Beneficia da ADSE? Saiba como eleger hoje quem o representa

  • Marta Santos Silva
  • 19 Setembro 2017

Pode votar eletronicamente com o seu número de identificação. Uma das listas, apoiada pelo sindicato Frente Comum, já protestou contra a forma como o processo está a decorrer.

As eleições para os representantes dos beneficiários no Conselho Geral e de Supervisão da ADSE estão a decorrer esta terça-feira até às 17h00, ou 16h00 nos Açores. Todos os 830.000 beneficiários da ADSE têm direito a votar numa das sete listas que concorre para os representar no Conselho de Direção.

Os beneficiários podem votar presencialmente nas juntas médicas da ADSE ou podem fazê-lo de forma eletrónica neste site. A ADSE explica: “Para votar de forma eletrónica, autentique-se neste link, colocando no campo “ID do Votante” o seu número de beneficiário da ADSE, sem zeros à esquerda e sem siglas, e no campo “Senha” coloque a senha secreta que lhe foi enviada pela ADSE, I.P., por carta ou por email”. O instituto divulgou um vídeo, abaixo, que explica como votar digitalmente ainda hoje.

Há sete listas candidatas, cujos manifestos pode ficar a conhecer no portal da ADSE, assim como a sua composição, pesquisando os membros de cada lista e os seus manifestos eleitorais que explicam quais as prioridades que pretendem.

Sindicato e Lista G protestam contra processo

Já existem queixas acerca da forma como o processo está a decorrer. Para Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, o processo de votação está a perverter “grosseiramente os princípios democráticos”. Argumentam que a data e o procedimento da eleição não foi “profusamente” divulgada, “de modo a que todos os potenciais eleitores pudessem [conhecê-la] com a devida antecedência”.

O sindicato denuncia ainda que há poucos locais de votação em pessoa, o que leva a “longas filas, originárias de esperas para votação calculadas em mais de duas horas”. E na votação digital também existem falhas, dizem os sindicalistas: “Protestamos e lamentamos, com a maior veemência, que um vultoso número de beneficiários, com direito a voto, não tenham recebido a senha que solicitaram tempestivamente para votarem pela internet e que, tendo inclusive solicitado uma 2.ª via, esta lhe tenha sido recusada”.

O ECO enviou questões à ADSE para procurar esclarecer estas queixas, mas ainda não obteve resposta.

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ECO24, um novo programa de economia na TVI24

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

Estreia esta quarta-feira um novo programa de economia e negócios na TVI24, numa parceria com o ECO. Alexandre Soares dos Santos é o primeiro convidado.

É já esta quarta-feira às 22h00 que vai para o ar o primeiro programa ECO24, uma parceria entre o ECO e a TVI24 sobre economia e negócios. Apresentado pelos jornalistas Pedro Pinto (subdiretor da TVI24) e António Costa (Publisher do ECO), o primeiro programa vai ter como convidado Alexandre Soares dos Santos, empresário e líder histórico do grupo que controla a Jerónimo Martins.

Com esta parceria, que junta o canal de informação líder de audiências no cabo no horário nobre e o mais recente jornal económico online, será dado destaque aos protagonistas da economia e dos negócios, aos decisores, e às novas tendências que marcam o rumo da economia mundial.

A escolha de Alexandre Soares dos Santos como primeiro convidado do ECO24 é também a sinalização do que será o programa. Vamos dar a palavra aos decisores, e prioritariamente aos que arriscam, aos que decidem e investem. Reconhecido como uma das vozes nacionais mais críticas e exigentes, o líder empresarial tem a palavra para falar do presente e futuro do rumo económico do país, com destaque para a análise da ação governativa. E também sobre o presente e o futuro do próprio grupo, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, a cabeça do grupo que controla a Jerónimo Martins e a parceria com a multinacional Unilever.

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Passos considera “uma perversão” integrar Governo na supervisão financeira

  • Lusa
  • 19 Setembro 2017

Pedro Passos Coelho opõe-se à proposta de revisão da supervisão financeira. Diz que não irá apoiar um modelo que reforça o papel do Governo neste regulador.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, opôs-se a um reforço do papel do Governo na supervisão financeira, que considerou “uma perversão e um passo atrás”, garantindo que tal proposta não terá o apoio do partido.

