Hoje nas notícias: Pensões, bens “made in USA” e sondagem

  • ECO
  • 7 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Dois terços dos pensionistas recebem até 480,43 euros por mês, segundo os dados do Relatório da Conta da Segurança Social de 2023. Para os consumidores nacionais, é sobretudo o receio de subida de preços a ditar a procura por alternativas a produtos norte-americanos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Dois terços das pensões da Segurança Social abaixo dos 480 euros

Dois terços dos pensionistas recebem até 480,43 euros por mês, ou seja, 1.359.573 reformados (66% do total) ganham até ao valor do Indexante dos Apoios Sociais, segundo os dados que constam do Relatório da Conta da Segurança Social de 2023. A pensão média de velhice aumentou para 544,88 euros (+ 7,7%), devido às reformas mais altas dos novos pensionistas e à atualização anual. A idade dos beneficiários no regime geral cresceu três meses, para 75 anos e 7 meses. O documento destaca ainda Castelo Branco (25,2%), Guarda (25,1%) e Portalegre (24,9%) como os distritos onde mais de um quarto dos habitantes está reformado, enquanto em Faro (16,5%) e em Lisboa (17,3%) estes têm uma expressão mais baixa.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Portugueses muito disponíveis para substituírem bens “made in USA”

A reação mais provável dos consumidores da Zona Euro a um cenário de guerra comercial alargada será o afastamento dos produtos “made in USA”, em grande medida por razões de preferência, mas, no caso dos portugueses, a expectativa das subidas de preços pesa mais. A tendência é visível nos resultados do último inquérito do Banco Central Europeu às expectativas dos consumidores, realizado ainda em março: em média, 44% dos inquiridos da área do euro estão predispostos a substituir bens e serviços norte-americanos alegando razões de preferência, sendo que o preço é apenas a segunda razão mais determinante, para 38%; entre os consumidores nacionais, a expectativa de um aumento de preços é mais determinante para 44% dos inquiridos, seguindo-se, com 41%, motivos relacionados com novas preferências de consumo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

AD cai por causa dos mais pobres. Esquerda e Chega recuperam

A candidatura da Aliança Democrática (34,8%) é a que mais cai ao quinto dia da sondagem diária da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN, já após os debates entre todos os partidos com representação parlamentar. A coligação formada pelo PSD e o CDS perdeu o voto da classe baixa, mas o PS (26,6%) e a Iniciativa Liberal (6,8%) também caem, ainda que menos. Por sua vez, o Chega (16,8%) aproveita estas quedas, assim como a esquerda: o Bloco de Esquerda é o partido que mais cresce, alcançando agora os 2,3%, mais 0,5 pontos percentuais do que na sondagem anterior; o Livre sobe quatro décimas e passa para 3,8%, e a CDU também ganha terreno e alcança os 3,5%, mais 0,3 pontos percentuais. O PAN mantém-se nos 0,6%, menos de um terço dos votos que permitiram eleger Inês Sousa Real para a Assembleia da República nas eleições de 2024.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Estrangeiros com ordem de expulsão representam menos de 0,7% dos residentes desde 2007

Desde a criação da Lei de Estrangeiros em 2007 que o número de imigrantes com ordem de expulsão — ou seja, com medidas de afastamento coercivo por não cumprirem requisitos legais — representou sempre menos do que 0,7% dos estrangeiros com autorização de residência. Isto significa que o número de imigrantes a viver de forma irregular ao longo das últimas décadas tem sido residual. O ano com maior registo foi mesmo o de 2007, com 2.536 ordens de afastamento coercivo, ou seja, de expulsão administrativa — sendo que também elas podem ser recorridas e não se terem concretizado. O ano com menor número, até agora, foi 2023, ano de transição do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), com 344 ordens de expulsão.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Reserva Nacional de Medicamentos: Governo tinha despacho para criar grupo de trabalho, mas não avançou

O alerta do bastonário dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, para o facto de não haver uma Reserva Nacional Estratégica de Medicamentos está a gerar polémica. O Infarmed, autoridade que regulamenta os medicamentos, respondeu que “Portugal tem instalado um polo da reserva europeia de medicamentos, que garante acesso em 24 horas” e que “durante o apagão o acesso da população aos fármacos estava garantido”. O Ministério da Saúde reiterou o mesmo: “Portugal tem, em contexto europeu, uma reserva estratégica de medicamentos. É ativada através do Resc EU/Mecanismos Europeu de Proteção Civil. Há 16 países com lotes (armazéns) com medicamentos. Um deles é Portugal”. Mas o bastonário insiste na ideia, até porque o Governo tinha pronto um despacho conjunto dos ministérios da Defesa e da Saúde para criar um o grupo de trabalho que deveria apresentar uma proposta para a criação de uma Reserva Nacional para a área da Saúde, Medicamentos e dispositivos. Só que o despacho não avançou devido à queda do Governo e à sua entrada em funções de gestão.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Lucro da Corticeira Amorim sobe para 16,4 milhões apesar da queda das vendas

Corticeira Amorim registou aumento de 2,1% nos lucros do primeiro trimestre. Dividendo de 0,32 euros por ação vai ser pago na totalidade a 28 de maio.

A Corticeira Amorim COR 0,73% teve lucros de 16,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 2,1% em termos homólogos. A empresa liderada por António Rios de Amorim registou, no entanto uma queda de 2,2% das vendas e do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 10%.

