros, em função da contrapartida de 5,71 euros por ação que ofereceu aos investidores para comprar cerca de 1% que estava disperso na bolsa.

Confirmando-se uma avaliação superior a mil milhões de euros neste IPO, a Luz Saúde terá praticamente duplicado de valor neste período.

Abre caminho para o Novobanco?

O IPO da Luz Saúde — que poderá ser o maior dos últimos dez anos na bolsa portuguesa — é visto pelos analistas como um teste do mercado para avaliar o apetite dos investidores em relação ao próprio Novobanco, que também está a trabalhar numa ida para bolsa no próximo ano, segundo o CEO do banco, Mark Bourke.

É conhecido o interesse dos americanos da Lone Star em vender a sua participação de 75% no banco português, após ter investido 1.000 milhões de euros em 2017.

O último IPO na bolsa de Lisboa aconteceu em julho de 2021, com a admissão da Greenvolt, numa operação avaliada então em 500 milhões de euros.

Já no ano passado, a Euronext registou duas admissões técnicas, da Samba Digital e da MACC1X1 Socimi, de acordo com os dados disponibilizados pela dona da bolsa lisboeta.

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Universidade de Lisboa e Fundo LAND fecham parceria para projetos florestais

Parceria com Instituto Superior de Agronomia engloba as áreas da formação e apoio académico em projetos florestais, assim como as áreas de capacitação técnica e estágios científicos.

O Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa e o Fundo LAND – Life And Nature Development desenvolveram uma parceria com vista à formação e apoio académico em projetos florestais nacionais e potencialmente internacionais. As duas entidades também vão apostar em áreas de capacitação técnica assim como na criação de estágios científicos e técnicos.

“Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica”, refere Angela Lucas, partner do Fundo Land, citada em comunicado.

Esta união de esforços entre as duas instituições “decorre da intensa atividade de transferência de conhecimento que a universidade mantém ao nível da formação e desenvolvimento de métricas relacionadas com a sustentabilidade agrícola e florestal, tendo por objetivo reforçar processos de inovação relevantes a nível nacional e internacional”, completa, por sua vez, António Guerreiro de Brito, presidente do ISA da Universidade de Lisboa.

Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica.

Angela Lucas

Partner do Fundo Land

O LAND é o primeiro fundo de investimento em Portugal baseado na aquisição e gestão responsável de terras rurais e floresta e “prossegue objetivos alinhados com a sustentabilidade”, resume esta entidade. Tem atividade ao nível da conservação, manutenção, proteção e restauro de zonas abandonadas e menos favorecidas, incluindo áreas ardidas ao longo das últimas décadas. Também diz incentivar a coesão social, a criação de emprego e a revitalização das economias locais.

Com vista à regeneração da floresta nativa e dos ecossistemas naturais, este fundo “visa atingir até 500 milhões de euros nos próximos cinco anos”. O fundo LAND foi distinguido pelo Kaizen Institute com o prémio de reconhecimento especial em sustentabilidade.

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Governo alemão bloqueia fundo de estabilização económica

  • ECO
  • 21 Novembro 2023

O travão ao Fundo de Estabilização Económica, que foi criado em 2020 para responder aos impactos da Covid-19, acontece depois de o Governo ter bloqueado Fundo Climático.

Depois de bloquear o Fundo Climático, o Executivo de Olaf Scholz, pela mão do Ministério Federal das Finanças, bloqueou também o Fundo de Estabilização Económica (Wirtschaftsstabilisierungsfonds, em alemão).

A decisão do ministro Christian Lindner surge na sequência de um acórdão do Tribunal Constitucional que impediu o Governo de transferir 60 mil milhões de euros não utilizados da pandemia para projetos ecológicos, como revela esta terça-feira o jornal Handelsblatt.

Devido a esta decisão, as autorizações de crédito para o Fundo de Estabilização Económica “já não podem ser utilizadas em 2023, de acordo com a atual situação jurídica”, refere o jornal, citando uma carta assinada pelo secretário de Estado do Orçamento Werner Gatzer.