No final de uma ação de campanha autárquica em Arcos de Valdevez, Passos Coelho fez questão de se referir ao relatório do grupo de trabalho para a reforma da supervisão financeira, apresentado na segunda-feira, que defende o reforço da intervenção do ministro das Finanças na supervisão do setor financeiro, tendo o Governo a última palavra relativamente a soluções que tenham impacto nas contas públicas.

O líder do PSD salientou que o Governo ainda não apresentou esta proposta técnica como sua, mas fez questão de se demarcar desde já de um aspeto do relatório: “procurar trazer o governo para a supervisão financeira”.

“Se o que queremos é reforçar a independência dos supervisores, depois não podemos fazer um Conselho de Supervisores onde está o Governo”, afirmou Passos Coelho.

Questionado se esta for a proposta do Governo poderá ter o apoio dos sociais-democratas, Passos foi claro: “Não, não pode ter, porque isso é uma perversão, um passo atrás, um desacerto em relação ao que se passa na União Europeia, onde o caminho que se faz é até o inverso, criar mecanismos de supervisão independentes dos Governos”.

Passos Coelho sugeriu que este tipo de alterações pode ter a ver com o facto de os partidos que apoiam o Governo terem “menos apreço” pelo atual Governador do Banco de Portugal, mas aconselhou o executivo a tomar outro caminho, se quiser de facto ter o apoio dos sociais-democratas.

“Vai ser mais uma espécie de teste ácido para ver se a conversa sobre consensos é apenas conversa”, disse.

Passos Coelho lembrou que o PSD já apresentou iniciativas nesta matéria e até concordou com a necessidade de reforço de mecanismos de coordenação entre supervisores.

“Achamos até interessante reforçar a independência dos reguladores, por exemplo da nomeação feita a partir do Presidente da República, não nos opomos a essa questão, mas implica revisão constitucional”, disse.

O relatório apresentado no Ministério das Finanças por Carlos Tavares, que presidiu a este grupo de trabalho, prevê a criação do Conselho Superior de Política Financeira (CSPF), que atuaria “como garante da necessária articulação e cooperação entre todas as entidades a quem cabe a missão de assegurar a estabilidade financeira do país (Governo, Banco Central e Supervisores)”.

O grupo de trabalho recomenda que o CSPF seja “presidido pelo ministro das Finanças” e que integre ainda o governador do Banco de Portugal, o secretário de Estado do Ministério das Finanças com a responsabilidade do sistema financeiro, um vice-governador do Banco de Portugal, e ainda o presidente e o vice-presidente do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF), “podendo ainda estar representados diretamente os supervisores setoriais ASF [Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões] e CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]”.

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FT: Portugal é uma “raridade na Zona Euro”

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

O jornal britânico Financial Times atribuiu prémios de mérito a Portugal, pela capacidade que o país teve de conseguir sair do nível de investimento especulativo.

Portugal surge novamente nas publicações do Financial Times e, mais uma vez, por boas razões. O jornal atribuiu méritos ao país pela sua capacidade de conseguir sair do nível de investimento especulativo, depois de a Standard & Poor’s – uma das três agências de rating do mundo — ter tirado o rating de Portugal do ‘lixo’.

Num artigo publicado esta terça-feira [acesso restrito, conteúdo pago], o FT descreve Portugal como uma “raridade na Zona Euro: um Governo liderado por socialistas que realizou uma consolidação orçamental com a popularidade em alta”. Isto após a decisão da Standard & Poor’s, tomada na sequência da saída de Portugal de um processo de ajustamento, com um resgaste de 78 mil milhões de euros e uma redução do défice orçamental.

O jornal acrescenta ainda que esse desempenho do Governo se deveu às “estrelas económicas internacionais estavam alinhadas”, na altura em que António Costa ocupou o cargo de primeiro-ministro, e ainda porque o Executivo teve a “boa sorte” de não ser “cilindrado pelas políticas impopulares de um Governo em tempos de crise”.

As boas perspetivas para a Zona Euro também foram um fator que contribuiu significativamente para a melhoria da situação do país e para a economia global, permitindo reforçar as exportações e estimular o investimento. Há também outros contributos mais antigos: “os socialistas estão também a beneficiar os frutos das reformas dolorosas no mercado do trabalho do anterior Governo de centro-direita”, lê-se no artigo.

