No novo ano letivo, as faculdades dos cursos de Economia, Finanças e Gestão voltam a encher-se de alunos e de expectativas. O ECO foi saber os planos dos caloiros para a faculdade e para a carreira.
Carlota, Maria e Rui são três caloiros dos cursos de Gestão, Finanças e Economia que, esta semana, chegaram às faculdades de Lisboa e se dividiram pela Católica, Nova SBE e ISEG. Mais a Norte, Francisco e Marta escolheram a FEP. O ECO foi falar com estes novos alunos para perceber o que esperam do mundo académico e o que anteveem para o seu futuro.
Carlota Guerra, Economia, Universidade Católica de Lisboa
Carlota Guerra, caloira de Economia, ingressou no curso com média de 17 valores e escolheu a Católica por via das referências que a mãe lhe deu: “A minha mãe estudou cá e gostou muito. Diz que é um cartão-de-visita em qualquer empresa e esse foi logo um fator-chave na minha escolha“. Confessa que houve ainda outro fator muito particular a pesar na sua decisão: “Escolhi a Católica também porque gosto muito do professor João César das Neves, já li vários livros dele. Queria muito ser aluna dele e estou a adorar”.
Já a escolha do curso, essa foi motivada pelo enorme gosto que tem pela área da Economia: “Optei por Economia porque gosto mesmo, nem tenho bem a certeza se vou conseguir arranjar trabalho na área. Gosto particularmente que seja uma espécie de estudo dos comportamentos do ser humano enquanto um todo“.
No futuro, a ambição de Carlota passa por ir para uma Organização Não-Governamental (ONG) para que possa trabalhar com países em desenvolvimento. Até que a oportunidade de dar o salto surja, a jovem aspirante a economista vai enriquecendo o seu currículo extra-faculdade, com um cargo de chefia na Associação de Guias de Portugal, ao qual pretende acrescentar o programa de voluntariado Pro.Move – projeto conjunto entre a Católica-Move e Católica-Lisbon School of Business and Economics – e ainda frequentar um programa de intercâmbio para estudar na Ásia.
Maria Pedro Moura, Gestão, Nova SBE
Maria Pedro Moura, caloira de 17 anos, veio diretamente de Coimbra para a licenciatura em Gestão na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), em Lisboa. Apesar de ter concluído o ensino secundário na área de Ciências e Tecnologias com média de 18,2 valores, a jovem conimbricense decidiu não enveredar pela área: “Saúde não era para mim. Até porque vejo a minha irmã em Medicina e não, de todo. Comecei a ver Gestão, gostei das cadeiras e decidi arriscar“. Maria acrescenta ainda que o comportamento organizacional e o direito ligado às empresas são dimensões da Gestão que a fascinam.
No que diz respeito a expectativas, a aspirante a gestora afirma que espera estudar ao lado de excelentes alunos, ter muita concorrência e fazer amizades: “Muitas pessoas deram-me feedback positivo sobre a Nova e, por isso, decidi vir para aqui. As minhas expectativas passam por fazer amizades e levá-las para a vida. Também sinto que entrou uma rajada de pessoas, todos eles excelentes alunos, e penso: será que com tanta concorrência vou conseguir? Será que vou conseguir superar todas as dificuldades?”.
"Também sinto que entrou uma rajada de pessoas, todos eles excelentes alunos, e penso: será que com tanta concorrência vou conseguir?”
Ainda que não almeje nenhuma profissão específica para o seu futuro, Maria já tem um plano bem definido para destacar o seu percurso académico dos restantes e passa por ingressar num dos clubes da Nova SBE — de modo a estabelecer contacto com empresas –, fazer voluntariado e, possivelmente, arranjar um trabalho em simultâneo.
Rui Garcia, Finanças, ISEG
Rui Garcia, 17 anos, não veio de muito longe para o Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). Já os seus planos para o futuro, esses sim, preveem uma distância maior. Entrou na licenciatura de Finanças com uma média de candidatura de 15,5 valores mas o jovem de Oeiras imagina-se a aplicar os conhecimentos do curso em algo relacionado com Marketing daqui a 5 a 10 anos.
"Há bom ambiente e eu, como caloiro, vinha com algum medo de ser mal recebido por ser novo. Mas não houve problema nenhum em relação a isso.”
Numa visão de curto prazo, o caloiro de Finanças do ISEG identifica a Matemática como a maior dificuldade que vai enfrentar mas guarda boas expectativas para o que aí vem: “Há bom ambiente e eu, como caloiro, vinha com algum medo de ser mal recebido por ser novo. Mas não houve problema nenhum em relação a isso.”
Quanto a professores, Rui já ouviu dizer que “os professores universitários não querem saber”. No entanto, sendo a sua mãe professora universitária, sabe que “não é bem assim”. Por isto, Rui tem boas perspetivas para os próximos anos: “Estou à espera que sejam simpáticos, rígidos — mais rígidos do que os professores do secundário — mas que venham para ensinar e que queiram que os alunos aprendam“.
