It’s the end of the “work” as we know it.. and i feel fine
Acredito que esta pandemia amplificou tudo o que temos de mau na sociedade mas também de tudo o que havia de bom.
Não se assuste o leitor com o título: o trabalho não está a acabar, “apenas” a sofrer das maiores transformações desde a última revolução industrial. Falamos em teletrabalho, remote work, distanciamento social e pensamos em zooms, google meet, calls, house parties. Na verdade parece que, ao contrário da falta de preparação para esta (lamentável e trágica) pandemia, estávamos preparados para o “trabalho à distância” ou não?
Acredito que esta pandemia amplificou tudo o que temos de mau na sociedade – estereótipos, preconceitos, ideologias -, mas também tudo o que havia de bom, muito ao nível de ferramentas e metodologias de trabalho.
Foi nesse “estado de emergência” que vimos o mundo parar, empresas a fechar, outras a entrar em lay-off, mas principalmente empresas e pessoas a ajustarem-se a esta realidade desconhecida e tão imprevisível. Esse ajuste veio trazer novas formas de trabalhar, liderar, colaborar, pensar e discutir.
Entre família e trabalho a palavra “flexibilidade” ganhou uma relevância enorme, ora porque fazíamos uma call no quarto das crianças ou porque preparávamos uma reunião enquanto fazíamos o almoço ou uma apresentação a meio de uma (tele)aula.
A flexibilidade veio provar que não é aquele que passa mais horas no escritório que é mais produtivo, que não é o escritório com mais mesas/cadeiras que é mais ergonómico, que não é o espaço mais bem preparado para a equipa que gera a melhor experiência.
Metodologias (já presentes em agile), equipas, horários e espaços flexíveis levaram a uma produtividade inesperada em tempos de quarentena, que foi alimentada pelo conforto, qualidade de vida, horários ajustáveis… então será o teletrabalho “a” tendência deste “pós-covid”? Será o trabalho remoto a resposta a todos os problemas do tecido empresarial? Não acredito.
Segundo a pirâmide de Maslow, todos temos uma necessidade de partilha social, ou seja, precisamos de pessoas, de vida social. E, sejamos sinceros, o zoom, o Slack, o Google Meet, o House Party não substituem um abraço, uma discussão ou uma boa gargalhada que ensurdece.
Será a simbiose entre o modelo tradicional (de escritório) com o teletrabalho (flexibilidade) que irá ser adotada por grande parte das pessoas e empresas, seja pela produtividade, pela satisfação, flexibilidade de custos, compromissos ou experiência dos seus colaboradores e parceiros.
Ora, os espaços de cowork, na sua génese, são isto mesmo: um produto flexível a pensar nas várias “tipologias” de empresas existentes e nas suas fases de desenvolvimento/crescimento.
Pegaram no modelo tradicional e “adicionaram valores como colaboração, social, cooperação, partilha, humanidade, ou seja, um espaço de trabalho passou a ser um espaço flexível, experienciável e colaborativo que, acredito, hoje mais do que nunca terão um papel fundamental às necessidades sociais e económicas das pessoas e das empresas.
Obviamente que, à semelhança de tantas empresas, a pandemia obrigou os espaços de cowork a ajustarem-se, transformarem-se e anteciparem os impactos que o mercado sofrerá.
Como em qualquer “crise”, haverá repressões aos vários níveis, em todos os mercados, mas também haverá oportunidades que nos levarão a novos mercados e a novos produtos. Acredito que os espaços de cowork serão o palco de muitas das metamorfoses a que vamos assistir nos próximos tempos.
O importante é que o trabalho não acabe mas se reinvente, assim como todos nós.
*João Simões é CEO do Idea Spaces.
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