Costa recebe ainda um reconhecimento pelo seu mérito na implementação de leis para estabilizar o setor bancário e a manutenção da linha de consolidação orçamental “apesar de uma série de aumentos do salário mínimo”. Bruxelas destaca ainda a capacidade de controlo do défice, o que permitiu sair do procedimento dos défices excessivos.

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S&P tira BPI e Santander Totta de “lixo”

  • Rita Atalaia
  • 19 Setembro 2017

Depois de ter retirado a dívida da República portuguesa de "lixo", a agência de notação S&P vem agora fazer o mesmo ao rating do BPI e do Santander Totta.

A Standard & Poor’s retirou o BPI e o Santander Totta de “lixo”. Isto depois de ter subido o rating da República portuguesa para investimento na sexta-feira, sem alterar primeiro o outlook para positivo. De acordo com a agência de notação, esta melhoria oferece maior suporte aos dois bancos, o que permitiu uma subida do rating das instituições financeiras.

“A subida do rating de Portugal permite-nos incorporar um maior suporte nos ratings de alguns bancos portugueses”, afirma a S&P, referindo-se ao banco liderado por Pablo Forero e à instituição liderada por António Vieira Monteiro. A perspetiva para ambos os bancos é “estável”.

"A subida do rating de Portugal permite-nos incorporar um maior suporte nos ratings de alguns bancos portugueses.”

Standard & Poor's

Sobre o Santander Totta, a agência salienta que a revisão em alta do rating “reflete o estatuto do Santander Totta como uma subsidiária altamente estratégica do Banco Santander” e considera que é “improvável” que o banco seja vendido. Para além disso, a instituição financeira “opera em linhas de negócio e localizações que consideramos integrantes para a estratégia do grupo”, refere a S&P.

Por outro lado, a melhoria do rating do BPI “reflete o estatuto do banco como uma subsidiária altamente estratégica do CaixaBank”. A agência afirma que o BPI é um “ativo importante na estratégia de longo prazo do grupo”. No entanto, diz a S&P, o aumento da rentabilidade doméstica do BPI é um desafio para o CaixaBank, o que “nos impede de reclassificar o BPI enquanto subsidiária core neste momento”.

Na sexta-feira, a S&P surpreendeu ao retirar o rating da República do lixo. Era esperado que a agência de notação se limitasse a alterar o outlook de estável para positivo. Há seis meses, a agência tinha decidido não alterar a sua perspetiva sobre a dívida portuguesa, mantendo-a no nível BB+ com outlook “estável”. Assim, a subida para um nível acima, BBB-, com perspetiva igualmente estável, não era esperada, cinco anos depois da decisão de colocar a dívida soberana no “lixo”.

Moody’s piora perspetiva sobre Santander Totta

Ainda assim, este não foi motivo suficiente para demover a Moody’s de piorar o rating do Banco Santander Totta: ao final do dia de segunda-feira, a agência piorou o outlook de positivo para estável. “O outlook passou de positivo para estável tendo em consideração a aquisição do Banco Popular Portugal,” justifica o Santander, no comunicado enviado à CMVM.

Já as notações de risco foram reafirmadas: o baseline credit assessment (BCA) mantém-se em ba3, o BCA ajustado continua em ba1 e o counterparty risk assessment está em Baa3/P-3.

(Notícia atualizada às 15h42 com decisão da Moody’s sobre o Santander Totta)

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Grande Prémio de Relojoaria 2017: conheça os jurados

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

O Anuário Relógios & Canetas e o jornal online ECO acabam de firmar uma parceria, que irá traduzir-se numa série de acções conjuntas no âmbito editorial, publicitário e de comunicação.

Uma dessas ações será o lançamento de um Grande Prémio de Relojoaria, com a sua primeira edição a decorrer já em 2017. Os júris do Grande Prémio de Relojoaria são os seguintes:

As inscrições para o prémio decorrem até 30 de setembro e devem ser enviadas para [email protected]. O regulamento do prémio e outras informações podem ser consultadas aqui.

 

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Orçamento do Estado vai ser votado a 28 de novembro

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

Apresentado a 13 de outubro, o OE2018 deverá ser votado finalmente no dia 28 de novembro, após um mês de debate na especialidade, decidiu a conferência de líderes parlamentares.

