Sete ideias que motivam na formação de executivos

  • Miguel Pina e Cunha e Pedro Brito
  • 27 Novembro 2020

O mundo está a mudar e as necessidades de formação e capacitação das pessoas acompanham essa mudança.

É hoje evidente que temos de nos preparar para um mundo que exigirá um conjunto diferente de papéis. Eis, por isso, cinco ideias que nos motivam nesta jornada para o futuro.

A aprendizagem como vantagem competitiva. No passado recente, como no futuro, a aprendizagem será a fonte de vantagem competitiva sustentável. A ideia, apresentada em primeira mão por Arie de Geus, baseava-se numa metáfora cara ao autor: as boas organizações são como rios que correm; são as mesmas, mas mudam, constantemente. As menos boas são charcos parados onde nada acontece. Aprender e ajudar a aprender mais que os outros, melhor que os outros, mais rapidamente que os outros, são vetores de vantagem. A investigação é um pilar para que, aprendendo, possamos ajudar a aprender.

1. Aprendizagem ao longo da vida

Acreditamos que em economias baseadas no conhecimento, a atualização de competências e a busca de significado são fundamentais. À medida que as organizações mudam, precisam de aumentar as competências das suas pessoas, mas também de as ajudar a redefinir o papel das suas organizações na sociedade: qual o nosso propósito, e como podemos corresponder às expectativas. Estes são desafios e interrogações que não são resolúveis de uma vez, para sempre. Passados são os tempos em que a formação acabava aos vinte e poucos anos. Ainda bem, dizemos. Toda a vida é boa para aprender.

2. Cultivar novas competências

Num mundo em mudança, novas competências são necessárias. No domínio da ciência dos dados as organizações precisarão de saber como transformar dados em conhecimento e decisão. A prática da liderança poderá ser alterada se as organizações migrarem para “escritórios opcionais”. A capacidade de integrar dilemas e de tirar partido de paradoxos será, como assume a OCDE, uma nova competência crítica. Estas competências serão centrais num mundo onde humano e digital se vão (con)fundir.

3. Tratar o talento como um músculo

Os pontos anteriores sugerem que o talento terá de ser tratado como um músculo que se exercita no dia-a-dia, mas também em momentos de paragem para regressar à universidade. Esses regressos ajudarão a fazer a interação da visão próxima (de fazer zoom in, digamos), com uma visão mais fria e distante (zoom out). A formação de executivos ajudará a integrar estas maneiras de ver.

4. Formação como serviço

Os modelos de formação evoluirão no sentido de cada um definir a composição do seu plano de competências. As organizações dotarão os seus colaboradores de subscrições de aprendizagem para que cada um possa desenhar a sua própria evolução, à sua maneira, ao seu ritmo. Como as pessoas são diferentes, aprendem de formas diferentes.

Mas existem desafios no âmbito da aprendizagem que precisamos saber gerir. São situações que nos deparamos no momento de escolher o melhor caminho:

5. Paralisia de escolhas

A cultura ocidental habituou-nos à ideia de que ter muitas opções é sempre bom. Mas quantas vezes parecemos ficar paralisados no momento de decidir? Ter de escolher entre demasiadas opções pode ter um efeito contrário ao desejado.

6. Síndrome da perfeição

Enfrentamos ainda outra situação, infelizmente cada vez mais recorrente: a síndrome da perfeição. Como pessoas e organizações fantasiamos com a escolha perfeita e neste sentido investimos tempo e energia no processo de decisão de uma forma tão intensa que corremos o risco de nos sentirmos frustrados com a escolha realizada.

7. Medo pato-lógico

Tal como os patos, cada vez pessoas ou organizações colocam a “cabeça para baixo de água” evitando lidar com uma realidade que exige ação imediata. É fundamental que, mesmo em contexto de crise, sejamos capazes de nos preparar para enfrentar novos desafios, com novas ferramentas e novas formas de trabalhar.

Há muito que o processo de escolha deixou de ser um ato natural. Trata-se de uma competência, que como qualquer outra, pode ser aprendida, trabalhada e desenvolvida. Para que, no final do dia, pessoas e organizações possam fazer as melhores escolhas. Para si e para a sua comunidade.

  • Miguel Pina e Cunha
  • Pedro Brito

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