Como desenhar uma carreira

  • José Rodrigues
  • 15 Dezembro 2020

Para o desenho de uma carreira, seja em que área for, a aprendizagem ao longo da vida deve ser uma constante.

Este é um dos maiores desafios de qualquer pessoa. Possivelmente porque o desenho de uma carreira é sempre um esboço e nunca é um desenho final, devido aos inúmeros desafios e mudanças que as nossas vidas nos apresentam. Daí que, para o preparo e contínuo desenvolvimento deste esboço, importa munirmo-nos de competências várias, sejam de cariz técnico ou comportamental e linguístico, o que significa que, para o desenho de uma carreira, seja em que área for, a aprendizagem ao longo da vida deve ser uma constante.

É verdade que desde muito cedo nas nossas vidas, temos de tomar opções que podem condicionar os primeiros passos profissionais. Aos 15 anos, temos de escolher que via de ensino queremos seguir. Aos 18, a norma é escolhermos um percurso académico que poderá afunilar ainda mais esses primeiros anos. Mas é aqui que começa uma mudança de mindset. Ou seja, o percurso académico não é mais do que a garantia de algumas ferramentas essenciais para o nosso futuro. Isto significa que, independentemente da formação académica, podemos ambicionar trabalhar em (quase) qualquer área. Refiro entre parênteses o quase, devido à enorme especificidade de algumas áreas profissionais que obrigam a formação académica adequada.

Se possível, um esboço de um desenho de carreira deverá ter em consideração vários aspetos em simultâneo. Um deles é preencher o nosso propósito. O que queremos fazer da nossa vida, com que intenção e qual a finalidade que procuramos. Qual o impacto que queremos deixar por onde passamos e o que queremos alcançar com o que fazemos.

Outro ponto importante são os valores com que enfrentamos cada desafio. E o alinhamento desses valores com os da organização. É fundamental que nos sintamos bem na organização para a qual dedicamos tantas horas diárias e, para isso, partilhar valores semelhantes dá uma sensação de segurança e de confiança.

Nos dias de hoje falamos muito em felicidade e bem-estar. E ainda bem. Porque sermos felizes onde trabalhamos é um dos pilares fundamentais para cada indivíduo, em que o resultado disso mesmo se transforma numa maior produtividade profissional. O bem-estar, associado a uma prática assídua de um cuidado com a saúde mental e física, é também muito importante para qualquer pessoa.

Em qualquer fase das nossas vidas é possível sonhar, aprender e concretizar. Por isso, nunca somos nem demasiado novos, nem demasiado velhos. Somos quem somos, e estamos sempre prontos para desenhar ou redesenhar as nossas carreiras.

Não descurando uma vertente mais pragmática, um bom pacote de compensação e benefícios é também fulcral para um desenho de carreira bem-sucedido, que nos garanta a estabilidade necessária para uma vida tranquila.

Dito isto, desenhar uma carreira nos dias de hoje não significa pensar no que era tradicionalmente há uns anos. Por exemplo, em recursos humanos, começar como técnico, passar a coordenador e depois diretor. As carreiras são muito mais dinâmicas, onde as competências devem ser chave. E, para isso, pouco importa pensar em crescimento funcional, seja lateral ou vertical, na mesma organização ou noutra. Importa muito mais definir o que queremos para nós, como o propósito de vida, os valores que queremos seguir, a nossa felicidade e bem-estar e, claro, a compensação e benefícios associada. O crescimento individual e profissional assente nestes pilares, será claramente algo que vai acontecer de forma natural e mais célere do que inicialmente poderíamos pensar, seja qual for o estágio profissional em que estivermos.

*José Rodrigues é managing director da Zoi Portugal

  • José Rodrigues

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