O Orçamento de Estado para 2018 tem a sua votação final global agendada para 28 de novembro, escreve esta terça-feira a agência Lusa, segundo foi decidido na conferência de líderes parlamentares.

A proposta de OE2018 vai começar por ser entregue no dia 13 de outubro, dois dias antes da data limite, que seria dia 15, domingo. Depois, o Orçamento será votado na generalidade, a 3 de novembro, e debatido durante um mês na especialidade, antes da votação final global no fim de novembro.

As negociações para a proposta do Orçamento do Estado já começaram, com o Governo a negociar especialmente com os partidos do acordo parlamentar de esquerda, o PCP, o Bloco de Esquerda e os Verdes.

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PS quer emissão de dívida a prazos mais curtos. IGCP não

Portugal vive um período em que as taxas estão historicamente muito baixas e, portanto, faz sentido estender maturidades da dívida, defende o IGCP.

O grupo parlamentar do PS voltou, esta terça-feira, a defender uma redução da maturidade média da dívida portuguesa, de forma a baixar os custos da República com o pagamento de juros. Mas tanto Cristina Casalinho, atual presidente da Agência da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, como o ex-presidente João Moreira Rato rejeitam esta ideia e defendem que Portugal deve aproveitar o momento de juros historicamente baixos para se financiar com prazos mais longos.

Esta ideia foi apresentada, pela primeira vez, em abril, quando o grupo de trabalho constituído pelo PS e pelo Bloco de Esquerda para estudar formas de reduzir a dívida pública apresentou o seu relatório. Nesse documento, o grupo defendia emissões de mais curto prazo, que beneficiam de taxas de juro mais baixas. Os economistas consideraram que o IGCP é demasiado prudente ao tentar fazer emissões de dívida a prazos mais longos, para evitar ter de ir ao mercado tantas vezes, e propuseram baixar a atual maturidade média da dívida de 6,6 anos (detida por investidores privados) para 4,9 anos. Esta medida, segundo os seus cálculos, permitiria gerar uma poupança de 387 milhões de euros, em pagamento de juros, em 2018. Até 2023, a poupança seria superior a 1.200 milhões.

Na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) que decorreu esta terça-feira no Parlamento, o deputado socialista Paulo Trigo Pereira voltou a defender a proposta e disse querer convencer Cristina Casalinho a enveredar por este caminho. Para além da poupança com juros que esta opção permitiria, a atual gestão de dívida não considera futuras recessões económicas, refere o deputado.

Assim, Paulo Trigo Pereira defende um equilíbrio: “Estou de acordo em alongar as maturidades dos empréstimos de credores oficiais. Mas, na dívida detida por privados, que tem vindo a diminuir, o ideal seria emitir a prazos mais curtos“, defendeu. “A minha previsão é que os juros da dívida portuguesa a dez anos vão descer em 2018”, argumentou ainda, salientando que, ao fazer emissões de muito longo prazo, o IGCP não considera “necessidades extraorçamentais futuras”.

Cristina Casalinho e João Moreira Rato reconhecem que os juros da dívida portuguesa não deverão aumentar em breve. Moreira Rato admite até que “deveria incluir-se uma análise de risco” no planeamento das necessidades de financiamento. “Podem ocorrer necessidades extraorçamentais que devem ser consideradas e faria sentido que os eventuais riscos orçamentais passem a ser analisados”, salientou, dando como exemplo a recapitalização feita este ano na Caixa Geral de Depósitos (CGD), sem a qual “a dívida ter-se-ia reduzido em três pontos percentuais”.

Mas ambos rejeitam a preferência por emissões de mais curto prazo.

A questão é evitar uma crise de acesso aos mercados em altura de reembolsos. Como já se viu, o não acesso aos mercados tem um impacto grande na população em geral e um programa de ajustamento acaba por ter custos sociais elevados. São esses custos sociais que se procura evitar e a gestão da dívida permite diminuir a probabilidade de ter esse tipo de custos sociais elevados ao longo do tempo. Esse deveria ser um dos objetivos de uma gestão de dívida feita com precaução e pensando a médio e longo prazo”, argumentou João Moreira Rato.

