A cultura da empresa é o pilar essencial para o sucesso (sobretudo das tecnológicas)
Para chegarmos a soluções inovadoras, temos de ouvir as pessoas e adaptar a cultura da empresa em conformidade.
Num mercado competitivo como o das tecnológicas, em que já por si é difícil captar talento, a cultura da empresa tem um peso muito forte na balança. Quando fundámos a Volkswagen Digital Solutions, em Portugal, a nossa ideia era tornarmo-nos num parceiro estratégico de IT da Volkswagen Group em terras lusas. Sendo o talento português um dos principais fatores de incentivo à implementação de empresas internacionais em território nacional, só faria sentido se o nosso bem mais precioso fossem os nossos colaboradores. Por isso, apostamos numa cultura da empresa baseada nas pessoas — o nosso diamante em bruto — e percebemos que este era o caminho a seguir.
Se a contratação de novas pessoas para as empresas tech continua difícil (não mais nem menos do que quando começámos), ainda são os colaboradores quem tem a última palavra no que toca ao poder negocial na hora de decidir em que empresa trabalhar. Se um trabalhador poder optar por uma proposta de uma empresa que ofereça uma excelente cultura de ambiente de trabalho, transparência, modelo híbrido ou open door and open teams policy (entre outras), em detrimento de uma outra que não oferece este tipo de condições, por que razão continuam as empresas a não apostar numa forte cultura inovadora e fora da caixa?
Para chegarmos a soluções inovadoras, temos de ouvir as pessoas e adaptar a cultura da empresa em conformidade. Desta forma, pode se auscultar e antever de uma melhor forma quais as necessidades que o futuro do talento tech exige, permitindo-nos adaptar proativamente. Este exercício é fulcral para que se consiga não só atrair talento de diferentes níveis, mas também garantir uma boa performance por parte das equipas. Estudos (Deloitte) indicam que a aposta numa forte liderança estratégica e no desenvolvimento de uma cultura empresarial podem alavancar o sucesso, chegando mesmo a aumentar a performance em 30%.
As empresas de IT elevam a colaboração a um patamar mais elevado, sobretudo quando existem estruturas menos rígidas de hierarquias e senioridade. Tenho a certeza que enquanto empresa tecnológica beneficiamos da colaboração e tornamos o mundo IT mais relacional através de uma cultura assente nas pessoas. Basear as equipas num método EDGE (Explain, Demonstrate, Guide and Enable) leva a uma aprendizagem contínua, a uma colaboração entre membros das equipas e a um maior sentido de pertença.
Quando se começa uma empresa, é normal que todos os membros das equipas tenham uma voz bastante ativa no que toca a decisões estratégicas. No entanto, quando a empresa cresce, torna-se mais difícil envolver todos tal como era no início. Contudo, esse é um esforço crucial que traz um maior engagement dos colaboradores que se sentem parte de um todo e veem as suas opiniões ouvidas e tidas em conta. Envolver o colaborador nos processos de tomada de decisão, não só da sua equipa mas também de produtos e projetos em que não está diretamente envolvido, promove uma maior troca de ideias e sobretudo uma maior interação — e é aqui que está o ganho. Antes de lançarmos projetos finais (sejam de IT ou até mesmo de temas de Recursos Humanos), ouvimos o que as pessoas têm para dizer, já que é para todos nós que as decisões são tomadas.
Build, measure, learn. Se trabalharmos sempre com a ideia de um “bolo em fatias” — método EDGE, feedback contínuo, aprendizagem e abertura em pequenas storylines –, conseguimos perceber o que funciona e o que precisa de ser alterado logo desde raiz antes de chegar ao produto final, envolvendo o trabalhador numa cultura empresarial direcionada para todos, ganhando em produtividade e em felicidade no local de trabalho.
Quando temos uma boa cultura empresarial, olhamos para o trabalho com um ânimo e frescura diferente e somos mais felizes. Acredito mesmo que a motivação ajuda na produtividade.
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