Impresa dispara 13% com declaração de guerra da Nos
Ações da dona da SIC disparam depois de o CEO da Nos ter admitido um cenário de "guerra" caso os reguladores aceitem compra da TVI pela Meo. Para a Haitong, a Nos pode avançar para a Impresa.
O mercado das televisões pode estar à beira de um cenário de “guerra”. Isto mesmo admitiu o CEO da Nos, que revelou este fim de semana que estaria disposto a ripostar com as mesmas armas caso os reguladores nacionais aprovem a compra da TVI pela Altice, dona da Meo. Para a Haitong, a posição assumida por Miguel Almeida só pode significar uma coisa: a Nos considera comprar a Impresa, dona da SIC, para poder rivalizar com a Meo. Consequência? Ações da Impresa disparam mais de 10% com forte volume comprador.
Os títulos do grupo de media que, além da SIC, detém ainda o Expresso e a revista Visão, chegaram a avançar 12,7% para os 0,204 euros, estando há momentos a subir “apenas” 9,4%. O volume de negociação também refletia a forte onda compradora em torno a Impresa: a cerca de uma hora do fecho da bolsa já tinham sido negociados mais de 360 mil papéis da cotada, mais do dobro do que a média diária de negociação dos últimos 12 meses.
O presidente-executivo da NOS afirmou, em entrevista ao Expresso publicada no último sábado, que haverá resposta a uma eventual compra da TVI pela Altice. “Se se confirmar que a Altice compra a TVI, e se os reguladores não fizerem nada, aceitando essa aquisição, haverá guerra, defenderemos os interesses dos nossos clientes”, disse Miguel Almeida.
Impresa avança com potencial interessa da Nos

Embora estas palavras não sejam totalmente esclarecedoras, para a Haitong “é evidente que a Nos consideraria adquirir o outro grupo de media“, ou seja a Impresa (dona da SIC) “para ter o mesmo poder de negociação”.
"Se se confirmar que a Altice compra a TVI, e se os reguladores não fizerem nada, aceitando essa aquisição, haverá guerra, defenderemos os interesses dos nossos clientes.”
Ainda assim, para o analista Nuno Matias, ainda é cedo para pensar que vem aí nova “guerra de conteúdos”, mas este é “naturalmente um risco” já que pode comportar “receios relativamente ao desejo de exploração de conteúdos exclusivos”. Uma situação que pode conduzir a “maior inflação sobre conteúdos” que a Haitong considera desnecessária.
No caso de um operador de canais pagos avançar para a compra de um grupo de media com canais em sinal aberto, “seria provável que os reguladores impusessem a obrigação de tornar esse canal aberto a outros operadores”.
“No entanto, como tanto a TVI como a SIC têm vários canais temáticos disponíveis apenas em operadores de canais pagos, a imposição de qualquer obrigação naqueles canais poderia ser menos provável; ainda assim, pensamos que a atratividade comercial destes canais não é suficientemente forte (como era no caso do conteúdo de futebol nacional) para justificar que os operadores iniciem uma nova disputa sobre conteúdos”, escreve o analista da Haitong.
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