O resultado líquido foi penalizado pelo segmento de revestimento (Final Flooring), menores níveis de atividade, refletindo o processo de reestruturação e a venda da Timberman. Caso sejam excluídos os efeitos das mudanças no perímetro de consolidação, as vendas da Amorim Cork Solutions teriam registado uma queda de 10,7% e não de 25%.

A empresa, na informação enviada ao mercado, detalha ainda que as vendas da Amorim Florestal caíram 5,3%, mas as vendas do segmento das rolhas subiram 4,8%. Tudo consolidado resulta numa queda de 2,2% para 229,4 milhões de euros. As vendas estão em rota descendente 2022.

Num ambiente de elevada incerteza e volatilidade, decorrente do atual contexto geopolítico, que caracterizou os primeiros meses de 2025, a estabilidade das vendas da Corticeira Amorim evidencia a resiliência do nosso modelo de negócio“, considera o presidente e presidente executivo (CEO) do grupo, António Rios de Amorim, citado no comunicado.

À semelhança do que aconteceu com as vendas, o EBITDA também registou uma evolução negativa, ao cair face ao período homólogo (10%) e face ao trimestre anterior, para 39,3 milhões de euros.

Boas notícias para a dívida líquida da corticeira portuguesa (detida em 51% pela Amorim Investimentos e Participações SGPS), tendo em conta que reduziu de 196 milhões de euros, no final de 2024, para 161 em março de 2025. No trimestre homólogo a dívida era de 236,7 milhões de euros.

A empresa de cortiça revela ainda uma redução no número de trabalhadores, que no final de março eram 4.601 contra os 4.900 em março de 2024, com a consequente redução de custos com pessoal para 49,7 milhões de euros (eram de 51,3 milhões no trimestre homólogo. Mas continuam a representar cerca de 21% das vendas.

Os acionistas da Corticeira Amorim aprovaram na terça-feira, em assembleia-geral, dividendos de 42,5 milhões de euros, correspondendo a um valor ilíquido de 0,32 euros por ação, adiantou, dividendos esses que serão pagos na totalidade a 28 de maio.

Na nota, enviada ao mercado a Corticeira Amorim indicou que foi aprovada, por maioria, “a proposta de aplicação do resultado líquido positivo, apurado segundo as contas individuais no final do exercício de 2024”, sendo que para dividendos foi alocado o montante de 42,5 milhões de euros, “correspondente a um valor ilíquido de 0,32 euros” por ação e 26,6 milhões de euros para reservas livres.

Recorde-se que a corticeira teve lucros de 69,7 milhões de euros em 2024, o que representa uma queda de 21,6% em relação ao ano anterior.

(Notícia atualizada às 8h50 com mais informação)

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Autoridade da Concorrência italiana dá início a um processo contra a Ryanair por “ocultação de informações no âmbito da investigação de um alegado abuso de mercado”

  • Servimedia
  • 7 Maio 2025

A companhia aérea enfrenta uma coima de 1% do seu volume de negócios global, depois de uma investigação em Dublin ter revelado documentos importantes.

A Autoridade da Concorrência e do Mercado de Itália (AGCM) abriu um processo de sanções contra a companhia aérea por não ter fornecido ao regulador a documentação solicitada no âmbito de uma investigação sobre um alegado abuso de mercado. A companhia aérea irlandesa poderá ser multada em 1% do seu volume de negócios global.

O processo aberto pelo regulador italiano acusa a Ryanair de ter fornecido “informações inexactas, incompletas ou enganosas” desde o início da investigação, em outubro de 2023. A abertura do processo segue-se a uma investigação na sua sede em Dublin, em março de 2024, pelas autoridades italianas e irlandesas, na qual foram apreendidos documentos que poderiam mostrar que a companhia aérea alegadamente ocultou informações relevantes. A abertura do processo segue-se à tentativa da Ryanair de contestar a validade dessa investigação nos tribunais irlandeses.

O cerne da investigação antitrust e da alegada fraude da Ryanair centra-se na ofensiva da companhia aérea contra as agências de viagens em linha. Fontes do setor apontam para pressões exercidas para forçar acordos de distribuição e denunciam uma campanha dirigida aos intermediários para os levar a aceitar as suas condições. A AGCM assinala que a companhia terá difundido mensagens destinadas a dissuadir os consumidores de utilizarem estas plataformas, acusando-a mesmo de difundir “informações” com esse objetivo.

Em Espanha, a Ryanair tem injunções judiciais ligadas a agências como a Rumbo, a Atrápalo e a eDreams. Neste último caso, a recusa da companhia aérea em cumprir as decisões judiciais levou a uma advertência.

Um dos elementos-chave desta estratégia é o programa “Agências Aprovadas”, no âmbito do qual a Ryanair assinou acordos com uma seleção de intermediários, mantendo uma alegada campanha contra os restantes. Pelo menos 12 agências assinaram acordos durante 2024. A companhia aérea alegou que estas agências operariam de forma transparente e não cobrariam pela emissão de bilhetes por intermediários.

Uma análise independente revelou que as agências “aprovadas” podiam acrescentar taxas de intermediação.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de maio

  • ECO
  • 7 Maio 2025

Ao longo desta quarta-feira, 7 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Cimpor explora emissão de obrigações verdes na Europa

"Em conjunto com o nosso parceiro TCC Group Holdings, estamos a investigar oportunidades de green bonds na Europa para financiar as operações", disse o administrador financeiro da empresa.

A cimenteira Cimpor está a estudar uma emissão de obrigações verdes (green bonds) através de um banco europeu, num momento em que a empresa dos taiwaneses da TCC está a investir mais de 300 milhões de euros em descarbonização e a lançar-se no cimento sustentável.