Assim, salienta, “é preciso perceber que estamos num período em que as taxas estão historicamente muito baixas e, portanto, faz sentido estender maturidades para aproveitar esse período“. O ex-presidente do IGCP acrescenta que não se pode “ver só o custo da dívida no ano a seguir”, ainda que essa seja “uma visão de dívida que é muito comum existir nos ministérios das finanças de vários países” e seja “uma fonte de grande tensão com os institutos de dívida.

Na intervenção inicial, Cristina Casalinho deixou mesmo de parte uma gestão de dívida em que é dada prioridade a prazos mais curtos e definiu que a estratégia passa por aumentar maturidades. “A ideia é estender a duração, no sentido de ter um alisamento do perfil de reembolsos. As durações andavam em torno dos quatro anos. Hoje, as regras do IGCP impõem uma vida média não inferior a quatro anos e a [maturidade] média presente da dívida está nos oito anos, o que compara favoravelmente com o padrão internacional”, detalhou.

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Número de desempregados inscritos no IEFP continua em queda homóloga

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 19 Setembro 2017

Em agosto, os centros de emprego contavam cerca de 418 mil desempregados, menos do que há um ano atrás. Em termos mensais, porém, agosto marca, como habitualmente, uma subida.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego continua a cair em termos homólogos. Em agosto, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registava 418.235 desempregados, menos 16,1% comparando com o mesmo período de 2016. Este é já o 47º mês consecutivo de quedas.

Em comparação mensal, porém, agosto marca uma subida, como já é habitual. Desta vez, o crescimento é de 0,5%.

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego

Fonte: IEFP

Olhando já para o número de desempregados que se inscreveram no centro de emprego apenas em agosto, os dados publicados esta segunda-feira dão conta de 42.596 novos registos, menos 1,8% em comparação mensal e menos 15,4% face ao mesmo homólogo.

Fora do grupo dos desempregados, o IEFP conta, nomeadamente, com 87.421 ocupados, ou seja, pessoas integradas em programas de formação profissional ou emprego, exceto os que visem a integração direta no mercado de trabalho. Este número também está em queda, registando uma descida superior a 8% tanto em termos mensais como homólogos.

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Anacom opõe-se à aquisição da Media Capital pela Altice

Nos termos em que foi proposta, a aquisição da Media Capital pela Altice não deve ocorrer. Esta é a conclusão do parecer da Anacom enviado à Autoridade da Concorrência.

A Anacom já entregou o seu parecer à Autoridade da Concorrência. Em nota de imprensa enviada às redações, a autoridade que regula o setor das telecomunicações opõe-se à conclusão do negócio anunciado em julho. O parecer incide sobre a operação de concentração entre a MEO e a Media Capital.

“A ANACOM conclui que a mesma [operação de concentração] é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva nos vários mercados de comunicações eletrónicas, com prejuízo em última instância para o consumidor final, pelo que não deverá ter lugar nos termos em que foi proposta“, lê-se na nota divulgada pela Anacom. O parecer da Anacom foi entregue esta segunda-feira à Autoridade da Concorrência.

Segundo a Autoridade Nacional de Comunicações, os termos atuais do negócio traduzem-se numa “integração vertical completa da cadeia de valor”, dado que “internaliza no mesmo grupo as relações comerciais entre a produção de conteúdos, o fornecimento grossista de canais de TV e de rádio, a publicidade e a distribuição do serviço de televisão”. A autoridade refere a concentração dos universos TVI, Plural, MEO, Sapo, IOL, entre outros, excede a quota de mercado de referência das regras europeias.

A referência de 30% de quota de mercado mencionada nas orientações da Comissão Europeia sobre concentrações não horizontais é ultrapassada em todos os mercados de comunicações eletrónicas afetados“, conclui a Anacom. Para o regulador do setor das telecomunicações, a empresa resultante do negócio avaliado em 440 milhões de euros pode criar cinco situações de “entraves significativos à concorrência efetiva nos mercados de comunicações eletrónicas”:

