Escolas que constroem o futuro

  • Carlos Brito
  • 9 Agosto 2019

Para além das hard skills inerentes a qualquer área de trabalho, é fundamental que os executivos possuam competências como pensamento crítico, inteligência emocional e criatividade.

Num mundo cada vez mais global, incerto e complexo, onde o digital marca presença em todas as facetas da nossa vida pessoal, profissional e social, aquilo que se espera de um gestor é significativamente diferente do que ocorria ainda há poucos anos.

De acordo com as mais reputadas projeções, para além das hard skills inerentes a qualquer área de trabalho, é fundamental que os executivos possuam competências como pensamento crítico, inteligência emocional e criatividade.

Como devem as escolas de negócios reagir a estes desafios? Tratando-se de uma questão com múltiplas implicações, realço três grandes vetores de atuação.

Em primeiro lugar, há que adaptar a oferta formativa à exigência de novas competências digitais. Se é certo que nem todos irão trabalhar no desenvolvimento de inteligência artificial, cloud computing ou internet das coisas, a verdade é que hoje qualquer executivo deve possuir um mínimo de literacia digital sob pena de ser considerado analfabeto.

A par das hard skills, as escolas de negócios devem também apostar de forma clara no desenvolvimento de human skills. Inteligência emocional, pensamento crítico e ético, capacidade de liderança, espírito de equipa e abertura às diferenças culturais são áreas a privilegiar na formação executiva.

Finalmente, as business schools devem ser espaços de aprendizagem e crescimento pessoal, e não meros locais de ensino. Esta mudança exige uma redefinição do processo de construção de conhecimento, competências e atitudes, que deverá assumir um cariz mais relacional e experiencial. Para tal, os alunos devem ser expostos a vivências que se aproximem de desafios concretos em contexto real, treinando assim de forma interativa a maneira de lidar com o imprevisto, o stress e a mudança.

Em suma, estar no topo do ranking das escolas de negócios exige que estas formem gestores e quadros empresariais que sejam agentes de mudança, contribuindo para um mundo economicamente mais rico, socialmente mais inclusivo e ambientalmente mais sustentável.

*Carlos Brito é Professor da Porto Business School

Portugal tem três escolas de formação de executivos entre as melhores do mundo eleitas anualmente pelo jornal britânico Financial Times, menos uma que em 2018. A Nova School of Business and Economics é a melhor classificada entre as escolas portuguesas, mantendo o 57.º lugar, seguida da Católica Lisbon School of Business e da Porto Business School, que mantêm o lugar entre as 80 melhores escolas no mundo, mas perdem posições no ranking global. A Pessoas foi tentar perceber o segredo do sucesso para construir a “escola do futuro”.

  • Carlos Brito

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