Apesar de a Cimpor recorrer maioritariamente a instrumentos de corporate banking finance para financiar os seus investimentos, a empresa detida pela TCC Group Holdings (antiga Taiwan Cement Corporation) está a explorar esta nova hipótese para custear os seus projetos ligados à sustentabilidade, inclusive em Portugal.

“Priorizamos os produtos verdes. Os bancos, as instituições que dão mais atenção à sustentabilidade são o nosso maior foco. Nunca emitimos nenhuma obrigação aqui em Portugal, mas em conjunto com o nosso parceiro TCC Group Holdings, estamos a investigar oportunidades de green bonds na Europa para financiar as operações. Vai haver uma alocação [do valor] para o nosso negócio também, mas através da Europa”, disse ao ECO o Chief Financial Officer (CFO) da Cimpor, Eralp Tunçsoy, à margem da apresentação do futuro centro de investigação que vai abrir em Alhandra.

O administrador financeiro da Cimpor referiu ainda que, em Portugal, todas as operações financeiras foram realizadas através de bancos nacionais. “Todos os instrumentos financeiros que usámos para financiar os 1,7 mil milhões de euros [valor total de investimento da Cimpor em Portugal desde 2019] são através de Portugal. Nunca recorremos a um banco europeu, apesar de termos uma sede [europeia]. Nunca utilizámos nenhum banco internacional nem incorporámos nenhum banco turco ou outros”, esclareceu Eralp Tunçsoy.

No dia em que a Península Ibérica ficou às escuras, a Cimpor apresentou o seu próximo centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para o setor da construção que vai criar, pelo menos, uma centena de postos de trabalho qualificados a partir de Alhandra, em Vila Franca de Xira.

“Farol para a inovação e sustentabilidade para as indústrias do cimento e da construção, servindo Portugal e as geografias da Cimpor em todo o mundo. Imaginamos o novo centro de I&D como um hub de investigação de ponta, focado nas prioridades-chave para a nossa indústria e planeta”, caracterizou o CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, Cevat Mert, na cerimónia onde participou o ministro da Economia, Pedro Reis, pouco antes de seguir para o Conselho de Ministros extraordinário convocado devido ao apagão.

O projeto da Cimpor na cimenteira mais antiga do país – 130 anos – incluirá materiais e tecnologias amigas do ambiente, como cimento de argila calcinada (ou LC3 – Limestone Calcined Clay Cement) e captura de carbono, além de combustíveis alternativos e reutilização de matérias-primas na fase de construção. E servirá como zona de colaboração de empresas (startups), estudantes e investigadores. “Será mais do que um edifício. Será uma plataforma para a colaboração. Unirá Governo, academia e indústria. Aqui, as aplicações do mundo real encontrarão inovações revolucionárias e iremos moldar a próxima geração de materiais de construção”, disse o chairman da Cimpor Global Holdings, Suat Çalbiyik.

Questionado sobre o recrutamento para este laboratório, Suat Çalbiyik garantiu que, “nos próximos anos, com todos os workshops“, podem “chegar a 100 jovens engenheiros adicionais”. “Neste momento, os jovens engenheiros estão a sair para trabalhar fora de Portugal. Por que não vêm para Portugal? Acredito que os engenheiros portugueses podem voltar para o seu país e trabalhar connosco”, afiançou o presidente do conselho de administração da Cimpor, em declarações aos jornalistas.

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“Resiliência, criatividade e literacia tecnológica”. As competências à prova do futuro

Especialista em liderança recomenda que empresas criem "cultura de aprendizagem", em vez de reunirem centenas de cursos e deixarem aos trabalhadores a missão de se requalificarem.

Se quase quatro em cada dez dos maiores empregadores mundiais antecipam que as competências valorizadas no mercado de trabalho vão mudar nos próximos cinco anos, a questão que se impõe é a seguinte: afinal, quais são aquelas que são à prova do futuro? Resiliência e flexibilidade, curiosidade, criatividade e literacia tecnológica são algumas das competências apontadas ao ECO por Pär Lager, especialista em liderança, que está em Lisboa esta quarta-feira para a APED Retail Summit.

Autor de três livros — o mais recente sobre a necessidade de qualificação e requalificação dos profissionais –, Pär Lager é um dos maiores especialistas do norte da Europa, na área da liderança, análise competitiva e aprendizagem inovadora.

Questionado pelo ECO quanto às competências que serão chaves nas próximas décadas, enumera: resiliência, flexibilidade e agilidade, liderança e influência social, curiosidade e aprendizagem ao longo da vida, pensamento criativo, literacia tecnológica e em inteligência artificial.

Ainda assim, na visão deste especialista, os profissionais não estão, na sua maioria, conscientes da necessidade de atualizarem as suas competências, tendo em conta a transformação em curso no mercado de trabalho.

Pär Lager é um dos maiores especialistas em liderança da Europa do norte.

“A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios”, afirma Pär Lager. “Está na hora de termos um maior sentido de urgência“, apela o responsável, que está em Lisboa para fazer uma apresentação sobre “capacitação, formação e requalificação das pessoas na era da inteligência artificial”.

Ao ECO, o especialista diz ainda que este processo de conquista e atualização de competências cabe não só aos indivíduos e às chefias diretas, como também às organizações e aos próprios Governos. Às empresas, deixa até um recado: reunir centenas de cursos online numa plataforma e atribuir a responsabilidade de qualificação aos profissionais não terá os resultados desejados.

