Bicho papão italiano não chegou para assustar bolsas

Analistas consideram que o mercado já tinha descontado nos dias anteriores a demissão do Governo italiano. Por isso, o dia foi de regresso aos mercados de risco. Lisboa acompanha ganhos da Europa.

Afinal, o bicho papão do referendo italiano não chegou para assustar os mercados. Matteo Renzi até pode ter apresentado a demissão do Governo de Itália num momento particularmente sensível para a problemática banca italianas. Para os investidores, que nos últimos dias já tinham descontado este cenário, o dia foi de regressar aos mercados de maior risco. E em força.

Por cá, o PSI 20, o principal índice português, avançou 0,54% para 4.410,81 pontos, apoiado sobretudo pelas valorizações das grandes cotadas como Jerónimo Martins (+2,19%) e Galp (+1,07). E com a nova valorização do dólar, voltaram à ribalta as papeleiras. A Altri e a Semapa somaram ambas cerca de 2%.

Fora do índice de referência nacional, as ações da Impresa dispararam 12,7% para 0,204 euros, depois de o CEO da Nos, Miguel Almeida, ter anunciado “guerra” caso os reguladores aprovem a compra da TVI pela Altice, dona da Meo. Para a Haitong, a posição assumida por Miguel Almeida só pode significar uma coisa: a Nos considera comprar a Impresa, dona da SIC, para poder rivalizar com a Meo.

No panorama europeu, os ganhos foram ainda mais expressivos. Caso do DAX-30 de Frankfurt, que ganhou mais de 1,5%, ao mesmo tempo que o CAC-40 de Paris apresentou uma alta de 1%. Já italiano FTSE Mib fechou a cair 0,2%.

“Os mercados — especialmente o setor mais institucional como os bancos — já estavam todos preparados para isto. [O referendo italiano] não ser ser um grande evento disruptivo nos mercados financeiros”, referiu Ken Peng, estratego de investimento do Citigroup.

Para Kathleen Brooks, da corretora City Index, “ou os mercados estão imunes ao risco político ou estão a assumir que a questão italiana vai ter um impacto mais lento”.

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