Meios de pagamento custam mais de mil milhões aos consumidores

Os débitos diretos são o meio de pagamento mais eficiente para os consumidores, enquanto os cheques são os mais caros, apurou estudo do Banco de Portugal sobe os custos sociais dos meios de pagamento.

Os custos para os consumidores decorrentes da utilização de meios de pagamento ascenderam a mais de mil milhões de euros, em 2013. Esta é uma das principais conclusões possível de retirar do estudo “Custos sociais dos instrumentos de pagamento de retalho em Portugal”, divulgada hoje pelo Banco de Portugal. Segundo este estudo, em 2013, a utilização de meios de pagamento representaram para o consumidor um custo total de 1.139 milhões de euros, um valor correspondente a 0,67% do PIB.

Este valor foi determinado com base na contabilização dos custos inerentes ao pagamento de comissões e o tempo de realização dos pagamentos, tenham eles sido feitos em numerário, cheque, débito direto, cartões de débito e de crédito e transferências a crédito.

Na escala de utilização destes diferentes meios de pagamento, os cheques foram os que mais encargos representaram para os consumidores. Por cada operação, o custo ascendeu a 2,05 euros. Em sentido contrário, sobressaem os débitos diretos, como o instrumento de pagamentos mais barato, com um custo unitário de três cêntimos por operação, logo seguido pelos cartões de débito (20 cêntimos) e do numerário (24 cêntimos).

Nesta que é a terceira edição deste estudo, trata-se da primeira ocasião em que o banco de Portugal pondera na sua análise os custos para os consumidores decorrentes da utilização dos meios de pagamento. Na análise realizada em 2007 foram considerados apenas os bancos, enquanto no estudo realizado em 2013 foram contabilizados também os custos assumidos pelos comerciantes.

Numa análise que inclui as restantes componentes da cadeia de pagamentos, bancos e comerciantes, é possível constatar que os custos associados aos instrumentos de pagamento representam um custo global de 2.694,9 milhões de euros para a sociedade portuguesa, um valor que corresponde a 1,61% do PIB. Encargos que foram repartidos em proporções próximas pelos bancos, comerciantes e utilizadores. No entanto, é necessário considerar que o estudo foi feito em 2013, e que a realidade entretanto será diferente.

Desse montante global, coube à banca uma fatia de 883,4 milhões de euros dos custos sociais inerentes à utilização de instrumentos de pagamento. Face às edição anterior do estudo, este montante representa um decréscimo de cerca de 30% nos custos. Mas que foi acompanhado também por um decréscimo dos proveitos (apenas na banca foram apurados os proveitos) decorrentes das operações que são levados a cabo na ordem dos 31%. Apesar disso, os custos dos bancos continuam a superar os proveitos, com a taxa de cobertura a fixar-se nos 71%.

Para a banca, os cartões de débito e os cheques são os únicos instrumentos de pagamento cujos proveitos cobrem os custos, com uma taxa de cobertura de 100% e 130%, respetivamente. Já o numerário originou um custo líquido de 239,4 milhões de euros para os bancos, com os proveitos a cobrirem apenas 5% dos custos suportados, sobressaindo assim como o meio mais dispendioso para os bancos.

Numa perspetiva de custos, a análise do Banco de Portugal concluiu que o cartão de débito revelou mais eficiente do que o numerário para efetuar pagamentos nos pontos de venda: 50 cêntimos por transação no caso do cartão de débito e de 53 cêntimos no caso do numerário. O numerário apenas é o mais eficiente para pagamentos inferiores a 1,89 euros. Acima deste valor, a utilização do cartão de débito implica sempre menos custos sociais para o País.

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