“A adoção da marca Littler não é apenas um mero rebranding, mas sim um passo estratégico”

A DCM | Littler mudou de nome, passando a assumir a marca de Littler. O sócio diretor, David Carvalho Martins, explicou que esta mudança permite a criação de "mais sinergias".

No início do mês de março a DCM | Littler anunciou que mudou de nome, passando a assumir a marca de Littler. À Advocatus, o sócio diretor da Littler em Portugal, David Carvalho Martins, explica que esta mudança permite a criação de “mais sinergias” que aumentam a capacidade da firma para oferecer soluções e estratégias jurídico-laborais “inovadoras”. Mas uma coisa garante: apesar da mudança, a relação com os clientes mantém-se “sólida” e “próxima”.

David Carvalho Martins assume que têm crescido “significativamente” e que esse crescimento é um testemunho do “sucesso” e da “confiança” dos clientes. No futuro pretende crescer organicamente nos escritórios que têm – Lisboa, Coimbra e Almancil -, e que o Porto é um “objetivo para o médio prazo”.

David Carvalho Martins, sócio diretor da Littler em Portugal, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

A DCM | Littler renovou a sua imagem e passou a assumir apenas a marca Littler. Porquê esta mudança?

Esta mudança foi motivada por três razões estratégicas e operacionais. Em primeiro lugar, a mudança de marca permite um maior alinhamento estratégico com a Littler, que é a maior organização mundial de sociedades de advogados independentes dedicadas ao Direito do Trabalho. Este alinhamento fortalece a nossa posição no mercado, reforça a nossa identidade como parte integrante de uma equipa global com presença e know-how local e permite-nos beneficiar de recursos e conhecimentos acumulados a nível internacional.

Em segundo lugar, esta mudança foi absolutamente consensual na equipa. Por um lado, preservamos os nossos valores essenciais de integridade, excelência e proximidade. Por outro lado, estamos muito habituados a trabalhar com colegas de outros escritórios da Littler, com grande proximidade e espírito de uma única equipa global. Esta coesão é crucial para proporcionarmos um serviço eficaz, proativo e adaptado às necessidades específicas dos nossos clientes.

Em terceiro lugar, a adoção da marca Littler permite a criação de mais sinergias que aumentam a nossa capacidade para oferecer soluções e estratégias jurídico-laborais inovadoras aos empregadores com presença em Portugal e no estrangeiro. Com esta mudança, asseguramos um acompanhamento próximo e ajustado à complexidade das relações laborais atuais nos diferentes mercados e sectores de atividade.

Em suma, a decisão de adotar a marca Littler não é apenas um mero rebranding, mas sim um passo estratégico para melhorar a nossa oferta, fortalecer a nossa identidade e maximizar o valor que damos aos nossos clientes.

De que forma esta integração na equipa global da Littler vai impactar os negócios do escritório em Portugal?

No essencial, a relação com os nossos clientes mantém-se inalterada, pois continuamos a oferecer o mesmo nível de integridade, excelência e proximidade que sempre nos caracterizou. No entanto, esta integração traz consigo uma série de vantagens significativas.

Por um lado, ganhamos mais capacidade para inovar. Ao fazer parte de uma organização global especializada, temos acesso a uma vasta gama de recursos e conhecimentos que nos permitem desenvolver soluções mais criativas e eficazes para os nossos clientes. Esta capacidade de inovação é crucial numa época desafiante, onde as empresas enfrentam constantes mudanças e precisam de respostas rápidas e adaptadas às suas necessidades específicas, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

Por outro lado, com a colaboração de especialistas de diversas jurisdições e com experiência em diferentes contextos, podemos antecipar tendências e desenvolver estratégias que atendam às necessidades em constante evolução dos nossos clientes. Por exemplo, podemos criar equipas multinacionais para projetos concretos, bem como desenvolver programas de formação globais, sem esquecer as particularidades e as culturas locais.

Em resumo, a nossa relação com os clientes mantém-se sólida e próxima, mas agora com uma capacidade reforçada para inovar e agregar valor, assegurando um serviço de excelência ajustado à complexidade das relações laborais atuais.

A colaboração e interação com os colegas de outras jurisdições são fundamentais para o nosso sucesso e para a prestação de um serviço de qualidade. Essa cooperação tem sido facilitada por diversas condições que reforçam o trabalho em equipa e a sinergia entre colegas de diferentes jurisdições.

David Carvalho Martins

Sócio diretor da Littler em Portugal

Como vai ser a colaboração/interação com a equipa global?

A colaboração e interação com os colegas de outras jurisdições são fundamentais para o nosso sucesso e para a prestação de um serviço de qualidade. Essa cooperação tem sido facilitada por diversas condições que reforçam o trabalho em equipa e a sinergia entre colegas de diferentes jurisdições.

Em primeiro lugar, temos reuniões mensais, que podem ocorrer à distância ou de forma presencial. São oportunidades valiosas para partilharmos conhecimentos, melhores práticas e experiências, assegurando que todos os Colegas estão alinhados e atualizados sobre questões legais e tendências dos mercados locais, regionais ou globais.

Além disso, cultivamos uma cultura de relacionamento pessoal, que é essencial para melhorar a capacidade de trabalhar como equipa com colegas de diferentes jurisdições e culturas jurídicas. Essa interação mais próxima não só fortalece as relações interpessoais, mas também facilita a comunicação e a colaboração em projetos conjuntos, tornando o trabalho mais fluido, integrado e coerente.

