À semelhança do ano passado, a coadministração das vacinas contra a gripe sazonal e contra a Covid-19 “continua a ser uma estratégia segura e efetiva, contribuindo para a maior adesão à vacinação”, pelo que será mantida ao longo desta campanha, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Nesta campanha, as autoridades de saúde esperam vacinar entre 1,9 milhões e 2,6 milhões de pessoas.

Nesta campanha sazonal contra a Covid-19 e a gripe, ambas as vacinas são gratuitas para todas as pessoas com mais de 60 anos e para outros grupos prioritários, que foram definidos pela DGS em função do risco de desenvolver doença grave, de hospitalização ou morte.

Segundo a norma 005/2023, além das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos estão ainda elegíveis para vacinação contra a Covid:

• Profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), instituições similares e na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados;
• Profissionais de saúde que trabalhem em instituições públicas ou privadas, bem como de “outros serviços prestadores de cuidados de saúde, os estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes e os “prestadores de cuidados a pessoas dependentes”;
• Grávidas;
• Pessoas entre os 5 e os 59 anos com patologias consideradas de risco.

Entre as patologias de risco elegíveis para vacinação contra a Covid-19 a partir dos 18 anos estão:

• Pessoas com neoplasia maligna ativa, isto é, doentes crónicos que estejam “a fazer ou a aguardar o início de terapêutica antineoplásica sistémica (citotóxicos, imunomoduladores, antihormonas ou terapêuticas dirigidas a alvos moleculares tumorais) e/ou radioterapia”;
• Doentes transplantados ou a aguardar o transplante;
• Pessoas com imunossupressão;
• Pessoas com infeção por VIH;
• Doentes neurológicos “com comprometimento da função respiratória, da eliminação de secreções ou risco aumentado de aspiração de secreções”;
• Pessoas com doenças mentais, nomeadamente esquizofrenia, doença bipolar grave ou “outras perturbações psicóticas”;
• Pessoas com doença hepática crónica, como cirrose hepática ou insuficiência hepática crónica;
• Diabéticos;
• Pessoas consideradas obesas, isto é, que tenham um índice de massa corporal igual ou superior (IMC) a 35kg/m²;
• Pessoas consideradas de baixo peso, ou seja, que tenham um IMC igual ou superior a 18,5 kg/m²;
• Pessoas com doença cardiovascular, nomeadamente insuficiência cardíaca, miocardiopatias (incluindo cardiopatias congénitas), hipertensão pulmonar e cor pulmonale e crónico, bem como pessoas com doença coronária/enfarte agudo do miocárdio;
• Doentes renais, que tenham insuficiência renal com estadio III, IV ou V ou que estejam a fazer diálise;
• Pessoas com doença pulmonar crónica, nomeadamente com asma grave, fibrose quística, fibrose pulmonar, assim como pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica ou com doença respiratória crónica sob oxigenoterapia de longa duração (OLD) ou ventiloterapia (excluindo quem sofre de apneia do sono);
• Pessoas com trissomia 21 ou doenças lisossomais.

A entidade liderada em regime de substituição por André Peralta Santos definiu ainda os grupos de risco elegíveis para vacinação contra a Covid para os doentes entre os 5 aos 17 anos de idade. Os grupos elegíveis convergem com os grupos de risco definidos para a população adulta, excetuando-se os infetados por VIH, as crianças e adolescentes com doenças mentais, os doentes hepáticos e as crianças e adolescentes com baixo peso.

Não. De acordo com a norma da DGS, o intervalo mínimo recomendado entre a dose de reforço sazonal e o evento mais recente (seja a última dose de vacina contra a Covid-19 ou o diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2) é de três meses para as pessoas com 12 ou mais anos. Já para as crianças entre 5 a 11 anos é de seis meses.

Tal como ECO avançou, as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos vão ser vacinadas, preferencialmente, nas farmácias, enquanto a vacinação das pessoas de risco abaixo dessa idade ficará a cargo dos centros de saúde. Ao que o ECO apurou, o Estado vai pagar as farmácias comunitárias 2,50 euros por cada administração da vacina.

De acordo com a DGS, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde irão convocar os utentes que integram os grupos prioritários definidos e com idade inferior a 60 anos. Assim, esses utentes irão receber uma SMS para agendarem a sua vacinação, à semelhança do que tem acontecido nas campanhas anteriores.

Já na vacinação nas farmácias comunitárias, os utentes com idade igual ou superior a 60 anos devem realizar o agendamento da vacinação diretamente numa farmácia ou na plataforma anteriormente referida.

“A vacinação ocorrerá em paralelo, por critério de idade, nas farmácias comunitárias, e por critério de patologias de risco (com menos de 60 anos de idade), nas unidades de saúde do SNS“, aponta a norma da DGS.

De acordo com a norma da DGS, a dose de reforço deve realizada com a vacina da Pfizer/BioNTech, adaptada à variante XBB.1.5.

Não obstante, segundo os especialistas ouvidos pelo ECO, a estirpe EG.5, é atualmente dominante em Portugal, bem como as suas descendentes, sendo que estas não são “muito diferentes do ponto de vista genético da X.BB. 1.5”, que está na base da vacina que será administrada na campanha sazonal de outono-inverno. De notar, que o vírus está em constante mutação, por isso, é praticamente impossível ter uma vacina para a estirpe dominante.