A maioria das pessoas vê as mudanças rápidas a acontecerem, mas entende que só os outros precisam de se requalificar, não eles próprios. Está na hora de termos um maior sentido de urgência.

Pär Lager

Especialista em liderança

“Invistam, antes, na construção de uma cultura de aprendizagem“, recomenda Pär Lager, que frisa que os próprios líderes devem ser um exemplo a seguir, neste ponto. “Devem priorizar a sua própria aprendizagem e serem um catalisador da aprendizagem das demais pessoas”, realça.

De acordo com o Fórum Económico Mundial, que ouviu mais de mil empregadores em todo o mundo (que têm sob a sua alçada 14 milhões de trabalhadores), quase quatro em cada dez destes apontam que as competências valorizadas no mercado de trabalho mudarão até 2030. Estes dados constam da edição mais recente do relatório “Future of jobs”.

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A medida de Ana Jacinto, da AHRESP, para o próximo Governo

  • ECO
  • 7 Maio 2025

O ECO pediu a várias personalidades uma medida essencial para o próximo Governo. A proposta de Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, é a reposição da taxa intermédia de IVA nas bebidas.

Se, por via de alguma distopia, a AHRESP fosse obrigada a propor uma só medida escolheria a reposição integral da taxa intermédia de IVA nas bebidas atualmente excluídas, como os refrigerantes e as bebidas alcoólicas. Há várias medidas que são urgentes e necessárias – a AHRESP elaborou uma lista robusta de 13 propostas para a XVII Legislatura, todas importantes, todas prioritárias. Mas esta é especial – corrige um absurdo fiscal e faz aquilo que qualquer medida sensata deve fazer: ajuda quem cria emprego e promove a competitividade de um setor que é um dos motores da economia nacional.

Desde a reposição da taxa intermédia no serviço de alimentação em 2016, e da mais recente aplicação da taxa de 13% a um leque mais alargado de bebidas no OE2024, os refrigerantes e bebidas alcoólicas continuam penalizados com uma taxa de 23%, criando uma distorção tributária. Corrigi-la traduz-se em coerência fiscal ao mesmo tempo que alivia empresas que ainda não conseguiram atingir os capitais que tinham antes da pandemia.

Esta situação, arrisco dizer, é quase cómica. Veja-se: o vinho no retalho tem IVA a 13%, mas se o pedir no restaurante — com um sorriso, copo a brilhar e possivelmente uma explicação poética do sommelier —, paga 23%. Convenhamos: é o mesmo vinho.

O vinho no retalho tem IVA a 13%, mas se o pedir no restaurante — com um sorriso, copo a brilhar e possivelmente uma explicação poética do sommelier —, paga 23%. Convenhamos: é o mesmo vinho.

Ana Jacinto

Em tempos de incerteza económica — e com Donald Trump a reescrever as regras do comércio mundial —, faz sentido blindarmos os nossos setores estratégicos. Porém, as empresas da restauração enfrentam um conjunto de desafios que põem em causa a sua sustentabilidade, especialmente as localizadas fora dos principais centros turísticos, que continuam a ter dificuldade em manter margens de rentabilidade. A fiscalidade deve, por isso, ser um instrumento de estímulo, e não um obstáculo ao crescimento.

A atual tributação do IVA em Portugal é um dos maiores entraves à competitividade: representa cerca de 41% da receita fiscal, quando a média da União Europeia é de apenas 33%, segundo indica a Comissão Europeia . Pior: o IVA é um imposto incapaz de distinguir o poder de compra do contribuinte – o mesmo valor é cobrado a pobres e a ricos.

E qual é a lógica de taxar serviços, alimentos e algumas bebidas a 13%, mas outras – servidas nas mesmas condições – a 23%? Esta desigualdade cria confusão tanto para operadores como para consumidores. Uniformizar a taxa de IVA nas bebidas servidas na restauração a 13% é, portanto, uma questão de justiça, bom senso e visão estratégica.

 

 

Ana Jacinto / Secretária-Geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP)

 

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Apesar da ira de Trump, Fed vai ‘congelar’ taxas de juro até ter mais clareza

Banco central tem motivos para contrariar o presidente e manter juros inalterados – a economia continua sólida e as tarifas ameaçam acelerar a inflação. Cortes devem chegar no segundo semestre.

A Reserva Federal e, especialmente Jerome Powell, têm sido alvos da fúria do presidente norte-americano nas últimas semanas, com críticas à lentidão do banco central em cortar as taxas de juro e ameaças pouco veladas (e entretanto retiradas) sobre a continuidade do chairperson que chegou a apelidar de ‘major loser‘.

Apesar desta pressão, Trump não vai conseguir os cortes preventivos que tanto quer, pois é dado como certo entre analistas e investidores que as Federal Funds Rates vão permanecer no intervalo 4,25-4,50% no final da reunião de dois dias do Federal Open Market Commission (comité de política monetária) esta quarta-feira.

“A Fed parece estar pronta a manter as taxas de juro inalteradas pela terceira vez seguida“, disseram os analistas do britânico Lloyds Bank, salientando numa nota publicada a 2 de maio que nos mercados os preços colocavam a probabilidade de um corte em apenas 10%.

Desde essa altura a probabilidade caiu ainda mais. Segundo o site CME FedWatch Tool, que monitoriza a negociação dos futuros das taxas de juro, esta terça-feira a probabilidade de a Fed manter as Federal Funds Rates no intervalo atual de 4,25-4,50% era de 96,8%.