Cabe ainda destacar que na Littler partilhamos a mesma preocupação com a resposta célere e eficiente ao cliente. Para isso, procuramos conhecer o setor de atividade de cada cliente, o respetivo modelo de negócio e a sua estrutura interna. Essa abordagem permite-nos oferecer soluções personalizadas e alinhadas com as necessidades e expectativas dos clientes.

Como descrevem a vossa nova posição no mercado português?

A nossa nova posição no mercado português é marcada por um compromisso contínuo com a excelência e a inovação nos serviços que oferecemos. Queremos continuar a melhorar, de forma a reforçarmos a nossa imagem como parceiro estratégico essencial dos empregadores em Portugal.

O nosso escritório teve início apenas comigo há cerca de sete anos e, desde então, temos crescido significativamente. Hoje, somos cerca de 25 profissionais dedicados e altamente qualificados. Este crescimento é um testemunho do nosso sucesso e da confiança que os nossos clientes depositam em nós. No entanto, queremos continuar a crescer em volume de atividade, mas também na integração de novos talentos. Estamos sempre à procura de jovens com paixão pelo Direito do Trabalho, bem como de colegas com grande experiência que queiram desenvolver a sua prática profissional numa sociedade de advogados dinâmica, na qual o Direito do Trabalho é o centro de todas as atenções.

A nossa visão é clara: queremos ser uma referência no mercado português, oferecendo um serviço jurídico de excelência que se adapta às necessidades específicas de cada cliente e que contribui para o seu sucesso e crescimento sustentável.

Apesar da mudança do nome, em termos de gestão vai mudar alguma coisa?

Apesar da mudança do nome, não haverá alterações significativas em termos de gestão. Continuamos a desenvolver num modelo descentralizado que passa pelo envolvimento de todos os colegas nas diferentes áreas de gestão da sociedade. Este modelo permite uma maior participação, colaboração e transparência, garantindo que todas as vozes são ouvidas e que as decisões são tomadas de forma coletiva e informada. Queremos formar advogados líderes na área laboral, mas quem apenas sabe de Direito, nem de Direito sabe.

A mudança da marca para Littler não altera este modelo de gestão descentralizado. No entanto, ganha um novo dinamismo pela vontade da equipa de querer crescer e criar mais oportunidades para todos.

David Carvalho Martins, sócio diretor da Littler em Portugal, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

Anunciaram também um “renovado modo de comunicação”. Em que vai consistir esta renovação?

A comunicação estará mais alinhada com a prática da Littler noutros países. Com esta mudança, demos ainda outro passo importante e autonomizámos o Direito Criativo, o blogue de Direito de Trabalho com 12 anos de história, e associámos-lhe agora o Labour.Cast, o videocast que lançámos em outubro de 2024, porque entendemos que são espaços de difusão e debate de questões laborais e de gestão de pessoas que merecem um espaço próprio que deve ser potenciado.

Quais são os principais mercados alvo da Littler em Portugal e no estrangeiro?

No essencial, queremos ser uma sociedade full service em Direito do Trabalho, público e privado, nacional e internacional, abrangendo todas as áreas do conhecimento e de especialização. Nesse sentido, estamos a desenvolver áreas de atuação com equipas mais dedicadas, sem assumir uma lógica estanque de departamentos ou de unidades de negócio. Nesse sentido, queremos ser a equipa de laboral de referência dos empregadores, independentemente da sua nacionalidade, natureza ou setor de atividade.

Como é que o escritório pretende diferenciar-se da concorrência no setor?

Somos um escritório dedicado ao Direito de trabalho que, apesar de estar integrado numa organização internacional de sociedade de advogados, quer estar próximo das pessoas que consolidam e fazem crescer o projeto.

Creio que a especialização e o caráter internacional da nossa prática diária criam oportunidades de desenvolvimento pessoal dos nossos colegas. Por outro lado, do mais júnior ao mais sénior, todos têm oportunidades de mostrar o seu valor, não apenas internamente, mas também externamente, no contacto direto com os clientes e na participação de eventos nos quais a gestão das pessoas e do talento sejam decisivos.

Vamos continuar a crescer organicamente nos escritórios que temos (Lisboa, Coimbra e Almancil). O Porto é, também, um objetivo para o médio prazo.

David Carvalho Martins

Sócio diretor da Littler em Portugal

Existem planos de expansão para outras áreas do direito?

O Direito do Trabalho é o nosso foco. Não queremos prestar serviços noutras áreas do Direito. Temos sido, também por isso, o parceiro de colegas que procuram um apoio especializado e complementar às necessidades dos seus clientes, porque reconhecem que o Direito do Trabalho requer, cada vez mais, reflexão e prática regular e intensa.

E a equipa? Pensam em crescer nos próximos tempos?

Vamos continuar a crescer organicamente nos escritórios que temos (Lisboa, Coimbra e Almancil). O Porto é, também, um objetivo para o médio prazo.

Quais são as perspetivas para os próximos anos?

Queremos consolidar o ritmo de crescimento de dois dígitos ao nível do volume da atividade e, desse modo, reforçar a nossa presença geográfica em Portugal.

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