O Fundo de Estabilização Económica foi criado em março de 2020 para dar resposta aos impactos económicos e sociais da pandemia do coronavírus na economia alemã. Desde novembro de 2022, o objetivo do fundo foi alargado para incluir o financiamento do pacote de medidas para atenuar as consequências da crise energética.

A fim de evitar mais encargos para o orçamento e antecipar encargos para os próximos exercícios, todas as despesas ainda não utilizadas no plano de atividades de 2023, bem como todas as dotações de autorização que foram gastas e ainda não documentadas (…) são bloqueadas com efeito imediato e requerem a aprovação do Ministério Federal das Finanças“, revela a carta enviada a todos os Ministérios.

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Snacks portuenses à base de insetos já estão a “voar” para a Europa

Fundada em 2021, a Portugal Bugs desenvolve produtos alimentares com larvas e grilos. Já começou a exportar para Espanha e prepara-se para lançar hambúrgueres e almôndegas à base de insetos.

Em 2016, Guilherme Pereira e Sara Martins estavam a concluir o curso de Engenharia Alimentar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto quando foram desafiados pelo professor Luís Cunha a desenvolver um produto alimentar com farinha de inseto. No final do curso, decidiram aceitar o desafio e, após muitas horas de investigação, perceberam que os insetos poderiam ser uma “solução para um futuro mais sustentável”.

Em dezembro de 2016 rumaram até à Holanda para participar num dos primeiros seminários relacionados com a utilização de insetos para alimentação humana e animal, na Universidade de Wageningen. O impacto do seminário foi de tal forma “positivo” que no início de 2017 puseram “mãos à obra” na garagem do Guilherme para descobrir como é que se produziam insetos. Um ano depois, conseguiram sair de lá para instalações próprias.

“Nessa altura ainda não existia legislação em Portugal para a comercialização de produtos com insetos. Só em 2021 é que foi aprovada uma legislação que permitia a utilização de insetos e foi aí que criámos a Portugal Bugs. Podia ter sido mais cedo, mas, face à falta de legislação, não foi possível”, conta Sara Martins, cofundadora da Portugal Bugs e natural de Barcelos.

Só em 2021 é que foi aprovada uma legislação que permitia a utilização de insetos e foi aí que criámos a Portugal Bugs.

Sara Martins

Cofundadora da Portugal Bugs

Após a aprovação dessa lei, nasce no Porto a Portugal Bugs, em 2021, que se assume como a “primeira marca portuguesa de proteína de inseto”. A startup já está a “voar” mais alto e entrou no mercado espanhol. Sara Martins adianta ao ECO/Local Online que o próximo passo é “começar a trabalhar o restante mercado europeu no mercado europeu já no próximo ano”, sendo os primeiros alvos Alemanha, Países Baixos, França e Bélgica. E em 2026 pretende entrar no mercado norte-americano.

Os empreendedores nortenhos estão agora à procura de um investimento de 650 mil euros, que “deverá ser finalizado brevemente” e que, dizem, vai permitir trabalhar outros mercados, aumentar a equipa e apostar na investigação e desenvolvimento de novos produtos.

Além da aposta na internacionalização, querem lançar no mercado hambúrgueres e almôndegas à base de insetos. Este hambúrguer à base de larvas de tenébrio molitor deve chegar ao mercado já no próximo ano.

Os insetos desidratados da Portugal Bugs já chegaram ao prato dos consumidores em restaurantes como o 100 Maneiras e o Carnal, ambos em Lisboa, à Adega da Vila (Vila do Conde) e ao Penha Longa Resort. “Os insetos são apresentados no prato bem visíveis no formato normal”, explica a cofundadora. No entanto, Sara Martins realça que nesta fase é mais “fácil desenvolver produtos com a farinha do inseto onde eles não são visíveis”.

Larvas de tenébrio molitor e grilos acheta domesticus são os insetos que a dupla utiliza nos snacks, farinhas, crackers ou barras energéticas. Os produtos estão à venda no Auchan, Continente, no Alcampo em Espanha e na loja online. Entre janeiro e outubro deste ano contabilizam já ter vendido 30 mil produtos à base de insetos.