Economia e inflação, o desafio duplo

Michael Krautzberger, diretor de investimento global em obrigações na Allianz Global Investors, recordou que Powell tem deixado claro nas declarações mais recentes que, por agora, será adotada uma postura cautelosa.

“A Fed pretende avaliar os efeitos das tarifas sobre a economia antes de tomar novas decisões, ainda que o presidente Trump continue a pressionar para uma redução das taxas a curto prazo”, sublinhou o analista.

A economia dos EUA enfrenta agora um duplo desafio: por um lado, perspetiva-se um abrandamento do crescimento económico; por outro, um aumento da inflação, adiantou Krautzberger. “Esta é uma combinação que dificulta o cumprimento do duplo mandato da Fed de garantir o pleno emprego e manter a estabilidade dos preços”.

“Os mercados também não antecipam cortes em maio, e partilhamos essa visão, mas ainda assim, se a atual política tarifária se mantiver nos próximos meses, a Fed poderá ser forçada a intervir caso a economia se deteriore rapidamente”, vincou, acrescentando que os mercados já antecipam até quatro cortes adicionais das taxas até ao final do ano.

Os analistas do BBVA vêm como provável que a Fed mantenha a sua posição dependente dos dados e sinalize que não tem “pressa” em ajustar a política até que haja maior clareza sobre os efeitos das novas medidas comerciais. “Por enquanto, a nossa opinião é que é improvável uma grande mudança no tom da Fed e a nossa atenção manter-se-á centrada em quaisquer sinais de uma possível mudança de perspetiva antes da reunião de junho”.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Fed mais politizada?

A incerteza gerada pela política comercial dos EUA e a pressão do presidente Trump sobre a Fed para reduzir as taxas também levaram muitos atores do mercado a questionar a credibilidade da política económica americana, comentou Michael Krautzberger, da Allianz GI.

“Os prémios de risco associados aos prazos mais longos aumentaram, com os investidores a exigir uma maior compensação pelo risco dos títulos do Tesouro dos EUA, ao mesmo tempo que o dólar também tem estado sob pressão”, referiu.

Apesar de o mandato de Powell durar até maio de 2026, e de Trump não ter autoridade constitucional para o destituir antes desse prazo, existe o risco da Fed se tornar progressivamente mais politizada, o que poderá enfraquecer a credibilidade da política monetária e a confiança nos ativos americanos”, alertou.

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Portuguesa Tekever voa de drone para unicórnio. Qual o plano de voo para lá chegar?

A fabricante de drones Tekever quebrou 'os anos de seca' e voou para unicórnio. É o sétimo nacional e o primeiro nas deftech. Conheça o plano de voo para lá chegar.

À terceira ronda, a fabricante portuguesa de drones Tekever voou para o estatuto de unicórnio. A empresa, fundada em 2001 por estudantes do Instituto Superior Técnico (IST), tem agora uma avaliação de mil milhões de libras, cerca de 1,2 mil milhões de euros, e uma ambição clara: ser a fabricante de drones líder a nível mundial.

“A Europa tem aqui um desafio muito grande ao longo dos próximos anos para criar capacidades soberanas na área de segurança e defesa, em particular nestas áreas tecnológicas. E nós, como empresa europeia, temos um papel muito importante a cumprir”, diz Ricardo Mendes, CEO da Tekever, em entrevista ao ECO, pouco depois de ser conhecido que uma nova ronda de financiamento tinha levado ao nascimento do sétimo unicórnio nacional e o primeiro no setor deftech (tecnologias de defesa).

Depois de, em 2021, o ecossistema ter visto nascer vários unicórnios, o mercado arrefeceu e, durante vários anos, o capital levantado pelas startups e scaleups nacionais ficou longe de atingir o pico de 1,5 mil milhões de euros, valor angariado no ano em que empresas como a Anchorage Digital ou a Sword Health atingiram avaliações superiores a mil milhões de dólares. Pelo meio, viu ainda desaparecer, em 2023, a Farfetch do patamar dos ‘animais míticos’.

Investimento em deftech a subir na Europa

Agora voltam a ser sete os unicórnios com ADN português. O momento mudou, em particular, para as startups que se movimentam no setor deftech e na Inteligência Artificial (IA). Áreas onde a Tekever, conhecida por, através do governo britânico, estar a fornecer drones de vigilância e recolha de informação para as tropas ucranianas, atua.

O valor da ronda que lançou a Tekever para esse estatuto não é conhecido, mas a mesma foi “totalmente subscrita pelos atuais investidores, incluindo o líder de ronda Ventura Capital, Baillie Gifford, o NATO Innovation Fund (NIF), a portuguesa Iberis Capital e Crescent Cove”, empresa norte-americana de investimento sediada em Silicon Valley, com experiência no setor da defesa.

Em novembro, na sua segunda ronda, no valor de 70 milhões de euros, a Tekever tinha visto o fundo da NATO entrar no seu capital. Sinal dos ventos que sopram na Europa. Com uma guerra na Ucrânia e as relações com o ‘amigo americano’ — sempre um parceiro de peso quando se fala da segurança do continente —, em estado de alerta, a Europa está apostada em reforçar as suas capacidades de defesa e segurança.

E quer abrir os cordões à bolsa: 800 mil milhões de euros. É esse o valor que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propõe que se invista no plano “ReArmar a Europa”, os quais 650 mil milhões advêm dos orçamentos nacionais dos Estados-membros e 150 mil milhões de euros de uma linha de crédito.