  • Encerrar, total ou parcialmente, o acesso dos operadores concorrentes aos seus conteúdos e canais de televisão e de rádio bem como ao seu espaço publicitário;
  • Encerrar, total ou parcialmente, o acesso de outros canais (por exemplo, a SIC e a RTP) às suas plataformas, nomeadamente de televisão por subscrição, portais de Internet (Sapo e IOL) e serviços OTT;
  • Utilizar informação sensível ou confidencial dos concorrentes em seu benefício, nomeadamente no âmbito das campanhas de publicidade;
  • Introduzir menor transparência nos preços praticados no serviço de TDT internamente (à TVI) e externamente (aos restantes operadores de televisão), dificultando a análise e verificação do cumprimento das condições regulamentares impostas neste âmbito;
  • Impedir os operadores alternativos de fornecer serviços na gama “760” à TVI, nomeadamente para televoto, participação em concursos televisivos e angariação de donativos.

O regulador atualmente liderado por João Cadete vinca que “importa assinalar que não foram especificamente identificados benefícios da operação de concentração pela notificante“. O regulador ressalva ainda que não tem “instrumentos setoriais” suficientes para acautelar o impacto que o negócio pode ter nos mercados de comunicações eletrónicas.

Foi a 14 de julho, em conferência de imprensa, que Altice anunciou que a MEO iria adquirir a Media Capital, pagando 2,5546 euros por cada ação. A operação está condicionada à autorização das autoridades e reguladores espanhóis e portugueses. Em Portugal, apesar de a Anacom dar parecer, este não é vinculativo. A decisão cabe à Autoridade da Concorrência — que pediu o parecer da Anacom — e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

(Atualizado às 12h54)

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Atividade económica estabiliza em julho e clima económico cai em agosto

  • Lusa
  • 19 Setembro 2017

O consumo privado acelerou em julho, refletindo um contributo mais positivo da componente do consumo duradouro.

O indicador de atividade económica em Portugal estabilizou em julho, enquanto o indicador de clima económico, disponível até agosto, diminuiu. Os dados foram divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo o INE, o indicador quantitativo do consumo privado acelerou em julho, refletindo um contributo positivo mais expressivo da componente de consumo duradouro.

Já o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) desacelerou em julho devido ao comportamento das componentes de material de transporte e máquinas e equipamentos. “Em termos nominais, as exportações e importações de bens apresentaram variações homólogas de 9,0% e 13,4% em julho, respetivamente (7,7% e 12,8% em junho)”, lembra o INE.

Em julho, “a atividade económica na perspetiva da produção revelou um crescimento mais intenso, tendo os índices de volume de negócios da indústria e dos serviços, bem como os índices de produção da indústria e da construção acelerado em termos homólogos”, referem.

Segundo as estimativas provisórias mensais do Inquérito ao Emprego, a taxa de desemprego (15 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, manteve-se inalterada em julho face ao valor definitivo verificado no mês anterior com uma taxa de 9,1%, o que compara com 9,5% e 10,9% há três meses e há um ano atrás, respetivamente.

A estimativa da população empregada (15 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, registou um crescimento homólogo de 2,7%, uma ligeira desaceleração face a junho (variação de 3,0%) e um aumento em cadeia de 0,3% (aumento de 0,2% em junho).

A variação homóloga mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) situou-se em 1,1% em agosto (0,9% em julho), observando-se taxas de variação de 0,3% na componente de bens (nula no mês anterior) e de 2,4% na de serviços (2,2% em julho).

Por sua vez, em agosto, os indicadores de confiança dos consumidores e de sentimento económico aumentaram na Área Euro (AE). No mesmo mês, os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de -0,5% e 4,0% (2,8% e 2,0% em julho, respetivamente).

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Lei dos precários adiada para depois das autárquicas

  • Marta Santos Silva
  • 19 Setembro 2017

O CDS afirma que pediu o adiamento da votação devido a um atraso do Bloco de Esquerda em entregar sua a proposta de alteração, o que José Soeiro, BE, nega. A votação fica para 3 de outubro.

Enquanto os partidos de esquerda tentavam acelerar ao máximo o calendário para a aprovação da lei de integração dos precários da Função Pública, acabaram por vê-lo atrasado por pelo menos duas semanas. A direita garante que o adiamento, pedido pelo CDS, se deveu a um atraso na entrega da proposta de alteração do Bloco de Esquerda, enquanto o deputado bloquista José Soeiro defende que o adiamento não era necessário e só foi aprovado pelos restantes partidos por ser “potestativo”.