Os insetos são produzidos pela empresa portuguesa Tecmafoods – Insect Based Feed & Food, que foi “a primeira a obter licenciamento para a produção de insetos para consumo humano”. A Portugal Bugs compra 30 quilos de insetos por mês para assegurar a produção.

Questionada se ainda existem algum tipo de estigma social em relação ao consumo de insetos, Sara Martins refere que isso “ainda acontece com alguns consumidores”. Porém, face ao período do lançamento no mercado, “parte desse estigma desapareceu e as pessoas já interiorizaram e já experimentam muito mais facilmente”.

Sem dúvida que os insetos vão ser um grande suporte para as fontes de proteína. Os insetos vão equilibrar a balança e estão a surgir com uma nova proteína para minimizar a produção em massa da carne e ajudar numa produção mais sustentável.

Sara Martins

Cofundadora da Portugal Bugs

“Os insetos podem contribuir, cada vez mais, para a redução do consumo de carne e, tendo em conta que está previsto que a população mundial aumente para 10 mil milhões de pessoas até 2050, sem dúvida que os insetos vão ser um grande suporte para as fontes de proteína. Os insetos vão equilibrar a balança e estão a surgir com uma nova proteína para minimizar a produção em massa da carne e ajudar numa produção mais sustentável”, conclui Sara Martins.

A Portugal Bugs ficou em primeiro lugar na 4.ª edição da final portuguesa do Empowering Women in Agrifood, o programa do EIT Food, implementado em Portugal com a colaboração do Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto (UPTEC), e da Portuguese Women in Tech (PWIT). A startup ganhou um prémio de 10 mil euros e vai disputar a final europeia no EWA 2023 Summit, que vai decorrer em Vilnius, na Lituânia, a 1 de dezembro de 2023.

Apesar de serem uma solução para um futuro mais sustentável, o investimento das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ligado ao potencial dos insetos foi o mais afetado pelos cortes. Inicialmente, estavam previstos 60,1 milhões de euros para a iniciativa que quer transformar os insetos numa forma alternativa de alimentação para humanos e animais, além de desenvolver novos produtos para a indústria. O orçamento encolheu em 28,4%, para 42,988 milhões de euros.

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Altice France vende 70% do negócio dos centros de dados por 534,8 milhões de euros

A operadora vai vender a posição maioritária ao Morgan Stanley. A transação acontece numa altura em que Drahi tem estado sob pressão para reduzir a dívida do grupo, na sequência da Operação Picoas.

A Altice France vai vender a sua posição maioritária, de 70%, no negócio dos centros de dados ao Morgan Stanley Infrastructure por 534,8 milhões de euros com o objetivo de lançar a UltraEdge, o maior centro de dados independente do país, em parceria com aquele investidor norte-americano, anunciou esta terça-feira a operadora francesa. O negócio deverá ficar concluído no primeiro semestre de 2024.

A transação acontece numa altura em que Patrick Drahi, o multimilionário que controla a Altice, tem estado sob pressão para reduzir o passivo do grupo internacional, perante a subida das taxas de juro e da aproximação de prazos de vencimento em 2025 e 2026, mas também por causa das buscas em Portugal relacionadas com a Operação Picoas e que conduziram à detenção, para interrogatório, do seu parceiro de negócios e cofundador da Altice, Armando Pereira.

O negócio inclui a venda de 257 centros de dados e espaços de escritórios, atualmente ocupados pela SFR, e que serão transferidos para a nova empresa, a UltraEdge, que será controlada pela Morgan Stanley Infrastructures Partners. No total, incluindo dívida, a avaliação da UltraEdge será de 764 milhões de euros, indicou a operadora francesa.

“A UltraEdge será o primeiro operador de centro de dados independente em França”, refere a operadora de telecomunicações. Além disso, a SFR irá celebrar um acordo com a UltraEdge que deverá gerar “175 milhões de euros de receitas adicionais para a SFR nos próximos sete anos”, de acordo com a mesma nota.

A empresa anunciou ainda que a venda — ainda sujeita à aprovação das entidades reguladoras, deverá ocorrer na primeira metade do ano que vem — faz parte de uma “estratégia contínua para melhorar o balanço patrimonial da empresa, frisou a companhia.