No ano passado, o investimento europeu em startups na área de defesa subiu 24%, para 5,2 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros), noticia o Financial Times (conteúdo em inglês, acesso reservado) citando dados do NATO Innovation Fund e da Dealroom.

E este ano o interesse dos investidores não parece dar sinais de abrandar. No mesmo dia em que a Tekever anunciava ter superado uma avaliação de mil milhões de libras, em Munique, a alemã Quantum Systems levantava 160 milhões de libras (cerca de 188 milhões de euros) numa série C liderada pelo Balderton Capital. E não faltaram investidores a querer apanhar um lugar nesse voo. A Hensoldt, Airbus Defense & Space, Bullhound Capital, HV Capital, Project A, o investidor Peter Thiel, DTCP, Omnes Capital, Porsche SE e a Notion investiram igualmente na fabricante de drones com uso dual.

Nascem assim dois unicórnios europeus num setor crucial: o de defesa e segurança. Nesse campo, a Tekever tem claros planos de crescimento. “Estamos já num processo de alargamento, de expansão muito grande — vamos chegar às 1.200 pessoas antes do final deste ano, um crescimento muito grande, mas temos vindo a crescer já há bastantes anos — e esta ronda de financiamento vem, no fundo, ajudar-nos a acelerar ainda mais essa capacidade de expansão”, disse Ricardo Mendes, em entrevista ao ECO.

No Reino Unido, pouco tempo antes, era conhecido que a empresa se prepara para a cinco anos investir 400 milhões de libras (cerca de 470 milhões de euros), criando mil postos de trabalho qualificados no país, onde estão desde 2013. Isto no mesmo dia, em que se soube de um novo contrato com a Royal Airforce para o fornecimento de drones.

Prometem fazer o mesmo em outros mercados. “Agora vamos fazer o mesmo em outros países porque, de facto, o que a Europa precisa é de empresas que possam ter uma dimensão europeia e isso significa estar em vários países, criar bases de trabalho e talent pool, desenvolver produtos, tecnologia”, promete o CEO.

Em quais não revela. “Não vou falar ainda de outros países, mas haverá bastantes outros onde pretendemos estar. Já somos a principal empresa europeia nesta área, o nosso objetivo é ser a principal empresa mundial e, portanto, passará por estar em bastantes zonas do mundo, não só aqui”, diz.

Mas, neste momento, além do Reino Unido já têm escritório em França, onde a equipa está a crescer — Macron anunciou na visita a Portugal que na sua lista de compras para a Defesa estavam drones da empresa —, mas também na Ucrânia, onde têm instalações e equipa.

Presentes, com escritório, estão também nas terras do Tio Sam. Um mercado incontornável na Defesa. “Não é possível ignorar um país que representa metade do budget mundial”, aponta. “Qualquer empresa que pretenda ser líder mundial nesta área tem que ter um plano, projetos e clientes no mercado norte-americano. Nós estamos a desenvolver o mercado norte-americano. Temos parcerias, projetos em curso, dos quais não vamos falar, não podemos, mas temos vários projetos em curso. É para um mercado que não podemos ignorar e muito importante”, diz o CEO.

A prioridade para os tempos mais próximos é, no entanto, clara. “Fruto desta condição geopolítica, a Europa tem aqui um desafio muito grande ao longo dos próximos anos para criar capacidades soberanas na área de segurança e defesa, em particular nestas áreas tecnológicas. E nós, como empresa europeia, temos um papel muito importante a cumprir. Portanto, do ponto de vista de prioridade, para nós está bastante claro que é fundamental ajudarmos a Europa e os países europeus a criarem capacidades nesta área“, diz Ricardo Mendes.

Portugal continua central

Portugal não está fora desta estratégia de crescimento. Dos cerca de mil colaboradores atuais na empresa, com 20 nacionalidades, 70% está localizado em Portugal, tendo a empresa uma fábrica em Ponte de Sor e o centro de engenharia nas Caldas da Rainha.

Temos muitas centenas de pessoas em Portugal, é a nossa maior base. Trabalhamos muito com a indústria toda em Portugal. Só o ano passado — em 2025 será mais —, comprámos em Portugal, penso que cerca de 12 milhões de euros. E nos próximos três anos — não cinco, como é o plano que estamos a apresentar para a Inglaterra —, incluindo 2025, vamos comprar em Portugal, à indústria portuguesa, cerca de 100 milhões de euros, se não for mais“, adianta Ricardo Mendes.

“A massa salarial da Tekever em Portugal este ano vai ser à volta dos 40 milhões de euros. Portanto, é uma empresa que está a fazer um investimento muito grande em Portugal. A nossa base de talento é por toda a Europa, mas uma parte muito importante está em Portugal, nascemos cá”. E não há planos de mudar a sede para outro país.

De utilities para os drones

Quando arrancou, no início dos anos 2000, a Tekever nem sonhava com drones. “Éramos na altura cinco colegas do Técnico, todos de engenharia informática, de várias áreas diferentes, uns de inteligência artificial como eu, outros de áreas mais ligadas às redes de comunicação e aos sistemas distribuídos”, conta Ricardo Mendes. “Quando criámos a Tekever, o objetivo era trabalhar na intersecção desses dois mundos. Ou seja, acreditávamos que os sistemas iam ser cada vez mais distribuídos, que o software ia correr em dispositivos menos convencionais. Na altura não era comum haver aplicações nos telemóveis”, lembra o CEO, em fevereiro em entrevista ao podcast “À Prova do Futuro” do ECO.

