Há resgate no Monte dei Paschi, se necessário
O Monte dei Paschi precisa de cinco mil milhões de euros em capital para cumprir os rácios exigidos pelo BCE. Se o novo plano não funcionar, o novo Governo está pronto para o resgate.
O banco italiano vai tentar de novo recapitalizar-se com fundos privados: o Monte dei Paschi precisa de cinco mil milhões de euros, mas a crise política pós-referendo e financeira em Itália criaram incertezas no mercado. Esta segunda-feira, a Reuters avança que o novo Governo está preparado para avançar com um resgate público do banco mais antigo do mundo, se necessário.
Se a nova tentativa de recapitalização junto de investidores privados falhar, uma fonte do Tesouro italiano garantiu à agência noticiosa que um bailout com ajuda pública está pronto a avançar. O Monte dei Paschi precisa do capital para cumprir os rácios exigidos e até chegou a pedir mais tempo ao Banco Central Europeu para cumprir a recapitalização, mas o pedido foi rejeitado.
Com a recusa do BCE, os mercados reagiram mal e as ações do terceiro maior banco italiano, na sexta-feira, sofreram uma queda de 10,55% para os 19,50 euros por ação. Esta segunda-feira as ações do banco estão a valorizar 7,13% para os 20,89 euros.
“No Ministério da Economia estamos confiantes de que a entrada de capital no Monte dei Paschi pode ser bem-sucedido. Se a operação falhar, o Estado poderá realizar uma recapitalização por precaução“, disse a fonte do Tesouro italiano à Reuters, garantindo que as poupanças dos clientes do banco serão preservadas “em qualquer das circunstâncias”.
Este domingo a administração reuniu-se após a substituição do primeiro-ministro demissionário Matteo Renzi pelo ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni. Em comunicado, o Monte dei Paschi pretende converter dívida dos credores do banco em capital. Essa operação carece de aprovação da Consob, o supervisor do mercado financeiro italiano (equivalente à CMVM em Portugal).
A agência de notícias refere que uma fonte da administração do banco italiano mostrou-se confiante com a entrada de um novo Governo e o cumprimento do plano de recapitalização, mesmo com a pressão do Banco Central Europeu.
Editado por Mónica Silvares
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