Apesar de considerar que a sua faculdade beneficia de uma enorme reputação devido à sua antiguidade, Rui não pretende que o seu currículo se fique pelo curso: “Estou neste momento a realizar um curso de Inglês e vou fazer o exame do nível advanced. No verão também vou aproveitar para fazer estágios de um mês, por exemplo, em algo relacionado com finanças“.
Na FEP sonha-se com o sucesso
Francisco Carneiro, Gestão, FEP
De Paredes ao Porto a distância não é grande. Mas Francisco Carneiro, 19 anos, demorou algum tempo até entrar na Faculdade de Economia do Porto, a universidade que voltou este ano a registar as médias mais altas no acesso ao ensino superior, quer em Economia (17,1 valores), quer em Gestão (17,5 valores). Depois de passar o secundário a sonhar com o curso de Medicina, Francisco viu-se ‘obrigado’ a ingressar o ano passado em medicina veterinária — não tinha média para o curso que sempre desejou. Determinado, pôs mãos à obra e pensou repetir este ano os exames nacionais para alcançar o objetivo. Mas o curso de veterinária dececionou-o. “Dei comigo a pensar que afinal já não queria medicina, e depois de ter andado a analisar, decidi que queria ir para Gestão, na FEP, mas isto não é fácil de explicar aos pais”, adianta Francisco.
A conversa com os pais não teve o desfecho que Francisco pretendia e é assim que volta a candidatar-se a Medicina. Mas as médias altas e a vontade dos pais de que fique perto de Paredes, fazem-no regressar à opção do curso de Gestão, para onde também se candidatara e onde acaba por entrar com a média de 18,25 valores. “Os meus pais sempre quiseram o melhor para mim, e queriam que eu tivesse um emprego que fosse rentável. E isso acho que vou conseguir na FEP”, refere. E Francisco, o que ambiciona? A resposta sai rápida: “A prioridade é o meu sucesso. Sempre fui determinado, motivo-me a mim mesmo e motivo-me pelos meus pais”.
"Os meus pais sempre quiserem o melhor para mim, e queriam que eu tivesse um emprego que fosse rentável. E isso acho que vou conseguir na FEP.”
Da FEP, a casa que agora o acolhe, espera o melhor. “Estou na melhor faculdade do país, temos imensas oportunidades e os melhores empregadores estão de olho em nós“, afirma. Filho de uma professora de francês e de um empresário, Francisco Carneiro diz que não se imagina fechado num escritório. “Espero ter contacto com as pessoas, ganhar experiência e criar o meu próprio negócio“. Quanto a receios sobre o mercado de trabalho, Francisco é taxativo: “Os melhores têm sempre lugar no mercado de trabalho”.
Marta Naldinho, Economia, FEP
Orgulhosa por ter entrado em Economia, também na FEP, com a média de 17,3 valores, está Marta Naldinho. Economia era a sua primeira opção, e agora é com orgulho que esta caloira, natural do Porto, está a cumprir o seu sonho. “A FEP é a melhor escola do país, o meu objetivo sempre foi entrar nesta faculdade, por isso estou naturalmente feliz”, explica esta futura economista. Mas o que espera Marta da FEP? A nova aluna da Faculdade de Economia não tem dúvidas. “Esta faculdade vai proporcionar conhecimentos que outras faculdades não dão, oportunidades de carreira, desenvolvimento aspetos de personalidade, com professores de excelência e alunos de mérito”, diz.
Cheia de certezas, quanto à sua opção para enveredar pelo ensino superior, Marta não tem também grandes dúvidas face ao futuro. “Já tenho algumas opções em mente: consultoria, banca e, eventualmente, enveredar pela política, juntando-me a um partido, são as minhas prioridades“, refere. Para logo a seguir, acrescentar: “Frequentando a FEP, a entrada no mercado de trabalho não será muito difícil”.
Marta sonha ainda em terminar o curso com uma boa média, entrar para a associação de estudantes ou para o FEP Junior Consulting, por exemplo estão entre os seus planos. E as certezas desta nova caloira são tantas que até sabe o sítio para onde gostava de ir fazer Erasmus: “Barcelona ou Inglaterra”.
Mas onde é que eles vão mesmo parar?
No final da licenciatura… a maioria escolhe ficar pelo meio universitário. Só cerca de 20% dos alunos licenciados salta diretamente para o mercado de trabalho. E, quando o faz, as preferências são muito semelhantes às dos colegas que complementaram os estudos com um mestrado.
Os três caminhos mais comuns para os alunos de Economia, Finanças e Gestão são a banca de investimento, as empresas de grande consumo e a consultoria. Os setores automóvel, farmacêutico, tecnológico e ainda a categoria das instituições financeiras e para a economia do desenvolvimento são outras opções que têm conquistado os alunos, de acordo com os dados do gabinete de carreiras da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.
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Economia, Finanças ou Gestão? O ECO foi conhecer a classe de 2017
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