“Acreditávamos que esse conceito se iria chamar a Evernet, que seria a internet everywhere. Na verdade, chama-se internet [risos] e, portanto, o nome da empresa Tekever vem de Technologies for the Evernet”, revela.

Um dos nossos primeiros projetos made by Tekever foi para uma pequena empresa em Lisboa chamada Cardiotestes, mais houve para a EDP — “para permitir gerir de forma muito mais eficiente uma rede de prestadores de serviços, de funcionários de manutenção, de instalação, leituras de contadores” —, de mobile banking e até a app da Gira.

Drones: “computadores com asas”

Depois começaram a olhar para os drones, mas de um outro ângulo. “Eram setores tradicionalmente dominados por players, por empresas que vinham produzir coisas muito grandes. Nomeadamente, na área dos drones, empresas que vinham de produzir aviões. E que olhavam para este setor como ‘são aviões mais pequenos’. Nós olhamos para este setor como computadores com asas, são computadores em rede com asas”, conta.

A partir de 2019, começaram a operar para a Agência de Segurança Marítima Europeia e com o governo britânico na vigilância do Canal da Mancha. Recentemente, fecharam também com o Governo espanhol um contrato de cerca de cinco milhões para o fornecimento de drones para a vigilância da costa marítima e terrestre.

Mas fazem ainda vigilância na área industrial. Por exemplo, de pipelines na Nigéria.

Em Portugal, têm a decorrer um projeto com a GNR para vigilância costeira. “Temos uma colaboração muito estreita com as várias forças armadas e, portanto, esperamos que ao longo dos próximos anos sejam criadas as condições operacionais, financeiras, para que possam ser adotados os nossos sistemas”, afirma em entrevista ao ECO o CEO da Tekever.

“É muito bom termos em Portugal, da perspetiva das Forças de Defesa, do Ministério da Defesa e das forças de segurança, o maior fabricante europeu nesta área, uma área crucial para a adoção. Se perguntar a qualquer um dos ramos, quererão ter acesso a esta tecnologia. Se for portuguesa, tanto melhor, portanto, imagino que gostariam muito… Agora têm que ter condições para isso, têm que ter orçamento para isso, têm que ter capacidade para o fazer”, diz.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7 Maio 2025

No dia em que gigantes portugueses apresentam resultados financeiros, debate-se o apagão no Parlamento Europeu e o INE divulga dados do desemprego. Arranca ainda o Conclave para escolher o novo Papa.

No dia em que nomes de peso da economia portuguesa apresentam os resultados dos primeiros três meses do ano, o INE divulga dados sobre o emprego e o apagão que afetou Portugal vai ser tema de debate no Parlamento Europeu. Nesta quarta-feira, arranca a assembleia que vai escolher o novo Papa. Do outro lado do atlântico, a Reserva Federal anuncia as decisões quanto à política monetária e tece considerações sobre a economia americana.

Corticeira Amorim, Jerónimo Martins e Banco Montepio apresentam resultados

Esta quarta-feira é o dia em que a Corticeira Amorim, a Jerónimo Martins e o Banco Montepio apresentam os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano. No ano passado, a corticeira registou uma queda de 21,6% dos lucros face ao ano anterior, para 69,7 milhões de euros. No mesmo sentido, os lucros da dona dos hipermercados Pingo Doce caíram 20,8%, para 599 milhões.os lucros do banco quase quadruplicaram (287%), para 109,9 milhões de euros.

Como evolui o desemprego?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar as estatísticas do emprego relativas ao primeiro trimestre do ano. No último ano, a taxa de desemprego fixou-se nos 6,4%, uma uma redução de 0,1 pontos percentuais face a 2023, “e correspondeu à segunda taxa de desemprego anual mais baixa desde 2011”, indicou o gabinete de estatísticas.

Fed decide rumo dos juros

Nesta quarta-feira, a Reserva Federal (Fed) americana vai anunciar mais uma decisão de política monetária. Os analistas preveem que as taxas de juro não vão sofrer alterações. No entanto, os investidores estão de olhos postos na análise da economia dos EUA que deverá ser feita pelo presidente da Fed, Jerome Powell, num momento de incerteza quanto às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e as respetivas respostas dos países afetados — o que tem feito aumentar a volatilidade em Wall Street.

Eurodeputados debatem apagão na Península Ibérica

Os eurodeputados vão debater com representantes do Conselho e da Comissão Europeia o apagão de eletricidade na Península Ibérica. Em cima da mesa vão estar formas de melhorar a resiliência e as as interligações da rede elétrica. A raiz da interrupção ainda está sob investigação e as autoridades estão a explorar todas as opções.

Começa o Conclave para escolher o novo Papa

A assembleia que reúne os cardeais que vão eleger o novo Papa, o Conclave, começa esta quarta-feira. Aqui vão reunir-se os cardeais aptos a participar na eleição para o novo pontífice por voto secreto. Durante o período da votação, os cardeais estão impedidos de ter contactos com pessoas externas ao Vaticano, o que também inclui não poderem usar o telemóvel ou ler jornais para evitar que a escolha seja influenciada. Os boletins são queimados e, por cada votação falhada, é libertado fumo negro da Capela Sistina. Quando o próximo Papa for eleito com sucesso, sairá fumo branco.

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Naturgy, Talgo, Caixabank e Quirónsalud, entre as empresas que participam nas feiras de emprego da Universidade Alfonso X el Sabio

  • Servimedia
  • 7 Maio 2025

No total, mais de 70 organizações líderes nos seus setores vieram ao encontro dos estudantes da UAX, ligando os futuros licenciados a oportunidades profissionais reais.