“O prazo já tinha sido fixado no limite do aceitável”, disse ao ECO o deputado do CDS António Carlos Monteiro, esta terça-feira de manhã. “O normal é termos as coisas disponíveis 48 horas antes”. Em vez disso, tinha sido acordado que as propostas de alteração ao decreto do Governo que estipula como os funcionários públicos cujo posto seja considerado precário virão a ser integrados nos quadros poderiam ser entregues até às 16h00 desta segunda-feira, para serem votadas às 9h30 de terça, no Grupo de Trabalho da Precariedade.

“O guião chegou muito tarde”, afirmou António Carlos Monteiro. “Ninguém contestou o adiamento, porque nós já tínhamos aceitado excecionalmente que não fossem cumpridos os prazos regimentais, e mesmo assim continuaram a entrar depois das quatro da tarde”.

Por seu lado, José Soeiro, que o ECO só conseguiu contactar no final do dia desta terça-feira, rejeita que o adiamento se tenha devido ao Bloco de Esquerda. “Os vários partidos estavam desde as 9h30 preparados para votar as alterações. O deputado do CDS chegou com 40 minutos de atraso à reunião e utilizou o seu direito potestativo para adiar a votação, contra a opinião da maioria“, afirmou ao ECO. “Embora tenhamos discordado, porque sempre pretendemos que a lei ficasse pronta quanto antes, tivemos de respeitar esse adiamento potestativo, da exclusiva responsabilidade e iniciativa do CDS”.

Confrontado com as declarações de José Soeiro, António Carlos Monteiro reiterou que a proposta do Bloco de Esquerda chegara fora de prazo, ao contrário de uma proposta do Partido Socialista que chegou mais tarde mas que era uma alteração a uma proposta feita anteriormente, dentro do prazo marcado, afirmou. O ECO não conseguiu contactar os serviços da Assembleia da República para esclarecer a questão.

A deputada Carla Barros, do PSD, disse ao ECO que o adiamento do Grupo de Trabalho desta manhã resulta em que agora as propostas de alteração só venham a ser votadas na primeira terça-feira depois das eleições autárquicas, dia 3 de outubro, daqui a duas semanas. “O Bloco, que tanta pressa tinha, entrega as propostas fora do prazo”, acusa, acrescentando que existe “pressa em legislar para cair em cima das autárquicas”.

José Soeiro disse, por sua vez, que a direita é que procura atrasar o processo. “Que a direita é contra a integração dos precários já sabíamos, porque votou contra este processo. Que pretende adiar a integração de precários também já sabíamos, porque desde o início tem boicotado o processo. Que recorra a falsidades e mentiras é grave e inaceitável”, argumentou ao ECO.

Dúvidas do CDS sobre uma medida

De acordo com a deputada do PCP Rita Rato, o adiamento não se deveu apenas ao atraso na proposta do Bloco, mas também a uma dúvida do CDS sobre uma questão específica nas propostas. No texto do Governo prevê-se que, “no caso em que o trabalhador não queira ser opositor a concurso para a sua vaga, cessaria no dia a seguir o contrato de trabalho”, afirmou a deputada. “A proposta do PCP era que o contrato se cumprisse até ao seu termo, mas se o trabalhador não quiser ser opositor a vaga tem de ser colocada a concurso na mesma”.

Rita Rato disse que propôs ao CDS que aceitassem a alteração do PCP, que retirava a ambiguidade sobre esta questão, mas que o partido preferiu pedir o adiamento para melhor estudar as propostas diferentes. António Carlos Monteiro disse mesmo: “Tendo em conta as dúvidas que existem, (…) queremos analisar com todo o cuidado estas matérias e não chega uma noite para analisar as várias propostas”.

Sobre o adiamento, Rita Rato não vê que este venha a prejudicar significativamente o timing da proposta de lei. “Nós fazemos uma proposta de alteração que sugere que a entrada em vigor se mantenha, e que os efeitos sejam produzidos a partir de 31 de outubro”, disse, concluindo que as negociações a partir de 3 de outubro seriam suficientes para terminar tudo a tempo.

Notícia alterada às 22.00: A notícia e o título foram alterados para refletir as declarações do deputado José Soeiro.

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