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Parlamento Europeu leva fim de subsídios a combustíveis fósseis à COP28

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A resolução votada apela ao fim de todos os subsídios -- diretos e indiretos -- aos subsídios fósseis, "assim que possível e o mais tardar até 2025".

O Parlamento Europeu (PE) adotou recomendações para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), no Dubai, prevendo o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis a nível nacional, da União Europeia (UE) e global.

O texto, aprovado com 462 votos a favor, 134 contra e 30 abstenções, constitui o mandato que a delegação do PE leva à COP28 no Dubai, Emirados Árabes Unidos, na qual participa de 8 a 12 de dezembro, onde serão analisados os progressos na aplicação do Acordo de Paris.

A resolução votada apela ao fim de todos os subsídios — diretos e indiretos — aos subsídios fósseis, “assim que possível e o mais tardar até 2025”, segundo um comunicado.

Os eurodeputados também apoiam um objetivo global de triplicar as fontes renováveis de energia e duplicar a eficiência energética até 2030, em conjunto com a eliminação progressiva e tangível das fontes fósseis o mais rapidamente possível.

A 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o Clima (COP28) decorre na cidade do Dubai, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

 

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Depois da Moody’s, S&P também melhora nível risco da TAP

A S&P reviu em alta a notação de risco da TAP, de "B+" para "BB-". É a segunda agência a subir a avaliação da companhia aérea este mês.

A S&P melhorou a classificação da dívida da TAP em um nível, de “B+” para “BB-“, com uma perspetiva “estável”, esperando que os resultados mais robustos se traduzam numa liquidez mais elevada, aumentando a capacidade da companhia aérea para reduzir a dívida. A possibilidade “moderada” de um apoio extraordinário do Governo português também contribui para a nota.

Prevemos agora que a TAP gere um EBITDA ajustado de, pelo menos, 900 milhões de euros este ano, em comparação com a nossa previsão de abril de 770 milhões a 780 milhões de euros, sustentado por rentabilidades mais fortes do que o esperado num ambiente de robustez no transporte aéreo de passageiros”, afirma a agência de rating num comunicado divulgado hoje.

A companhia aérea registou um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente de 752,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A S&P considera que o resultado recorde “pode não ser sustentável além de 2023, devido à esperada pressão da subida dos custos sobre a margem”, mas antecipa que 2024 fique acima do registado em 2022.

Esta é a segunda revisão do rating da TAP em menos de um mês. No início de novembro, a Moody’s melhorou a classificação de risco da dívida da TAP em um nível, de “B2” para “B1”, sublinhando a “forte e contínua melhoria na rentabilidade operacional da companhia aérea”

A S&P alerta que a frota reduzida da TAP, restringida pelo plano de reestruturação, e o congestionamento do aeroporto de Lisboa “irão limitar o potencial de crescimento” dos resultados no médio prazo. Por outro lado, “as elevadas taxas de rentabilidade devem aliviar a pressão sobre as despesas da TAP que vem dos custos mais elevados do combustível, em conjunto com a subida das taxas de carbono europeias e a inflação elevada”.

A agência reviu em alta o “stand-alone credit profile” da TAP de “B+” para B”. Uma vez que “manteve a sua posição sobre a possibilidade moderada de um apoio extraordinário do governo Português”, o rating de longo prazo, o mais significativo para os investidores, subiu um nível de “B+” para “BB-“.

A S&P vê a dívida financeira ajustada da companhia aérea diminuir para cerca de 3,5 mil milhões de euros no final de 2023, face a 3,7 mil milhões de euros no final de 2022, “e provavelmente ainda mais em 2024”.

A perspetiva para a avaliação da TAP é “estável”, o que reflete a “expectativa de que o tráfego de passageiros vai manter-se nos níveis pré-pandemia nos próximos 12 meses, assumindo que as condições macroeconómicas ou geopolíticas não se deterioram inesperadamente e as tarifas se mantém perto dos níveis recentes”.

“A perspetiva estável também depende do nosso pressuposto de que a privatização não alterará a nossa avaliação da probabilidade moderada de apoio financeiro extraordinário por parte do governo português”, assinala ainda a S&P.

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