Naturgy, Talgo, Caixabank e Quirónsalud, entre outras, juntaram-se à longa lista de empresas que participam nas Feiras de Carreira da Universidade Alfonso X el Sabio (UAX).

“Estas conferências são um passo decisivo para que os nossos estudantes identifiquem oportunidades que vão ao encontro do seu propósito de dar o salto para o ambiente profissional com confiança e motivação, bem como para que as empresas identifiquem jovens talentos alinhados com os seus valores e desafios”, afirma Luís Couceiro, Diretor da Área Universitária do Grupo Educacional UAX.

O atual contexto económico, marcado pela transformação digital, a transição ecológica e a escassez de perfis qualificados com competências tecnológicas, está a comprometer o crescimento económico em Espanha, segundo a UAX.

Atualmente, mais de 120.000 vagas no setor tecnológico continuam por preencher, uma escassez que afeta organizações de vários setores que têm de se adaptar à digitalização acelerada para se manterem competitivas. Por isso, o recrutamento de jovens profissionais com competências técnicas e transversais tornou-se uma prioridade para as empresas e instituições, que procuram incorporar talentos capazes de se adaptar, inovar e acrescentar valor desde o primeiro dia, acrescentam.

Perante este cenário, a UAX reforça o seu compromisso com a empregabilidade dos seus alunos através das suas Feiras de Emprego, onde os alunos têm a oportunidade de se reunir com recrutadores de empresas líderes nos seus setores para saberem quais os perfis mais procurados no mercado e candidatarem-se.

Kharen Riveros, responsável pelo Employer Branding na Naturgy, avaliou de forma muito positiva a realização deste tipo de eventos que ajudam a estabelecer uma ligação em primeira mão com os jovens talentos. “Na Naturgy, procuramos perfis diversos, principalmente com formação ou mentalidade digital, perfis que nos ajudarão no nosso projeto de transformação”, explicou. “A ligação entre a universidade e a empresa está a ajudar-nos a compreender tanto o que podemos contribuir para o futuro dos nossos jovens como as propostas que os jovens podem trazer para melhorar a empresa”.

Além disso, durante estas jornadas, os alunos da UAX também conhecem a experiência de antigos alunos que já estão ativos e que podem inspirá-los com a sua experiência, ajudando-os a encontrar o seu propósito e a alcançar o seu objetivo.

Este é o caso de Andrés Ruiz Vargas-Machuca, CEO do Grupo Ruiz e ex-aluno da UAX, que destacou a importância de organizar este tipo de evento para garantir a futura incorporação dos alunos no mercado profissional. “Perante um primeiro emprego, é normal que haja muitas dúvidas. É uma decisão vital e muito importante porque é a base sobre a qual se constrói toda uma carreira profissional. Penso que obter o máximo de informação possível sobre as diferentes opções disponíveis é importante para tomar a decisão correta ou a que melhor se adequa a si”, afirmou.

LIGAÇÃO CONSTANTE

As Feiras de Emprego da Universidade Alfonso X el Sabio fazem parte de um programa concebido para aumentar a empregabilidade dos seus estudantes. Este programa inclui outras iniciativas inovadoras que integram as empresas na formação dos estudantes ou geram oportunidades de ligação com profissionais e organizações de referência, o que permitiu à UAX ter uma taxa de empregabilidade entre os seus licenciados de cerca de 95%.

Estas atividades incluem eventos para explorar percursos profissionais, workshops de empreendedorismo, o programa de mentoria e a participação no projeto Future’s Insights by Linkedin-UAX, um projeto pioneiro em Espanha em que os alunos da UAX tiveram um dia de trabalho com gestores e formadores da plataforma de emprego. Além disso, o modelo educativo UAXmakers inclui o desenvolvimento de projetos em que os alunos aprendem desenvolvendo soluções em conjunto com profissionais de empresas líderes em inovação, promovendo a aprendizagem experiencial e a formação para aplicar a tecnologia com propósito.

Estas ações refletem a aposta estratégica da UAX num modelo educativo ligado ao mundo empresarial, que promove a empregabilidade, o empreendedorismo e o desenvolvimento de competências fundamentais para contribuir para o desenvolvimento económico e social.

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Leiria vai ter nova residencial de estudantes

  • ECO
  • 7 Maio 2025

O grupo Mais vai avançar com a construção de uma nova residencial para estudantes, com 80 quartos, numa zona central da cidade. Abertura previsível para 2026.

A cidade de Leiria vai receber uma nova residencial para estudantes com 80 quartos, totalmente independentes, localizada numa zona privilegiada, próxima de instituições de ensino, comércio e serviços, com investimento 100% privado, promovido pelo grupo Mais.

Com um total de 80 quartos totalmente independentes, a nova residencial destaca-se pelas suas características inovadoras. As obras já tiveram início e o grupo Mais tem a expectativa de que a nova residencial abra as portas em 2026, contribuindo para o crescimento e a modernização da infraestrutura estudantil na cidade.

Cada unidade contará com uma cozinha integrada e casa de banho privativa, proporcionando aos residentes conforto e privacidade. O projeto pretende unir bem-estar e sofisticação, criando um ambiente ideal para o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

O novo projeto que promete revolucionar a experiência de acomodação para estudantes, num momento em que a oferta é limitada face às necessidades do mercado. A construção de uma residencial de estudantes, caracterizada por uma arquitetura autêntica e localização privilegiada (Rotunda Santa Clara junto ao restaurante Frangus a dois minutos a pé da Escola Superior de Tecnologias).

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