Respire fundo. Tem mesmo de enviar esse WhatsApp?

Equilibrar vida & trabalho ganhou destaque com a pandemia e não há como evitar esta conversa, numa altura em que se regressa ao escritório.

Ninguém voa sozinho. Para o avião sair da pista, há muito trabalho, empenho, dedicação do piloto, mas por trás há toda uma equipa que incentiva, reconhece talento e puxa rumo ao destino que traçou. Começar como estagiário numa empresa e, anos depois, chegar a CEO não é tarefa fácil, mas é possível. Tal como no caso do piloto, pelo caminho, há muito trabalho, horas de sono perdidas, escalas para descanso, muito suor, algumas lágrimas e momentos de euforia.

O mundo do trabalho, tal como a vida, é feito dessa combinação. O problema surge quando o trabalho tudo absorve e o bom stress, aquela pica que nos faz mover mais rápido e ir mais longe, se transforma em mau stress. E, aos poucos, consome a chama do talento das empresas. Não há números exatos, mas é claro para todos que quase dois anos a viver e trabalhar em pandemia deixaram mossa nas equipas e há que buscar formas de retomar o equilíbrio, antes que o burnout ganhe dimensões maiores, com custos elevados para empresas, colaboradores e economia.

Nuno Pinto Magalhães — o atual chairman da dona da Sagres onde, curiosamente, começou como estagiário — diz que “nunca recusa uma conversa” e, no tema do equilíbrio vida & trabalho, devíamos seguir o seu exemplo. Esta é uma conversa que não podemos (mesmo) deixar de ter, para mais quando, finda a obrigatoriedade do teletrabalho, as empresas estão a fazer regressar as equipas ao escritório. Muitas em modelos híbridos, outras abraçando o trabalho remoto como o seu novo normal. Cada empresa terá a sua sentença, mas parece evidente que a Covid-19 mudou para sempre a forma como trabalhamos e, sobretudo, o local a partir de onde trabalhamos: escritório, casa ou um terceiro espaço. E os tradicionais cowork são apenas uma das opções para que possa garantir que não é o sítio onde se trabalha, o impedimento para atrair os profissionais que deseja e, já agora, manter o talento que não lhe interessa, de todo, perder.

Desafios que estão a dar muito que pensar (e que conversar) a quem lidera pessoas. Mas, por agora, pare. Respire fundo. Tem a certeza que precisa mesmo de enviar esse WhatsApp?

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